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LICENCIAMENTO E 
MANEJO AMBIENTAL
E-book 3
Reny Aparecida
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
LICENCIAMENTO AMBIENTAL ���������������4
Fases principais do licenciamento �������������������������5
Atividades sujeitas ao licenciamento ������������������ 14
Objetivos e prazos das licenças ambientais ������� 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 23
SÍNTESE �������������������������������������������������������24
2
INTRODUÇÃO
O licenciamento ambiental é um instrumento que 
o órgão ambiental executa para empreendimentos 
que de algum modo poderão causar degradação 
ambiental� O objetivo é o de monitorar e controlar 
o meio ambiente e manter o equilíbrio econômico, 
ambiental e social. Neste módulo você ficará saben-
do a respeito das fases principais do licenciamento 
ambiental. Também irá aprender sobre as espécies 
de licenciamento e quais atividades estão sujeitas ao 
licenciamento ambiental e, finalmente, saberá quais 
são os objetivos e prazos das licenças ambientais”�
3
LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL
O licenciamento ambiental é um dos instrumentos 
da Política Nacional de Meio Ambiente e esse ins-
trumento tem um objetivo de monitorar e manter o 
controle do meio ambiente para que se tenha um 
equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e um 
meio ambiente ecologicamente equilibrado� Ou seja, 
promovendo o desenvolvimento sustentável.
Portanto, o licenciamento ambiental é um procedi-
mento administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente, seja um órgão federal como o IBAMA, 
um órgão estadual ou municipal, licencia a instala-
ção, a ampliação, a modificação e a operação de 
atividades e empreendimentos que, de alguma forma, 
causem ou possam causar degradação ambiental�
O licenciamento está previsto em vários níveis de 
competência, seja municipal, estadual ou federal� O 
âmbito em que será emitido dependerá do porte ou 
do impacto ocasionado pelo empreendimento ou 
atividade (DIAS, 2017)�
Como é um procedimento complexo, o licenciamento 
ambiental exige um desenvolvimento contínuo por 
meio de fases bem definidas, inseridas em processo 
regular administrativo�
4
Fases principais do 
licenciamento
Licenciamento ambiental é um procedimento ad-
ministrativo, um processo, um conjunto de fases, 
composto por várias etapas.
As principais fases que compõem o licenciamento 
ambiental são as seguintes:
 ● 1ª fase do licenciamento:
É a fase do requerimento administrativo realizado 
pelo interessado ou pela empresa interessada, e da 
publicação desse requerimento em órgão oficial de 
imprensa pela unidade ambiental competente com 
atribuição específica.
 ● 2ª fase do licenciamento: 
Esta é a fase na qual o órgão ambiental competente 
exige a avaliação de impacto ambiental necessária 
para aquela atividade considerada como fonte de 
poluição, ou fonte de degradação, ou de utilização 
excessiva de recursos ambientais�
Poderá ser uma avaliação específica para determi-
nada atividade (como a mineração), ou avaliações 
menos complexas que o estudo de impacto ambien-
tal, caso não esteja prevista a atividade como sendo 
de significativo impacto ambiental.
