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LICENCIAMENTO E MANEJO AMBIENTAL E-book 3 Reny Aparecida Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ���������������4 Fases principais do licenciamento �������������������������5 Atividades sujeitas ao licenciamento ������������������ 14 Objetivos e prazos das licenças ambientais ������� 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 23 SÍNTESE �������������������������������������������������������24 2 INTRODUÇÃO O licenciamento ambiental é um instrumento que o órgão ambiental executa para empreendimentos que de algum modo poderão causar degradação ambiental� O objetivo é o de monitorar e controlar o meio ambiente e manter o equilíbrio econômico, ambiental e social. Neste módulo você ficará saben- do a respeito das fases principais do licenciamento ambiental. Também irá aprender sobre as espécies de licenciamento e quais atividades estão sujeitas ao licenciamento ambiental e, finalmente, saberá quais são os objetivos e prazos das licenças ambientais”� 3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente e esse ins- trumento tem um objetivo de monitorar e manter o controle do meio ambiente para que se tenha um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e um meio ambiente ecologicamente equilibrado� Ou seja, promovendo o desenvolvimento sustentável. Portanto, o licenciamento ambiental é um procedi- mento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, seja um órgão federal como o IBAMA, um órgão estadual ou municipal, licencia a instala- ção, a ampliação, a modificação e a operação de atividades e empreendimentos que, de alguma forma, causem ou possam causar degradação ambiental� O licenciamento está previsto em vários níveis de competência, seja municipal, estadual ou federal� O âmbito em que será emitido dependerá do porte ou do impacto ocasionado pelo empreendimento ou atividade (DIAS, 2017)� Como é um procedimento complexo, o licenciamento ambiental exige um desenvolvimento contínuo por meio de fases bem definidas, inseridas em processo regular administrativo� 4 Fases principais do licenciamento Licenciamento ambiental é um procedimento ad- ministrativo, um processo, um conjunto de fases, composto por várias etapas. As principais fases que compõem o licenciamento ambiental são as seguintes: ● 1ª fase do licenciamento: É a fase do requerimento administrativo realizado pelo interessado ou pela empresa interessada, e da publicação desse requerimento em órgão oficial de imprensa pela unidade ambiental competente com atribuição específica. ● 2ª fase do licenciamento: Esta é a fase na qual o órgão ambiental competente exige a avaliação de impacto ambiental necessária para aquela atividade considerada como fonte de poluição, ou fonte de degradação, ou de utilização excessiva de recursos ambientais� Poderá ser uma avaliação específica para determi- nada atividade (como a mineração), ou avaliações menos complexas que o estudo de impacto ambien- tal, caso não esteja prevista a atividade como sendo de significativo impacto ambiental. Agora, caso seja comprovado o impacto ambiental significativo, será exigido obrigatoriamente o EIA/ RIMA� Em seguida, após ser atendida a exigência da 5 avaliação de impacto ambiental, há a convocação geral para qualquer interessado que possa pretender uma audiência pública� ● 3ª fase do licenciamento: Esta fase é composta pela realização ou dispensa de audiência pública� ● 4ª fase do licenciamento: Esta fase é composta pela realização do parecer conclusivo do órgão ambiental competente� ● 5ª fase do licenciamento: Esta é a fase em que acontece a concessão da li- cença ambiental propriamente dita, finalizando o processo de licenciamento ambiental� Porém, até chegar a essas fases, o processo de li- cenciamento no Brasil levou um bom tempo para consolidar a atuação dos órgãos ambientais dentro do licenciamento ambiental� O licenciamento ambiental no Brasil O licenciamento ambiental é um dos mais importan- tes mecanismos de controle porque é por meio dele que o Poder Público cria limites e condições para o exercício de um empreendimento ou atividade� No entanto, o licenciamento ambiental no Brasil pas- sou por um processo de evolução bem longo até chegar à atual conformação� Por exemplo, no âmbito federal, as autorizações para desmatamento, para 6 caça e pesca em florestas remanescentes já estavam previstas no Código