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Geometria Espacial 1 DISCIPLINA GEOMETRIA ESPACIAL E-BOOK 02_GEOMETRIA MÉTRICA ESPACIAL: SÓLIDOS GEOMÉTRICOS APARECIDO DOS SANTOS 1. Introdução Os sólidos geométricos fazem parte do mundo e de tudo o que está a nossa volta, estando presentes no nosso dia a dia. É inegável que o seu estudo proporciona ao homem melhor “desempenho geométrico” nas oficinas mecânicas, nos consultórios dos dentistas, nas pranchetas dos engenheiros, nas decisões dos empreiteiros, nas observações dos astrônomos ou mesmo no assentamento de um tijolo pelo pedreiro. Nesta unidade de estudo tem-se por objetivo identificar, dentre as figuras espaciais, os poliedros. Resolver situações problema que envolvam os poliedros levando em consideração a contextualização e a conexão com outros temas matemáticos. Reconhecer, dentre os poliedros, os prismas, as pirâmides e os troncos de pirâmides, bem como suas propriedades e elementos levando você a uma natural compreensão desses conceitos; por isso, neste texto, o caminho escolhido, em princípio, não é o do formalismo, mas sim um caminho intuitivo, experimental, lúdico, indutivo, que parte de ações concretas e leva em consideração a criatividade e o prazer que se possa ter em exercer essas ações e aprender. 2. Poliedros Definição: Um poliedro é uma figura espacial formada por várias faces. A terminação -edro provém da palavra hedra, que em grego quer dizer “face”. Os sólidos a seguir são exemplos de poliedros. Tem-se, respectivamente, um prisma, uma pirâmide, um poliedro regular e um tronco de pirâmide: Geometria Espacial 2 Um poliedro é um conjunto finito de polígonos planos, em que cada lado de um desses polígonos é também lado de um, e apenas um, outro polígono. • Cada um desses polígonos chama-se uma face do poliedro; • Cada lado comum a duas faces chama-se uma aresta do poliedro; • Cada vértice de uma face chama-se vértice do poliedro; • À figura composta por um vértice V e pelas arestas com extremidade V, dá-se o nome de ângulo poliédrico. Exemplos face aresta lateral vértice aresta da base http://4.bp.blogspot.com/_kLtsIEXMyrg/STPC4CrGOhI/AAAAAAAAACY/XPQLpO0c2XE/s1600-h/PRISMAS.bmp Geometria Espacial 3 No primeiro sólido tem-se: 4 vértices e 6 arestas No segundo sólido tem-se: 8 vértices e 12 arestas No terceiro sólido tem-se: 6 vértices e 9 arestas Dentre os poliedros temos: • os prismas, que possuem duas faces congruentes que estão contidas em planos paralelos distintos; a essas, chamamos bases do prisma. As demais faces, chamadas faces laterais, têm todas 4 arestas cada (paralelogramos). Exemplos: • as pirâmides, que possuem uma face, chamada base, contida em um dado plano e apenas um vértice, chamado vértice da pirâmide, fora desse plano. As demais faces, faces laterais, têm todas 3 arestas cada, ou seja, são os triângulos determinados, cada um deles, por um lado da base e o vértice da pirâmide. Exemplo: • os troncos de pirâmide que são obtidos ao fazermos um corte em uma pirâmide, paralelo a sua base. Exemplo: Geometria Espacial 4 • e os poliedros que não são nem prismas, nem pirâmides. Exemplos: Alturas de prismas e pirâmides: A altura de um prisma é a medida da distância entre os dois planos da base. Já a altura de uma pirâmide é dada dela distância entre o vértice e o plano da base da referida pirâmide. Observe: Geometria Espacial 5 Poliedro convexo e poliedro não convexo Um poliedro é convexo se o plano de cada face o deixa num mesmo semiespaço determinado pelo plano. Se existir pelo menos uma face que não o deixa no mesmo semiespaço determinado pelo plano que contém essa face, o poliedro é não convexo. Informalmente, os poliedros convexos são aqueles que não apresentam reentrâncias ou “furos” em sua superfície. Exemplos: Poliedros convexos Poliedros não convexos Dando nome aos poliedros Da mesma maneira que demos