Agora, caso seja comprovado o impacto ambiental 
significativo, será exigido obrigatoriamente o EIA/
RIMA� Em seguida, após ser atendida a exigência da 
5
avaliação de impacto ambiental, há a convocação 
geral para qualquer interessado que possa pretender 
uma audiência pública�
 ● 3ª fase do licenciamento: 
Esta fase é composta pela realização ou dispensa 
de audiência pública�
 ● 4ª fase do licenciamento: 
Esta fase é composta pela realização do parecer 
conclusivo do órgão ambiental competente�
 ● 5ª fase do licenciamento: 
Esta é a fase em que acontece a concessão da li-
cença ambiental propriamente dita, finalizando o 
processo de licenciamento ambiental�
Porém, até chegar a essas fases, o processo de li-
cenciamento no Brasil levou um bom tempo para 
consolidar a atuação dos órgãos ambientais dentro 
do licenciamento ambiental�
O licenciamento ambiental no Brasil
O licenciamento ambiental é um dos mais importan-
tes mecanismos de controle porque é por meio dele 
que o Poder Público cria limites e condições para o 
exercício de um empreendimento ou atividade�
No entanto, o licenciamento ambiental no Brasil pas-
sou por um processo de evolução bem longo até 
chegar à atual conformação� Por exemplo, no âmbito 
federal, as autorizações para desmatamento, para 
6
caça e pesca em florestas remanescentes já estavam 
previstas no Código Florestal de 1965�
Para você ter uma ideia, o licenciamento antecede 
a própria Constituição Federal de 1988, pois o licen-
ciamento foi instituído pela Lei 6.938/81, que criou 
a Política Nacional do Meio Ambiente� Na verdade, 
alguns estados iniciaram a expedição de licenças 
para o exercício de atividades com interferências no 
meio ambiente ainda na década de 1970�
No Rio de Janeiro, o Decreto-Lei 134/1975 tornou 
“obrigatória a prévia autorização para operação ou 
funcionamento de instalação ou atividades real ou 
potencialmente poluidoras”� Por outro lado, o Decreto 
1633/77 instituiu o Sistema de Licenciamento de 
Atividades Poluidoras, com a previsão de três tipos 
de licenças que são estipuladas pela legislação fede-
ral ambiental atualmente: a Licença Prévia, a Licença 
de Instalação e a Licença de Operação�
No estado de São Paulo foi criada a Lei Estadual 
997/76, em que foi instituído o Sistema de Prevenção 
e Controle da Poluição do Meio Ambiente, que 
previa dois tipos de licenças: de instalação e de 
funcionamento�
Os licenciamentos dos estados do Rio de Janeiro e 
de São Paulo eram aplicados para fontes de polui-
ção de atividades predominantemente industriais e 
alguns projetos urbanos, tais como aterros de resí-
duos e loteamentos�
7
Esses sistemas de licenciamento sofreram adapta-
ções com a incorporação da AIA à legislação brasi-
leira, tanto no campo de aplicação, quanto no tipo 
de análise.
Em relação às adaptações ao campo de aplicação, 
deixaram de analisar somente atividades poluidoras, 
aplicando-se também às atividades que utilizam re-
cursos ambientais ou que possam causar degrada-
ção ambiental�
Quanto às adaptações em relação ao tipo de análise, 
foram incluídos os efeitos sobre a biota e impactos 
sociais, entre outros, não mais abrangendo somente 
emissões de poluentes e sua dispersão no meio�
Isso representou um avanço qualitativo na gestão 
ambiental, ressaltando-se o caráter preventivo al-
cançado por meio da incorporação da avaliação de 
impactos ao licenciamento ambiental�
Porém, para entender o licenciamento ambiental, 
você deve compreender três passos fundamentais:
1. Identificar quais atividades ou empreendimentos 
estão sujeitos ao processo de licenciamento ambien-
tal, ou seja, nem todas as atividades ou empreendi-
mentos serão submetidos ao licenciamento�
2. O órgão ambiental, ao identificar essas atividades, 
autorizará a sua instalação ou o seu pleno funciona-
mento, desde que esteja de acordo com as normas 
e leis ambientais�
8
3. O órgão ambiental monitorará o pleno funciona-
mento dessas atividades ou empreendimentos, para 
que continue executando as medidas de controle 
ambiental estabelecidas pelo órgão ambiental, assim 
prevenindo o meio ambiente de grandes impactos�
No nosso licenciamento ambiental ordinário, que é 
o licenciamento comum, temos o sistema trifásico, 
composto por uma licença prévia, uma licença de 
instalação e uma licença de operação, segundo o 
Decreto 99274/90.
Espécies de licenças ambientais
Mas, afinal, qual é a diferença entre licença e licen-
ciamento ambiental?
