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METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE EDIÇÃO Nº 1 – 2017 ENG. EDUARDO IORGOF ROCHA METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 Coordenação Geral Nelson Boni Professor Responsável Adriano A.L.C.Gama Filho Coordenação de projetos padagógicos Leandro Lousada Produção Executiva Hikaro Queiroz Imagem da capa Shutterstock Projeto Gráfico e Diagramação Geilson Melo Capa Larissa Cardim Coordenação de diagramação Larissa Cardim Coordenação de Revisão Ortográfica Julia Kusminsky 1º Edição: 2017 Impressão em São Paulo/SP APRESENTAÇÃO Será uma leitura que deverá ampliar consideravelmente a visão do leitor sobre a qualidade. O curso começa com os seus fundamentos para que se tenha a base ou o alicerce onde conceitos deverão ser edificados. Na sequência, entraremos em técnicas gerenciais que permeiam a administração da qualida- de. São conceitos extensamente utilizados, principalmente em países mais desenvolvidos, e que começam a chegar aqui no Brasil com força total. No terceiro capítulo, percorreremos duas metodologias para a melhoria de processos e de eficácia e eficiência compro- vadas a nível global. No quarto e último tópico, abordaremos as ferramentas que dão suporte às metodologias do capítulo anterior. Espero que aproveitem bastante. SUMáRIO UNIDADE 01 - Fundamentos ...................13 1 Introdução ..............................................................14 1.1 Processos ........................................................16 1.1.1 Sistema de gerenciamento da qualidade .......16 1.1.2 Sistemas de gestão .......................................18 1.1.2.1 Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ .....19 1.1.2.2 Sistema de Gestão Ambiental – SGA ..........20 1.1.2.3 Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – SGSST ..................................21 1.1.2.4 Responsabilidade social (ISO 26000 e SA 8000) ..........................................22 1.2 Ferramentas e métodos ...................................23 1.2.1 Ciclo PDCA e MASF .......................................23 1.2.2 FMEA e FTA ..................................................28 1.2.3 CEP – Controle Estatístico do Processo ........30 1.3 Exercícios ........................................................31 UNIDADE 02 - Sistemas de produção da qualidade ...........................................33 1 INTRODUÇÃO .........................................................34 1.1 Técnicas gerenciais de melhoria contínua ........36 1.1.1 Kanban ..........................................................36 1.1.2 JIT (just in time) ............................................37 1.1.3 Jidoka ou autonomação ................................41 1.1.4 Kaizen ...........................................................42 1.1.5 Pull flow ........................................................46 1.1.6 Lean manufacturing ou produção enxuta ......46 1.1.7 Filosofia Poka-yoke ou Zero Quality Control ..49 1.1.8 TPM – Total Productive Management ...........50 1.1.9 Sistema Andon ..............................................55 1.2 Normas técnicas ..............................................57 1.2.1 Classificação e tipos .....................................57 1.2.1.1 Normalização .............................................57 1.3 Exercícios ........................................................63 UNIDADE 03 - A integração das ferramen- tas da qualidade .....................................65 1 Introdução ..............................................................66 3.1 Sistemas de gestão ..........................................68 3.1.1 Gestão por diretrizes .....................................69 3.1.2 Do planejamento à ação ................................72 3.1.3 5W2H ............................................................72 3.1.4 Como resolver problemas ..............................74 3.1.5 Ciclo PDCA ....................................................75 3.1.5.1 Planejamento .............................................77 3.1.5.1.1 Identificação do problema .......................78 3.1.5.1.2 Análise do fenômeno ...............................82 3.1.5.1.3 Análise do processo ................................84 3.1.5.1.4 Plano de ação ..........................................85 3.1.5.2 Execução....................................................86 3.1.5.2.1 Treinamento ............................................86 3.1.5.2.2 Execução ................................................87 3.1.5.3 Checagem ..................................................87 3.1.5.4 Atuar ..........................................................88 3.2 6 (Seis Sigma) .................................................90 3.2.1 Para que serve o 6s? .....................................90 3.2.2 O que é o 6s? ................................................93 3.2.3 DMAIC ..........................................................96 3.2.4 Lean e o Seis Sigma ......................................99 3.3 Exercícios .......................................................100 UNIDADE 04 - As 7 ferramentas da qualidade ..........................................103 1 Introdução .............................................................104 1.1 Quais são as 7 ferramentas? ...........................106 1.1.1 Fluxograma ..................................................106 1.1.1.1 Fluxograma vertical ...................................107 1.1.1.2 Fluxograma horizontal ...............................118 4.1.1.1 Fluxograma de blocos ................................109 4.1.1.2 Check-list ..................................................110 4.1.2 Diagrama Ishikawa (espinha-de-peixe) ........111 4.1.3 Folha de verificação .....................................114 4.1.4 Diagrama de Pareto ......................................118 4.1.5 Histograma ..................................................121 4.1.6 Diagrama de dispersão .................................121 4.1.7 Cartas de controle ........................................122 4.1.8 Exercícios ....................................................123 Gabarito ...................................................................124 Referências bibliográficas ........................................131 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 CICLO PDCA .............................................23 FIGURA 2 PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA SEGUNDO SHIBA ET. AL. (1993) .......................................25 FIGURA 3 ETAPAS DO MASF ......................................27 FIGURA 4 MÉTODO KANBAN E SUPERMERCADOS ....36 FIGURA 5 MUDA, MURA E MURI ................................42 FIGURA 6 KAIZEN ......................................................46 FIGURA 7 PRODUÇÃO ENXUTA ..................................48 FIGURA 8 MECANISMO POKA-YOKE .........................50 FIGURA 9 SINALIZADORES DO SISTEMA ANDON ......55 FIGURA 10 SISTEMA ANDON .....................................56 FIGURA 11 NÍVEIS DE NORMATIZAÇÃO .....................61 FIGURA 12 LOGOTIPO FNQ .......................................68 FIGURA 13 SISTEMA DE GESTÃO ...............................69 FIGURA 14 OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS (FONTE DO AUTOR) ..........................................................69 FIGURA 15 DIFERENÇAS DE CENáRIO (FONTE DO AUTOR) ..........................................................70 FIGURA 16 PLANO DE TRABALHO (FONTE DO AUTOR) ..........................................................72 FIGURA 17 TABELA 5W2H .........................................74 FIGURA 18 SOLUÇÃO DE PROBLEMAS (FONTE DO AUTOR) ..........................................................74 FIGURA 19 CICLO PDCA .............................................75 FIGURA 20 NÍVEIS DE SEGMENTAÇÃO DO PDCA (FONTE DO AUTOR) .........................................................76 FIGURA 21 CICLO DA GESTÃO ...................................77 FIGURA 22 PDCA/PLANEJAMENTO(FONTE DO AUTOR) ..........................................................77 FIGURA 23 PDCA/PLANEJAMENTO/IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA (FONTE DO AUTOR) .................................78 FIGURA 24 PDCA/PLANEJAMENTO/ANáLISE DO FENÔMENO (FONTE DO AUTOR) ......................................82 FIGURA 25 PDCA/PLANEJAMENTO/ANáLISE DO PROCESSO (FONTE DO AUTOR) .......................................84 FIGURA 26 PDCA/PLANEJAMENTO/PLANO DE AÇÃO (FONTE DO AUTOR) ..........................................................85 FIGURA 27 PDCA/EXECUÇÃO (FONTE DO AUTOR) ....86 FIGURA 28 PDCA/ATUAR (FONTE DO AUTOR) ...........88 FIGURA 29 CICLO PDCA COMPLETO (FONTE DO AUTOR) ..........................................................89 FIGURA 30 DISTRIBUIÇÃO SIGMA EM UMA CURVA NORMAL ..............................................................91 FIGURA 31 SÍMBOLOS DO FLUXOGRAMA VERTICAL ........................................................................107 FIGURA 32 EXEMPLO DE FLUXOGRAMA VERTICAL ........................................................................108 FIGURA 33 EXEMPLO DE FLUXOGRAMA HORIZONTAL ...................................................................108 FIGURA 34 SIMBOLOGIA DO FLUXOGRAMA DE BLOCOS .....................................................................109 FIGURA 35 FLUXOGRAMA DE BLOCOS .....................110 FIGURA 36 LISTA DE VERIFICAÇÃO NA ADMISSÃO DE UM EMPREGADO ........................................................111 FIGURA 37 MODELO DIAGRAMA ESPINHA-DE-PEIXE .........................................................111 FIGURA 38 DIAGRAMA DE ISHIKAWA (EFEITO) – FONTE DO AUTOR ..........................................112 FIGURA 39 DIAGRAMA DE ISHIKAWA – CAUSAS (INDÚSTRIA) – FONTE DO AUTOR ...................................113 FIGURA 40 DIAGRAMA DE ISHIKAWA – CAUSAS E VARIáVEIS (FONTE DO AUTOR) ....................................113 FIGURA 41 DIAGRAMA DE ISHIKAWA – VARIáVEIS E SUBGRUPO (FONTE DO AUTOR) ...................................114 FIGURA 42 LISTAS DE VERIFICAÇÃO PARA ITENS DEFEITUOSOS. .....................................................116 FIGURA 43 LISTAS DE VERIFICAÇÃO PARA DISTRIBUIÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO ................116 FIGURA 44 LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA A LOCALIZAÇÃO DE DEFEITOS – LOCALIZAÇÃO DE BOLHA EM PEÇA FUNDIDA ..............................................117 FIGURA 45 FORMULáRIO DE REGISTRO ...................118 FIGURA 46 GRáFICO DE PARETO (FONTE DO AUTOR) .........................................................120 FIGURA 47 DIAGRAMA DE DISPERSÃO COM AS CORRELAÇÕES POSITIVAS ........................................121 FIGURA 48 DIAGRAMA DE DISPERSÃO COM AS CORRELAÇÕES NEGATIVAS .......................................122 LISTA DE TABELAS TABELA 1 A EVOLUÇÃO DO TPM ...............................51 TABELA 2 CAUSAS E CONTRAMEDIDAS ....................79 TABELA 3 COMPARAÇÃO ENTRE O PADRÃO ATUAL DAS BOAS EMPRESAS (3,8Σ) COM O SEIS SIGMA ...................92 TABELA 4 TRADUÇÃO DO NÍVEL DA QUALIDADE PARA AS LINGUAGENS TÉCNICA E FINANCEIRA ........................93 TABELA 5 GERAÇÕES SEIS SIGMA ............................94 TABELA 6 EQUIPES SEIS SIGMA ................................95 TABELA 7 PONTOS FORTES DO SEIS SIGMA E DO LEAN MANUFACTURING ..................................................99 TABELA 8 TABELA DE DEFEITOS (FONTE DO AUTOR) .........................................................119 TABELA 9 TABELA DE DEFEITOS CLASSIFICADA (FONTE DO AUTOR) .........................................................119 TABELA 10 TABELA DE DEFEITOS CLASSIFICADA MAIS ACUMULADO PERCENTUAL (FONTE DO AUTOR) ............120 FUNDAMENTOS UNIDADE 01 14 1 Fundamentos UNIDADE 01 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), Qualidade é uma estratégia para se ganhar dinheiro, mas muitos ainda não perceberam isso. É um conceito que vem evoluindo sistematicamente, mas ainda assim alguns acreditam que apenas uma certificação vá fazer a diferença. Pode até fazer no começo, mas logo o descrédito entra em cena e tudo vai por água abaixo. Qualidade é muito mais que isso, é uma forma diferente de se administrar. 15 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Conteúdo desta unidade Falaremos aqui sobre a evolução do conceito, seus pensadores, prêmios, normas e algumas técnicas que podem ajudar tremen- damente em sua implantação. Seja bem-vindo (a)! 16 1 Fundamentos 1.1. Processos 1.1.1 Sistema de gerenciamento da qualidade Alguém já teve a oportunidade de caminhar por uma em- presa e constatar diversos problemas, inclusive de qualidade, e depois descobrir que ela era uma empresa certificada? Philip B. Crosby (1997) demonstrou muito bem que estava perfeitamente a par do problema quando afirma que a ISO não é uma filoso- fia operacional, é apenas um sistema passivo, não dirigindo a organização a fazer a coisa certa desde a primeira vez. Procura salientar esse fato no relato a seguir: Recentemente dei um seminário na Ín- dia para líderes da indústria, do governo e educado- res. O assunto foi “A realidade do gerenciamento da qualidade”. Durante o intervalo, dois empresários vieram até mim e disseram que o seminário já tinha passado da metade e eu ainda não tinha mencionado a ISO 9000. Perguntaram quando eu faria isso. “Pro- vavelmente só se o assunto for levantado na sessão de perguntas”, respondi. “Na verdade, não tem nada a ver com gerenciamento da qualidade”. Um homem abriu a pasta (...) e mostrou-me. “Estamos certificados”, disse. “Este é o resultado da última auditoria. Comprova que estávamos con- formes em tudo, a não ser em alguns procedimen- tos que já estamos corrigindo. Aprimoramos muito. Em nossa penúltima auditoria tivemos muitas não conformidades, mas as reduzimos em 80% dessa 17 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE vez. Não vejo como você pode discordar disso”. Disse a ele que não era contra, mas via pouco valor. “Você tem feito isso há vários anos. Será que as reclamações de seus clientes diminuíram? Quantas eram quando você começou e quantas são agora?” Um olhou para o outro. “Não mantemos registros disso. Estamos trabalhando no sistema, não com detalhes”. E o custo de suas não conformidades? Está di- minuindo?” Novamente eles se olharam e responde- ram que não mantinham registro. “Então como es- tão os negócios? Estão melhorando? Seus lucros têm aumentado desde que vocês começaram a trabalhar duro no sistema?” “Está a mesma coisa. Achamos que as coisas melhorarão quando os europeus per- ceberem que estamos certificados”. Disse a eles que tinha tido a mesma conversa no Chile e no Paraguai algumas semanas antes. Também estavam esperando que os mágicos de Oz fizessem o trabalho por eles. Olharam para mim esperançosos. “Quem é esse Má- gico?” (CROSBY, 1997). Fica muito claro no texto acima que os gestores estavam se comportando como adolescentes que vão à escola em bus- ca de um certificado, mas que na verdade não têm a menor ideia do que estão a fazer por lá. Com um pouco de pers- picácia, um bom observador perceberá que isso não ocorre só em países como o Chile ou o Paraguai, para citar nações mais próximas; há muitas empresas aqui no Brasil sofrendo do mesmo mal. 18 1 Fundamentos Qualidade total é uma nova mentalidade em se administrar e representa uma tremenda quebra de paradigmas. A implemen- tação de processos ou normas de qualidade sem uma mudança de conceitos e crenças pode levar do nada a lugar nenhum. Tão simples quanto isso. Gerenciar tem o significado de dirigir ou administrar. Gerenciar a qualidade total dá a entender que se dever dirigir ou administrá-la até seu ponto mais elevado, e Crosby nos deu algumas dicas bem interessantes de quais são os de maior re- levância. Ele pergunta: “as reclamações de seus clientes dimi- nuíram? Quantas eram e quantas são agora?”