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Inclusã� � Subjetividad� resum� - 1º bimestr� Slide 1 - NEURODIVERSIDADE Contexto Histórico: exclusão histórica de pessoas neurodivergentes e com deficiência, imposição de um padrão de normalidade, internação em instituições que não promovem seu desenvolvimento. Segregação, integração ( a pessoa se adapta ao ambiente) e inclusão (ambiente adaptado para incluir a todos). “[...], esses sujeitos foram, frequentemente, isolados em hospitais, clínicas e instituições psiquiátricas de longa permanência que, de forma majoritária, não estimulavam o desenvolvimento de suas habilidades sociocognitivas, emocionais e comunicativas. Dentre esses indivíduos, pode-se mencionar as pessoas com deficiências (física, sensorial, intelectual ou múltiplas), autistas e pessoas com transtornos funcionais específicos (dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia, transtornos de atenção e hiperatividade).” Capacitismo: percebe as pessoas neurodivergentes e com deficiência como menos capazes, tanto estruturais quanto socialmente. Esses sujeitos não seriam capazes de realizarem algo por serem neurodivergentes ou portadores de deficiência. O capacitismo pode ser identificado em um nível estrutural (a partir da ausência de estruturas acessíveis nos espaços), como em um nível atitudinal (a partir de comportamentos preconceituosos e excludentes). História da Hospitalização: os hospitais têm desempenhado diversos papéis ao longo da história, passando de filantropos, enclausuramento, tratamento e ocupando o lugar de observação clínica e produção de conhecimento sobre doenças. No Brasil temos o hospital de Barbacena em Minas Gerais, que ficou conhecido como o holocausto brasileiro, contabilizando 60 mil mortes. A maioria das pessoas não estavam lá por possuírem um diagnóstico, mas sim como uma forma de higienização da sociedade. Educação Especial: evolução da educação especial, desde taxonomias até abordagens psicodinâmicas, ressaltando a mudança na direção à compreensão do autismo como parte da neurodiversidade. O autismo passa pela classificação de idiotismo (Pinel e Esquirol, séc. XVIII), mãe geladeira (Kanner, 1940) a culpa da criança ser daquela forma seria da mãe, por não ter dado atenção suficiente, transtorno global do desenvolvimento (Kenner, 1940) até chegar na classificação usada atualmente, neurodiversidade (Judy Singer, 1999). “Segundo Mas (2018), educadores como Delasiauve, constataram que os impedimentos nos processos de aprendizagem atribuídos ao “idiotismo”, na realidade, eram relacionados à ausência de flexibilizações didático-metodológicas que contemplassem as reais necessidades dos aprendizes. Esse aspecto, por diversas vezes, resulta na ausência de atenção e de concentração e, consequentemente, não despertava a vontade das crianças em realizar as atividades propostas. Nesse contexto, os educadores observaram que, com a mudança do método educacional tradicional um que despertasse essas faculdades (atenção, concentração e vontade), as crianças tinham progressos no desenvolvimento e na aprendizagem.” Movimento da Neurodiversidade: permite às condições neurodivergentes como variações naturais e defende a liberdade e a inclusão. Formulação de políticas públicas para pessoas neurodivergentes. Implicações na Educação: como a educação inclusiva se relaciona com a neurodiversidade, necessidade de estratégias pedagógicas flexíveis e a valorização das diferenças. Desafios da Falta de Conhecimento: problemas decorrentes do desconhecimento sobre a neurodiversidade, incluindo práticas de ensino excludentes e perda de oportunidades de desenvolvimento. Slide 2 - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do desenvolvimento neurológico que se manifesta nos primeiros anos de vida, sendo um Transtorno do Neurodesenvolvimento. ➔ As conexões neurais são prejudicadas ➔ Entendem por partes e não como um todo Nível 1 - exigindo apoio Nível 2 - exigindo apoio substancial Nível 3 - exigindo apoio muito substancial O aumento da ocorrência de TEA tem aumentado devido aos diagnósticos precoces Causas: ➔ majoritariamente genéticas ➔ fatores ambientais Comorbidades: ➔ psiquiátricas, agitação, ansiedade, depressão, TDAH, distúrbios do sono e seletividade alimentar ➔ sintomas gastrointestinais ➔ déficit intelectual e dificuldades de aprendizagem Lei n. 13.438/2017: