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TCC FERNANDA LANNES

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS – E ST 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO – STA 
MONOGRAFIA 
 
 
FERNANDA LANNES DE AGUIAR BENEVENTE 
AUDITORIA E CONTROLADORIA COMO 
INSTRUMENTOS DE GESTÃO PÚBLICA: UM 
ESTUDO DE CASO NA PREFEITURA DE 
NITERÓI 
 
NITERÓI 
2019 
1 
 
FERNANDA LANNES DE AGUIAR BENEVENTE 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA E CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTOS DE GESTÃO 
PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO NA PREFEITURA DE NITERÓI 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão Curso apresentado 
ao Programa de Graduação em 
Administração da Faculdade de 
Administração e Ciências Contábeis da 
Universidade Federal Fluminense, como 
requisito à obtenção do título de Bacharel 
em Administração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: 
Prof. Dr. Antônio da Silva Ranha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói, RJ 
2019 
2 
 
FERNANDA LANNES DE AGUIAR BENEVENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA E CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTOS DE GESTÃO 
PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO NA PREFEITURA DE NITERÓI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2019 
Ficha catalográfica automática - SDC/BAC
Gerada com informações fornecidas pelo autor
Bibliotecária responsável: Carlos Roberto Santos de Lima - CRB7/5531
B461a Benevente, Fernanda Lannes de Aguiar
 AUDITORIA E CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTOS DE GESTÃO
PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO NA PREFEITURA DE NITERÓI / Fernanda
Lannes de Aguiar Benevente ; Antônio da Silva Ranha,
orientador. Niterói, 2019.
 58 f. : il.
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Administração)-Universidade Federal Fluminense, Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis, Niterói, 2019.
 1. Gestão pública. 2. Auditoria. 3. Controladoria de
empresa. 4. Contabilidade pública. 5. Produção intelectual.
I. Ranha, Antônio da Silva, orientador. II. Universidade
Federal Fluminense. Faculdade de Administração e Ciências
Contábeis. III. Título.
 CDD -
3 
 
SUMÁRIO 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................................... 5 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ............................................................... 6 
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................................... 7 
RESUMO .......................................................................................................................................... 8 
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 10 
1.1 Problema de Pesquisa..........................................................................................................................11 
1.2 Justificativa ..........................................................................................................................................11 
1.3 Objetivos .............................................................................................................................................12 
1.3.1 Geral ................................................................................................................................................... 12 
1.3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................................... 12 
1.4 Hipótese Básica ...................................................................................................................................12 
2. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................................... 13 
2.1 Controle Interno ..................................................................................................................................13 
2.1.1 Controle Interno na Administração Pública ....................................................................................... 14 
2.1.2 Embasamento Legal do Controle na Administração Pública .............................................................. 15 
2.1.3 Princípios do Controle Interno na Administração Pública .................................................................. 16 
2.1.4 Objetivos do Controle Interno na Administração Pública .................................................................. 17 
2.2 Auditoria .............................................................................................................................................18 
2.2.1 A Origem da Auditoria ........................................................................................................................ 18 
2.2.2 Auditoria no Brasil .............................................................................................................................. 19 
2.2.3 Conceito.............................................................................................................................................. 20 
2.3 Dos Gêneros da Auditoria - Auditoria Interna x Auditoria Externa .......................................................21 
2.3.1 Auditoria Externa ................................................................................................................................ 21 
2.3.2 Auditoria Interna ................................................................................................................................ 21 
2.3.2.1 Auditoria Interna No Setor Público .................................................................................................. 24 
4 
 
2.3.2.2 Tipos de auditoria interna no setor público ..................................................................................... 24 
2.3.2.3 Normas para execução da Auditoria Interna no setor público ........................................................ 25 
2.3.2.4 Relatórios de Auditoria Interna no setor público ............................................................................. 26 
2.3.2.5 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público ................................................... 26 
2.3.2.6 Auditoria interna como meio preventivo e segurança da administração ....................................... 28 
2.3.2.7 Auditoria Interna e o Combate a Corrupção, a Fraude e o Erro ...................................................... 29 
3. METODOLOGIA ..................................................................................................................... 34 
3.1 Tipologia do Trabalho ..........................................................................................................................34 
3.2 Recursos para análise do Balanço Patrimonial .....................................................................................34 
3.2.1 Indicadores Contábeis Brasileiros .....................................................................................................36 
4. ESTUDO DE CASO ................................................................................................................. 38 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 46 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 48 
ANEXO I – ANÁLISE DA PREFEITURA DE NITERÓI ........................................................ 51 
ANEXO II – ANÁLISE DA PREFEITURA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES .................. 54 
ANEXO III – ANÁLISE DA PREFEITURA DE MARICÁ ...................................................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Sequência do processo contábil ....................................................................................................34 
Figura 2 - Procedimentos De Controle Interno.............................................................................................38 
Figura 3 - Saldo de Tesouraria Prefeitura de Niterói ...................................................................................43 
Figura 4 - Saldo de Tesouraria Prefeitura de Campos .................................................................................43 
Figura 5 - Saldo de Tesouraria Prefeitura de Maricá ...................................................................................44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 
 
AICPA - American Institute of Certified Public Accountants (Instituto Americano de 
Contadores Públicos Certificados) 
Audibra – Instituto dos Auditores Internos do Brasil 
CCO – Centro de Controle Operacional 
CFC – Conselho de Federal de Contabilidade 
CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito 
ISS – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza 
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias 
LOA – Lei Orçamentária Anual 
MP-RJ – Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro 
NBC T – Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. 
NFSe – Nota Fiscal de Serviços Eletrônica 
PPA – Plano Plurianual 
RPA – Recibo de pagamento de autônomo 
TCE-RJ – Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro 
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, que me deu o fôlego de vida, que me permitiu chegar até 
aqui e que sempre esteve e estará ao meu lado nos bons e nos maus momentos. A Ele toda 
honra, toda glória e todo louvor. 
Aos meus pais, que me criaram e que sempre investiram na minha educação: essa 
conquista também é de vocês! Obrigada por me apoiarem quando quis mudar de curso e tentar 
algo novo; obrigada por sempre estarem ao meu lado aconselhando e ajudando em todos os 
momentos; obrigada por fazerem de mim o que sou hoje. 
Ao meu esposo, o amor da minha vida, aquele que sempre acreditou em mim, mesmo 
quando nem eu acreditava; se eu cheguei até aqui, foi com a sua ajuda e não teria conseguido 
sem o seu suporte. Que novos desafios cheguem e que eu possa sempre contar com seu ombro 
amigo e amoroso para me sustentar nos piores dias. Que eu possa contar também com seu 
abraço caloroso e seu sorriso encantador quando as vitórias chegarem. E que sejam muitas 
daqui pra frente! Te amo! 
Às minhas bolinhas de pelo fofas, que sempre “estudaram” comigo e me “ajudaram” a 
estruturar a monografia. Sem seus conhecimentos felinos e sem seu amor diário em forma de 
ronrom, eu não suportaria a pressão de terminar uma graduação. Te amo, minha Mel, meu 
Neguinho e minha Milly! 
Ao meu orientador que sempre se mostrou prestativo e pronto a me ajudar. Suas aulas e 
dicas foram valiosas. Sem seu suporte não teria conseguido. Muito obrigada! 
À banca avaliadora por aceitar o convite e ser paciente com essa aprendiz de 
administradora. Estava nervosa e apreensiva com o resultado, mas vocês fizeram com que 
todo o meu esforço valesse a pena ao me dar o tão temido “veredito final”. 
Ao coordenador do curso e a todo corpo docente da Adm UFF que direta ou indiretamente 
me ajudaram a chegar até aqui. Sem o conhecimento compartilhado, essa vitória não seria 
possível. Agradeço cada dia de aula, cada trabalho, cada prova, cada ensinamento. Vocês 
foram peças fundamentais para essa conquista. 
Por fim, à minha irmã, ao meu cunhado, aos demais familiares, meus sogros, minha 
cunhada, meus amigos e todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram com orações, 
conselhos e ajudas diretas ou indiretas para que esse sonho se tornasse realidade. Amo de 
forma especial cada um de vocês. 
 
8 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A auditoria é um instrumento investigativo amplo e eficaz. Por meio de suas técnicas, 
como o controle interno, pode-se contribuir significativamente para a aplicação de forma 
correta e sincronizada dos procedimentos, processos e ferramentas utilizadas pelas 
organizações. Nesta monografia buscou-se verificar os procedimentos de auditoria interna e 
do controle interno municipal na gestão administrativa de Niterói, segundo as regras definidas 
pela NBC T 16.8. Para alcançar este objetivo realizou-se um levantamento de dados no Portal 
da Transparência e em algumas fontes de notícias sobre o município em questão. Realizou-se 
também um comparativo com as prefeituras de Campos dos Goytacazes e Maricá. A partir do 
estudo realizado pode-se verificar que muito ainda se tem que melhorar no poder público, 
porém a auditoria interna nos municípios estudados atua de forma ativa, em consonância com 
os propósitos e objetivos estabelecidos pela NBC T 16.8 que institui o controle interno na 
administração pública. 
 