. Opa, então com certeza esse é um ponto de extrema importância que deve ser administrado. Ele também pergunta:“E o custo de suas não conformidades? Está diminuindo?” Outro ponto crítico. “En- tão como estão os negócios? Estão melhorando? Seus lucros têm aumentado desde que vocês começaram a trabalhar duro no sistema?” Então qualidade tem a ver com a melhoria dos negó- cios e aumento da lucratividade, que têm que ser monitoradas. Estar certificado ou não, não é uma informação relevante – os procedimentos são ferramentas para levar a organização a um destino. Caso contrário, é só mais um documento que pode ser fixado na parede. 1.1.2 Sistemas de gestão Os sistemas de gestão pela qualidade são três: 1) Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ; 2) Sistema de Gestão Ambiental – SGA; 3) Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – SGSST. 19 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Essas normas são de nível internacional, cada uma delas com grande impacto na gestão de uma empresa e de magnitu- de amplificada quando estão devidamente integradas. Elas nor- teiam mercados globalizados auxiliando nos processos tanto de planejamento quanto no administrativo.1 1.1.2.1 Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ Em um passado recente, a qualidade era o diferencial de apenas algumas organizações. No presente, é uma questão de sobrevivência que deve estar em absoluta sincronia entre o pla- nejamento estratégico e os diversos níveis da cadeia de supri- mentos. O conceito de qualidade deve ser aplicado às necessidades dos clientes e incorporado à visão e à diretiva da corporação, de forma independente ao tipo ou ao tamanho do negócio. Isso induz as organizações a grandes mudanças operacionais, tor- nando-as capazes de atender de uma forma mais eficiente o mer- cado consumidor e as impelindo a definir a aplicabilidade nos processos e quais seriam as oportunidades de melhora provinda dessas falhas. Como resultado do desenvolvimento da filosofia do Total Quality Management – TQM, com início na década de 1980, surgiu o Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, com o obje- tivo de auxiliar e promover substanciais mudanças no ambiente corporativo e melhorar seus resultados. A ISO 9000 define: • Qualidade – “grau no qual um conjunto de caracte- rísticas inerentes atende requisitos”. 1 PUC-RIO. 20 1 Fundamentos • Gestão da qualidade – “atividades coordenadas para orientar e controlar uma organização em relação à qualidade”. • 08 princípios da gestão da qualidade – Liderança, envolvimento de pessoas, abordagem de processo, me- lhoria contínua, abordagem sistemática para a gestão, abordagem factual para a tomada de decisão e benefí- cios mútuos (relacionamento com fornecedores).2 1.1.2.2 Sistema de Gestão Ambiental – SGA As primeiras normas da ISO 14000 surgiram em meados da década de 1990 e buscavam a perfeita integração entre os critérios de desempenho empresarial e os princípios de sustentabilidade com procedimentos de monitoração, conservação e controle. O desenvolvimento dos meios de comunicação vem in- formando cada vez mais a população, que está desenvolvendo uma consciência ambiental cada vez mais apurada e exigente, escolhendo seus fornecedores em função de critérios como responsabilidade social e utilização ambiental. Esse tipo de comportamento tem compelido as empresas a uma abordagem sistematizada e a concentrar energias no crescimento sustenta- do da economia. As corporações são os principais agentes que integram a sociedade aos ecossistemas, sendo eles próprios os principais clientes dos recursos naturais.3 O Sistema de Gestão Ambiental – SGA tem ganhado no- toriedade, pois o desempenho ambiental, dada a gradual im- portância assumida, tem destacado os adeptos dessa política na cadeia de suprimentos, porque agregam valor ao produto final. 2 PUC-RIO. 3 PUC-RIO. 21 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE “O que a organização faz para minimizar os efeitos noci- vos ao ambiente causados pelas suas atividades” (versão 2.000). A ISO 14000 foi criada a partir dessa ideia pela Comissão Téc- nica 207 da ISO (TC 207) a partir da crescente demanda global. Esta precisava desenvolver a confiança na estrutura do sistema e assim foram criados dois grandes grupos: • Organizações empresariais: têm por objetivo fa- cilitar o comércio internacional no sentido de diminuir os seus riscos, de modo a ser verificável, intimamente ligada à qualidade e de forma bem sedimentada. • Produtos e serviços: têm o desafio de equalizar, em uma mesma base, uma grande diversidade de serviços e produtos de modo a poder avaliá-la.4 1.1.2.3 Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – SGSST Alguns grupos de pessoas se reuniram na Inglaterra com o objetivo de preservar, na totalidade, a saúde mental e física dos trabalhadores. Organismos certificadores consagrados interna- cionalmente, entidades de normalização de âmbito mundial e especialistas em publicação de normas compuseram o time que criou a OHSAS 18.000 (Occupational Health and Safety As- sessment Series) publicada em 1999 pela BSI (British Standards Institution). As normas que regulam o Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalhador – SGSST deveriam ser de aceitação internacional e deveriam suportar os demais sistemas. O sistema deve agir de forma preventiva (identificar, medir e controlar as condições existentes), minimizando acidentes e doen- ças provenientes de atividades profissionais. Com isso, objetiva-se 4 PUC-RIO. 22 1 Fundamentos melhorar as condições de trabalho, dar continuidade, sustentabili- dade e com a diminuição das faltas dos funcionários, acidentes de trabalho, prejuízos, indenizações e seguros, reduzir custos. A ISO 18000 foi desenvolvida para o auxílio das empresas interessadas na adequação de políticas e metas de saúde e de segurança.5 1.1.2.4 Responsabilidade social (ISO 26000 e SA 8000) ISO 26000 O Sistema ISO trabalha de forma integrada. Assim sendo, a ISO 26000, que é voltada para a responsabilidade social corpora- tiva, está perfeitamente adequada ao sistema integrado de gestão (SIG) cada vez mais difundido nas empresas hoje. É aplicada a or- ganizações de todos os portes e não carece de certificação, tendo aplicabilidade no mais amplo espectro setorial, indo desde o se- tor governamental até ONG’s e empresas privadas. São empresas conscientes que buscam o seguinte comportamento ético: • Contribuir para o desenvolvimento sustentável, inclu- sive a saúde e o bem-estar da sociedade. • Levar em consideração as expectativas das partes interessadas. • Estar em conformidade com a legislação aplicável. • Ser consistente com as normas internacionais de comportamento. • Estar integrada em toda a organização para que seja praticada em suas relações.6 5 PUC-RIO. 6 NETO, 2015. 23 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE SA 8.000 O SA 8.000 é da Social Accountability International (SAI), organização transnacional, não governamental e voluntária que tem por objetivo estabelecer condições de trabalho para a em- presa que o adota, em toda a sua cadeia produtiva. As SAI emi- tem um certificado com 3 anos de validade após as verificações de conformidade. 1.2 Ferramentas e métodos 1.2.1 Ciclo PDCA e MASF Ciclo PDCA de Walter A. Shewhart Figura 1: ciclo PDCA.7 O SEBRAE8 explica que: 7 Adaptado de Biblioteca SEBRAE. Disponível em: <http://www.bibliotecas. sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/49B285DDC24D11EF- 83257625007892D4/$File/NT00041F72.pdf>. Acesso em: 09/02/2017. 8 Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_ CHRONUS/bds/bds.nsf/49B285DDC24D11EF83257625007892D4/$File/NT00041F72. pdf>. Acesso em: 09/02/2017. 24 1 Fundamentos Planejar inicia-se pela análise do processo com as se- guintes etapas: • Levantamento: • De fatos; • De dados. • Elaboração: • Do fluxo do processo; • De uma análise de causa e efeito. • Itens de controle: • Identificação; • Colocação dos dados; • Análise dos dados. • Estabelecimento dos objetivos. Fazer e executar são as etapas em que são executados os procedimentos.Pessoas competentes são necessárias para se ga- rantir o sucesso. Assim, é necessário verificar ou checar se os procedi- mentos estão condizentes com a realidade e se estão sendo aplicados de forma assertiva. A verificação é interativa e reali- zada por meio da observação ou através de índices da qualida- de ou produtividade. As auditorias podem ajudar muito nessa etapa. De tal modo, torna-se mais fácil a tarefa de agir em caso do aparecimento de anormalidades de forma corretiva, objetivando as suas causas e garantindo que tudo seja executado de acordo 25 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE com o que foi planejado. É imperativo que as contramedidas se- jam colocadas em vigor rapidamente para evitar que se repitam. Ações como a criação ou a correção de normas e procedimentos são extremamente recomendáveis. É indiscutível que Deming tenha o seu devido lugar re- servado na história. Seu conceito era focado praticamente no lado técnico, mas abriu caminho para novas ideias. Tanto isso é verdade que seus princípios são válidos até hoje. Figura 2: processo de melhoria contínua segundo SHIBA et. al. (1993).9 Segundo CARPINETTI (2012) também foi tratado por SHIBA et al. (1993), conforme a figura 2. O MASF (Método de Análise e Solução de Problemas) ou QC Story pode ser considerado como uma visão aprimorada do PDCA, e inclui as seguintes fases (CARPINETTI, 2012): 9 SHIBA et. al. (1993) apud CARPINETTI, 2012. 26 1 Fundamentos 1) Identificação do problema: nessa fase, procura-se identificar os problemas mais críticos e, portanto, mais prioritários; 2) Observação: objetiva a caracterização completa do problema para aumentar a chance de se identificarem as causas do problema; 3) Análise: nessa fase, busca-se levantar as causas raízes ou fundamentais do problema em questão; 4) Plano de ação: depois de identificadas as supostas causas fundamentais, o objetivo desta fase é elabo- rar e detalhar um plano de ação para a eliminação ou minimização dos efeitos indesejáveis das causas fundamentais. Ou seja, objetiva-se bloquear as causas fundamentais; 5) Ação: consiste na implementação do plano de ação; 6) Verificação: consiste na avaliação de resultados para verificação se a ação foi eficaz na eliminação ou mi- nimização do problema. Caso o resultado não tenha sido satisfatório, o processo é reiniciado pela obser- vação e análise do problema. Caso contrário, segue- se para a próxima etapa; 7) Padronização: visa introduzir as ações implementa- das na rotina de operação do processo ou atividade, de forma a prevenir o reaparecimento do problema; 8) Conclusão: o processo é finalizado com o registro de todas as ações empreendidas e resultados obti- dos, para posterior recuperação de informações e histórico. 27 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 3: Etapas do MASF10. O processo de melhoria contínua não pode ter como base o achismo ou qualquer teorização fundamentada no “eu acho que”. Precisa-se de informações completas, fatos e dados observados e direcionados pelo raciocínio lógico ou sequenciados logicamente – um processo sistemático que facilite a tomada de decisão ao qual chamamos abordagem científica. Essa abordagem facilita enorme- mente as fases para se priorizar os problemas, observar e analisar as causas raízes e avaliar resultados. A eliminação do “eu acho que” motivou a criação de vários novos conceitos com a devida base científica. 10 Fonte: CARPINETTI, 2012. 28 1 Fundamentos 1.2.2 FMEA e FTA FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) ou, em português, Análise do Tipo e Efeito de Falha, define-se conforme expresso a seguir: Definição: análise FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) é uma metodologia que objeti- va avaliar e minimizar riscos por meio da análise das possíveis falhas (determinação da causa, efei- to e risco de cada tipo de falha) e implantação de ações para aumentar a confiabilidade (TOLEDO e AMARAL). A confiabilidade é uma dimensão da qualidade que, no mínimo, pode causar um desconforto para o cliente e, no máximo, como em aplicações específicas, por exemplo, na engenharia de segurança e indústria de alimentos, ter o potencial de graves riscos. O FMEA foi desenvolvido para evitar falhas de produto ou de processo, aumentando a sua confiabilidade através da análise de falhas potenciais e de propostas de ações de melhoria. Com relação ao produto, o objetivo é evitar falhas decorrentes de projeto; quando se fala em processo, evitam-se as falhas, tendo como base as não conformidades. O procedimento pode ser aplicado a novos produtos ou processos que: • Ainda não estão em operação; • Já estão operacionais, porém que produziram ou não produziram falhas. 29 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE TOLEDO e AMARAL ainda dizem que há mais uma for- ma de se aplicar a FMEA, que é para procedimentos adminis- trativos; porém, é menos conhecida. O objetivo é aumentar a qualidade e diminuir riscos e erros. FTA (Fault Tree Analysis) ou árvore de falhas pode ser defi- nida conforme exposto a seguir: A árvore de falhas é considerada como um método de análise de produtos e processos que permite uma avaliação sistemática e padronizada de possíveis falhas, estabelecendo suas consequências e orientando a adoção de medidas preventivas ou cor- retivas. (HELMAN e ANDERY, 1995).. É, portanto, uma ferramenta que investiga problemas de pro- jetos e processos, sendo fundamentalmente aplicada na área de pro- dução. Um evento de topo é a falha principal que se distende em outras falhas, que são considerados eventos básicos que causam a falha no sistema. (BATISTA, GOMES E BALTAZAR, 2012). Alguns recursos são utilizados para o seu desdobramento: • Operadores lógicos e símbolos: exemplos são o “ou” e o “e”, que definirão se é um processo de união ou interseção, e ajudarão nos cálculos probabilísticos; • Característica do evento: eventos dependentes, inde- pendentes, mutuamente independentes ou mutuamente excludentes definem a equação que deverá ser utilizada; • Símbolos: casas, diamantes, círculos e retângulos são utilizados. Os retângulos (eventos com potencial de desdobramento) e círculos (ausência de potencialidade 30 1 Fundamentos de desdobramento) são os mais utilizados; • Cálculos probabilísticos: definem a criticidade de eventos básicos. “Matematicamente, a criticidade cor- responde ao produto da probabilidade de ocorrência da causa básica pela probabilidade condicional de ocorrên- cia do evento de topo, dado que a causa básica tenha ocorrido”. (F. e RIBEIRO, 2009). 