obrigatória a aplicação de instrumentos de avaliação formal do neurodesenvolvimento a todas as crianças nos seus primeiros dezoito meses de vida. ➔ papel do pediatra como vigilante, fazendo a triagem e o acompanhamento do neurodesenvolvimento da criança. Sobrecarga emocional dos pais ➔ postergação diagnóstica ➔ dificuldades de lidar com o diagnóstico e com os sintomas ➔ deficiente acesso ao serviço de saúde e apoio social ➔ escassez de atividades de lazer e educacionais adaptadas para crianças com TEA ➔ situação financeira (investimento para cuidar desse transtorno) ➔ preocupação com o futuro Atuação do psicólogo na contribuição do desenvolvimento de pessoas com TEA: ➔ identificação precoce ➔ desenvolvimento de planos de intervenção personalizados ➔ suporte emocional e psicológico aos indivíduos com TEA e seus familiares ➔ terapia individual ou em grupo ➔ abordagem multidisciplinar ➔ orientação e apoio aos pais ➔ aconselhamento e apoio na transição das diferentes fases da vida ➔ defesa dos direitos - inclusão e igualdade de oportunidades ➔ pesquisas ➔ educação e conscientização da comunidade Slide 3 - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - FUNCIONAMENTO CEREBRAL TEA e o funcionamento do cérebro: ➔ Neurotransmissores que podem ser comprometidos dentro do espectro: dopamina, serotonina e noradrenalina ➔ possui um cérebro maior, o que prejudica a funcionalidade ➔ não fazem leitura facial e corporal, tendendo a olhar mais para a boca quando estão observando a face humana (técnica de varredura visual) ➔ mesmo que as áreas cerebrais funcionem bem individualmente, podem não conseguir se comunicar corretamente e funcionar como um todo, o que explica os comportamentos e atitudes ➔ Gânglios da base - movimentos repetitivos ➔ Corpo caloso - dificuldade em uma área conversar com a outra ➔ Amígdala - sistema límbico - reações mais intensas no TEA, pois estão dentro de um funcionamento atípico Neurônios espelho córtex motor - realizar uma ação e observar a ação do outro ➔ No TEA tem a redução na ativação desses neurônios - quando executam uma ação esses neurônios são ativados normalmente, mas quando observam outro indivíduo esses neurônios não respondem da mesma forma ➔ as atitudes dos outros são menos percebidas ➔ percepção do outro não é muito bem interpretada - não faz a interpretação, então, não abre espaço para iniciar uma comunicação/interação Teoria da Mente percepção das interações de outras pessoas ➔ O indivíduo com TEA não consegue compreender as sensações e emoções dos outros (ironias, faces, dificuldade em mentir ou enganar) Funções Executivas prejuízo relacionado ao lobo frontal responsável pela organização de informações, planejamento e execução de atividades conjunto de habilidades que possibilitam ao indivíduo escolher ou se fixar em estratégias, resolver problemas e auto monitorar seus comportamentos ➔ No TEA existe uma dificuldade de planejar tarefas, de inibir respostas irrelevantes, de controlar suas ações e de encontrar estratégias diferentes para resolver problemas ➔ Inflexibilidade com a rotina - sair da rotina causa muito estresse - entre outros Teoria da coerência central dificuldades no sistema de processamento de informação ➔ No TEA - processamento centrado nos detalhes ➔ no aprendizado as informações podem ser captadas de forma fragmentada “Aspectos neuropsicológicos de crianças com transtorno do espectro do autismo no processamento de aprendizagem” - Cap. IV Apresentam falhas no funcionamento do SNC, afetando áreas relacionadas à aprendizagem - inibição, captação, regulação, imitação e controle. Esse entendimento pode ajudar o educadorno desenvolvimento de estratégias para promoção de aquisição da aprendizagem. Na síndrome de Asperger o grau de alterações é reduzido, enquanto no TEA o grau de dificuldade se eleva. A disfunção nos neurônios espelho, que está relacionada à imitação e regulação de comportamentos através da observação, pode estar associada ao mau desempenho em pessoas com TEA, afetando sua capacidade de associação de estímulos comportamentais. “Essa rede específica de neurônios é ativada quando o sujeito realiza uma ação e quando ele observa a mesma ação, ou similar, sendo executada por outro favorecendo a base para o comportamento de imitação e a empatia, variáveis que estão prejudicadas, ou até mesmo suprimidas, nos sujeitos com TEA.” Irregularidades