Palavras-chave: Auditoria, Controle interno, Administração Pública, Controladoria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Audit is a broad and effective investigative tool. Through its techniques, such as internal 
control, it can contribute significantly to the correct and synchronized application of 
procedures, processes and tools used by organizations. This monograph sought to verify the 
internal audit procedures and the municipal internal control in the administrative management 
of Niterói, according to the rules defined by NBC T 16.8. To achieve this objective a survey 
of data was carried out in the Transparency Portal and in some news sources about the 
municipality in question. A comparison was also made with the prefectures of Campos dos 
Goytacazes and Maricá. From the study carried out, it can be verified that much still has to be 
improved in public power, but the internal audit in the municipalities studied actively works 
in harmony with the purposes and objectives established by NBC T 16.8 that establishes the 
internal control in the public administration. 
 
Keywords: Audit, Internal Control, Public Administration, Controllership 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A auditoria é um instrumento investigativo amplo e eficaz. Por meio de suas técnicas, 
como o controle interno, pode-se contribuir significativamente para a aplicação de forma 
correta e sincronizada dos procedimentos, processos e ferramentas utilizadas pelas 
organizações. Diante disso, entende-se que a auditoria constitui um aspecto de investigação de 
controle administrativo, na qual se destacam, como um ponto de convergência de todos os 
efeitos, fatos e informações advindas de diversos segmentos de uma empresa. 
Não menos importante, a contabilidade mantém estreitas relações com os sistemas de 
auditoria, cujo objetivo é tornar as avaliações contábeis mais confiáveis, adequadas, totais e 
seguras. Todavia, no contexto da Administração Pública, na qual é necessária a transparência 
e cumprimento das leis, a sociedade, além de ser a principal beneficiada, também é agente 
fiscalizador. Portanto, a auditoria interna é de suma importância, pois, através dela, é possível 
aplicar procedimentos e técnicas que objetivam examinar a conformidade, a eficácia e a 
legalidade dos controles internos, das ações, dos fatos e das informações contábeis, 
financeiras e operacionais dos elementos públicos. 
Além disso, a auditoria interna inclina-se a examinar, analisar e avaliar a integridade, a 
adequação, a eficácia e a eficiência dos processos, sistemas e controles internos da 
organização, como forma de assistir e de acompanhar a gestão da organização frente ao 
cumprimento de seus objetivos de forma sistematizada, dando suporte aos relatórios 
financeiros, a fim de agregar valor à empresa. Diante da realidade atual, nas organizações 
públicas é necessário que a auditoria interna esteja presente para que os trabalhos realizados 
sejam executados da melhor forma possível e para que ocorra uma correta destinação e 
aplicaçõesde recursos, visto que a auditoria interna, no âmbito governamental, tem por 
objetivo supervisionar, normatizar, fiscalizar e avaliar o grau de confiabilidade dos controles 
internos instituídos como forma de instrumento de controle social na Administração Pública. 
Com as novas exigências legais, na Administração Pública a auditoria interna auxilia 
os sistemas de controle interno com o intuito de alcançar os objetivos previstos através de 
orientações e adequações, para que se realize a obrigação da administração sem que se tenham 
danos em aspectos financeiros, patrimoniais e econômicos, representando um elo fundamental 
nesta cadeia de fiabilidade: auditorias regulares são um importante meio de prevenir e detectar 
irregularidades em matérias financeiras. 
11 
 
Na atualidade, a Administração Pública enfrenta muitos desafios e dificuldades 
perante a realidade de crise, de corrupção, de desfalques orçamentários, de fraude na 
elaboração de contas governamentais, dentre outros, sob os quais a sociedade exige que “os 
gestores públicos devem ter em mente a responsabilidade de [...] prestar contas 
permanentemente” aos cidadãos “consolidando assim os princípios de moralidade, da 
cidadania e da justiça social” (Sant´ana; Locatelli & Turri, 2017). 
Assim, a presente pesquisa destina-se a avaliar a existência de controles internos no 
município, bem como o de verificar se os recursos destinados estão sendo devidamente 
aplicados na sua finalidade. Para esse fim, a auditoria interna se apresenta como uma 
ferramenta de controle administrativo, que tem como objetivo salvaguardar os ativos. 
Por outro lado, o conceito de controle interno não se conjuga com o de auditoria 
interna. A auditoria interna é um trabalho de revisão e análise dos controles internos, 
realizado por um departamento específico da empresa; o controle interno trata-se dos 
procedimentos realizados continuamente na empresa, para que sejam alcançados os seus 
objetivos. 
 
1.1 Problema de Pesquisa 
 
Como os procedimentos de auditoria interna e do controle interno municipal podem 
contribuir para a gestão administrativa de Niterói, segundo as regras definidas pela NBC T 
16.8? 
 
1.2 Justificativa 
 
A auditoria interna se apresenta na contabilidade pública como uma ferramenta de 
grande auxílio para que os administradores desempenhem adequadamente suas funções, pois, 
com ela, é possível verificar e examinar os procedimentos desenvolvidos. Na Administração 
Pública, controle é ter prudência, orientação, harmonia, para poder analisar as atividades dos 
demais setores. O controle interno ampara o gestor público na busca pelo seu objetivo e lhe 
permite conhecer todos os processos que estão ocorrendo na entidade. Por meio dele também 
é possível verificar a legalidade dos atos desenvolvidos na instituição. 
A pesquisa justifica-se perante a aplicabilidade da auditoria do sistema de controle 
interno na gestão municipal, visto que, nos dias atuais, a crise no Brasil aponta para 
12 
 
frustrações na arrecadação de receitas, nas dificuldades em reduzir despesas e para a 
necessidade de corrigir desvios, refletindo na qualidade dos serviços públicos prestados pela 
União, Estados e Municípios. Esses aspectos impactam fortemente a população, que deve ter 
ciência de que, suas taxas, impostos e demais contribuições sejam devidamente destinadas 
para as mais diversas áreas, como saúde, educação, segurança, entre outros, mediante o 
estabelecimento de um controle rigoroso e eficiente de seu sistema de controle interno. Além 
disso, a pesquisa justifica-se em razão do estudo da NBCT 16.8 e demais normas de auditoria 
interna aplicadas ao setor público, que provocam no gestor contábil a necessidade de 
conhecimento na área de auditoria. 
 
1.3 Objetivos 
 
1.3.1 Geral 
 
Verificar os procedimentos de auditoria interna e do controle interno municipal na 
gestão administrativa de Niterói, segundo as regras definidas pela NBC T 16.8 e comparar 
com outras prefeituras; nesse caso, escolhemos comparar com as Prefeituras de Maricá e de 
Campos dos Goytacazes. 
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
 
• Verificar a existência efetiva do controle interno na prefeitura; 
• Verificar a real aplicação da NBC T 16.8 na auditoria municipal; 
• Analisar as informações inerentes das descobertas da auditoria interna na 
condução de implementação de novos controles internos e expor casos de desvio de recursos; 
• Comparar as administrações nessas prefeituras usando um indicador de análise. 
 
1.4 Hipótese Básica 
 
Devido à complexidade em que a contabilidade pública está inserida, e devido à 
grande burocracia da Administração Pública, é possível que sejam encontradas falhas nos 
pareceres da auditoria, e que haja um controle interno aquém de sua efetividade. 
 
13 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 Controle Interno 
 
Segundo Ferreira (1986, p. 469), controle é “a fiscalização exercida sobre as 
atividades das pessoas, órgãos, departamentos, ou sobre produtos, etc., para que tais 
atividades não se desviem das normas preestabelecidas”. 
Já de acordo com o Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, coordenação 
Silva Júnior (2000, p. 16), 
 
[...] controle interno, entendendo por tal todos os processos e rotinas, de 
natureza administrativa ou contábil, destinados a fazer com que na empresa: 
(a) os colaboradores respeitem e adiram às políticas traçadas pela Alta 
Administração; (b) os ativos tenham sua integridade protegida; (c) as 
operações sejam adequadamente registradas, em sua totalidade, nos registros 
contábeis e fidedignamente retratadas pelas demonstrações financeiras. 
 
Conforme Guimarães (2001, p. 63), os controles internos são “instrumentos 
importantes utilizados numa empresa objetivando a consistência de procedimentos técnicos e 
administrativos adotados, assegurando-se os meios indispensáveis ao acompanhamento das 
ações planejadas e a análise dos resultados esperados”. 
Peleias (2002, p. 26) define controle como: 
 
A etapa do processo de gestão, contínua e recorrente, que avalia o grau de 
aderência entre os planos e sua execução; analisa os desvios ocorridos, 
procurando identificar suas causas, sejam elas internas ou externas; 
direciona as ações corretivas, observando a ocorrência de variáveis no 
cenário futuro, visando alcançar os objetivos propostos. 
 
