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SOLDAGEM DOS METAIS Prof. Manoel Messias Neris 28 SOLDAGEM DOS METAIS CAPÍTULO 5 TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM 29 SOLDAGEM DOS METAIS TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM A terminologia de soldagem é bastante extensa e muitas vezes os termos técnicos que utilizamos em uma região geográfica não são aplicáveis em outras. O próprio nome soldagem é adotado no Brasil, enquanto em Portugal o nome mais utilizado é soldadura; vamos indicar alguns termos mais importantes utilizados. O primeiro termo a ser definido é junta – junta é a região onde duas ou mais partes da peça são unidas pela operação de soldagem. Abaixo vemos 2 tipos de juntas bastante comuns. Outros 3 tipos de juntas estão mostrados abaixo: Para conseguirmos executar as soldas, na maioria das vezes precisamos preparar aberturas ou sulcos na superfície das peças que serão unidas – estas aberturas recebem o nome de chanfro. O chanfro é projetado em função da espessura da peça, do material, do processo de soldagem a ser adotado, das dimensões da peça e da facilidade de acesso à região de solda; abaixo vemos alguns dos tipos de chanfros mais comuns em matéria de soldagem. 30 SOLDAGEM DOS METAIS Abaixo vemos algumas das características dimensionais dos chanfros e das soldas de topo e filete. S = Nariz f = Abertura ou Fresta r = Raio do Chanfro α = Ângulo do Chanfro β = Ângulo do Bisel A solda em si também possui diferentes seções e cada uma recebe um determinado nome. A zona fundida de uma solda é constituída pelo metal de solda, que normalmente é uma mistura do metal base (material da peça) e do metal de adição (metal adicionado na região de solda). Ao lado do cordão temos uma região que tem sua estrutura e propriedades afetadas pelo calor e que denominamos zona termicamente afetada. Eventualmente podemos utilizar um suporte na parte inferior da solda, que ajuda a conter o material fundido na operação de soldagem e que pode ou não ser removido após o término da solda, chamado de mata-junta ou de cobre-junta. 31 SOLDAGEM DOS METAIS A posição da peça e do eixo da solda determinam a posição de soldagem; a seguir vemos as diversas posições normalmente utilizadas. Observar que existem limites de ângulos para cada posição e que muitas vezes não se consegue saber com exatidão a posição de soldagem exata que foi utilizada. Posições de soldagem para chapas Posições de soldagem para tubos SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM Em soldagem utilizamos uma série de números, sinais e símbolos que representam a forma do cordão de solda, processo utilizado, dimensões, acabamento, tipos de chanfro, etc.., os quais permitem maior rapidez na confecção de projetos e evitam erros de interpretação. Conforme AWS A 2.4 temos: 32 SOLDAGEM DOS METAIS Abaixo temos alguns tipos básicos de solda e seus símbolos: Cada símbolo básico é uma representação esquemática da seção transversal da solda em referência. Quando o símbolo básico é colocado sob a linha de referência, a solda tem que ser feita do mesmo lado em que se encontra a seta; caso contrário, a solda deve ser executada do lado oposto da seta. Mais de um símbolo básico pode ser utilizado de um ou dos dois lados da linha de referência. 33 SOLDAGEM DOS METAIS EXEMPLOS DE SOLDAS EM CHANFRO E SEUS SÍMBOLOS I V ½ V U J FLARE V FLARE ½ V 34 SOLDAGEM DOS METAIS Vários números que correspondem às dimensões ou outros dados da solda são colocados em posições específicas em relação ao símbolo básico. O tamanho da solda e/ou garganta efetiva são colocados à esquerda do símbolo. Em soldas em chanfro, se esses números não forem colocados, deve-se subtender que a penetração da solda deve ser total. A abertura da raiz ou a profundidade de solda do tipo “plug” ou “slot” é colocada diretamente dentro do símbolo básico da solda. À direita do símbolo podem ser colocados o comprimento da solda e a distância entre os centros dos cordões, no caso de soldas intermitentes. Os símbolos suplementares são usados em posições específicas do símbolo de soldagem quando necessários; existem ainda os símbolos de acabamento, que indicam o método de acabamento da superfície da solda. Estes símbolos são: C – rebarbamento G –esmerilhamento M – usinagem R – laminação H – martelamento Símbolos suplementares de soldagem 35 SOLDAGEM DOS METAIS Exemplos de soldas de filete e simbologia Vários tipos de solda e seus símbolos 36 SOLDAGEM DOS METAIS Exemplos de símbolos de soldas em chanfros Exemplos de solda de filete intermitente 37 SOLDAGEM DOS METAIS CAPÍTULO 6 SOLDAGEM A ARCO SUBMERSO 38 SOLDAGEM DOS METAIS SOLDAGEM A ARCO SUBMERSO (SAW) ARCO SUBMERSO é um processo de soldagem por fusão, no qual a energia necessária é fornecida por um arco (ou arcos) elétrico desenvolvido entre a peça e um eletrodo (ou eletrodos) consumível, que é continuamente alimentado à região de soldagem. O arco está submerso em uma camada de fluxo granular que se funde parcialmente, formando uma escória líquida, que sobe à superfície da poça metálica fundida, protegendo-a da ação contaminadora da atmosfera. Em seguida essa escória solidifica-se sobre o cordão de solda, evitando um resfriamento demasiado rápido. Representação Esquemática Da Soldagem A Arco Submerso A – SOLDA SOLIDIFICADA E – ARAME ELETRODO B – ESCÓRIA F - FLUXO C – SUCÇÃO DO PÓ G – ALIMENTAÇÃO DO PÓ D - GUIA DO ELETRODO H – CORDÃO INICIAL O equipamento para este processo consta basicamente das seguintes unidades: a) fonte de energia; b) unidade de controle; c) conjunto de alimentação do arame; d) pistola de soldagem; e) alimentador de fluxo; f) aspirador de fluxo. As unidades b,c,d,e constituem o elemento conhecido como cabeçote de soldagem; a figura da página anterior mostra as unidades componentes do sistema. No processo automático, o cabeçote pode mover-se ao longo da peça a ser soldada ou ser estacionário, sendo que nesse caso é a peça que se desloca sob o arco. Quando o processo é semi-automático, o alimentador de fluxo e a pistola de soldagem constituem um conjunto separado que é 39 SOLDAGEM DOS METAIS conduzido pelo operador ao longo da junta; esta operação é dificultada pela não visualização do cordão, diminuindo a eficiência do processo. Cabeçote móvel Cabeçote fixo Como fonte de energia podem ser usados: a) Um transformador C.A. b) Um conjunto transformador-retificador C.A. / C.C. c) Um conversor C.C. Podem ser utilizadas fontes de tensão constante ou fontesde corrente constante, conforme a unidade de controle do cabeçote. As tensões usuais requeridas situam-se na faixa dos 20 a 55 Volts. As intensidades de corrente mais usuais chegam até 2000 Ampères; em casos excepcionais usam-se intensidades de até 4000 Ampères. 40 SOLDAGEM DOS METAIS Faixa de corrente recomendável para arames eletrodos utilizados em Arco Submerso Diâmetro do arame eletrodo (mm) Faixa de corrente (A) 1,59 115-500 1,98 125-600 2,38 150-700 3,18 220-1000 3,97 340-1100 4,76 400-1300 5,56 500-1400 6,35 600-1600 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA SOLDAGEM A ARCO SUBMERSO VANTAGENS a) Este processo permite obter um grande rendimento térmico. b) Alcança-se uma elevada produção específica de material de adição (até 20 kg/h), que em conseqüência propicia uma grande velocidade de soldagem. c) Consegue-se alcançar uma grande penetração com este tipo de processo, o que diminui a necessidade de abertura de chanfro. d) Possibilita ao operador dispensar o uso de protetores visuais. e) Permite obter maior rendimento de deposição que a maioria dos outros processos. DESVANTAGENS OU LIMITAÇÕES a) A soldagem pode se realizar somente nos limites da posição plana ( ou em filete horizontal desde que haja um suporte adequado para o pó). b) É praticamente impossível soldar juntas de difícil acesso. c) Há necessidade de remoção de escória a cada passe de soldagem. d) A superfície do chanfro deve ser regular e a ajustagem da junta bastante uniforme. ABERTURA DO ARCO Neste tipo de soldagem existem diversos métodos de abertura de arco: - pela aplicação de alta freqüência - por retração instantânea do arame - por intercalação de uma pequena esfera ou palha de aço - por arraste - pelo uso de arame eletrodo de ponta afiada - pelo uso de eletrodo de carbono - por abertura em bolha de fusão 41 SOLDAGEM DOS METAIS ESPECIFICAÇÃO DE CONSUMÍVEIS As entidades normativas possuem especificações apropriadas aos consumíveis para a soldagem a arco submerso, como por exemplo, a AWS, vistas na tabela abaixo. Especificação Tipo de metal de adição AWS A 5.9 Arames e varetas para solda de aço inoxidável AWS A 5.14 Arames e varetas para solda de níquel e suas ligas AWS A 5.17 Arames e fluxos para soldagem SAW de aço carbono AWS A 5.21 Arames e varetas para revestimento AWS A 5.23 Arames e fluxos para soldagem SAW de aço baixa liga As entidades normativas utilizam ainda a designação de um fluxo, em conjunto com a especificação do arame eletrodo. No caso de utilizarmos a especificação AWS, teremos por exemplo a especificação AWS A 5.17, que delibera sobre a utilização de arames para aços carbono e seus respectivos fluxos. Um mesmo fluxo pode ser designado F6A2-EXXX ou F7A4-EXXX, de acordo com o eletrodo (E) utilizado. Propriedades mecânicas do metal depositado A tabela a seguir mostra um esquema de designação do par arame-fluxo adotado pela especificação AWS A 5.17. 