1.2.3 CEP – Controle Estatístico do Processo O CEP tem por objetivo melhorar a qualidade (produtos e serviços) e reduzir o custo da não qualidade. Esse feito é conse- guido através da diminuição do refugo e do retrabalho, aumen- tando assim a capacidade dos processos. Vale a pena ressaltar a importância da detecção dos defeitos com a maior antecedência possível, para se evitar o acréscimo de matéria-prima e mão de obra em um produto fora das especifica- ções. Esse tipo de controle possibilita o acompanhamento das ca- racterísticas de interesse, assegurando que estão dentro dos limites preestabelecidos ou advertindo que ações de melhoria são necessá- rias. Desta feita, oferece uma radiografia qualificada, que identifica a variabilidade e possibilita o controle ao longo do tempo, fazendo uso de coleta continuada e analisando as possíveis causas, bloquean- do-as quando necessário e diminuindo a instabilidade do sistema. O que se busca é um processo estável, cuja evolução possa ser acompanhada, que seja previsível e que tenha capacidades definidas. O acompanhamento é feito pelo próprio operador, maximizando o seu comprometimento e permitindo a super- visão tratar de outras tarefas vinculadas à melhoria continuada. O sistema de amostragem, ao longo de todo o processo, procura detectar fatores estranhos ao mesmo com o poten- 31 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE cial de prejudicá-lo em suaqualidade e atuar sobre estes de forma a eliminá-los. (RIBEIRO e TEN CATEN, 2012). Todo produto possui um número determinado de elemen- tos que, quando atuam em conjunto, produzem os resultados esperados. Estes são chamados de características da qualidade ou, se quiser, indicadores de desempenho. São eles (MONT- GOMERY, 1985): durabilidade, utilidade, manutenção, con- fiabilidade, gosto, cor, aparência, viscosidade, peso, voltagem e comprimento. Exercícios Questão 1 Aponte 3 sistemas de gestão pela qualidade de nível in- ternacional. Questão 2 Defina FMEA e onde pode ser aplicado. Questão 3 O que Philip B. Crosby (1997) constatou ao averiguar diversos problemas, inclusive de qualidade e depois des- cobrir que ela era uma empresa certificada? Questão 4 Quais são os oito princípios da gestão da qualidade defi- nidos na ISO 9000? Questão 5 Qual a razão que faz o Sistema de Gestão Ambiental – SGA ganhar notoriedade? SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE UNIDADE 02 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE UNIDADE 02 34 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE UNIDADE 02 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), Para quem gosta de técnicas de gestão, vai se divertir! Fala- remos agora em diversas técnicas (inclusive as mais usadas) e concluiremos com o estudo de como funcionam as hierarquias das normas no Brasil e no mundo. 35 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Conteúdo desta unidade Abordaremos as técnicas de melhoria contínua, como Kanban, JIT, Jikoda, Kaizen, pull flow, entre outras, e falaremos também sobre a classificação e os tipos de normas técnicas. Faça um bom proveito! 36 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE 1.1 Técnicas gerenciais de melhoria contínua 1.1.1 Kanban O sistema de puxar tem por objetivo reduzir ao máximo os estoques (intermediários e finais) e o uso de recursos, conse- guindo assim o melhor resultado possível. O uso de sistema de supermercados (TARDIN, 2001) com o controle feito no final do processo é o sistema utilizado pelo STP. O método Kanban controla os níveis dos supermercados. “Kan” significa cartão e “Ban”, controle; assim, “Kanban” sig- nifica “controle por cartões”. Figura 4: Método Kanban e supermercados.1 1 Fonte: blog Engenharia de produção industrial. Disponível em: <http://engenha- riadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2009/04/sistema-toyota-de-producao.html>. 37 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE O controle pode ser feito por cartões ou qualquer outro método visual que o possibilite. Na figura 4, pode-se notar um carrinho que abastece os supermercados. As prateleiras com as caixas coloridas são os supermercados propriamente ditos. Cada cor indica algum tipo de peça ou matéria-prima para ser usada na montagem do carro que está passando. Quando uma cai- xa está vazia, substitui-se por outra. Cada prateleira pode ser considerada como nível de prioridade. Um supermercado com 4 prateleiras, sendo que 3 estão com as caixinhas vazias, deve indicar um ponto crítico que deve ser abastecido. O processo anterior inicia-se até que as prateleiras estejam cheias. Os níveis críticos são determinados em função do tempo de processo para a reposição. O processo anterior pode abastecer, simultaneamente, vários supermercados distintos. Fica fácil perceber que se tem um ponto só de planejamento. Este ponto é o pedido do cliente. As demais etapas estão em fluxo (o carro passando) ou no consumo de pro- dutos finais (material no supermercado) segundo o nosso exemplo. 1.1.2 JIT (just in time) Just in time não é uma ciência, uma vez que não tem por objetivo estabelecer hipóteses, te- orias ou leis sobre a realidade organizacional (...). O JIT se coloca no campo do conhecimento técnico, cujo objetivo é a transformação da realidade mediante uma relação de caráter normativo com os fenômenos que a compõem. (MOTTA, 1993). Seguindo, ainda, a mesma linha de raciocínio, continua: 38 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE O just in time é, única e exclusivamente, uma técnica que se utiliza de várias normas e regras para modificar o ambiente produtivo, isto é, uma técnica de gerenciamento, podendo ser aplicada tanto na área de produção como em outras áreas da empresa. (MOTTA, 1993). O que Motta tenta nos passar é que o JIT é uma verdadeira revolução. É uma tremenda mudança de paradigma que se tra- duz em um verdadeiro impacto sobre as sistemáticas gerenciais de até então. A sua filosofia prega fazer na quantidade certa, no tempo certo e no lugar certo. Simples, certeiro e que implica em uma nova postura organizacional. PIRES (2004, p. 29) apresenta algumas vantagens agrega- das por esse sistema em seu livro: Grandes avanços na redução dos tempos de setup Sistemas como SMED (Single Minute Exchange of Dies – troca rápida de ferramentas), desenvolvidos por SHIN- GO (1985) na Toyota, sistematizando uma série de pro- cedimentos tecnológicos e organizacionais, proporcio- naram reduções sem precedentes nos tempos de setup, viabilizando uma redução drástica nos lotes de produção e um significativo aumento na flexibilidade produtiva. Fábricas focadas em um mix reduzido de produtos Muitas plantas japonesas trabalhavam com o conceito de fábrica dentro de fábrica, baseadas nos princípios da tecnologia de grupo e focadas em um mix relativamente reduzido de produtos. Isso diminuía a complexidade da gestão produtiva e canalizava esforços na direção de me- tas mais claras e objetivas. 39 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Produção puxada via sistema Kanban A lógica da produção puxada, estabelecida pelo sistema Kanban no controle da produção, criou uma cultura de produção voltada à demanda real, com uma significativa redução dos ciclos produtivos e aumento da responsabi- lidade e comprometimento por todos os elos da cadeia de suprimentos. Atenção na racionalização e gestão dos processos logísticos O sistema praticado no Japão, diferentemente do que era vigente no Ocidente até então, destacava a importância da racionalização e da adequada gestão dos processos logísticos em suas dimensões básicas: gestão de estoques e transporte. Estabeleceu-se, nessa época, a lógica do mínimo estoque e do lote econômico utilitário, redu- zindo-se drasticamente os níveis de inventário. Com o crescimento da frequência de reposição, cresceram tam- bém o número de viagens e, com eles, a importância do transporte. Estabeleceu-se também o imperativo da re- dução dos ciclos de produção, com o intuito principal de se reduzir o custo de inventário e do capital imobilizado nos inventários. Segundo BAÑOLAS E SILVA2, o termo JIT ( just in time) significa “no momento certo” e é uma verdadeira fonte de lu- cros e redução de custos de determinada empresa. O sistema busca ampliar sistematicamente a competitividade das empresas entregando ao consumidor produtos: 2 Disponível em: <http://www.prolean.com.br/wp-content/uploads/2011/12/18. pdf>. 40 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE • Na quantidade certa; • No momento preciso; • De forma segura; • A um preço acessível; • Na quantidade demandada. Para se conseguir tais metas, devem contribuir todas as em- presas da cadeia. Em outras palavras, fornecedores vão ter que ser desenvolvidos. Precisarão de suporte técnico e gerencial e deverão receber estímulos para melhorar o atendimento à em- presa cliente e do consumidor final. CORIAT (1994) diz que o JIT interno é extremamente li- mitado em sua eficácia e é necessário estender o trabalho aos fornecedores (JIT externo) para que os resultados sejam signifi- cativos. Ressalta ainda que não é implantado sem sacrifícios. Os fornecedores sofrem muita pressão e, em contrapartida, devem usufruir de suas benesses. ANTUNES apud SHINGO (1996) diz que, para serem mais competitivas, as empresas da cadeia devem: • Responder com rapidez às constantes flutuações do mercado; • Ter flexibilidade; • Ter qualidade; • Reduzir custos; • Melhorar o atendimento; • Incentivar a inovação. 41 METODOLOGIAS EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Estoque é um fator crítico, além de ser um dos tipos de perdas da produção, e o JIT busca, na prática, a redução de cus- tos pela eliminação das perdas. Logo, a redução dos estoques é um de seus objetivos. O sucesso do JIT está intimamente ligado ao relaciona- mento cliente-fornecedor. Esse é um item crítico, pois depende da performance do sistema como um todo para se ter o resultado esperado. Pouco ou nenhum estoque são necessários. A redução dos estoques intermediários aumenta com a frequência dos abas- tecimentos onde a qualidade e a eficiência são vitais, e isso só se torna possível pela eficácia do desenvolvimento de fornece- dores. A gestão se dá através do perfeito entendimento entre for- necedores, distribuidores e clientes na busca contínua da har- monização entre as taxas de produção e a demanda do cliente final. O resultado de um bom processo logístico se verifica a partir de menores inventários, redução nos lead times e na redu- ção dos custos logísticos totais. 1.1.3 Jidoka ou autonomação Para aumentar a eficiência, o termo foi forjado para que o operador pudesse trabalhar mais de uma máquina simultanea- mente (MOTTA, 1993) e quer dizer “atuação com toque hu- mano”. Em outras palavras, o que foi buscado era possibilitar ao operador a autonomia de parar a máquina sempre que for detectada alguma anormalidade no processamento.3 3 GHINATO. Sistema Toyota de produção: mais do que simplesmente just in time, 1996. 42 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE Em 1926, Toyoda Sakichi trabalhava na Toyoda Têxtil e criou o primeiro tear autoativado. A máquina parava sozinha sempre que finalizasse uma trama ou se houvesse o rompimento de um fio. Isso possibilitou que um só homem supervisionasse diversas máquinas, pois dispensa a atenção constante, quebrando o conceito taylorista de “um homem, um posto, uma máquina”. A partir desse ponto, Taiichi Ohno criou o STP. Alguns autores consideram a autonomação um estágio anterior à automação total. 1.1.4 Kaizen Figura 5: Muda, Mura e Muri.4 (...) Sistema de Gestão Kaizen (KMS) que tem por objetivo introduzir na empresa uma dinâmica 4 Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/muda-mura-muri/>. Acesso em: 15/12/2016. 43 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE de mudança para melhor (este é o significado da palavra Kaizen), através de um forte envolvimento dos colabora- dores a todos os níveis. Só há Kaizen quando os colabo- radores mudam os seus hábitos diários de trabalho. Um hábito diário, tanto na forma de pensar como na forma de trabalhar, existe no cérebro de cada um de nós sob um conjunto de ligações entre neurônios. Estas ligações estão tão fortemente estabelecidas e reforçadas por tantos anos de prática, que funcionam quase sem termos que pensar nelas conscientemente. Simplesmente executamos um tra- balho sem pensar muito. É um processo inconsciente, tal como conduzir um automóvel. Para haver melhoria, tem que haver mudança de hábitos e, logo, tem que haver mudanças no nosso cérebro. Isto só se consegue praticando ( falar e discutir não chega). Treinando todos os dias. Experimentando coisas novas e treinando até o processo ficar bem “enraizado” no nosso cérebro. Até substituirmos velhas ligações entre neurónios por outras novas ligações. (COIMBRA, 2008) O Sistema de Gestão Kaizen (KMS) basicamente é uma mudança de cultura (Kaizen Institute, 2008) no sentido de me- lhoria continuada, e são 7 os seus princípios, que devem adquirir o valor de crença para serem efetivos. São eles: 1) Gemba Kaizen; 2) Desenvolvimento das pessoas; 3) Normas visuais; 4) Processo e resultados; 44 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE 5) Qualidade em 1º lugar; 6) Eliminação de muda (desperdício); 7) Abordagem pull flow. Gemba Kaizen “Período intensivo de trabalho de melhoria com um grupo de pessoas cujo objetivo é desenhar e implementar melhorias num curto espaço de tempo (normalmente, 5 dias)” (Kaizen Institute, 2008). Gemba quer dizer: “O lugar onde o valor é acrescentado”.5 Desenvolvimento das pessoas Não existe mudança se não houver mudança de hábitos, e cada tipo de melhoria exige uma mudança de hábito. Assim sendo, alguém e/ou um grupo de pessoas vai ter que abandonar hábitos velhos e adquirir novos. A melhoria contínua exige que a mudança aconteça desde o topo até a base, sem distinção de cargos ou salários. É um esforço coletivo. Para alcançar tal objetivo, fortalecer as 7 crenças é condi- ção sine qua non. Normas visuais A utilização de normas visuais é uma excelente ferramen- ta. Quem já não ouviu dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras? Deve-se levar em conta que uma norma é um caminho reconhecido como o mais eficiente para se desempe- nhar uma determinada tarefa e é impreterível defini-lo, pois, 5 Disponível em: <http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com. br/2011/03/entendendo-o-gemba.html>. Acesso em: 15/12/2016. 