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14 DIREITO CONSTITUCIONAL

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Direito Constitucional – Poder Legislativo 
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Sumário 
SUMÁRIO 2 
PODER LEGISLATIVO 3 
(1) RECADO INICIAL 3 
(2) PRIMEIRAS PALAVRAS 3 
(3) ESTRUTURA 3 
(4) FUNCIONAMENTO 7 
(5) COMPOSIÇÃO DAS CASAS LEGISLATIVAS 20 
(A) SISTEMA ELEITORAIS E CONSIDERAÇÕES INICIAIS 20 
(A.1) SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL 21 
(B) COMPOSIÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL 25 
(B.1) COMPOSIÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 25 
(B.2) ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 31 
(B.3) COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL 32 
(B.4) ATRIBUIÇÕES DO SENADO FEDERAL 34 
(B.5) QUADRO COMPARATIVO DA COMPOSIÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL 37 
(C) COMPOSIÇÃO DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS ESTADUAIS E DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DF 38 
(6) IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS 41 
(A) PRIMEIRAS PALAVRAS 41 
(B) INVIOLABILIDADE (OU IMUNIDADE MATERIAL) 45 
(C) IMUNIDADE FORMAL REFERENTE A PRISÃO (FREEDOM FROM ARREST) 49 
(D) IMUNIDADE FORMAL REFERENTE AO PROCESSO 52 
(E) IMUNIDADES DOS DEMAIS MEMBROS DO PODER LEGISLATIVO 56 
(F) FORO ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 61 
(F.1) CONGRESSISTAS 61 
(F.2) FORO ESPECIAL PARA OS DEPUTADOS ESTADUAIS E DISTRITAIS 64 
(F.3) FORO ESPECIAL PARA OS VEREADORES 65 
(7) QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA 68 
(8) OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR 87 
(9) RESUMO DIRECIONADO 109 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 118 
 
 
 
 
 
 
 
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PODER LEGISLATIVO 
(1) Recado Inicial 
Lembre-se que esta aula, datada de julho de 2019, foi produzida para o curso de Direito 
Constitucional (Curso Avançado) para Concursos - Turma Regular. Como o conteúdo de Direito 
Constitucional é o que mais se altera no mundo jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas 
e, em especial, das incessantes novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua 
aprovação estudando um material desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso 
curso! 
(2) Primeiras Palavras 
De início, estimado aluno, quero que você se lembre que a tripartição de Poderes em nosso 
sistema jurídico está consagrada no art. 2º da nossa Constituição e deve ser lida de forma elástica, uma 
vez que as tarefas estatais (legislar, julgar e administrar/governar) não são cumpridas por cada Poder de 
modo isolado. O poder constituinte originário, quando criou nossa Constituição, entregou a cada um dos 
3 Poderes competências que se traduzem em funções tradicionais (típicas ou predominantes) e atípicas 
(secundárias). 
Atualmente, o papel que cabe ao Legislativo no complexo mosaico de distribuição de tarefas é 
muito importante em um Estado como o nosso (democrático de Direito), pois envolve, além da função 
típica de legislar, também aquela primordial de controlar e fiscalizar os atos dos demais Poderes, 
evitando excessos e irregularidades que tanto arriscam as liberdades democráticas. 
Quanto às competências atípicas do Poder, estas abrangem as funções de “administrar” e 
“julgar”. Aquela será exercida, por exemplo, quando o Legislativo for definir sua organização interna, 
criando cargos e definindo o plano de carreira de seus servidores; esta (a função atípica de natureza 
jurisdicional) será exercida quando, por exemplo, o Senado Federal julgar o Presidente da República pela 
prática de crimes de responsabilidade (veja o art. 52, I e parágrafo único, CF/88). 
(3) Estrutura 
O ponto da matéria envolvendo a estrutura do Poder Legislativo é de fácil compreensão! 
Primeiro, preciso que você recorde que o Poder Legislativo está presente em todas as esferas de 
Federação (isto é, existe Poder Legislativo federal, existe Poder Legislativo estadual, distrital e também 
o Municipal). 
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Depois, que você se lembre que somente em âmbito federal o Poder estrutura-se de modo 
bicameral (uma vez que o Congresso Nacional é formado pela reunião de duas Casas Legislativas: a 
Câmara dos Deputados e o Senado Federal). 
Agora, uma informação importante: esse bicameralismo não é aristocrático ou classista, mas sim 
federativo. Isso significa que a segunda Casa do Congresso Nacional não representa uma classe de 
pessoas privilegiadas, um estamento da sociedade (como os nobres ou aristocráticos, por exemplo). Ela 
representa as entidades parciais/regionais da Federação. Assim, enquanto a Câmara dos Deputados é a 
Casa que representa o povo, o Senado Federal é a Casa que representa as entidades regionais da 
federação: os Estados e o Distrito Federal. 
‘Por que esse bicameralismo deve existir em uma federação?’, você me pergunta. Ora, numa 
federação, precisamos garantir que as entidades parciais participem da formação da vontade nacional 
(‘Princípio da Participação’). Assim, temos que ter uma Casa que represente os interesses das entidades 
– papel que no Brasil é exercido pelo Senado Federal. 
Já nas outras esferas da Federação, o Poder é unicameral. Desta forma, em âmbito estadual cada 
Estado possui sua Assembleia Legislativa, em âmbito distrital há a Câmara Legislativa, e em âmbito 
municipal cada Município possui sua Câmara Municipal. 
1 
 
1. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 778. 
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Atualmente, como você bem sabe, não existem em nosso país Territórios Federais (veja nos 
artigos 14 e 15 do ADCT que a CF/88 extinguiu os últimos: Roraima e Amapá foram transformados em 
Estados e Fernando de Noronha foi reincorporado ao Estado de origem, Pernambuco), mas novos 
podem ser criados por Lei Complementar – o art. 18, § 2º, CF/88 autoriza que isso aconteça. Assim, se 
uma lei complementar for editada e criar um novo TF, ele não será ente federado, por não possuir 
autonomia (ele integrará a União), mas terá uma Câmara Territorial, dotada de atribuição meramente 
deliberativa, conforme indica o art. 33, § 3º, CF/88 (dispositivo ainda não regulamentado). 
A previsão de existência de uma Câmara Territorial nos mostra que o Poder Legislativo no 
Território Federal também será unicameral e representará o embrião da futura Assembleia Legislativa – 
já que o propósito central da criação de um Território Federal é promover sua conversão em Estado. 
Questões para fixar 
[FAU - 2016 - Prefeitura de Chopinzinho - PR - Procurador Municipal - Adaptada] Sobre a organização e 
estrutura do Poder Legislativo, pode-se afirmar que: 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Assembleia Legislativa e do 
Senado Federal. 
[UFRR - 2018 - UFRR - Assistente Social - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
[UERR - 2018 - SETRABES - Administrador - Adaptada] Considerando o que dispõe a Constituição Federal 
acerca do Poder Legislativo, julgue a assertiva: 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
Comentário: 
Conforme indica o art. 44, CF/88, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Com isso, podemos assinalar o primeiro item como falso eo segundo e o terceiro como verdadeiro. 
Gabarito: Errado/ Certo /Certo 
[CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Técnico Judiciário - Administrativo] Com base na CF, julgue o 
próximo item, referente à organização dos poderes na República Federativa do Brasil: 
O sistema bicameral do tipo federativo é adotado no Brasil. 
[FCC - 2018 - SABESP - Analista de Gestão - Relações Públicas] A República Federativa do Brasil se organiza 
com: 
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A) tripartição dos poderes, sendo o Legislativo unicameral. 
B) tripartição dos poderes, sendo o Legislativo bicameral. 
C) Poder Legislativo plenipotenciário bicameral. 
D) Poder Legislativo plenipotenciário unicameral. 
E) tripartição dos poderes, sendo o Judiciário bicameral. 
[FGV - 2010 - FIOCRUZ - Assistente Técnico de Gestão em Saúde] A estrutura do Poder Legislativo Federal 
e Estadual é: 
A) unicameral. 
B) bicameral. 
C) multicameral. 
D) bicameral e unicameral, respectivamente. 
E) unicameral e bicameral, respectivamente. 
[CESPE - 2013 - SEGER-ES - Analista Executivo - Direito - Adaptada] Em relação ao Poder Legislativo, julgue 
a assertiva: 
O Poder Legislativo estadual é exercido pelas assembleias legislativas, que devem ser organizadas de forma 
bicameral. 
[CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Controle Externo] O Poder Legislativo estadual, distrital e 
municipal no Brasil é: 
A) bicameral. 
B) unicameral e exercido, respectivamente, pela assembleia legislativa, pela câmara legislativa e pela 
câmara municipal. 
C) unicameral nos estados e municípios, e bicameral no Distrito Federal, onde é exercido pela assembleia 
legislativa e pela câmara dos vereadores. 
D) unicameral e exercido, respectivamente, pela câmara legislativa, pela assembleia legislativa e pela 
câmara dos vereadores. 
E) unicameral e exercido, respectivamente, pela câmara legislativa, pela câmara dos vereadores e pela 
assembleia legislativa. 
Comentário: 
Estas cinco questões podem ser resolvidas simplesmente com a informação de que o sistema do tipo 
bicameral federativo é adotado em âmbito federal em nosso país, sendo que, nas demais esferas federadas, 
o Poder Legislativo se apresenta de forma unicameral. Daí porque a primeira questão é verdadeira, a 
segunda pode ser respondida com a letra ‘b’, a terceira com a letra ‘d’, a quarta é falsa e a quinta respondida 
pela letra ‘b’. 
Gabarito: Certo/B/D/Errado/B 
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(4) Funcionamento 
Sobre o funcionamento do Poder Legislativo temos muito o que estudar! Serão vários os termos 
e expressões a serem lembradas! 
Mas vou começar informando que, assim como os demais Poderes, o Legislativo é autônomo e 
independente, o que garante sua auto-organização e a capacidade de elaborar seu regimento interno e 
dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, 
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, 
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (art. 51, IV e art. 52, XIII, 
ambos da CF/88). 
Agora vamos a um termo novo e muito importante: a Constituição prevê (no art. 57, CF) que o 
Congresso Nacional deverá reunir-se anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e 
de 1º de agosto a 22 de dezembro. Esse período (que abrange o ano legislativo) é denominado sessão 
legislativa. Note que cada sessão legislativa tem dois períodos legislativos, cada qual correspondendo a 
um semestre. 
Cuidado para não confundir essa sessão legislativa, renovável a cada ano, com a legislatura, que tem 
a duração de quatro anos – isto é, compreende quatro sessões legislativas. Vale recordar que os Deputados 
Federais são eleitos para uma legislatura, enquanto os Senadores são eleitos para duas legislaturas (uma vez 
que eles possuem mandato de oito anos). 
Questões para fixar 
[FUNCAB - 2016 - SEGEP-MA - Agente Penitenciário] Segundo a Constituição da República Federativa 
Brasileira de 1988, a legislatura compreende o período de: 
A) 4 anos. 
B) 5 anos. 
C) 1 ano. 
D) 3 anos. 
E) 2 anos. 
[FEPESE - 2017 - Prefeitura de Criciúma - SC - Fiscal de Rendas e Tributos] Julgue o item: 
 A legislatura terá duração não excedente a um ano. 
[CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz - Adaptada] A respeito do Poder Legislativo, julgue a assertiva: 
Os trabalhos do Congresso se desenvolvem ao longo da legislatura que compreende período coincidente 
com o mandato dos senadores. 
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[IDECAN - 2017 - Câmara de Natividade - RJ - Técnico Legislativo - Adaptada] Sobre o tratamento que a 
Constituição da República Federativa do Brasil dá ao Poder Legislativo, que é exercido pelo Congresso 
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, julgue a assertiva: 
Cada legislatura terá a duração de quatro anos. 
[UERR - 2018 - SETRABES - Administrador - Adaptada] Considerando o que dispõe a Constituição Federal 
acerca do Poder Legislativo, julgue o item: 
Cada legislatura terá a duração de quatro anos. 
[FUNRIO - 2018 - AL-RR - Procurador] Segundo a CRFB, o período de 4 anos em que se exerce um mandato 
legislativo é denominado de: 
A) sessão legislativa. 
B) mandato legislativo. 
C) interstício legislativo. 
D) legislatura. 
Comentário: 
A resolução dessas questões passa pela lembrança do que diz o parágrafo único do art. 44: “Cada legislatura 
terá duração de 4 anos”. Nesse sentido, a primeira questão é respondida pela letra ‘a’; a segunda é falsa; a 
terceira é falsa pois o mandato dos senadores é de oito anos (equivalente a duas legislaturas); as questões 4 
e 5 são, ambas, verdadeiras; e, por fim, a última questão é respondida pela letra ‘d’. 
Gabarito: A/Errado/Errado/Certo/Certo/D 
 
Bom, você acaba de aprender que a sessão legislativa (ou seja, o ano de trabalho do Congresso 
Nacional), se inicia em 2 de fevereiro, certo? Mas saiba que quando estivermos no primeiro ano da 
Legislatura, a Sessão Legislativa será iniciada a partir de 1º de fevereiro, em Sessão Preparatória (art. 
57, § 4°, da CF/88). Para que serve essa sessão? Ela é organizada para dar posse aos parlamentares eleitos 
(em outubro do ano anterior) e promover a eleição da Mesa Diretora, cujo mandato será de 2 anos. 
Os regimentos internos da Câmara e Senado definem a composição das Mesas, sendo 
tradicional que elas possuam: Presidente, 2 Vice-Presidentes, 4 Secretários e 4 suplentes de Secretários. 
Na formação das Mesas, deve-se respeitar a proporcionalidade exigida pelo art. 58, § 1º, da CF/88. 
Art. 14, RICD: À Mesa, na qualidade de Comissão Diretora, incumbe a direção dos trabalhos 
legislativos e dos serviços administrativos da Câmara. 
§ 1º A Mesa compõe-se de Presidência e de Secretaria, constituindo-se, a primeira, do 
Presidente e de dois Vice-Presidentes e, a segunda, de quatro Secretários. 
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§ 2º A Mesa contará, ainda, com quatro Suplentes de Secretário para o efeito do § 1º do art. 
19. 
Art. 46, RISF: A Mesa se compõe de Presidente, dois Vice-Presidentes e quatro Secretários. 
§ 1º Os Secretários substituir-se-ão conforme a numeração ordinal e, nesta ordem, 
substituirão o Presidente, na falta dos Vice-Presidentes. 
§ 2º Os Secretários serão substituídos, em seus impedimentos, por Suplentes em número de 
quatro. 
§ 3º O Presidente convidará quaisquer Senadores para substituírem, em sessão, os 
Secretários, na ausência destes e dosSuplentes. 
§ 4º Não se achando presentes o Presidente e seus substitutos legais, inclusive os Suplentes, 
assumirá a Presidência o Senador mais idoso. 
 