42 SOLDAGEM DOS METAIS ARAME ELETRODO Os eletrodos são especificados com base em sua composição química, sendo divididos em três tipos: baixo (L), médio (M) e alto (H) teor de Manganês. Dentro de cada grupo, os arames podem ter diferentes teores de Carbono, além de teor de Silício baixo ou alto (K). Resumidamente, arames com maiores teores de Carbono, Manganês e Silício favorecem a deposição de cordões com maior resistência e dureza; o Silício aumenta a fluidez da poça de fusão, melhorando o formato de cordões depositados com elevadas velocidades de soldagem. As bitolas de arames eletrodos mais utilizados situam-se na faixa entre 1,6 e 6,4 mm; podemos também trabalhar com fitas contínuas no lugar do arame, principalmente para deposições superficiais. Para aumentar a velocidade de soldagem e a deposição do metal, pode-se usar dois ou mais arames eletrodos ou fitas; eles podem situar-se em paralelo ou em linha em relação `a junta e alimentados por uma ou mais fontes de energia. Abaixo, a tabela mostra os requisitos de composição química de eletrodos para a soldagem de aço carbono, conforme AWS A 5.17-80. Tabela – Composição química de eletrodos Classe Composição Química (% Peso) AWS Carbono Manganês Silício Enxofre Fósforo Cobre EL8 0,10 0,25-0,60 0,07 0,035 0,035 0,035 EL8K 0,10 0,25-0,60 0,10-0,25 EL12 0,05-0,15 0,25-0,60 0,07 EM12 0,06-0,15 0,80-1,25 0,10 EM12K 0,05-0,15 0,80-1,25 0,10-0,35 EM13K 0,07-0,19 0,90-1,40 0,35-0,75 0,035 0,035 0,035 EM15K 0,10-0,20 0,80-1,25 0,10-0,35 EH14 0,10-0,20 1,70-2,20 0,10 OBS: NÚMEROS ISOLADOS INDICAM VALOR MÁXIMO 43 SOLDAGEM DOS METAIS As propriedades reais do metal depositado por uma determinada combinação eletrodo-fluxo dependem do procedimento de soldagem específico usado numa determinada aplicação. Assim a seleção final de uma combinação geralmente é feita com base na soldagem de corpos de prova de qualificação, de acordo com uma norma específica, e na avaliação final ou medida das propriedades de interesse dessa solda. FLUXOS Os fluxos tem diversas funções na soldagem a Arco Submerso, entre elas: estabilizar o arco, fornecer elementos de liga para o metal de solda, proteger o arco e o metal aquecido da contaminação pela atmosfera, minimizar as impurezas no metal de solda, formar escória com determinadas propriedades físicas e químicas que podem influenciar o aspecto e o formato do cordão de solda, sua destacabilidade, a ocorrência de mordeduras, etc.. Os fluxos usados no processo a arco submerso são granulares e constituídos de substâncias fusíveis à base de minerais contendo óxidos de manganês, silício, titânio, alumínio, cálcio, zircônio, magnésio e outros componentes. Podem ser quimicamente neutros, ácidos ou básicos, dependendo da mistura de óxidos, não devem produzir grandes quantidades de gases durante a soldagem e devem ter características elétricas estáveis. Em termos de fabricação, os fluxos podem ser dos grupos fundidos ou não fundidos; os primeiros são produzidos pela fusão da mistura de seus componentes em fornos, sendo posteriormente resfriados, britados, moídos, peneirados e embalados. Os fluxos não fundidos podem ser subdivididos em misturados, aglomerados e sinterizados. O tipo de fluxo mais utilizado no Brasil é o aglomerado, no qual uma mistura de pós é aglomerada por um ligante, endurecido posteriormente ao forno, moído, peneirado e embalado; devido sua higroscopicidade há necessidade de controle de umidade no armazenamento. DEPOSIÇÃO/PENETRAÇÃO CCPI – Produz boa taxa de deposição, ótimo controle de formato de cordão e alta penetração. CCPD – Produz alta taxa de deposição, bom controle do formato de cordão e baixa penetração. CA – Penetração intermediária entre CCPD/CCPI; não aparece o fenômeno do sopro magnético. 44 SOLDAGEM DOS METAIS DIFERENTES ARRANJOS PARA EXECUÇÃO DE CORDÕES DE SOLDA A ARCO SUBMERSO 45 SOLDAGEM DOS METAIS CAPÍTULO 7 SOLDAGEM TIG 46 SOLDAGEM DOS METAIS PROCESSO DE SOLDAGEM TIG (Tungsten Inert Gas) – GTAW É um processo de soldagem por fusão, a arco elétrico que utiliza o calor gerado pelo arco formado entre o eletrodo de Tungstênio não consumível e a peça que se deseja soldar. A proteção da poça de fusão é conseguida com a adiçãode um gás inerte ou mistura de gases inertes sobre ela, sendo que o gás também tem a função de transmitir a corrente elétrica quando ionizado durante o processo e ainda auxiliar a resfriar o eletrodo; a soldagem pode ser realizada com ou sem metal de adição. A abertura do arco pode ser facilitada pela sobreposição de uma corrente de alta freqüência, para evitar que se tenha de riscar a peça com o eletrodo de Tungstênio. O arco inicial, obtido pela corrente de alta freqüência, ioniza o gás possibilitando a abertura do arco principal. Esquematização do processo TIG com sobreposição de alta freqüência O eletrodo não consumível utilizado para soldagem é constituído de Tungstênio puro ou ligado a diversos elementos químicos, pois a presença desses elementos de liga aumenta a capacidade de emissão de elétrons, além de permitir uma maior vida útil ao eletrodo. A classificação AWS A 5.12 apresenta os valores máximos de cada elemento químico: Classe AWS W % Ce02 % La2O3 % ThO2 % ZrO2 % Outros % max. Cor da ponta EWP 99,5 - - - - 0,5 Verde EWCe-2 97,5 1,8-2,2 - - - 0,5 Laranja EWLa-1 98,3 - 0,9-1,2 - - 0,5 Preta EWLa-1,5 97,8 1,3 a 1,7 Ouro EWLa-2 97,3 1,8 a 2,2 Azul EWTh-1 98,5 - - 0,8-1,2 - 0,5 Amarela EWTh-2 97,5 - - 1,7-2,2 - 0,5 Vermelha EWZr-1 99,1 - - - 0,15-0,4 0,5 Marrom EWG 94,5 - - - - 0,5 Cinza EWP: Este tipo de eletrodo contém um mínimo de 99,5% de W. Oferece boa estabilidade de arco quando usado com corrente alternada. A ponta do eletrodo se mantém limpa com formato arredondado. Também pode ser usado em corrente contínua, mas neste caso não fornece a iniciação de arco e as características de estabilidade que os ligados oferecem. São eletrodos de baixo custo e são usados principalmente para ligas de alumínio e magnésio. No entanto a capacidade de condução de corrente é inferior aos ligados. 47 SOLDAGEM DOS METAIS EW Th: Esses eletrodos oferecem melhor iniciação do arco, pois o óxido de tório melhora a qualidade de emissão de elétrons e tem a capacidade de condução de corrente mais elevada, em cerca de 20% em relação ao de tungstênio puro. Normalmente tem uma vida mais longa. Esses eletrodos foram desenvolvidos para as aplicações CCPD. Mantêm uma configuração de ponta afiada durante a soldagem. Raramente são usados em corrente alternada pela dificuldade de manter a ponta arredondada. EW Ce: Foram introduzidos no mercado americano nos anos 80, para substituir os eletrodos com Tório, pois o Cério não é um elemento radioativo e é elemento abundante da família dos ”terras raras”. Em relação aos eletrodos de tungstênio puro, apresentam mais facilidade para abrir o arco, oferecem melhor estabilidade de arco e reduz o “burn-off”. Os eletrodos EW Ce-2 operam com CA e CC em ambas polaridades. EW La: Os eletrodos de tungstênio ligados com Lantânio foram desenvolvidos na mesma época daqueles com Cério pela mesma razão de não ser radioativo. As vantagens deste tipo são semelhantes aos de Ce. EW Zr: Os eletrodos ligados com Zircônio (contém 0,25% de Zr) e as suas características geralmente estão entre aquelas do tungstênio puro e os ligados com tório. Em corrente alternada combina as características de estabilidade de arco e a ponta arredondada com a capacidade de condução de corrente e abertura de arco semelhantes as dos eletrodos com tório. Apresentam uma melhor resistência à contaminação em relação ao de tungstênio puro e são preferidos para aplicações que exigem alta qualidade radiográfica e baixa contaminação de tungstênio. EWG: Estes eletrodos contem outros elementos de liga ou aqueles das terras raras em proporções diferentes daqueles existentes com especificação determinada. Podem também ter uma mistura de elementos de liga. O eletrodo serve apenas como ponto focal para o direcionamento do arco, sendo que para não haver fusão do mesmo na temperatura do arco, utiliza-se o Tungstênio, que possui ponto de fusão 3370ºC; sua ponta deve ser convenientemente preparada para minimizar o diâmetro do arco conforme esquema a seguir. Preparação da ponta do eletrodo de Tungstênio 48 SOLDAGEM DOS METAIS Nos processos de soldagem da maioria dos materiais procura-se ligar o eletrodo em CC polaridade direta, pois o calor gerado em sua extremidade é menor, comparadamente à polaridade inversa. Na soldagem do Alumínio, no entanto, muitas vezes utiliza-se a polaridade inversa, mesmo com o risco de fusão do eletrodo, pois para quebrar a camada