na anatomia e no funcionamento do lobo temporal afetando a interação social “O cérebro de uma pessoa autista apresenta falhas de comunicação. Apresenta alterações principalmente no corpo caloso, que é responsável por facilitar a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro, a amigdala, responsável pelo comportamento social e emocional e o cerebelo, que está envolvido com as atividades motoras, como o equilibrio e a coordenação. O cérebro autista apresenta também prejuízo em dois principais neurotransmissores: a serotonina e o glutamato.” “O papel dos neurotransmissores no transtorno do espectro autista” - Cap. XVI No TEA é possível observar desequilíbrios na regulação excitatória-inibitória da transmissão neural, mediada pelos neurotransmissores GABA e glutamato, que estão relacionados às características sensoriais anômalas e às disfunções sociais e cognitivas do autismo. Glutamato principal neurotransmissor excitatório ➔ atua na neuroplasticidade e desenvolvimento neural ➔ mantém a homeostase sináptica ➔ níveis de glutamato estão ligados a alguns sintomas no TEA: ansiedade, comportamentos repetitivos e até mesmo diminuição do limiar convulsivo GABA um dos principais neurotransmissores inibitórios ➔ nas crianças, possui função excitatória, além de atuação na neuroplasticidade, proliferação, migração e diferenciação celular do cérebro em desenvolvimento. ➔ Redução da transmissão GABAérgica: alterações na sensibilidade sensorial - prejuízos na atenção - prejuízos na memória operacional - redução do comportamento social Dopamina fator essencial para o comportamento adaptativo e o aprendizado 1. Mesolímbica: prejuízo social 2. Mesocortical: rigidez cognitiva 3. Nigroestriatal: estereotipias, comportamentos motores repetitivos e desprovidos de propósito 4. Tuberoinfundibular: inibição da liberação de prolactina Serotonina tem papel no aprendizado, apetite, sono e humor, além de ação na modulação gastrointestinal, quando encontrada no plasma papel importante no desenvolvimento cortical, funções somatossensoriais ➔ alterações serotoninérgicas no desenvolvimento pré e pós-natal podem resultar em disfunções das vias talamocorticais, levando à predisposição ao autismo ➔ alterações serotoninérgicas também foram relacionadas a níveis intelectuais mais baixos e ao desenvolvimento de epilepsia Acetilcolina função na contração muscular, além de essencial participação no sistema nervoso parassimpático ➔ pessoas com autismo têm variações na quantidade de receptores (nAchR) em diferentes áreas do cérebro ➔ alterações no cerebelo podem estar relacionadas à evitação de contato visual e à redução na atenção social “O sistema de neurônios espelho no transtorno do espectro autista” - Cap. XVIII O sistema de neurônios espelho (SNE) é ativado em resposta a ações, gestos e reações emocionais e desempenha um papel importante no comportamento imitativo e nas relações sociais. O SNE, representado pelo córtex pré-motor, lóbulo parietal inferior e lobo frontal, contribuem para facilitar o aprendizado e a manutenção de relações interpessoais. AMS: área motora suplementar APM: área pré-motora M1: córtex pré-motor No TEA, as áreas relacionadas ao SNE podem encontrar-se prejudicadas. São ativados na observação e realização de alguma ação. Na realização de imitação intransitiva (que não requerem um objeto e utilizam recursos comunicativos), indivíduos com TEA necessitam de uma ativação maior em certas regiões associadas ao SNE para simular uma mesma atividade e encontrar a solução adequada para desvendá-la. “O cérebro no autista” Pesquisa FAPESP Alterações no córtex temporal podem causar prejuízos na percepção de informações importantes para a interação social. Córtex Temporal prejudicado Prejuízo na percepção para interação social Indivíduos com TEA apresentam atividade reduzida no sulco temporal superior, pequena área do lobo temporal, além de menos ativo, o córtex do sulco temporal superior, situado na região das têmporas, logo acima das orelhas, é menos espesso. No lobo temporal, o sulco temporal superior e o giro fusiforme estão envolvidos em dois tipos de processamento de informações relevantes para as interações sociais. Eles captam informações auditivas, sobre a voz do interlocutor, e visuais, como os movimentos dos olhos, os gestos e as expressões faciais, processam-nas e as distribuem para outras áreas cerebrais