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FACULDADE DE PAULINIA – FACP DIREITO ANDREWS ADORNO DA COSTA NATUREZA, CARACTERÍSTICAS E DESDOBRAMENTOS DO INQUÉRITO POLICIAL PAULINIA, DEZEMBRO DE 2020 ANDREWS ADORNO DA COSTA NATUREZA, CARACTERÍSTICAS E DESDOBRAMENTOS DO INQUÉRITO POLICIAL Trabalho de Conclusão Curso submetido à Faculdade de Paulínia como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Bacharel em Direito. Sob orientação do Professor Roberto Jose Daher. PAULINIA, 2020 Resumo Este trabalho vem com o tema a fim de esclarecer a origem do inquérito Policial, bem como, sua natureza, suas ramificações e suas diversas modificações ao decorrer do tempo. A monografia estará focada em esclarecer os pontos principais da temática que envolve este assunto, trazendo elementos de que o inquérito policial é uma ferramenta importante para a constatação e resolução de crimes. Destaca-se também que para muitos o Inquérito Policial embora possa não ser um meio obrigatório para a penalização do individuo que cometeu crime, seu fim é exclusivamente identificar e apresentar os elementos bem como trazer a tona o que efetivamente possa ter ocorrido. Principalmente demonstrar que o uso do inquérito policial é um braço do estado no intuito de promover o bem estar da população, para tanto aquele que deseja cometer um crime, tão logo, saberá que será investigado pelos agentes que compõe o inquérito Policial. Abstract This work come with the theme in order to clarify the origin of the Police Inquiry, as well as its nature, its ramifications, and its various modifications over time. The monograph will focus on clarifying the main points of the subject that surrounds this subject, bringing elements of which the police investigation is an important tool for the finding and resolutions of crimes. Its is also worth noting that for many the Police Inquiry may not be an obligatory means for penalizing the person who committed a crime, its purpose is exclusively to identify and present the elements as well as to bring to light what might actually have occurred. Mainly demonstrate that the use of the police investigation is an arm of the state in order to promote the well-being of the population, so that one who wishes to commit a crime, as soon, will know that will be investigated by the agents that compose the Police Inquiry Sumário 1. Introdução ....................................................................................................... 8 2. Origem do Inquérito Policial .......................................................................... 9 3. Natureza do inquérito Policial ..................................................................... 11 3.1. Provas Cautelares ................................................................................ 12 3.2. Provas Não Repetíveis ......................................................................... 13 3.3. Provas Antecipadas ............................................................................. 13 4. Características do Inquérito Policial ........................................................... 14 4.1. Sigiloso ................................................................................................. 14 4.2. Escrito .................................................................................................. 15 4.3. Inquisitivo ............................................................................................. 16 4.4. Dispensável .......................................................................................... 16 4.5. Cargo da Policia Judiciaria ................................................................... 16 5. Instauração Inquérito Policial ...................................................................... 16 5.1. Preservação de Lugar .......................................................................... 18 5.2. Apreensão de Objeto ........................................................................... 18 5.3. Oitiva do Ofendido ............................................................................... 19 5.4. Reconstituição do Crime ...................................................................... 20 5.5. Indiciamento ......................................................................................... 21 6. Prisões no Inquérito Policial ........................................................................ 22 6.1. Prisão Temporária ................................................................................ 23 6.2. Prisão Preventiva ................................................................................. 23 7. Conclusão ........................................................................................... 26 8. Referências Bibliográficas ............................................................... 