Um importante aspecto do controle é a preocupação dos gestores em preservar que os 
recursos sejam obtidos e aplicados eficientemente na realização dos objetivos traçados pela 
organização, já que o controle é definido como um processo pelo qual a entidade segue os 
planos e as políticas da administração. 
De maneira mais objetiva, pode-se dizer que o controle interno busca a informação 
com relação ao seu patrimônio, geração de receitas, custos e despesas incorridas da atividade 
da empresa, bem como a padronização de procedimentos e o controle das atividades 
realizadas. 
Interno porque diz respeito à natureza conhecedora de algo da sua estrutura e do 
interior efetivando-se até aos mínimos detalhes. 
O Institut Français Experts Comptables apud Sá (1998, p.106), define que: 
14 
 
O controle interno é formado pelo plano da organização e de todos os 
métodos e procedimentos adotados internamente pela empresa para proteger 
seus ativos, controlar a validade dos dados fornecidos pela contabilidade, 
ampliar a eficácia e assegurar a boa aplicação das instruções da direção. 
 
Portanto, pela definição do AICPA deduz-se que as funções do controle interno vão 
além das relacionadas à contabilidade e finanças. 
O AICPA subdivide o controle interno em contábeis, que abrangem o plano de 
organização e todos os métodos e procedimentos em relação à proteção dos ativos e à 
legitimidade dos registros contábeis; e, administrativos, que contemplem o plano de 
organização e todos os métodos e procedimentos que fazem a relação com a eficiência 
operacional, bem como da obediênciaàs políticas administrativas. 
Desta maneira, a função do controle interno está profundamente ligada à função do 
planejamento por intermédio de um sistema de feedback que informa o resultado de decisões. 
Os Controles Internos podem ser então compreendidos como sendo todas as 
ferramentas utilizadas pelos gestores para assegurar a confiabilidade das informações geradas. 
Pelo exposto, o Controle Interno é a base de qualquer trabalho de auditoria, posto que 
é por meio dele que os auditores poderão avaliar e descobrir possíveis deficiências ou falhas 
do sistema. Entretanto, este assunto, pela importância que traz ao presente estudo, será 
devidamente abordado em tópico próprio. 
Aqui cabe explanar que as definições citadas anteriormente tornam claro que um 
sistema de Controle Interno se amplia para além dos assuntos relacionados diretamente às 
funções da contabilidade e dos departamentos financeiros, já que irão englobar também 
aspectos operacionais dentro da organização. 
 
2.1.1 Controle Interno na Administração Pública 
 
A preocupação com o controle interno na Administração Pública Brasileira teve sua 
origem no período colonial, mais precisamente em 1680, e por meio da criação da Junta das 
Fazendas das Capitanias e da Junta da Fazenda do Rio de Janeiro, jurisdicionadas por 
Portugal, restringindo-se basicamente aos aspectos orçamentário e financeiro. 
E, dentre as principais ações das juntas supracitadas, Peter e Machado (2013, p.58) 
destacam: “tombamento de bens públicos, arrecadação de dízimos, registro de receitas e 
despesas e exigência de prestação de contas anuais por parte dos provedores das capitanias 
hereditárias”. 
15 
 
O Tesouro Nacional, fator importante para que os primeiros passos rumo ao processo 
de controle da gestão pública no Brasil fossem dados, fora criado com a independência. 
Assim, fora com a proclamação da República que o país fortaleceu as funções legislativas e 
transformações densas no controle das contas públicas. 
Desta maneira, na atualidade e, de acordo com os ensinamentos de Di Pietro (2015), o 
controle interno da administração pública compreende: 
 
O poder de fiscalização e correção que exercem os órgãos dos poderes 
Judiciário, Legislativo e o Executivo, com o objetivo de garantir a 
conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo 
ordenamento jurídico. 
 
Os controles formais aplicados às entidades públicas decorrem de determinações 
constitucionais, leis, decretos e regulamentos que vêm adaptando-se à evolução da própria 
Administração Pública, passando a adotar uma postura preventiva, com ênfase no controle 
inicialmente dos procedimentos, fundamentado no paradigma da administração gerencial, em 
substituição ao modelo burocrático baseado no pressuposto da desconfiança em relação ao 
administrador. 
 
2.1.2 Embasamento Legal do Controle na Administração Pública 
 
A Constituição Federal de 1988 reforça a necessidade do controle e define em seu art. 
70 : 
 
A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
da União e das Entidades da Administração Direta e Indireta, quanto a 
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle de cada poder. 
Parágrafo único: Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública 
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores 
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária.” 
 
Já a Lei nº 4.320/64 preconiza em seu art.75: 
 
O controle da execução orçamentária compreenderá: 
I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a 
realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; 
II – a fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por 
bens e valores públicos; 
III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos 
monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. 
16 
 
 
Peter e Machado (2013, p. 23), comentando a lei nº 4.320/64 esclarecem que a mesma 
demonstra a grande preocupação com o aspecto legal e com a formalidade e abrangência do 
controle, compreendendo a execução orçamentário-financeira e o cumprimento das propostas 
de melhoria ao bem-estar da sociedade, traduzidas nos programas de trabalho. 
 
Compreende-se que a ideia central é prevenção e correção de erros ou 
desvios no âmbito de cada poder ou entidade da Administração Pública. Os 
Controles Internos implementados em uma organização devem, 
prioritariamente, ter caráter preventivo e estar voltados, permanentemente, 
para a correção de eventuais desvios em relação aos parâmetros 
estabelecidos. Devem ainda prevalecer como instrumentos auxiliares de 
gestão e estar direcionados para o atendimento a todos os níveis hierárquicos 
da Administração. Quanto maior for o grau de adequação dos controles 
internos, menor será a vulnerabilidade desses controles. (Instrução 
Normativa nº 16, 1998) 
 
2.1.3 Princípios do Controle Interno na Administração Pública 
 
O artigo 37 da Constituição Federal de 1988 elenca os princípios inerentes à 
Administração Pública, como segue: 
• Legalidade 
• Impessoalidade 
• Moralidade 
• Publicidade 
• Eficiência 
 
Princípios do Decreto-Lei 200/67 
• Planejamento 
• Coordenação 
• Delegação de Competência 
• Descentralização 
• Controle 
 
Ademais, o Controle Interno Público possui alguns conjuntos de regras e diretrizes de 
sistemas, que visam a atingir os objetivos específicos, tais como: 
a) relação custo/benefício: 
b) qualificação apropriada, treinamento e rotatividade de funcionários: 
c) delegação de poderes e resolução de responsabilidades: 
d) segregação de funções 
e) instruções devidamente formalizadas: 
f) controle sobre as transações 
g) aderência às diretrizes e normas legais. 
 
 
17 
 
2.1.4 Objetivos do Controle Interno na Administração Pública 
 
Peter e Machado (2003, p.25 e 26) defendem que o objetivo do Controle Interno na 
Administração Pública é o de “assegurar que não ocorram erros potenciais, através do 
controle de suas causas destacando-se, entre os objetivos específicos a serem atingidos, os 
seguintes”: 
• observar as normas legais, instruções normativas, estatutos e regimentos; 
• assegurar, nas informações contábeis, financeiras, administrativas e operacionais, sua 
exatidão, confiabilidade, integridade e oportunidade; 
• antecipar-se, preventivamente, ao cometimento de erros, desperdícios, abusos, 
práticas antieconômicas e fraudes; 
• propiciar informações oportunas e confiáveis, inclusive de caráter 
administrativo/operacional, sobre os resultados e efeitos atingidos; 
• salvaguardar os ativos financeiros e físicos quanto a sua boa e regular utilização e 
assegurar a legitimidade do passivo; 
• permitir a implementação de programas, projetos, atividades, sistemas e operações, 
visando a eficácia, eficiência e economicidade dos recursos; 
• assegurar aderência às diretrizes, planos, normas e procedimentos do órgão/entidade. 
 
Importante evidenciar que, de acordo com Boyton, Johnson e Kell (2012), o Controle 
Interno exerce suas atribuições através da Auditoria Interna, dos órgãos governamentais, e 
também, através do sistema de Informações Gerenciais. Deste modo as normas de auditoria 
pública, geralmente aceitas, exigem que o auditor relate deficiências nos controles internos. 
Eis alguns exemplos: 
• Ausência de segregação de funções que seja coerente com objetivos de controle 
adequados. 
• Evidência de que ativos não se encontram salvaguardados contra perda, danos ou 
apropriação indébita. 
• Ausência de nível suficiente de consciência de controle na organização. 
• Ausência de correção de deficiências anteriormente identificadas. 
 
18 
 
Portanto far-se-á necessário, a seguir, abordar o conceito, objetivoe fundamentos da 
auditoria interna para, num segundo momento, verificar sua importância na Administração 
Pública como forma de controle interno desta. 
 