A eleição das respectivas Mesas é realizada para mandato de dois anos, sendo vedada a recondução 
para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente (art. 57, § 4º, CF/88). Isso significa que se ‘A’ ocupou 
o cargo de Presidente do Senado Federal em uma Mesa, ele não poderá, na eleição imediatamente 
subsequente, ser reconduzido ao cargo, isto é, não poderá ser novamente Presidente do Senado. 
Mas cuidado com um detalhe: o STF já se manifestou no sentido de que essa vedação não é norma 
de repetição obrigatória para as demais entidades federadas (ADIs 792-RJ, STF, Rel. Min. Moreira Alves e 793-
Ro, Rel. Min. Carlos Velloso). Ou seja: o Presidente da Assembleia Legislativa de um Estado X pode se 
candidatar e se eleger novamente Presidente nas Mesas subsequentes, sucessivas vezes, pois a vedação só 
existe em âmbito federal. 
Outro detalhe importante: de acordo com o § 1º do art. 5º do RICD, não é considerada ‘recondução’ 
a eleição para o mesmo cargo em Legislaturas diferentes, ainda que sucessivas. ‘Como assim?’, você me 
questiona. Veja o esquema abaixo e acompanhe a explicação que coloco a seguir. 
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Repare que quando estamos na mesma Legislatura, da Mesa 1 para a Mesa 2 consideramos 
recondução. Logo, quem ocupou o cargo X na Mesa 1 não pode pretender se reeleger na Mesa 2. 
Por outro lado, veja que quando estamos tratando de eleição da Mesa 2 de uma Legislatura para a 
Mesa 1 da Legislatura subsequente, não consideramos que há recondução. Desta forma, quem presidiu a 
Casa na Mesa 2 de uma Legislatura, pode se candidatar e se eleger para presidir a Casa na Mesa 1 da Legislatura 
seguinte. 
Ainda sobre o tema, lembremos que no início do ano de 2017, o STF foi acionado no MS 34.602, no 
qual a oposição discutia a candidatura do Presidente da CD, Rodrigo Maia, à reeleição ao cargo. A questão em 
debate envolvia a possibilidade de o Presidente de uma Casa, eleito na Mesa 1 de uma determinada 
Legislatura para cumprir “mandato-tampão”, poder se reeleger para o mesmo cargo na Mesa 2 da mesma 
Legislatura. Em manifestação monocrática, o decano da Corte (Celso de Mello), corroborou a tese de que a 
vedação não se aplica para aquele que foi eleito extraordinariamente somente para cumprir o período que 
resta do mandato iniciado pelo antecessor. 
Vale acompanhar os desdobramentos da ADI 5632, relatada por Min. Celso de Mello, que atualmente 
encontra-se com vista à PGR, desde fevereiro de 2017. Pensamos que o Plenário seguirá o entendimento 
manifestado pelo decano no MS 34.602: 
MS 34.602-DF (MC), Rel. Min. Celso de Melo: Todos esses fundamentos parecem confluir no sentido de 
que, em situações como a ora em exame, os temas debatidos devem constituir matéria suscetível de 
apreciação e resolução pelas próprias Casas que integram o Congresso Nacional, pois conflitos 
interpretativos dessa natureza – cuja definição deve esgotar-se na esfera doméstica do próprio Poder 
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Legislativo – apresentam-se, em razão do postulado fundamental da divisão funcional do Poder, como 
insistentemente acentuado, imunes ao controle jurisdicional (MS 22.183/DF, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA 
– MS 23.388/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – MS 24.104/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO – MS 33.705-
AgR/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), a significar que se impõe ao Poder Judiciário mostrar-se 
deferente (e respeitoso) para com as escolhas políticas adotadas pela instância parlamentar, eis que, no 
contexto em análise, a cláusula de proibição constante do § 4º do art. 57 da Constituição da República, 
considerados os elementos que lhe compõem a estrutura normativa, não se estende “in malam partem” a 
situações que a ela estritamente não se subsumam, tal como destacado, no parecer já referido, pelo então 
Advogado LUÍS ROBERTO BARROSO: 
“Em face das premissas alinhavadas acima, é possível extrair algumas consequências. Não será 
incompatível com o art. 57, § 4º da Constituição a interpretação que considere possível ao Presidente do 
Senado, eleito para completar mandato anterior, candidatar-se a um mandato autônomo. Não se trata, 
contudo, de uma imposição direta do texto constitucional. Cuida-se, afinal, de um espaço de decisão 
política aberto pela Constituição. (…). Em casos como o presente, em que a Constituição admite duas 
interpretações possíveis, o normal é que prevaleça a decisão produzida nas instâncias políticas. (…).” 
(grifei) 
As razões ora expostas, por isso mesmo, levam-me a denegar a pretendida outorga do provimento cautelar 
postulado pela parte impetrante. 
Questões para fixar 
[CS-UFG - 2018 - SANEAGO - GO - Advogado] Sessão legislativa é o período anual em que o Congresso 
Nacional se reúne. Assim, nos termos da Constituição de 1988, cabe ao Congresso Nacional reunir-se, 
anualmente, na Capital Federal, no período de: 
A) 1º de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro. 
B) 1º de fevereiro a 16 julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro. 
C) 2 de fevereiro a 16 julho e de 1º de agosto a 21 de dezembro. 
D) 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
[FGV - 2012 - Senado Federal - Técnico Legislativo - Processo Legislativo - Adaptada] Com relação ao 
funcionamento do Senado e de suas sessões legislativas, por força das normas constitucionais e 
regimentais, julgue a assertiva: 
A sessão legislativa compreende o período de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
[IBFC - 2016 - EBSERH - Advogado (HUAP-UFF)] Analise os itens a seguir e considere as normas da 
Constituição Federal sobre o Congresso Nacional para assinalar a alternativa correta: 
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A) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de janeiro a 30 
de junho e de 1º de agosto a 24 de dezembro 
B) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 5 de fevereiro a 
10 de julho e de 5 de agosto a 28 de dezembro 
C) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de janeiro a 30 
de dezembro 
D) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de janeiro a 30 
junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro 
E) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 
de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro 
Comentário: 
Repare, caro aluno, que essas três questões tratam da chamada “sessão legislativa”, que representa o 
período anual de trabalho do Congresso Nacional. Nos termos do art. 57, CF/88, ela se inicia em 2 de 
fevereiro e vai até 17 de julho, recomeçando em 1º de agosto e sendo finalizada em 22 de dezembro. Por 
essa razão podemos marcar para a primeira questão a letra ‘d’; para a segunda questão, vamos marcar o 
item como verdadeiro e, por fim, a terceira questão é respondida pela letra ‘e’. 
Gabarito: D/Certo/E 
[FUNCAB - 2014 - PC-RO - Escrivão de Polícia Civil - Adaptada] Considerando o tema “Poder Legislativo", 
julgue a assertiva: 
A sessão legislativa poderá ser interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. 
[FCC - 2013 - MPE-MA - Analista Ministerial - Direito – Processual - Adaptada] Segundo a Constituição 
Federal brasileira, no tocante às reuniões, julgue a assertiva: 
A sessão legislativa só poderá ser interrompida para posterior aprovação do projeto de lei de diretrizesorçamentárias. 
Comentário: 
Nos termos do art. 57, §2º da CF/88, ambas as assertivas são falsas, afinal a sessão legislativa não poderá ser 
interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. 
Gabarito: Errado/Errado 
 
 
 
 
 
 
 
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Veja, agora, como as questões sobre as sessões preparatórias poderão ser cobradas: 
Questões para fixar 
[FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Taquigrafia] No que concerne ao Poder Legislativo, de 
acordo com a Constituição Federal brasileira de 1988, cada uma das Casas reunir-se-á em sessões 
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano de legislatura, para a posse de seus membros e 
eleição das respectivas Mesas, para mandato de: 
A) 01 (um) ano, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
B) 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
C) 02 (dois) anos, permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
D) 01 (um) ano, permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
E) 06 (seis) meses, permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição subsequente 
[FCC - 2013 - MPE-MA - Analista Ministerial - Direito – Processual - Adaptada] Segundo a Constituição 
Federal brasileira, no tocante às reuniões, julgue a assertiva: 
Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias para eleição das respectivas Mesas, para mandato 
de um ano, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
[CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos - Adaptada] No que se refere ao Poder 
Legislativo, julgue a assertiva: 
O mandato dos membros das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal é de dois anos, vedada 
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, regra, segundo o STF, de 
reprodução obrigatória para os estados-membros no âmbito das respectivas assembleias legislativas. 
Comentário: 
Caro aluno, a resolução dessas três questões exige de você a lembrança do que consta do §4º do art. 57, 
segundo o qual cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, no dia 1º de fevereiro, no primeiro 
ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleições das respectivas Mesas, para mandato de dois 
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
No mais, para responder a terceira questão, você ainda deveria se lembrar que, segundo o STF, a vedação 
para a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente não é norma de reprodução 
obrigatória para os Estados-membros. 
Por isso, a primeira questão é respondida com a letra ‘b’, a segunda é falsa e a terceira também. 
Gabarito: B/Errado/Errado 
 
 
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Dando sequência aos nossos estudos, lembremos que dentro do período delimitado como 
sessão legislativa, os parlamentares se reúnem ordinariamente (é a sessão legislativa ordinária). Fora 
desse período, temos o recesso parlamentar, que vai de 18 a 31 de julho, e de 23 de dezembro a, em 
regra, 1º de fevereiro. Durante o período do recesso, se necessário for, os parlamentares serão 
extraordinariamente convocados (art. 57, §§ 6° a 8°, CF). 
Quem pode convocar o Congresso Nacional extraordinariamente? Em que casos? A tabela 
abaixo resumo para você: 
 
2 
 
Note, portanto, futuro servidor público, que a convocação extraordinária será feita: 
(i) pelo Presidente do Senado Federal, nos casos de: 
– decretação de estado de defesa; 
– decretação de intervenção federal; 
– solicitação de autorização para decretação de estado de sítio; e, por fim, 
– para compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
(ii) pelo Presidente da República, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo Presidente do Senado 
Federal e a requerimento da maioria absoluta dos membros de ambas as Casas do Congresso Nacional: 
em caso de urgência ou interesse público relevante, sendo necessária a aprovação da maioria absoluta 
 
2. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 795. 
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de cada uma das Casas Legislativas do Congresso Nacional, mesmo nessa hipótese. Ademais, 
lembremos que em razão da nova redação dada pela EC nº 32 de 2001 ao art. 62, CF/88, a edição de 
Medida Provisória pelo Presidente da República durante o recesso parlamentar não mais enseja a 
convocação extraordinária do Congresso Nacional. No entanto, caso haja tal convocação (em razão de 
motivo elencado no art. 57, § 6°, CF/88), eventual MP que esteja em vigor automaticamente integrará a 
pauta da reunião extraordinária, por força do que dispõe o § 8° do art. 57, CF/88. 
Obs.: 
Redação anterior: 
Art. 62, CF/88: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, que, estando 
em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. 
Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas 
em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as 
relações jurídicas delas decorrentes. 
Redação atual: 
Art. 62, CF/88: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Quanto às sessões legislativas extraordinárias, vale lembrar que o Congresso Nacional não 
poderá deliberar sobre nenhuma outra matéria exceto aquela que ensejou a convocação, salvo se houver 
medida provisória em vigor na data da convocação extraordinária, pois nesse caso elas serão apreciadas. 
Outra relevante informação acerca das convocações extraordinárias foi introduzida, em caráter 
moralizante, pela EC n° 50/06. Consiste na vedação do pagamento de parcela indenizatória em razão 
das convocações realizadas no recesso. Ressalte-se que, segundo entende o STF, a proibição do 
pagamento de referida parcela é, por simetria, norma de observância obrigatória para os parlamentares 
estaduais. 
ADI 4587, Rel. Min. Ricardo Lewandowski: Ementa: o art. 57, § 7º, do Texto Constitucional, numa 
primeira análise, veda o pagamento de parcela indenizatória aos parlamentares em razão de 
convocação extraordinária, norma que é de reprodução obrigatória pelos Estados membros por força 
do art. 27, § 2º, da Carta Magna. 
 
 
 
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Questões para fixar 
[TRF - 4ª REGIÃO - 2009 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal - Adaptada] ] Julgue a assertiva abaixo: 
O recesso parlamentar de fim de ano vai de 15 de dezembro a 15 de fevereiro e o de meio de ano de 30 de 
junho a 1º de agosto, período em que o Congresso fica inativo, sem funcionamento de qualquer órgão ou 
comissão. 
Comentário: 
O item é falso, pois o recesso parlamentar do final de ano se inicia em 23 de dezembro e vai até, em regra, 
1º de fevereiro. Quanto ao recesso de meio de ano, ele vai de 18 a 31 de julho. As datas apresentadas pela 
questão são as anteriores à edição da EC nº 50 de 2006. No mais, durante este período, teremos o 
funcionamento de uma comissão representativado Congresso Nacional, conforme preceitua o art. 58, §4º. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz - Adaptada] A respeito do Poder Legislativo, julgue a assertiva: 
A convocação extraordinária do Congresso Nacional realizada pelo presidente do Senado Federal, em caso 
de relevante interesse público, está na margem de sua discricionariedade política, prescindindo-se, assim, 
de confirmação. 
Comentário: 
Item falso. Neste caso, a convocação extraordinária depende, sim, da confirmação da maioria absoluta de 
cada uma das Casas do Congresso Nacional (art. 57, §6º, II da CF/88) 
Gabarito: Errado 
[FCC - 2014 - MPE-PA - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue a assertiva: 
A intervenção federal, nos termos da Constituição da República, enseja a convocação extraordinária do 
Congresso Nacional, pelo Presidente do Senado Federal, se decretada. 
Comentário: 
Item verdadeiro, consoante o que determinar o art. 57, §6º, inciso I da CF/88. 
Gabarito: Certo 
[FCC - 2012 - TRF 2ªR - Analista Judiciário] José é Presidente do Supremo Tribunal Federal, Olavo é 
Presidente do Senado Federal, Claudio é Procurador-Geral da República, Samarco é Presidente do Superior 
Tribunal de Justiça e Santiago é Advogado-Geral da União. Nesse sentido, a convocação extraordinária do 
Congresso Nacional, em regra, far-se-á pelo 
A) José, em caso de intervenção federal. 
B) Olavo, para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República. 
C) Claudio, em caso de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio. 
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D) Santiago, em caso de urgência ou interesse público relevante, com a aprovação da maioria simples de 
cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
E) Samarco, em caso de urgência ou interesse público relevante, com a aprovação da maioria simples de 
cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
Comentário: 
A convocação deve ser feita pelo Presidente do Senado Federal (Olavo), nos termos do art. 57, §6º, inciso I 
da CF/88. Por essa razão, a letra ‘b’ é a nossa resposta. 
Gabarito: B 
[ESAF - 2014 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal - Prova 01 - Adaptada] Julgue o item: 
Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual 
foi convocado, ressalvada a hipótese de Medida Provisória em vigor e existência de Proposta de Emenda à 
Constituição, que serão automaticamente colocadas na pauta de convocação. 
Comentário: 
De fato, na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para 
a qual foi convocado, ressalvada a hipótese de haver Medida Provisória em vigor, que será automaticamente 
colocada na pauta de convocação (art. 57, §7º da CF/88). No entanto, a existência de PEC em tramitação não 
enseja a convocação automática na pauta, razão pela qual o item é falso. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2010 - INCA - Analista em C&T Júnior - Direito - Legislação Pública em Saúde – Adaptada] No que 
se refere aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, julgue o item a seguir: 
À exceção das medidas provisórias em vigor na data da sua convocação, que serão automaticamente 
incluídas na pauta de convocação, o Congresso Nacional somente poderá deliberar sobre matéria para as 
quais foi convocado, durante as sessões legislativas extraordinárias. Essa convocação ocorre mediante 
pagamento de parcela indenizatória. 
[UEPA - 2012 - PGE-PA - Procurador do Estado - Adaptada] Sobre o funcionamento do Poder Legislativo, 
julgue o item: 
Na sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional, é assegurado o pagamento de parcela 
indenizatória, em razão da convocação. 
[CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário] No que concerne os poderes da República, julgue o item a 
seguir. 
A convocação extraordinária dos congressistas permite o pagamento de parcelas indenizatórias em valor 
superior ao subsídio mensal. 
Comentário: 
As três assertivas devem ser marcadas como falsas, em razão da redação dada pela EC nº 50/06, ao §7º, que 
passou a vedar o pagamento de parcela indenizatória em virtude de convocação extraordinária. Lembremos 
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que tal mudança, de caráter moralizador, é, de acordo com o STF, norma de repetição obrigatória para as 
demais entidades federadas. 
Gabarito: Errado/Errado/Errado 
Avançando em nosso estudo, lembre-se que, em regra, as sessões do Congresso Nacional são 
bicamerais (cada Casa vota e apura seus votos em separado). Essas sessões bicamerais são as mais 
comuns no Congresso: a proposição tramita em uma Casa, que a discute e vota, e, se for aprovada, é 
encaminhada para a outra Casa, que também a discutirá e votará. 
No entanto, existe também a chamada ‘sessão unicameral’, na qual o Congresso Nacional é uma 
única Câmara e Deputados Federais e Senadores votam como Congressistas. A votação e a apuração dos 
votos são feitas em conjunto (se precisamos do voto da maioria absoluta dos congressistas em sessão 
conjunta, teremos que conquistar, dos 594 congressistas, 298 votos favoráveis; pouco importando quem 
é Deputado Federal e quem é Senador desses votantes). Exemplo: art. 3º, ADCT. 
Por fim, temos, ainda, a chamada ‘sessão conjunta’, em que Deputados Federais e Senadores se 
reúnem e votam em conjunto, sendo a apuração dos votos, todavia, feita em separado. Para 
exemplificar: se em uma sessão conjunta precisamos obter a maioria absoluta dos votos dos Deputados 
Federais e a maioria absoluta dos votos dos Senadores, precisaremos que, ao menos, 257 Deputados 
Federais sejam favoráveis e que 41 Senadores também o sejam. Ou seja: eles votam na mesma sessão, 
mas na hora de contar os votos, separamos aqueles que foram dados por Congressistas e os que foram 
dados por Senadores. 
Veja no art. 57, § 3°, casos em que a sessão exigida é a conjunta: 
Art. 57, § 3º, CF/88: Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: 
I - inaugurar a sessão legislativa; 
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; 
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
Questões para fixar 
[CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio - BÁSICOS] Acerca da 
estrutura, do funcionamento e das atribuições do Poder Legislativo, julgue o item seguinte: 
A apreciação de veto presidencial a projetos de lei deve ocorrer, obrigatoriamente, em sessão conjunta da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
[CONPASS - 2013 - Prefeitura de Serra Negra do Norte - RN - Procurador Jurídico - Adaptada] Julgue a 
assertiva: 
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O Poder Legislativo Federal é bicameral e exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela Câmara 
dos Deputados e pelo Senado Federal. A inauguração da sessão legislativa é feita em sessão conjunta da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
 [FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Judiciária e Administrativa] A Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal NÃO se reúnem em sessão conjunta para: 
A) inaugurar a sessão legislativa. 
B) elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas. 
C) apreciar medidas provisórias. 
D) conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
E) receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República. 
[ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição - Prova 3 - Adaptada] Sobre 
organização dos poderes, julgue aassertiva: 
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reunirão em sessão conjunta para deliberar sobre o veto e 
sobre medidas provisórias. 
[CESPE - 2016 - TCE-PA - Conhecimentos Básicos- Cargos 4, 5 e de 8 a 17 ] Considerando as disposições 
constitucionais sobre o Poder Legislativo e o processo legislativo, julgue o item a seguir: 
As medidas provisórias vigoram pelo prazo improrrogável de sessenta dias e devem ser votadas em sessão 
conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
Comentário: 
A resolução dessas cinco questões exige que você se lembre da redação do §3º do art. 57 da CF/88 que 
determina que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal vão se reunir em sessão conjunta para inaugurar 
a sessão legislativa, elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas, 
receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República e, por fim, conhecer do veto e 
sobre ele deliberar. 
No mais, era importante recordar que a sessão de análise das MPs é, necessariamente, bicameral. Com isso, 
poderemos assinalar os dois primeiros itens como verdadeiros; a terceira questão tem por resposta a letra 
‘c’; e os dois últimos itens são falsos. 
Gabarito: Certo/Certo/C/Errado/Errado 
 