Licenciamento ambiental é um procedimento admi-
nistrativo e sua finalidade é licenciar a localização, 
a instalação, a operação e a ampliação de empreen-
dimentos ou atividades que possam causar degra-
dação ambiental�
Por outro lado, licença ambiental é um ato adminis-
trativo e tem como objetivo estabelecer as condições, 
as restrições e as medidas de controle ambiental quedeverão ser obedecidas pelo empreendedor� Podendo 
ser este empreendedor pessoa física ou jurídica, de 
direito público ou de direito privado�
A licença ambiental tem o objetivo de atestar se as 
atividades desenvolvidas pelo empreendimento estão 
de acordo com as leis e normas ambientais, além 
das questões sociais�
9
Para você saber mais sobre como são tratadas as 
questões sociais no processo de licenciamento am-
biental, atente-se ao podcast a seguir�
Podcast 1 
Como o licenciamento atinge uma grande varieda-
de de atividades e empreendimentos, consequen-
temente demandará de uma grande diversidade de 
projetos, planos, programas e estudos ambientais 
para as mais diferentes áreas de conhecimento para 
subsidiar a emissão da licença ambiental�
Para o licenciamento de uma atividade efetiva ou 
potencialmente poluidora, é necessário dividir o ato 
administrativo, desde que delimitado, de condições 
mínimas impostas pelo órgão ambiental na própria 
avaliação de impacto ambiental realizada�
Desta forma, o ato de licenciamento final propriamen-
te dito é composto das seguintes licenças, conforme 
o artigo 8º da Resolução CONAMA 237/97:
4. Licença prévia (LP): concedida na fase preliminar 
do planejamento do empreendimento ou atividade, na 
qual são aprovadas a sua localização e concepção, 
atestando a viabilidade ambiental� Estabelece os re-
quisitos básicos e condicionantes a serem atendidos 
nas próximas fases de sua implementação;
5. Licença de instalação (LI): autoriza a instalação 
do empreendimento ou atividade de acordo com as 
especificações constantes dos planos, programas e 
10
https://famonline.instructure.com/files/168649/download?download_frd=1
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle 
ambiental e demais condicionantes, que deverão ser 
atendidas pelo empreendedor;
6. Licença de operação (LO): autoriza a operação 
da atividade ou empreendimento após a verificação 
do efetivo cumprimento do que consta nas licenças 
anteriores, com as medidas de controle ambiental 
e condicionantes que deverão ser cumpridas para a 
operação�
A licença prévia (LP) e a licença de instalação (LI) são 
concedidas preliminarmente, enquanto a licença de 
operação (LO) é concedida em caráter final. Vale a 
pena ressaltar que a LO só será concedida após o ór-
gão ambiental verificar se foram cumpridas todas as 
exigências anteriores, ou seja, após o cumprimento 
de todas exigências previstas nas licenças anteriores�
Tais licenças poderão ser concedidas por órgãos 
públicos, cujos prazos poderão ser restringidos, de 
acordo com o tipo da atividade ambiental licenciada�
As competências do licenciamento ambiental, segun-
do a Resolução CONAMA 237/97 e complementada 
pela Lei complementar 140/2011, são as seguintes:
 ● Federal: quando a atividade ou empreendimen-
to está localizado em mais de um estado ou país; 
quando se refere à energia nuclear ou material radio-
ativo; bases militares ou de caráter militar; áreas de 
fronteira; mar territorial; terras indígenas e unidade 
de conservação federal (exceto Áreas de Proteção 
Ambiental);
11
 ● Estadual: quando a atividade ou empreendimento 
está localizado em mais de um município, com res-
salvas às competências federal e municipal;
 ● Municipal: quando a atividade ou empreendimento 
causem impacto local, definido pelos Conselhos 
Estaduais de Meio Ambiente (CONSEMA) e, em uni-
dades de conservação municipal, exceto APAs�
Os empreendimentos ou atividades só poderão ser 
licenciados ambientalmente por um ente federado, 
