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Universidade Federal Fluminense (UFF) Aluna: Iris Vitória Tavares Marinho Moreira Matrícula: 21213110085 Polo: Nova Iguaçu Disciplina: Seminário Temático II Atividade Avaliativa II a) DISCORRA sobre o papel atribuído aos municípios na gestão das políticas sociais A Constituição Federal de 1988 reconheceu os Municípios como entes federativos, tal mudança possibilitou que a execução dos serviços públicos pudesse ser realizada individualmente ou cumulativamente por todos os níveis do governo, em vista da das competências básicas estipuladas a eles no artigo 23 da Carta Magna, favorecendo a implementação da gestão descentralizada e participativa, através da partilha de competências e aumento do poder de atuação dos Municípios. Dessa maneira, “os Municípios, como membros da Federação, são dotados da capacidade para legislar quando houver, na legislação federal e estadual, lacunas em assuntos que digam respeito ao interesse local” (FOGAÇA, 2021), isto é, os Municípios ganharam autonomia para formular políticas públicas que atendam às necessidades locais, porém ainda subjugado às esferas estadual e nacional. Em decorrência disso, os Municípios tornaram-se parceiro de verbas, recursos e passaram a operar mais amplamente políticas públicas mediante um sistema de convênio com os outros níveis de governo. Por sua característica primordial de ser a entidade mais próxima dia a dia dos cidadãos, tornou-o o executor final de inúmeras políticas públicas que são fundamentais para o país, como principal administrador do SUS (Sistema Único de Saúde); administrador básico do SUAS (Sistema Único da Assistência Social); e operador estratégico do FUNDEB (Fundo da Educação Infantil e do Ensino Fundamental). Ademais, é possível salientar que a gestão local e a execução de políticas públicas correspondam efetivamente a qualidade da ação e as demandas de grupos sociais, superação da distância entre os agentes formuladores das ações e o público beneficiado e que os cidadãos controlem socialmente a realização das ações públicas. b) DEFINA E EXPLICITE A FUNÇÃO do planejamento estratégico. Inicialmente o planejamento estratégico foi empregado em técnicas militares e mais tarde, a partir da década de 1960, foi adaptado para o meio empresarial, tal metodologia segundo Chiavenato & Sapiro (2009, p.30 apud Fenner et. al, 2019, p. 48) pode ser definida como “processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para buscar a inserção da organização e de sua missão no ambiente onde ela atua”. Além disso, é necessário destacar suas características precursora, visto que é elementar o planejamento em vista do futuro, e preventiva, uma vez que ao prever possíveis falhas formula ações para redução de danos. Para que o planejamento estratégico seja assertivo na prática, deve ser orientado por cinco etapas fundamentais na sua elaboração, sendo elas: o diagnóstico; diretrizes, filosofia e estratégias; metas e indicadores; plano de ação; e acompanhamento e avaliação. Tal mecanismo, não se restringe somente a organizações privadas, no setor público tal prática implica na melhora dos resultados e da eficiência dos serviços público ao identificar oportunidades e ideias inovadoras, possibilitando também revisões e redesenho da estrutura, dos processos, do sistema de capacitação e de outros assuntos sensíveis à organização pública. Por fim, conclui-se que o planejamento estratégico, independentemente da esfera que for aplicada, possibilita que através de seus procedimentos racionais atinjam aos objetivos da organização de forma a administrar melhor o tempo, os recursos e a energia gasta para que as metas traçadas sejam cumpridas com eficiência e eficácia pretendida desde o momento inicial. c) COMENTE sobre os desafios enfrentados pelos municípios para a elaboração de planos com base no planejamento estratégico. Na pratica, o planejamento estratégico de ordem pública é implementado através de planos que visam a organização e melhoria da gestão e das políticas públicas e de seus impactos para o desenvolvimento socioeconômico. Contudo, tal cenário somente é possível caso os propósitos básicos do planejamento estratégico sejam compreendidos pelos seus gestores e que sua implementação seja de acordo com os padrões estabelecidos. Em seu artigo, Silva, Coelho e Nascimento (2021) afirmam que o processo de elaboração dos planos municipais pautados estrategicamente são cerimoniais e restringem-se cumprimento do processo burocrático. Com base nisso, eles ainda afirmam que o Plano Plurianual (PPA) seria a ferramenta que expressaria o conceito de planejamento estratégico na prática, onde a partir dela seriam originadas políticas públicas e instrumentos de planejamento urbano em uma cidade. 