de óxido de alumínio, de alto ponto de fusão, é necessário que o fluxo de elétrons saia do Alumínio para o eletrodo (fenômeno que recebe o nome de dispersão); melhor que utilizar CC em Alumínio é optar pelo uso de corrente alternada, que quebra a camada de óxido e não aquece em demasia a ponta do eletrodo Para soldagem com corrente acima de 130 A devem-se utilizar tochas refrigeradas a água; para correntes menores há tochas de diferentes tamanhos, que devem ser escolhidas em função da aplicação. É um processo lento, usualmente manual, podendo ser automatizado (taxas de 0,2 a 2 kg/h) e as soldas produzidas são de excelente qualidade; não produz escória, gera poucos respingos, pouca fumaça, pequena Z.T.A. com poucas deformações e pode ser utilizado em todas as posições. Os cordões de solda são de ótimo acabamento, uniformes, geralmente não requerendo nenhum procedimento de acabamento ou limpeza posterior. A soldagem TIG é bastante adequada para espessuras finas, pois possibilita o perfeito controle da fonte de calor, sendo que muitas vezes ela é utilizada sem metal de adição, somente caldeando-se as bordas do metal a ser soldado. É muito comum, também utilizar o TIG para o passe de raiz na soldagem de peças espessas e de grande responsabilidade. É um processo que requer muita habilidade do soldador, uma limpeza perfeita dos metais a serem soldados, além de emitir grande quantidade de radiação ultravioleta. Estas radiações queimam rapidamente as partes da pele expostas, bem como as vistas e ainda tem capacidade de decompor solventes armazenados nas imediações, liberando gases bastante tóxicos; as radiações facilitam a geração de O3 nas proximidades. Pode-se soldar aços carbono, inoxidáveis, alumínio, magnésio, titânio, cobre, zircônio e outros metais de difícil soldagem, nas espessuras de 0,5 a 50 mm. Efeito do tipo de corrente e polaridade na soldagem TIG 49 SOLDAGEM DOS METAIS Os gases de proteção mais utilizados são o Argônio e o Hélio, ou uma mistura de ambos; os gases são direcionados por bocais cerâmicos, metálicos ou por bocais tipo gás-lens, vistos na figura abaixo. O Argônio é o gás mais utilizado, principalmente devido ao menor custo e maior disponibilidade, mas possui outras vantagens: Arco mais suave e estável, sem turbulências; menor voltagem do arco, para um dado comprimento do arco; menor vazão de gás para uma boa proteção; facilita a abertura do arco (mais ionizável); resiste mais às correntes de ar. O Hélio é utilizado para soldagem de materiais mais espessos, pois produz mais calor; por ter a densidade menor que a do ar, é utilizado para soldagens sobre cabeça; promove maior penetração do cordão; possui custo mais elevado que o Argônio, pois sua obtenção é difícil. É bastante utilizada a mistura de Argônio e Hélio para algumas aplicações de soldagem, sendo seu uso bem difundido na soldagem TIG das ligas de alumínio, titânio, cobre e aços inoxidáveis; o objetivo é se beneficiar das melhores características de cada gás, aumentando a largura de fusão e melhorando a aparência do cordão de solda. Em alguns casos de soldagem são utilizadas misturas especiais, contendo H2 (aços inoxidáveis). O hidrogênio atua com um agente redutorinibindo a formação de óxidos, o que resulta em superfícies mais limpas e também aumenta a energia do arco para uma determinada corrente, aumentando a penetração. O nitrogênio é freqüentemente utilizado como gás de purga ou de proteção da raiz evitando contaminação com o ar atmosférico. Atualmente é utilizado em adições menores do que 3% em combinação com Argônio nos processos TIG e MIG para a soldagem de aços inoxidáveis duplex. Não é recomendado para a soldagem de aços carbono e baixa liga. A especificação AWS A 5.32 se aplica aos gases de proteção utilizados nos processos de soldagem TIG. Os gases de proteção podem ser de um único tipo de gás (puro) ou de mistura de gases. A AWS A 5.32 identifica os componentes individuais dos gases como: A – Argônio ; He – Hélio ; H – Hidrogênio ; N – Nitrogênio. Especificação AWS A 5.32 para Misturas Típicas de Gases de Soldagem Classificação AWS Mistura Típica de Gás (%) Gases de Proteção SG-AHe-10 90/10 Argônio + Hélio SG-AH-5 95/5 Argônio + Hidrogênio SG-HeA-25 75/25 Hélio + Argônio SG-A-G Especial Argônio + Mistura 50 SOLDAGEM DOS METAIS Como se podem utilizar todas as formas de corrente para soldagem TIG, normalmente se utiliza um transformador/retificador que pode fornecer tanto CC como CA. Trata-se de máquinas especialmente desenvolvidas para soldagem TIG e que incorporam as unidades de controle de fluxo de gás protetor e de geração de corrente de alta freqüência. Foram lançados no mercado equipamentos para soldagem automática de tubos, recebendo o processo a denominação de TIG ORBITAL (pelo fato de realizar o cordão de solda automaticamente em 360º). Recentemente desenvolveram-se equipamentos ainda mais específicos que incorporam uma unidade de programação e que fornece CC pulsada com freqüência na faixa de 1 a 10 Hz; tal equipamento é normalmente utilizado em aplicações automatizadas. A principal vantagem da corrente pulsada é permitir uma combinação da força, boa penetração e fusão do pulso, enquanto mantém a área de soldagem relativamente fria. Assim, é possível obter maiores penetrações do que em corrente contínua constante e trabalhar com materiais mais sensíveis ao aporte de calor com minimização das distorções. Ciclo da corrente de solda TIG pulsada As varetas ou arames de metal de adição para TIG tem basicamente a mesma composição química dos materiais base; nenhuma reação química é esperada que ocorra na poça de fusão. Nas aplicações automáticas pode se utilizar o processo adicional HOT- WIRE, com pré-aquecimento do arame eletrodo. 51 SOLDAGEM DOS METAIS Processo automatizado HOT-WIRE As varetas são utilizadas para os processos manuais, disponíveis em comprimento em torno de 1 m. Para os processos de alimentação automática se utilizam rolos de arame, similares ao do MIG, enrolados em bobinas de diferentes capacidades, com diâmetros variando entre 0,5 e 5 mm, aproximadamente. Principais especificações de arames para soldagem TIG Material Nº da especificação Arames e varetas para soldagem de Cobre A 5.7 Arames e varetas para soldagem de Aços inoxidáveis A 5.9 Arames e varetas para soldagem de Alumínio A 5.10 Arames e varetas para soldagem de Níquel A 5.14 Arames e varetas para soldagem de Ferro fundido A 5.15 Arames e varetas para soldagem de Titânio A 5.16 Arames e varetas para soldagem de Aço carbono A 5.18 Arames e varetas para soldagem de Magnésio A 5.19 Arames e varetas para soldagem de Revestimento A 5.21 Arames e varetas para soldagem de Aços inoxidáveis A 5.22 Arames e varetas para soldagem de Zircônio A 5.24 Arames e varetas para soldagem de Aços de baixa liga A 5.28 Equipamentos de Soldagem - Porta-eletrodo com passagem de gás e bico para direcionar o gás ao redor do arco, com mecanismo de garra para energizar e conter o eletrodo de Tungstênio. - Suprimento de gás protetor. - Indicador de vazão e regulador-redutor de pressão de gás. - Fonte de energia. - Suprimento de água de refrigeração se a pistola é refrigerada a água. Equipamento básico para soldagem TIG 52 SOLDAGEM DOS METAIS Parâmetros operacionais Corrente de soldagem: 10 a 600 A Bitola de eletrodo de W: 1 a 7 mm Espessuras de soldagem: a partir de 0,5 mm Taxa de deposição: até 2 kg/h Taxa de diluição: 2 a 20% com metal de adição 100% sem metal de adição Tipos de juntas: todas Posições de soldagem: todas 53 SOLDAGEM DOS METAIS CAPÍTULO 8 SOLDAGEM MIG/MAG 54 SOLDAGEM DOS METAIS PROCESSO MIG/MAG (METAL INERT GAS/METAL ACTIVE GAS) MIG é um processo por fusão a arco elétrico que utiliza um arame eletrodo consumível continuamente alimentado à poça de fusão e um gás inerte para proteção da região de soldagem. MAG é um processo de soldagem semelhante ao MIG, porém utilizando um gás ativo (CO2) para proteção da região de soldagem. Em ambos os processos geralmente o metal de adição possui a mesma composição química do metal base. O processo MIG baseou- se no processo TIG, iniciando com a soldagem do Alumínio e posteriormente estendeu-se à soldagem dos aços inoxidáveis, ao se notar que uma pequena adição de O2 ao gás inerte facilitava a abertura do arco. Posteriormente ao processo MIG, desenvolveu-se o MAG para baratear custos e concorrer com os eletrodos revestidos na maioria das aplicações, utilizando-se CO2 e mistura de gases como gás de proteção; o primeiro desenvolvimento para o MAG ficou conhecido como subprocesso MACRO- ARAME. Pelo fato das dificuldades deste subprocesso trabalhar com pequenas espessuras e soldar em todas as posições, desenvolveu-se a seguir o subprocesso MICRO-ARAME (para diâmetros até 1,2 mm); na seqüência do desenvolvimento e visando a minimização dos respingos e melhoria do formato do cordão, desenvolveu-se o subprocesso ARAME-TUBULAR (até diâmetro de 4 mm). Todas estas melhorias permitiram um aumento na velocidade de soldagem do processo