segundo a Lei Complementar 140/2011, porém, os 
demais entes poderão se manifestar dentro dos pra-
zos e procedimentos da lei 
FIQUE ATENTO
Conforme a Resolução CONAMA 237/97, em seu 
parágrafo 5º, o órgão ambiental do estado ou do 
Distrito Federal realizará o licenciamento após 
considerar o exame técnico procedido pelos ór-
gãos ambientais dos municípios em que se loca-
lizar a atividade ou empreendimento�
12
Os procedimentos para o licenciamento ambiental 
estão esquematizados na Figura 1:
Consulta
Relatório ambiental
preliminar
Estudo ambiental
Simplificado
Termo de
Referência
Licença
Prévia
Licença de
Instalação
Licença de
Instalação
EIA/RIMA
Audiência
Pública
Consema
Parecer
Técnico
Figura 1:  Procedimentos para licenciamento ambiental Fonte: 
CETESB (2003)
Vale a pena ressaltar-se que existem atividades e 
empreendimentos específicos que podem exigir mais 
licenças do que as ordinárias. Por exemplo, na in-
dústria de petróleo e gás deverão ter outros tipos 
de licenças, como a licença prévia para pesquisa e 
a licença prévia para perfuração, entre outras�
13
Se for uma concessão florestal, haverá somente a 
licença prévia e a licença de operação, não haverá a 
licença de instalação�
Porém, deve-se ter em mente que após a atividade 
ou empreendimento ter conseguido a autorização 
para sua instalação, operação ou ampliação, entra 
a fase de monitoramento�
Cada licença obtida pelo empreendimento vem com 
um conjunto de condições para que estas funcionem 
de acordo com as normas e legislação ambiental 
vigente, sendo que o órgão ambiental sempre acom-
panhará essas condições para que sejam efetivadas.
O órgão ambiental geralmente estabelece que o 
empreendimento deve apresentar um relatório pe-
riodicamente, comprovando as condicionantes da 
licença obtida� Além do monitoramento constante 
por meio de fiscalização e denúncias apresentadas 
pela população quando houver crime ambiental�
Para saber mais, acesse o podcast a seguir�
Podcast 2 
Atividades sujeitas ao 
licenciamento
A Resolução CONAMA nº 237/97, em seu Anexo 1, 
apresenta uma lista de empreendimentos e ativida-
des que estão sujeitas ao licenciamento ambiental� 
14
https://famonline.instructure.com/files/168650/download?download_frd=1
Porém, o órgão ambiental competente é que irá de-
finir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e 
a complementação desse anexo� Lembre-se de que 
sempre deverão ser levadas em consideração as 
especificidades dos empreendimentos ou atividades, 
os riscos ambientais, o porte e outras características�
Conheça alguns tipos de empreendimentos e ativi-
dades que precisam de licenciamento ambiental, 
descritos a seguir:
Tipos de empreendi-
mentos
Descrição
Extração e tratamento 
de minerais
Qualquer atividade ou ramo 
ligado à mineração, incluido a ex-
tração de areia e a captação de 
água em poços tubulares muito 
profundos�
Indústria de papel e 
celulose
Fabricação de celulose e pasta 
mecânica; de papel e papelão; de 
artefatos de papel, papelão, car-
tolina, cartão e fibra prensada.
Indústria de borracha Beneficiamento de borracha 
natural; fabricação de câmara de 
ar e recondicionamento de pneu-
máticos; de laminados e fios de 
borracha; de espuma de borra-
cha e de artefatos de espuma de 
borracha, inclusive látex.
Indústria de couros e 
peles
Secagem e salga de couros e 
peles; curtimento e outras prepa-
rações de couros e peles; fabri-
cação de artefatos diversos de 
couro e peles e de cola animal�
15
Tipos de empreendi-
mentos
Descrição
Indústria química Qualquer atividade ou ramo 
ligado à indústria química, 
incluindo fabricação de fertilizan-
tes e agroquímicos; de produtos 
farmacêuticos e veterinários; de 
sabões, detergentes e velas; de 
perfumarias e cosméticos;de ál-
cool etílico, metanol e similares; 
entre outras atividades�
Indústria de produtos 
de matéria plástica
Fabricação de laminados plás-
ticos e de artefatos de material 
plástico.