 
 
 
 
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(5) Composição das Casas Legislativas 
(A) Sistema Eleitorais e considerações iniciais 
Nossa primeira tarefa, futuro servidor público, será a de reconhecer que no Brasil existem dois 
sistemas eleitorais: o majoritário (que se subdivide em simples/puro e absoluto/dois turnos) e o 
proporcional. 
Os cargos que utilizam cada um desses sistemas estão apresentados no esquema posto abaixo. 
Veja: 
 
 
3 
Como trataremos do sistema majoritário na aula de Poder Executivo, nesta falaremos, tão 
somente, do sistema proporcional. Antes, todavia, quero deixar bem claro que, em geral, o examinador 
somente vai exigir de você o conhecimento acerca de qual o sistema eleitoral utilizado para o 
preenchimento de cada cargo (o que significa que serão muito raras as questões que lhe pedirão para 
comprovar que entende o funcionamento do sistema). De toda forma, por precaução, no próximo item 
vou lhe explicar como opera o sistema proporcional. 
 
3. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1054. 
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(A.1) Sistema eleitoral proporcional 
O sistema de representação proporcional é aquele que tem por objetivo garantir a participação 
dos diversos partidos políticos no Parlamento. É chamado de proporcional porque o número de 
representantes de cada circunscrição eleitoral é dividido pelo número de habitantes (não de eleitores), 
resultando numa ‘proporção’ (circunscrições mais populosas terão mais representantes; circunscrições 
menos populosas, terão menos representantes). 
Como o esquema do item anterior nos mostrou, os Deputados Federais, os Deputados Estaduais 
e os Distritais, bem como os Vereadores, são eleitos pelo sistema proporcional. 
Obs.: Note que no Poder Legislativo, somente os senadores são eleitos pelo sistema majoritário. 
Bom. Se eu tivesse que fazer uma analogia inicial, para começarmos a pensar o sistema 
proporcional, seria a seguinte: ele funciona como se fosse um ‘esporte coletivo’, em que o desempenho 
do partido (desempenho do grupo, de todos os candidatos), importa mais do que o desempenho de cada 
parlamentar individualmente considerado. Por isso, é certo dizer que no sistema proporcional nem 
sempre o candidato mais bem votado será o eleito. Então, quem se elegerá? 
Devemos, de início, buscar o quociente eleitoral, que é o produto da divisão do número de votos 
válidos (são descontados os votos nulos e os em branco) pelo número de cadeiras a preencher. Para 
exemplificar, lembremos que na eleição para Deputado Federal por SP em 2018 o quociente eleitoral foi 
de aproximadamente 300.000 votos (ou seja, dividimos o número de votos válidos daquela eleição por 
70, que é o número de Deputados Federais que o Estado de SP possui na Câmara dos Deputados). 
 
4 
 
 
4. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1050 
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O próximo passo é definir o quociente partidário, que é o produto da divisão do número de votos 
que o partido teve, pelo quociente eleitoral. 
Assim, cada partido terá direito a tantas vagas quantas forem as vezes que fizer o quociente 
eleitoral. 
5 
 
Para exemplificar, pensemos em um partido que tenha conquistado (somando os votos de todos 
os seus candidatos) 1 milhão de votos na eleição de 2018 para o cargo de Deputado Federal por SP. Ora, 
como o QE foi de 300mil votos, o partido terá direito a 3 vagas, que serão preenchidas pelos 3 candidatos 
mais bem votados. 
Afinal, já que nosso sistema proporcional é de lista aberta, a ordem de ingresso dos candidatos 
registrados pelo partido na Casa é aquela determinada pelo eleitor, isto é, serão chamados a integrar o 
Poder Legislativo os candidatos individualmente mais votados do partido até o limite do quociente 
partidário, desde que o candidato tenha, individualmente, obtido votos em número igual ou superior a 
10% (dez por cento) do quociente eleitoral . 
Notou a ressalva que fiz no parágrafo acima? A exigência de o candidato ter obtido sozinho (com 
votos próprios) pelo menos 10% do quociente eleitoral, foi introduzida pela Lei n° 13.165/2015 (Reforma 
Eleitoral), que modificou a redação do art. 108 do Código Eleitoral (Lei n° 4.737/1965). Assim, os 
candidatos conhecidos como “puxadores de votos” (políticos que obtêm uma votação muito expressiva), 
continuarão ajudando outros candidatos da agremiação, mas o sujeito que está sendo eleito 
impulsionado pela legenda terá que ter um mínimo de representatividade popular, já que a legislação 
estabeleceu esse requisito dos 10%. 
Vou explicar de outro modo: se o partido obteve um número total de votos que corresponda a 
quatro vezes o quociente eleitoral, terá um quociente partidário equivalente a quatro, o que significa que 
 
5. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1050 
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terá conquistado quatro vagas na Casa Legislativa, que serão ocupadas, sucessivamente, pelos quatro 
candidatos mais votados do partido, desde que cada um deles tenha obtido sozinho (com votos próprios) 
pelo menos 10% do quociente eleitoral. Se acontecer de o partido ter mais vagas do que parlamentares 
que individualmente obtiveram 10% do quociente eleitoral, as vagas restantes serão redistribuídas. 
Vamos exemplificar, para termos a certeza de que você compreendeu bem o ponto: imagine 
que numa eleição o quociente eleitoral tenha sido 100 votos. O Partido Para Frente Brasil obteve 412 
votos, isto é, 4 vagas na Casa Legislativa. Desses 412 votos, 356 foram conquistados por José Augusto, 
um candidato “puxador de votos”, 44 votos por Theresa, 9 votos para João Victor e 3 votos para Beatriz. 
O candidato José Augusto se qualificou para o cargo, bem como Theresa que, apesar de ter contado com 
o apoio do “puxador de votos”, conquistou pelo menos 10% do quociente eleitoral com votos próprios. 
João Victor e Beatriz, por outro lado, não se qualificaram e, porisso, as duas vagas restantes do Partido 
Para Frente Brasil serão redistribuídas. 
Para ilustrar a aplicação do sistema proporcional, e comprovar a importância da mudança 
introduzida pela Reforma Eleitoral de 2015, vejamos alguns dados acerca das eleições de 2014. Dos 513 
Deputados Federais que vão integrar a Câmara dos Deputados na legislatura de 2015 a 2018, somente 36 
(meros 7% do total) alcançaram o quociente eleitoral (que foi de 299.943 votos) com seus próprios votos. 
Todos os demais obtiveram votação inferior e foram levados à Casa Legislativa em razão dos votos 
conferidos à legenda ou a outros candidatos do partido ou da coligação. O candidato à Deputado Federal 
mais votado pelo Estado de SP foi Celso Russomano, que obteve mais de um milhão e quinhentos mil 
votos (precisamente 1.524.361). Com isso, candidatos da coligação de Russomano com votação inferior 
a 30 mil votos (aproximadamente 10% do quociente eleitoral), como Fausto Pinato (que obteve 22 mil 
votos, ou seja, aproximadamente 7% do quociente eleitoral) foram levados à Câmara, impulsionados 
pela significativa votação do ‘puxador de votos’. Nas próximas eleições isso não mais será possível. 
No quadro abaixo, trago dados das eleições de 2018. Note que o PSL, partido do Presidente 
eleito, Jair Bolsonaro, teria 17 Deputados Federais pelo Estado de SP na Câmara dos Deputados, mas 7 
não puderam ocupar uma cadeira pois não conquistaram, com votos próprios, 10% do quociente 
eleitoral. 
 
