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Introdução Caso 1: Dá entrada no OS um paciente masculino, 58 anos, sem antecedentes conhecidos, queixando-se de dor torácica em queimação em hemitórax esquerdo. Três Perguntas para caracterizar uma dor anginosa: • Localização = Dor retroesternal, precordial • Fatores de melhora ou piora = melhora com repouso ou uso de nitratos/ piora com esforço físico • Característica da dor = em aperto, queimação, choque Se a resposta for sim para pelo menos duas dessas características é uma dor provavelmente anginosa. Se tiver somente uma ou nenhuma é uma dor torácica não cardíaca. Conduta imediata do caso (que foi feito) • Sala de emergência / MOV (monitorização, oxigênio, acesso) • AAS/ clopidogrel/ enoxaparina • Enzimas cardíacas seriadas + ECG Você concorda com essa conduta do colega? Professor comentou: Geralmente se faz trombólise em três cenários na medicina no AVC isquêmico, o qual se tem até 4,5h, na SCA com tempo máximo de 12h e no TEP, com tempo de até 14 dias. Então foi uma conduta precipitada e quando a técnica de enfermagem foi monitorizar o paciente encontramos essa lesão: Objetivos e tópicos da aula: • Criar um modelo mental de abordagem para dor torácica no departamento de emergência para evitar erros diagnósticos • Ter foco em causas potencialmente catastróficas • Dor torácica – 3ª causa de procura no PS nos EUA Professor mostrou um estudo que fala sobre erros médicos, eles acontecem em média 62 erros diagnósticos/ por médico/por ano, e o principal diagnóstico errôneo é de TEP. Causas de dor torácica Parede torácica • Discopatia cervical • Costocondrite • Fibrosite • Herpes zoster • Dor neuropática • Fratura de costela • Artrite • Estenoclavicular Psiquiátrica • Depressão • Ansiedade/ síndrome do pânico • Somatização Pulmonar • Pleurite • Pneumonia • Pneumotórax hipertensivo TGI • Coledocolitíase • Pancreatite • Esofagite de refluxo • Rotura esofágica Isquêmica • IAM com supra • Angina instável Cardiovascular • Dissecção de aorta • Embolia pulmonar • Miocardite • Pericardite A lógica do atendimento é descartar diagnósticos potencialmente catastróficos ao invés de tentar encontrar uma causa comum. 1ª etapa – descartar ou diagnosticar SCA • Meta de qualidade – ECG em até 10 minutos da chegada para toda dor torácica identificada na triagem. Caso2: Dá entrada no OS um paciente masculino, 78 anos, hipertenso (uso irregular de medicações) e tabagista, queixando-se de dor torácica de forte intensidade com início há 30 minutos Exame físico – Glasgow 15, BRNF 2T s/s FC 102 bpm. PA 150X90 mmHg, MV+ sem RA/ FR 26 irpm/ Sat 94% Abdome flácido, indolor, sem massas, RHA+. Extremidades sem edemas. Foi feito o eletro: Supra de parede inferior D2, D3 e avF e parede dorsal (V1-V3) – imagem em espelho. Conduta do médico: • Sala de emergência / MOV • AAS • Trombólise com tecneteplase • Enzimas cardíacas / HMG(hemograma) / bioquímica 15 minutos após o início do trombolítico: Paciente parou. Laudo do SVO: aorta ascendente com dissecção e rotura da parede, extenso hematoma dentro da cavidade pericárdica O que poderia ter sido feito de diferente para evitar esse desfecho? ➔ Chegar à pressão nos dois braços ➔ Chegar pulsos ➔ RX tórax Então com a anamnese completa temos que nesse paciente: PA 150x 90 mmHg MSE/ 190x100 mmHg MSD e pulsos assimétricos em 6 pontos. Esse foi o RX do paciente: Presença de hipotransparência com alargamento do mediastino Lembrando que o alargamento do mediastino nos temos 5T T – Teratoma T – terrível linfoma T – Timona T – (Aneurisma) torácica T – Tireoide mergulhante Certo o nosso paciente estava com uma dissecção de aorta, mas o que aconteceu para que ele tenha infartado (esse IAM com supra apresentado no ECG incialmente)? Dissecção de aorta A dissecção de aorta disseca em direção a valva aórtica, que pode gerar uma insuficiência valvar aórtica aguda (sopro aspirativo regurgitativo) como pode ter uma dissecção de um dos óstios da coronária evoluindo com uma SCA. Dicas para diferenciação da SCA x dissecção de aorta na anamnese: SCA Dissecção de aorta Dor em peso, aperto, relação com esforço, irradiação característica Fatores de risco: Tabagismo, DM, HAS, DLP, doença arterial periférica, homem > 45 anos, mulher > 55 anos, HF+ em pai/ irmãos < 55 anos e mãe/ irmãs < 65 anos. Achados: dispneia (de inicio recente é o mais comum equivalente isquêmico), diaforese, hipotensão, sincope, confusão mental, vômitos Exame físico • Completamente inespecífico e inalterado na maior parte dos casos • Casos mais graves: congestão, EAP, choque cardiogênico ECG: • ECG seriados aumentam sensibilidade • ECG normal ou inespecífico (pode ocorrer em casos de IAM e angina) RX: • Sem achados específicos • Eventualmente algum sinal de IC • É para descartar outros diagnósticos Dor súbita, intensa, cortante em facada Fatores de risco: HAS, tabagismo, > 70 anos, marfan, coartação de aorta, procedimento em aorta (cirurgia em aorta ou cateterismo) Exame físico: • Diferença de PA > 20 mmHg em membros • Insuficiência aórtica (sopro aspirativo) • Alteração de