28 8 1. Introdução A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 144 trás duas espécies de polícias as quais se classificam em polícia a preventiva, aquela em que a sua atuação é constante no intuito de prevenir que os crimes ocorreram desta forma atua se para quê após o crime cometido fica a rigor a polícia judiciária a elucidação por meio de investigação A fim de solucionar o ocorrido. O inquérito policial é privativo da polícia judiciária, na figura da autoridade policial, tido este como delegado da polícia civil ou policia federal, essa polícias tem um caráter repressivo, que significa que ela atua após o crime ter sido cometido. O Inquérito policial é atribuído em competência ao artigo 4º do Código de Processo Penal. Desta forma a polícia judiciária, Polícia Civil ou mesmo a Policial Federal tem essa nomenclatura para que ela possa auxiliar O Poder Judiciário, trazendo a ele elementos, provas, apresentando informações, para quê o judiciário pode estar convicto ao formalizar seu julgamento. O inquérito policial serve para que o Poder Judiciário não condene uma pessoa, tida como suspeita, mas sem provas que possam se concretizar na figura do autor do delito. 9 2. Origem do Inquérito Policial A sociedade em que vivemos, é harmônica, pelo fato de existir uma sensação de segurança pelo fato de que as forças policiais em sua grande maioria funcionam e demonstram resultados, satisfatórios, na sua prevenção e solução dos crimes. Ocorre muitas vezes que as falhas podem ocorrer, por se tratar de material humano, e o individuo comete o crime. Porém, com a existência do inquérito Policial, existem crimes e criminosos que insistem em praticar mal feitos e mal grados a sociedade, e para tanto sem o inquérito Policial auxiliando e desvendando criminosos a nossa sociedade não teria autonomia de viver em harmonia, não prosperaria por conta da insegurança que lhe causaria. Remetendo no passado, nos tempos babilônicos na época do século XVIII A.C, o código de Hamurabi, foi percussor do seguimento de um conjunto de leis, para que pudesse unificar a região, e continham em suas sistemática, para aqueles que cometiam crimes, uma legislação que punição, na medida em que seu crime era cometido, conhecida como Lei de Talião, uma rigorosa ferramenta entre crime e pena, ou seja, quando o crime ocorria utilizava-se desta lei, para que o individuo fosse penalizado, uma forma de compensar a vitima pelo que foi lesado. No Brasil, os primeiros passos do inquérito Policial, foram trazidos pelo decreto imperial 4.824/1.871, maistarde regulamentado pelo artigo 4º do Código de Processo Penal Brasileiro: Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria Muito se atribui a este instituto, posto que observando o passado, bem como, espelhando com o nosso presente, o interesse de criar uma legislação que apresente elementos de investigação para uma eventual condenação é a necessidade de apresentar provas, não se firmar somente em barruntar que o individuo veio a praticar mau grado contra vitima. 10 3. Natureza do Inquérito Policial É importante saber que o ordenamento jurídico no processo penal Brasileiro, é bifásico, ou seja, é dividido em duas fases. Na primeira fase temos a pré-processual que contempla a investigação, podendo chama-la de investigação preliminar ou mesmo investigação criminal. O inquérito policial é um procedimento administrativo, que possui desdobramentos, neste sentido não há contraditório, tão pouco ampla defesa, por se tratar de procedimento administrativo, pois, na constituição federal ela declama em seu artigo 5º, inciso LV : “Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” Desta forma, para que não haja confusão, sucintamente, a diferenciação entre Processo Administrativo e Procedimento Administrativo, restando nessas características do inquérito Policial, não contemplado pelo artigo 5º LV da Constituição Federal. Além disso, o inquérito Policial é inquisitório, bem como, todos os atos praticados nesse procedimento se concentram nas mãos da autoridade policial, digo, delegado de policial, ou seja, não conduzido por juiz. Quando se fala em policia Judiciaria é imperativo distinguir que não se trata de judiciário, ela somente presta auxilio ao Poder Judiciário, em âmbito estadual é conduzido pela Policial Civil, em matéria nacional, mandatário é a Policial Federal. O inquérito policial tem por base a colheita de elementos de informações da existência ou não de um crime e seu suposto autor, não se pode dizer que seja provas colhidas nesta fase, pois, quando se fala em provas, há de se falar em contraditório e amplo defesa, sendo assim, no ano de 2008, para que se diga que foi colhido provas deve ser passado pelo devido Processo legal, este sim presidido pela Poder Judiciário com magistrado togado, visando embasar o oferecimento de 11 eventual denuncia, “Opinio delicti”, para que o titular da Ação Penal de inicio a fase processual, ou seja, visa convencimento do Ministério Publico com base de elementos de informações colhidos no inquérito Policial. O Ministério Publico, em sua vez de titular da ação penal publica, poderá utilizar do Inquérito Policial, para embasamento do oferecimento da sua denuncia, pois os elementos colhidos no Inquérito, são suficientes para inicio