nomes aos polígonos, levando em conta o número de lados ou de ângulos, damos nomes aos poliedros, considerando o seu número de faces. O número de faces também é designado por uma palavra de origem grega, que é justaposta ao sufixo edro. Assim, um poliedro de 4 faces chama-se tetraedro (tetra significa quatro), um poliedro de 5 faces chama-se pentaedro, um poliedro de 6 faces chama-se hexaedro, e assim por diante. No caso das pirâmides e prismas, é usual nomeá-los de acordo com suas bases. Assim, falamos em pirâmide ou prisma de base triangular, pirâmide ou prisma de base quadrada, de base retangular, de base hexagonal etc. É claro que, por Geometria Espacial 6 exemplo, uma pirâmide de base retangular é um pentaedro, mas chamá-la de pirâmide de base retangular nos dá uma ideia mais exata do sólido a que nos referimos. Dizemos que um prisma é reto quando suas arestas laterais são perpendiculares aos planos das bases, ou seja, sua altura coincide com a medida de suas arestas laterais. Num prisma reto, as faces laterais são retângulas. O prisma é oblíquo quando suas arestas laterais são oblíquas aos planos das bases. O prisma é regular se é um prisma reto cujas bases são polígonos regulares. Exemplos: Há prismas que têm nomes especiais: • paralelepípedo é um prisma cujos polígonos das bases são paralelogramos. • paralelepípedo reto é um prisma reto cujos polígonos das bases são paralelogramos. • paralelepípedo retângulo (ortoedro) é um prisma reto cujos polígonos das bases são retângulos. • cubo é um paralelepípedo retângulo cujas arestas são congruentes. • romboedro é um paralelepípedo que possui as 12 arestas congruentes entre si (os polígonos das faces são losangos). Dizemos que uma pirâmide é reta quando a projeção ortogonal do vértice sobre o plano da base é o centro da base; nesse caso, todas as arestas laterais são congruentes. Caso contrário, dizemos que a pirâmide é oblíqua. Observe os exemplos: Prisma reto (triangular) Prisma oblíquo (quadrangular) Prisma regular (hexagonal) Geometria Espacial 7 pirâmide hexagonal reta pirâmide hexagonal oblíqua INSERIR PODCAST 02_TODO PRISMA É POLIEDRO, MAS NEM TODO POLIEDRO É UM PRISMA Observação: Numa pirâmide reta, as faces laterais são triângulos isósceles. Toda pirâmide reta cujo polígono da base é regular é uma pirâmide regular (as faces laterais são triângulos isósceles congruentes). Observe os exemplos: pirâmide triangular regular pirâmide quadrangular regular (tetraedro regular) Aplicação dos conceitos e propriedades: exemplos resolvidos Exemplo 01: Dados os poliedros abaixo, classifique-os em convexo ou não convexo e complete a tabela, sabendo que V é o número de vértices, F é o número de faces e A é o número de arestas do poliedro: SAIBA MAIS: Na pirâmide triangular regular, a base é um triângulo equilátero e as faces laterais são triângulos isósceles congruentes. O tetraedro regular tem as 4 faces constituídas por triângulos equiláteros congruentes. Geometria Espacial 8 a) b) c) d) e) Resolução: Poliedro V F A V + F V + F - A Nome do poliedro a) convexo 12 8 18 20 2 Octaedro ou prisma de base hexagonal b) convexo 8 6 12 14 2 Hexaedro ou prisma oblíquo de base quadrangularou paralelepípedo c) convexo 5 5 8 10 2 Pentaedro ou pirâmide de base quadrangular d) convexo 6 8 12 14 2 Octaedro e) não convexo 12 8 18 20 2 Octaedro A partir da observação dos dados da tabela pode-se deduzir uma relação importante, qual seja a relação de Euler: em todo poliedro convexo vale a relação V + F – A = 2; onde V é o número de vértices, F é o número de faces e A é o número de arestas do poliedro. FIQUE ATENTO: Os poliedros para os quais vale a relação de Euler são chamados de poliedros eulerianos. Pode-se mostrar que todo poliedro convexo é euleriano, mas a recíproca dessa afirmação é falsa, isto é, existem poliedros eulerianos não convexos. Geometria Espacial 9 