Indústria têxtil, de 
vestuário, calçados e 
artefatos de tecidos
Beneficiamento de fibras têxteis, 
vegetais, de origem animal e sin-
téticos; fabricação e acabamento 
de fios e tecidos; tingimento, es-
tamparia e outros acabamentos 
em peças do vestuário e artigos 
diversos de tecidos e fabricação 
de calçados e componentes para 
calçados�
Indústria de produtos 
alimentares e bebidas
Qualquer atividade ou ramo 
ligado à indústria de alimentos e 
bebidas, incluindo beneficiamen-
to, moagem, torrefação e fabri-cação de produtos alimentares; 
matadouros, abatedouros, frigorí-
ficos, charqueadas e derivados 
de origem animal; fabricação de 
conservas; preparação de pesca-
dos e fabricação de conservas 
de pescados; entre outros�
Indústria de fumo Fabricação de cigarros/charu-
tos/cigarrilhas e outras ativida-
des de beneficiamento do fumo.
16
Tipos de empreendi-
mentos
Descrição
Obras civis Qualquer obra relacionada à 
construção civil, o que inclui 
também demolições�
Serviços de utilidade Produção de energia termoelétri-
ca; transmissão de energia elé-
trica; estações de tratamento de 
água; interceptores, emissários, 
estação elevatória e tratamento 
de esgoto sanitário; tratamen-
to de destinação de resíduos 
industriais líquidos e sólidos; 
tratamento/disposição de resí-
duos especiais de agroquímicos 
e suas embalagens; tratamento 
e destinação de resíduos sóli-
dos urbanos, inclusive aqueles 
provenientes de fossas; draga-
gem e derrocamentos em corpos 
d’água e recuperação de áreas 
contaminadas ou degradadas�
Transporte, terminais e 
depósitos
Qualquer atividade ligada ao 
transporte, seja de cargas ou de 
pessoas; terminais de minério, 
petróleo e derivados e produtos 
químicos; depósitos de produtos 
químicos e produtos perigosos�
Empreendimentos e 
atividades de turismo
Hotéis, parques, pousadas e 
qualquer outra atividade que 
esteja relacionada ao turismo ou 
lazer�
Atividades 
agropecuárias
Florestamento, reflorestamento, 
caça, pesca, criação de ani-
mais, granjas, toda e qualquer 
atividade que se insira no ramo 
agropecuário.
17
Tipos de empreendi-
mentos
Descrição
Uso de recursos 
naturais
Silvicultura; exploração econômi-
ca da madeira ou lenha e subpro-
dutos florestais; atividade de ma-
nejo de fauna exótica e criadouro 
de fauna silvestre; utilização do 
patrimônio genético natural; ma-
nejo de recursos aquáticos vivos; 
introdução de espécies exóticas 
e/ou geneticamente modifica-
das; uso da diversidade biológica 
pela biotecnologia�
Tabela 1: Tipos de empreendimentos e atividades que precisam de li-
cenciamento ambiental. Fonte: Anexo I, Resolução CONAMA Nº 237/97
O primeiro passo do licenciamento ambiental é re-
alizar o levantamento das atividades passíveis de 
licenciamento, pois, segundo o artigo 10 da Política 
Nacional do Meio Ambiente, lei 6938/81, e a lei 
complementar 140/2011, somente deverão ser li-
cenciadas as atividades que podem causar impacto 
ambiental�
Dessa forma, podemos dividir as fases passíveis de 
licenciamento em três grandes grupos: o primeiro 
grupo são as atividades que utilizam recursos natu-
rais; o segundo grupo são as atividades e empreendi-
mentos com potencial ou efetivamente poluidores e o 
terceiro grupo são as atividades e empreendimentos 
que, sob qualquer forma, causem degradação ao 
meio ambiente�
18
A primeira categoria são aquelas atividades e empre-
endimentos que utilizam dos recursos naturais para 
o desenvolvimento de suas atividades principais�
Por exemplo, imagine um rio que tem um grande 
potencial hidrelétrico, no qual uma determinada 
empresa pretende se instalar próxima para usufruir 
de sua grande capacidade de geração de energia 
elétrica� Essa atividade de transformar o potencial 
hidráulico do rio em energia elétrica é considerada 
uma atividade passível de licenciamento ambiental, 
simplesmente por utilizar esse recurso natural, que 
é a água.