da Ação Penal. Desta forma com o inicio da fase processual o representante do Poder Judiciário, mandatário do processo judicial, não poderá somente com base nos elementos colhidos protelar sentença, pois, o juiz estará restringindo o acusado do devido processo legal, suprimindo sua ampla-defesa e seu contraditório, artigo 155 Código Processo Penal: “Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Exclusivamente até pode o Juiz usar de elementos desde que corroborem com provas colhidas em meio judicial, com contraditório, pois somente com elementos de condenação não se pode condenar, mas se possuir provas com elementos de convicção, pode ser plausível para condenação do réu. Somente as provas podem fornecer a convicção para julgamento, pois, nelas se aplica elementos de contraditória e ampla defesa, desta forma os elementos que antes serviam somente para embasar o inicio da Ação Penal, neste momento após o crivo do contraditório, servirá também para condenação. A regra de fato é que no Inquérito Policial não se fornece provas, ou seja, não se fornece elementos crivados de contraditório afim de serem plausíveis para julgamento da ação penal. Entretanto, é de se consignar que existem três tipos de modalidades que destoam destas características de não serem meros elementos de convicção, que tem por sua finalidade serem provas colhidas durante a fase de Inquérito Policial, sendo estas exceções, cautelares, não repetíveis e antecipadas, 12 possuem o mesmo valor probatório em âmbito judicial, embora colhidas na fase pré- processual, podendo o juiz fazer uso destas para eventual condenação. No tocante a esta estas provas, produzidas em fase do Inquérito Policial, o artigo 155 do Código Processo Penal disserta: “Artigo 155 O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis .” A prova segundo Germano Marques Silva, tem por significado três características: “A – Prova como atividade probatória: ato ou complexo de atos que tendem a formar a convicção da entidade dissidente sobre a existência ou inexistência de uma situação fatual; B – Prova como resultado: a convicção da entidade dissidente formada no processo sobre a existência ou não de uma dada situação de facto; C – Prova como meio: instrumento probatório para formar aquela convicção.” Desta forma, fazendo um paralelo, com o artigo 155 do Código Processo Penal, temos que a prova colhida mesmo que em faze Pré-Processual (Inquérito Policial) é aceita na fase Processual, no momento da decisão do magistrado. A luz da Constituição Federal, sabidamente, o Estado, busca a verdade dos fatos, para aplicação do Direito quando lhe é imposto. Logo existe contraditório e ampla defesa ainda que postergado em três situações. 3.1. Provas Cautelares O devido processo legal percorre certo período, onde o estado utiliza deste tempo para formar convicção de suas ações, desta forma, muito tempo pode se passar até que a fase de Inquérito Policial venha se findar, toda via, As provas cautelares têm por definição, situações em que o perecimento do objeto é iminente, que dificultará a sua apreciação com o passar do tempo em 13 âmbito judicial, sendo assim, de modo urgente, se faz necessário sua utilização, para não se cause um prejuízo a verdade processual. Por exemplo, no caso de “Periculum in mora”, a testemunha esta enferma, acamada em um hospital sendo unicamente testemunha ocular do ocorrido, para que este não venha a óbito e a verdade acerca dos fatos se finde esta pessoa pode ser ouvida, antes da Ação Penal contemplada, até mesmo antes do Inquérito Policial. 3.2. Não Repetíveis Estas provas tem como essência o próprio contexto da expressão antevê, inibe uma repetição daquilo que já foi realizado. O exemplo dessa situação contextualiza-se em uma pericia ou laudo necroscópico, a situação que envolve o incidente demanda determinada pericia naquele local imediatamente, para levantar acontecimentos que se contemplaram na ação do crime ou do fato. Feito isto se dispensa a sua realização posterior, visto sua verificação já realizada exigida naquelemomento, sendo que ao realizar esta verificação, em momento futuro não serão obtidos os elementos do crime, por passar do tempo ou por conta de outras pessoas que fazem o uso deste local ou objeto. 3.3. Antecipadas Nesta teoria para embasar o entendimento a prova é condicionante aquele momento em especifico, posto que, passado a oportunidade de produção desta prova não será possível sua obtenção. Algumas provas necessitam de urgência para serem colhidas e por diversas vezes fica impossibilitado sua obtenção, tendo a luz do ocorrido unicamente fazendo com que o único momento de sua colheita seja baseado em um ato em um dia não determinado. Cita-se em exemplo uma “interceptação telefônica, em que o individuo esta manifestamente fazendo menção de tal ato ocorrido ou que ocorrerá”. 