MIG/MAG em relação a outros processos, e isso vem refletindo-se na evolução da utilização do mesmo, comparativamente aos processos mais antigos, conforme quadro abaixo: Comparação da utilização dos vários métodos de soldagem na Europa: Arco Submerso (SAW), Eletrodo Revestido (MMA) e MIG/MAG ( incluindo arames sólidos e tubulares). PRINCÍPIO DO PROCESSO MIG/MAG O calor gerado para fundir o metal de enchimento é suficiente para fundir também as superfícies do metal base. A transferência do material do arco é bastante melhorada comparando- se ao processo TIG devido ao aumento da eficiência do ganho de calor causado pela presença no arco das partículas de material superaquecido. As partículas funcionam como elementos importantes no processo de 55 SOLDAGEM DOS METAIS transferência de calor, sendo que a transferência de material se processa a uma taxa de várias centenas de gotículas por segundo. Principio do processo MIG/MAG: 1. Carretel ou tambor 2. Eletrodo 3. Roletes de tração 4. Guia do arame 5. Conjunto de mangueiras 6. Pistola de soldagem 7. Bico de Contato 8. Gás de proteção 9. Bocal do Gás de proteção 10. Arco elétrico 11. Poça de fusão 12. Fonte de energia. Existem basicamente quatro tipos de transferência de material na soldagem MIG/MAG: a) GLOBULAR (MAG = Macro Arame/ Arame Tubular) - Gotas de grandes dimensões a baixas velocidades - Utiliza altas correntes e arcos longos ( 75a 900 A) Transferência Globular b) JATO OU SPRAY (MIG) - Gotas finas e altas velocidades - Utiliza altas correntes e altas voltagens (50 a 600 A) - Representação esquemática da transferência Jato ou Spray 56 SOLDAGEM DOS METAIS c) CURTO CIRCUITO (Micro Arame) - Transferências sucessivas por curto circuitos - Utiliza baixa corrente e arcos curtos (25 a 200 A) Representação do processo de transferência por Curto-Circuito Uma gota de metal fundido é formada no fim do eletrodo. Quando ela se torna suficientemente grande para entrar em contato com a poça de fusão, o arco sofre um curto circuito. Isto eleva a corrente de soldagem e a corrente é liberada, permitindo que o arco seja ignitado novamente. O aumento da corrente causado pelo curto circuito gera respingos. 1.Ciclo do curto circuito. 2.Período do arco. 3.Período do curto circuito. d) ARCO PULSANTE (Em Operações Automatizadas) - Arco mantido por uma corrente baixa principal com sobreposição de pulsos de alta corrente e transferência por spray durante os pulsos. Princípio do arco pulsado. 1.Pico da corrente de pulso. 2.Corrente de transição. 3.Corrente média de soldagem. 4.Corrente de base. A soldagem MIG pode ser usada em ampla faixa de espessuras, em materiais ferrosos e não ferrosos como Alumínio, Cobre, Magnésio, Níquel e suas ligas. O processo MAG é utilizado apenas na soldagem de materiais ferrosos, tendo como gás de proteção o CO2 ou misturas ricas nesse gás. 57 SOLDAGEM DOS METAIS De um modo geral pode-se dizer que as principais vantagens da soldagem MIG/MAG são: alta taxa de deposição, alto fator de trabalho do soldador, grande versatilidade de espessuras aplicáveis, inexistência de fluxos de soldagem, ausência de remoção de escória e exigência de menor habilidade do soldador, quando comparado com eletrodos revestidos. A principal limitação da soldagem MIG/MAG é sua maior sensibilidade à variação dos parâmetros elétricos de operação de soldagem, que influenciam diretamente na qualidade do cordão de solda depositado. Além disso deve ser ressaltado o alto custo do equipamento, a grande emissão de radiação ultra violeta, maior necessidade de manutenção em comparação com os equipamentos para soldagem de eletrodos revestidos e menor variedade de consumíveis. CONSUMÍVEIS DO PROCESSO GASES Os gases de proteção utilizados nos processos de soldagem a arco elétrico podem ser Inertes ou Reativos. Os gases de proteção inertes são os considerados que não reagem com o metal líquido da poça de fusão. Os gases inertes mais utilizados na soldagem são Argônio e Hélio. Os gases de proteção reativos são os considerados que reagem com o metal líquido da poça de fusão, podendo alterar as propriedades metalúrgicas e mecânicas do metal de solda. Estes gases podem ser ativos ou redutores. Os gases ativos utilizados na soldagem são o CO2 - Dióxido de Carbono e Oxigênio. O gás redutor que pode ser utilizado na soldagem é o Hidrogênio - H2. A especificação AWS A 5.32 se aplica aos gases de proteção utilizados nos processos de soldagem MIG/MAG, TIG, ARAME TUBULAR e PLASMA. Os gases de proteção podem ser de um único tipo de gás (puro) ou de mistura de gases. A AWS A 5.32 identifica os componentes individuais dos gases como: A – Argônio ; C – CO2 - Dióxido de Carbono ; He – Hélio ; H – Hidrogênio ; N – Nitrogênio ; O – Oxigênio. Classificação AWS Mistura Típica de Gás (%) Gases de Proteção SG-AC-25 75/25 Argônio + CO2 SG-AO-2 98/2 Argônio + Oxigênio SG-AHe-10 90/10 Argônio + Hélio SG-AH-5 95/5 Argônio + Hidrogênio SG-HeA-25 75/25 Hélio + Argônio SG-HeAC-7.5/2.5 90/7.5/2.5 Hélio + Argônio + CO2 SG-ACO-8/2 90/8/2 Argônio + CO2 + Oxigênio SG-A-G Especial Argônio + Mistura Tolerância de +/- 10% para o gás de menor valor. Classificação AWS A 5.32 para os Gases de Soldagem MIG/MAG 58 SOLDAGEM DOS METAIS METAIS DE ADIÇÃO Para MIG/MAG, os eletrodos consumíveis consistem de um arame contínuo em diâmetros que variam de 0,6 a 2,4 mm ( arame tubular até 4 mm), usualmente em rolos de 12 a 15 kg, existindo no mercado rolos de até 200 kg. Os arames são normalmente revestidos com uma fina camada de Cobre para melhor contato elétrico com o tubo de contato da pistola e para prevenir a ocorrência de corrosão na estocagem. Há arames de adição sólidos ou tubulares sendo que estes últimos são recheados de fluxos que possuem as mesmas características e funções dos revestimentos dos eletrodos revestidos. Esses arames tubulares podem ser utilizados com proteção gasosa ou ser do tipo autoprotegido, sem o uso de gases. Neste caso o fluxo contido dentro do arame gera o gás de proteção da poça de fusão, a formação de escória, a desoxidação da poça e a estabilização do arco. Rolo de arame tubular ( observar detalhe) A tabela abaixo relaciona as especificações AWS de arames para soldagem MIG/MAG de diferentes materiais. Material Nº da especificação Arames de Cobre e suas ligas A 5.7 Arames de Aços inoxidáveis A 5.9 Arames de Alumínio e suas ligas A 5.10 Arames de Níquel e suas ligas A 5.14 Arames para soldagem de Ferro fundido A 5.15 Arames de Titânio e suas ligas A 5.16 Arames e arames tubulares de Aço carbono com pó interno A 5.18 Arames de Magnésio e suas ligas A 5.19 Arames tubulares de Aço carbono com fluxo interno A 5.20 Arames para Revestimento A 5.21 Arames tubulares para soldagem de Aços inoxidáveis A 5.22 Arames para soldagem de Zircônio A 5.24 Arames de Aços de baixa liga A 5.28 A principal especificação para os arames-eletrodos é a AWS A 5.18 que prescreve os requerimentos para a classificação de eletrodos sólidos ou 59 SOLDAGEM DOS METAIS compostos (arame tubular com núcleo metálico – metal cored) e varetas para os processos MIG/MAG (GMAW), TIG (GTAW) e PLASMA (PAW) na soldagem de aço carbono. A classificação dos arames para soldagem de aços pelas especificações AWS A 5.18 e A 5.28, que engloba os arames sólidos e os arames com enchimento metálico, tem o formato abaixo. Resistência Mecânica do metal de solda Classificação Gás de Proteção Limite de Resistência Limite deEscoamento Alongamento % mínimo psi MPa psi MPa ER 70S-2 a7 CO2 70.000 480 58.000 400 22 ER 70S-B2L ER70C-B2L Ar/1- 5%02 75.000 515 58.000 400 19 ER 80S e 80C 80.000 550 68.000 470 19 ER 90S e 90C 90.000 620 78.000 540 17 ER 100S 100.000 690 88.000 610 16 ER 110S ou 110C 110.000 760 95.000 660 15 ER 120S ou 120C 120.000 830 105.000 730 14 Requisitos de composição química para o arame ou metal de solda (%peso) Classificação C Mn Si P S Ni Cr Mo V Cu ER 70S-2 0,07 0,9-1,4 0,40- 0,70 0,025 0,035 0,15 0,25- 0,55 0,25- 0,55 0,03 0,50 ER 70S-3 0,06- 1,15 0,9-1,4 0,45- 0,75 ER 70S-4 0,06 1,0-1,15 0,65- 0,85 ER 70S-6 0,06 1,4-1,8 0,80- 1,15 ER 70S-7 0,06 1,5-2,0 0,50- 0,80 ER 70S-G Não especificado ER 80S-B2 0,07- 0,12 0,4-0,70 0,4-0,70 0,025 0,025 0,20 1,2-1,15 0,40- 0,65 - 0,35 ER 80S-B6 0,10 0,4-0,70 0,4-0,70 0,60 4,5-6,0 0,40- 0,65 - 0,35 ER 90S-B9 0,07- 0,13 1,25 0,15- 0,30 0,010 0,010 1,0 8,0-9,5 0,80- 1,10 0,15- 0,25 0,20 ER 100S-1 0,08 1,2-1,8 0,2-0,55 1,4- 2,1 0,30 0,25- 0,55 0,5 0,25 60 SOLDAGEM DOS METAIS ER 110S-1 0,09 1,4-1,8 0,20- 0,55 1,9- 2,6 0,50 0,25- 0,55 0,4 ER 120S-1 0,10 1,4-1,8 0,25- 0,60 2,0- 2,8 0,60 0,30- 0,65 0,3 ER 70C-3X 0,12 1,75 0,90 0,030 0,030 0,50 0,20 0,30 0,08 0,50 ER 80C-B2 0,05- 0,12 0,4-1,00,25- 0,60 0,025 0,030 0,20 1,0-1,5 0,40- 0,65 - 0,35 ER 80C-B3L 0,05 0,4-1,0 0,25- 0,60 0,025 0,030 0,20 2,0-2,5 0,90- 1,20 - 0,35 ER 90C-B3 0,05- 0,12 0,4-1,0 0,25- 0,60 0,025 0,030 0,20 2,0-2,5 0,90- 1,20 0,15- 0,25 0,35 GENERALIDADES: Ao contrário da soldagem TIG, a maior parte dos casos de soldagem MIG/MAG utiliza a CCPI, ficando a utilização da