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ADRIANA GRECO FERREIRA ATIVO INTANGÍVEL Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 CONCEITO DE ATIVO INTANGÍVEL ���������������� 4 RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DO ATIVO INTANGÍVEL ��������������������������������� 9 VIDA ÚTIL �����������������������������������������������������21 Ativo intangível com vida útil indefinida ���������������������������� 24 Ativo intangível com vida útil definida ������������������������������� 25 AMORTIZAÇÃO ��������������������������������������������26 Método linear ���������������������������������������������������������������������� 27 Método dos saldos decrescentes �������������������������������������� 28 Método das unidades produzidas ������������������������������������� 32 BAIXA E ALIENAÇÃO �����������������������������������35 DIVULGAÇÃO �����������������������������������������������37 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������40 2 INTRODUÇÃO Diante de um cenário competitivo, as entidades precisam apresentar vantagens competitivas para alcançarem maior mercado e superar seus concor- rentes� Assim, elas conseguem também maximizar seus resultados e perpetuar seus negócios� A obtenção de novas tecnologias contribui para a adaptação do mercado e atendimento das neces- sidades dos seus consumidores� Elas minimizam a utilização de bens tangíveis ao longo do tempo, trazendo vantagens como redução de erros e ma- ximização da produtividade� A área contábil precisa compreender as operações relacionadas à ativo intangível para realizar o cor- reto reconhecimento e a contabilização desses bens� A Lei nº 11�638/07 trouxe o cuidado com o ativo intangível através do CPC 04 (R1) (2010)� Assim, os profissionais precisam conhecer esse pronunciamento para que as entidades tenham a contabilização correta dos ativos intangíveis� Neste tópico, compreenderemos os critérios de reconhecimento e avaliação das contas do ativo intangível� Além disso, conheceremos o seu tra- tamento contábil e a sua mensuração. Por fim, estudaremos também os lançamentos referentes a fatos contábeis provenientes de operações de ativo intangível� 3 CONCEITO DE ATIVO INTANGÍVEL As novas tecnologias trouxeram para o cenário empresarial novos modelos de negócio� Com isso, espera-se que a inteligência artificial e os robôs reduzam consideravelmente a utilização de ativos tangíveis� Diante desse cenário, o tema passou apresentar grande relevância para que as entidades se preparassem para o reconhecimento dos ativos intangíveis� A norma contábil de ativos intangíveis está pre- vista no CPC 04 (R1) (2010) e eles passaram a ser registrados em grupo específico do ativo não circulante� O ativo intangível compreende um ativo não monetário identificável sem substância física, destinado à manutenção das atividades da entidade ou exercido com essa finalidade. Essa definição remete ao CPC 00 (R2) – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, que define o ativo como um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera a geração de benefícios econômicos futuros (CPC, 2019)� Considerando essa definição, é importante fo- carmos em três aspectos: identificação, controle e geração de benefícios econômicos futuros, conforme exposto na figura a seguir. Para que um 4 ativo seja reconhecido como intangível, deve-se atender obrigatoriamente todas as características apresentadas� Figura 1: Características necessárias do ativo intangível� CARACTERÍSTICAS DO INTANGÍVEL SER INDENTIFICÁVEL SER CONTROLÁVEL SER GERADOR DE BENEFÍCIOS ECONÔMICOS FUTUROS Fonte: Adaptado de Sande e Neiva, 2021, p� 242� De acordo com o CPC 04 (R1) (2010), o critério de identificação no ativo intangível é atingido quando y For separável, ou seja, quando for possível ser separado ou dividido da entidade, alienado, transferido, licenciado, alugado ou trocado, indi- vidualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de utilização da entidade; y Originar de direitos contratuais ou outros di- reitos legais, independentemente de eles serem transferidos ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações� 5 A identificação na definição de ativo intangível é neces- sária para diferenciá-lo do ativo ágio, que é derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill)� Essa conta apresenta natureza de ativo intangível, porém não é reconhecida dessa forma� Isso porque o ágio não pode ser identificado claramente na combinação de negócios. O controle advém do poder de obter benefícios econômicos futuros e de limitar o acesso de tercei- ros a esses benefícios� Geralmente, o controle dos benefícios econômicos futuros é proveniente dos direitos legais que podem ser exercidos no tribunal� De acordo com CPC 04 (R1) (2010), a ausência