pulso ECG: • 42% Alterações inespecíficas do segmento ST • Alterações isquêmicas • 5% IAM de parede inferior • 31% normal RX: • 90% TEM ALGUMA ALTERAÇÃO • Mediastino alargado, sinal do cálcio • Derrame pleural ou tamponamento. Laboratório: • SCA o Troponina ultrassensivel (sensibilidade 96,9% e especificidade 94,5%) o Problema: tempo-cego (necessário aguardar 6h ou mais em troponina convencional) o Necessário ao menos 2 medidas o Condição com pequena elevação mas sem curva → IC, IRC, DM • Dissecção de aorta o D-dimero → alto valor preditivo negativo (usado para descartar e NÃO para confirmar) o Angiotomografia → sinal do Flap o ECO TE (alta sensibilidade) → alto VPN Caso 03: Dá entrada no OS uma mulher de 28 anos, queixando -se de dor torácica súbita há meia hora, do tipo pleurítica em hemitórax direito, sem fatores de melhora que se associa com dispneia leve. Histórico normal à exceção de 3 abortos espontâneos. GCS 15, BRNF 2T sem sopro, FC 112 bom, PA 150x90 mmHg em ambos os MMSS, pulsos presentes, MV + sem RA/ FR 28 irpm, Sat 92%. Abdome flácido, indolor, sem massas, RHA+, extremidades com MID com edema moderado. ECG: padrão S1Q3T3 (ele não é especifico de TEP) RX normal. Então até aqui as etapas são: 1ªetapa: descartar SCA e dissecção de aorta 2ª etapa: descartar ou diagnosticar TEP Tromboembolismo pulmonar Quadro clínico: • Dispneia • Taquipneia • Sinais e sintomas de TVP • Dor torácica pleurítica • Tosse • Taquicardia • Ortopneia • Hemoptise • Fatores de risco: o Câncer o Trauma o Tabagismo o Obesidade ECG: • 70% Tem alteração • Inversão de T anterosseptal e inferior • Taquicardia sinusal • S1Q3T3 • Outros achados – onda P pulmonale, BRD, taquicardias supraventriculares RX • 78-88% tem alguma alteração • Sinais clássicos – Corcova de Hampton (infarto pulmonar) e Westermark (oligoemia – menor quantidade de vasos) • Outros – derrame pleural, atelectasia e aumento da área cardíaca. • D-dímero → usado para descartar a doença (triagem) o < 500 → descarta TEP o D-dimero positivo → processiguir com a pesquisa diagnóstica • Escore de Wells • Angiotomografia de tórax (com contraste) Pneumotórax Caso 04: Dá entrada no PA uma paciente 36 anos portadora de endometriose, queixando-se de dor torácica súbita há meia hora do tipo pleurítica em hemitóraxdireito, sem fatores de melhora que de associa com dispneia leve. ECG: RX: História e exame: • Dor súbita, pleurítica, sem qualquer desencadeante • Diminuição/ ausência de MV à ausculta • Hipertimpanismo • Associação com tabagismo, HIV (pneumocistose), TB, fibrose pulmonar, bronquiectasia, DPOC, endometriose o O pneumotórax catamenial, manifestação mais freqüente, é um tipo de pneumotórax espontâneo no qual há acúmulo recorrente de ar na cavidade torácica durante a menstruação. Esse quadro tem sido relacionado à presença de endometriose torácica e pélvica, embora tal associação não possa ser comprovada em todos os casos. • 2% dos casos de pneumotórax são hipertensivos • Sinais de pneumotórax hipertensivo o Distensão jugular o Desvio da traqueia o Desvio do ictus cordis o Sinais de choque o Sinais de IRA hipoxêmica ECG: • Sem especificidade • Ajuda a descartas outras possibilidades RX: USG: sinal do código de barras ou sinal da estratosfera Caso 05: Dá entrada no OS um paciente masculino 28 anos, com história de artralgia há 3 semanas dor torácica, febre, prostração progressiva evoluindo há 48h com maior opressão torácica, dispneia e ortopneia. ECG: Baixa voltagem e com alternância elétrica RX: Coração em moringa Pericardite • 2/3 em homens • Etiologia vital ou idiopática em 90% dos casos • Dor torácica o Pleurítica o Melhora ao inclinar para frente • Exame físico – atrito pericárdico (borda esternal esquerda) • Derrame pericárdico em 2/3 dos casos • Tamponamento cardíaco – tríade de Beck (dor torácica + distensão jugular + bulhas abafadas) Achados clínicos: • Dispneia/ ortopneia • Sincope/ pré-sincope • Taquicardia • Pulmões limpos • Turgência jugular ECG: • baixa voltagem com alternância elétrica • supra difuso em todas as derivações RX • aumento da silhueta cardíaca • aparece partir de 200 ml de acúmulo de líquido • pode não ser visto em evoluções muito agudas USG: • Diagnostico e tratamento • Derrame circunferencial • Colabamento diastólico de camaras direitas • VCI dilatada • Redução < 50% do diâmetro da VCI na inspiração • Desvio septal • Swing heart Caso 06: Dá entrada uma paciente, de 28 anos com antecedente de bulimia, que após provocar vômitos há cerca de 4 horas evolui com intensa dor pleurítica de forte intensidade, associada a febre e queda do estado geral ECG: Rx: presença de pneumomediastino Rotura esofágica Quadro clínico: • Dor • Vômitos • Dispneia • Choque • Enfisema subcutâneo • Sinal de Hamman – RHA borda paraesternal esquerda Causas: • Ingesta de cáusticos • Síndrome de Boerhaave • Acidente em EDA Fatores associados • Alcoolismo, doença péptica • Vara ECG: • Inespecífico • Taquicardia sinusal RX: • Pneumoperitonio • Pneumomediastino • Derrame pleural • Sinal do V de Naclerio
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