3 Além disso, os autores indicam que as falhas vistas no planejamento estratégico advêm de dois padrões do PPA que são erroneamente postos em prática, sendo eles: o PPA procedimental, que é feito somente para cumprir a lei e o prazo estabelecido, sem se preocupara com a lógica do documento, e o PPA técnico-determinista, onde somente a confecção simplista do orçamento é feita e reproduz programas que não condize com a realidade do município. Em contrapartida, no artigo é apresentado o PPA estratégico como padrão ideal de um plano pautado no planejamento estratégico, onde aspectos como articulação do instrumento com o planejamento de base territorial e os planos de longo prazo, princípios de governança pública (como a responsabilização com resultados) e integração entre o plano e o orçamento público são tidos como elementos fundamentais para a orientação de planos municipais estratégicos que sejam implementados de forma a reparar os reveses de planos mal elaborados e implementados. d) DETALHE, utilizando-se de exemplos, como implementar planos com base no planejamento estratégico, incluindo seu acompanhamento por meio de ferramentas de monitoramento como o controle social e a transparência. O planejamento estratégico em governos desenvolve-se de maneira a identificar as prioridades e traçar metas para o atingimento total das políticas públicas, tendo isso em vista, é possível observar esse desenvolvimento em vários planos de governo que abrange diversas áreas. O mais notório desses é Plano Plurianual, que é responsável por estabelecer diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital ao organizar as políticas públicas para melhor equilíbrio entre custo, qualidade e prazo. Sua importância para todas as esferas de governo se dá pela sua característica básica de ordenar o orçamento público, esse que é indispensável para qualquer ação de governo. Silva, Coelho e Nascimento reiteram a necessidade de o PPA ser baseado no planejamento estratégico para que processo de formulação, implementação e acompanhamento reduza as falhas e articule políticas que sejam verdadeiramente necessárias e impactem positivamente a vida da população. Para isso, os autores apontaram oito aspectos fundamentais do planejamento estratégico na implementação de planos da esfera pública, são eles: apresentação do plano e cumprimento dos dispositivos; realização de diagnóstico; mecanismos de participação; (re)articulação com planejamento de longo prazo e com as demandas de base territorial; formulação de programas com acuracidade; integração entre PPA e orçamento público; compromisso e responsabilização com resultados; e processo de monitoramento & avaliação. O último aspecto é tido como instrumento de participação popular nesse processo, visto que possibilita o acompanhamento das atividades realizadas de modo que os resultados possam ser comparados com os previstos. Ou seja, a população assistida possui o controle social da implementação dos planos ao ser responsável por monitorar e avaliar todo esse processo e reivindicar a realização de ajustescaso seja necessário, tal característica confere a legitimidade das ações governamentais. Outro fator que legitima a gestão pública é a transparência, essa é responsável por garantir o acesso de todos às informações que dizem respeito da esfera pública e isso estimulou as organizações públicas a “adotar práticas com foco no cidadão, na melhoria do desempenho e da transparência da gestão administrativa e na melhoria da qualidade dos serviços públicos” (Camargo 2016 apud Fenner et al. 2019, p.56). Além disso, é possível afirmar que a falta de transparência abre margem para a corrupção e reduz a relação de governança entre a gestão pública e a sociedade. Algumas das ferramentas de transparência que possibilitam o monitoramento das políticas públicas, são: princípio da Publicidade da Administração Pública, Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei de Acesso à Informação e Lei de Transparência. Referências Bibliográficas: Fenner, V. U., Scheid, L. L., Dalcin, D., & Anes, C. E. R. (2019). A TRANSPARÊNCIA COMO INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PÚBLICO MUNICIPAL. Práticas De Administração Pública, 3(1), 45–62. https://doi.org/10.5902/2526629238024 FOGAÇA, José. Democracia e descentralização na Constituição de 1988: o processo de elevação dos Municípios ao status de entes da Federação. Gestão municipal no Brasil : modernização, cooperação e humanização / José Mario Brasiliense Carneiro, Lívio Giosa, Murilo Lemos de Lemos (organizadores) -- 1. ed. -- São Paulo: Oficina Municipal; Fundação Konrad Adenauer Brasil, 2021. TOMIO, Fabrício e ORTOLAN, Marcelo. Federalismo Predatório e Municipalização de Políticas Públicas Sociais. Revista de Administração Municipal, ed. 284, 2015. Fenner, V. U., Scheid, L. L., Dalcin, D., & Anes, C. E. R. (2019). A TRANSPARÊNCIA COMO INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PÚBLICO MUNICIPAL. Práticas De Administração Pública, 3(1), 45–62. https://doi.org/10.5902/2526629238024 SILVA, Raphael Borella Pereira da e COELHO, Fernando de Souza e NASCIMENTO, Ingrid Cristine Rodrigues. Planejamento estratégico municipal e o cenário 2021-2024. Gestão municipal no Brasil: modernização, cooperação e humanização. Tradução . São Paulo: Oficina Municipal, 2021.
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