de direitos legais complica a comprovação do controle� Por exemplo, a entidade não consegue controlar o conhecimento especializado dos seus funcionários sem proteção de direitos legais� Contudo, a impo- sição legal de um direito não pode ser considerada uma condição imprescindível para a existência do controle, uma vez que a entidade pode verificar os benefícios econômicos de outra maneira� Os benefícios econômicos futuros gerados pelo ativo intangível podem abranger a receita de venda dos produtos ou de prestação de serviços, redução de custos ou outros resultantes da utilização do ativo pela entidade� FIQUE ATENTO 6 Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em bens que possuam substância física como, justa- mente, uma mídia física, no caso de software� Para saber se o ativo será classificado como intangível ou imobilizado, a entidade deverá avaliar qual é o elemento mais relevante� Sande e Neiva (2021) exemplificam da seguinte maneira: o software de uma máquina-ferramenta controlada por computador que precisa dele para funcionar será classificado como ativo imobilizado. Mas quando o software não for parte integrante do hardware, ele deverá ser reconhecido como ativo intangível. A figura a seguir mostra a diferença do software reconhecido como ativo imobilizado e ativo intangível� Observemos: Figura 2: Diferença do software reconhecido como ativo imobilizado e ativo intangível� SOFTWARE INTEGRA O EQUIPAMENTO SOFTWARE NÃO INTEGRA O EQUIPAMENTO IMOBILIZADO INTANGÍVEL Fonte: Adaptado de Sande e Neiva, 2021, p� 241� 7 O ativo intangível compreende um bem não palpável destinado à manutenção da entidade� Nesse sentido, o episódio do canal Isso é contábil traz mais informações sobre o ativo intangível� Não deixe de ouvir! Acesse em: https://podcasts�google�com/feed/aHR0cHM6Ly9hb- mNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/ episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQ- tOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwI- Tf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6� SAIBA MAIS 8 https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQtOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwITf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6 https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQtOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwITf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6 https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQtOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwITf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6 https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQtOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwITf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6 https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQtOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwITf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DO ATIVO INTANGÍVEL O reconhecimento de um item como ativo intangível determina que a entidade demonstre que atende à definição de ativo intangível e aos critérios de reconhecimento� Esse tipo de ativo será reconhe- cido quando for provável a geração de benefícios econômicos futuros em favor da entidade e o custo do ativo possa ser mensurado com segurança� Desse modo, analisemos a figura a seguir, que demonstra o processo de reconhecimento de um ativo intangível: Figura 3: Processo de reconhecimento de um ativo intangível� RECONHECIMENTO DE ATIVO INTANGÍVEL DEFINIÇÃO DE ATIVO INTANGÍVEL CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO+ • PROVÁVEL GERAÇÃO DE BENEFÍCIOS FUTUROS; • CUSTO MENSURADO COM CONFIABILIDADE • SER NÃO MONETÁRIO; • SER IDENTIFICÁVEL; • NÃO POSSUIR SUBSTÂNCIA FÍSICA Fonte: Adaptado de Sérgio, 2018, p� 302� 9 A avaliação da probabilidade de geração de bene- fícios econômicos futuros deve considerar premis- sas razoáveis e comprováveis que demonstrem a melhor estimativa da administração em relação ao conjunto de condições econômicas que existirão durante a vida útil do ativo� Deve-se utilizar o julgamento para avaliar o grau de certeza do fluxo de benefícios econômicos futuros atribuíveis à utilização do ativo intangível, conside- rando evidências disponíveis no reconhecimento inicial� É importante ressaltar que o CPC 04 (R1) (2010) aconselha que a entidade dê preferência à utilização de evidências externas� Um ativo intangível deve ser reconhecido pelo seu valor de custo, exceto aquele adquirido através de combinação de negócios que será considerado, inicialmente, pelo seu valor justo� A determinação do custo de um ativo intangível dependerá dos seguintes tipos de transação: y Aquisição em separado; y Aquisição por combinação de negócios; y Geração interna; y Aquisição por subvenção ou assistência