Florestal de 1965� Para você ter uma ideia, o licenciamento antecede a própria Constituição Federal de 1988, pois o licen- ciamento foi instituído pela Lei 6.938/81, que criou a Política Nacional do Meio Ambiente� Na verdade, alguns estados iniciaram a expedição de licenças para o exercício de atividades com interferências no meio ambiente ainda na década de 1970� No Rio de Janeiro, o Decreto-Lei 134/1975 tornou “obrigatória a prévia autorização para operação ou funcionamento de instalação ou atividades real ou potencialmente poluidoras”� Por outro lado, o Decreto 1633/77 instituiu o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, com a previsão de três tipos de licenças que são estipuladas pela legislação fede- ral ambiental atualmente: a Licença Prévia, a Licença de Instalação e a Licença de Operação� No estado de São Paulo foi criada a Lei Estadual 997/76, em que foi instituído o Sistema de Prevenção e Controle da Poluição do Meio Ambiente, que previa dois tipos de licenças: de instalação e de funcionamento� Os licenciamentos dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo eram aplicados para fontes de polui- ção de atividades predominantemente industriais e alguns projetos urbanos, tais como aterros de resí- duos e loteamentos� 7 Esses sistemas de licenciamento sofreram adapta- ções com a incorporação da AIA à legislação brasi- leira, tanto no campo de aplicação, quanto no tipo de análise. Em relação às adaptações ao campo de aplicação, deixaram de analisar somente atividades poluidoras, aplicando-se também às atividades que utilizam re- cursos ambientais ou que possam causar degrada- ção ambiental� Quanto às adaptações em relação ao tipo de análise, foram incluídos os efeitos sobre a biota e impactos sociais, entre outros, não mais abrangendo somente emissões de poluentes e sua dispersão no meio� Isso representou um avanço qualitativo na gestão ambiental, ressaltando-se o caráter preventivo al- cançado por meio da incorporação da avaliação de impactos ao licenciamento ambiental� Porém, para entender o licenciamento ambiental, você deve compreender três passos fundamentais: 1. Identificar quais atividades ou empreendimentos estão sujeitos ao processo de licenciamento ambien- tal, ou seja, nem todas as atividades ou empreendi- mentos serão submetidos ao licenciamento� 2. O órgão ambiental, ao identificar essas atividades, autorizará a sua instalação ou o seu pleno funciona- mento, desde que esteja de acordo com as normas e leis ambientais� 8 3. O órgão ambiental monitorará o pleno funciona- mento dessas atividades ou empreendimentos, para que continue executando as medidas de controle ambiental estabelecidas pelo órgão ambiental, assim prevenindo o meio ambiente de grandes impactos� No nosso licenciamento ambiental ordinário, que é o licenciamento comum, temos o sistema trifásico, composto por uma licença prévia, uma licença de instalação e uma licença de operação, segundo o Decreto 99274/90. Espécies de licenças ambientais Mas, afinal, qual é a diferença entre licença e licen- ciamento ambiental? Licenciamento ambiental é um procedimento admi- nistrativo e sua finalidade é licenciar a localização, a instalação, a operação e a ampliação de empreen- dimentos ou atividades que possam causar degra- dação ambiental� Por outro lado, licença ambiental é um ato adminis- trativo e tem como objetivo estabelecer as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental quedeverão ser obedecidas pelo empreendedor� Podendo ser este empreendedor pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado� A licença ambiental tem o objetivo de atestar se as atividades desenvolvidas pelo empreendimento estão de acordo com as leis e normas ambientais, além das questões sociais� 9 Para você saber mais sobre como são tratadas as questões sociais no processo de licenciamento am- biental, atente-se ao podcast a seguir� Podcast 1 Como o licenciamento atinge uma grande varieda- de de atividades e empreendimentos, consequen- temente demandará de uma grande diversidade de projetos, planos, programas e estudos ambientais para as mais diferentes áreas de conhecimento para subsidiar a emissão da licença ambiental� Para o licenciamento de uma atividade efetiva ou potencialmente poluidora, é necessário dividir o ato administrativo, desde que delimitado, de condições mínimas impostas pelo órgão ambiental na própria avaliação de impacto ambiental