Da mesma forma aconteceria com as usinas eólicas 
que utilizam o vento e as atividades de agricultura 
que utilizam o solo para o desenvolvimento de suas 
atividades� Entre outras tantas atividades e empre-
endimentos que se enquadram nessa categoria�
A segunda categoria são as atividades e empreendi-
mentos com potencial ou efetivamente poluidores, 
ou seja, aqueles que mesmo não utilizando o recurso 
natural podem emitir algum resíduo sólido, líquido 
ou gasoso, alguma radiação, como luz ou calor, ou 
qualquer tipo de energia que é capaz de prejudicar 
o meio ambiente de forma geral� A empresa ou ativi-
dade nessa categoria necessita de uma autorização 
do órgão ambiental responsável.
Podemos citar especialmente as atividades como 
os postos de combustíveis, pois geralmente é feito o 
armazenamento dos combustíveis em tanques sub-
terrâneos, sendo, dessa forma, categorizado como 
19
atividade de grande potencial poluidor� Uma eventual 
ruptura desses tanques pode causar a contaminação 
de todo o solo e das águas subterrâneas, entre outros 
impactos ambientais�
A terceira grande categoria são as atividades e em-
preendimentos que, sob qualquer forma, causem 
degradação ao meio ambiente� Nessa categoria 
estão aquelas atividades e empreendimentos que 
executam alguma ação que provoque degradação 
ambiental, ou seja, que altere a sua natureza ou cons-
tituição� Essas atividades também são obrigadas a 
licenciar� Geralmente atividades que causam degra-
dação ambiental são aquelas que estão associadas 
à poluição�
Também pode ocorrer – por outros fatores como 
o uso inadequado ou excessivo do recurso natural, 
provocando, por exemplo, o desmatamento, a ero-
são ou o assoreamento – a alteração do equilíbrio 
biológico, entre outros impactos�
Dentre essas atividades, podemos citar a geração de 
energia, a construção civil, a exploração florestal, a 
pecuária, a agricultura e atividades que possam se 
enquadrar dentro dessa categoria�
Objetivos e prazos das licenças 
ambientais
Para não tornar os estudos em torno do projeto 
totalmente desatualizados frente ao contexto am-
20
biental que o cerca, tais como os fatores humanos, 
biológicos, físicos e químicos, a Resolução CONAMA 
237/97 fixou prazos gerais de início e conclusão para 
a instalação e mínimo e máximo para a operação da 
atividade poluidora�
Então, deve ficar claro que cada licença ambiental 
tem um prazo de licença determinado, sendo tais 
prazos os seguintes:
a) Licença prévia (LP): o prazo de validade deverá 
ser, no mínimo, o previsto pelo cronograma e no 
máximo cinco anos;
b) Licença de instalação (LI): o prazo de validade 
deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo crono-
grama e no máximo seis anos;
c) Licença de operação (LO): o prazo de validade 
deverá considerar os planos de controle ambiental e 
será no mínimo quatro anos e no máximo dez anos.
A licença poderá ser renovada, afinal não teria 
sentido, por exemplo, um empreendedor construir 
uma indústria, operar durante quatro ou no máxi-
mo dez anos e depois ter de suspender todas suas 
atividades�
Então, é possível a empresa ou atividade fazer a re-
novação do seu licenciamento ambiental�
Mas, afinal, como é que funciona essa renovação?