CCPD apenas para os casos de deposição superficial do material de adição e aplicações onde a penetração não é importante. Corrente RESULTADOS Tamanho de Gota Penetração Velocidade de Transferência Quantidade de Respingos Dispersão dos Óxidos CCPI Pequena Alta Alta Pouca Ocorre CCPD Grande Baixa Baixa Grande Não ocorre EQUIPAMENTOS Os principais componentes do sistema são: - A máquina de soldar (Fonte de energia) - A unidade de alimentação de arame com seus controles (Cabeçote) - A pistola de soldagem com seus cabos - O gás protetor e seu sistema de alimentação - O arame eletrodo Fontes de corrente contínua e de tensão constante são empregadas na maioria dos casos de soldagem MIG/MAG. Essa característica contrasta com as fontes de corrente constante utilizadas na soldagem TIG e com eletrodos revestidos. Uma fonte MIG/MAG proporciona uma tensão do arco relativamente constante durante a soldagem. Essa tensão determina o comprimento do arco. Quando ocorre uma variação brusca da velocidade de alimentação do arame, ou uma mudança momentânea da tensão do arco, a fonte aumenta ou diminui abruptamente a corrente (e, portanto, a taxa de fusão do arame) dependendo da mudança no comprimento do arco. A taxa de fusão do arame muda automaticamente para restaurar o comprimento original do arco. Como resultado, alterações permanentes no comprimento do arco são efetuadas ajustando-se a tensão de saída da fonte. A velocidade de alimentação do arame que o operador seleciona antes da soldagem determina a corrente de soldagem. Esse parâmetro pode ser alterado sobre uma faixa considerável antes que o comprimento do arco mude o suficiente para fazer o arame tocar na peça ou queimar o bico de contato. A fonte de soldagem também pode ter 61 SOLDAGEM DOS METAIS um ou dois ajustes adicionais para uso com outras aplicações de soldagem (por exemplo, controle de indutância). Exemplo de uma fonte de potência para solda (Máquina de soldar) O motor de alimentação de arame e o controle de soldagem são freqüentemente fornecidos em um único módulo — o alimentador de arame. Sua principal função é puxar o arame do carretel e alimentá-lo ao arco. O controle mantém a velocidade predeterminada do arame a um valor adequado à aplicação. O controle não apenas mantém a velocidade de ajuste independente do peso, mas também regula o início e fim da alimentação do arame a partir do sinal enviado pelo gatilho da tocha. O gás de proteção, a água e a fonte de soldagem são normalmente enviados à tocha pela caixa de controle. Pelo uso de válvulas solenóides os fluxos de gás e de água são coordenados com o fluxo da corrente de soldagem. O controle determina a seqüência de fluxo de gás e energização do contator da fonte. Ele também permite o pré e pós-fluxo de gás. Muitas vezes o alimentador trabalha distante da fonte elétrica, permitindo ao soldador o controle local das variáveis do processo. Exemplo de uma unidade de alimentação de arame 70 SOLDAGEM DOS METAIS CAPÍTULO 10 DEFEITOS EM OPERAÇÕES DE SOLDAGEM 71 SOLDAGEM DOS METAIS DESCONTINUIDADES MAIS FREQÜENTES NAS OPERAÇÕES DE SOLDAGEM Podemos definir descontinuidade como sendo uma interrupção das estruturas típicas de uma junta soldada, no que se refere à homogeneidade de características físicas, mecânicas ou metalúrgicas. De acordo com as exigências de qualidade da junta soldada, uma descontinuidade pode ser considerada um defeito, exigindo ações corretivas. Abaixo temos algumas descontinuidades mais comuns encontradas nas operações de soldagem, e eventuais cuidados para evitar o surgimento das mesmas. Abertura de arco – É uma imperfeição local na superfície do metal de base resultante da abertura do arco elétrico. Ângulo excessivo de reforço – É um angulo excessivo entre o plano da superfície do metal de base e o plano tangente ao reforço da solda, traçado a partir da margem da solda (Fig. 1). É causado por excesso de material de solda no acabamento. Figura 1- Ângulo excessivo de reforço Cavidade alongada – Vazio não arredondado com a maior dimensão paralela ao eixo da solda, podendo estar localizado na solda (Fig. 2a); ou na raiz da solda (Fig. 2b). Pode ser causado por excesso de velocidade de soldagem. Figura 2 – Cavidade alongada Concavidade – reentrância na raiz da solda, podendo ser: central, situada ao longo do centro de cordão (Fig. 3a); ou lateral, situada nas laterais do cordão (Fig. 3b). Geralmente é causada por movimentação rápida do eletrodo. Figura 3 – Concavidade 72 SOLDAGEM DOS METAIS Concavidade excessiva – Solda em ângulo com a face excessivamente côncava (Fig. 4). É uma falta de material de reforço. Figura 4 – Concavidade excessiva Convexidade excessiva – Solda em ângulo com a face excessivamente convexa (Fig. 5). É um excesso de material de reforço. Figura 5 – Convexidade excessiva Deformação angular – Distorção angular da junta soldada em relação à configuração de projeto (Fig. 6), exceto para junta soldada de topo (Ver embicamento). Figura 6 – Deformação angular Deposição insuficiente – Insuficiência de metal na face da solda (Fig. 7). Figura 7 – Deposição insuficiente Desalinhamento – Junta soldada de topo, cujas superfícies das peças, embora paralelas, apresentam-se desalinhadas, excedendo à configuração de projeto (Fig. 8). Figura 8 - Desalinhamento 73 SOLDAGEM DOS METAIS Embicamento – É uma deformação angular de uma junta soldada de topo (Fig.9). Figura 9 - Embicamento Falta de fusão – É uma fusão incompleta entre a zona fundida e o metal de base, ou entre passes da zona fundida, podendo estar localizada: na zona de ligação (Fig. 10a); entre os passes (Fig. 10b) ou na raiz da solda (Fig. 10c e 10d). Figura 10 – Falta de fusão Falta de penetração – Insuficiência de metal na raiz de solda (Fig. 11). As causas mais comuns deste tipo de defeito são: manipulação incorreta do eletrodo, junta mal preparada (ângulo de chanfro ou abertura de raiz pequenos), corrente de soldagem insuficiente, velocidade de soldagem muito alta e diâmetro de eletrodo muito grande. Figura 11 – Falta de penetração Fissura – Ver termo preferencial: trinca. Inclusão de escória – Material não metálico retido na zona fundida, podendo ser: alinhada (Fig. 12a e 12b); isolada (Fig. 12c); ou agrupada (Fig. 12d). Figura 12 – Inclusão de escória Inclusão metálica – Metal estranho retido na zona fundida. Como exemplo deste tipo de descontinuidade temos a inclusão de Tungstênio freqüentemente vinculada à soldagem TIG. 74 SOLDAGEM DOS METAIS Microtrinca – Trinca com dimensões microscópicas. Mordedura – Depressão sob a forma de entalhe, no metal de base acompanhando a margem da solda (Fig. 13). Figura 13 - Mordedura Mordedura na raiz – Mordedura localizada na margem da raiz da solda (Fig. 14). Figura 14 – Mordedura na raiz Penetração excessiva – Metal da zona fundida em excesso na raiz da solda (Fig.15).Figura 15 – Penetração excessiva Perfuração – Furo na solda (Fig. 16a) ou penetração excessiva localizada (Fig. 16b) resultante da perfuração do banho de fusão durante a soldagem. Figura 16 - Perfuração Poro – Vazio arredondado, isolado e interno à solda. O poro é resultante da evolução de gases durante a solidificação da solda. As bolhas de gás podem ser aprisionadas pelo metal solidificado, à medida que a poça de fusão é deslocada. Podem ocorrer de forma uniformemente distribuídos, em grupos, alinhados ou como porosidade vermiforme, como veremos abaixo. As causas mais comuns de seu aparecimento são umidade ou contaminações de óleo, graxa, ferrugem, etc.. na região da junta; eletrodo, fluxo ou gás de proteção úmidos; corrente ou tensão de soldagem excessivas; correntes de ar durante a soldagem, etc.. . Poro superficial – Poro que emerge à superfície da solda. 75 SOLDAGEM DOS METAIS Porosidade – Conjunto de poros distribuídos de maneira uniforme, porém não alinhados (Fig. 17). Figura 17 - Porosidade Porosidade agrupada – Conjunto de poros agrupados (Fig. 18). Figura 18 – Porosidade agrupada Porosidade alinhada – Conjunto de poros dispostos em linha, segundo uma direção paralela ao eixo longitudinal da solda (Fig. 19). Figura 19 – Porosidade alinhada Porosidade vermiforme – Conjunto de poros alongados ou em forma de espinha de peixe situados na zona fundida (Fig. 19). Figura 19 – Porosidade vermiforme Rachadura – Ver termo preferencial: trinca. Rechupe de cratera – Falta de metal resultante da contração da zona fundida, localizada na cratera do cordão de solda (Fig. 20). Figura 20 – Rechupe de cratera Rechupe interdendrítico – Vazio alongado situado entre dendritas da zona fundida. 