Exemplos 02: Um poliedro convexo possui 16 vértices e 10 faces. Resolução: Incialmente você deve calcular o número de arestas desse poliedro utilizando a relação de Euller. Observe: Como V = 16 e F = 10, aplicando a Relação de Euler, temos: V + F – A = 2 16 + 10 – A = 2 A = 24 arestas Exemplo 03: Consideremos a bola de futebol (ou a molécula de carbono) descrita cima. O poliedro em questão é formado por 12 faces pentagonais e 20 faces hexagonais, todas regulares. Resolução: Determinemos o número A de arestas e o número V de vértices do poliedro: • Como ele tem 12 faces pentagonais, temos: 12 . 5 = 60 arestas • Como ele tem 20 faces hexagonais, temos: 20 . 6 = 120 arestas • Como cada aresta é lado de exatamente duas faces, então elas foram contadas duas vezes. Dessa forma, o número total de arestas é: A = 2 12060+ = 90 arestas • Como o número total de faces é 12 + 20 = 32 faces, aplicando a relação de Euler, temos: V + F – A = 2 V + 32 – 90 = 2 V = 60 vértices Poliedros de Platão Um poliedro é chamado poliedro de Platão se satisfaz às três condições: • Todas as faces têm o mesmo número n de arestas; • Em todos os vértices concorrem o mesmo número m de arestas; • Vale a relação de Euler. Exemplo: Geometria Espacial 10 Esse poliedro é de Platão, pois: • Todas as faces são quadrangulares; • Em todos os vértices concorrem 3 arestas; • Como V = 8, F = 6 e A = 12, vale a relação de Euler: 8 + 6 – 12 = 2 Esse poliedro não é de Platão, pois tem 2 faces hexagonais e 6 faces quadrangulares. É possível justificar que só existem cinco classes de poliedros de Platão que são: • tetraedro (4 faces triangulares e ângulos poliédricos de 3 arestas) • hexaedro (6 faces quadrangulares e ângulos poliédricos de 3 arestas) • octaedro (8 faces triangulares e ângulos poliédricos de 4 arestas) • dodecaedro (12 faces pentagonais e ângulos poliédricos de 3 arestas) • icosaedro (20 faces triangulares e ângulos poliédricos de 5 arestas) Observe os poliedros de Platão: Tetraedro: Hexaedro: Geometria Espacial 11 Octaedro: Dodecaedro: Icosaedro: Poliedros regulares Um poliedro convexo que tenha como faces apenas polígonos regulares e congruentes e que em todos os vértices concorrem o mesmo número de arestas é um poliedro regular. Intuitivamente, pode parecer que, como no caso dos polígonos, podemos construir poliedros regulares com tantas faces quantas desejarmos. No entanto, isso não é possível. Na verdade, só é possível construir cinco tipos de poliedros regulares: • de três modos distintos, utilizando triângulos (tetraedro, octaedro e icosaedro) • de um só modo, utilizando pentágonos (dodecaedro) • de um só modo, utilizando quadrados (hexaedro) Observe: Geometria Espacial 12 Uma explicação mais formal de que não podemos ter mais do que cinco poliedros regulares é dada a seguir: Suponhamos que exista um poliedro regular em que cada face é formada por um n- ágono regular. Cada ângulo desse n-ágono regular tem medida ( ) o n 2n180 − . Por quê? Se no poliedro regular considerado, tivermos p n-ágonos em torno de cada vértice, a soma das medidas dos ângulos em torno de cada vértice do poliedro será: p ( ) o n 2n180 − . Entretanto, sabemos que p ( ) o n 2n180 − deve ser menor que 360º. Portanto, temos: octaedro icosaedro tetraedro dodecaedro hexaedro (cubo) como n > 0 Geometria Espacial 13 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 42p2n42n22np44n22np 0n22np0 n n22np 2 n 2n p360 n 2n180 p −−−−−+−− −− −− − − Como cada face do poliedro deve ter mais do que 2 lados e, como é preciso mais do que 2 faces em torno de cada vértice, n e p devem ser maiores que 2. Portanto, temos a seguinte tabela: n p (n - 2) (p - 2) (n - 2)(p - 2) 3 3 1 1 1 3 4 1 2 2 3 5 1 3 3 4 3 2 1 2 5 3 3 1 3 Nenhum outro valor inteiro para n e p satisfaz a inequação (n - 2)(p - 2) < 4; pois, se um deles for 6 ou mais e o outro for pelo menos 3, então um