governamental; y Permuta de outros ativos� 10 Normalmente, o custo do ativo adquirido em se- parado pode ser mensurado de maneira confiável. Nele estão inclusos: y Preço de compra acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis e dedu- zidos descontos comerciais e abatimentos; y Qualquer custo diretamente atribuível à prepa- ração do ativo como: y Custos de benefícios aos funcionários incor- ridos para que o ativo esteja em condição de uso ou funcionamento; y Honorários profissionais para que o ativo apre- sente condições operacionais; y Custos com testes para verificação de funcio- namento adequado do ativo� O reconhecimento dos custos no valor do ativo intangível terminará quando ele estiver em condi- ções operacionais pretendidas pela administração� Dessa maneira, os custos incorridos na utilização, na transferência ou reinstalação do ativo intangível não devem ser incluídos no seu valor contábil� Algumas operações realizadas antes ou depois do desenvolvimento do ativo intangível são des- necessárias para deixá-lo em operação� Assim, os valores de receitas ou despesas provenientes 11 dessas operações devem ser reconhecidos no resultado do período� O ativo intangível adquirido por combinação de negócios deve ter seu custo reconhecido pelo valor justo na data de aquisição� Desse modo, é importante destacarmos que o comprador deve reconhecer o ativo intangível separadamente do goodwill apurado na data de aquisição, conforme pronunciamento técnico CPC 15 – Combinação de negócios (2022)� Consideremos então o seguinte exemplo: a Compa- nhia Beta compra e assume o controle da Compa- nhia Sigma pelo valor de R$ 500 mil� Sabendo que o valor justo da operação na data de aquisição foi de R$ 480 mil, qual foi o valor do godwill? É importante termos em mente que o goodwill é a diferença entre o valor de aquisição e o valor jus- to da operação� Assim, considerando o exemplo apresentado, tem-se: Goodwill = Valor de aquisição – Valor justo Goodwill = R$ 500�000,00 – R$ 480�000,00 Goodwill = R$ 20�000,00 Notamos, assim, que R$ 20�000,00 é o valor atri- buível ao goodwill� 12 Quando um ativo intangível adquirido através de uma combinação de negócios for separável ou resultar de direitos contratuais, pode-se considerar que há infor- mação suficiente para mensurar com confiabilidade o seu valor justo� O ativo intangível pode ser gerado internamente, ou seja, ele surge dentro da entidade� Porém, em algumas situações, é difícil avaliar se o ativo pode ser reconhecido como intangível� Dessa forma, é importante que a entidade classifique a geração do ativo na fase de pesquisa e/ou desenvolvimen- to� Caso não seja possível diferenciar as fases, o gasto deve ser tratado como incorrido apenas na etapa de pesquisa� Durante a fase de pesquisa, a entidade não consegue comprovar a existência do ativo intangível� Com isso, os gastos incorridos deverão ser reconhecidos como despesa. O CPC 04 (R1) (2010) exemplifica as atividades destinadas à obtenção de novos conhecimentos como atividades de pesquisa� Um ativo intangível na fase de desenvolvimento deverá ser reconhecido somente se a entidade conseguir demonstrar os seguintes aspectos: FIQUE ATENTO 13 y Viabilidade técnica para conclusão do ativo intangível (disponibilidade para utilização ou alienação); y Intenção de concluir o ativo intangível, bem como, utilizá-lo e vende-lo; y Capacidade para utilização ou venda do ativo intangível; y A maneira como serão gerados os benefícios econômicos futuros do ativo intangível; y Disponibilidade de recursos técnicos financeiros e outros adequados para conclusão do seu desen- volvimento, utilização ou venda do ativo intangível; y Capacidade de estimar de maneira confiável os gastos relacionados ao ativo intangível durante o seu desenvolvimento� Caso esses aspectos não sejam atendidos, o ativo intangível deverá ser contabilizado como despesa� Uma atividade de desenvolvimento é o projeto de ferramentas, gabaritos, moldes e matrizes que compreendam uma nova tecnologia� A figura a seguir demonstra o processo de reconhe- cimento do ativo intangível gerado internamente� Observemos: 14 Figura 4: Processo de reconhecimento de um ativo intan- gível gerado internamente� ATIVO GERADO INTERNAMENTE FASE DE PESQUISA Deve ser reconhecido como despesa FASE DE DESENVOLVIMENTO Se �car claro que resultará em benefícios econômicos futuros, por meio da venda ou do uso, e se os respectivos gastos forem mensuráveis com segurança, deve ser reconhecido como intangível. Se não �car claro que resultará em benefícios econômicos futuros, por meio da venda ou do uso, e se os respectivos gastos forem mensuráveis com segurança, deve ser reconhecido como despesa. Fonte: Adaptado de Sande e Neiva, 2021, p� 248� A entidade não consegue separar os gastos incorridos