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ATIVIDADES INICIAIS DA AUTORIDADE POLICIAL

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ATIVIDADES INICIAIS DA AUTORIDADE POLICIAL
RESUMO
O início do inquérito policial em casos de crimes de ação penal pública incondicionada pode se dar por meio de ofício ou requisição. Cada um desses procedimentos tem suas características distintas, visando estabelecer um processo eficiente de apuração de crimes.
OFÍCIO
Quando a autoridade policial inicia o inquérito por meio de um ofício, esse ato é formalizado através de uma peça denominada "Portaria". Nela, a autoridade declara sua ciência sobre a ocorrência de um fato criminoso. Essa ciência pode ocorrer de diversas maneiras, como por meio de cognição imediata, delatio criminis, notícia anônima (também chamada de "Notitia Criminis inqualificada") ou em situações de prisão em flagrante.
A Portaria deve conter esclarecimentos das circunstâncias conhecidas, incluindo detalhes como local, data, hora, nome do suspeito e as diligências preliminares que a equipe de investigação deve realizar. É importante ressaltar que o inquérito não pode ser instaurado quando não houver indícios de ilícito penal, falta de materialidade do fato ou quando já estiver configurada a extinção da punibilidade.
REQUISIÇÃO
Em situações em que os elementos necessários para oferecer uma denúncia não estão presentes, a autoridade pode requisitar a instauração do inquérito policial, conforme previsto no artigo 40 do CPP. Essa medida visa esclarecer os fatos por meio de diligências adicionais.
Ao receber a requisição, a autoridade deve providenciar a autuação do inquérito e pode determinar a realização de diligências para uma elucidação completa dos fatos. Embora não haja uma relação hierárquica entre as autoridades envolvidas, a recusa do Delegado de Polícia em atender a requisição pode configurar o crime de prevaricação, uma vez que ele não pode se eximir da instauração do inquérito, uma vez que isso é uma obrigação legal.
O professor Guilherme Nucci enfatiza que a requisição não deve ser confundida com uma ordem, pois nem o representante do Ministério Público nem o juiz possuem superioridade hierárquica sobre o delegado. A requisição é um requerimento fundamentado em lei, garantindo o cumprimento da norma e não a vontade particular do promotor ou magistrado.
CASOS DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
Em casos de crimes de ação penal pública condicionada, o inquérito pode ser iniciado por meio da representação do ofendido (ou seu representante) ou por requisição.
REPRESENTAÇÃO
Tanto o ofendido quanto seu representante legal ou procurador com poderes especiais podem solicitar à autoridade policial a instauração do inquérito policial. Esse requerimento deve conter informações como o nome do autor do delito e uma breve descrição dos eventos. Além disso, deve mencionar qualquer testemunha que deva ser ouvida.
A autoridade judiciária ou o Ministério Público só podem requisitar a instauração do inquérito se enviarem a representação juntamente com o pedido oficial.
É importante observar que a representação pelo ofendido só é possível se ele tiver 18 anos ou mais. O representante legal só pode fazer isso se o ofendido for menor de 18 anos ou, mesmo sendo maior de idade, for considerado incapaz.
REQUISIÇÃO NO CASO DE CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
Para casos de crimes de ação penal pública condicionada, o início do inquérito ocorre por meio de um requerimento do ofendido.
O requerimento do ofendido não se limita apenas a relatar o crime para que o Estado inicie a investigação e o julgamento. A pessoa que detém a titularidade da ação penal, ou seja, o ofendido ou seu representante, não apenas deve requerer a instauração do inquérito policial, mas também, após a conclusão da investigação, deve ter a iniciativa de dar início à ação penal.
É importante ressaltar que a iniciativa de ação penal pelo particular não significa que o acusado fique à mercê do ofendido, pois a constituição de provas é necessária antes de levar o caso ao tribunal.

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