76 SOLDAGEM DOS METAIS Reforço excessivo – Excesso de metal da zona fundida, localizado na face da solda (Fig. 21). É causado por excesso de material no acabamento. Figura 21 – Reforço excessivo Respingos – Glóbulos de metal de adição transferidos durante a soldagem e aderidos à superfície do metal de base ou à zona fundida já solidificada. Sobreposição – Excesso de metal da zona fundida sobreposto ao metal de base na margem da solda, sem estar fundido ao mesmo (Fig. 22). É geralmente causado por uma alta taxa de deposição. Figura 22 - Sobreposição Solda em ângulo assimétrica – Solda em ângulo, cujas pernas são significativamente desiguais em desacordo com a configuração de projeto (Fig. 23). Figura 23 – Solda em ângulo assimétrica Trinca – Descontinuidade bidimensional produzida pela ruptura local do material. São consideradas as descontinuidades mais graves em soldagem, concentrando tensões e favorecendo o início de fratura frágil na estrutura soldada. As trincas podem ser externas ou internas, podendo ainda se localizar na Zona Fundida, na ZTA ou mesmo no metal base. Suas causas mais freqüentes são altos valores de tensão residual, baixa temperatura da peça a ser soldada, formatos de cordão não apropriados, formação de eutéticos de baixo ponto de fusão, teor elevado de Carbono no metal base, metal de adição não compatível com o metal base, alto teor de Hidrogênio no metal depositado, resfriamento muito rápido da junta soldada, etc.. . Trinca de cratera – Trinca localizada na cratera do cordão de solda, podendo ser: longitudinal (Fig. 24a), transversal (Fig. 24b) ou em estrela (Fig. 24c). 77 SOLDAGEM DOS METAIS Figura 24 – Trinca de cratera Trinca de estrela – Trinca irradiante de tamanho inferior à largura de um passe da solda considerada (Ver trinca irradiante). Trinca interlamelar – Trinca em forma de degraus, situados em planos paralelos à direção de laminação, localizada no metal de base, próxima à zona fundida (Fig. 25). Figura 25 – Trinca interlamelar Trinca irradiante – Conjunto de trincas que partem de um mesmo ponto, podendo estar localizadas: na zona fundida (Fig. 26a); na zona termicamente alterada (Fig. 26b) ou no metal de base (Fig. 26c). Figura 26 - Trinca irradiante Trinca longitudinal – Trinca com direção aproximadamente paralela ao eixo longitudinal do cordão de solda, podendo estar localizada: na zona fundida (Fig. 27a); na zona de ligação (Fig. 27b); na zona termicamente afetada (Fig. 27c) ou no metal de base (Fig. 27d). 78 SOLDAGEM DOS METAIS Figura 27 – Trinca longitudinal Trinca na margem – Trinca que se inicia na margem da solda, localizada geralmente na zona termicamente afetada (Fig. 28). Figura 28 – Trinca na margem Trinca na raiz – Trinca que se inicia na raiz da solda, podendo estar localizada: na zona fundida (Fig. 29a); ou na zona termicamente afetada (Fig. 29b). Figura 29 – Trinca na raiz Trinca sob cordão – Trinca localizada na zona termicamente afetada, não se estendendo à superfície da peça (Fig. 30). Figura 30 – Trinca sob cordão 79 SOLDAGEM DOS METAIS Trinca transversal – Trinca com direção aproximadamente perpendicular ao eixo longitudinal do cordão de solda, podendo estar localizada: na zona fundida (Fig. 31a); na zona termicamente afetada (Fig. 31b) ou no metal de base (Fig. 31c). Figura 31 – Trinca transversal 80 SOLDAGEM DOS METAIS CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DE DEFEITOS EM SOLDAS NORMAS DEFEITOS INCLUSÕES DE ESCÓRIA POROSIDADE ASME VIII (DIVISÃO 1) ASME I 1) Para E= 1 a) lmax = 6,3 mm p/ t< 19 mm = 1/3 t p/ 19 t 57 mm = 19 mm p/ t > 57 mm b) L < t para cada trecho de solda de comprimento = 12t, exceto quando a distância entre os defeitos for > 6L (L é o tamanho do maior defeito). c) l 25 mm para cada 300 mm de solda. 2) Para E < l: a) l 19 mm b) l 2/3 t c) L t para cada trecho de solda de comprimento = 6t, e se a distância entre os defeitos for 3L. 1) Para E = 1 a) AT 38,7 t mm 2 em uma solda de comprimento = 150mm. b) max = 0,2 t ou 3,2 mm (o menor valor) exceto quando está afastado do adjacente de mais de 25 mm, quando então max=0,3 t ou 6,3 mm (o menor valor). c) Porosidade alinhada: < t em um comprimento = 12 t ou 150 mm (o menor valor) e que cada poro diste pelo menos 6 x (do maior poro) do outro poro. d) Ver cartas de porosidade. 2) Para E < 1 Não é fator a ser levado em consideração. ANSI (B 31.3) Soldas Circunferenciais e Longitudinais 1) Para E = 1: a) l t/3 b) L t/2 para cada 150 mm de solda c) largura 1,6 mm 2) Para E < 1: a) l 2t b) L 4t para cada 150 mm de solda c) largura 2,4 mm Soldas Circunferenciais e Longitudinais a) 1,6 mm ou t/3 para E = 1 b) 2,4 mm ou t/2 para E < 1 c) AT 6,5 mm 2 (3 áreas = 1,6 mm ou = 2,4 mm) em uma área de 650 mm 2 por 25,4 mm de espessura. API (650) 1) Inclusões Isoladas: a) l < 6,3 mm são aceitas para qualquer t. b) l < 2/3 t e < 19 mm. 2) Inclusões Alinhadas: a) L > t, para cada trecho de solda de comprimento = 6t não são aceitas, a menos que o espaço entre os defeitos seja 3 vezes o tamanho do maior defeito. a) AT 0,06t para cada 150 mm de solda. b) 0,2t ou 3,2 mm (o menor valor). Se for poro isolado distante 25,4 mm ou mais de outro poro, max 0,3t ou 6,3 mm (o menor valor). c) Para cada solda de 25,4 mm ou 2t de comprimento (o menor valor) a porosidade poderá se agrupar em uma concentração 4 vezes superior à permitida noitem acima. 81 SOLDAGEM DOS METAIS 82 SOLDAGEM DOS METAIS CAPÍTULO 11 TENSÕES E DEFORMAÇÕES EM SOLDAGEM 83 SOLDAGEM DOS METAIS TENSÕES E DEFORMAÇÕES EM SOLDAGEM Nas operações de soldagem, principalmente as que envolvem a fusão dos materiais, temos uma variação não uniforme e rápida da temperatura. Isso implica um aquecimento localizado muito alto, que traz como conseqüência a dilatação da região, a qual sofre restrições das partes adjacentes da junta soldada. As diferentes regiões da junta soldada ao serem submetidas a variações térmicas, reagem estabelecendo diferentes expansões e contrações ao longo de toda a extensão afetada. Como resultado, ao final da soldagem teremos tensões residuais e deformações que podem atingir o valor do limite de elasticidade do material. Essas tensões e deformações podem afetar sobremaneira a utilidade e a estabilidade dimensional da peça soldada, que podem ser otimizadas com o conhecimento de suas características e de medidas para sua prevenção e controle. O aparecimento de tensões residuais em peças e estruturas soldadas pode criar diversos problemas , tais como a formação de trincas, maior tendência para a ocorrência de fadiga do material, surgimento de corrosão sob tensão e o aparecimento da fratura frágil. O alívio dessas tensões residuais pode ser assegurado por tratamentos térmicos ou tratamentos mecânicos. Quando esse alívio é realizado termicamente, nos casos dos aços, aparecem modificações de caráter metalúrgico, que podem ser desfavoráveis no caso de ciclos repetidos ou de permanência por longos períodos em temperaturas altas. Uma forma de visualizar o desenvolvimento de tensões internas em uma junta soldada é mostrada na figura abaixo. No instante em que é depositado, o metal de adição está aquecido e no estado líquido, ocupando o volume mostrado em (1). Na temperatura ambiente, essa mesma quantidade de metal solidificado ocupa somente o volume mostrado em (2). Para o metal de base, como foram formadas ligações em níveis atômicos durante o processo, o volume ocupado ao final da operação é o mesmo inicial, ficando, portanto sujeito a um nível elevado de tensão e de deformação. ANÁLISE DAS TENSÕES EM UM DISPOSITIVO Ao aquecermos um objeto metálico, suas dimensões aumentarão proporcionalmente à variação de temperatura, obedecendo a expressão abaixo: Δl= l – l0 = l0.α.Δt, sendo Δl a variação do comprimento inicial (l0) e α o coeficiente de dilatação linear. Se não existirem restrições ao aumento de sua dimensão, não 84 SOLDAGEM DOS METAIS acontecerão efeitos mecânicos importantes nesse objeto. Caso haja restrições à sua expansão, surgirão tensões e/ou deformações que poderão em casos extremos, inviabilizar sua utilização com segurança. Isso pode ser melhor ilustrado utilizando a analogia da barra aquecida mostrada abaixo. Consideremos o dispositivo constituído de duas barras metálicas de seção robusta, unidas por outras três barras de seção transversal mais reduzida denominadas barras A, B e C. Na temperatura ambiente, se não acontecer nenhum esforço mecânico, o nível de tensões internas dessas três barras será nulo. Admitamos que a barra B agora seja aquecida por um maçarico independentemente das outras duas. A dilatação térmica restringida provoca tensões de compressão na barra B e de tração – para poder ser mantido o equilíbrio – nas barras A e C. À medida que a temperatura se eleva, a barra B sofre um esforço de compressão, que tende a crescer com a elevação da temperatura, deformando- se elasticamente por compressão, até que as tensões internas atinjam o limite de escoamento em compressão (ponto 1). A partir desse ponto a dilatação térmica é absorvida com a deformação plástica da barra B. As curvas indicam a variação do limite de escoamento com a temperatura. Conforme a temperatura sobe, a tensão na barra B cresce ao longo de 1,2, com a plastificação impedindo o estabelecimento de tensões superiores ao limite de escoamento. O ponto 2 corresponde à temperatura máxima atingida (T2). Parando o aquecimento, a barra B começa a resfriar e se contrai, reduzindo o esforço de compressão, até que o mesmo fica nulo, ao atingir a temperatura indicada pelo ponto 3. A partir do ponto 3, conforme a temperatura cai, a contração térmica é absorvida por deformação elástica, com a barra B sujeita a esforços de tração. 