@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); Exame psicológico de vítimas e agressores.Psicologia e Direito, mesmo constituindo-se como áreas de conhecimento e de atuação distintas, têm em comum o interesse pelo comportamento humano. Mais especificamente, na esfera criminal, o foco desse interesse recai sobre o comportamento do criminoso e os consequentes impactos psicológicos para as vítimas dessas ações criminais. Nesse contexto, a avaliação psicológica se caracteriza como uma importante atividade do psicólogo, a qual tem crescido e sido discutida significativamente no cenário nacional e internacional nos últimos anos. Desse modo, constitui-se relevante conhecer e refletir acerca da prática de avaliação psicológica de agressores e de vítimas no contexto forense.A avaliação psicológica pode ser compreendida como um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas (Resolução CFP 009/2018). O psicólogo tem a prerrogativa de decidir quais são os métodos e instrumentos a serem utilizados na avaliação psicológica, desde que devidamente fundamentados na literatura científica psicológica e nas normativas vigentes do Conselho Federal de Psicologia (CFP).No Infográfico a seguir, você vai visualizar os fundamentos principais da avaliação psicológica, o planejamento e as etapas do processo avaliativo, bem como os princípios básicos em psicometria e testagem psicológica.A avaliação psicológica de vítimas e agressores, no contexto jurídico-criminal, é uma importante prática do profissional de Psicologia. Nessa área de atuação, constitui-se imprescindível conhecer os fundamentos e os procedimentos do processo de avaliação psicológica, incluindo princípios básicos de psicometria e instrumentos avaliativos, bem como especificidades do contexto forense.A avaliação psicológica no contexto forense é conhecida como perícia psicológica forense.Esse tipo de avaliação objetiva trazer a subjetividade das partes, no que tange à questão legal, aos autos processuais. Assim, a avaliação realizada nesse contexto tem especificidades quanto aos procedimentos e características, as quais é importante conhecer e refletir.Uma psicóloga foi nomeada como perita pelo Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 1.ª Vara Criminal da capital do estado, para realizar uma avaliação psicológica de uma criançaque pode ter sido vítima de violência por parte do genitor.Saiba mais sobre o caso.\u200b\u200b\u200b\u200b\u200b\u200b\u200bA avaliação psicológica foi realizada em dois encontros com o menino, além de uma entrevista com a genitora. Destaca-se que não houve entrevista com o genitor porque ele reside em uma cidade distante dessa comarca, tendo sido requerida somente a avaliação do infante. Considerando os objetivos do exame psicológico e a idade da criança, foram utilizados os seguintes procedimentos:- Leitura de documentos do Inquérito e dos autos processuais.- Entrevista psicológica e de anamnese com a genitora.- Entrevista lúdica diagnóstica com a criança.- Aplicação do Teste de Apercepção Infantil \u2013 Figuras de Animais (CAT-A) com a criança.- Aplicação da Técnica Projetiva de Desenho da Família com Estórias (DF-E) com a criança.Conforme os dados obtidos no processo de avaliação realizado, o menino demonstra dificuldade para verbalizar sobre sua rotina, bem como sobre os seus pais, seus sentimentos e suas relações interpessoais. Não houve indícios ou relatos de maus-tratos físicos, contudo a criança indica sofrimento psíquico e prejuízo no desenvolvimento emocional, o qual pode ser decorrente de experiências traumáticas. Considerando esses resultados, a psicóloga perita não pôde confirmar ou descartar a hipótese de violência no que tange ao infante.Trata-se de um desafio frequente na prática em avaliações forenses, pois muitas vezesnão haverá indícios psicológicos que confirmem ou refutem a suspeita de violência em avaliações de vítimas, devendo o profissional de Psicologia, nessas situações, restringir suas conclusões aos resultados apurados na avaliação psicológica realizada, considerando os limites da ciência psicológica.
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