A Resolução CONAMA 237/97 e a Lei complementar 
140/2011 dispõem que a renovação de licença de 
21
operação deverá ser requerida com a antecedência 
mínima de 120 dias�
Assim que a empresa realizar a solicitação, terá a 
prorrogação automática da sua licença de operação 
até a manifestação definitiva do órgão ambiental 
competente� Essa operação ocorre porque o empre-
endedor não pode ser punido ou penalizado por uma 
morosidade da administração pública�
O empreendedor, ao requerer a renovação dentro do 
prazo especificado pela legislação ambiental, está 
cumprindo o seu papel, a sua obrigação� Agora, cabe 
ao órgão ambiental avaliar esse pedido e, enquanto 
isso, ficará o prazo prorrogado da licença de opera-
ção e a empresa continuará em atividade.
Cabe aqui uma ressalva, pois, segundo o disposto no 
artigo 19 da Resolução CONAMA 237/97, o órgão pú-
blico competente poderá revogar a licença ambiental 
antes concedida, mediante decisão fundamentada�
Para tanto, deverão ser observadas as seguintes 
hipóteses: violação ou inadequação de quaisquer 
condicionantes ou normas legais; omissão ou falsa 
descrição de informações relevantes que subsidia-
ram a expedição da licença; superveniência de graves 
riscos ambientais e de saúde�
22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você deve ter aprendido que o licenciamento é um 
instrumento administrativo de prevenção e controle 
ambiental, pormeio do qual se visa a conciliação do 
desenvolvimento econômico com a proteção am-
biental� O licenciamento ambiental, apesar de ser 
um processo complexo, é dividido em cinco fases 
que acontecem por meio de um regular processo 
administrativo�
Ressalta-se que o licenciamento tem como pressu-
posto outro instrumento, que é a avaliação de im-
pacto ambiental, por meio do qual o licenciamento 
procura antecipar a visibilidade do impacto daquela 
atividade sobre o meio ambiente, com o propósito 
de condicionar a licença ao conjunto de alternativas 
previstas para a minimização das transformações 
que serão causadas ao meio ambiente�
Deve ficar claro para você que os licenciamentos 
prévio, de instalação e de operação são indepen-
dentes entre si e que existe uma certa estabilidade 
temporal, como meio termo entre a precariedade 
total da simples autorização e do caráter definitivo 
do licenciamento tradicional de atividades não polui-
doras, degradadoras ou que se utilizam de recursos 
naturais em abundância�
Enfim, a criação do licenciamento ambiental por ór-
gão foi o meio de conciliar o desenvolvimento das ati-
vidades humanas com o respeito ao meio ambiente�
23
SÍNTESE
É um ato administrativo e tem como objetivo 
estabelecer as condições, as restrições e as 
medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor
Licença Ambiental
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Requerimento administrativo;
Avaliação de impacto ambiental exigida pelo 
órgão ambiental;
Parecer conclusivo do órgão ambiental 
competente;
Fases Licenciamento 
Realização ou dispensa de audiência pública;
Concessão da licença ambiental.
Licença prévia (LP):
concedida na fase preliminar e aprovará 
localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental;
Licença de instalação (LI):
autoriza a instalação, conforme os planos, 
programas e projetos aprovados, inclui 
medidas de controle ambiental;
Licença de operação (LO):
autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento.
Espécies de Licenças
Licença prévia (LP):
validade deve ser no mínimo o previsto pelo 
cronograma e no máximo cinco anos;
Licença de instalação (LI):
validade deverá ser no mínimo o estabelecido 
pelo cronograma e no máximo seis anos;
Licença de operação (LO):
será no mínimo quatro anos e no
máximo dez anos
Prazos de Licenças
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[Biblioteca Virtual].
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	Licenciamento ambiental
	Fases principais do licenciamento
	Atividades sujeitas ao licenciamento
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	Considerações finais
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