fator na inequação será 4 ou mais e o outro, será pelo menos 1. Em qualquer caso, o produto (n - 2)(p - 2) não será menor que 4. Portanto, temos somente cinco poliedros regulares. Exemplos resolvidos: Exemplo 01: Com 6 triângulos equiláteros é possível construir um hexaedro, conforme a figura. Trata-se de um poliedro regular? Por quê? Resolução: C E D A B FIQUE ATENTO: Todo poliedro regular é poliedro de Platão, mas nem todo poliedro de Platão é regular. Geometria Espacial 14 Não é um poliedro regular, pois, por exemplo, no vértice A concorrem 3 arestas e no vértice D concorrem 4 arestas Exemplo 02: Os poliedros podem ser planificados. Observe a planificação do tetraedro regular e do hexaedro regular. Planificações do tetraedro regular: São duas planificações possíveis Planificações do cubo: São apresentadas 11 planificações possíveis Agora que já você já conhece algumas características e propriedades dos poliedros, vamos explorar, por meio de alguns exemplos resolvidos e comentados, o conceito de área de volume de objetos espaciais. É importante salientar que para o cálculo da área total e do volume serão necessários alguns conceitos da geometria plana. Áreas da superfície de um prisma Dado um prisma qualquer, definimos: • A área da base (Ab) é a área do polígono da base; • A área lateral (Al) é a soma das áreas das faces laterais; • A área total (At) é a soma da área lateral com as áreas das bases: At = Al + 2Ab Exemplos resolvidos: Geometria Espacial 15 Exemplo 01: Determine a área da base, a área lateral e a área total de um prisma triangular reto de altura igual a 12 cm, sabendo que o triângulo da base é retângulo de catetos 6 cm e 8 cm. Resolução: Sendo a base do prisma um triângulo retângulo, temos: 2 b cm24 2 86 A = = A área lateral é dada pela soma das áreas dos retângulos que compõem as faces laterais. Calculando a medida da hipotenusa do triângulo da base, temos: x2 = 62 + 82 (Teorema de Pitágoras) x = 10 cm Portanto: Al = 6 . 12 + 8 . 12 + 10 . 12 Al = 288 cm2 E a área total é: tA = Al + 2Ab tA = 288 + 2 . 24 tA = 336 cm2 Exemplo 02: Determine a área total do prisma oblíquo de base quadrada da figura a seguir. Geometria Espacial 16 Resolução: Sendo a base um quadrado, temos: Ab = 102 = 100 cm2 Para calcularmos a área lateral que é formada por quatro paralelogramos de base 10 cm, precisamos calcular a medida da altura h. Para isso, vamos usar uma relação trigonométrica no triângulo retângulo formado conforme a figura: cm315h 30 h 2 3 30 h 60sen o = = = Portanto: ( ) 2 ramologparale doarea l cm3600315104A == E a área total é: tA = Al + 2Ab ( ) 2t cm33120010023600A +=+= Volume de um prisma Podemos dizer que o volume de um sólido é aquantidade de espaço ocupada por ele. Assim, você pode calcular o volume dos sólidos por meio de uma medida padrão, um cubo de aresta uma unidade, por exemplo. Assim, o volume de um prisma deve ser o número que exprima quantas vezes o sólido contém o cubo unitário. O volume do cubo é 1 x 1 x 1 = 1u3, ou seja, 1 x 1 (área da base) e 1 x 1 x 1 é a área da base vezes a altura. Exemplos resolvidos Exemplo 01: Vamos calcular o volume de um paralelepípedo retângulo de dimensões 4 cm, 2 cm e 3 cm. Geometria Espacial 17 Analisando a figura, você pode observar que o paralelepípedo é formado por 8 (4 x 2) cubos unitários na base e que tem 3 camadas iguais à camada da base. Logo, tem 3 x 8 = 24 cubos unitários no total. Portanto, o paralelepípedo é formado por 4 x 2 x 3 = 24 cubos de 1cm3 e dizemos que o seu volume é de 24cm3. De modo geral, o volume V de um paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c é dado por: Vparalelepípedo = a . b . c Observação Como a . b é a área da base e c é a altura do paralelepípedo, podemos escrever: V = Ab . h → V = a.b.c Exemplo 02: Uma indústria de embalagens gastou 600 cm2 de papelão para construir uma caixa cúbica. Calcule