2.2 Auditoria 
 
2.2.1 A Origem da Auditoria 
 
A origem da Auditoria é imprecisa e controversa; por isso, interessante trazer aqui a 
ideia de alguns autores sobre o assunto. 
 Existem indícios históricos que levam a crer que a origem da Auditoria se deu por 
volta do ano de 4000 a.C., quando civilizações vindas do oeste da África estabeleceram entre 
si governos e comércio (FRANCO,2001). 
Diante de preocupação acerca de problemas com a arrecadação e o controle dos 
registros das receitas vindas de impostos, foram criados mecanismos para controlar a 
Auditoria, com o intuito de reduzir os erros, assim como as chances de fraudes por parte de 
profissionais inábeis e oficiais desonestos (JUND apud GUERRA, 2005). 
Por sua vez, de acordo Pinho (2001, p.19), “os primeiros indícios de Auditoria, no 
sentido similar ao atualmente empregado, datam da civilização suméria, identificáveis a partir 
da prática da conferência dos bens oriundos da atividade pastoril”. 
Porém, Santi (2008) preleciona que a auditoria tenha surgido juntamente com os 
guarda-livros, nome dado àqueles que prestavam serviço de assessoria na atividade de 
escrituração das transações aos comerciantes italianos. 
Magalhães et al (2001) também compartilha da mesma opinião de Santi, posto o que 
apresenta em sua obra como histórico do surgimento de Auditoria: “na Itália, século XV ou 
XVI, supõe-se que a Auditoria surgiu como profissão no momento em que um especialista 
deixou de praticar Contabilidade para assessorar outros profissionais e mercadores, 
transformando-se em consultor público liberal”. 
Conquanto a Auditoria Moderna, Jund (2002, p. 05) defende que o berço foi a 
Inglaterra, que a exportou para os demais países. Marcondes (2003, p. 3) concorda, ao 
afiançar que a Inglaterra, como dominadora dos mares e do comércio em épocas incididas, 
“teria iniciado a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por 
consequência, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais”. 
19 
 
2.2.2 Auditoria no Brasil 
 
De acordo com Pinho (2001) os primeiros relatos de uma auditoria realizada no Brasil, 
ocorreu no ano de 1903, por meio de um parecer emitido pela empresa internacional de 
auditoria, a Clarkson & Cross, antecessora da atual Ernst & Young, que analisou as 
demonstrações financeiras de uma empresa canadense instalada em São Paulo. 
Fica assim claro, consoante entendimento também de Attie (2008) e Almeida (2003) 
que a auditoria teve início no Brasil por meio de empresas internacionais de auditoria que 
migraram para o país para atender o mercado de capitais crescente que corroborou para a 
existência de fusões e aquisições, assim como para a presença de filiais e subsidiárias de 
firmas estrangeiras. 
Assim, com o aumento da necessidade de auditoria nas empresas, a profissão de 
auditor torna-se reconhecida e regulamentada, como devidamente lecionado por Almeida 
(2003, p. 83): 
 
Em 1957, forma-se o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil. Em 1968, 
a auditoria passa a ser reconhecida formalmente por ato do Banco Central, 
tornando-a obrigatória em quase todas as entidades do sistema financeiro. 
Em 1972, foi criado o Instituto de Auditores do Brasil, órgão que foi 
reconhecido pelo Conselho Federal de Contabilidade e pelo Banco Central 
do Brasil. 
 
Hoje em dia, a auditoria não se trata de um instrumento de mera observação, todavia é 
também de orientação, posto ser ferramenta capaz ainda de apurar responsabilidades e 
resguardar a integridade dos diretores ou executivos. Deste modo, a auditoria é peça basal na 
verificação das demonstrações contábeis, sinalizando falhas que alertam os gestores à 
necessidade de mudanças. 
Em relação ao seu objetivo, Perez Júnior (2005, p. 15) aduz que a auditoria embasa-se 
em alguns itens básicos, como comprovação pelo registro de que são exatos os fatos 
patrimoniais; demonstração dos erros e fraudes encontrados; sugestão das providências 
cabíveis visando à prevenção de erros e fraudes; verificação de que a contabilidade é 
satisfatória sob o aspecto sistemático e de organização; verificação do funcionamento do 
controle interno e proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais com o propósito 
de manter a empresa dentro dos limites de organização e legalidade. 
Já o objetivo da Auditoria Interna é o de ser uma importante ferramenta auxiliar da 
Gestão de iniciativas públicas e privadas, buscando mantê-la bem informada sobre suas 
inúmeras atividades, através da elaboração e manutenção de sistemas de informações 
20 
 
gerenciais segmentados em seus métodos essenciais que na forma como são desenvolvidos, 
atribuem-lhe originalidade própria e atributos (SÁ, 2002). 
 
2.2.3 Conceito 
 
A palavra auditoria tem sua origem no latim auditore, que significa ouvir. É grande a 
quantidade de autores que compreendem a auditoria como um instrumento de proteção da 
empresa, uma vez que tem a finalidade de prevenir e detectar atos fraudulentos evitando, com 
isso, que a empresa venha a adquirir custos fiscais provenientes dessas fraudes. A isso, 
vejamos: 
De acordo com Sá (2009, p. 22) auditoria é “a técnica contábil do sistemático exame 
dos registros, visando apresentar conclusões, críticas e opiniões sobre as situações 
patrimoniais e aquelas dos resultados, quer formadas, quer em processo de formação.” 
Para Franco e Marra (2012, p. 20) a auditoria é uma técnica contábil: 
 
Através de procedimentos específicos que lhes são peculiares, aplicados no 
exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e 
confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – 
objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros 
contábeis foram efetuados de acordo com os princípios de Contabilidade 
geralmente aceitos e se as demonstrações contábeis deles decorrentes 
refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os 
resultados do período administrativo examinados e as demais situações nelas 
demonstradas. 
 
Para Cruz (2014, p. 35) a auditoria interna constitui-se em uma atividade de extrema 
responsabilidade, pois para prevenir atos fraudulentos, exige dos auditores “conhecimentos 
multidisciplinares, principalmente conhecimentos contábeis e jurídicos, necessários para a 
realização dos trabalhos de auditoria e elaboração dos relatórios e decisões de auditoria”. 
No entender de Guimarães (2001, p. 401), 
 
A auditoria financeira ou contabilística visa essencialmente dar credibilidade 
à informação financeira, de forma a que seja útil à tomada de decisões por 
parte dos diferentes destinatários/utilizadores dessa informação (clientes, 
fornecedores, acionistas, Estado, investidores, instituições financeiras, 
público em geral). Essa informação compreende, nomeadamente, as 
demonstrações financeiras. 
 
Deste modo, fica evidente que o objeto da auditoria é certificar o patrimônio como um 
todo. Por patrimônio pode-se entender como sendo o conjunto de bens e direitos, avaliados 
sob dois aspectos: quantitativo e qualitativo. 
21 
 
 
2.3 Dos Gêneros da Auditoria - Auditoria Interna x Auditoria Externa 
 
2.3.1 Auditoria Externa 
 
Não se pode deixar de relatar que a auditoria externa também é exercida na 
administração pública e, por conta disso, é imperioso que se traga uma breve análise distinta 
desta. 
Cocurullo (2015, p.158) delibera sobre a auditoria externa, compreendendo-a como 
sendo: “aquela realizada por profissional liberal, auditor independente, sem vínculo de 
emprego com a entidade auditada, que poderá ser contratado para a auditoria permanente ou 
eventual”. 
As companhias abertas são obrigadas, por força da Lei, a serem auditadas por 
auditores independentes, como preconizado no inciso 3, do art.177 da Lei 6.404/76,conhecida 
como Lei das S.A.s, que assim estabelece “demonstrações financeiras das companhias abertas 
observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão 
obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados”. 
Atie (2008) sabiamente comenta que, para um melhor aproveitamento da auditoria 
externa, esta deve ocorrer conjuntamente com a auditoria interna. Sobre isso, Paula (2009) 
comenta que não se trata de duplo serviço, pois enquanto a auditoria interna é “uma opinião 
emitida dentro da própria empresa”, por um órgão de sua estrutura, a auditoria externa é uma 
opinião de natureza “independente”. 
A auditoria externa, no âmbito do governo federal, é prestada através do Tribunal de 
Contas da União, que se configura como sendo o órgão incumbido de auxiliar o Congresso e 
suas atribuições na gestão pública. 
Nesse sentido, o principal objetivo do Tribunal de Contas, em todas as esferas 
governamentais, é resguardar a probidade e a eficiência da Administração por meio da 
transparência dos atos de seus agentes, informando a sociedade sobre a efetividade e 
regularidade da gestão. 
 
2.3.2 Auditoria Interna 
 
22 
 
A auditoria interna surgiu com a necessidade das empresas em revisar seus controles 
internos e os processos operacionais de maneira periódica, com maior profundidade, 
verificando também as demais áreas além da contábil, a fim de analisar se as normas internas 
vêm sendo seguidas. De maneira paralela, o auditor interno executa auditoria contábil. 
O objetivo da Auditoria Interna é o de ser uma importante ferramenta auxiliar da 
Gestão de iniciativas públicas e privadas, buscando mantê-la bem informada sobre suas 
inúmeras atividades, através da elaboração e manutenção de sistemas de informações 
gerenciais segmentados em seus métodos essenciais que na forma como são desenvolvidos, 
atribuem-lhe originalidade própria e atributos (SÁ, 2012). 
A isso, De Silva (2014) complementa afiançando que o objetivo da Auditoria Interna é 
o de: 
Prestar assistência a todos os membros da administração, no 
cumprimento eficiente de suas responsabilidades, proporcionando 
análises, objetivos, avaliações, recomendações e comentários 
pertinentes às atividades examinadas. 
 
