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Resumo Ciclo AlimentadoJejum

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Metabolismo no Estado 
Absortivo e Jejum: Uma Análise 
Detalhada
O metabolismo é um processo complexo que ocorre constantemente em nosso 
corpo, sendo fundamental para a manutenção da vida e do equilíbrio 
energético. Neste texto, vamos explorar em detalhes como o corpo lida com os 
nutrientes e energia durante os estados de absorção (pós-refeição) e jejum. 
Esses estados envolvem a atuação de órgãos como o fígado, o tecido adiposo, 
o tecido muscular e o encéfalo, bem como mudanças enzimáticas e hormonais.
Estado Absortivo: Processamento dos Nutrientes
O estado absortivo ocorre nas duas a quatro horas após uma refeição, quando 
o corpo está absorvendo os nutrientes do alimento. Durante esse período, 
ocorrem as seguintes mudanças:
Aumento da Glicose, Aminoácidos e Triglicerídeos (TAG)
Os carboidratos, proteínas e lipídios da comida são digeridos e absorvidos no 
trato gastrointestinal, resultando em um aumento da glicose sanguínea, 
aminoácidos (aa.) e triglicerídeos (TAG), que são transportados pelas 
quilomicras da mucosa intestinal.
Atividade do Pâncreas
O pâncreas secreta insulina e glucagon para regular os níveis de glicose no 
sangue. A insulina é liberada em resposta ao aumento da glicose após a 
refeição, estimulando a captação de glicose pelos tecidos.
Uso de Glicose como Combustível
Neste estado, os tecidos utilizam a glicose como principal fonte de combustível 
para gerar energia.
Mudanças Enzimáticas no Estado Alimentado
O metabolismo no estado alimentado é regulado por vários mecanismos que 
atuam em diferentes escalas de tempo:
Efeitos Alostéricos: As reações limitantes da velocidade metabólica são 
reguladas por alosteria, como a ativação da fosfofrutocinase-1 pela frutose-2,6-
bisfosfato na glicólise e a inibição da frutose-1,6-bisfosfatase pela mesma 
1.
Resumo: Ciclo Alimentado/Jejum
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bisfosfato na glicólise e a inibição da frutose-1,6-bisfosfatase pela mesma 
molécula.
Regulação por Modificação Covalente das Enzimas: Muitas enzimas são 
reguladas pela adição ou remoção de grupos fosfato, afetando sua atividade. A 
maioria das enzimas é ativa quando fosforilada.
2.
Indução e Repressão da Síntese de Enzimas: A síntese de novas enzimas pode 
ser induzida ou reprimida, alterando a quantidade de sítios ativos disponíveis.
3.
Fígado: Centro de Distribuição de Nutrientes
O fígado desempenha um papel crucial no processamento de nutrientes 
durante o estado absortivo, agindo como um centro de distribuição para o 
corpo. Algumas das principais funções do fígado incluem:
Metabolismo de Carboidratos
O fígado é um produtor líquido de glicose, produzindo mais glicose do que 
consome. Ele retém cerca de 60% da glicose absorvida da corrente sanguínea 
após uma refeição.
Aumento da Fosforilação da Glicose: A glicose é fosforilada pela glicocinase, 
tornando-se Glicose-6-Fosfato, o que aumenta sua afinidade pelo fígado.
•
Aumento da Síntese de Glicogênio: A ativação da glicogênio-sintase aumenta 
a síntese de glicogênio, armazenando glicose para uso futuro.
•
Aumento da Atividade da Via das Pentoses-Fosfato: Isso gera Glicose-6-
Fosfato e NADPH para lipogênese, contribuindo com cerca de 5 a 10% da 
glicose no fígado.
•
Metabolismo de Lipídios
Aumento da Síntese de Ácidos Graxos: Durante o estado absortivo, a síntese 
de ácidos graxos ocorre quando a oferta de energia da dieta supera as 
necessidades do corpo.
•
Aumento da Síntese de Triglicerídeos (TAG): Os TAGs são formados a partir 
de glicerol-3-fosfato (G3P) e ácidos graxos. O fígado empacota TAGs em VLDL 
(lipoproteínas de densidade muito baixa) e os envia para os músculos e o tecido 
adiposo.
•
Metabolismo de Aminoácidos
Aumento na Degradação de Aminoácidos: O fígado degrada aminoácidos em 
excesso e libera-os na corrente sanguínea para serem utilizados por outros 
tecidos.
•
Aumento na Síntese Proteica: Embora o músculo seja o principal local de 
armazenamento de proteínas, o fígado também aumenta a síntese proteica 
para repor as proteínas degradadas.
•
Tecido Adiposo: Depósito dos Estoques 
Energéticos
O tecido adiposo é fundamental no armazenamento de energia, sendo o 
segundo maior distribuidor de combustíveis após o fígado. Algumas das 
funções do tecido adiposo durante o estado absortivo incluem:
Metabolismo de Carboidratos
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Metabolismo de Carboidratos
Aumento do Transporte de Glicose: O tecido adiposo possui transportadores 
de glicose sensíveis à insulina, permitindo que ele capte glicose da corrente 
sanguínea.
•
Aumento da Glicólise: A glicólise ocorre no tecido adiposo, principalmente 
para a síntese de glicerol-fosfato, um componente dos triglicerídeos (TAG).
•
Aumento da Atividade da Via das Pentoses-Fosfato: Essa via gera NADPH 
usado na síntese lipídica. No entanto, em humanos, a síntese de ácidos graxos 
de novo não é uma fonte significativa de ácidos graxos.
