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Erika Nayane

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A infânciaA infância
na Históriana História
Desenvolvimento H
umano 1
O que você observa
em uma casa para
"investigar" se há
crianças?
A Descoberta
da Infância
 Traçar um perfil das características
da infância: sentimento,
comportamento no meio social na
época e suas relações com a família;
 Condições precárias de higiene e
saúde tornavam o índice de
mortalidade infantil elevado;
Transição da criança no mundo
adulto para aprender uma função,
desempenhar um papel.
Philippe Ariès (Imagem do Google)
sec XII ---------- XIII ---------- XVII
Registros
Iconográficos
raros
Adultos em
escala
pequena
Trajes 
 próprios para
crianças
“Os Três Filhos de Carlos I”, quadro de
Anthony van Dyck, 1635.
 (Imagem do Google)
A Descoberta
da Infância
“Tomar a infância como uma
descoberta na ótica de Ariès (1978)
não significa negar a existência
biológica das crianças, nem mesmo
a falta de amor por elas, mas de
considerar as transformações no
modo como as pessoas, em especial,
as famílias, passaram a ver as
crianças e reconhecendo nelas a sua
condição peculiar diferenciada do
adulto.”
Costa (2020)
A História trágico-marítima
das crianças nas embarcações
Portuguesas no século XVI
02
03
Tragédias anônimas e
indiferença;01
 Início da colonização, a
“carreira da Índia/Brasil”;
Recrutamento de 
 mão obra;
“Cadê os pais dessas crianças?”
Soldos
Instrumentos vocais
04 Expectativa de vida 14 anos,quando não morriam até os
07 anos.
Esse cenário fazia com que as crianças
“fossem consideradas como pouco mais que
animais cuja força de trabalho deveria ser
aproveitada ao máximo enquanto durassem
suas pequenas vidas”. Assim como os
escravos, “instrumentos vocais”, falantes
(Ramos, 2011).
“Quando um bebê sobrevivia às inúmeras
dificuldades que sua saúde tinha de enfrentar,
quando se transformava em um menino ou uma
menina de alguns poucos anos, a tendência era
considerá-lo como um adulto em miniatura. Salvo
as raras exceções dos filhos de famílias muito
abastadas, o habitual era que desde muito jovens
as crianças começassem a participar de
atividades produtivas – algumas delas exigiam
grande esforço físico – sob o comando e o modelo
dos adultos.” (Palácios, 2004)
“esse sentimento de desvalorização da vida
infantil incentivou a Coroa a recrutar a mão de
obra entre as famílias pobres das áreas urbanas"
(Ramos, 2011) 
Renda extra (soldos), uma boca
a menos para alimentar; 
Vida curta na terra ou no mar;
Meninos entre 9 e 16 anos, às vezes
com menor idade; pobres e judeus
raptados.
Desempenhavam atividades de
adultos, trabalhos perigosos que
poderiam custar a própria vida
("mancebos valentes").
Dormiam no convés expostos a sol,
chuva e doenças (pneumonia,
queimaduras, etc). 
 