45 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE caso contrário, o “Muda” (vide figura 5) não será eliminado e a variabilidade, em função de a atividade ser executada por várias pessoas, também persistirá. Processo e resultados Processo e resultados assumem igual valor. Tradicional- mente os resultados são bem valorizados, só que aqui o processo é tão importante quanto. Qualidade em 1º lugar Aqui, tem-se 3 fundamentos: a orientação é sempre para o mercado, a próxima operação é o cliente e sempre há mais melhorias. Eliminação do Muda A eliminação do desperdício está intimamente relacionada com o pull flow ou fluxo de tração (a produção sendo tracionada). São sete as causas de desperdício: 1) Defeitos (qualidade interna ou falhas externas); 2) Espera de pessoas; 3) Movimento de pessoas; 4) Sobre processamento; 5) Espera de materiais; 6) Movimento de materiais; 7) Excesso de produção. 46 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE 1.1.5 Pull flow A cadeia de abastecimento ou a logística interna (fluxo de materiais e de informação) deve estar muito bem organi- zada, com o objetivo de se minimizar a espera por materiais (inventário). Figura 6: Kaizen.6 1.1.6 Lean manufacturing ou produção enxuta Há de conferir o máximo número de funções e responsabilidades a todos os trabalha- dores que adicionam valor ao produto na linha, e a adotar um sistema de tratamento de defeitos 6 Fonte: Kaizen Institute, 2008. 47 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE imediatamente acionado a cada problema identifi- cado, capaz de alcançar a sua causa raiz (WOMA- CK, JONES e ROOS, 1992). A produção artesanal possui profissionais altamente espe- cializados, em que se faz uso de ferramentas manuais, produzin- do produtos específicos um de cada vez. A produção em massa tem profissionais especializados para projetarem seus produtos. Estes são fabricados por trabalhadores semiespecializados ou sem especialização alguma, em equipa- mentos caros para finalidades específicas na produção de grandes quantidades. Máquina parada é uma regalia que deve ser evitada por razão do alto custo das máquinas envolvidas; assim sendo, produzem certa quantidade de estoque sempre que necessário. Tem uma baixa variedade de produtos por motivo do alto inves- timento e produz grandes quantidades, reduzindo o preço, para a felicidade da clientela. O Lean manufacturing não se enquadra nas duas especifica- ções acima. Sua filosofia principal é produzir mais com menos em uma combinação de técnicas gerenciais e equipamento. Esse processo combina as vantagens tanto da produção artesanal quando da produção em massa como melhores re- sultados. Quando comparada à produção artesanal, produz em maior quantidade a um custo menor. Quando comparada à pro- dução em massa, produz com menos esforço humano, espaço físico e utiliza equipamentos mais baratos. E como ele faz tudo isso? Simples: utiliza-se do Kaizen. A gerência monta grupos de trabalho junto às máquinas com diversas habilidades e vários níveishierárquicos. 48 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE Figura 7: produção enxuta.7 Veja como na explicação da figura 7: 1) Um problema é detectado; 2) Aciona-se a sinalização (lâmpada, placa, alarme, etc.); 3) A liderança chega rapidamente ao local; 4) O problema é anotado no quadro de produção; 5) O supervisor convoca o pessoal dos setores de apoio para a resolução do problema. As metas utilizadas pela produção enxuta são as seguintes: • Zero defeitos; • Tempo zero de preparação (setup); • Estoque zero; • Movimentação zero; 7 Disponível em: <https://davidkond.wordpress.com/category/lean-manufactu- ring/>. Acesso em: 16/12/2016. 49 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE • Quebra zero de lote unitário (uma peça); • Lead time zero. 1.1.7 Filosofia Poka-yoke ou Zero Quality Control SHINGO, no começo da década de 60, desenvolveu um método de controle automático para evitar anomalias. Basica- mente, ele incorporou o controle de qualidade ao processo de fabricação com o objetivo principal de evitar defeitos de fabri- cação. O controle tem seu foco principal sobre o erro e não sobre o defeito. Essa filosofia busca alcançar produtos isentos de defeitos e garantir a conformidade do produto. SHINGO foi provavelmente a personali- dade que mais contribuiu para as práticas modernas de produção industrial. Ao aplicar a sua experiência e conhecimento no campo da engenharia industrial, proporcionou também um melhor ambiente de tra- balho para operadores nas empresas de transforma- ção. (SHINGO, 1986). O ZQC ou Zero Quality Control, para ter sucesso, deve cobrir todas as possibilidades de falhas que ele mesmo aponta: 1) Os trabalhadores podem errar, assim sendo, disposi- tivos que previnam os erros, exercendo a função de controle durante o processo, são essenciais. 2) A inspeção no local onde os defeitos ocorrem (fonte) deve ser realizada para que os erros, a posteriori, não se tornem defeitos, evitando-se os custos a eles associados. 50 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE 3) Todos os itens produzidos deverão ser inspecionados ou deverá ser realizada a inspeção a 100%. 4) Quanto menor for o tempo decorrido entre a detec- ção da anomalia e a ação corretiva, melhor. Poka-yoke é de origem japonesa e tem o seguinte significa- do: “prevenção de defeitos” ou “mecanismo à prova de falhas”. Figura 8: mecanismo Poka-yoke.8 1.1.8 TPM – ToTAl ProDuCTIvE MANAGE- MENT A Nippondenso, uma empresa fornecedora de componen- tes no Japão da Toyota, com o objetivo de viabilizar o seu just in time, criou um programa para melhorar a confiabilidade de seus equipamentos, ao qual chamou TPM. Inicialmente era um pro- 8 Fonte: ROI Managements Consultants. Disponível em: <http://www.lean-fabri- ka.cz/ca/terminology/poka-yoke-444738>. Acesso em: 17/12/2016. 51 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE grama de manutenção destinado a eliminar as perdas geradas, com resultados muito limitados e com o potencial bem maior de abrangência. Deste modo, seus princípios básicos expandiram- se para os demais setores da produção.9 Em 1989, com os avanços conseguidos, a sua definição foi revisada. Passou a abranger todos os setores de produção com o objetivo de eliminar todas as perdas no processo e não só as perdas dos equipamentos. Atualmente, o conceito engloba a empresa como um todo em um sistema de gestão totalmente integrado que busca atender as diretrizes voltadas ao negócio. Década Década de 50: busca da consoli- dação da função e performance por meio da manuten- ção preventiva. Década de 60: conceitos de con- fiabilidade, segu- rança e economici- dade passam a ser visualizados como tópicos fundamen- tais dentro dos projetos de insta- lações industriais (Era da Manuten- ção do Sistema de Produção). Década de 70: ênfase na pessoa, administração participativa e visão global de sistema; incorpora- ção dos conceitos de prevenção na manutenção com o desenrolar conco- mitante do TPM. Continua 9 Adaptado de JIPM, 2008. 52 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE Técnicas administrativas • Manutenção Preventiva (MP – a partir de 1951); • Manutenção do Sistema Pro- dutivo (MSP – a partir de 1954); • Manutenção corretiva com a incorporação de melhorias (MM – a partir de 1957). • Prevenção da Manutenção (PdM – a partir de 1960); • Engenharia de Confiabilidade (a partir de 1962); • Engenharia Econômica • Incorporação de conceitos das ciências com- portamentais; • Desenvol- vimento da Engenharia de Sistemas; • Logística e Terotecnologia. Fatos em destaque 1951: introdução da Sistemática de Manutenção Preventiva (MP) nos moldes americanos pela Towa Fuel Industries. 1953: criação de um comitê para estudo da MP, integrado por 20 empresas que abraçaram o programa, dando origem ao embrião do JIPM. 1960: I Simpó- sio Japonês de Manutenção. 1962: visita aos Estados Unidos da 1ª delega- ção japonesa para estudo da manutenção de instalações promovido pela JMA (Japan Management Association). 1970: Simpósio Internacional de Manuten- ção de Tóquio promovido em conjunto pelo JIPE e JMA, além do Simpó- sio Internacional de Manutenção na Alemanha Ocidental. 1971: Simpósio Internacional em Los Angeles. Continua 53 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Continua Fatos em destaque 1954: visita de George Smith ao Japão para disseminação dos conceitos de PM. 1963: Simpósio Internacional de Manutenção em Londres. 1964: início do Prêmio PM, de excelência em manutenção. 1968: Simpósio Internacional de Manutenção em New York. 1969: criação do JIPE (Japan Ins- titute of Plant Engineering). 1973: Simpósio de Manutenção e Reparo em Tokyo, além do Simpósio Internacional de Terotecnologia em Bruxelas. 1974: Simpósio Internacional de Manutenção em Paris. 1976: Simpósio Internacional de Manutenção na Iugoslávia. 1981: Fundação do JIPM (Japa- nese Institute of Plant Maintenance). Tabela 1: a evolução do TPM.10 No início do TPM as ações para maximi- zação da eficiência global dos equipamentos focavam apenas as perdas por falhas e em geral eram toma- das pelos departamentos relacionados diretamente ao equipamento. Esse período pode ser denomina- do a primeira geração do TPM. A segunda geração do TPM se inicia na década de 80, período em que o objetivo de maximização da eficiência passa a ser 10 Fonte: MORAES, 2004. 54 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE buscado por meio da eliminação das seis principais perdas nos equipamentos divididas em: perda por quebra ou falha, perda por preparação e ajuste, perda por operação em vazio e pequenas paradas, perda por velocidade reduzida, perda por defeitos no processo e perda no início da produção. No final da década de 80 e início da década de 90 surge a terceira geração do TPM, cujo foco para maximização da eficiência deixa de ser somente o equipamento e passa a ser o sistema de produção. A quarta geração do TPM que se inicia a partir de 1999 considera que o envolvimento de toda a organização na eliminação das perdas, redução dos custos e maximização da eficiência ainda é limitado. Essa geração contempla uma visão mais estratégica de gerenciamento e o envolvimento também de setores como comercial, de pesquisa e desenvolvimento de produtos, para eliminação de 20 grandes perdas divi- didas entre processos, inventários, distribuição e com- pras. (MORAES, 2004, p. 38) É um sistema que veio para auxiliar a produção enxuta e contribui para a redução de perdas e a diminuição de estoques, tanto de peças como de equipamentos de máquinas. Consolida- se em oito pilares ou frentes de gestão: 1) Manutenção autônoma; 2) Manutenção planejada; 3) Melhorias específicas; 4) Educação e treinamento; 5) Controle inicial; 6) Manutenção da qualidade; 55 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE 7) TPM Office; 8) Segurança, saúde e meio ambiente. (...) é uma formade gerenciamento que busca a eliminação contínua das perdas, obtendo a evolução permanente da estrutura pelo constante aperfeiçoamento das pessoas, dos meios de produção e da qualidade dos produtos e serviços. Portanto, o melhor significado para TPM passa a ser Total Produc- tive Maintenance, Total Productive Manufacturing, ou ainda Total Productive Management. (JIPM-S, 2005). 1.1.9 Sistema Andon Figura 9: sinalizadores do Sistema Andon.11 O sistema Andon é um modelo de gestão visual que traba- lha com alertas sonoros e representações visuais como quadros e sinalizadores. Veja alguns exemplos na figura 9. 11 Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/andon/>.Acesso em: 18/12/2016. 56 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE Figura 10: sistema Andon.12 12 Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/andon/>.Acesso em: 18/12/2016. 57 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE São sinalizadores que estão na linha de produção ou no próprio equipamento que auxiliam o operador a pedir ajuda. Eles podem indicar a produtividade assim como alguma falha no processo. As falhas no processo podem ser as seguintes: • Material ruim; • Falta de material; • Problema com o dispositivo ou com a máquina; • Ausência de funcionário; • Demora no setup. 1.2 Normas técnicas 1.2.1 Classificação e tipos 1.2.1.1 Normalização Definição: Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições des- tinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Consiste, em particular, na elaboração, di- fusão e implementação das normas. A normalização é, assim, o processo de formu- lação e aplicação de regras para a solução ou pre- venção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e 58 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE economia global. No estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para es- tabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às finalida- des a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de segurança. Norma é o documento estabelecido por con- senso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mí- nimas para atividades ou para seus resultados, visan- do à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. A norma é, por princípio, de uso voluntário, mas quase sempre é usada por representar o consen- so sobre o estado da arte de determinado assunto, obtido entre especialistas das partes interessadas. (ABNT, s.d.) Voluntariedade das normas: Tipicamente, as normas são de uso vo- luntário, isto é, não são obrigatórias por lei, e então é possível fornecer um produto ou serviço que não siga a norma aplicável no mercado determinado. Em diversos países há obrigatoriedade de se- gui-las, pelo menos em algumas áreas (para o caso brasileiro, é o Código de Defesa do Consumidor). 59 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Por outro lado, fornecer um produto que não siga a norma aplicável no mercado-alvo implica es- forços adicionais para introduzi-lo nesse mercado, que incluem a necessidade de demonstrar de forma convincente que o produto atende às necessidades do cliente e de assegurar que questões como inter- cambialidade de componentes e insumos não repre- sentarão um impedimento ou dificuldade adicional. Do ponto de vista legal, em muitos mercados, quando não é seguida a norma aplicável, o fornece- dor tem responsabilidades adicionais sobre o uso do produto. Fonte: Ferramenta da Competitividade.) (ABNT, s.d.) As normas: • Tornam o desenvolvimento, a fabricação e o forne- cimento de produtos e serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos; • Facilitam o comércio entre países, tornando-o mais justo; • Fornecem aos governos uma base técnica para saúde, segurança e legislação ambiental, e avaliação da confor- midade; • Compartilham os avanços tecnológicos e a boa práti- ca de gestão; • Disseminam a inovação; • Protegem os consumidores e usuários em geral, de produtos e serviços; e tornam a vida mais simples, pro- vendo soluções para problemas comuns. 60 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE As normas asseguram as características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambiali- dade, bem como respeito ambiental – e tudo isto a um custo econômico. Quando os produtos e serviços atendem às nossas expectativas, tendemos a tomar isso como certo e a não ter consciência do papel das normas. Rapidamente, nos preocupamos quando produtos se mostram de má qualidade, não se encaixam, são incompatíveis com equipamentos que já temos, não são confiáveis ou são perigosos. Quando os produ- tos, sistemas, máquinas e dispositivos trabalham bem e com segurança, quase sempre é porque eles atendem às normas. As normas têm uma enorme e positiva contribui- ção para a maioria dos aspectos de nossas vidas. Quan- do elas estão ausentes, logo notamos. (ABNT, s.d.) Níveis É o alcance geográfico, político ou econômico de envolvi- mento na normalização, que pode ser realizada no âmbito de: a) um país específico – denominada normalização nacional; b) uma única região geográfica, econômica ou política do mundo – denominada normalização regional; c) vários países do mundo – denominada normalização internacional. 