o volume dessa caixa. Resolução: A área total de um cubo é dada por tA = 6a2 (lembrar que o cubo possui 6 faces quadradas) Assim, temos: 600 = 6a2 a = 10 cm Logo, o volume da caixa é: V = a . a. a = a3 Geometria Espacial 18 V = 103 V = 1000 cm3 Princípio de Cavalieri Falamos sobre o cubo e o paralelepípedo retângulo. Mas e os outros prismas, como se calcula o volume? Para qualquer outro sólido, temos que usar um axioma (ou seja, uma afirmação que assumimos como verdade na Matemática), que se chama Princípio de Cavalieri (Francisco Bonaventura Cavalieri: matemático italiano que viveu entre 1598 e 1647): Dados dois sólidos S1 e S2 e um plano α, se todo plano paralelo ao plano dado secciona os dois sólidos segundo figuras de mesma área (A), então esses sólidos têm mesmo volume (V). Como S2 é um paralelepípedo retângulo, sabemos que V2 = área da base x altura. Então, sendo S1 um prisma qualquer, sem nenhuma característica particular, seu volume é dado por: Vprisma = área da base x altura Exemplo 03: Determine o volume do prisma triangular reto da figura: Geometria Espacial 19 Resolução: A base do prisma é um triângulo onde conhecemos dois de seus lados (a e b) e o ângulo () formado por eles: Conhecendo-se dois lados de um triângulo e o ângulo entre eles, podemos calcular a sua área pela fórmula: = senba 2 1 A Logo, sua área é dada por: 2 b cm10 2 1 85 2 1 º30sen85 2 1 A === Portanto, o volume do prisma é: V = Ab . h V = 10 . 10 = 100 cm3 Pirâmides Definição: Consideremos um plano α, p um polígono contido em α e V um ponto não pertencente a α. Chama-se pirâmide o poliedro formado por todos os segmentos de reta, tais que uma de suas extremidades é um ponto de polígono p e a outra extremidade é o ponto V. Elementos Numa pirâmide, consideramos os seguintes elementos: • O ponto V é o vértice da pirâmide; • O polígono p é a base; • Os triângulos AVB, BVC, etc. são as faces laterais; • Os lados AB , BC , etc. do polígono da base, são as arestas da base; • Os segmentos CV,BV,AV , etc. são as arestas laterais; • A distância entre o vértice V e o plano α é a altura da pirâmide (h). Relações importantes das pirâmides regulares Geometria Espacial 20 Toda pirâmide reta cujo polígono da base é regular é uma pirâmide regular (as faces laterais são triângulos isósceles congruentes). O apótema do polígono da base ( )OM é chamado apótema da base (m) e a altura de uma face lateral (altura relativa à base de um triângulo isósceles) é chamada apótema da pirâmide (g). No triângulo retângulo MOA temos: 2 22 2 l mr += No triângulo retângulo MVO temos: g2 = h2 + m2 No triângulo retângulo MVA temos: 2 22 2 l ga += Exemplo 04: Calcule a altura, a área da base, a área lateral e a área total de uma pirâmide triangular regular de aresta da base 6 cm e aresta lateral 5 cm. SAIBA MAIS: Para o cálculo do apótema da base de um pirâmide você pode utilizar as seguintes relações: triângulo equilátero, quadrado e hexágono, 6 3l m 2 3l m 2 l mou 2 r m = === Geometria Espacial 21 Resolução: Como estudamos anteriormente: ● m = 6 3l 6 36 m = cm3m = ● 2 22 2 l ga += g2 = 52 – 32 g = 4 cm ● g2 = h2 + m2 h2 = 16 – 3 h = 13 cm Logo, a altura da pirâmide mede 13 cm. Como a pirâmide é regular, a sua base é um triângulo equilátero e, portanto: Ab = 4 362 39Ab = cm2 As faces laterais são triângulos isósceles congruentes. Logo: Al = 3 . (área do triângulo) Al = 3 . 