realizada� Desta forma, o ato de licenciamento final propriamen- te dito é composto das seguintes licenças, conforme o artigo 8º da Resolução CONAMA 237/97: 4. Licença prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, na qual são aprovadas a sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental� Estabelece os re- quisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; 5. Licença de instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e 10 https://famonline.instructure.com/files/168649/download?download_frd=1 projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, que deverão ser atendidas pelo empreendedor; 6. Licença de operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento do que consta nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes que deverão ser cumpridas para a operação� A licença prévia (LP) e a licença de instalação (LI) são concedidas preliminarmente, enquanto a licença de operação (LO) é concedida em caráter final. Vale a pena ressaltar que a LO só será concedida após o ór- gão ambiental verificar se foram cumpridas todas as exigências anteriores, ou seja, após o cumprimento de todas exigências previstas nas licenças anteriores� Tais licenças poderão ser concedidas por órgãos públicos, cujos prazos poderão ser restringidos, de acordo com o tipo da atividade ambiental licenciada� As competências do licenciamento ambiental, segun- do a Resolução CONAMA 237/97 e complementada pela Lei complementar 140/2011, são as seguintes: ● Federal: quando a atividade ou empreendimen- to está localizado em mais de um estado ou país; quando se refere à energia nuclear ou material radio- ativo; bases militares ou de caráter militar; áreas de fronteira; mar territorial; terras indígenas e unidade de conservação federal (exceto Áreas de Proteção Ambiental); 11 ● Estadual: quando a atividade ou empreendimento está localizado em mais de um município, com res- salvas às competências federal e municipal; ● Municipal: quando a atividade ou empreendimento causem impacto local, definido pelos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente (CONSEMA) e, em uni- dades de conservação municipal, exceto APAs� Os empreendimentos ou atividades só poderão ser licenciados ambientalmente por um ente federado, segundo a Lei Complementar 140/2011, porém, os demais entes poderão se manifestar dentro dos pra- zos e procedimentos da lei FIQUE ATENTO Conforme a Resolução CONAMA 237/97, em seu parágrafo 5º, o órgão ambiental do estado ou do Distrito Federal realizará o licenciamento após considerar o exame técnico procedido pelos ór- gãos ambientais dos municípios em que se loca- lizar a atividade ou empreendimento� 12 Os procedimentos para o licenciamento ambiental estão esquematizados na Figura 1: Consulta Relatório ambiental preliminar Estudo ambiental Simplificado Termo de Referência Licença Prévia Licença de Instalação Licença de Instalação EIA/RIMA Audiência Pública Consema Parecer Técnico Figura 1: Procedimentos para licenciamento ambiental Fonte: CETESB (2003) Vale a pena ressaltar-se que existem atividades e empreendimentos específicos que podem exigir mais licenças do que as ordinárias. Por exemplo, na in- dústria de petróleo e gás deverão ter outros tipos de licenças, como a licença prévia para pesquisa e a licença prévia para perfuração, entre outras� 13 Se for uma concessão florestal, haverá somente a licença prévia e a licença de operação, não haverá a licença de instalação� Porém, deve-se ter em mente que após a atividade ou empreendimento ter conseguido a autorização para sua instalação, operação ou ampliação, entra a fase de monitoramento� Cada licença obtida pelo empreendimento vem com um conjunto de condições para que estas funcionem de acordo com as normas e legislação ambiental vigente, sendo que o órgão ambiental sempre acom- panhará essas condições para que sejam efetivadas. O órgão ambiental geralmente estabelece que o empreendimento deve apresentar um relatório pe- riodicamente, comprovando as condicionantes da licença obtida� Além do monitoramento constante por meio de fiscalização e denúncias apresentadas pela população quando houver crime ambiental� Para saber mais, acesse o podcast a seguir� Podcast 2 Atividades sujeitas ao licenciamento A Resolução CONAMA nº 237/97, em seu Anexo 1, apresenta uma lista de empreendimentos e ativida- des que estão sujeitas ao licenciamento ambiental� 