61 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE De forma sistematizada a normalização é executada por organismos que contam com a participação das partes interessadas no assunto objeto da normalização e que têm como principal função a elaboração, aprovação e di- vulgação de normas. Os níveis da normalização costumam ser representados por uma pirâmide, que tem em sua base a normalização empresarial, seguida da nacional e da regional, ficando no topo a normalização internacional. (ABNT, s.d.) Figura 11: níveis de normatização. Essa pirâmide poderia conter outros níveis de normaliza- ção situados entre o empresarial e o nacional, que seriam: a) O das normas setoriais ou de associações, compostas por entidades de classe, representativas de setores produti- vos, que são válidas para o conjunto de empresas a elas associadas. As normas do American Petroleum Institute (API) são um exemplo clássico. b) O dos grupos de empresas que formam consórcios que elaboram normas para determinados empreendimentos. Nível internacional: normas técnicas, de abrangência mundial, estabelecidas por um organismo internacional de normaliza- 62 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA QUALIDADE ção. São reconhecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) como a base para o comércio internacional. Exemplo: International Organization for Standardization (ISO). Nível regional: normas técnicas estabelecidas por um organismo regional de normalização para aplicação em um conjunto de países (uma região, como a Europa ou o Mercosul). São de- nominadas normas regionais e aplicáveis ao conjunto de pa- íses representados no organismo regional. Exemplo: normas da Associação Mercosul de normalização (AMN) ou Comitê Europeu de Normalização (CEN). Embora assim considerada, a Associação Mercosul de Norma- lização (AMN) não é uma organização regional de normalização, pois o seu âmbito é o de um bloco econômico. Ela é uma associação civil reconhecida como foro responsável pela gestão da normalização voluntária do Mercosul, sendo composta atualmente pelos or- ganismos nacionais de normalização dos quatro países mem- bros, que são IRAM (Argentina), ABNT (Brasil), INTN (Paraguai) e UNIT (Uruguai). As normas elaboradas nesse âmbito são identificadas com a sigla NM. Nível nacional: normas elaboradas pelas partes interessadas (governo, indústrias, consumidores e comunidade científica de um país) e emitidas porum organismo nacional de normalização, reconhecido como autoridade para torná-las públicas. Apli- cam-se ao mercado de um país e, frequentemente, são reco- nhecidas pelo seu ordenamento jurídico como a referência para as transações comerciais. Normalmente são voluntárias, isto é, cabe aos agentes econômicos decidirem se as usam ou não como referência técnica para uma transação. Exem- plo: normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou Associação Alemã de Normas Técnicas (DIN). http://www.amn.org.br/ http://www.amn.org.br/ 63 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Nível empresarial: normas elaboradas por uma empresa ou grupo de empresas com a finalidade de orientar as compras, a fabricação, as vendas e outras operações. Exemplo: normas Pe- trobras ou procedimentos de gestão da qualidade. Nível de associação: normas desenvolvidas no âmbito de entidades associativas e técnicas para o uso de seus associados. Mas, também, chegam a ser utilizadas de forma mais ampla, podendo se tornar referências importantes no comércio em geral. Exemplo: American Society for Testing and Materials (ASTM). (ABNT, s.d.) Exercícios Questão 1 O que quer dizer Kanban e como esta altera o fluxo de matérias na fábrica? Questão 2 A filosofia Poka-yoke ou Zero Quality Control é conheci- da como uma filosofia que cria dispositivos “à prova de burros”. Explique a razão disso. Questão 3 O que é TPM e quais são os seus pilares? Questão 4 O que é o sistema Andon e para que serve? Questão 5 Segundo a ABNT, o que é um sistema de normalização e quais são os níveis de hierarquia? A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE UNIDADE 03 66 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE UNIDADE 03 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), Como integrar as ferramentas da qualidade? A análise de processo bem estruturada é a melhor forma de integração possí- vel. Isso possibilita dar início, meio e fim aos ciclos contínuos da qualidade. São práticas consagradas que ajudam tremendamente na obtenção de resultados. 67 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Conteúdo desta unidade Falaremos aqui, basicamente, sobre o PDCA e o Seis Sig- ma. Cada um destes temas comporta em si muitos livros e mui- tos estudos. Espero que façam um bom proveito! 68 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 3.1 Sistemas de gestão A FNQ (Fundação Nacional da Qualidade) completou 25 anos em outubro de 2016. Deste então exerce o papel de agente desenvolvedor nacional e de suas organizações. A par- tir desse objetivo, utiliza-se do Modelo de Excelência da Ges- tão® (MEG), que é “uma metodologia de avaliação, autoava- liação e reconhecimento das boas práticas de gestão1”. Oito fundamentos são a sua base teórica e prática de estruturação na contínua busca pela excelência dentro do mercado atual e de modernos princípios de identidade empresarial. Esta enten- de as organizações como “sistemas vivos integrantes de ecos- sistemas, que necessitam entender e exercitar os princípios da interdependência, do pensamento sistêmico e da sustentabili- dade na gestão2”. Figura 12: logotipo FNQ. O FNQ entende o sistema de gestão da seguinte maneira: “Sistema de gestão é um conjunto de práticas padronizadas, lo- gicamente inter-relacionadas com a de gerir uma organização e produzir resultados.” (Fundação Nacional da Qualidade). 1 Disponível em: <http://fnq.org.br/sobre-a-fnq>. Acesso em: 29/03/2017. 69 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Assim sendo, pode-se dizer que qualquer sistema de gestão busca como objetivo final a obtenção de resultados, o que fica evidenciado na figura 13. Figura 13: sistema de gestão.3 3.1.1 Gestão por diretrizes As boas práticas da administração direcionam para um pla- nejamento estratégico com foco onde a empresa deseja se en- contrar nos próximos 5 anos, conforme a figura 14. Figura 14: objetivos a serem alcançados (fonte do autor). 3 Fonte: Fundação Nacional da Qualidade. 70 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE A partir do cenário desejado, muito bem definido, es- tabelecem-se as diretrizes ou as metas a serem alcançadas no próximo ano. O cenário desejado passa a ser o norte da empresa, onde todos os esforços são direcionados e as dire- trizes são os sinalizadores que apontam a direção aonde a empresa quer chegar. Variações no cenário desejado são muito comuns de acontecer. Por isso, é sempre muito interessante, a partir deste, criar também um cenário pessimista e outro otimis- ta. Essa prática permite definir as metas a serem buscadas (cenário desejado), as metas a serem incentivadas através de premiações e reconhecimentos (cenário otimista) e os limites mínimos inferiores aceitáveis pela empresa (cenário pessi- mista). Veja a figura 15. Figura 15: diferenças de cenário (fonte do autor). O método Hoshin Kanri ou gestão pelas diretrizes trata de como a alta gestão se torna tanto eficaz como eficien- te com relação às diretrizes executadas pelos demais níveis da organização, evitando deformidades e mal-entendidos quanto ao que se deseja entregar. As empresas que se voltam 71 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE para a solidificação dos processos de gestão da qualidade, sem um direcionamento adequado, podem ser contaminadas pelo desprestígio e consequente esquecimento. Hoshin Kan- ri trata essencialmente dessa abordagem com o objetivo de direcionar esforços de forma de dar suporte nas técnicas de melhoria da qualidade a cada colaborador, conforme explici- tado por TURRIONI e NETO (1995). MAIN (1994) e TOLOVI (1994) ressaltam sobre as di- ficuldades encontradas que, em geral, estão diretamente liga- das ao não entendimento dos diretores-executivos que devem assumir a liderança no processo de implantação.4 Indica que o problema de liderança pode ser solucionado por uma apro- ximação maior da alta administração e o pessoal de chão de fábrica. Itens como flexibilidade, custos, atendimento, quali- dade e moral devem ser comunicados de forma adequada a esse pessoal que passa o dia a dia na produção. MINTZBERG (1994) ratificado por DONAVAN, PAUL e TAYLOR (1978) ressaltam que o papel da liderança é o de estabelecer a direção a ser seguida e na priorização de problemas, não na definição do que deve ser a resposta. AKAO (1991) define como sendo uma abordagem de mu- dança sistêmica na gestão de mudança para um processo crítico da empresa. No início, a alta gestão define a visão e os objetivos funda- mentais. Em seguida, a média gestão atribui metas e estratégias para conseguir atingir as metas pré-definidas. Na última etapa, a gestão de base cuida da montagem das equipes de trabalho e da programação de atividades. 4 Apud BEISCHEL, 1991. 72 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 3.1.2 do planejamento à ação Aqui se está diante de um novo desafio. Em teoria, já se deve ter os cenários definidos, a estratégia já está traçada e agora deve-se ir à ação. Como fazê-lo de forma eficiente? Determinar quais são os elementos-chave em que a estratégia deve se basear para atingir os seus objetivos é, sem dúvida alguma, um dos fatores determinantes com relação ao sucesso do projeto. O nome que se dá a isso é plano de ação, que é o processo pelo qual se determina o que deve ser controlado e se gerencia o andamento das coisas. Existem duas técnicas que se destacam: 5W2H e o PDCA, que serão desenvolvidos adiante de maneira adequada. O plano deve ser traduzido de 5 anos para 1 ano e de um ano para o dia a dia. Dessa forma, fica bem claro entender que as pes- soas das bases são a chave para se atingir os resultados desejados. Figura 16: plano de trabalho (fonte do autor). 3.1.3 5W2H É uma ferramenta muito elaborada para a confecção do plano de ação. 5W2H significa o seguinte, conforme explica NAKAGAWA: 73 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE • O que (What) deverá ser realizado? • Ação/atividade que deve ser executada ou o proble- ma/desafio que deve ser solucionado. • Por qual razão (Why) deve ser praticado?• Justificativa dos motivos e objetivos daquilo estar sendo executado ou solucionado. • Quem (Who) será o responsável pela execução? Definição de quem será (serão) o(s) responsável(is) pela exe- cução do que foi planejado. • Onde (Where) deverá dar cumprimento? • Informação sobre onde cada um dos procedimentos será executado. • Quando (When) deverá ser praticado? • Cronograma sobre quando ocorrerão os procedimen- tos. • Como (How) deverá ser administrado? • Explicação sobre como serão executados os procedi- mentos para atingir os objetivos pré-estabelecidos. • Quanto (How much) deverá custar a implementa- ção? Limitação de quanto custará cada procedimento e o custo total do que será feito. Veja, na figura 17, como se montar uma tabela do 5W2H. 74 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 17: tabela 5W2H.5 3.1.4 Como resolver problemas Com os planos definidos, os problemas enfrentados abor- darão sempre situações similares à da figura 18. Figura 18: solução de problemas (fonte do autor). 5 Fonte: NAKAGAWA. 75 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Então, podemos entender que um ciclo de gestão deve atingir metas que implicam na resolução de problemas, e o pro- blema aqui é: “eu tenho de sair daqui para chegar ali, onde quero estar”. Tão simples quanto isso. Para tanto, precisa-se de um método que torne possível esse empreendimento, e existem al- gumas metodologias para isso. Aqui, vamos abordar algumas delas. 3.1.5 Ciclo pdCA Este conjunto de práticas padronizadas normalmente é segmentado em 3 etapas: estratégica, tática e operacional. Cada uma delas é cíclica, o que pressupõe um processo de melhoria contínua, que nunca deixa de buscar a excelência má- xima. Assim, surgiu o PDCA. Figura 19: ciclo PDCA.6 6 Adaptado de Biblioteca SEBRAE. Disponível em: <http://www.bibliotecas. sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/49B285DDC24D11EF- 83257625007892D4/$File/NT00041F72.pdf>. Acesso em: 09/02/2017. 76 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 20: níveis de segmentação do PDCA (fonte do autor). Um processo é um conjunto de atividades e recursos, todos inter-relacionados, que se transforma em produtos a partir dos insumos recebidos. Esses processos podem ser subdivididos em operacionais e gerenciais.7 Os processos gerenciais (PDCL) transformam informa- ções em decisões de nível gerencial, e os operacionais (PDCA) transformam insumos em produtos e serviços. O PDCA surgiu na década de 1980, pouco depois do GQT e da ISO 9001. Deve-se entender processos gerenciais como aqueles que transformam informações em decisões. Os proces- sos decisórios podem ser considerados como os níveis acima do operacional. Assim sendo, o PDCL (Plan, Do, Check and Le- arning) pode ser compreendido como uma evolução do PDCA. O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) da FNQ e seus oito critérios de excelência incorpora o PDCL, como se pode observar no ciclo de gestão apresentado na figura 21. 7 Fonte: Fundação Nacional da Qualidade. 77 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 21: Ciclo da Gestão8. É bastante interessante, pois prevê dois ciclos: o de contro- le e o de aprendizado. Ambos são fundamentais para qualquer organização. 3.1.5.1 planejamento O planejamento é composto de quatro etapas (de acordo com PETERS, 1998). Veja a figura 22: Figura 22: PDCA/planejamento (fonte do autor). 