com marcas, títulos de publicações, lista de clientes e outros itens similares dos custos relacionados ao de- senvolvimento do negócio� Portanto, eles não podem ser reconhecidos como ativo intangível� O custo do ativo intangível gerado internamente compreende todos os gastos necessários à cria- ção, produção e preparação do ativo, que assim é capaz de funcionar da maneira pretendida pela administração da entidade� De acordo com CPC 04 (R1), são exemplos de custos diretamente atri- buíveis ao ativo intangível: FIQUE ATENTO 15 y Gastos com materiais e serviços consumidos ou utilizados na geração do ativo intangível; y Custos de benefícios a empregados relacionados à geração do ativo intangível (CPC 33 – Benefícios a empregados); y Taxas de registro de direito legal; y Amortização de patentes e licenças utilizadas na geração do ativo intangível� A entidade pode receber, sem custo ou pelo valor nominal, um ativo intangível por meio de subvenção ou assistência governamental� Por exemplo, um governo pode conceder licença de operação de estações de rádio ou de televisão� Assim, a enti- dade pode reconhecer, inicialmente, tanto o ativo intangível quanto a concessão governamentalao valor justo� Caso ela opte por não os reconhecer ao valor justo, a entidade deverá reconhecer o ativo inicialmente ao valor nominal acrescido dos gastos necessários à preparação do ativo para utilização� Analisemos, agora, outro exemplo: uma companhia aérea adquiriu o direito de aterrisagem em aero- portos brasileiros mediante subvenção governa- mental� Os seguintes valores estão relacionados à essa transação: Custo nominal de direito de aterrisagem: R$ 120�000,00 16 Valor estimado de negociação do direito: R$ 210�000,00 Registro do contrato na ANAC: R$ 24�000,00 Gastos no preparo dos parques de estacionamento: R$ 180�000,00 O valor estimado de negociação do direito não corresponde ao valor justo, pois compreende uma estimativa que se concretizará ou não� Nesse con- texto, a entidade deverá reconhecer inicialmente pelo valor nominal acrescido dos gastos atribuídos à preparação do ativo para a utilização pretendida� O valor nominal corresponde ao valor estabelecido no contrato de concessão pelo governo� Assim, tem-se: Gastos diretamente atribuídos à preparação do ativo intangível = Registro do contrato na ANAC + Gastos no preparo dos parques de estacionamento Gastos diretamente atribuídos à preparação do ativo intangível = R$ 24�000,00 + R$ 180�000,00 Gastos diretamente atribuídos à preparação do ativo intangível = R$ 204�000,00 Desse modo, a companhia aérea reconhecerá o direito de aterrisagem pelo seguinte valor: 17 Custo do ativo intangível = Custo nominal + Gas- tos diretamente atribuídos à preparação do ativo intangível Custo do ativo intangível = R$ 120�000,00 + R$ 204�000,00 Custo do ativo intangível = R$ 324�000,00 Os ativos intangíveis podem ser adquiridos através de permuta, envolvendo ativos monetários (unida- des de moeda mantidos em caixa pela entidade) e não monetários (ativos que serão realizados em bens ou serviços)� Na transação de permuta de ativos intangíveis por ativos não monetários, o custo do ativo intan- gível, será mensurado pelo valor justo, exceto nos seguintes casos: y A transação de permuta não apresenta natu- reza comercial; y O valor justo do ativo recebido e do ativo con- cedido não pode ser mensurado com segurança� É importante estarmos atentos, pois caso o ativo adquirido não consiga ser mensurado ao valor justo, seu custo deve ser determinado pelo valor contábil do ativo concedido� A entidade deve avaliar se a transação de troca apresenta natureza comercial, levando em consi- 18 deração a alteração dos fluxos de caixa futuros em virtude da operação� De acordo com o CPC 04 (R1), a operação será caracterizada comercial quando: y O risco, a oportunidade e o valor dos fluxos de caixa do ativo recebido forem diferentes do risco, da oportunidade e do valor dos fluxos de caixa do ativo concedido; y O valor específico de parcela das suas ativi- dades for impactado pelas alterações resultantes da troca; y A diferença nos dois itens anteriores for relevante em relação ao valor justo dos ativos permutados� Quando a entidade consegue mensurar com segu- rança tanto o valor justo do ativo recebido quanto o ativo concedido, ela deverá utilizar o valor justo do ativo cedido para mensurar o custo, exceto quando o valor do ativo cedido for mais evidente, a figura a seguir mostra a mensuração de permuta do ativo intangível� Observemos: Figura 5: Mensuração de permuta do ativo intangível� Ativo adquirido e ativo cedido mensurado ao valor justo A entidade utiliza como custo o mais evidente das duas Valor justo do ativo adquirido Ou valor justo do ativo cedido Fonte: Adaptado de Sérgio, 2018, p� 314� Em algumas