85 SOLDAGEM DOS METAIS Ao atingir o limite de escoamento (ponto 4), a barra passa então a se deformar plasticamente, até a temperatura atingir o valor da temperatura ambiente. No final do processo, portanto, a barra B, inicialmente livre de qualquer esforço interno, agora apresenta tensões internas, denominadas tensões residuais, com valores equivalentes ao limite de escoamento à tração; as barras A e C agora ficam sujeitas a tensões de compressão. Comparativamente, em soldagem, o cordão de solda e as regiões adjacentes se comportam de maneira similar à barra central, com valores de tensões de tração próximos do limite de escoamento do material. Essas tensões residuais desenvolvem-se ao longo do cordão de solda e no caso de peças espessas, ao longo da espessura adjacente ao cordão. (I) (II) (I) Comparação entre as tensões desenvolvidas na montagem das três barras e (II) as tensões residuais longitudinais formadas ao longo da direção transversal de uma solda de topo. As tensões residuais influem de forma significativa no comportamento de componentes soldados, podendo ser analisadas através de ensaios destrutivos ou não destrutivos. Um ensaio destrutivo freqüentemente empregado é o que utiliza extensômetros elétricos para determinar a deformação que ocorre quando uma peça contendo tensões residuais é cortada; como ensaio não destrutivo costuma-se utilizar a difração por raio X. ENSAIO PRÁTICO PARA DETERMINAÇÃO DE TENSÕES RESIDUAIS 86 SOLDAGEM DOS METAIS A falha de componentes estruturais submetidos a cargas de compressão pode ser bastante diferente da observada em peças submetidos à tração ou torção, particularmente quando essas forem delgadas (isto é, com um comprimento muito maior do que as suas dimensões transversais) ou submetidas a cargas fora da linha de centro. Nesses casos, os componentes podem falhar por flambagem. Essa ocorre pela deflexão lateral (a) do componente submetido à compressão a qual, quando atinge um valor crítico, leva à falha instável do componente com uma carga, em geral, menor que o limite de escoamento do material. Uma vez que as tensões residuais são de compressão em regiões mais afastadas da solda (e de tração próximo desta), as tensões residuais nessas regiões podem reduzir a resistência à flambagem de estruturas soldadas. Como estruturas soldadas tendem a apresentar também distorções e como a flambagem está associada com deformações perpendiculares ao eixo ou plano do componente e à aplicação de cargas fora de centro, distorções causadas por soldagem ou outros processos podem comprometer seriamente a resistência à flambagem. Em juntas soldadas feitas em chapas ou outros componentes de pequena espessura, a distorção por flambagem resultante das tensões térmicas e residuais pode também ocorrer dando à junta um aspecto irregular ou “enrugado”. FLAMBAGEM DE UMA BARRA Uma das maneiras que as tensões residuais atuam sobre uma junta soldada é na resistência à fadiga. Fadiga é a forma maiscomum de falha em componentes mecânicos submetidos a tensões que variam com o tempo. 87 SOLDAGEM DOS METAIS A fratura por fadiga ocorre pela nucleação e o crescimento de trincas devido a tensões de tração variáveis, mas freqüentemente de intensidade inferior ao limite de escoamento. A presença de tensões residuais de compressão na superfície de um componente reduz a chance de iniciação de trincas de fadiga, pois essas tendem a reduzir o efeito das tensões de tração (necessárias para a nucleação e crescimento de trincas de fadiga). Por outro lado, em um componente soldado, a presença de tensões residuais de tração pode ter um efeito negativo no seu desempenho à fadiga, embora não existam resultados claros quanto a este efeito devido, possivelmente a: (1) sob a ação de cargas variáveis, as tensões residuais de soldagem devem ser, pelo menos parcialmente, aliviadas e (2) as irregularidades superficiais (reforço, mordeduras e escamas), atuando como concentradores de tensão têm um efeito mais marcante na redução da resistência à fadiga. Estruturas soldadas são também propensas à falhas por fratura frágil. Falhas por fratura frágil podem ocorrer em componentes metálicos em situações em que a deformação plástica (associada com o desenvolvimento de uma ruptura dúctil) é inibida. A fratura frágil é favorecida pela presença de concentradores de tensão como, por exemplo, trincas. Ela pode ocorrer para níveis de tensão relativamente baixos, inferiores ao limite de escoamento do material e de forma súbita, inesperada e rápida. Entre os fatores que contribuem para o surgimento de fratura frágil destacam-se: • Uma estrutura soldada é monolítica, não apresentando interfaces (como em uma estrutura rebitada ou aparafusada) que possam interromper a propagação de uma trinca de fratura frágil. • A região da solda apresenta alterações estruturais caracterizadas, freqüentemente, por um aumento do tamanho de grão em relação ao metal de base, o que, em materiais de estrutura cristalina CCC, tende a diminuir a tenacidade do material. • A região da solda pode apresentar diversas descontinuidades ou defeitos, tais como trincas, inclusões de escória e deficiências (falta) de fusão, que podem atuar como concentradores de tensão e pontos de iniciação da fratura. 88 SOLDAGEM DOS METAIS • Tensões residuais elevadas de tração existem na região da solda. A fratura frágil é favorecida por baixa temperatura do material, elevada taxa de deformação, elevada espessura do componente ou a presença de concentradores de tensão e por uma microestrutura de baixa tenacidade (por exemplo, de elevada dureza, com granulação grosseira ou com precipitados e inclusões grandes). Diversos destes fatores podem estar presentes em uma estrutura soldada. Durante a fratura frágil, uma ou mais trincas podem se propagar sob tensões inferiores ao limite de escoamento, em velocidades muito elevadas (limitadas pela velocidade do som no material) e praticamente sem deformação plástica. Nestas situações, as tensões residuais associadas com a junta soldada podem ser suficientemente elevadas ou podem se adicionar às tensões externas para causar a fratura frágil. Devido a este risco, em diversas situações, componentes soldados devem ser tratados termicamente para alívio de tensões residuais e/ou refino da estrutura na região da solda. Existem diversos exemplos de falha por fratura frágil de componentes soldados, muitos com grande perda material e de vidas humanas. O exemplo mais citado pela literatura é o relacionado aos problemas surgidos nos navios construídos em larga escala na II Guerra Mundial, conhecidos como Liberty Ships. Trincas são freqüentemente formadas em soldas. Estas trincas podem ser associadas basicamente a dois fatores: (a) uma solicitação, isto é tensões mecânicas de tração e (b) uma incapacidade (fragilização), muitas vezes momentânea, do material de acomodar esta solicitação deformando-se plasticamente. As figuras abaixo dão uma idéia da forma como este trincamento pode ocorrer. Trinca junto à ZTA Trinca junto ao Metal Base Trinca no cordão de solda Fragilização da região da solda e de regiões adjacentes à solda pode acorrer por diversos motivos (formação de filmes de líquido em contornos de 89 SOLDAGEM DOS METAIS grão a alta temperatura, crescimento de grão, presença de hidrogênio dissolvido no material, precipitação, etc) durante e após a soldagem. Na presença de um ambiente agressivo, também podem se desenvolver trincas de corrosão de forma acelerada, devido à presença de tensões de tração. No caso de aços estruturais ao carbono ou de baixa liga, por exemplo, este fenômeno é desencadeado pelo contato com hidróxidos ou com sulfeto de hidrogênio. Em estruturas soldadas, as tensões residuais são muitas vezes suficientes para o desenvolvimento de corrosão sob tensão dependendo do material e do ambiente. Neste sentido, por exemplo, certos códigos impõem limitações quanto à dureza máxima da ZTA (por exemplo, inferior a 325 HV) como uma forma de limitar o nível da tensões residuais e prevenir a corrosão sob tensão em tubulações soldadas para transporte de petróleo (ambiente que pode apresentar teores perigosos de H2S). Quando um componente soldado é usinado ou submetido à outra operação de remoção de material, o equilíbrio das forças responsáveis pelas tensões residuais é perturbado. Para restaurar o equilíbrio de forças e de momento, o componente sofre pequenas distorções que causam uma redistribuição das tensões residuais. O mesmo princípio é usado para a medição de tensões residuais, mas pode também causar problemas, por exemplo, na usinagem de precisão de componentes com tensões residuais. As distorções de peças soldadas são alterações de forma e dimensões permanentes que surgem como resultado do movimento de material (deformação plástica) que ocorre em função das tensões térmicas desenvolvidas durante o processo de soldagem. A distorção final de um componente soldado é sempre oposta e, em geral, da mesma ordem de grandeza do movimento de material que ocorre durante a soldagem. Durante a soldagem, o aquecimento causa uma maior expansão térmica da região superior da peça e sua conseqüente distorção. Ao final da soldagem, com o resfriamento do material na região da solda, ocorre a sua contração. Como a região superior da peça foi a mais aquecida e sofreu a maior deformação plástica, a peça agora apresenta uma distorção final voltada para a direção oposta da distorção transiente máxima. Em juntas simples, três tipos básicos de distorção podem ocorrer: (1) contração transversal (perpendicular à linha da solda), (2) contração longitudinal (paralela à linha da solda) e (3) distorção angular (rotação em torno da linha da solda). 