14 https://famonline.instructure.com/files/168650/download?download_frd=1 Porém, o órgão ambiental competente é que irá de- finir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação desse anexo� Lembre-se de que sempre deverão ser levadas em consideração as especificidades dos empreendimentos ou atividades, os riscos ambientais, o porte e outras características� Conheça alguns tipos de empreendimentos e ativi- dades que precisam de licenciamento ambiental, descritos a seguir: Tipos de empreendi- mentos Descrição Extração e tratamento de minerais Qualquer atividade ou ramo ligado à mineração, incluido a ex- tração de areia e a captação de água em poços tubulares muito profundos� Indústria de papel e celulose Fabricação de celulose e pasta mecânica; de papel e papelão; de artefatos de papel, papelão, car- tolina, cartão e fibra prensada. Indústria de borracha Beneficiamento de borracha natural; fabricação de câmara de ar e recondicionamento de pneu- máticos; de laminados e fios de borracha; de espuma de borra- cha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex. Indústria de couros e peles Secagem e salga de couros e peles; curtimento e outras prepa- rações de couros e peles; fabri- cação de artefatos diversos de couro e peles e de cola animal� 15 Tipos de empreendi- mentos Descrição Indústria química Qualquer atividade ou ramo ligado à indústria química, incluindo fabricação de fertilizan- tes e agroquímicos; de produtos farmacêuticos e veterinários; de sabões, detergentes e velas; de perfumarias e cosméticos;de ál- cool etílico, metanol e similares; entre outras atividades� Indústria de produtos de matéria plástica Fabricação de laminados plás- ticos e de artefatos de material plástico. Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sin- téticos; fabricação e acabamento de fios e tecidos; tingimento, es- tamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos e fabricação de calçados e componentes para calçados� Indústria de produtos alimentares e bebidas Qualquer atividade ou ramo ligado à indústria de alimentos e bebidas, incluindo beneficiamen- to, moagem, torrefação e fabri-cação de produtos alimentares; matadouros, abatedouros, frigorí- ficos, charqueadas e derivados de origem animal; fabricação de conservas; preparação de pesca- dos e fabricação de conservas de pescados; entre outros� Indústria de fumo Fabricação de cigarros/charu- tos/cigarrilhas e outras ativida- des de beneficiamento do fumo. 16 Tipos de empreendi- mentos Descrição Obras civis Qualquer obra relacionada à construção civil, o que inclui também demolições� Serviços de utilidade Produção de energia termoelétri- ca; transmissão de energia elé- trica; estações de tratamento de água; interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário; tratamen- to de destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos; tratamento/disposição de resí- duos especiais de agroquímicos e suas embalagens; tratamento e destinação de resíduos sóli- dos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas; draga- gem e derrocamentos em corpos d’água e recuperação de áreas contaminadas ou degradadas� Transporte, terminais e depósitos Qualquer atividade ligada ao transporte, seja de cargas ou de pessoas; terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos; depósitos de produtos químicos e produtos perigosos� Empreendimentos e atividades de turismo Hotéis, parques, pousadas e qualquer outra atividade que esteja relacionada ao turismo ou lazer� Atividades agropecuárias Florestamento, reflorestamento, caça, pesca, criação de ani- mais, granjas, toda e qualquer atividade que se insira no ramo agropecuário. 17 Tipos de empreendi- mentos Descrição Uso de recursos naturais Silvicultura; exploração econômi- ca da madeira ou lenha e subpro- dutos florestais; atividade de ma- nejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre; utilização do patrimônio genético natural; ma- nejo de recursos aquáticos vivos; introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modifica- das; uso da diversidade biológica pela biotecnologia� Tabela 1: Tipos de empreendimentos e atividades que precisam de li- cenciamento ambiental. Fonte: Anexo I, Resolução CONAMA Nº 237/97 O primeiro passo do licenciamento ambiental é re- alizar o levantamento das atividades passíveis de licenciamento, pois, segundo o artigo 10 da Política Nacional do Meio Ambiente, lei 