8 Idem. 78 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 3.1.5.1.1 identificação do problema Figura 23: PDCA/planejamento/identificação do problema (fonte do autor). A primeira é a identificação do problema, como se pode ver na figura 23. Identificar o problema de forma adequada é um dos fatores mais críticos do PDCA. Para CAMPOS (2004) o problema é obter um resultado não desejado em um determi- nado processo. A primeira coisa a se fazer (fica a dica) é definir correta- mente qual é a missão a ser realizada. Exemplo: um problema de logística. Uma empresa não está conseguindo dar a vazão ne- cessária aos seus produtos, que são distribuídos por caminhões, sem inviabilizá-los ao mercado. Alguém, por um ato incauto, pode achar que a empresa devesse investir em mais caminhões. Isso poderia incorrer em um investimento muito grande e tornar os produtos inviáveis para o mercado. A verdadeira missão, no caso, é escoar os produtos e não os transportar, necessariamen- te, por caminhão. Assim, abre-se um leque de soluções possíveis que nem se poderia ter imaginado antes. Uma situação similar aconteceu no Japão. Lá, perceberam que o motorista ficava pa- 79 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE rado esperando os caminhões serem carregados ou descarrega- dos, com um desperdício enorme de tempo e de mão de obra. A solução obtida foi montar um cronograma de transporte no qual sempre que um caminhão chegasse, outro já deveria estar à disposição do condutor para que este já seguisse para o próximo destino, sem que precisasse esperar. Um sistema engenhoso e com um custo reduzido para a empresa. Mais alguns pontos são sugeridos para que sejam levados em conta: a frequência com que o problema ocorre, o que se perde com ele e o que se pode ganhar com a sua solução. Esse conhecimento pode ser decisivo na priorização dos problemas e das análises posteriores. B Problemas que requerem alta tecnologia C on tr am ed id a de sc on he ci da A Problemas que valem ser resolvidos Causa conhecida Causa desconhecida C Problemas simples C on tr am ed id a co nh ec id a D Problemas que requerem cuidados Tabela 2: causas e contramedidas.9 A matriz apresentada pela tabela 2 apresenta quatro situa- ções distintas: 9 MELO e CARAMORI, 2001. 80 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE Quadrante d Num problema localizado no quadrante D a contrame- dida é conhecida; então, sabe-se como resolvê-lo. Porém, a causa é incerta ou desconhecida. Evitar que este reincida é fundamental e a melhor forma de fazê-lo seria conhecendo suas causas resolvendo-o definitivamente, através de ações preventivas. Podemos citar o exemplo de um lote de rolamentos cuja tolerância fugiu àquela que é aceita pela indústria automotiva, mas que ainda é perfeitamente comerciável pela de reposição de peças. A solução é conhecida, mas paliativa. Seria muito importante entender as causas da incerteza para garantir um padrão de qualidade uniforme e evitar gastos administrativos desnecessários. Quadrante B O quadrante B é oposto ao D, logo a causa é conhecida e a contramedida não o é. Existem duas possibilidades: buscar auxílio interno através de equipes de trabalho para a solução de problemas e se, mesmo assim, a solução não puder ser alcan- çada, então procurar ajuda especializada. Centros de pesquisas ou empresas de consultorias especializadas são os recursos mais utilizados hoje no mercado. Um exemplo que poderia ser contado seria o caso de uma suposta empresa de eletrodomésticos que atende o mer- cado nacional. Dado eletrodoméstico, lançado recentemente no mercado, quanto mais vende mais prejuízos à empresa registra. Suspeita-se de algum problema financeiro, mas não se sabe ao certo. Com este cenário, a empresa contrata uma consultoria especializada para verificar o que estava aconte- 81 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE cendo. O erro é localizado e sanado. Um novo lançamento com o preço reajustado, um produto ligeiramente alterado e um bom trabalho de marketing resolveriam o problema. Quadrante A É onde os problemas mais críticos podem e devem estar escondidos, pois não se conhecem nem suas causas, nem as con- tramedidas necessárias, e por isso dever ter tratamento diferen- ciado. Problemas crônicos e/ou críticos que afetam o desempe- nho geral normalmente são encontrados neste quadrante. Nesse ponto o PDCA mostra o seu melhor desempenho.10 Um bom exemplo seria uma empresa com um turnover muito grande de pessoal, com grandes problemas financeiros e que não detecta por onde o dinheiro está esvaindo.Os custos com funcionários no Brasil são dos mais elevados do mundo. Despesas com ações trabalhistas, seleção de pessoal, treinamen- to, custo de aprendizado, e assim por diante, podem sangrar uma empresa se não forem muito bem administrados. Uma or- ganização pode até fechar, sem mesmo saber onde foram seus lucros e por qual razão teve que ir buscar dinheiro no mercado a custos abusivos. Quadrante C Contrapondo-se ao quadrante A é onde estão localizados os problemas de simples resolução. Tanto as causas como as contra- medidas são conhecidas, portanto, são simples de se resolver. No entanto, não se deixe enganar: a frequência com que o problema ocorre, o que se perde com ele e o que se pode ganhar com a sua solução é o que definem a prioridade com que deve ser extinto. 10 MELO e CARAMORI, 2001. 82 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE Uma empresa que tem grandes problemas com altas tri- butações e que decide mudar de país seria um bom exemplo. A organização sabe o que deve ser feito e conhece a solução, porém exige uma complexidade de ações bem grande, além dos investimentos, e não deve ser postergada. 3.1.5.1.2 Análise do fenômeno Figura 24: PDCA/planejamento/análise do fenômeno (fonte do autor). A análise do fenômeno deve ser realizada da forma mais detalhada possível. A colheita dos dados e a estratificação do problema são fundamentais para a sua solução, e isso, usualmen- te, demanda tempo. Depois do levantamento histórico deve-se utilizar ferramentas que ajudem a analisar o fenômeno. Ferramentas mais utilizadas A definição das características do problema é dada pela análise de Pareto, folha de verificação e o gráfico de Pareto. 83 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Vários pontos de vista são necessários para a coleta de da- dos segundo MELO (2001): • tempo – os resultados são diferentes de manhã, à tarde, à noite, às segundas-feiras, feriados, entre outros? • Local – os resultados são diferentes em partes di- ferentes de uma peça (no caso do problema ser focado em um produto), apresentando defeito no topo, na base, na periferia? Os resultados diferem de acordo com locais diferentes (no caso do problema estar focado em serviços)? • tipo – os resultados são diferentes dependendo do produto, da matéria-prima ou do material utilizado? • sintoma – os resultados são diferentes se os defei- tos são cavidade ou porosidade (no caso do problema ter foco no produto), se o absenteísmo é por falta ou licença médica (problema focado nos recursos), se a parada do serviço é devido a fatores climáticos, ou falhas mecânicas (no caso do problema ser focado no serviço)? • outros fatores – os resultados são diferentes por turmas de trabalho, operadores, processos, instrumen- tos de medições, ferramentas e sazonalidades? Para a observação local, há a realização de entrevistas, re- latórios, gráficos e fluxos. Recomenda-se o uso de câmeras de vídeo e fotografias. 84 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 3.1.5.1.3 Análise do processo Figura 25: PDCA/planejamento/análise do processo (fonte do autor). Essa fase consiste em se desvendar a causa raiz do proble- ma. Para CAMPOS (1996), com base nas características mais importantes, busca-se as causas que provocam o problema de forma mais crítica. A pesquisa deve ser a mais democrática e prática possível, segundo MELO e CARAMORI (2001), pois assim será maior a possibilidade de êxito na localização das cau- sas. O envolvimento deve ser independente de qualquer hierar- quia para o enriquecimento dos pontos de vista; ampliando-se, do mesmo modo, incrementa-se o poder de percepção dos seus prováveis agentes causadores. Ferramentas mais utilizadas • Definição de causas influentes: brainstorming (tem- pestade de ideias), diagrama de causa e efeito (Ishikawa) e na da reflexão o que causa este problema. 85 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE • Definição das prioridades: diagrama de impacto ver- sus efeitos e a Matriz de GUT. • Desvendar as causas raiz: 5 porquês. 3.1.5.1.4 plano de ação Figura 26: PDCA/planejamento/plano de ação (fonte do autor). Os planos de ação ficam restritos em 98% ao nível geren- cial básico, já que a maior parte da equipe se encontra neste nível (CAMPOS, 2004). Para que se realize é necessário tornar operacionais as me- tas definidas anteriormente. Delega as devidas responsabilida- des a todos os envolvidos. Para CAMPOS (1996), “os planos de ação colocam o gerenciamento em movimento”. No emprego da meta inicial, todas as ações, detalhadamente, devem estar ali- nhadas a ela. O plano de ação é o resultado final de todo um processo. 86 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE Ferramentas mais utilizadas • Estratégia de ação: discussão com o grupo. • Elaboração do plano: 5W2H e o cronograma. 3.1.5.2 execução Figura 27: PDCA/execução (fonte do autor). Para CAMPOS (2004), a execução pode ser dividida em duas partes: treinamento e ação. Para que a execução traga re- sultados satisfatórios, o plano de ação deve estar muito bem es- truturado, tendo em vista que este atende a eficácia e a execução atende a eficiência. 3.1.5.2.1. treinamento A divulgação do plano é estratégica para seu sucesso. An- tes, é preciso ter bem definido, de forma bem clara, quem faz o quê e quando e quais são as ações que necessitam de co- 87 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE operação ativa dos integrantes com o propósito de trazerem os melhores resultados possíveis. Reuniões participativas que fazem uso de técnicas de treinamento devem ser usadas, apre- sentando as tarefas e a razão de ser de cada uma delas e seus responsáveis. Deve-se também verificar a compreensão de to- dos e buscar a concordância da maioria ao final. 3.1.5.2.2 execução As ações devem ser acompanhadas de verificação periódica (in loco se possível), registrando tanto bons como maus resul- tados, data e hora. Deve-se definir os KPI (Key Performance Indicator) e utilizar a forma de gestão à vista. Ainda segundo CAMPOS (2004) cada item monitorado deve ser exposto no local de trabalho. Dessa maneira, “ao exter- nar os pontos problemáticos, aumenta a consciência e a partici- pação de todos”. principais ferramentas utilizadas Plano e cronogramas. 3.1.5.3 Checagem Verificação (checagem e acompanhamento da evolução) das ações executadas na etapa anterior (DO). Para que as ações sejam efetivas, estas deverão ser monitoradas e formalizadas de forma adequada na fase anterior (Executar). Algumas organi- zações já possuem sistemas de acompanhamento (follow up) padronizados para que os resultados obtidos possam ser com- parados com ações designadas anteriormente. Esta fase deve ser enfatizada para que se tenham resultados cada vez mais satisfa- tórios a cada final de ciclo. É uma fase reflexiva, onde questiona- 88 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE mentos devem ser feitos, como por exemplo: “As ações tomadas foram eficazes na obtenção dos objetivos iniciais? Quais os des- vios ocorridos e qual foi a sua efetividade? Os problemas podem ser sobrepujados? Novos padrões foram estabelecidos e como consequência nos tornamos mais eficazes?” principais ferramentas utilizadas: Gráfico de Pareto, carta de controle e histograma. 3.1.5.4 Atuar Figura 28: PDCA/Atuar (fonte do autor). As ações devem ser tomadas a partir dos resultados relati- vos à eficácia, provindos do quadrante anterior, sendo divididos em dois subgrupos: padronização, para resultados positivos, e ações corretivas para resultados indesejados. padronizar Para MELO (2001) deve-se reestruturar o padrão existente de modo a incorporar ações de resultado satisfatório. Os pontos mais importantes que não devem ser esquecidos são: 89 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE a) O que se deve fazer; b) Quem executará as tarefas; c) Quando devem ser executadas; d) Onde serão executadas; e) Como deverão ser levadas a cabo; e f) Quais são os motivos que levam à execução de cada uma delas (itemmuito importante). Corrigir Nas ações com resultados indesejados, deve-se retornar ao início do ciclo, retomando o processo de melhoria contí- nua. Figura 29: ciclo PDCA completo (fonte do autor). 90 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 3.2 6 (Seis Sigma) 3.2.1 para que serve o 6s? • A gigante Allied Signal, que tem faturamento superior a US$ 14 bilhões e estava há alguns anos à beira da falência, iniciou em 1994 a implemen- tação do Seis Sigma e, de lá para cá, reduziu seus custos em US$ 2 bilhões e teve um crescimento, em 1998, de 12% e, no primeiro trimestre de 1999, de 14,1%. • O presidente da General Electric, Jack Welch, descreve o programa Seis Sigma como “a mais im- portante iniciativa que a GE já empreendeu”. Só em 1999, a GE economizou mais de US$ 1,5 bilhão por causa do programa. • Somente em uma única planta da Asea Brown Boveri (ABB), nos Estados Unidos, tem sido gerada uma economia de cerca de US$ 770 mil por ano com a aplicação dos Seis Sigma. • Na Polaroid, a estratégia Seis Sigma tem sido utilizada para a companhia concentrar seu foco nos processos que afetam tanto a qualidade quanto suas margens de lucro, conseguindo com isso adicionar anualmente 6% a sua lucratividade. • - A Motorola estima que, em pouco mais de 10 anos, conseguiu economizar mais de US$ 11 bi- lhões. (ROTONDARO, 2006) 91 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE 6s significa qualidade total. Para explicar melhor: o sigma é a 18ª letra do alfabeto grego e também o símbolo matemático que expressa uma variação de medida. É medida de variação, distribuição em torno da meta de um determinado procedimen- to ou processo. Veja a figura 30. Figura 30: distribuição sigma em uma curva normal.11 A figura 30 apresenta uma variação até 3s. 6s define 3,4 defeitos por milhão de eventos ou 99,99966% de perfeição. De- ve-se considerar como defeito toda e qualquer coisa que cause insatisfação no cliente, ou seja, qualquer produto que porventu- ra não acolha as especificações, serviço insatisfatório ou preço fora do ditado pelo mercado. Depois da década de 1980 a ideia começou a tomar força e, naquela época, 3,8 sigmas era o que uma empresa boa estava acostumada a entregar. Verifique sobre este tema na tabela 3 e na tabela 4. 11 Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/como-mitigar-erros-de-esti- mativa-em-projetos-ti-bruno-martins>. Acesso em: 10/04/2017. 92 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 99% bom/conforme (3,8 sigma) 99,99966% conforme (seis sigma) 20.000 artigos perdidos de correio por hora 7 artigos perdidos de correio por hora 2 aterrissagens curtas ou longas nos principais aeroportos todos os dias 1 aterrissagem curta ou longa nos principais aeroportos a cada cinco anos 200.000 prescrições de medica- mentos incorretos por ano 68 prescrições de medicamentos incorretos por ano 11,8 milhões de ações indevida- mente negociadas na NYSE todo dia 4.021 de ações indevidamente negociadas na NYSE todo dia 7 horas de falta de energia elétrica por mês 1 hora de falta de energia elétrica a cada 34 anos 5.000 operações cirúrgicas incor- retas por semana 1,7 operação cirúrgica incorreta por semana 3 pedidos de garantia para cada automóvel novo 1 pedido de garantia para cada 980 automóveis novos 3.000 cartas extraviadas para cada 300.000 cartas postadas 1 carta extraviada para cada 300.000 cartas postadas 48.000 a 96.000 mortes atribuídas a erros hospitalares todo ano 17 a 34 mortes atribuídas a erros hospitalares todo ano 15 minutos de fornecimento de água não potável por dia 17 a 34 mortes atribuídas a erros hospitalares todo ano Tabela 3: comparação entre o padrão atual das boas empresas (3,8σ) com o Seis Sigma.12 12 DE JESUS, 2015. 