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Resumo - Cardiologia - Semiologia Cardiovascular

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Mairon Mateus Machado 
Cardiologia 
Semiologia 
Cardiovascular 
• Sintomas mais comuns: dor torácica, 
dispneia, cansaço, síncope, 
palpitações e edema; 
• Exame físico + anamnese = 
diagnóstico de 90% das patologias 
cardiovasculares; 
• Além da ausculta do tórax, um exame 
físico mínimo na avaliação 
cardiovascular necessita de: nível de 
consciência, fácies, pele, esforço 
respiratório, extremidades, abdome, 
pulsos venosos, pulsos arteriais, 
pressão arterial, análise do tórax, ictus 
cordis e impulsões cardíacas (2009, 
Manole). 
Anamnese 
→ Dados de uma anamnese normal + 
manifestações cardíacas; 
→ Comparam-se as queixas com a atividade 
basal do paciente; 
→ Caracterização da queixa + limitação 
causada; 
• localização; (2) características; (3) 
quantidade ou intensidade; (4) 
cronologia, inclusive início, duração e 
frequência; (5) a situação em que 
ocorre; (6) os fatores que agravam ou 
aliviam o sintoma; e (7) as 
manifestações associadas 
→ Sintomas: 
• Dor torácica: ter em mente 
diagnósticos fatais | obter todas as 
características da dor | Há dor em 
repouso? Atrapalha o sono? Há algo 
que alivie? 
• Palpitações: percepção 
desconfortável quanto aos 
batimentos (ex.: “coração pulando, 
tremendo, acelerado, batendo 
forte”); 
• Falta de ar: podem representar 
quadros de dispneia, ortopneia ou 
dispneia paroxística noturna; 
o Dispneia: percepção 
consciente e desconfortável 
da respiração, incompatível 
com o nível de esforço que o 
paciente realiza; 
o Ortopneia: dispneia quando 
paciente está deitado, mas 
melhora quando se senta; 
o Dispneia paroxística noturna: 
episódios de dispneia e 
ortopneia súbitos que 
despertam o paciente uma ou 
duas horas após se deitar. 
• Edema: acúmulo exagerado de líquido 
no espaço intersticial, com absorção 
de grandes volumes de líquido e 
podendo cursar com aumento de 
peso; 
Exame Vascular Arterial 
→ Avaliar pulsos arteriais 
(presentes/ausentes | simetria | enchimento 
| amplitude) 
• Pulso normal (++); diminuído (+); 
ausente (-); não foi possível verificar ( 
); 
Mairon Mateus Machado 
Cardiologia 
• Pulsos carotídeos, braquiais, radiais, 
femorais, poplíteos, tibiais e pediosos; 
 
→ Achados importantes: 
• Pulso parvus: amplitude pequena; 
• Pulso tardus: amplitude tardia; 
• Pulso célere (hipercinético): 
circulação hipercinética; 
• Pulso bisferiens: pulsação sistólica 
dupla; 
• Pulso alternante: alteração regular na 
amplitude da pressão do pulso; 
• Pulso paradoxal: redução acentuada 
da pressão arterial sistólica na 
inspiração (>10mmHg); 
 
• Teste de Allen: com os polegares, 
oclua as artérias radial e no punho do 
paciente e peça para que ele abra e 
feche a mão até que perceba palidez 
palmar. Então, libere o fluxo de uma 
delas e verifique se houve perfusão 
adequada; 
 
Exame Vascular Venoso 
• Turgência jugular: distensão das veias 
jugulares (ocorre na insuficiência 
cardíaca direita, pericardite 
constritiva, tamponamento 
pericárdico e obstrução da veia cava 
superior); 
• Sinal de Kussmaul: aumento do pulso 
venoso jugular quando o paciente 
realiza uma inspiração (deveria 
facilitar retorno venoso, não 
dificultar); 
Edema 
→ Quando relacionado a causas metabólicas 
e cardíacas, é resultado do aumento da 
pressão hidrostática nos capilares arteriais, a 
tal ponto que essa supera a pressão oncótica 
para o vaso; 
• Sinal de Godet ou do Cacifo: a 
digitopressão forma uma depressão 
local, que se desfaz lentamente; 
→ Verificar simetria; 
→ Verificar sinais flogísticos; 
→ Classificação em cruzes: 
• Edema somente nos pés, até o nível 
maleolar: + 
Mairon Mateus Machado 
Cardiologia 
• Edema que se estende até o terço 
médio da perna: ++ 
• Edema que acomete o membro 
inferior até o nível do joelho: +++ 
• Edema que acomete todo o membro 
superior, da extremidade até a raiz da 
coxa: ++++ 
• Edemas que se estendem 
superiormente, além da raiz da coxa, 
configuram quadro de edema 
generalizado: anasarca. 
Exame do Tórax 
Inspeção 
• Em decúbito para examinar melhor; 
• Abaulamentos, cicatrizes, 
assimetrias, anormalidades... 
Palpação 
• Identificação de frêmitos e do ictus 
cordis; 
• Normalmente, o ictus está no quinto 
EIC na linha hemiclavicular esquerda; 
o Deve-se avaliar sua extensão 
por polpas digitais; 
o Comum: 2,5cm (2 polpas); 
 