6938/81, e a lei complementar 140/2011, somente deverão ser li- cenciadas as atividades que podem causar impacto ambiental� Dessa forma, podemos dividir as fases passíveis de licenciamento em três grandes grupos: o primeiro grupo são as atividades que utilizam recursos natu- rais; o segundo grupo são as atividades e empreendi- mentos com potencial ou efetivamente poluidores e o terceiro grupo são as atividades e empreendimentos que, sob qualquer forma, causem degradação ao meio ambiente� 18 A primeira categoria são aquelas atividades e empre- endimentos que utilizam dos recursos naturais para o desenvolvimento de suas atividades principais� Por exemplo, imagine um rio que tem um grande potencial hidrelétrico, no qual uma determinada empresa pretende se instalar próxima para usufruir de sua grande capacidade de geração de energia elétrica� Essa atividade de transformar o potencial hidráulico do rio em energia elétrica é considerada uma atividade passível de licenciamento ambiental, simplesmente por utilizar esse recurso natural, que é a água. Da mesma forma aconteceria com as usinas eólicas que utilizam o vento e as atividades de agricultura que utilizam o solo para o desenvolvimento de suas atividades� Entre outras tantas atividades e empre- endimentos que se enquadram nessa categoria� A segunda categoria são as atividades e empreendi- mentos com potencial ou efetivamente poluidores, ou seja, aqueles que mesmo não utilizando o recurso natural podem emitir algum resíduo sólido, líquido ou gasoso, alguma radiação, como luz ou calor, ou qualquer tipo de energia que é capaz de prejudicar o meio ambiente de forma geral� A empresa ou ativi- dade nessa categoria necessita de uma autorização do órgão ambiental responsável. Podemos citar especialmente as atividades como os postos de combustíveis, pois geralmente é feito o armazenamento dos combustíveis em tanques sub- terrâneos, sendo, dessa forma, categorizado como 19 atividade de grande potencial poluidor� Uma eventual ruptura desses tanques pode causar a contaminação de todo o solo e das águas subterrâneas, entre outros impactos ambientais� A terceira grande categoria são as atividades e em- preendimentos que, sob qualquer forma, causem degradação ao meio ambiente� Nessa categoria estão aquelas atividades e empreendimentos que executam alguma ação que provoque degradação ambiental, ou seja, que altere a sua natureza ou cons- tituição� Essas atividades também são obrigadas a licenciar� Geralmente atividades que causam degra- dação ambiental são aquelas que estão associadas à poluição� Também pode ocorrer – por outros fatores como o uso inadequado ou excessivo do recurso natural, provocando, por exemplo, o desmatamento, a ero- são ou o assoreamento – a alteração do equilíbrio biológico, entre outros impactos� Dentre essas atividades, podemos citar a geração de energia, a construção civil, a exploração florestal, a pecuária, a agricultura e atividades que possam se enquadrar dentro dessa categoria� Objetivos e prazos das licenças ambientais Para não tornar os estudos em torno do projeto totalmente desatualizados frente ao contexto am- 20 biental que o cerca, tais como os fatores humanos, biológicos, físicos e químicos, a Resolução CONAMA 237/97 fixou prazos gerais de início e conclusão para a instalação e mínimo e máximo para a operação da atividade poluidora� Então, deve ficar claro que cada licença ambiental tem um prazo de licença determinado, sendo tais prazos os seguintes: a) Licença prévia (LP): o prazo de validade deverá ser, no mínimo, o previsto pelo cronograma e no máximo cinco anos; b) Licença de instalação (LI): o prazo de validade deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo crono- grama e no máximo seis anos; c) Licença de operação (LO): o prazo de validade deverá considerar os planos de controle ambiental e será no mínimo quatro anos e no máximo dez anos. A licença poderá ser renovada, afinal não teria sentido, por exemplo, um empreendedor construir uma indústria, operar durante quatro ou no máxi- mo dez anos e depois ter de suspender todas suas atividades� Então, é possível a empresa ou atividade fazer a re- novação do seu licenciamento ambiental� Mas, afinal, como é que funciona essa renovação? A Resolução CONAMA 237/97 e a Lei complementar 140/2011 dispõem que a renovação de licença de 21 operação deverá ser requerida com a antecedência mínima de 120 dias� Assim