93 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Nível de qualidade defeitos por milhão (ppm) Custo da não qualidade (% do faturamento da empresa) dois sigma 308.537 Não se aplica três sigma 66.807 25 a 40% Quatro sigma 6.210 15 a 25% Cinco Sigma 233 5 a 15% seis sigma 3,4 < 1% Tabela 4: tradução do nível da qualidade para as linguagens técnica e financeira.13 3.2.2 o que é o 6s? Para HARRY e SCHROEDER (1998): Seis Sigma é um processo de negócio que permite às organi- zações incrementar seus lucros por meio da otimização das operações, melhoria da qualidade e eliminação de defeitos, falhas e erros. A meta dos seis sigmas não é alcançar os seis sigmas de qualidade. Seis Sigma está relacionado à melhoria da lucratividade. Organizações que implementam Seis Sigma fazem isso com a meta de melhorar seus lucros. Esse processo incorpora os mais diversos conceitos de ges- tão, como benchmarking, planejamento de experimentos, contro- le estatístico de processos (conhecido como CEP), análise de sistemas de medição, análise de capacidade, análise do modo e efeito de falha (FMEA), manufatura enxuta (Lean manufactu- ring), sistema à prova de falhas (Poka-yoke) e outras ferramen- tas da qualidade. A determinação de características críticas aos clientes é o pilar que sustenta todo o seu sucesso. Com base em informações recolhidas no mercado atendido são apontados os indicadores de desempenho que devem sustentar estes requisi- 13 DE JESUS, 2015. 94 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE tos. Esse programa provou o seu sucesso melhorando produtos e serviços, tornando-os mais rápidos e mais baratos. Tudo isso sustentado por um conjunto de técnicas corporativas e capaci- tação da liderança. São três as gerações vividas até hoje. Veja a tabela 5: Gerações seis sigma Período Foco Exemplos 1987-1994 Redução de defeitos Motorola 1994-2000 Redução de custos General Electric, Du Pont e Honeywell 2000 em diante Criação de valor para os clientes e para a empresa em si Posco e Samsung Tabela 5: gerações Seis Sigma.14 Na tabela 6 tem-se a capacitação das equipes Seis Sigma: equipes seis sigma Classificação Responsabilidades Quem são? Champion Fazer com que o projeto fun- cione/definição dos responsá- veis pelos projetos. Patrocinador/ líder. Master Black Belts (Líderes do Cintu- rão Preto) Identificação de projetos de melhoria, além de coordenação de todo o trabalho dos demais Black Belts. Assessoram os Champions. Continua 14 Adaptado de DE JESUS, 2015. 95 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Black Belt (Cinturão Preto) Dedicados em período integral ao programa. Organizam a revisão mensal do planejamen- to estratégico, definem metas e determinam prováveis novos membros da equipe de Black Belts. Homens de confiança: engenheiros, estatísticos, administradores de empresa. Green Belt (Cintu- rão Verde) Não ficam integralmente dedi- cados e designados para uma ou mais equipes de acordo com o conhecimento que têm do assunto. Integrantes de equipe. Yellow Belt (Cintu- rão Amarelo) Não vão se envolver direta- mente nos processos. Principais executivos da empresa, mas precisam de algum conheci- mento. White Belt (Cintu- rão Branco) Tem uma compreensão mais forte de todo o processo, bem como a necessária prepara- ção, e abordam a utilização das ferramentas básicas que se aplicam às várias fases da estratégia. Apoiadores dos Green Belts e os 7 na implemen- tação de seus projetos. Tabela 6: equipes Seis Sigma.15 A terceira geração do Seis Sigma trata mais agressivamente da qualidade comercial e dos serviços, transações e qualidade dos sistemas, in- cluindo os prazos de entrega de serviços, tempo de 15 Adaptado de FIGUEIREDO, 2006. 96 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE espera para o cliente receber os serviços, questões da cadeia logística e abastecimento, etc. Faz parte também da terceira geração mais aplicações do Seis Sigma para prevenir defeitos ou falhas na fonte, isto é, no estágio do projeto, o que é referido como De- sign for Six Sigma (DFSS). (HARRY e CRAWFORD, 2005, apud ANTONY, 2007). 3.2.3 dMAiC Similar ao PDSA, DMAIC significa Define, Measure, Analyze,Improve and Control (Definir, Mensurar, Analisar, Melhorar e Controlar). definir Definição do escopo do projeto. As metas serão os objetivos estratégicos da organização, tais como maior participação no mercado, retornos sobre investimentos mais elevados, redu- ção do nível de defeitos, aumento de produção, melhoria da qualidade, aumento do giro de estoque, melhor previsão de demanda, dentre outros. Neste momento é muito importan- te a correta formação da equipe de trabalho, bem como da clareza das informações sobre as metas individuais e do pro- jeto final. Pode-se utilizar, já nesta fase, mapeamentos de processo e brainstorming para uma melhor compreensão do processo a ser analisado. Medir As informações sobre a situação atual são reunidas para obter os dados-base do desempenho atual do processo e identificar as áreas com problemas. Faz-se necessário o 97 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE mapeamento do processo a ser analisado, pois este facili- tará as futuras discussões sobre o projeto e englobará to- das as atividades importantes desta dinâmica. Destaca- se também a realização do MSA (Análise do Sistema de Medição) que indicará se os dados são confiáveis ou não e como podemos torná-los confiáveis. São estabelecidas métricas válidas e confiáveis para ajudar a monitorar o processo rumo às metas definidas. Utiliza-se a análise de dados exploratória e descritiva para ajudar a entender os dados. Um planejamento é desenvolvido para esboçar a estratégia a ser usada para tirar o processo de seu es- tado atual e levá-lo a um controle estatístico, de acordo com as metas Seis Sigma da empresa. Faz-se uma aná- lise preliminar das principais variáveis (entrada e saída) do processo, além de outras ferramentas como a matriz FMEA (Análise de Modos e Efeitos de Falha) e análise da capacidade de processo (CPK). Analisar Determina as causas de cada problema prioritário. Ana- lisa o sistema para identificar formas de eliminar a lacu- na entre o desempenho atual do sistema ou processo e a meta desejada. Os dados relacionados ao processo são coletados a partir de várias fontes, incluindo relatórios de sucatas e defeitos, gráficos de lucros, devolução de produtos, etc. Os dados são então categorizados e estu- dados em relação às suas tendências. As fontes poten- ciais de variação são identificadas usando ferramentas como gráficos de Pareto, diagramas de causa e efeito, regressão, análise de variância (ANOVA), testes de hi- póteses, etc. 98 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE Melhorar Propõe, avalia e implementa soluções para cada pro- blema prioritário. Usa o gerenciamento de projetos e outras ferramentas de planejamento e gerenciamento para implementar a nova abordagem. Emprega méto- dos estatísticos para validar a melhoria. A avaliação estatística dos dados identifica áreas chave para focar os esforços de melhoria do processo. Causas especiais de variação também podem ser documentadas nesta fase. Técnicas avançadas de solução de problemas e ferramentas, tais como: Planejamento de Experimen- tos (DOE) e Análise de Regressão são usadas para melhorar o processo. Controlar Uma vez que as causas potenciais de variação são identificadas, um plano de ação deve ser selecionado e implementado para trazer o processo para uma si- tuação sob controle. Este passo normalmente envolve uma análise de custo/benefício da ação planejada. As cartas de controle podem ser usadas para mostrar a sustentabilidade do processo. Os limites de controle são determinados e a estabilidade do processo é mo- nitorada. Um plano de controle do processo é desen- volvido de forma que sumarize todos os elementos usados para controlar a variação dentro do processo. Uma vez que o processo é considerado estável, um es- tudo de análise de capacidade (CPK) é realizado para determinar a capacidade do processo. (FIGUEIRE- DO, 2006) 99 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE 3.2.4 Lean e o seis sigma O Lean e o Seis Sigma são estratégias complementares, pois integram-se naturalmente, fazendo com que seus pontos fortes interajam mutuamente. Por exemplo: O Lean tem como foco a implementação das velocidades de processos e a diminuição dos lead times, aspecto não abordado pela metodologia Seis Sigma. Por outro lado, este último tem uma estruturação bem desen- volvida para a solução de problemas e faz uso da estatística para lidar com as variabilidades. Tabela 7: pontos fortes do Seis Sigma e do Lean manufacturing.16 16 Fonte: WERKEMA, 2004. 100 3 A INTEGRAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE Exercícios Questão 1 Qual é o órgão que exerce o papel de agente desenvolve- dor da qualidade e qual é o modelo de gestão utilizado? Questão 2 Explique o que é a gestão por diretrizes. Questão 3 Explique o que é 5W2H e para que serve. Questão 4 Qual a diferença entre o PDCA e o PDCL? Questão 5 Por quais razões o Lean complementa o Seis Sigma? 101 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE UNIDADE 04 104 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE UNIDADE 04 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), Para quem trabalha com produção, cada uma dessas ferra- mentas dever ter um valor inestimável, pois facilitam significati- vamente as tomadas de decisão. Nosso objetivo aqui não será o de nos aprofundarmos no tema, mas sim de orientação, para que se busquem informações mais específicas de uma forma direcio- nada, caso surja a necessidade. Cada ferramenta esconde em seu bojo uma variedade enorme de informações que a vivência e a pesquisa suprirão. 105 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Conteúdo desta unidade 1) Fluxograma; 2) Diagrama Ishikawa (espinha-de-peixe); 3) Folha de verificação; 4) Diagrama de Pareto; 5) Histograma; 6) Diagrama de dispersão; 7) Cartas de controle. Seja bem-vindo (a)! 106 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE 1.1 Quais são as 7 ferramentas? Definir, mensurar, analisar e propor soluções são as prin- cipais funções dessas ferramentas, que ajudam a propor solu- ções para os problemas relativos à qualidade. Problema é tudo aquilo que interfere no resultado e não é desejado. Foram in- corporadas a partir da década de 1950 e devem fazer parte de qualquer programa básico de treinamento nas organizações. São elas: 1) Fluxograma; 2) Diagrama Ishikawa (espinha-de-peixe); 3) Folha de verificação; 4) Diagrama de Pareto; 5) Histograma; 6) Diagrama de dispersão; 7) Cartas de controle. 1.1.1 Fluxograma Os tipos de fluxograma são os seguintes: 1) Fluxograma vertical; 2) Fluxograma horizontal; 3) Fluxograma de blocos; 4) Check-list. 107 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE 1.1.1.1 Fluxograma vertical Descreve simbolicamente as atividades realizadas por vários funcionários em suas respectivas tarefas. Operações, espaço percorrido e tempo despendido são representados por símbolos que traduzem as diversas atividades em uma se- quência definida por linhas. Veja os símbolos utilizados na figura 31. Figura 31: símbolos do fluxograma vertical.1 Exemplo de fluxograma vertical (figura 32): 1 Fonte: CHIAVENATO, 2007. 108 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 32: exemplo de fluxograma vertical.2 Podem ser copiados em forma de tabela, impressos e facil- mente preenchidos no próprio chão de fábrica. 1.1.1.2 Fluxograma horizontal Figura 33: exemplo de fluxograma horizontal.3 2 Fonte: CHIAVENATO, 2007. 3 Fonte: CHIAVENATO, 2007 109 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Pode-se ver na figura 33 que esse fluxograma busca enfati- zar as pessoas envolvidas e seus respetivos órgãos de trabalho. Por isso, em situações em que muitas pessoas estejam envolvi- das, de muitos órgãos diferentes, essa ferramenta deve ajudar na análise de distribuição de tarefas dos participantes, redistribui- ção e racionalização. 4.1.1.1 Fluxograma de blocos Figura 34: simbologia do fluxograma de blocos.4 Esse fluxograma é constituído por uma sequência de blo- cos ou ícones concatenados entre si.A simbologia é bem mais rica e, por isso, mais variada, pois não está restrita simplesmente a colunas e linhas de determinada tabela. Veja o exemplo da figura 35: 4 Fonte: CHIAVENATO, 2007 110 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 35: fluxograma de blocos.5 4.1.1.2 Check-list Muito comum nas companhias de aviação, os comandantes o usam para a checagem que precede a decolagem e a aterrisagem, assim como seus comissários o seguem em caso de emergência. Em resumo, é uma espécie de rotina padrão, que contém os pro- cedimentos necessários para a conclusão de uma tarefa específica. 5 Fonte: CHIAVENATO, 2007. 111 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 36: lista de verificação na admissão de um empregado.6 4.1.2 Diagrama Ishikawa (espinha-de-peixe) Figura 37: modelo diagrama espinha-de-peixe.7 6 Fonte: CHIAVENATO, 2003. 7 Adaptado de SEBRAE, 2005. 112 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Como facilmente se pode notar na figura 37, o diagrama lembra o formato de uma espinha de peixe. Elaborado por Kao- ru Ishikawa (1915-1989) na década de 1960, também é chama- do de diagrama de causa e efeito ou simplesmente diagrama de Ishikawa. Como se utiliza 1) Definir o efeito, ou o problema a ser atacado, e desta- cá-lo como na figura 38. Efeito Figura 38: diagrama de Ishikawa (efeito) – fonte do autor. 2) Junto a um grupo de trabalho (pessoas de diversas áreas que vivem o problema), identificar os fatores que têm a potencialidade de ocasioná-lo. O brainstor- ming é uma boa ferramenta de apoio. Obs.: deve-se tomar o cuidado de se buscar as causas e não os sintomas do problema. Em problemas de natureza industrial, é usual designar as seguintes causas primárias, chamadas de 5 M’s: Material, Ma- chines, Methods, Manpower e Money (material, máquinas, métodos, força dos homens e dinheiro). Nos serviços, emprega-se os 4 P’s: Plant, Policies, Procedures e People (planta, políticas, procedimentos e pessoas). Veja como é feito na figura 39. 113 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Efeito Máquinas Homens Dinheiro Métodos Materiais Figura 39: diagrama de Ishikawa – causas (indústria) – fonte do autor. 3) Definir quais são as variáveis e organizá-las em seus devidos grupos. Essas variáveis devem conter em si a capacidade de originar o problema (figura 40). Efeito Máquinas Homens Dinheiro Métodos Materiais Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Variável Figura 40: diagrama de Ishikawa – causas e variáveis (fonte do autor) 4) Verificar se cada variável pode ser dividida em sub- grupos, conforme a figura 41. 