Para Attie (2008,p.28) a Auditoria Interna é: 
 
(...)uma função independente de avaliação, criada dentro da organização para 
examinar e avaliar suas atividades, a qual propõe-se a auxiliar os membros 
da administração a desincumbirem-se eficazmente de suas 
responsabilidades, por intermédio do fornecimento de análises, avaliações, 
recomendações, assessoria e informações relativas às atividades examinadas. 
 
 Sobre isso Almeida (2003, p.5) leciona que ao auditor interno: 
 
(...) é um empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve 
estar subordinado aqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor 
interno não deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia examinar 
(como por exemplo, elaborar lançamentos contábeis), para que não interfira 
na sua independência. 
 
Franco e Marra (2010, p.30) explanam o objeto e os fins da atividade de Auditoria 
Contábil, afirmando que: 
 
O objeto da Auditoria interna é o conjunto de todos os elementos de controle 
do patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, 
papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a 
veracidade dos registros e legitimidade dos atos da administração. 
 
Ainda de acordo com os referidos autores pode-se expor, de maneira resumida, que a 
auditoria interna tem por objetivo: 
23 
 
•examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e operacionais e 
os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar essas informações; 
•examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas, planos, 
leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e relatórios, e 
determinar se a organização está em conformidade com as diretrizes; 
•examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário, comprovar sua 
existência real; 
•verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica; 
•examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com os 
planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o que foi 
planejado; e 
•comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as 
providências necessárias a respeito de suas descobertas. 
 
Conquanto a missão da auditoria interna, Audibra (Instituto dos Auditores Internos no 
Brasil, 2008) destaca as seguintes: 
• emitir a opinião conclusiva ou considerações a respeito das operações examinadas, 
avaliarem os fluxos dos sistemas, plano de controle interno e desempenho da organização ou 
de qualquer de seus segmentos; 
• auxiliar a Alta Administração e demais membros do corpo gerencial da organização 
a se desincumbirem de maneira eficaz de suas responsabilidades. 
 
Portanto, a Auditoria interna visa analisar as informações contidas, avaliando, por 
meio de técnicas específicas e procedimentos, a adequação das demonstrações financeiras às 
operações ocorridas em determinado período. 
Os indivíduos que atuam o setor administrativo serão os auxiliados diretos da auditoria 
interna. 
Em relação à auditoria interna destaca-se, portanto, que se tratará de uma atividade de 
julgamento independente perante uma organização ou entidade com a finalidade de revisar as 
operações contábeis, financeiras e outras. Sua função junto à administração da empresa é 
mediar e avaliar a eficiência de seus controles. 
 
24 
 
2.3.2.1 Auditoria Interna No Setor Público 
 
Frente ao objetivo aqui proposto, dar-se-á destaque a auditoria interna no setor 
público. 
Mas, a priori, traz-se uma análise da importância da auditoria da administração 
pública, dependentemente do gênero. 
Desta forma, tem-se como importante que o patrimônio público é propriedade coletiva 
que deve ser vigiado por todos, além disso, a sociedade brasileira vem exigindo cada vez mais 
a transparência na aplicação dos recursos públicos. 
Outrossim, que os órgãos públicos alcançam mais facilmente esta transparência 
quando têm o auxílio da auditoria, pois, suas atividades servem como um meio de 
identificação de que todos os procedimentos internos, políticas definidas e a própria legislação 
estão sendo devidamente seguidos, e também para constatação de que todos os dados 
registrados merecem a verdadeira confiança; então, pode-se dizer que a importância da 
auditoria interna se torna indispensável. 
 
2.3.2.2 Tipos de auditoria interna no setor público 
 
Consoante Normativa nº 16 do Ministério do Estado da Economia, Fazenda e 
Planejamento, de 20 de Dezembro de 1991, e que sofreu adaptação em 1998, a auditoria no 
setor público é desmembrada em seis tipos, os quais seguem: 
• Auditoria de Gestão – tem o objetivo de certificar a regularidade das contas, verificar 
a realização de contratos, convênios, acordos ou ajustes, a honestidade na aplicação do 
dinheiro público e no zelo ou administração de valores e outros bens da União ou a ela 
confiados, abrangendo os seguintes aspectos: verificação da existência física de bens e outros 
valores; exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; verificação 
do cumprimento da legislação pertinente; entre outros. 
• Auditoria de Programas – tem o objetivo de examinar, avaliar e observar a execução 
de programas e projetos governamentais específicos. 
• Auditoria Operacional – atua nas áreas inter-relacionadas do órgão/entidade, e sua 
teoria de abordagem dos fatos e de apoio, pela avaliação do atendimento às normas, e 
apresentação de sugestões para seu aperfeiçoamento. Tem o objetivo de avaliar a eficácia dos 
seus resultados em relação aos recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis, bem 
25como a economicidade e eficiência dos controles internos existentes para a gestão dos 
recursos públicos. 
• Auditoria Contábil – é a técnica utilizada na coleta de informações e no exame dos 
registros e documentos, mediante procedimentos específicos, relacionados ao controle do 
patrimônio. 
• Auditoria de Sistema – observando as normas estabelecidas e a legislação específica, 
tem o objetivo assegurar a adequação, privacidade dos dados e informações vindas dos 
sistemas eletrônicos de processamento de dados. 
• Auditoria Especial – tem por objetivo o exame de fatos considerados importantes, de 
caráter extraordinário ou incomum, sendo realizadas para atender determinação do Presidente 
da República, Ministros de Estado ou por solicitação de outras autoridades. 
 
2.3.2.3 Normas para execução da Auditoria Interna no setor público 
 
Para que exista uma devida auditoria interna no setor público, faz-se necessário seguir 
as normas apresentadas no IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, que segue: 
• O trabalho de auditoria deve ser adequadamente planejado, de forma a prever a 
natureza, o objetivo, a extensão e a profundidade dos procedimentos que nele serão 
empregados. 
• Após o planejamento, deve efetuar avaliação dos controles internos: um adequado 
exame em relação à avaliação da capacidade e efetividade dos sistemas de controles internos - 
contábil, administrativo e operacional – dos órgãos públicos. 
• A fim de atender aos objetivos da atividade de auditoria, deverá ser realizado, se 
julgado necessário, os testes ou provas adequados nas circunstâncias, para obter evidências 
aceitáveis que fundamentem, de forma objetiva, suas recomendações e conclusões. 
• As situações que apresentam indícios de irregularidades exigem do auditor 
governamental extrema prudência e profissionalismo, a fim de alcançar os objetivos. Ao 
verificar a ocorrência de irregularidades, deverá ter maior atenção, adotando providências 
corretivas adequadas. A partir deste momento, os auditores são obrigados a ampliar o alcance 
dos procedimentos necessários, a fim de evidenciar a existência de irregularidades. Devem 
também, levar o assunto por escrito, ao conhecimento do dirigente da unidade auditada, 
solicitando esclarecimentos e justificativas. 
26 
 
• Para cada auditoria realizada, o auditor governamental deverá elaborar relatório que 
refletirá os resultados dos exames efetuados, de acordo com a forma ou tipo de auditoria. 
E o auditor governamental, para exercer suas funções, deverá ter livre acesso a todas 
as dependências do órgão auditado, assim como documentos e livros considerados 
indispensáveis ao cumprimento de suas atribuições, não lhe podendo ser sonegado, sob 
qualquer pretexto, nenhum processo, documento ou informação. 
 
2.3.2.4 Relatórios de Auditoria Interna no setor público 
 
O Relatório de Auditoria é o documento emitido pelo auditor que refletirá os 
resultados dos exames efetuados. 
Estes relatórios devem seguir os padrões usualmente adotados em auditoria 
governamental, admitindo-se as adaptações necessárias através das quais o auditor possa se 
expressar de forma a não prejudicar a interpretação e a avaliação dos resultados dos trabalhos. 
A linguagem destes relatórios deve ser clara, precisa, direta e coerente, de forma que 
seja fácil o seu entendimento por todos. 
Os relatórios deverão, ainda, ser elaborados de acordo com os objetivos e 
características de cada trabalho realizado. 
É importante que haja um programa de supervisão e revisão dos trabalhos, a fim de 
aperfeiçoar e assegurar a qualidade dos relatórios de auditoria. 
 