Gr
um
etes
P a j e
n
s
Órfãs do Rei
Tinham laços com a 
Raramente castigados, melhor
alimentação e com mais chances
de ascensão na marinha,
gratificação e proteção dos
oficiais.
nobreza ou classe média, tinham a
função de servir as mesas, arrumar as
camas e o conforto para os oficiais.
Meninas órfãs e pobres
de 14 a 30 anos,
enviadas para diminuir o
caso dos portugueses
com nativas (tinham que
chegar virgens ao
destino).
Crianças na TripulaçãoCrianças na Tripulação
“Em qualquer c
ondição eram o
s miúdos quem 
mais sofriam co
m
o difícil dia a d
ia em alto mar.
 A presença de
 mulheres era ra
ra,
e muitas vezes 
proibida a bord
o, e o próprio a
mbiente nas na
us
acabava por pr
opiciar atos de
 sodomia que e
ra tolerados até
pela Inquisição
. Grumetes e p
ajens eram obr
igados a aceita
r
abusos sexuais 
de marujos rud
es e violentos. C
rianças, 
mesmo acompa
nhadas dos pai
s, eram violada
s por pedófilos 
e
as órfãs tinham
 que ser guarda
das e vigiadas 
cuidadosament
e a fim de man
terem-se virgen
s, pelo 
menos, até que
 chegassem à C
olônia." (Ramos
, 2011)
(Imagem do Google)
3 Refeições diárias (biscoito, vinho/água,
cebolas, manteigas, peixe seco e carne
salgada no mês); Armazenamento e
condições insalubres.
 Problemas como diarreia, inanição,
apodrecimento das gengivas (sangrias),
falta de vitamina C (escorbuto), sarampo,
entre outras, por vezes, mortais para a
época.
Diante disso, os barbeiros a bordo eram os
“médicos”, isso quando os próprios
grumetes não ocupavam essa função
(Im
ag
em
 d
o 
G
oo
gl
e)
Cotidiano das CriançasCotidiano das Crianças
 Riscos de afogamento;
Naufrágio;
Ataques piratas;
Ascensão dos cargos na marinha;
A vida no mar produzia aprendizados involuntários.
(Im
ag
em
 d
o 
G
oo
gl
e)
...Cotidiano das Crianças...Cotidiano das Crianças
Em suma, no cotidiano dessas crianças, pajens ou grumetes,
eram os miúdos enfrentavam a fome, a sede, a fadiga, abusos
sexuais, humilhações e o sentimento de impotência diante de
um mundo que não sendo o seu, tinha que ser assimilado
independentemente de sua vontade. “Em um mundo adulto, o
universo infantil não tinha espaço: as crianças eram
obrigadas a se adaptar ou perecer”
Crianças escravas
e crianças dos escravos
Do comério cativo à casa da família do senhor
 (Imagem do Google)
Crianças escravas e
crianças de escravos
Os principais traços demográficos do
universo infantil estavam muito mais
relacionados à fecundidade das cativas
e à mortalidade infantil.
Góes, (1997).
(Im
ag
em
 d
o 
G
oo
gl
e) As crianças eram trazidas pelo mercado de cativos. As que
sobreviviam, levavam uma infância incomum.
Os meninos crioulos ficavam à serviço dos senhores, e eram
vítimas do adestramento (suplício, punições).
 O período que marcava o início da fase adulta era aos 12
anos, e os meninos e meninas carregavam no sobrenome a
sua futura profissão.
Crianças cativasCrianças cativas
"O crioulo é uma
criança estragada,
até que fica bastante
fome para trabalhar;
então, sem nenhum
hábito prévio de
atividade, espera-se
que ele seja
industrioso; passado
a existência a comer,
beber, e correr por
aqui e ali, nos
termos da igualdade
familiar, espera-se
que seja obediente"
Trecho retirado de Goiés, 1997. "Relato da educadora inglesa Maria Graham"
"Todo crioulo havia sido uma criança escrava, e
uma infância escravizada produzia um adulto
peculiar.
Também pelo adulto se pode conhecer a criança
que não se é mais".
 
A infância escravizada era marca crucial do escravo crioulo.
A vida das crianças
de elite durante o
Império
E no Brasil Império, como eram as crianças?
Criança (s.f.)
Infância era a p
rimeira idade da
 vida,
delimitava-se pel
a ausência de fa
la ou
pela fala impe
rfeita, envolvend
o o
período que vai 
do nascimento a
os três
anos. Em seguida
 era a puerícia, q
ue iria
até os 12 anos.
Conceito de meni
nice.
Foto dos filhos da Princesa Dona Leopoldina de Bragança e do Príncipe
Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota: Dom Pedro Augusto, Dom José
Fernando e Dom Augusto Leopoldo. 1871. Fonte: Fashion bubbles.
Fotografias: monumentos infantis
“O que a fotografia mostra é o enquadramento do
olhar adulto para o objeto do olhar: a criança e o adolescente”
(Mauad, 1997).
Vestimentas
Oscar Wilde criança, por
volta de 1860. Fonte:
Fashio bubbles
D. Pedro II criança. Fonte:
Fashion Bubbles
(brinquedo)
Não existia uma roupa voltada para o adolescente, mas com 12
anos, iniciava-se uma vestimenta específica, de modo que
meninos e meninas fossem assumindo gradualmente a maneira
de se vestir dos adultos.
Educação e instrução
"Os princípios morais eram ensinados
nas casas, pela família, e a educação
se dava de forma pela escola ou via
doméstica, por um preceptor."
(Mauad, 1997).
Qual a diferença nas
 duas formas de educar?
Educação para meninos ministrada
por homens, e para meninas,
ministrada por mulheres.
Valoração de tributos manuais e
intelectuais.
"Dentro desta perspectiva, a criança era uma potencialidade,
que deveria ser responsavelmente desenvolvida. Mas até chegar
a ser uma potencialidade, a criança era uma expectativa que,
devido às condições de saúde da época, geralmente se frustrava.”
 