que a empresa realizar a solicitação, terá a prorrogação automática da sua licença de operação até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente� Essa operação ocorre porque o empre- endedor não pode ser punido ou penalizado por uma morosidade da administração pública� O empreendedor, ao requerer a renovação dentro do prazo especificado pela legislação ambiental, está cumprindo o seu papel, a sua obrigação� Agora, cabe ao órgão ambiental avaliar esse pedido e, enquanto isso, ficará o prazo prorrogado da licença de opera- ção e a empresa continuará em atividade. Cabe aqui uma ressalva, pois, segundo o disposto no artigo 19 da Resolução CONAMA 237/97, o órgão pú- blico competente poderá revogar a licença ambiental antes concedida, mediante decisão fundamentada� Para tanto, deverão ser observadas as seguintes hipóteses: violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidia- ram a expedição da licença; superveniência de graves riscos ambientais e de saúde� 22 CONSIDERAÇÕES FINAIS Você deve ter aprendido que o licenciamento é um instrumento administrativo de prevenção e controle ambiental, pormeio do qual se visa a conciliação do desenvolvimento econômico com a proteção am- biental� O licenciamento ambiental, apesar de ser um processo complexo, é dividido em cinco fases que acontecem por meio de um regular processo administrativo� Ressalta-se que o licenciamento tem como pressu- posto outro instrumento, que é a avaliação de im- pacto ambiental, por meio do qual o licenciamento procura antecipar a visibilidade do impacto daquela atividade sobre o meio ambiente, com o propósito de condicionar a licença ao conjunto de alternativas previstas para a minimização das transformações que serão causadas ao meio ambiente� Deve ficar claro para você que os licenciamentos prévio, de instalação e de operação são indepen- dentes entre si e que existe uma certa estabilidade temporal, como meio termo entre a precariedade total da simples autorização e do caráter definitivo do licenciamento tradicional de atividades não polui- doras, degradadoras ou que se utilizam de recursos naturais em abundância� Enfim, a criação do licenciamento ambiental por ór- gão foi o meio de conciliar o desenvolvimento das ati- vidades humanas com o respeito ao meio ambiente� 23 SÍNTESE É um ato administrativo e tem como objetivo estabelecer as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor Licença Ambiental LICENCIAMENTO AMBIENTAL Requerimento administrativo; Avaliação de impacto ambiental exigida pelo órgão ambiental; Parecer conclusivo do órgão ambiental competente; Fases Licenciamento Realização ou dispensa de audiência pública; Concessão da licença ambiental. Licença prévia (LP): concedida na fase preliminar e aprovará localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental; Licença de instalação (LI): autoriza a instalação, conforme os planos, programas e projetos aprovados, inclui medidas de controle ambiental; Licença de operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento. Espécies de Licenças Licença prévia (LP): validade deve ser no mínimo o previsto pelo cronograma e no máximo cinco anos; Licença de instalação (LI): validade deverá ser no mínimo o estabelecido pelo cronograma e no máximo seis anos; Licença de operação (LO): será no mínimo quatro anos e no máximo dez anos Prazos de Licenças Referências Bibliográficas & Consultadas BARSANO, P�R�; BARBOSA, R�P�; IBRAHIN, F�I�D� Legislação ambiental� São Paulo: Érica, 2014� [Minha Biblioteca]� BARSANO, P�R�; BARBOSA, R�P� Meio ambiente: guia prático e didático. 2 ed. São Paulo: Érica, 2013� [Minha Biblioteca]� BERTÉ, R.; SILVEIRA, A. L. Meio ambiente: cer- tificação e acreditação ambiental. Curitiba: InterSaberes, 2017. [Biblioteca Virtual]. BRAGA, B� et al� Introdução à engenharia ambien- tal: o desafio do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005� [Biblioteca Virtual]. BRASIL� Senado Federal� Constituição da República Federativa do Brasil� Brasília (DF): Centro Gráfico, 1988. BRASIL� Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providencias. Brasília (DF): Diário Oficial da República Federativa do Brasil ,1981� BRASIL� Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janei- ro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretri- zes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. 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