associadas às emoções e ao raciocínio lógico. Quando uma dessas áreas está alterada, a percepção de informações tanto visuais quanto auditivas é deficiente, sendo a dificuldade marcante de interação uma característica no TEA. Slide 4 - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - ADOLESCÊNCIA E ENVELHECIMENTO Algumas legislações: ● Lei Berenice Piana - Lei n. 12.764-2012: acesso à educação, tratamentos e medicamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como acesso a educação e ao trabalho. ● Lei Brasileira de Inclusão - Lei n. 13.146/2015: garante o direito das pessoas com deficiência, incluindo as com TEA - vagas em concursos, acesso à cultura, lazer, esporte e turismo; proteção contra violência; acesso às tecnologias assistivas e comunicação acessível. ● Lei Romeo Mion - Lei n. 13.977/2020: institui a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). “A qualidade de vida está ligada à autonomia do indivíduo e nas possibilidades de escolha de suas atividades, contudo, nos idosos com TEA esta autonomia pode ser reduzida, pois observa-se na literatura que as funções executivas desta população se apresentam de forma deficitária, fato esse que influencia diretamente no bem-estar, pois estão relacionadas com a memória de trabalho, controle de impulso, além de planejamento e flexibilidade cognitiva (GEURTS et al., 202; DAVIS et al., 2016). ‘’Adolescentes com transtorno do espectro autista - singularidade do desenvolvimento psicossocial” Alguns conflitos desta etapa da vida se mostram mais complexos, como a dificuldade de interação social com indivíduos da mesma idade. Dificuldade de desprender-se de uma visão infantilizada, dificultando a aquisição de uma identidade adolescente o privando de desenvolver sua autonomia (importante pilar na construção da identidade). Grupos sociais e a escolha profissional também estão dentro das dificuldades enfrentadas por esses adolescentes. “A ampliação das relações sociais, no caso de pessoas com TEA ou com outras deficiencias, também pode ocorrer por meio de vivências em instituições de tratamento com outros jovens (SCHMIDI; BOSA, 2007). Além disso, as instituições de tratamento podem construir uma rede de apoio a familia, realizando suporte emocional para as mães ou responsáveis, considerando que eles também mantém contato diário com o adoslescente e tendem a sofrer mais diante dos sintomas apresentados (MORALES; SILVA; CUVEIRO, 2010).” A família deve incentivar o jovem com TEA a desenvolver comportamentos que demonstrem responsabilidade. A falta de contato com outros jovens em ambientes não institucionais repercute negativamente, prejudicando também o desenvolvimento psicossocial. ➔ a falta de contato com outros jovens prejudica ainda mais sua inabilidade social ➔ pouco convívio com pessoas da mesma faixa etária ➔ maior convívioestá na família e nas instituições O contato com pessoas típicas possibilita a aprendizagem de comportamentos e habilidades. “A qualidade de vida de indivíduos com transtorno do espectro autista no envelhecimento” - Cap. VIII O TEA é um problema de saúde pública de alta prevalência e de elevados custos ao sistema de saúde público e privado. Mesmo que o TEA seja crônico e perdura durante todo o processo de desenvolvimento do sujeito, não existem tantos conhecimentos, evolução e abordagens terapêuticas para o autista adulto/idodo. Avaliar e promover a saúde do idoso, sugere considerar variáveis de diversos campos do saber, com atuação interdisciplinar, multidimensional e profissional. Idosos com TEA apresentam maior número de comorbidades, como patologias físicas como doenças cardiovasculares, assim como problemas relacionados à saúde mental. As dificuldades na comunicação podem levar ao isolamento social, contribuindo com o desenvolvimento de outros transtornos psiquiátricos. “A qualidade de vida está ligada à autonomia do indivíduo e nas possibilidades de escolha de suas atividades, contudo, nos idosos com TEA esta autonomia pode ser reduzida, pois observa-se na literatura que as funções executivas desta população se apresentam de forma deficitária, fato esse que influencia diretamente no bem-estar, pois estão relacionadas com a memória de trabalho, controle de impulso, além de planejamento e flexibilidade cognitiva (GEURTS et al., 202; DAVIS et al., 2016).
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