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6 
 
Antes de seguirmos adiante em nosso estudo, dois comentários de muita relevância devem ser 
feitos: 
(1) De acordo com a nossa Corte Suprema, aqueles que forem eleitos pelo sistema proporcional não 
poderão trocar de partido sem justa causa no curso do mandato, sob pena de incorrerem em infidelidade 
partidária, o que ocasiona a perda do mandato. 
As hipóteses de justa causa são aquelas previstas no artigo 22-A da Lei 9.096/95 (com redação 
dada pela minirreforma eleitoral). 
Obs.1: A justa causa na troca de partido permite que o parlamentar continue exercendo o mandato, mas 
não transfere ao novo partido o direito de sucessão a vaga na hipótese de vacância. O caso do ex-
Deputado Federal Clodovil bem ilustra isso. Eleito pelo PTC, no curso do mandato, com justa causa, ele 
 
6. https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/564125-CLAUSULA-DE-BARREIRA-ATINGIU-SETE-
CANDIDATOS-DO-PSL-PARTIDO-SERIA-O-MAIOR-DA-CAMARA.html 
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trocou de partido (para o PR). Quando faleceu, ambos disputaram sua vaga, que ficou com o partido pelo 
qual ele se elegeu, o PTC. Pois entendeu o STF que ele não perdeu o mandato ao trocar de partido pois 
houve motivo para a alteração; todavia, essa mudança não transferiu ao partido novo o direito de ficar 
com a vaga aberta. 
Obs.2: A EC 91, de fevereiro de 2016, criou a chamada “janela para a desfiliação partidária”, em que a 
troca de partido foi autorizada durante os 30 dias subsequentes, sem prejuízo do mandato. Na ocasião 
71 dos 513 Deputados mudaram de sigla. O número corresponde a 13.8% do total de parlamentares. O 
Partido que mais perdeu foi o PMB – Partido da Mulher Brasileira, que teve a saída de 19 integrantes e 
não ganhou nenhum (sendo assim, de 20 deputados, ficou apenas com 1). 
(2) A EC nº 97, de 04.10.2017, alterou o art. 17, § 1°, CF/88 para vedar as coligações partidárias nas eleições 
proporcionais. O dispositivo constitucional passou a ter a seguinte redação: 
Art. 17 (...) 
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer 
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua 
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas 
eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de 
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus 
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (grifo nosso). 
Lembremos que as coligações representam uma união transitória feita entre dois ou mais 
partidos políticos, vocacionada a funcionar como se fora um só partido no relacionamento com a Justiça 
Eleitoral. Antes da EC nº 97, as coligações podiam ser estabelecidas em quaisquer eleições: tanto 
naquelas cujos cargos são preenchidos por meio do sistema proporcional, quanto naquelas em que o 
preenchimento da vaga se dá pelo sistema majoritário. A EC nº 97 estabeleceu a proibição das coligações 
nas eleições proporcionais, de forma que cada partido terá que disputar o pleito sozinho, sem fazer as 
alianças (antigamente tão comuns). Insta informar, todavia, que o art. 2º da EC nº 97 determinou que a 
vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, somente será aplicada a partir das 
eleições de 2020 (isto é, nas eleições de outubro/2018 as coligações para as eleições de Deputado 
Federal, Estadual e Distrital ainda serão válidas). 
(B) Composição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
(B.1) Composição da Câmara dos Deputados 
Bom, futuro servidor. Vamos comentar, de início, os pontos centrais sobre a Câmara dos 
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Deputados. 
É uma Casa que compõe-se de representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em 
cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. 
O número total de Deputados, de acordo com o previsto no art. 45, § 1º, CF/88, varia 
proporcionalmente ao número de habitantes de cada Estado e do Distrito Federal, e será determinado, 
para cada legislatura, no ano que antecede às eleições, por meio de lei complementar, de forma que 
nenhum Estado (ou o Distrito Federal) tenha menos que oito ou mais que setenta representantes. 
A lei complementar que trata do tema é a LC nº 78/1993, que estabelece que o número de 
Deputados Federais não pode ultrapassar quinhentos e treze. 
No quadro abaixo temos a atual representatividade por Estado-membro (e pelo Distrito Federal) 
na Câmara dos Deputados, que valeu para as eleições de 2010 e foi repetida nas eleições de 2014 e 2018: 
ESTADO 
Nº DE DEPUTADOS 
FEDERAIS 
ESTADO 
Nº DE DEPUTADOS 
FEDERAIS 
ACRE 8 PARAÍBA 12 
ALAGOAS 9 PERNAMBUCO 25 
AMAZONAS 8 PIAUÍ 10 
AMAPÁ 8 PARANÁ 30 
BAHIA 39 RIO DE JANEIRO 46 
CEARÁ 22 
RIO GRANDE DO 
NORTE 
8 
DISTRITO FEDERAL 8 RONDÔNIA 8 
ESPÍRITO SANTO 10 RORAIMA 8 
GOIÁS 17 
RIO GRANDE DO 
SUL 
31 
MARANHÃO 18 SANTA CATARINA 16 
MINAS GERAIS 53 SERGIPE 8 
MATO GROSSO DO 
SUL 
8 SÃO PAULO 70 
MATO GROSSO 8 TOCANTINS 8 
PARÁ 17 – – x – – – – x – – 
 
Com relação ao critério de proporcionalidade utilizado para o preenchimento das vagas na 
Câmara, ressalte-se que, associado aos limites mínimo (8) e máximo (70) de membros estipulados pela 
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Constituição, tem sido considerado impróprio, em razão da desproporção de representatividade que ele 
ocasiona entre os Estados-membros mais populosos e os menos populosos. O Estado de São Paulo, por 
exemplo, que é o mais populoso da federação (com aproximadamente 40 milhões de habitantes), possui 
70 Deputados Federais, isto é, um Deputado para cada, aproximadamente, 570 mil habitantes. Já Roraima, 
com aproximadamente 425 mil habitantes, possui 8 Deputados Federais: 1 para cada, aproximadamente, 
53 mil habitantes. 
Já sobre o sistema eleitoral proporcional,que já foi detalhado anterioremnte, cumpre informar 
que objetiva assegurar que haja no Parlamento uma representação proporcional ao número de votos 
obtidos por cada uma das legendas políticas7. Em relação aos Territórios Federais, há previsão 
constitucional que cada Território deve possuir quatro Deputados, indiferente, nesse caso, será a 
proporção da população (art. 45, § 2º, CF/88). 
Quanto ao mandato, o dos Deputados Federais será de quatro anos, não havendo qualquer 
restrição quanto à reeleição, que pode se efetivar ilimitadamente – ao contrário do que ocorre com os 
cargos de chefia do Poder Executivo, nos quais a reeleição só é possível para um único mandato 
subsequente, de acordo com o art. 14, § 5º, CF/88. 
Quanto aos requisitos de elegibilidade para a Câmara, são os seguintes: 
– nacionalidade brasileira: Deputados Federais precisam ser brasileiros, não importando se a 
nacionalidade é originária ou secundária. Todavia, para ocupar a Presidência da Casa o sujeito há de ser 
brasileiro nato, nos termos do art. 12, § 3º, II, CF/88. A justificativa é simples: de acordo com o art. 80, 
CF/88, caso haja impedimento simultâneo do Presidente e Vice-Presidente da República, o Presidente 
da Câmara é o primeiro a será acionado para assumir temporariamente a Presidência da República (que 
para ser ocupada exige a nacionalidade nata); 
– ter a idade mínima de vinte e um anos, nos termos do art. 14, § 3º, VI, “c”, CF/88; 
– ostentar a condição de eleitor (afinal, só é elegível quem antes é alistável); 
– e não sofrer a incidência de nenhuma causa de inelegibilidade. 
Sobre a suplência na Câmara dos Deputados, é importante lembrar que o STF definiu em 20118 
que a vaga aberta por eventual afastamento/renúncia/morte de Deputado Federal deverá ser preenchida 
pelo candidato mais votado na lista da coligação9 e não do partido. Logo, suplente é o próximo candidato 
com melhor votação da coligação, independentemente de pertencer ou não ao partido do Deputado 
Federal afastado. Afinal, se o quociente eleitoral para o preenchimento das vagas de Deputado Federal 
 
7. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 395. 
8. No julgamento dos MS 30.260 e 30.272. 
9. As coligações podem ser definidas como conformações políticas decorrentes de aliança partidária formalizada entre dois 
ou mais partidos políticos para concorrerem, de forma unitária, às eleições proporcionais ou majoritárias. Distinguem-se dos 
partidos políticos que a compõem e a eles se sobrepõe, temporariamente, adquirindo capacidade jurídica para representá-
los. 
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é definido de em função da coligação, a mesma regra deve ser seguida para a sucessão dos suplentes10. 
Em resumo, sobre a composição da Câmara dos Deputados, temos: 
(i) A Casa representa o povo; 
(ii) Os 513 Deputados Federais são eleitos pelo sistema proporcional; 
(iii) A representação para os Estados e DF é proporcional ao número de habitantes (variando de 8 a 70); 
(iv) Se uma Lei Complementar criar um novo Território Federal (art. 18, § 32, CF/88), independentemente 
do seu número de habitantes ele terá 4 representantes na CD (art. 45, § 2°, CF/88); 
(v) Deputados Federais devem ser brasileiros, natos ou naturalizados; 
(vi) O Presidente da CD deve ser brasileiro nato, necessariamente (art. 12, § 3°, II, CF/88); 
(vii) O mandato dos Deputados Federais é de 4 anos (1 legislatura); 
(viii) A renovação na CD, a cada eleição, é total (o que significa que podemos alterar os 513 Deputados 
da legislatura anterior)11; 
(ix) A idade mínima para compor esta Casa Legislativa é de 21 anos (art. 14, § 3°, VI, ‘c’, CF/88). 
Ainda sobre essa idade mínima, não custa lembrarmos que ela deve ser comprovada na data da 
posse (art. 11, § 2º, da Lei nº 9.504/97). O mesmo se passa com as demais idades mínimas enunciadas no 
art. 14, § 3°, VI, CF/88, com exceção da idade de 18 anos (exigida para a eleição de Vereador), caso em 
que deverá ser comprovada na data limite da apresentação do Registro de Candidatura (mudança 
implementada pela Minirreforma Eleitoral realizada no ano de 2015 - Lei nº 13.165/2015). 
O esquema posto abaixo, vai nos ajudar a memorizar as idades mínimas constitucionalmente 
exigidas: 
 
 
10. É importante destacar que as coligações nas eleições proporcionais estão com os dias contados: foram válidas nas 
eleições de 2018, no entanto, estão vedadas nas eleições a partir de 2020, por força da EC nº 97 de outubro de 2017 (que 
modificou o art. 17, § 1°, CF/88). 
11 Dos 513 Deputados Federais eleitos no 1° domingo de outubro de 2018, 262 (51%) nunca havia ocupado uma cadeira na 
Câmara dos Deputados. Nota-se que a renovação nas eleições de 2018 representa a maior troca de parlamentares na Casa 
Legislativa desde 1994. 
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Bom, hora de resolvermos algumas questões juntos! 
Questões para fixar 
[Quadrix - 2017 - CRMV-DF - Agente Administrativo - Adaptada] Com base na CF, julgue o item a seguir no 
que se refere ao Poder Legislativo: 
A Câmara dos deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em cada 
estado, em cada Território e no Distrito Federal. 
[Quadrix - 2018 - CRM-DF - Serviço Administrativo] ] Julgue a assertiva: 
A adoção do modelo proporcional para a eleição dos deputados integrantes da Câmara dos Deputados 
atentaria contra a previsão constitucional que impõe o voto direto, motivo por que se optou pelo modelo 
majoritário. 
[RHS Consult - 2016 - Prefeitura de Paraty - RJ - Procurador] A composição da Câmara dos Deputados, pode-
se relacionar o sistema: 
A) Misto. 
B) Distrital. 
C) Proporcional. 
D) Majoritário. 
E) Parcial. 
Comentário: 
Como na Câmara dos Deputados temos representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em cada 
em cada estado, em cada Território e no Distrito Federal, o primeiro item é verdadeiro, o segundo é falso 
(pois o sistema de eleição na Câmara não é majoritário) e o terceiro tem por resposta a letra ‘c’. 
Gabarito: Certo/Errado/C 
[FCC - 2019 - AFAP - Agente de Fomento Externo - Adaptada] Considerando os dispositivos constitucionais 
a respeito do Poder Legislativo, julgue as assertivas: 
(I) A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema majoritário, em 
cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. 
(II) O número de representantes de cada unidade da Federação na Câmara dos Deputados será estabelecido 
de forma paritária, por meio de lei complementar, no ano anterior às eleições, a fim de garantir o equilíbrio 
da Federação. 
Comentário: 
O erro do primeiro item é fácil de identificar: a eleição na Câmara se dá pelo sistema proporcional. Quanto 
ao segundo item, lembremos que o número de representantes que cada Estado terá na Câmara dos 
Deputados não é estabelecido de forma paritária, mas, sim, de modo proporcional. Sendo assim, é 
igualmente falso. 
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Gabarito: Errado/Errado 
[FCC - 2016 - Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Superior - Analista em Gestão Pública - Adaptada] 
Julgue o item: 
O número total de Deputados será estabelecido por lei complementar. 
Comentário: 
Verdadeiro! É o que preceitua o art. 45, §1º da CF/88. 
Gabarito: Certo 
[VUNESP - 2018 - Câmara de Itaquaquecetuba - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] Julgue a assertiva sobre 
a estrutura do Poder Legislativo brasileiro: 
Cada Território Federal elegerá 6 (seis) Deputados,com 2 (dois) suplentes cada. 
Comentário: 
Sabemos que, atualmente, não existem territórios federais. No entanto, nossa Constituição permite (em 
seu art. 18, §2º), que novos territórios federais sejam criados por lei complementar. Se isso acontecer, o 
Território Federal terá 4 deputados federais na Câmara, consoante prevê o §2º do art. 45. Nesse sentido, o 
item é falso. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2016 - PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto - Adaptada] A respeito do Poder Legislativo, julgue 
a assertiva: 
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal são compostos por representantes dos estados, eleitos por 
meio do sistema proporcional. 
Comentário: 
A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional. Por 
outro lado, o Senado Federal é composto por representantes dos Estados e do DF, eleitos pelo sistema 
majoritário. O item é, então, claramente falso! 
Gabarito: Errado 
[FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - Adaptada] À 
luz do que dispõe a Constituição Federal acerca do Poder Legislativo, seus órgãos e atribuições, julgue o 
item: 
Os Deputados Federais e Senadores são eleitos pelo sistema majoritário. 
Comentário: 
Deputados federais são eleitos pelo sistema proporcional. Logo, o item é falso! 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1] Acerca da organização dos poderes do Estado, julgue 
o item subsequente: 
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O número de deputados e de senadores é definido em lei de acordo com o número de habitantes de cada 
Estado e do Distrito Federal. 
Comentário: 
De fato, a representação na Câmara dos Deputados é proporcional, sendo definida de acordo com o número 
de habitantes da entidade federada. No entanto, no Senado Federal, a representação é paritária. São 3 
senadores para cada Estado e 3 para o DF. Assim, podemos assinalar o item como falso. 
Gabarito: Errado 
 
(B.2) Atribuições da Câmara dos Deputados 
Quanto às atribuições da Câmara dos Deputados, o art. 51, CF/88 enuncia um rol de tarefas que 
são privativas da Casa e serão, em regra, exercidas através de resolução, que dispensa sanção ou veto 
presidencial12. 
A expressão “em regra” foi utilizada no parágrafo anterior em virtude da atribuição do inciso IV, 
referente à iniciativa para apresentação de projeto de lei para a remuneração de seus servidores: a CD irá 
exercer a iniciativa apresentando a proposição legislativa de remuneração dos cargos, empregos e funções 
de seus serviços e, depois que a matéria for aprovada nas duas Casas Legislativas (CD e SF), será 
encaminhada para a deliberação executiva (sanção ou veto presidencial). 
Importante lembrar, no que se refere à remuneração, que a dos Deputados Federais é definida em 
decreto legislativo elaborado pelo Congresso Nacional (nos termos do art. 49, VII, CF/88). 
No mais, as atribuições enunciadas no art. 51, I a V (note que o IV já foi acima comentado), são as 
seguintes: 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado; 
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso 
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; 
III - elaborar seu regimento interno; 
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos 
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva 
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); 
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. 
 