situações, a entidade incorre em gastos a fim de gerar benefícios econômicos futuros, sem que haja compra ou criação de ativo 19 intangível� Quando for o caso de fornecimento de produtos, a entidade reconhecerá esse gasto como despesa ao ter o direito de acesso aos produtos� Já no fornecimento de serviços, a entidade reco- nhecerá o gasto como despesa quando acontecer a prestação de serviço� Os gastos com pesquisa devem ser reconhecidos como despesa quando incorridos, exceto quando eles forem adquiridos como parte de uma combinação de negócios� O CPC 04 (R1) exemplifica os seguintes gastos a serem reconhecidos como despesas: y Gastos com atividades pré-operacionais des- tinadas à constituição da entidade, exceto se estiverem incluídas no custo de um item do ativo imobilizado; y Gastos com treinamento; y Gastos com publicidade e atividades promocionais; y Gastos com remanejamento ou reorganização, total ou parcial, da entidade� E lembremos, se o gasto com ativo intangível foi reconhecido como despesa anteriormente, a en- tidade não poderá somar esse valor ao custo do ativo intangível� 20 VIDA ÚTIL A entidade deve analisar se a vida útil de um ativo intangível é definida ou indefinida. Um ativo tem vida útil definida quando há um limite de tempo previsto para que o ativo intangível gere fluxos de caixa positivos para a entidade� Um ativo apresenta vida útil indefinida quando não há limite previsível para geração de fluxos de caixa positivos para a entidade� A contabilização do ativo intangível é baseada na vida útil� Assim, o ativo intangível com vida útil definida deve ser amortizado, enquanto um ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado, conforme exposto na figura a seguir: Figura 6: Ativo intangível com vida útil definida e indefinida. INTANGÍVEL VIDA ÚTIL DEFINIDA DEVE SE AMORTIZADO NÃO DEVE SE AMORTIZADO VIDA ÚTIL INDEFINIDA Ocorre quando, com base na análise de todos os fatores relevantes, existe um limite previsível para o período durante o qual o ativo deverá gerar �uxos de caixa líquidos positivos para a entidade Ocorre quando, com base na análise de todos os fatores relevantes, não existe um limite previsível para o período durante o qual o ativo deverá gerar �uxos de caixa líquidos para a entidade Fonte: Adaptado de Sande e Neiva, 2021, p� 252� 21 O CPC 04 (R1) determina os seguintes fatores a serem determinados na vida útil do ativo intangível: y A utilização prevista de um ativo pela entidade e se a gestão do ativo pode ser realizada de ma- neira eficiente por outra equipe de administração; y Os ciclos de vida comuns dos produtos do ativo e as informações públicas sobre estimativas de vida útil de ativos semelhantes; y Obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou de qualquer outro tipo; y A estabilidade do setor de operação do ativo e as mudanças na demanda de mercado para produtos ou serviços gerados pelo ativo; y Medidas esperadas pela concorrência ou pelos potenciais concorrentes; y O nível dos gastos de manutenção requerido para obter os benefícios econômicos futuros do ativo, bem como, a capacidade e a intenção da entidade para o alcance desse nível; y O período de controle sobre o ativo e os limites legais ou similares para a sua utilização; y Se a vida útil do ativo depende da vida útil de outros ativos da entidade� É importante ressaltarmos que vida útil indefinida não quer dizer que ela é infinita. A vida útil de ativo intangível deve considerar apenas a manutenção futura exigida para mantê-lo no nível de desem- penho avaliado no momento da estimativa da sua 22 vida útil e capacidade e intenção da entidade para atingir o nível esperado� A conclusão de que o ativo intangível apresenta vida útil indefinida não deve ser pautada em uma previsão de gastos futuros, superiores ao necessário para mantê-lo nesse nível de desempenho� Em virtude das rápidas alterações tecnológicas, os softwares, e outros ativos intangíveis, podem estar suscetíveis à obsolescência tecnológica� Assim, pode acontecer de que sua vida útil seja curta� As reduções futuras esperadas no preço de venda de item que foi produzido usando um ativo intangível podem apontar a expectativa de obsolescência tecnológica ou comercial do bem e, consequentemente,refletir uma queda nos bene- fícios econômicos futuros incorporados no ativo� Um ativo intangível pode ter uma vida útil muito longa ou indefinida. A incerteza justifica a prudência na estimativa de sua vida útil, porém não justifica a escolha de um período tão curto que seja fora da realidade� A vida útil de um ativo intangível resultante de direitos contratuais ou outros direitos legais não devem ultrapassar a vigência desses direitos� No entanto, a vida útil pode ser menor dependendo FIQUE ATENTO 23 do período de utilização do ativo