14 4. Características do Inquérito Policial O Inquérito Policial, é um procedimento administrativo inquisitório, tem por finalidade, colheita de elementos, para embasar a ação penal, trazendo consigo a luz da verdade dos fatos ocorridos, bem como, seus mentores e agentes que romperam os limites da convivência com a coletividade, praticando atos criminosos que de algum modo obstruíram o bem estar da sociedade. É certo que circundam entre este procedimento investigatório diversas características que o possibilitam trazer a veracidade dos fatos, presidido pela autoridade policial, delegado de policia. A autoridade judicial, na figura do juiz, atua no inquérito policial, para garantir os direitos constitucionais do acusado, para que nenhum direito ou garantia fundamentais sejam violados, para tanto, ele assegurará que os atos que estão sendo praticados são coesos e limitados a atuação e com sua autorização quando necessário. A obtenção de um elemento que pode servir com base para a ação penal tais como busca e apreensão, interceptação telefônica ou quebra de sigilos fiscais e bancários, deve ser solicitada pela Autoridade Policial, motivando a sua real necessidade para a Autoridade Judicial, que fará sua vez em autorizar ou não esta realização. 4.1. Sigiloso O Inquérito Policial é sigiloso e se faz necessário seu sigilo, posto que uma investigação deva ser pautada em atos que geram a suspeita de indivíduos que possam não ser citadas perante os atos administrativos executados, assim para que o individuo não saiba de que existe uma investigação em seu nome, bem como, este anonimato é garantido ao inquérito policial por essa característica. Um individuo pode ser investigado e por vezes a falta de elementos que o coloque na cena do crime é um resquício mínimo de evidencia, o autor, ciente desta investigação pode atrapalhar essa investigação e praticar atos que inviabilizem os trabalhos policiais. O sigilo também é fundamental para que notícias inverídicas a cerca de uma investigação possam ser apresentadas sem confirmação da Autoridade Policial. A 15 Impressa pode contextualizar uma situação e apresentar aos receptores destas informações fatos que não contribuem com a verdade, causando pânico e medo, ou mesmo, fatos verdadeiros, mas que ao autor poderia ser benéfico no decorrer da investigação, que pudesse fazer com que o sabedor destas informações acabe frustrando as investigações. Outrossim, é notório que o sigilo do Inquérito Policial, não é de interesse do publico em geral, dito isto, não se faz necessário que um cidadão qualquer tenha o animo do conhecimento a cerca de uma investigação policial em andamento. No decorrer da Investigação, melhor dizendo, no desenrolar do Inquérito Policial, a Autoridade Policial, colherá as informações reduzidas a termo de declarações, nesta etapa, ou mesmo, quando se trata de um flagrante delito, o suposto autor, ao ser ouvido, tem a prerrogativa de indicar um advogado que o acompanhará neste depoimento, porém, lhe é de direito que não se tenha a presença do advogado, abrindo mão, isto não inviabiliza nem anula suas declarações. O sigilo do Inquérito Policial é respaldado pelo Artigo 20 do Código Processo Penal o qual traz a seguinte redação: “Artigo 20 A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.” As atividades desenvolvidas pela Policia Judiciaria são de fato muito importante para que o Juiz tenha a devida convicção de que aquele julgamento será pautado no devido processo legal, bem como, a justiça para aquele que cometeu tal ato, sendo assim, um fato de que se requer um certo apelo da sociedade, ou um fato, que gerou grande repercussão deve ser minuciosamente averiguado, já que toda a sociedade estará voltada para os trabalhos policiais. 4.2. Escrito É de praxe alguns termos serem ditos no âmbito policial, dentre estes termos esta a expressão “reduzido a termo”, tem por seu significado nada menos que tudo que se fez em atos policiais deve ser elaborado em papel, para que fique registrado. 16 No Inquérito policial, a autoridade policial fará a colheita de informações, a oitiva de pessoas e tudo será reduzido a termo, logo, fica registrado que aquele ato foi realizado. Art. 9 o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 4.3. Inquisitivo O inquérito policial tem por esta característica que o individuo esta sob investigação e não há ampla-defesa nem contraditório, pois, o Inquérito Policial esta sendo elaborado provas em meio as circunstancias obtidas que serviram para base do processo judicial. Não há de se falar em não ser Inquisitivo pois no processo penal ressalvados as hipóteses o individuo não sofre penalizações. 4.4. Dispensável Sua matéria é dispensável, ele pode não ser aceito para base da ação penal, logo o judiciário poderá não escolher utiliza-lo para base processual, desta forma, ele se torna uma peça auxiliar não obrigatória. 4.5. Cargo da Policia Judiciaria Os trabalhos inerentes ao Inquérito Policial ficarão a cargo da Autoridade Policial, no caso, Policia Civil, que realizará a busca por provas de existência e indícios da autoria criminosa. 