Infância oitocentista:
 do nascimento à morte
A perda eraregistrada por
meio de fotografias, cartas.
O sentimento de perda era
compensado por um novo
nascimento.
"Faleceu as oito e meia da manhã
de 1 li de outubro de 1882, o meu
filho Manoel, depois de 17 dias de
longa e penosa meningite. muito
me custou tão duro golpe com
cinco annos, tão gordo, vivo e
esperto! Foi sepultado no cemitério
S. João Batista no mesmo dia. Em
20 de novembro de 1885, fez-se a
exumação de seus restos mortais, a
que assisti, os quais collocados, em
uma caixa de zinco, foram
depositadas no carneiro[?]
perpétuo n° 50 (hoje 65) da minha
sogra, onde já se achavão os ossos
de Annita. [ ... ] Despesa 10$ pela
exumação, 5$ pela caixa de zinco
e 3$ aos coveiros do cemitério.
Deus o tenha em sua Santa Glória -
meigo Manoel."
Trecho retirado de Mauad, 1997. "O último do doutor Augusto"
A mãe exercia o papel materno.
Porém, a amamentação dos filhos
era associada à mão de obra
escrava.
“De quem era a responsabilidade
de cuidar das crianças?”
"Às cinco da manhã os tiros
rimbombavam pelos montes de S.
Cristóvão
[ ... ] Às seis levantei-me [ ... ] Depois
almocei o meu costumado: ovos e café ·
com leite, aprazível bebida; às oito para
as nove ouvi missa no novo oratório,
que na verdade ficou bom. Fui me vestir,
coitados de meus ombros
gemiam com o pêso, tem oito libras,
afora as ordens, a espada e a banda,
safa[ ... ] Chegando ao paço descansei
um pouco, depois fui para o Te Deum,
grandezinho, mas suportável por ser
composto por meu pai, houve muita
gente, muitos criados que vinham a
petiscar honras. Já a tropa estava em
ordem e de bandeiras desenroladas;
quando cheguei à janela tocaram o
Hino Nacional que acenando mandei
parar. Depois, a trombeta tocou o seu
clarim que outrora me era tão terrível,
principiaram os tiros de artilheria,
que antigamente até me faziam verter
lágrimas de terror."
Trecho retirado de Mauad, 1997. "D. Pedro II, aos 15 anos."
Referências
PALACIOS, Jesús. (Org.). Psicologia evolutiva: conceito, enfoques, controvérsias e métodos. In:
COLL, César. (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação. Tradução de Daysi Vaz de Morais
et al. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 13-30.
COSTA, Lidiane Natalicia. MAHL, Marcelo Lapuente. O sentimento de infância na perspectiva de
Philippe Ariès. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03, Vol. 08,
pp. 31-36. Março de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/sentimento-de-infancia
MELO, Jennifer Silva. Breve histórico da criança no Brasil: conceituando a infância a partir do
debate historiográfico. Revista Educação Pública, v. 20, nº 2, 14 de janeiro de 2020. Disponível
em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/2/breve-historico-da-crianca-no-brasil-
conceituando-a-infancia-a-partir-do-debate-historiografico
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/sentimento-de-infancia
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/2/breve-historico-da-crianca-no-brasil-conceituando-a-infancia-a-partir-do-debate-historiografico
Referências
PPRIORE, Del Mary. História das crianças no Brasil. Ed. São Paulo. : Contexto, 2010.
GÓES, José Roberto de & FLORENTINO, Manolo. “Crianças escravas, crianças dos escravos” In: DEL
PRIORE, Mary (org.). História das crianças no Brasil. São Paulo: contexto, 1999, p.177-191.
MAUAD, Ana Maria. “A vida das crianças de elite durante o Império” In: DEL PRIORE, Mary (org.).
História das crianças no Brasil. Op. Cit., p.137-176.

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