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HPV TIPOS DE HPV Os vírus têm diferentes tropismos por áreas diferentes, e alguns são mais nocivos que outros. HPV 16 e HPV 18, são cepas de alto risco e, normalmente, estão associados a desenvolvimento de câncer de colo de útero. Mas não são apenas elas, outras cepas podem estar associadas a esse câncer. O HPV é um vírus pequeno, não envelopado, possui capsídeos icosaédricos e possui DNA como material genético. PORQUE EXISTE CEPAS DE ALTO E BAIXO RISCO? É importante conhecer a estrutura do genoma, onde possui genes tardios (L1 e L2), que estão associados a estrutura de capsídeos, inclusive a vacina que foi desenvolvida, utiliza o capsídeo. E possui os genes precoces (E1 a E7). POR QUE ALGUMAS LESÕES SÃO MALIGNAS E OUTRAS BENIGNAS? Pois quando ocorre a integração do DNA viral com o DNA da nossa célula, essa integração ocorre no E2, o DNA viral é circular, para ocorrer essa integração é necessário que ocorra uma ruptura, que ocorre entre E1 e E2. Com isso há um prejuízo na região do E2, logo com essa integração, ocorre um “bloqueio” da E2, logo as proteínas E6 e E7 – as quais são controladas pela E2 – sofrem uma super expressão, o que causa um potencial oncogênico. No HPV de alto risco há essa integração do material genético, já no HPV de baixo risco, não há essa integração. INIBIDORES DO CICLO CELULAR Genes supressores do tumor, que são: GENE RB; P53: GUARDIÃO DO GENOMA; P21. Eles controlam a proliferação celular, não impedem a formação do tumor, mas quando inativados ocorre a formação tumoral. Por exemplo, no câncer de mama, é muito comum visualizar uma mutação no gene P53 e assim está associada ao desenvolvimento do câncer de mama. Papel da proteína P53: ela faz o primeiro checkpoint, uma vistoria do material genético. Nós estamos em constante contato com materiais mutagênicos e esse é p papel da proteína p53, corrigir esses defeitos. Antes que a célula passe da fase G1 para a fase S e replique o material com esse erro, a proteína P53 manda voltar e consertar o defeito e só assim passar apara a fase S. Quando não ocorre a correção a proteína p53, gera apoptose da célula defeituosa para não replicar uma célula com algum erro. Caso ocorra um erro na proteína P53, esse erro é passado a cada replicação celular e assim pode favorecer o desenvolvimento de câncer, no caso de mama. Proteína pRb: se liga no fator de transcrição da nossa célula E2F, ela controla a divisão celular através dessa ligação. Esse processo de divisão só é liberado, quando a proteína pRb for fosforilada, através de sinais, os quais são ditados pelas cinases dependentes de ciclinas, fosforilam a prb, assim o E2f, fica livre e ocorre o processo de transcrição. Quando há um problema nessa proteína, pode ocorrer uma proliferação descontrolada. E6 E E7 DO HPV NO CICLO CELULAR Quando ocorre a integração do DNA viral com o DNA do hospedeiro, vai ocorrer a atuação das proteínas E6 e E7. Essas proteínas podem atuar na proteína p53, assim a proteína p53, não vai ter seu funcionamento e assim a célula com erro vai progredir para o processo de crescimento ou vai sofrer apoptose. A proteína E7, pode atuar na proteína p53, pRB ou p21, nessa última é importante pois vai controlar a ativação das cinases dependente de ciclinas e consequentemente a fosforilação da proteína Prb. HISTORIA NATURAL DA INFECÇÃO PELO HPV Onde não ocorre a integração do DNA Epissomal, ocorre uma: 1. Regressão espontânea na maioria das pessoas; 2. Ocorre uma latência na pele e mucosa com aspectos normais. Ocorre a persistência da infecção (sistema imune inadequado/ idade avançada/ tabagismo). Integração do DNA viral no DNA da célula, que leva a uma transformação maligna. LESOES BENIGNAS – GENOMA NÃO INTEGRADO São verrugas benignas, onde a vacina também age. LESÕES MALIGNAS – GENOMA INTEGRADO Colo de útero com prolapso TRANSMISSÃO Contato direto; Relação sexual; Superfícies contaminadas (banheiro público, roupas intimas) Parto. ASPECTO CLINICO Crista de galo, são verrugas. DIAGNOSTICO Clínico; Citopatológico – Papanicolau; Colposcopia; Histopatologia; Captura híbrida: identifica o DNA do HPV. PAPANICOLAU é feito através do especulo e colhe uma amostra do material. Após isso é colocado em uma lâmina. Caso haja infecção, as células apresentam um núcleo aumentado e há uma vacuolização do citoplasma. Coilocitose – vacuolização citoplasmática perinuclear COLPOSCOPIA Através de uma lente de aumento avalia o aspecto do colo de útero. É indicado quando o exame do Papanicolau apresenta alguma alteração sugestiva de lesão pré-maligna. Faz-se uma biopsia. Usa o lugol, e as áreas que são ricas em glicogênio, áreas saudáveis, se coram fortemente com lugol e ficam marrom. Já a área que não fica corada, são áreas suspeitas, pois são pobres em glicogênio e, portanto, as células ali são atípicas. O nome é TESTE DE SCHILLER NEGATIVO. Caso o paciente tenha alergia ao iodo, pode-se usar o ácido acético, pois este desidrata as células, e causa uma coloração mais esbranquiçada em todo o tecido que for composto por células suspeitas. TRATAMENTO Tamanho/ número/ morfologia e local da lesão; Preferência do paciente/ efeitos adversos/ custo; Experiência do profissional de saúde. Tratamento para condilomas: Crioterapia Eletrocoagulação – desidratação, ruptura e carbonização das células. Podofilina/interferon Ácido tricloroacético (ATA) – mais simples e barato Exérese cirúrgica PREVENÇÃO Não usar toalhas e roupas intimas emprestadas; Único parceiro; Camisinha proteção parcial – pois pode haver lesões em outras áreas. Vacina – duas doses, pela rede pública, meninas e meninos de 9 a 13 anos. Porém, mesmo após essa idade pode-se tomar a vacina por meio da rede privada. A vacina protege contra o 6 e 11, responsáveis em 90% pelas aparições de verrugas genitais, e os tipos 16 e 18 existentes em 70% dos casos de câncer de colo de útero, de pênis e câncer anal.