5. Instauração do Inquérito Policial O Inquérito Policial quando da sua instauração para apuração de um crime, não possui um rito obrigatório, ou seja, não tem um procedimento especifico a ser realizado, não tem critérios estabelecidos para ser realizado, não contempla em em lei, o Código não menciona rigorosamente os atos a serem seguidos. Essa afirmação é muito simples de ser entendida, por se tratar de uma fase 17 procedimental e não processual, com basicamente, atos discricionariedade da Autoridade Policial que preside efetivamente o Inquérito. Somente se rege pela legislação a forma de inicio do Inquérito policial, o seu desenvolvimento e sua finalização. Os artigos 4º e 5º do Código de Processo Penal servirão de um rol para base para que Inquérito Policial se inicie. A autoridade policial no exercício de sua atividade toma conhecimento da pratica de um crime e De Oficio, ele instaura o Inquérito Policial para devida apuração de devidos crimes, que procedem em Ação Penal Pública Incondicionada, porque não depende nenhuma condição especifica para o seu exercício. A instauração do Inquérito Policial se da através de uma peça, denominada Portaria, precedida pela “Noticia Crime”, diferentemente da queixa crime. O Juiz ou o representante do Ministério Publico, também de Oficio podem requisitar a Autoridade Policial a instauração do Inquérito Policial, tomados de conhecimento da prática do crime, por não terem atribuição para instauração do inquérito Policial, também crimes que procedem Ação Penal Publica Incondicionada. A vitima de determinado crime, também pode requerer a Instauração do Inquérito Policial. Trata-sede Requerimento do Ofendido, e existem dois momentos para que esta instauração seja requerida, ele legitimado para Ação Penal Publica Incondicionada e no caso dos crimes de Ação Penal Privada o ofendido pode requerer a instauração do inquérito policial em crime de ação penal privada se quiser não podendo a Autoridade praticar este ato por conta sem o consentimento e vontade do ofendido requerida. Entretanto, o requerimento do ofendido pode não haver crime, e a Autoridade Policial não instaurará por não ter o que ser apurado, cabendo recurso desta decisão. O requerimento do Ministro da Justiça, a autoridade deverá Instaurar Inquérito Policial, em crimes processados a Ação Penal Condicionada representação ou requisição, então não será instaurado sem que a possibilidade de condição seja realizada, pois, em crime que a Ação Penal Condicionada e o ofendido não requisitar, não haverá investigação. Pela lavratura do Auto de Prisão em Flagrante Delito, automaticamente se inicia o Inquérito Policial, havendo motivo para autoridade policial ratificar a voz de 18 prisão e determinar a lavratura do Auto de Prisão em desfavor de alguém, é para tanto motivo para investigação do crime. Não muito raro, os cidadão podem comparecer a uma Delegacia de Policia, para registrar ocorrências a fim de tentar utilizar desta “noticia crime” para reservar seu direito sobre determinar circunstancias. È notório que nas delegacias de policia, comparecem pessoas querendo forçar a resolução de uma contenda de reparação de danos ou mesmo pela pratica de um serviço que lhe desagradou. O cidadão comparece também na delegacia, para registrar uma informação a mando do Advogado ou orientado por este para que no futuro este registro da ocorrência também sirva de base para ensejar uma Ação Cível. Uma vez iniciado o inquérito policial, o Código de Processo Penal, o artigo 6º lista diversos atos que a autoridade policial realizará no curso do Inquérito Policial, da sua instauração. 5.1. Preservação do Local Tão logo tomado do conhecimento de prática criminosa ocorrida, a autoridade policial se dirigirá ao local dos fatos e cuidar para que a cena do crime não seja modificada, mesmo que não haja intenção de um curioso ou propriamente alterar o local do crime com intuito do criminoso não ser identificado, deste modo o perito deverá se atentar a detalhes mínimos e essa preservação de local é feita para garantir que os peritos possam realizar suas funções e obterem respostas da forma como que o crime foi cometido. Este trabalho de pericia identificará minuciosamente detalhes que contribuem para garantir que o autor do crime seja reconhecido. Preceitua o artigo 6º do Código de Processo Penal: Art. 6 o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 5.2. Apreensão de Objetos Outra incumbência da Autoridade Policial é a apreensão de todos os objetos que tiverem relação com o delito, após serem feitos os trabalhos de pericia nestes objetos. Esta contido no artigo 6º Inciso II, do Código de Processo Penal: 19 Art. 6 o “ ...” II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; Por ventura, no decorrer do processo os bens que não servirem mais ao interesse do Inquérito Policial, por não fazerem parte ou não forem peça significativa ao andamento do procedimento, será restituído aos seus devidos proprietários. Entretanto os objetos que forem peça do Inquérito Policial, também, terá sua guarda em poder do Estado no Processo Penal, podendo o poder judiciário fazer sua restituição ao proprietário se não interferir de algum modo no curso do processo. 