2.3.2.5 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público 
 
A Administração e a Contabilidade Públicas devem andar juntas, uma integrando a 
outra, para que sejam alcançados os objetivos da entidade pelo bem da coletividade. Assim, 
infere-se que Administração Pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação 
de serviços públicos, sendo dividida em administração direta e indireta. 
Todavia, ocorrem mudanças dinâmicas e progressivas tanto no ramo da contabilidade 
em geral, quanto no da contabilidade pública; para isso, as normas de contabilidades aplicadas 
ao setor público se apresentam como uma ferramenta indispensável para o alcance dos 
objetivos da entidade pública. 
As NBCs T 16.1 a 16.11, denominadas como Normas Brasileiras de Contabilidade 
Aplicadas ao Setor Público, foram estabelecidas mediante a necessidade de se obter suporte 
27 
 
ao sistema de informação contábil, com a função de diminuir riscos e dar efetividade às 
informações contábeis visando contribuir para atingir as metas e objetivos da organização 
pública. 
Diante disso, ressalta-se que a contabilidade pública é relativamente diferente da 
contabilidade empresarial, pois a pública não contabiliza lucro, e a empresarial tem o lucro 
por seu objetivo, fazendo as empresas se manterem vivas. 
A NBC T 16.3 trata do Planejamento e seus instrumentos sob o enfoque contábil a 
partir de 2013, com efeito de obrigatoriedade e estabelece o controle contábil e planejamento 
nas entidades do setor público. As principais regras a serem definidas são voltadas para os 
planos estratégicos referente a PPA, LDO e LOA. A Comissão de Estudos de Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público, (NBCASP: CRC Rio Grande do Sul, p. 18) fomenta que: 
“Objetivo: Estabelecer bases para o controle contábil do planejamento desenvolvido pelas 
entidades do setor público, expresso em seus planos hierarquicamente interligados”. 
O plano plurianual (PPA) define suas metas para um período de 4 anos; A Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO) define e orienta sobre os orçamentos anuais e a Lei 
Orçamentária Anual (LOA) define metas financeiras e ações objetivas da administração 
pública para o exercício anual. Dessa forma a gestão pode fazer um melhor acompanhamento 
das ações da administração pública. Com o advento desta norma, a contabilidade aplicada ao 
setor público pode comparar as metas programadas com as que se foi possível realizar em 
anos anteriores. 
A NBC T 16.8 – Resolução CFC Nº. 1.135/08 define o controle interno sob o enfoque 
contábil, compreendendo o conjunto de recursos, métodos, procedimentos e processos 
adotados pelo setor público, com a finalidade de: 
(a) salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais; 
(b) dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente; 
(c) propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada; 
(d) estimular adesão às normas e às diretrizes fixadas; 
(e) contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade; 
(f) auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, 
malversação, abusos, desvios e outras inadequações. 
Pelo exposto, a principal finalidade é a de comprovar os atos e fatos que alteraram o 
patrimônio. Deste feito, o controle interno deverá ser aplicado por todos os setores que 
28 
 
compõe a entidade pública. Sua estruturação deve conter mapeamento e avaliação de riscos, 
informação, comunicação, procedimentos de controle e monitoramento. 
Assim, infere-se que o controle interno deve ser desempenhado em todos os níveis da 
entidade do setor público, destacando: a preservação do patrimônio público; o controle da 
execução das ações que integram os programas; mapeamento e avaliação de riscos; 
informação, comunicação, procedimentos de controle e monitoramento; a observância às leis, 
aos regulamentos e às diretrizes estabelecidas. 
 
2.3.2.6 Auditoria interna como meio preventivo e segurança da administração 
 
A manutenção da segurança da gestão em decorrência da responsabilidade 
administrativa, econômica e financeira é obtida por um conjunto de exames físicos dos atos 
e fatos patrimoniais, tidos como procedimentos regulares de auditoria e destinados, 
principalmente, a surpreender e afastar a presençade lesão ou dano à riqueza da célula 
social. 
A presença regular dos procedimentos de auditoria externa, elaborados por auditor 
independente, que deve ser substituído por outro em um rodízio bianual, é uma boa 
condição de um programa de segurança aos controles internos. 
Este serviço especializado tem a intenção de assegurar a autenticidade e/ou a boa 
qualidade de uma gestão, no que diz respeito ao dever de diligência e probidade, que 
assume, junto aos sócios ou acionistas e comunidade em que está inserido o estabelecimento 
da célula social, o compromisso de ressarci-la em caso de ineficiência ou fraude 
comprovada, ilícitos ou delitos (HOOG, 2015). 
Com igual relevância, temos a auditoria como meio eficiente e preventivo de 
segurança dos interesses coletivos nacionais, e em especial o interesse da pessoa jurídica em 
relação ao art. 47 do CC/2002, ou seja,as obrigações da pessoa jurídica, mais o objeto e 
objetivo da célula social, para se evitar a desconsideração da personalidade jurídica, 
conforme Hoog (2009, p. 62) “o ato pelo qual o juiz determina que o sócio ou o 
administrador arque com determinadas responsabilidades da sociedade empresária, quando 
ela não puder mais satisfazê-las”, após “o referido sócio ou administrador tenha agido com 
abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito, violação do estatuto 
ou do contrato social, ou quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou 
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração”. 
29 
 
Por esta razão, modo de interpretação contábil tende “a aprumar a segurança da 
situação política institucional, econômica e financeira, quando a célula social empresarial 
apresentar lucro do exercício e a respeito deste exigir-se uma decisão” (HOOG, 2015, p. 
227) 
 
2.3.2.7 Auditoria Interna e o Combate a Corrupção, a Fraude e o Erro 
 
A corrupção pode ser compreendida como sendo o ato ou efeito de corromper; logo, 
toda forma de aliciamento para atos dolosos; corrupção e desregramento que resulta de um 
caráter ou procedimento de um devasso; o que gera a libertinagem. 
A dita corrupção passiva e a ativa, também circula nos entes do direito privado, como 
as sociedades empresárias, e pode, quiçá, serem encontrada nos atos dos administradores 
destas células sociais, muitas são as maquinações que se realizam. Especialistas chegam a 
calcular em cerca de 5% do Produto Interno Bruto Mundial, a cada ano, o valor de dinheiro 
circulante nas esferas da corrupção, segundo matéria noticiada. 
Hoog (2015, p. 233) aponta que a partir da corrupção têm-se duas figuras e uma 
terceira situação, a constatar: 
1) a figura do corruptor, que é aquele que corrompe, ou que suborna, ou que peita. 
2) a figura do corrupto, que é aquele se deixa corromper, ou seja, que sofreu corrupção 
e que está podre, viciado e infectado, por ser uma pessoa depravada como é a do corruptor. 
3) e a constatação de que não existe um corrupto sem existir um corruptor, e que 
ambos são de forma social, econômica e financeira depravados por ser a corrupção coisa 
maldita e contrária aos valores brasileiros. 
 
Os valores brasileiros são constituídos por um Estado democrático com a imprensa 
livre, onde exista um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, pelo exercício dos direitos e 
desenvolvimentos sociais, coletivos e individuais, pela liberdade, pela segurança e bem-estar, 
pela igualdade e uma justiça sem preconceitos e pautada na ordem interna e internacional, 
com a solução pacífica das controvérsias. 
No tocante à fraude, esta pode ser cometida contra: indivíduos, sócios, clientes, 
fornecedores etc., enfim, contra pessoas naturais, organizações, o Fisco. Normalmente, o 
fraudador procura esconder a fraude, de modo a dificultar a sua identificação. Por esta razão, 
30 
 
na maioria das vezes, quando uma fraude é descoberta, já causou danos de difícil reparação ou 
prejuízos irreparáveis, que podem, até mesmo, culminar na falência da empresa. 
Sob o prisma contábil, a Resolução do CFC 836/99, item 2, dispõe que a fraude pode 
ser caracterizada por: 
a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a 
modificar os registros de ativos, passivos e resultados; 
b) apropriação indébita de ativos; 
c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis; 
d) registro de transações sem comprovação; e 
e) aplicação de práticas contábeis indevidas. 
 