intangível� Caso os direitos contratuais ou outros direitos legais sejam outorgados por um prazo limitado renovável, a vida útil de tal ativo só deverá incluir o prazo de renovação� É importante ressaltar que isso somente acontecerá se existirem evidências que suportem a renovação pela entidade sem custo significativo. Além disso, a vida útil do ativo intangível pode ser influenciada tanto por fatores econômicos quanto legais� Os fatores econômicos determinam o pe- ríodo de recebimento dos benefícios econômicos futuros, enquanto que os fatores legais podem restringir o período de controle de acesso a esses benefícios� Dessa maneira, a vida útil a ser consi- derada será o menor dos períodos determinados por esses fatores� ATIVO INTANGÍVEL COM VIDA ÚTIL INDEFINIDA O ativo intangível com vida útil indefinida não sofre amortização� No entanto, ele deverá ser submetido ao teste de recuperabilidade anualmente, ou sempre que existirem evidências de que o ativo intangível pode ter sofrido perda de valor, conforme previsto no CPC 01 (R1) – Redução do valor recuperável de ativos (2010)� Recomendamos, então, a revisão periódica da vida útil de um ativo intangível que não é amortizado, 24 a fim de determinar se eventos e circunstâncias continuam a constituir a avaliação de vida útil inde- finida. Caso haja mudança na avaliação de vida útil de indefinida para definida, é preciso contabilizar a mudança de estimativa contábil, conforme pro- nunciamento técnico CPC 23 – Políticas contábeis, mudança de estimativa e retificação do erro (2009). Já conforme CPC 01 (R1) – Redução do valor re- cuperável de ativos (2010), a revisão da vida útil de um ativo intangível de indefinida para definida também compreende um indicador de que o ativo pode já não possuir valor� Dessa maneira, a entidade deve testar a perda de valor do ativo em relação ao seu valor recuperável, onde reconhecerá a eventual desvalorização como perda� ATIVO INTANGÍVEL COM VIDA ÚTIL DEFINIDA O ativo intangível com vida útil definida sofre amortização e o valor amortizável deve ser apro- priado de maneira sistemática durante a sua vida útil estimada� A entidade deve revisar, pelo menos ao final do exercício social, o período e o método de amorti- zação de ativos intangíveis com vida útil definida. Havendo qualquer alteração de método ou de período, a entidade deverá aplicar os critérios de- finidos no CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 25 AMORTIZAÇÃO A amortização é iniciada no momento que o ativo intangível estiver disponível para utilização, ou seja, o ativo se encontra no local e nas condições necessárias para funcionar da maneira pretendida pela administração� O valor amortizável é o custo do ativo intangível menos o valor residual, que constitui o valor que a entidade espera da alienação do ativo intangível antes do final da sua vida econômica. Com isso, presume-se que o valor residual do ativo intangível com vida útil definida é zero, exceto quando: y Houver compromisso de terceiros em comprar o ativo intangível no final da sua vida útil; y Existir um mercado ativo para ele e: � O valor residual ser determinado em relação a esse mercado; � Seja provável que o mercado permaneça ativo até o final da vida útil do ativo. O método de amortização deve refletir o padrão de consumo dos benefícios econômicos futuros e a entidade pode adotar os seguintes métodos de amortização: y Método linear; y Método dos saldos decrescentes; 26 y Métodos das unidades produzidas� MÉTODO LINEAR No método linear, a despesa de amortização é constante durante a vida útil do ativo, caso não haja alteração do valor residual� O cálculo é realizado da seguinte maneira: Amortização do período = (Valor do custo – Valor residual) x taxa de amortização Amortização do período = (Valor do custo – Valor residual)/vida útil do ativo Considerando isso, imaginemos a seguinte situ- ação: uma sociedade empresarial adquiriu um direito autoral no valor de R$ 64�000,00 com vida útil de 20 anos� Sabendo que o valor residual é de R$ 12�000,00, qual será a amortização anual do direito autoral? Observemos os cálculos a seguir: O cálculo da amortização anual será: Amortização anual = (Valor do custo – Valor resi- dual)/vida útil Amortização anual = (R$ 64�000,00 – R$ 12�000,00)/20 Amortização anual = R$ 2�600,00 A contabilização no primeiro ano será: 27 D – Despesa com amortização (conta de resultado) R$ 2�600,00 C – Amortização acumulada (conta redutora de ativo intangível) R$ 2�600,00 Os lançamentos em razonetes serão: Tabela 1: Lançamentos em razonetes da amortização anual do ativo intangível Despesa com amortização Amortização acumulada R$ 2�600,00 R$ 2�600,00 Fonte: Elaboração própria, 2021� Assim, no Balanço Patrimonial no primeiro ano, tem-se o descrito na tabela a seguir: Tabela 2: Balanço Patrimonial no primeiro ano� Ativo intangível Direito autoral R$ 64�000,00 ( - ) Amortização acumulada (R$ 2�600,00) Fonte: Elaborado pela autora, 2021� MÉTODO DOS SALDOS DECRESCENTES No método dos saldos decrescentes, a despesa de amortização é reduzida ao longo da vida útil do ativo intangível� Ela é calculada da seguinte forma: 28 Amortização do período = (Valor do custo – Valor residual) x (ano final da vida útil/soma dos dígitos dos anos) Considerando isso, imaginemos o seguinte exemplo: uma sociedade empresarial adquiriu uma patente no valor de R$ 72�000,00 com vida útil de 5 anos� Sabendo que o seu valor residual é de R$ 27�000,00, qual será a amortização anual do direito autoral? Primeiro, é necessário encontrarmos a soma dos dígitos dos anos� Assim, tem-se: Soma dos dígitos dos anos = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 Soma dos dígitos dos anos = 15 Em seguida, são calculadas as amortizações anuais do ativo intangível: Amortização no primeiro ano = (Valor do custo – Valor residual) x (ano final da vida útil/soma dos dígitos dos anos) Amortização no primeiro ano = (R$ 72�000,00 – R$ 27�000,00) x (5/15) Amortização no primeiro ano = R$ 15�000,00 No segundo ano, vamos utilizar o quarto ano, pois será a segunda maior amortização do ativo intangível: 29 Amortização no segundo ano = (Valor do custo – Valor residual) x (ano final da vida útil/soma dos dígitos dos anos) Amortização no segundo ano = (R$ 72�000,00 – R$ 27�000,00) x (4/15) Amortização no segundo ano = R$ 12�000,00 No terceiro ano, vamos utilizar o mesmo ano, pois será a terceira maior amortização do ativo intangível: Amortização no terceiro ano = (Valor do custo – Valor residual) x (ano final da vida útil/soma dos dígitos dos anos) Amortização no terceiro ano = (R$ 72�000,00 – R$ 27�000,00) x (3/15) Amortização no terceiro ano = R$ 9�000,00 Já quarto ano, vamos utilizar o segundo ano, pois será a segunda menor amortização do ativo intangível: Amortização no quarto ano = (Valor do custo – Valor residual) x (ano final da vida útil/soma dos dígitos dos anos) Amortização no quarto ano = (R$ 72�000,00 – R$ 27�000,00) x (2/15) Amortização no quarto ano = R$ 6�000,00 30 E no quinto e último ano, vamos utilizar o primei- ro ano, pois será a menor amortização do ativo intangível: Amortização no quinto ano = (Valor do custo – Valor residual) x (ano final da vida útil/soma dos dígitos dos anos) Amortização no quinto ano = (R$ 72�000,00 – R$ 27�000,00) x (1/15) Amortização no quinto ano = R$3�000,00 Assim, a contabilização no primeiro ano será: D – Despesa com amortização (conta de resultado) R$ 15�000,00 C – Amortização acumulada (conta redutora de ativo intangível) R$ 15�000,00 E os lançamentos em razonetes serão: Tabela 3: Lançamentos em razonetes da amortização anual do ativo intangível� Despesa com amortização Amortização acumulada R$ 15�000,00 R$ 15�000,00 Fonte: Elaborado pela autora, 2021� Desse modo, no Balanço Patrimonial no primeiro ano, tem-se: 31 Tabela 4: Balanço Patrimonial no primeiro ano� Ativo intangível Patente R$ 72�000,00 ( - ) Amortização acumulada (R$ 15�000,00) Fonte: Elaborado pela autora, 2021� MÉTODO DAS UNIDADES PRODUZIDAS Por fim, o método das unidades produzidas utiliza a produção esperada do ativo intangível ao longo da sua vida útil, comparada com as unidades produzi- das no exercício� Com isso, a amortização variará conforme a produção das unidades� O cálculo é realizado da seguinte maneira: Amortização do período = (Valor do custo – valor residual) x (número de unidades produzidas no exercício/número de unidades estimadas a serem produzidas durante a vida útil do ativo) A partir disso, consideremos a seguinte situação: estima-se que, no primeiro ano, um direito autoral no valor de R$ 420�000,00 proporcionará a venda de 100�000 livros� Com isso, a sociedade empresária interessada espera que até o final da sua vida útil sejam vendidos 500�000 livros� Nesse caso, qual será a amortização desse ativo no primeiro ano? A partir do cálculo, a amortização anual será: 32 Amortização do período = (Valor do custo – valor residual) x (número de unidades produzidas no exercício/número de unidades estimadas a serem produzidas durante a vida útil do ativo) Amortização no primeiro ano = R$ 420�000,00 x (100�000/500�000) Amortização no primeiro ano = R$ 84�000,00 Com isso, a contabilização no primeiro ano será: D – Despesa com amortização (conta de resultado) R$ 84�000,00 C – Amortização acumulada (conta redutora de ativo intangível) R$ 84�000,00 E os lançamentos em razonetes serão: Tabela 5: Lançamentos em razonetes da amortização anual do ativo intangível� Despesa com amortização Amortização acumulada R$ 84�000,00 R$ 84�000,00 Fonte: Elaborado pela autora, 2021� Desse modo, no Balanço