5.3. Oitiva do Ofendido e do Indiciado A oitiva do ofendido, basicamente, é um norte para os processos de investigação, é através desta oitiva que a Autoridade Policial poderá colher elementos que possam contribuir para futuras ações que viabilizem a elucidação do crime e o responsável pelo seu cometimento. Este por sua vez relatará o detalhes e o máximo de informações acerca dos fatos. Conforme o artigo 6º, IV do Código de Processo Penal : Art. 6 o “ ...” II - ouvir o ofendido; Se for necessário, a autoridade policial encaminhará este ofendido, para que passe por exames, para apurar lesões físicas sofridas em consonância ao delito, procederá com reconhecimentos visuais onde o acusado será submetido a uma verificação do ofendido a fim de constatar que foi aquele individuo que cometeu o ato criminoso. Estabelecerá também acareações para que informações mais apuradas que não puderam ser identificadas na oitiva possam ser extraídas e confrontadas com as declarações dos envolvidos, ficando assim elucidadas as informações. Estas atividades consignam no artigo 6º, VI, VII do Código de Processo Penal Art. 6 o “ ...” 20 VI - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VII - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações É natural também que se ouça o indiciado para que a Autoridade Policial tome decisões a cerca das informações colhidas pelas declarações, auxiliando nas investigações. As declarações do indiciado devem seguir um rito, e obrigatoriamente deverá ser reduzida a termo, com a presença de duas testemunhas ao final assinadas, que presenciaram a leitura das declarações do indiciado, basicamente a oitiva do indiciado, será nos moldes do rito judicial, que os seus direitos sejam respeitados, podendo permanecer em silencio, a assistência de um advogado. Art. 6 o “ ...” II - ouvir o ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; A Autoridade Policial, no entanto, para assegurar que o individuo que esta sendo acusado seja aquela pessoa e não outro individuo assumindo a identidade do autor do crime colherá as impressões digitais do individuo e encaminhará esse material colhido, a um centro especializado que através do exame datiloscópico atestará que pertence ao acusado. Na negativa este individuo também responderá pelo crime de Falsidade Ideológica, artigo 299º Código Penal. Art. 6 o “. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Ainda que o individuo apresente seu documento e se identifique civilmente, em algumas hipóteses a lei 12.037/2009, define que ainda que um sujeito apresente um documento será cabível a sua identificação criminal. 5.4. Reconstituição do Crime http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#livroitituloviicapituloiii 21 A autoridade policial tem outro dispositivo como instrumento para investigação, que não esta contida no rol do artigo 6º do Código Processo Penal, e que é popularmente conhecida Reconstituição do Crime, porém, na legislação, sua composição esta presente no Artigo 7º Código de Processo Penal: Art. 7 o “. Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Identificadacomo reprodução simulada dos fatos, que é o ato pelo qual o Delegado de Policia, retornará ao local dos fatos e fará uma reprodução com auxilio de peritos e convenientes também com os indiciados do crime. Esta reprodução dos fatos, somente será praticada desde que não afete a moralidade e a ordem pública. Utilizando das declarações colhidas no Inquérito Policial, bem como, objetos apreendidos e a presença de envolvidos no crime, a autoridade policial tentará reproduzir o mais próximo da realidade dos fatos ocorridos, utilizando de meios legais. Nesta simulação a pericia se faz necessário estar presente posto que ao final, serão colhidos minuciosamente detalhes e realizará um laudo pericial cientificando o que foi possível identificar. 5.5. Indiciamento Existe uma providencia que não esta expressa na legislação, posto que a sua existência decorra de outras providencias que em conjunto culminam a consequência deste ato denominado Indiciamento. O indiciamento é a imputação de um crime a alguém da pratica de uma infração penal, baseado em indícios de sua autoria. Mediante este indiciamento, será levando em anotação ao registro do individuo a existência de determinado crime praticado, para tanto não se configurará que o individuo seja reincidente em crime, pois, esta anotação, é mero indicativo de que existiu em sua vida pregressa determinado crime imputado, de modo que ficará a disposição dos órgãos policiais esta informação para que num futuro o individue cometa novos crimes, já tenha ciência da pratica de crimes anteriores. 22 A vida pregressa é um documento em que se apurará aos meios de comunicações policias e será possível identificar que se o individuo já praticou ou não algum delito, e servira de base para o juiz ao prolatar a sentença saber o que o individuo fez em seu passado. 