12. Art. 48, CF/88: “Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado 
nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: (...)”. 
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(B.3) Composição do Senado Federal 
Agora vamos nos dedicar ao Senado Federal! 
É a Casa Legislativa que confirma a forma federativa de Estado, pois representa as ordens 
jurídicas parciais (Estados-membros e Distrito Federal), viabilizando que elas participem da formação da 
vontade nacional (“Princípio da participação” = entidades parciais auxiliam na formação da vontade 
nacional). 
Com oitenta e um membros, a Casa terá suas cadeiras preenchidas pelo sistema eleitoral 
majoritário simples, em que será eleito Senador aquele que obtiver o maior número de votos. Ao 
contrário da representatividade proporcional que vigora na Câmara dos Deputados, no Senado cada 
Estado e o Distrito Federal serão representados de modo paritário, por três Senadores. 
Cada Senador é eleito com dois suplentes, sendo que sua eleição implica a dos substitutos 
(chapa única). Nesse sentido, frente à vacância do cargo, o Senador não será sucedido pelo segundo 
colocado mais votado, mas por seu suplente (art. 56, §1º, CF/88). Vale lembrar que se ocorrer vaga e não 
houver suplente, far-se-á eleição para preenchê-la somente se faltarem mais de quinze meses para o 
término do mandato (art. 56, § 2º, CF/88). 
Quanto ao mandato dos Senadores, ele tem a duração de oito anos, havendo renovação parcial 
de 1/3 (um terço) ou 2/3 (dois terços) da representação de cada Estado e do Distrito Federal a cada 4 
quatro anos. Portanto, em um certame legislativo são eleitos dois Senadores, quatro anos depois, no 
certame subsequente, elege-se um Senador e assim sucessivamente. Para exemplificar, lembremos das 
eleições de 2006, em que cada Estado e o Distrito Federal elegeram um Senador, renovando somente 
1/3 da Casa Legislativa. Os eleitos nesse pleito ficaram no cargo até 2014, cumprindo o mandato de oito 
anos. Já nas eleições de 2010, cada Estado e o Distrito Federal elegeram dois Senadores, renovando 2/3 
da Casa; estes eleitos cumpriram o mandato até 2018. Nas eleições de 2018, foram novamente eleitos 
dois Senadores, cujas vagas só serão novamente postas em disputa no pleito de 2026 (em 2022 só vamos 
eleger um Senador para cada entidade federada). 
O esquema posto abaixo vai te ajudar a visualizar: 
 
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13 
No que se refere aos requisitos de elegibilidade, para o indivíduo ocupar uma cadeira no Senado 
Federal, ele deve preencher os seguintes: 
– nacionalidade brasileira: Senadores da República precisam ser brasileiros, não importando se a 
nacionalidade é originária ou secundária. Todavia, para ocupar a Presidência da Casa o sujeito há de ser 
brasileiro nato, nos termos do art. 12, § 3º, III, CF/88. A justificativa é simples: de acordo com o art. 80, 
CF/88, o Presidente do Senado Federal é quem assumirá temporariamente a Presidência da República 
(que para ser ocupada exige nacionalidade nata) caso haja impedimento simultâneo do Presidente e 
Vice-Presidente da República e, ainda, do Presidente da Câmara; 
– ter a idade mínima de trinta e cinco anos, nos termos do art. 14, § 3º, inciso VI, “a”, CF/88; 
– ostentar a condição de eleitor (afinal, só é elegível quem antes é alistável); e 
– não sofrer a incidência de nenhuma causa de inelegibilidade. 
Em resumo, sobre a composição do Senado, temos: 
(i) A Casa representa os Estados-membros e o Distrito Federal; 
(ii) Os 81 Senadores da República são eleitos pelo sistema majoritário simples;(iii) A representação para os Estados e DF é paritária (são 3 para cada entidade); 
(iv) Se uma Lei Complementar criar um novo Território Federal (art. 18, § 32, CF/88), ele não terá 
representantes no SF, já que não será uma entidade federada; 
(v) Senadores da República devem ser brasileiros, natos ou naturalizados; 
(vi) O Presidente do SF deve ser brasileiro nato, necessariamente (art. 12, § 3°, III, CF/88); 
(vii) O mandato dos Senadores é de 8 anos (2 legislaturas); 
(viii) A renovação no SF, a cada eleição, é parcial (o que significa que nunca poderemos alterar de uma só 
 
13. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 784. 
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vez os 81 Senadores da República; ora renovaremos 1/3 da Casa, ora 2/3)14; 
(ix) A idade mínima para compor esta Casa Legislativa é de 35 anos (art. 14, § 3°, VI, ‘a’, CF/88). 
(B.4) Atribuições do Senado Federal 
As atribuições privativas do Senado Federal estão descritas no art. 52. CF/88 e serão, em regra, 
cumpridas por meio da edição de resolução, que dispensa sanção ou veto presidencial15. 
A expressão “em regra” foi utilizada no parágrafo anterior em virtude da atribuição do inciso XIII, 
referente à iniciativa para apresentação de projeto de lei para a remuneração de seus servidores: o SF irá 
exercer a iniciativa apresentando a proposição legislativa de remuneração dos cargos, empregos e funções 
de seus serviços e, depois que a matéria for aprovada nas duas Casas Legislativas (SF e CD), será 
encaminhada para a deliberação executiva (sanção ou veto presidencial). 
Vale lembrar, no que se refere à remuneração, que assim como mencionado para os Deputados 
Federais, também a remuneração dos Senadores da República é definida em decreto legislativo elaborado 
pelo Congresso Nacional (nos termos do art. 49, VII, CF/88). 
No mais, as atribuições enunciadas no art. 52, I a XV (lembrando que o inciso XIII já foi acima 
comentado), são as seguintes: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem 
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes 
da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 
02/09/99) 
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de 
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-
Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: 
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; 
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; 
c) Governador de Território; 
d) Presidente e diretores do banco central; 
 
14. Dos 513 Deputados Federais eleitos no 1° domingo de outubro de 2018, 262 (51%) nunca havia ocupado uma cadeira na 
Câmara dos Deputados. Nota-se que a renovação nas eleições de 2018 representa a maior troca de parlamentares na Casa 
Legislativa desde 1994. 
15. Art. 48, CF/88: “Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o 
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: (...)”. 
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e) Procurador-Geral da República; 
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; 
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de 
missão diplomática de caráter permanente; 
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida 
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas 
pelo Poder Público federal; 
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito 
externo e interno; 
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva 
do Supremo Tribunal Federal; 
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da 
República antes do término de seu mandato; 
XII - elaborar seu regimento interno; 
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos 
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva 
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. 
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus 
componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito 
Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo 
Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do 
Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, 
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 
Por fim, para evitar que você confunda os incisos III e IV do art. 52, CF/88, é importante articula-
los, como mostra o esquema16 posto abaixo: 
 
16 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 787. 
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Questões para fixar 
[Quadrix - 2017 - CRMV-DF - Agente Administrativo - Adaptada] Com base na CF, julgue o item a seguir no 
que se refere ao Poder Legislativo: 
O Senado Federal compõe-se de representantes dos estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o 
princípio majoritário. 
[FCC - 2016 - Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Superior - Analista em Gestão Pública - Adaptada] 
Julgue o item: 
O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos pelo sistema 
proporcional. 
[FMP Concursos - 2015 - CGE-MT - Auditor do Estado do Mato Grosso - Adaptada] Relativamente à estrutura 
do Poder Legislativo federal tal como estatuída na Constituição Federal, julgue as assertivas: 
(I) O Senado Federal compõe-se dos representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional, tendo os 
senadores mandato de oito anos, devendo a renovação da representação dar-se de quatro em quatro anos, 
alternadamente, por um e dois terços dos membros da casa. 
(II) O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo 
princípio majoritário, elegendo cada um deles três senadores para mandato

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