Tendo como o foco da fraude a escrituração contábil, Lopes de Sá (2009, p. 225) traz 
uma visão simples, mas completa, da fraude em balanços e na contabilidade. Para ele, fraude 
consiste em: “Falsificação ou inexatidão na apresentação do balanço, feita propositadamente. 
Prática desonesta que elimina a exatidão dos balanços e da própria escrita”. Em resumo, a 
fraude é toda ação dolosa, premeditada, que visa a vantagens, tidas como ilícitas. 
As fraudes podem ocorrer em quase todas as contas do balanço patrimonial, algumas 
com mais frequência, outras com menos, de acordo com Petrenco (2014). A conta de 
estoques, por exemplo, é um alvo fácil, pois, quanto mais lançamentos, mais movimento, 
mais a conta está suscetível à fraude. Nos saldos credores de Caixa, o saldo de caixa fictício, a 
entrada e saída de numerários, os vales simulados, as fraudes que envolvem contas bancárias, 
as fraudes que envolvem a manipulação de estoques, a subavaliação de estoques, a 
superavaliação de estoques, a omissão de compras e de vendas de mercadorias, as compras 
simuladas, subfaturadas e superfaturadas, as fraudes de devoluções de mercadorias, fraude 
que envolve o consumo de estoques, a omissão do registro de recebimento de créditos, fraude 
nos créditos não registrados no balanço, fraude no aumento simulado do volume dos créditos, 
fraude nas vendas à vista, registradas como a prazo, fraude nos créditos supostamente 
duvidosos. 
A fraude contábil e fiscal é, pois, praticada com o objetivo de burlar o Fisco, credores, 
sócios, acionistas, financiadores, investidores, clientes e a própria sociedade, ou seja, os 
usuários em potencial das informações contábeis. 
Até há pouco tempo, a fraude mais conhecida e praticada era a fraude fiscal, realizada 
com a omissão de receitas, aumento de despesas e custos, subavaliação de estoques, 
31 
 
subfaturamentos, com o objetivo de reduzir os impostos a pagar. Essa prática era também 
conhecida como crime de sonegação fiscal (PETRENCO, 2014). 
Segundo Petrenco (2014), os adeptos dessa prática, ainda muito utilizada, 
principalmente por médias e pequenas empresas, alegam que não têm condições de arcar com 
o alto custo tributário, por isso sonegam. 
Nesse sentido, Lopes de Sá (2009, p. 232) ensina que existem várias formas de 
identificar as fraudes contábeis: 
a) através de auditoria externa; 
b) através de auditoria interna; 
c) através de perícias. 
A identificação de fraudes contábeis através de perícias é mais comum quando há a 
discussão judicial. A perícia é, também, muito utilizada em procedimentos administrativos. 
Por ser mais abrangente do que a auditoria, a possibilidade de êxito da perícia é maior, 
oferecendo muito mais segurança e confiabilidade. Neste sentido, pode-se citar os inquéritos, 
tanto na esfera policial quanto nas comissões parlamentares, onde a perícia é utilizada como 
instrumento de detecção de uma ação. O mesmo ocorre nas ações cambiais, onde o ponto 
controvertido, a ser detectado, é a legitimidade ou não do título. 
Também nas reclamatórias trabalhistas, a perícia contábil revela a existência de erros 
no pagamento de verbas trabalhistas ou fraudes. Igualmente, é indispensável a perícia em 
ações de resolução de quotas de sociedades limitadas empresárias, ou ações de prestação de 
contas. A perícia também é utilizada em processos extrajudiciais, onde avultam os casos de 
gestão de administradores, para apurar desvios patrimoniais ou atos e fatos ocultadospor erro 
ou fraude. Acrescenta-se que, em falências e recuperação judicial, a insolvência pode decorrer 
de deliberações artificiosas, adulterações, alienações indevidas. O mesmo pode acontecer se, 
eventualmente, um administrador inescrupuloso preparar uma recuperação judicial, 
extrajudicial ou uma falência fraudulenta, para obter benefícios da lei, em prejuízo de 
credores, bancos, enfim, de terceiros. Em ambos os casos, a perícia será determinada para 
apurar responsabilidades e salvaguardar interesses dos credores, dos empregados, do Fisco, 
dentre outras (LOPES DE SÁ, 2009, p. 233). 
A Resolução do CFC 836/99 enumera uma série de eventos que representam o risco de 
fraude, classificando-os em cinco grupos: 
a) estrutura ou atuação inadequada da administração da entidade auditada ou de algum 
dos seus membros; 
32 
 
b) pressões internas e externas; 
c) transações que pareçam anormais; 
d) problemas internos no cumprimento dos trabalhos de auditoria; 
e) fatores específicos no ambiente de sistemas de informação computadorizados. 
Fraudar tem sido um negócio proveitoso para os que possuem poder de decisão e 
comando, que tem contaminado, inclusive, as camadas inferiores das administrações. Essa é a 
razão que tem despertado nos cientistas e tecnólogos da Contabilidade o interesse pelo estudo 
da fraude como veículo de corrupção, como ferramenta para combater esse grande mal. 
O erro é muito comum e de fácil identificação, porém, deve ter um tratamento 
diferenciado da fraude, pois o erro pode ser o fruto da desídia ou da ignorância, considerados 
como invito (HOOG, 2015, p. 228). 
Segundo Hoog (2015, p. 68), 
 
A contabilidade, como ciência social, tem uma fundamentação 
epistemológica notoriamente pacificada, onde estão bem pontuados o seu 
objeto, objetivo e função. No ápice de sua função, avulta a informação, que 
pode, eventualmente, conter em seu bojo a indesejável figura do erro. O erro 
consiste em um engano, cometido na escrituração contábil, podendo ser 
representado por lançamentos indevidos, erros de valores, de conciliação ou 
inversão de lançamentos. 
 
Conforme ensina Lopes de Sá (2009, p. 188), “os erros de escrita são: de cifras 
(valores), de intitulação, (títulos não apropriados das contas), de posição (o que era débito foi 
para o crédito e vice-versa), de duplicação (repetição de lançamento), de omissão (ausência de 
lançamento)”. 
A Resolução 836/99, do Conselho Federal de Contabilidade, no item 3, esclarece, de 
forma concisa, como pode ocorrer o erro contábil: “O termo erro refere-se a ato não 
intencional na elaboração de registros e demonstrações contábeis, que resulte em incorreções 
deles, consistente em: a) erros aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações 
contábeis; b) aplicação incorreta das normas contábeis; e c) interpretação errada das variações 
patrimoniais”. 
Segundo Lopes de Sá (2009, p. 24), “o erro é um vício involuntário, de escrituração ou 
de demonstração contábil. Existem erros de inversões de números, de repetição de registros, 
de transposição de saldos de contas, de classificação de contas, de somas, de omissão de 
registros etc.” 
Sendo o erro uma ação involuntária, o mesmo pode ser classificado, segundo Lopes de 
Sá (2009), como: 
33 
 
a) Erro acidental, que é o erro isento de vício, como, por exemplo, a inversão na 
digitação de números. 
b) Erro constante ou sistemático é aquele que decorre de um vício no processo de 
escrituração e que foge ao caráter aleatório como, por exemplo, manter um histórico contábil 
inadequado ao lançamento. 
Segundo Hoog (2009, p. 99): 
 
O erro contábil é de fácil identificação, pois é fruto de ignorância ou de falta 
de conhecimento. É involuntário e tem sua origem: a) na negligência, 
quando não é aplicado um procedimento prescrito na lei, ou uma ordem 
superior; b) na imperícia, quando se trata da incapacidade para o 
desempenho da tarefa; e c) na imprudência, quando se verifica a ausência de 
cautela, precaução. O erro pode ocorrer também por inépcia contábil, que é a 
falta absoluta de capacidade ou de inteligência sobre a ciência da 
contabilidade. 
 
O procedimento de retificação dos erros deve ser realizado em conformidade com a 
Resolução do Conselho Federal de Contabilidade 596/85, a qual trata da retificação de 
lançamentos, dispondo que “A retificação de lançamento é o processo técnico de correção de 
um registro realizado com erro na escrituração contábil”. 
Existem várias formas de retificação, tais como: a) o estorno, que consiste em 
lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente; b) a transferência, que 
é o lançamento que promove a regularização de conta, indevidamente debitada ou creditada, 
através da transposição do valor para a conta adequada; e c) a complementação, que é o 
lançamento que vem, posteriormente, complementar o valor, anteriormente registrado, 
aumentando-o ou reduzindo-o. Como fator importante dos lançamentos de retificação, tem-se 
o histórico desses lançamentos. 
Portanto, para além dos controles internos, caberá a auditoria interna examinar a 
integridade, adequação e eficácia dos controles internos, assim como das informações físicas, 
contábeis, financeiras e operacionais da empresa, a fim de resguardar a empresa quanto a 
esquemas de fraudes e erros. (NBC, 2013). 
 
 
 
 
 
34 
 
3. METODOLOGIA 
 
3.1 Tipologia do Trabalho 
 
A fim de descrever a metodologia utilizada, usaremos os critérios de classificação de 
Vergara (2004) quanto à natureza, aos fins e aos meios. 
Em relação à natureza da pesquisa, ela será do tipo quantitativa, uma vez que irá 
apresentar gráficos e tabelas, comparativas ou não, sobre determinado objeto/fenômenos 
observados, e realizada através da coleta de dados feitos através de pesquisas aplicadas no 
local a ser estudado (GIL, 2008). 
Quanto aos fins, será do tipo pesquisa descritiva, pois pretende “observar, registrar, 
analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos (variáveis), sem que o pesquisador 
interfira neles ou os manipule” (GIL, 2008) 
Quanto aos meios, esta pesquisa será um estudo de caso, compreendido por Vergara 
(2004, p. 112) como “uma revisão bibliográfica, complementada por um estudo de caso da 
aplicabilidade de uma técnica ou abordagem estudada”. 
 
3.2 Recursos para análise do Balanço Patrimonial 
 
Segundo Matarazzo (1997, p.17), "a análise de balanços objetiva extrair informações 
das demonstrações financeiras para a tomada de decisões". Ele ilustra ainda as técnicas de 
análise de ba1anços na sequência do processo contábil conforme o Quadro I. 
 