6. PRISÕES NO INQUERITO POLICIAL O Inquérito Policial, não serve tão somente a informar, destina se a convencer a instrução da ação penal, cabível ou não, bem como, quaisquer condições necessárias para que se decrete medidas cautelares no andamento do Inquérito Policial. Conforme comentário Marta Saad1, segue: “[...] O inquérito policial traz elementos que não apenas informam, mas de fato instruem, convencem tais como as declarações de vítimas, os depoimentos das testemunhas, as declarações dos acusados, a acareação, o reconhecimento, o conteúdo de determinados documentos juntados aos autos, as perícias em geral (exames, vistorias e avaliações), a identificação dactiloscópica, o estudo da vida pregressa, a reconstituição do crime. Assim, "não é senão em consequência do inquérito que se conserva alguém preso em flagrante: que a prisão preventiva será decretada, em qualquer fase dele, mediante representação da autoridade policial, quando houver prova da existência de crime e indícios suficientes da autoria, e como garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal; que à autoridade cumpre averiguar a vida pregressa do indiciado, resultado dessa providência, como é sabido, sensíveis repercussões na graduação da pena"”. Diante disto o Inquérito Policial tem por busca também apresentar ao magistrado que o individuo acusado, pode ser potencialmente perigoso ao andamento do Inquérito Policial, posto que, pode haver subterfúgios para que este individuo frustre a investigação policial, coagindo testemunhas, interferindo em provas ameaçando agentes do estado, se fazendo necessário que este individuo seja detido, afim de garantir o curso do procedimento. Mediante isto, a autoridade policial solicitar ao judiciário a prisão deste individuo. Assim temos espécies de prisões, prisão temporária e prisão preventiva e a prisão por flagrante. 1 SAAD, Marta. Direito de defesa no Inquerito Policial. ERT. Pag n. 160, 2004. https://jus.com.br/tudo/prisao 23 6.1. Prisão Temporária Pode a Autoridade Policial, a qualquer momento solicitar ao Judiciário, a prisão temporária de individuo que apresente dois elementos para seu pedido, sendo em um primeiro momento que a prisão do indiciado seja imprescindível para as investigações do Inquérito Policial, em um segundo momento em que o indiciado não possua residência fixa ou não fornecer elementos que assegurem sua identidade, ambas situações estão contidas no artigo 1º, incisos I e II da Lei 7960/89. O inciso III da Lei 7.960/89, estabelece também que haverá cabimento para a Prisão Temporária nos casos que se segue: “[...] III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso b) sequestro ou cárcere privado c) roubo d) extorsão e) extorsão mediante sequestro f) estupro g) atentado violento ao pudor h) rapto violento i) epidemia com resultado de morte j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte k) quadrilha ou bando l) genocídio m) tráfico de drogas n) crimes contra o sistema financeiro o) crimes previstos na Lei de Terrorismo”. O termo categórico no inciso I da lei ferida lei, estabelece imprescindibilidade para as investigações, para que isso ocorra, haverá de ser provado com fatos contundentes de que o individuo enquanto estiver solto, este atrapalhará significantemente ou ate mesmo invalidará as investigações. 6.2. Prisão Preventiva A prisão preventiva esta regulamentada no Artigo 311 do Código de Processo Penal, apresentando o que se segue: “[...] Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policia”. 24 Por tanto, a prisão preventiva pode ser decretada, em ambas as fases, sendo ela é pré-processual, ou processual. Entretanto, cabe consignar que a Autoridade Policial, não poderá, no andamento da fase Processual, pela representação da Prisão Preventiva. O ensejo em decretar a prisão preventiva se dará a um rol de situações em que se fazem necessários sua consolidação para a decretação da prisão preventiva, sendo eles a garantia da ordem publica, de ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando o houver existência do crime e indícios suficientes de autoria, conforme o 312 do Código de Processo Penal, apresentando o que se segue: “[...] A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.”. A utilização deste instrumento é correlacionada ao entendimento do ministro Dias Toffoli, “ponderou que perturbações de monta justificariam o encarceramento com respaldo na paz social apenas nos casos em que a sociedade se sentisse desprovida de sua tranquilidade”, isto remete que os atos ensejados pelo acusado, causem a toda a sociedade um sentimento de ausência de tranquilidade, eis então que violaria a garantia da ordem pública. A segunda causa é pautada na garantia da ordem econômica, esta é referencia aos crimes que envolvam intermediação bancaria, causando tumulto em todo aquilo que se diz respeito a mercado financeiro. Nesta rol também esta contido que a garantia da instrução criminal, para que o acusado, não pratique atos pelos quais possam encadear situações que possam ser benéficas a sua situação, coagindo testemunhas, ameaçando autoridades, com o intuito de prejudicar o andamento nas fases pré ou processual. Para finalizar, para assegurar queo acusado seja devidamente responsabilizados e penalizado pelos seus atos, na circunstancia em que este individuo tem indícios de que sua saída eminente do país, ou possa fugir de alguma maneira. O código de processo penal, no artigo Artigo 312 em seu paragrafo Único: “[...] prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares”. 