90 SOLDAGEM DOS METAIS Estas distorções básicas causam distorções mais complexas em juntas reais de solda como, por exemplo, o dobramento e a torção de vigas e a distorção por flambagem em juntas de peças de pequena espessura. Uma estimativa da contração transversal (CT) em soldas de topo de aço ao carbono ou de baixa liga é dada pela equação empírica: onde AW é a área da seção transversal da solda, t é a espessura das chapas e f é a abertura (fresta) da raiz do chanfro. O valor real de CT depende de vários fatores como, por exemplo, o grau de restrição da junta e a quantidade de de passes usados. De uma forma geral, um maior número de passes (através do uso de eletrodos de menor diâmetro ou de uma maior velocidade de soldagem) causa maiores contração transversal e distorção angular. A contração longitudinal tende a ser menor que a transversal(cerca de 1/1000 do comprimento da solda), contudo, ela pode causar efeitos importantes 91 SOLDAGEM DOS METAIS como o dobramento ou flexão em peças soldadas fora de sua linha neutra e a distorção por flambagem ou enrugamento em chapas finas. Distorção angular ocorre quando a contração transversal não é uniforme ao longo da espessura da junta, podendo ocorrer tanto em soldas de topo como em soldas de filete. A figura abaixo ilustra as variações angulares em juntas T de aço carbono soldadas dos dois lados da junta em função da espessura de parede e do peso de metal depositado por comprimento da mesma. O dobramento de uma viga de aço soldada ao longo de todo o seu comprimento (L) pode se estimado por : Δ = 0,005 AW d L 2 I onde AW é a área da seção transversal da solda ou soldas, d é a distância do centro de gravidade da(s) solda(s) em relação à linha neutra da viga e I é o momento de inércia do elemento. CONTROLE E CORREÇÃO DA DISTORÇÃO Diversas medidas podem ser usadas para reduzir a distorção em soldagem. (a) No projeto de estruturas soldadas: • Projetar estruturas com a menor quantidade possível de soldas. • Usar chanfros que necessitem a deposição de menos metal de adição. • Usar chanfros simétricos (X, K, duplo U, etc). • Posicionar soldas junto da linha neutra da peça ou em posições simétricas em relação à linha neutra. 92 SOLDAGEM DOS METAIS • Especificar o menor tamanho possível das soldas compatível com as solicitações existentes. (b) Na fabricação: • Estimar a distorção que ocorrerá na estrutura e posicionar as peças de forma a compensar esta distorção. (Difícil de aplicar em estruturas complexas) • Colocar peças na sua posição correta, ou próximo desta, e utilizar dispositivos de fixação ou outras técnicas para aumento da restrição das peças ao movimento (ponteamento antes da soldagem, gabaritos, etc). • Usar seqüência de deposição de cordões de solda (deposição por partes, uso de mais de um soldador iniciando a operação no mesmo ponto e soldando em direções opostas) e de montagem (montagem por subcomponentes, etc) que minimizem a distorção. • Usar técnicas ativas de controle da distorção. Em geral, estas técnicas usam, durante a soldagem, fontes adicionais de aquecimento (e de resfriamento) de forma a gerar tensões térmicas adicionais capazes de contrabalancear as tensões geradas pela soldagem e, desta forma, reduzir a distorção. Um exemplo desta técnica envolve o emprego de fontes de aquecimento (maçaricos) colocadas lateralmente e deslocando-se junto com a tocha de soldagem. Estas técnicas ainda são muito pouco usadas industrialmente. (c) Após a soldagem (correção da distorção): c.1. Remoção a quente: • Aquecimento localizado (isto é, de forma similar ao que gerou a distorção, mas de forma a contrabalanceá-la). • Aquecimento uniforme e conformação mecânica. c.2. Remoção a frio: • Calandragem. • Prensagem. • Martelamento, etc. UTILIZAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE FIXAÇÃO 93 SOLDAGEM DOS METAIS DESEMPENO COM AQUECIMENTO LOCALIZADO CONTROLE E ALÍVIO DE TENSÕES RESIDUAIS O nível de tensões residuais em uma junta soldada pode ser diminuído reduzindo-se a quantidade de calor fornecido à junta ou o peso de metal depositado. Na prática, isto pode ser feito otimizando-se o desenho do chanfro (reduzindo-se o ângulo do chanfro ou usando se preparações simétricas, por exemplo) e evitando-se depositar material em excesso (evitando-se reforço excessivo em soldas de topo ou minimizando-se o tamanho de soldas de filete). A seleção de processos de maior eficiência térmica (fonte de maior intensidade) é uma possível alternativa de controle, mas difícil de ser justificável economicamente na maioria dos casos. Tensões residuais também podem ser reduzidas pelo uso de metal de adição com a menor resistência permissível no projeto, assim como uma redução dos vínculos externos da junta soldada (minimizando-se, assim, as tensões de reação). Após a soldagem, as tensões residuais podem ser aliviadas por métodos térmicos ou mecânicos. 94 SOLDAGEM DOS METAIS 3 SOLDAGEM DOS METAIS CAPÍTULO 1 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM 4 SOLDAGEM DOS METAIS INTRODUÇÃO À SOLDAGEM DEFINIÇÕES SOLDAGEM: É a operação que visa obter a união de duas ou mais peças, assegurando na junta a continuidade das propriedades físicas e químicas necessárias ao seu desempenho. SOLDA: É a junta resultante da operação de soldagem. HISTÓRICO A história da soldagem mostra que desde as mais remotas épocas, muitos artefatos já eram confeccionados utilizando recursos de brasagem, tendo sido descobertos alguns com mais de 4000 anos; a soldagem por forjamento também tem sido utilizada há mais de 3000 anos. A técnica da moderna soldagem começou a ser moldada a partir da descoberta do arco elétrico, bem como também a sintetização do gás Acetileno no século passado, o que permitiu que se iniciassem alguns processos de fabricação de peças, utilizando estes novos recursos. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, a técnica da soldagem começou a ser mais utilizada nos processos de fabricação; a Segunda Guerra Mundial imprimiu grande impulso na tecnologia de soldagem, desenvolvendo novos processos e aperfeiçoando os já existentes. Abaixo, um resumo cronológico com os principais eventos da história da soldagem: 1801 Sir Humphey Davis descobre o fenômeno do arco elétrico 1836 Edmund Davy descobre o Acetileno 1885 N. Bernardos e S. Olsewski depositam patente do processo de soldagem por arco elétrico 1889 N.G. Slavianoff e C. Coffin substituem o eletrodo de grafite por arame metálico 1901 Fouché e Picard desenvolvem o primeiro maçarico industrial para soldagem oxiacetilênica 1903 Goldschmidt descobre a solda aluminotérmica 1907 O. Kjellberg deposita a patente do primeiro eletrodo revestido 1919 C. J. Halsag introduz a corrente alternada nos processos de soldagem 1926 H.M. Hobart e P.K. Denver utilizam gás inerte como proteção do arco elétrico 1930 Primeiras normas para eletrodo revestido nos EUA 1935 Desenvolvimento dos processos de soldagem TIG e Arco Submerso 1948 H.F. Kennedy desenvolve o processo de soldagem MIG 1950 França e Alemanha desenvolvem o processo de soldagem por feixe de elétrons 1953 Surgimento do processo MAG 1953 Primeiras aplicações do processo PLASMA convencional 1957 Desenvolvimento do processo de soldagem com arame tubular e proteção gasosa 1958 Desenvolvimento do processo de soldagem por eletro-escória , na Rússia 1960 Desenvolvimento de processo de soldagem a laser, nos EUA 1970 Aplicados os primeiros robôs nos processos de soldagem 5 SOLDAGEM DOS METAIS Estima-se que hoje em dia estão sendo utilizados mais de 70 processos de soldagem mundialmente, sendo este um número dinâmico, pois vários outros processos estão em desenvolvimento em nível de pesquisa e projetando para breve novas alterações no mercado de soldagem. Isto implica em grandes controvérsias na classificação dos processos, não havendo uma classificação universalmente aceita para os mesmos. A classificação mostrada na página anterior utiliza o critério de divisão em famílias, envolvendo o fenômeno físico e utilizando para as subdivisões a forma de energia empregada no processo. A divisão dos processos, portanto pode ser realizada