• Se houver dificuldade de se identificar 
o ictus, pode-se ao paciente para que 
fique em decúbito lateral esquerdo 
e/ou que expire e mantenha a 
respiração presa; 
 
• A palpação de frêmitos é feita com a 
mão espalmada tocando os focos de 
ausculta no precórdio; 
• Os frêmitos geralmente são palpados 
mais facilmente com o paciente na 
posição que acentua o sopro, como a 
inclinação do tronco para frente, a 
fim de aumentar a detecção de 
insuficiência aórtica; 
Ausculta 
• Os focos de ausculta não 
correspondem à localização 
anatômica das valvas que lhes 
conferem os seus nomes, mas sim à 
projeções sonoras nos locais mais 
favoráveis para a ausculta de seus 
sons; 
• Foco pulmonar: 2º EIC esquerdo; 
• Foco aórtico: contralateral ao foco 
pulmonar/2º EIC direito; 
• Foco aórtico acessório: entre o 3º e 
4º EIC direito na região justaesternal; 
• Foco mitral: 5º EIC esquerdo na linha 
hemiclavicular; 
• Foco tricúspide: entre o 4º e 6º EIC 
na área paraesternal esquerda; 
Mairon Mateus Machado 
Cardiologia 
 
 
Ciclo cardíaco 
• Durante a diástole, o átrio esquerdo se 
encontra cheio de sangue → aumento 
da pressão em seu interior, superando 
a pressão do ventrículo esquerdo 
relaxado → acontece passagem do 
sangue do átrio esquerdo para o 
ventrículo esquerdo de forma passiva; 
• Antes do início da sístole ventricular, 
a contração do átrio promove 
aumento da pressão nas duas 
câmaras; 
• Na sístole, há a contração ventricular 
esquerda → aumento da pressão 
ventricular → fechamento da valva 
mitral; 
o O fechamento da valva mitral 
produz B1 (a primeira bulha 
cardíaca) → define a duração 
da sístole; 
• Com o aumento da pressão 
ventricular, a valva aórtica é aberta; 
• Conforme o VE ejeta o sangue, a 
pressão em seu interior diminui → 
quando a pressão do VE cai abaixo da 
pressão aórtica há o fechamento da 
valva aórtica; 
o Esse fechamento produz B2 
(segunda bulha cardíaca) → 
define duração da diástole; 
• B3 pode ser audível caso haja uma 
desaceleração rápida da coluna de 
sangue contra a parede ventricular 
(sobrecarga de volume); 
• B4 indica a contração atrial que ocorre 
após o enchimento do ventrículo para 
ejetar o restante do sangue presente 
no AE (quando auscultada, precede 
B1); 
• Classificações das bulhas: 
o Fonética: normo, hiper ou hipo; 
o Ritmo: regular ou arrítmico; 
o Tempo: dois ou três tempos; 
o Normal: BRNF2T; 
• Desdobramento de B2: na inspiração 
há aumento do tempo de enchimento 
do coração direito → aumento do 
volume sistólico VD → ejeção do VD 
dure mais que do esquerdo → 
fechamento da valva pulmonar 
retardado; 
• Desdobramento de B1: discreto e 
normal assincronismo da contração 
ventricular; se muito amplo, pode ser 
BRD; 
• Decúbito lateral esquerdo: acentua B3 
e B4 de câmaras esquerdas e sopros 
mitrais; 
Mairon Mateus Machado 
Cardiologia 
• Paciente sentado/inclinado para 
frente e mantendo expiração: melhor 
ausculta de sopro aórtico; 
 
• Ortostatismo: diminui retorno 
venoso, resistência vascular periférica 
→ diminui PA e volume de ejeção do 
VE; 
o O contrário acontece com o 
paciente agachado; 
• Manobra de Valsalva: expiração 
forçada contra a glote fechada → 
aumento da pressão intratorácica → 
aumento pressórico transitório → 
normalização e queda da pressão e do 
volume do VE; 
• Classificação de sopros: 
o Sistólicos: coincidem com o 
pulso carotídeo/radial; 
o Diastólicos. 
o Crescendo/decrescendo; 
o Timbre: agudos, médios, 
graves; 
o Característica: jato de vapor, 
rude, ruflar, musical; 
o Etc.

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