•
Metabolismo de Lipídios
Aumento da Degradação de TAG: No estado absortivo, a lipase sensível a 
hormônio é ativada, resultando na hidrólise dos TAGs armazenados.
•
Aumento da Síntese de TAG: O tecido adiposo aumenta a síntese de TAGs 
devido à disponibilidade de glicerol-3-fosfato (G3P) e ácidos graxos.
•
Decréscimo na Captação de Ácidos Graxos
No estado absortivo, a atividade da lipase lipoproteica, responsável pela 
captação de ácidos graxos, é baixa, uma vez que os TAGs das lipoproteínas não 
estão disponíveis.
Tecido Muscular Esquelético no Estado Absortivo
O tecido muscular esquelético também passa por alterações no estado 
absortivo:
Metabolismo de Carboidratos
Aumento do Transporte de Glicose: O tecido muscular utiliza transportadores 
de glicose sensíveis à insulina para captação de glicose.
•
Aumento da Síntese de Glicogênio: Após o esgotamento das reservas de 
glicogênio durante o exercício, o músculo esquelético aumenta a síntese de 
glicogênio em resposta a uma maior disponibilidade de glicose-6-fosfato.
•
Metabolismo de Lipídios
Ácidos Graxos como Fonte de Energia: Em repouso, o tecido muscular 
esquelético consome aproximadamente 30% do oxigênio corporal, e em exercício 
intenso, esse valor pode aumentar para 90%. O músculo utiliza principalmente 
ácidos graxos como fonte de energia.
•
Metabolismo de Aminoácidos
Aumento na Síntese Proteica: Durante o estado absortivo, ocorre um aumento 
modesto na síntese proteica para substituir proteínas degradadas.
•
Aumento na Captação de Aminoácidos Ramificados: O músculo esquelético 
capta aminoácidos, como leucina, isoleucina e valina, para a síntese proteica e 
produção de energia.
•
O Encéfalo no Estado Absortivo
O cérebro é um órgão altamente ativo que depende principalmente da glicose 
como fonte de energia. Durante o estado absortivo, ele utiliza glicose como 
combustível, e seu funcionamento adequado requer que os níveis de glicose no 
sangue estejam dentro de um intervalo normal.
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Dependência da Glicose: O sistema nervoso central (SNC) é quase 
inteiramente dependente da glicose como fonte de energia. Se os níveis de 
glicose no sangue caírem abaixo de um certo limite, a função cerebral pode ser 
prejudicada.
•
Uso de Corpos Cetônicos: Durante o jejum prolongado, o cérebro pode 
começar a usar corpos cetônicos como fonte alternativa de energia, reduzindo 
sua dependência da glicose.
•
Visão Geral do Jejum
No estado de jejum, os níveis plasmáticos de glicose, aminoácidos e TAG 
começam a diminuir, enquanto a insulina diminui e o glucagon aumenta. Essas 
mudanças desencadeiam um período catabólico com prioridades nas trocas 
entre o fígado, o tecido adiposo, o músculo e o encéfalo.
Estoques Energéticos
Apenas cerca de um terço das proteínas corporais pode ser utilizada para a 
produção de energia, sem comprometer as funções vitais.
Mudanças Enzimáticas no Jejum
As mudanças enzimáticas no jejum geralmente são opostas às observadas no 
estado alimentado. No jejum, muitas enzimas sãopredominantemente 
desfosforiladas e, portanto, inativas.
O Fígado no Estado de Jejum
Manutenção da Glicose Sanguínea: O fígado é responsável por manter os 
níveis adequados de glicose no sangue, inicialmente por meio da degradação 
do glicogênio e posteriormente pela gliconeogênese.
•
Metabolismo de Lipídios: No jejum, ocorre uma maior oxidação de ácidos 
graxos no fígado, resultando em uma maior produção de energia.
•
Síntese de Corpos Cetônicos: O fígado sintetiza corpos cetônicos, como o 3-
hidroxibutirato, como resultado do aumento da oxidação de ácidos graxos. 
Esses corpos cetônicos são liberados na corrente sanguínea, mas o fígado não 
os utiliza como fonte de energia.
•
O Tecido Adiposo no Jejum
Degradação de TAG: No estado de jejum, a lipase sensível a hormônio é 
ativada no tecido adiposo, levando à degradação dos triglicerídeos 
armazenados.
•
Liberação de Ácidos Graxos: Ácidos graxos são liberados e transportados na 
corrente sanguínea, onde podem ser utilizados como fonte de energia por 
outros tecidos.
•
O Tecido Muscular Esquelético em Repouso no Jejum
Ácidos Graxos como Fonte de Energia: O tecido muscular esquelético utiliza 
principalmente ácidos graxos como fonte de energia durante o jejum.
•
Degradação de Aminoácidos: O músculo esquelético degrada aminoácidos 
em excesso, liberando-os na corrente sanguínea para serem utilizados por 
outros tecidos.
•
O Encéfalo no Jejum
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O Encéfalo no Jejum
Dependência de Glicose: O cérebro continua a depender principalmente da 
glicose como fonte de energia durante o jejum. No entanto, após um período de 
jejum prolongado, pode começar a usar corpos cetônicos como fonte alternativa 
de energia.
•
Os Rins no Jejum de Longa Duração
Os rins expressam enzimas envolvidas na gliconeogênese, ajudando a manter 
os níveis de glicose no sangue durante o jejum. Além disso, eles contribuem 
para a regulação do pH sanguíneo por meio da produção de corpos cetônicos e 
amônia.
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