114 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Dinheiro Variável Subgrupo Subgrupo Variável Figura 41: diagrama de Ishikawa – variáveis e subgrupo (fonte do autor) 5) Sempre que possível, apresentar o diagrama a outras pessoas ou grupos que eventualmente possam contri- buir para a solução do problema. Pesquisar na inter- net, em bibliotecas, etc. é sempre recomendável. 4.1.3 Folha de verificação O objetivo de uma folha de verificação é padronizar, orga- nizar e facilitar o registro e a coleta de dados. É um formulário já impresso. (WERKEMA, 1995) Diferentes tipos são utilizados para diferentes propósitos. Por isso, deve-se conhecer muito bem o que é proposto a ser feito. Recomendações gerais: 1) Defina os objetivos. 2) Determine a folha de verificação mais adequada. 3) Identificação: campos devem ser inclusos de modo a 115 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE poder, a posteriori, fazer o registro dos dados. 4) Nomeie a folha de forma adequada. 5) Nomes e códigos dos registros também são muito importantes que constem no formulário. 6) Nomeie para registro os códigos dos departamentos encarregados das coletas para identificação posterior. 7) É muito importante que se conheça a procedência de informações como o número de produtos avaliados, o instrumento de medida e a data da coleta. 8) Instruções apresentadas na própria folha é uma boa prática, pois deve colaborar na melhoria dos resulta- dos colhidos. 9) Todos os envolvidos devem conhecer o proposto e a importância do que irão executar, antes de execu- tarem. Isso ajudará na motivação e na melhoria da qualidade dos resultados obtidos. 10) Instrua todos os envolvidos no que deve ser feito, quando e como será medido. 11) Todos devem conhecer muito bem a forma necessá- ria para que a folha seja preenchida. 12) Todos os fatores que devem ser estratificados e de interesse devem ser incluídos na folha de verificação, tais como máquinas, operadores, turnos, matéria-pri- ma, etc. 13) Execute um teste preliminar para não ter surpresas indesejadas depois. 116 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 42: listas de verificação para itens defeituosos.8 Figura 43: listas de verificação para distribuição do processo de produção.9 8 Disponível em: <http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/ arquivos/info46/46.html>. Acesso em: 12/04/2017. 9 Disponível em: <http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/ arquivos/info46/46.html>. Acesso em: 12/04/2017. 117 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 44: lista de verificação para a localização de defeitos – localização de bolha em peça fundida.10 10 Disponível em: <http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/ arquivos/info46/46.html>. Acesso em: 12/04/2017. 118 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 45: formulário de registro.11 4.1.4 Diagrama de Pareto Para explicar o diagrama de Pareto, vamos pegar os dados da figura 41. Adicionaremos uma coluna com o percentual de cada defeito ocorrido. Veja a tabela 8. 11 Disponível em: <http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/ arquivos/info46/46.html>. Acesso em: 12/04/2017. 119 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Defeito Subtotal Percentual Marcas nas superfícies 17 27% Trincas 11 18% Peça incompleta 26 42% Deformação 3 5% Outros 5 8% Total 62 100% Tabela 8: tabela de defeitos (fonte do autor). Em função da coluna Percentual, classificaremos do maior para o menor, conforme a tabela 9. Defeito Subtotal Percentual Peça incompleta 26 42% Marcas nas superfícies 17 27% Trincas 11 18% Outros 5 8% Deformação 3 5% Total 62 100% Tabela 9: tabela de defeitos classificada (fonte do autor). Acrescenta-se uma coluna com o percentual acumulado (veja a tabela 10). 120 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Defeito Subtotal Percentual ∑% Peça incompleta 26 42% 42% Marcas nas super- fícies 17 27% 69% Trincas 11 18% 87% Outros 5 8% 95% Deformação 3 5% 100% Total 62 100% Tabela 10: tabela de defeitos classificada mais acumulado percentual (fonte do autor). O gráfico de Pareto fica como o da figura 46, onde o histogra- ma refere-se ao subtotal e o gráfico de linha refere-se ao acumulado percentual. Figura 46: gráfico de Pareto (fonte do autor). Observando-se o gráfico, fica muito clara a disposição de importância de todas as condições, pois ele permite escolher o ponto inicial para a solução do problema, identificar a causa básica e monitorá-la. 121 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE 4.1.5 Histograma Histograma é um gráfico de barras verticais introduzido pelo estatístico Karl Pearson. Duas palavras de origem grega compuseram a sua terminologia: histos, que pode ter como sig- nificado “testemunha” (no sentido de aquilo que se vê, como as barras verticais do histograma), e também relativo à palavra gre- ga gramma, que tem “desenhar”, “registrar” ou “escrever” como significado. O histograma tem por objetivo apresentar a distribuição dos dados de forma visual, indicando as categorias e os números de unidades, vinculando umas às outras. O gráfico de Pareto da figura 46, que apresenta as barras verticais, é um bom exemplo de histograma. 4.1.6 Diagrama de dispersão O diagrama de dispersão é utilizado para a verificação, ou não, de uma correlação entreduas variáveis. Ele promove uma visualização gráfica de seus comportamentos. Figura 47: diagrama de dispersão com as correlações positivas.12 12 Disponível em: <https://sandrocan.wordpress.com/tag/diagrama-de-pareto/. Acesso em: 13/04/2017. 122 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Figura 48: diagrama de dispersão com as correlações negativas.13 4.1.7 Cartas de controle As funções das cartas de controle são de medir e verificar a variação de um determinado processo ao longo do tempo. As características do processo poderão ou não estar dentro dos li- mites exigidos. Quando fora, medidas podem ser tomadas quase que imediatamente ao surgimento do problema. 13 Disponível em: <https://sandrocan.wordpress.com/tag/diagrama-de-pareto/. Acesso em: 13/04/2017. 123 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Exercícios Questão 1 Quantos e quais são os tipos de fluxograma existentes? Questão 2 Por qual razão o fluxograma de blocos se destaca dos demais? Questão 3 Para que serve uma folha de verificação? Questão 4 Para que serve o diagrama de Pareto? Questão 5 Para que é utilizado o diagrama de dispersão? 124 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Gabarito uNIDADe 01 Questão 1 Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, Sistema de Gestão Am- biental – SGA e Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – SGSST. Questão 2 A análise FMEA (Failure Mode and Effect Analysis), se- gundo Toledo e Amaral, é uma metodologia que objetiva avaliar e minimizar riscos por meio da análise das possíveis falhas (determinação da causa, efeito e risco de cada tipo de falha) e implantação de ações para aumentar a confiabilidade. O procedimento pode ser aplicado a novos produtos ou processos que ainda não estão em operação ou a aqueles que já estão operacionais, mas que produziram ou não produziram falhas. Questão 3 Philip B. Crosby demonstrou muito bem que estava perfeitamente a par do problema quando afirma que a ISO não é uma filosofia operacional, sendo apenas um sistema passivo, e não dirige a orga- nização a fazer a coisa certa desde a primeira vez. Questão 4 Os oito princípios da gestão da qualidade definidos na ISO 9000 são liderança, envolvimento de pessoas, abordagem de processo, melhoria con- tínua, abordagem sistemática para a gestão, abordagem factual para a tomada de decisão e benefícios mútuos (relacionamento com fornecedores). 125 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Questão 5 O SGA tem ganhado notoriedade, pois o desempenho ambiental, dada a gradual importância assumida, tem destacado os adeptos dessa polí- tica na cadeia de suprimentos, porque agregam valor ao produto final. uNIDADe 02 Questão 1 O uso de sistema de supermercados (TARDIN, 2001) com o controle feito no final do processo é o sistema utilizado pelo STP. O método Kanban controla os níveis dos supermercados. “Kan” significa cartão e “Ban”, controle, ou seja, “Kanban” significa controle por cartões. O sistema de puxar tem por objetivo reduzir ao máximo os esto- ques (intermediários e finais) e o uso de recursos, conseguindo assim o melhor resultado possível. Questão 2 O ZQC ou Zero Quality Control, para ter sucesso, deve cobrir todas as possibilidades de falhas. Os trabalhadores podem errar; assim sendo, dispositivos que pre- vinam os erros, exercendo a função de controle durante o processo, são essenciais. A inspeção no local onde os defeitos ocorrem (fonte) deve ser realiza- da para que os erros, a posteriori, não se tornem defeitos, evitando- se os custos a eles associados. Todos os itens produzidos deverão ser inspecionados ou deverá ser realizada a inspeção a 100%. Quanto menor for o tempo decorrido entre a detecção da anomalia e a ação corretiva, melhor. 126 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Questão 3 TPM é um sistema que veio para auxiliar a produção enxuta e contribui para a redução de perdas e a diminuição de estoques, tanto de peças como de equipamentos de máquinas. Se consolida em 8 pilares ou frentes de gestão: 1) Manutenção autônoma; 2) Manutenção planejada; 3) Melhorias específicas; 4) Educação e treinamento; 5) Controle inicial; 6) Manutenção da qualidade; 7) TPM Office; 8) Segurança, saúde e meio ambiente. Questão 4 O sistema Andon é um modelo de gestão visual que trabalha com alertas sonoros e representações visuais, como quadros e sinalizadores. Questão 5 Um sistema de normalização é uma atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Consiste, em particular, na elabo- ração, difusão e implementação das normas. 127 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE uNIDADe 03 Questão 1 A FNQ (Fundação Nacional da Qualidade) completou 25 anos em outubro de 2016. Deste então exerce o papel de agente desenvolvedor nacional e de suas organizações. A partir desse objetivo, utiliza- se do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), que é “uma metodologia de avaliação, autoavaliação e reconhecimento das boas práticas de gestão”. Oito fundamentos são a sua base teórica e prática de estruturação na contínua busca pela excelência dentro do mercado atual e de modernos princípios de identidade empresarial. Esta entende as organizações como “sistemas vivos integrantes de ecossistemas, que necessitam entender e exercitar os princípios da interdependência, do pensamento sistêmico e da sustentabilidade na gestão”. Questão 2 O método Hoshin Kanri ou gestão pelas diretrizes trata de como a alta gestão se torna tanto eficaz como eficiente com relação às diretrizes executadas pelos demais níveis da organização, evitando deformidades e mal-entendidos quanto ao que se deseja entregar. As empresas que se voltam para a solidificação dos processos de gestão da qualidade, sem 128 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE um direcionamento adequado, podem ser contaminadas pelo desprestígio e consequente esquecimento. Hoshin Kanri trata essencialmente dessa abordagem com o objetivo de direcionar esforços de forma de dar suporte nas técnicas de melhoria da qualidade a cada colaborador, conforme explicitado por TURRIONI e NETO (1995). Questão 3 É uma ferramenta muito elaborada para a confecção do plano de ação. 5W2H significa o seguinte, conforme explica NAKAGAWA: • O que (What) deverá ser realizado? Ação/atividade que deve ser executada ou o problema/desafio que deve ser solucionado. • Por qual razão (Why) deve ser praticado? Justificativa dos motivos e objetivos daquilo estar sendo executado ou solucionado. • Quem (Who) será o responsável pela execução? Definição de quem será (serão) o(s) responsável(is) pela execução do que foi planejado. • Onde (Where) deverá dar cumprimento? Informação sobre onde cada um dos procedimentos será executado. • Quando (When) deverá ser praticado? Cronograma sobre quando ocorrerão os procedimentos. • Como (How) deverá ser administrado? Explicação sobre como serão executados os procedimentos para atingir os objetivos pré-estabelecidos. 129 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE • Quanto (How much) deverá custar a implementação? Limitação de quanto custará cada procedimento e o custo total do que será feito. Questão 4 Os processos gerenciais (PDCL) transformam informações em decisões de nível gerencial, e os operacionais (PDCA) transformam insumos em produtos e serviços. O PDCA surgiu na década de 1980, pouco depois do GQT e da ISO 9001. Deve-se entender processos gerenciais como aqueles que transformam informações em decisões. Os processos decisórios podem ser considerados como os níveis acima do operacional. Assim sendo, o PDCL (Plan, Do, Check and Learning) pode ser compreendido como uma evolução do PDCA. Questão 5 O Lean e o Seis Sigma são estratégias complementares, pois integram-se naturalmente, fazendo com que seus pontos fortes interajam mutuamente. Por exemplo: O Lean tem como foco a implementação das velocidades de processos e a diminuição dos lead times, aspectonão abordado pela metodologia Seis Sigma. Por outro lado, este último tem uma estruturação bem desenvolvida para a solução de problemas e faz uso da estatística para lidar com as variabilidades. uNIDADe 03 Questão 1 Os tipos de fluxograma são os seguintes: fluxograma vertical, fluxo- grama horizontal, fluxograma de blocos e check-list. Questão 2 130 4 AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Esse fluxograma é constituído por uma sequência de blocos ou íco- nes concatenados entre si. A simbologia é bem mais rica e, por isso, mais variada. Não está restrita simplesmente a colunas e linhas de determinada tabela. Questão 3 O objetivo de uma folha de verificação é padronizar, organizar e facilitar o registro e a coleta de dados. É um formulário já impresso. (WERKEMA, 1995) Questão 4 Observando-se o gráfico, fica muito clara a disposição de importância de todas as condições, pois ele permite escolher o ponto inicial para a solução do problema, identificar a causa básica e monitorá-la. Questão 5 O diagrama de dispersão é utilizado para a verificação, ou não, de uma correlação entre duas variáveis. Ele promove uma visualiza- ção gráfica de seus comportamentos. 131 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. (s.d.). Definição. Disponível em: <http://www.abnt. org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e>. ABNT. (s.d.). Níveis de normatização. Disponível em: <http:// www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-norma- lizacao>. ACUÑA, E.; FERNÁNDEZ, F. Análise de mudanças organizacionais: utilidades para políticas sociais. Revista de Administração Pública, abr./jun. 1995. AKAO, Y. Hoshin Kanri. Cambridge Productivity Press, 1991. ALENCAR, E. L. A gerência da criatividade. 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