Buscar

Ação de Habeas Data

Prévia do material em texto

AO JUIZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE __ DO ESTADO ALFA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portadora da cédula de identidade RG nº 
[inserir número] e inscrita no CPF sob o nº [inserir número], residente e domiciliada à [inserir 
endereço completo], por seu advogado infra-assinado (doc. 1), com escritório profissional sito à 
[inserir endereço completo do escritório], onde recebe notificações e intimações, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, incisos XXXIII, XXXIV, 
alínea "b", e LXXII, da Constituição Federal, e na Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997, 
impetrar a presente 
AÇÃO DE HABEAS DATA 
em face de MUNICÍPIO ALFA, pessoa jurídica de direito público interno, com sede à [inserir 
endereço da prefeitura], pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 
1. FATOS 
A requerente foi surpreendida ao ser informada por uma instituição financeira de que não 
poderia se beneficiar de um programa de juros mais baixos por figurar, segundo cadastro 
mantido pelo Município Alfa, como proprietária de diversos imóveis, condição esta desconhecida 
e inverídica. 
Ao buscar esclarecimentos junto à repartição municipal competente, solicitou o acesso a todas 
as informações a seu respeito constantes no cadastro imobiliário municipal. Contudo, teve seu 
pedido negado com base na Lei municipal nº XX, que classificava tais informações como 
"sigilosas" para a pessoa a que se referiam, disponibilizando-as somente a pessoas jurídicas 
cadastradas. 
Apesar de ter interposto todos os recursos administrativos cabíveis, a requerente não obteve 
sucesso em reformar tal decisão, enfrentando uma violação de seus direitos fundamentais de 
acesso à informação e de proteção à sua imagem e propriedade. 
2. DO DIREITO 
O direito ao habeas data é assegurado pela Constituição Federal em seu art. 5º, incisos XXXIII, 
XXXIV, alínea "b", e LXXII, destinando-se à garantia do conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, contidas em registros ou bancos de dados de entidades governamentais 
ou de caráter público, bem como à retificação desses dados. De modo que, demostrado que as 
fases administrativas foram vencidas, a ação constitucional passível de ser utilizada pela 
impetrante é o habeas data, nos termos do Art. 5º, inciso LXXII, alínea a, da CRFB/88 ou do Art. 
7º, inciso I, da Lei nº 9.507/97. Tal direito está diretamente relacionado aos princípios da 
legalidade, publicidade, transparência e proteção da privacidade e intimidade do cidadão. 
O princípio da legalidade, insculpido no art. 5º, II, da CF/88, determina que ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. A Lei municipal nº XX, 
ao restringir o acesso da requerente às informações a seu respeito constantes em registros 
públicos, viola este princípio fundamental, pois condiciona o exercício de um direito 
constitucionalmente garantido a uma restrição legal não prevista na Constituição ou em lei 
federal regulamentadora da matéria. 
Ademais, o princípio da publicidade, previsto no art. 37 da CF/88, é um dos fundamentos da 
Administração Pública, assegurando que os atos administrativos sejam realizados com 
transparência, garantindo-se, assim, o acesso dos cidadãos às informações públicas. A negativa 
do Município Alfa em fornecer as informações requeridas pela impetrante constitui uma afronta 
direta a esse princípio, pois impede que a requerente exerça seu direito de acesso à informação, 
essencial para a defesa de seus direitos e interesses legítimos. 
A Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997, que regula o habeas data, e a Lei nº 12.527, de 18 
de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), concretizam estes princípios ao 
estabelecerem mecanismos e procedimentos para garantir o direito de acesso a informações. 
Assim, qualquer restrição a este direito, como a imposta pela Lei municipal nº XX, deve ser 
analisada à luz desses princípios constitucionais, sendo declarada nula quando em desacordo 
com os mesmos. 
A Lei municipal nº XX, ao negar o acesso da requerente às informações a seu respeito, contraria 
o princípio constitucional da publicidade e o direito de acesso à informação, previstos na CF/88 
e regulamentados pela Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). 
 Dessa forma, A Lei municipal nº XX é materialmente inconstitucional, pois se trata de 
informação pessoal, de modo que o sigilo não pode ser oposto à própria pessoa a que se refere, 
o que afronta o Art. 5º, inciso XXXIII, da CRFB/88. 
3. DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se: 
a) Nos termos do art. 9º da Lei 9.507/97, seja ordenada a notificação da autoridade coatora para 
que, no prazo de 10 dias, preste as informações que julgar necessárias; 
b) Nos termos do art. 12 da Lei 9.507/97, seja ouvido o representante do Ministério Público no 
prazo de 5 dias, após findo o prazo referido no item anterior. 
c) A procedência da ação, para determinar definitivamente que as informações sejam 
disponibilizadas à requerente sobre o cadastro da prefeitura; 
Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente 
pela documentação anexa, testemunhal e o que se fizer necessário. 
Dá-se à causa o valor de R$... 
Termos em que, pede deferimento. 
[Localidade], [data], 
ADVOGADO/ OAB nº 
 
Discentes: 
Atália Araujo da Costa 
Diogo Matheus Ribeiro de Oliveira 
Glauça de Sousa Lopes 
Lucas Felipe Oliveira Veras 
Maryana Reis Correa 
Victor Hugo Martins Bastos

Mais conteúdos dessa disciplina