25 Regulamenta uma situação do acusado que descumpriu as medidas cautelares anteriormente impostas a ele, desde que preenchida os requisitos para sua decretação. Desta forma para que ocorra a decretação da Prisao Preventiva, é necessário observar os requisitos apresentados no código de processo penal, no Artigo 313 em seu paragrafo Único: “[...] Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. Por derradeiro o juiz não decretará prisão preventiva, observando os requisitos do artigo 23 do Código Penal: “Artigo 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato Artigo I - em estado de necessidade II - em legítima defesa III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Por razões que estes dispositivos não compreendem o real animo do agente em realizar a ato delitivo para ensejar no resultado pretendido. São situações em que o agente cometeu aquela determinada ação para precaver um perigo que fosse até iminente a sua integridade. 26 Conclusão O Inquérito Policial tende a sofrer mais interferência do Estado, no seu ponto de vista estrutural, pois o mesmo é operado com equipamentos precários e métodos obsoletos, do que com a parte investigativa da autoridade policial, pois este último se não o fizer corretamente ou não dar seguimento pode sofrer penalizações na sua carreira pública. O sistema jurídico brasileiro, de modo recorrente, é falho, com credibilidade arranhada e esse resultado é devido aos diversos momentos de praticas ao estigma de errar, seja por um julgado precipitado, por entendimento diverso do magistrado na forma da lei ou mesmo por falta de provas. Quando temos a oportunidade de analisar por concreto o Inquérito Policial, identifica-se que este instrumento, possui uma ordem com ritos a serem seguidos. Mesmo assim, criam-se questionamentos referentes à quantidade de incidências de inocentes trancafiados a mercê de um sistema carcerário precário, que não promove o processo de reintegração e sim de exclusão do condenado da sociedade. Assim temos de um lado o individuo que pratica o crime, e do outro a autoridade policial, que até o que crime seja desvendado seguirá as normativas, ouvir testemunhas, promover incursões com verificações das mais diversas formas, um trabalho incansável dos policiais realizando um o possível dentro de suas limitações para que a investigação ocorra, em delegacias que não podem suprir um mínimo de condição de trabalho, mas que em sua maioria funciona por conta do material humano, conseguindo dar a resposta necessária para a solução dos crimes. Neste interim, temos a mídia, que por sua zelosa imparcialidade, tende a criar estereótipos de um cenário catastrófico dentre as investigações realizadas, perfazendo o seu direito a informação acaba que por muitas vezes dificultar ainda mais estes trabalhos, com furos de reportagem e matérias midiáticas. Temos que por bem, avaliar um todo antes de dizer que o inquérito policial é dispensável, ele deveria ser no mínimo exigível. Nas delegacias de policia, são realizadas fiscalizações dos órgãos de Corregedoria da Policia Judiciaria, bem como, fiscalização por parte de Magistrados e Ministério Público, para acompanhar andamento dos trabalhos policiais. Sendo 27 assim porque, então não reformar este instrumento e tornar o Inquérito Policial em um meio pelo qual não se busca somente provas que em muitos processos são descartáveis, provas que podem inocentar um individuo inocente, mas que também poderiam servir para demonstrar o real agente infrator. Como dizer que este Instrumento é dispensável se ao tempo em que se pratica a investigação, a autoridade policial tem sua verificação do andamento de seis trabalhos, fiscalizados, porque não fazer com que este processo seja peça fundamental para o andamento do Processo Judicial e assim ter menos incidência de erros judiciais com decisões mais justas. Em resumo, para fazer um Inquérito Policial, com provas que possam levar a tona o real contexto criminal, há de se haver intervenção estatal, com investimento massivo em técnicas de pericia mais avançadas e especializações capacitando mais a autoridade policial para situações inovadoras que o tempo atual exige. Mas não é um ponto de discussão para o Estado, pois este, não tem interesse em custear técnicas para identificar um mero criminoso. 28 Referências Bibliográficas BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de Almeida, Princípios fundamentais do processo penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1973 MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. São Paulo: Editora Atlas S. A. – 2001. [1] SALLES Jr., Romeu de Almeida , Inquérito Policial e Ação Penal, São Paulo, 3ª ed., 1985, p. 3
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