2 gl Geometria Espacial 22 Al = 2 463 Al = 36 cm2 E a área total é dada por: At = Al + Ab At = 36 + 9 3 At = 9 (4 + 3 ) cm2 Volume de uma pirâmide Para obtermos o volume de uma pirâmide qualquer, vamos primeiramente calcular o volume de uma pirâmide triangular. E, para isso, usaremos o seguinte teorema: “Pirâmides com áreas das bases iguais e que têm mesma altura, possuem o mesmo volume”. Consideremos então, o prisma triangular abaixo de volume V que foi decomposto em três pirâmides triangulares de mesma área da base e mesma altura. Exemplo resolvido: Calcule o volume de uma pirâmide hexagonal regular que tem aresta da base 2 cm e aresta lateral 10 cm. Resolução: Como já vimos: Ab = 2 323 2 3l3 22 = = 6 3 cm2 m = 2 3l = 2 32 = 3 cm a2 = g2 + 2 2 l g2 = 10 – 1 = 9 g = 3 cm Geometria Espacial 23 g2 = h2 + m2 h2 = 9 – 3 = 6 h = 6 cm Logo, o volume da pirâmide é: V = 3 1 Ab . h V = 636 3 1 V = 6 2 cm3 Sólidos de Arquimedes ou poliedros semirregulares Definição: São poliedros convexos cujas faces são polígonos regulares de mais de um tipo. Todos os seus vértices são congruentes, ou seja, existe o mesmo arranjo de polígonos em torno de cada vértice. Além disso, todo vértice pode ser transformado em outro vértice por uma simetria do poliedro. Existe na literatura treze poliedros arquimedianos. Um deles é obtido a partir de um cubo, retirando-se de cada vértice uma pirâmide triangular regular, de modo que todas as arestas do sólido remanescente tenham a mesma medida, observe a sequência de sólidos na figura a seguir. Outro desses poliedros é obtido a partir de um icosaedro regular, retirando de cada vértice uma pirâmide regular pentagonal, cujas arestas laterais medem 1/3 da aresta do icosaedro. Observe: Poliedro arquimediano com 14 faces: 6 octogonais e 8 triangulares Cubo Icosaedro Poliedro arquimediano com 32 faces: 12 pentagonais e 20 hexagonais Geometria Espacial 24 Esse poliedro arquimediano teve um papel de destaque no século 20 (1970), utilizou-se pela primeira vez uma bola de futebol construída com base nesse poliedro; em 1985 foi descoberta uma nova forma de carbono, o buckminsterfullereno, cujos 60 átomos localizam-se nos vértices desse poliedro arquimediano e suas arestas representam as ligações químicas. 3. Considerações finais Na presente unidade de estudo você teve a oportunidade de saber mais sobre os poliedros (propriedades e definições). Por meio de exemplos resolvidos e comentados, você pôde observar todos os procedimentos (passo a passo) para o cálculo da área total e o volume de primas e pirâmides. É recomendável que, além da observação das resoluções, você refaça cada exemplo, procurando detalhar todas as etapas de resolução.Por fim, para o cálculo da área e do volume, utilizamos muitos conceitos da geometria plana; por essa razão, recomenda-se que, no caso de dúvida, revisite esses conceitos, especialmente aqueles referentes ao cálculo de área de polígonos. Referências Bibliográficas & Consultadas BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF. 1998. Volume: Matemática. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf Acesso em: 20 ago. 2019. CARVALHO, P. C. P. Introdução à Geometria Espacial. Coleção do Professor de Matemática. Rio de Janeiro: SBM, 1993. CATRUCCI, B. Geometria: curso moderno. Vol. 2. 3. ed. Disponível em: http://www2.unifesp.br/centros/ghemat/DVD_s/HISTORIA/LIVROS_DIDATICOS/196 4__1980/1964__1980_16.pdf. Acesso em: 23 ago. 2019. CATRUCCI, B. Geometria: curso moderno. Vol. 3. 3. ed. Disponível em: http://www2.unifesp.br/centros/ghemat/DVD_s/HISTORIA/LIVROS_DIDATICOS/196 SAIBA MAIS: você pode acessar o link para saber mais sobre sólidos semirregulares ou arquimedianos. Você ainda poderá observar animações com tais poliedros. Acesse: http://www.es.iff.edu.br/poliedros/animacoes_arquimedianos.html http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf http://www.es.iff.edu.br/poliedros/animacoes_arquimedianos.html Geometria Espacial 25 4__1980/1964__1980_15.pdf. Acesso em: 23 ago. 2019. DOLCE, O.; POMPEO, J. N. Fundamentos da matemática elementar. volume 10: Geometria Espacial: posição e métrica. São Paulo: Atual, 2000. DOLCE, O.; POMPEO, J. N. Fundamentos da matemática elementar. volume 9: Geometria Plana. São Paulo: Atual, 2000. MONTENEGRO, G. A. Inteligência visual e 3-D. 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