Fonte: Matarazzo, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 4ª ed. São 
Paulo: Atlas, 1997. p. 18. 
 
Matarazzo (1997) segue listando as seguintes informações produzidas pela análise de 
balanços: situação financeira, situação econômica, desempenho, eficiência na utilização de 
Figura 2 - Sequência do processo contábil 
35 
 
recursos, pontos fortes e fracos, tendências e perspectivas, adequação das fontes às aplicações 
de recursos, entre outras. 
Costuma-se dividir a análise de balanços em análise financeira e análise econômica. 
Apresentamos aqui alguns aspectos introdutórios sobre elas, para em seguida nos focarmos na 
análise financeira. 
A análise econômica, segundo Silva (997. p.11), "estuda a capacidade de formação de 
lucros (retorno) da empresa, em relação aos recursos investidos, considerando os riscos 
envolvidos". O risco econômico, segundo o mesmo autor (1997, p.1), é o "inerente aos 
negócios da empresa em si e está ligado a potencialidade da empresa em gerar receitas, ao 
desempenho macroeconômico, etc." 
A análise financeira, segundo Silva (1997. p.11), "estuda as condições de liquidez e 
solvência da empresa através do exame das condições desta em saldar seus compromissos e 
dos riscos associados a essas operações". O risco financeiro é oassociado aos problemas de 
endividamento e solvência da entidade. 
Voltando nossa análise para os balanços públicos, lembra-se que não fazem sentido 
vários aspectos da análise econômica no tocante a lucratividade e rentabilidade, considerando 
que o objetivo do Estado não é a geração de lucros, mas o atendimento das necessidades 
Públicas. 
Além disso, por estarmos analisando o balanço patrimonial, nos deteremos à análise 
financeira, que tem como principais aspectos revelados a estrutura de capital e a liquidez. 
Tendo isto em vista, partimos do ponto que o balanço patrimonial fornece uma série 
de dados sobe a entidade pública, que serão transformados em informações pela análise deste 
demonstrativo contábil. 
Dentre as técnicas de análise existentes, à ilustrada a utilização de índices na seção 
seguinte. Outra possibilidade amplamente difundida no setor privado, é a análise 
vertical/horizontal que pode utilizar-se de estrutura semelhante no balanço patrimonial 
público. Tal instrumento da análise que permite a identificação de proporções e tendências 
nos demonstrativos contábeis. 
A análise vertical é importante para avaliar a estrutura de composição dos itens e sua 
evolução no tempo. Esta análise baseia-se no conhecimento das proporções percentuais que os 
grupos e contas representam em relação a um valor estabelecido como total no próprio 
demonstrativo. No balanço patrimonial costuma-se adotar o total do ativo e o total do passivo 
36 
 
como 100%, para então apurar quanto cada conta e grupo de contas representam 
percentualmente no bolo total. 
Calcula-se também o quanto as contas representam internamente em cada grupo 
(100% sendo o total de cada grupo). Esta análise permite a identificação dos itens e valores 
mais representativos do Ativo e Passivo e, quando comparados dois períodos ou mais, 
identificar a evolução dessa configuração. 
A análise horizontal, segundo Matarazzo (1997, p. 251), “baseia-se na evolução de 
cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação a uma demonstração 
anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da 
série”. A principal finalidade da análise horizontal é denotar o crescimento de índices dos 
Balanços e das Demonstrações de Resultados (bem como de outros demonstrativos) através 
dos períodos, a fim de caracterizar tendências. 
 
3.2.1 Indicadores Contábeis Brasileiros 
 
O uso de indicadores, índices ou quocientes visa a favorecer avaliações genéricas 
sobre vários aspectos da entidade analisada, constituindo-se numa técnica muito empregada 
para análise de empresas. 
Segundo Matarazzo (1997, p.153), “índice é a relação entre contas ou grupos de contas 
das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação 
econômica ou financeira de empresa”. 
O uso de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair 
tendências e comparar os quocientes com padrões preestabelecidos. A finalidade da análise é, 
mais do que retratar o que aconteceu no passado, fornecer algumas bases para inferir o que 
poderá acontecer no futuro. 
Considerando-se a limitação dos indicadores internamente ao balanço patrimonial, os 
mesmos podem abranger aspectos como liquidez e estrutura de capital. 
Apresenta-se a seguir, o resumo de quatro indicadores desenvolvidos pelo Núcleo dos 
Indicadores Contábeis Brasileiros da UFSC, como parte de um projeto maior de indicadores 
contábeis para análise do desempenho municipal. 
 
 
 
37 
 
a) Dívida Ativa no Ativo Real: 
������
(
���� 
��������� + 
���� ����������)
�100 
Medido em porcentagem, indica o quanto os direitos da dívida ativa representam do 
total do ativo real da entidade. Está relacionado à eficiência da arrecadação da entidade. 
 
b) Imobilização do Ativo Real Ajustado: 
(���� ��� + ���� ���� + ���� �� �������� ��������� )
(
���� 
��������� + 
���� ���������� − ��é�����)
 
Medido em percentual, indica o quanto os bens do ativo permanente representam do 
ativo real, excluídos os créditos da dívida ativa. 
 
c) Liquidez: 
���� 
��������
"������ 
���������
 
Indica quanto a entidade possui de Passivo Financeiro para cada real do mesmo 
passivo; quanto os bens e direitos de curto prazo representam das obrigações de curto prazo. 
 
d) Endividamento no Ativo Real Ajustado: 
("������ 
��������� + "������ "���������)
���� 
��������� + 
���� "��������� − ��é�����)
 
Indica o quanto as obrigações da entidade representam do seu ativo real, excluídos os 
créditos da dívida ativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
4. ESTUDO DE CASO 
 
O objetivo desse estudo de caso é pesquisar as prefeituras de Niterói, Campos e 
Maricá, no sentido de compararmos informações relevantes relacionadas à importância da 
auditoria e da fiscalização, segundo as normas brasileiras de contabilidade aplicada ao setor 
público, regras estas definidas pela NBC T 16.8., que fala justamente do controle interno. 
Para efeito desta Norma, entendem-se por riscos os acontecimentos que não estão 
previstos e que podem mudar a qualidade da informação contábil. E que os procedimentos de 
controle são providencias e ações estabelecidas para prevenir ou descobrir os riscos inerentes 
ou potenciais à fidedignidade e à clareza da informação contábil, classificando-se em: 
 
Figura 3 - Procedimentos De Controle Interno 
 
Fonte: NBCT 16.8 
 
Já o monitoramento compreende o acompanhamento dos métodos de controle interno, 
buscando alinhamento com a entidade. 
Como o estudo de caso será feito majoritariamente com a Prefeitura de Niterói, 
verificamos através de seu site oficial que ela estabeleceu o Plano Anual da Fiscalização para 
o ano de 2019. 
O Plano Anual da Fiscalização tem como meta e objetivo de publicar a previsão das 
medidas e ações a serem realizadas em 2019, de modo a garantir transparência e clareza e 
monitoramento pelo cidadão dos atos a serem praticados pela Administração. 
Para o plano programado 2019, estão no direcionamento da fiscalização diversos 
setores que antes foram alvos de fraudes. 
Também foram selecionados cento e cinquenta prestadores e tomadores de serviços 
que representam aproximadamente cinco porcento do total de contribuintes autorizados a 
emitir NFSe, sendo responsáveis por aproximadamente oitenta porcento da arrecadação do 
ISS exigível no município. 
39 
 
No documento foram divulgados diversos novos métodos que auxiliarão na missão da 
fiscalização. 
Esse plano vem corroborar com o aumento da fiscalização legislativa e da forte 
cobrança e pressão sobre a clareza da gestão. Isso também aconteceu depois do ocorrido em 
agosto de 2018 quando Auditores Fiscais descobriram fraudes em empreendimentos 
pertencentes ao ramo de engenharia e no ramo da construção civil. 
No alvo da operação estavam trinta e cinco firmas atuantes na área de engenharia e nas 
áreas de construção civil, descobertas a partir de malhas fiscais, pela utilização de 
instrumentos de inteligência e que realizam cruzamento de dados. 
A medida é a pioneira de um empreendimento que procura realizar operações 
investigativas em muitos setores da economia. 
A meta é realizar-se um pente-fino em todos setores, combatendo-se a sonegação em 
seus muitos mecanismos, em qualquer nível e estabelecendo a justiça fiscal. 
Impulsionou-se todo o investimento necessário em inteligência fiscal e para aumento 
do número de capacitação do pessoal e a NBC T ajuda a exigir que se tenham regras nas 
demonstrações contábeis. As próximas operações irão contar com as malhas fiscais criadas 
pela Secretaria de Fazenda estadual e com a Receita Federal. 
Em continuidade, por meio dos investimentos que se concretizam enquanto realizados 
por meio da intensa modernização da área administrativa da fazenda brasileira, tornar-se-á 
muito complicado tentar-se driblar o “pente-fino” e sonegar em Niterói. 
E na conclusão da análise verificou-se

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