Patrimonial no primeiro ano, tem-se: 33 Tabela 6: Balanço Patrimonial no primeiro ano� Ativo intangível Patente R$ 420�000,00 ( - ) Amortização acumulada (R$ 84�000,00) Fonte: Elaborado pela autora, 2021� O ativo intangível com vida útil definida sofre amortiza- ção� No seu cálculo, deve-se considerar o valor residual e analisar o método de amortização� No vídeo realizado pelo professor Quintino, ele revisa os conteúdos referen- tes à amortização e valor residual dos ativos intangíveis, resolvendo algumas questões de concurso público� Para saber mais, acesse: https://youtu�be/EtFnLv3Eaps� SAIBA MAIS 34 https://youtu.be/EtFnLv3Eaps BAIXA E ALIENAÇÃO A amortização deve terminar na data que o ativo intangível for classificado como mantido para venda ou na data em que ele for baixado, o que acontecer primeiro� A baixa do ativo intangível compreende a saída do patrimônio da entidade e acontece quando for alienado, ou quando não forem esperados benefí- cios econômicos futuros com o seu uso ou venda� y Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa do ativo devem ser apurados pela diferença entre o valor líquido da alienação, se existir, e o valor contábil do ativo� Os ganhos ou perdas devem ser reconhecidos no resultado do exercício� y Na Demonstração do Resultado do Exercício, o ganho com alienação do ativo intangível não deve ser reconhecido como receita de vendas, pois não faz parte da operação da entidade� Por exemplo, uma marca foi vendida à vista pelo valor de R$ 365�000,00 em um determinado exercício� No Balanço Patrimonial desse mesmo período, o ativo estava registrado no valor de R$ 430�000,00 e a amortização acumulada no valor de R$ 75�000,00� Com isso, o ganho de capital será calculado da seguinte maneira: 35 Ganho de capital = Venda do ativo intangível – Valor contábil líquido do ativo intangível Ganho de capital = R$ 365�000,00 – (R$ 430�000,00 – R$ 75�000,00) Ganho de capital = R$ 10�000,00 E a contabilidade fará os seguintes lançamentos contábeis: D – Amortização acumulada R$ 75�000,00 D – Banco Conta Movimento R$ 365�000,00 C – Marca R$ 430�000,00 C – Ganho de capital R$ 10�000,00 Desse modo, os lançamentos nos razonetes são: Tabela 7: Lançamentos de alienação do ativo intangível nos razonetes� Amortização acumulada Banco Conta Movimento R$ 75�000,00 R$ 365�000,00 Marca Ganho de capital R$ 430�000,00 R$ 10�000,00 Fonte: Elaborada pela autora, 2021� 36 DIVULGAÇÃO O documento das informações contábeis está baseado nas orientações do CPC 04 (R1) (2010), que determina que as seguintes informações sejam disponibilizadas nas demonstrações contábeis: y O ativo intangível com vida útil indefinida ou definida. No caso de vida útil definida, deve-se evidenciar os prazos de vida útil ou as taxas de amortização utilizadas; y Os métodos de amortização aplicados para ativos intangíveis com vida útil definida; y O valor contábil bruto e eventual amortização acumulada no início e no final do período. Caso existam perdas acumuladas no valor recuperável, elas devem ser informadas no início e no final do período; y A rubrica da Demonstração do Resultado do Exercício onde houver inclusão da amortização de ativo intangível; y A conciliação do valor contábil no início e no final do período, evidenciando: � Adições, apontando separadamente aque- las geradas por desenvolvimento interno e as adquiridas, bem como, as adquiridas através de combinação de negócios; � Ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em grupo de ativos classi- 37 ficados como mantidos para venda, conforme CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada e Outras Baixas (2009); � Se existirem aumentos ou diminuições ao longo do período decorrentes de reavaliações e perda por desvalorização de ativos reconhecida ou revertida diretamente no patrimônio líquido, eles deverão ser evidenciados conforme CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (2010) (se houver); � Se existirem provisões para perdas de ativos e reversão de perda por desvalorização de ativos, elas deverão ser reconhecidas no resultado do período, conforme CPC 01 – Re- dução ao Valor Recuperável de Ativos (2010); � Qualquer amortização reconhecida no período; � Variações cambiais líquidas geradas pela conversão das demonstrações contábeis para a moeda de apresentação e de operações no exterior para a moeda de apresentação da entidade; � Outras alterações no valor contábil durante o período� 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse módulo, estudamos que os ativos intangíveis passaram a ser reconhecidos no CPC 04 (R1) com a Lei nº 11�638/07� Compreendendo um grupo de contas do ativo não circulante no Balanço Patri- monial, os ativos intangíveis constituem bens não corpóreos relacionados à atividade da entidade� Para que ela reconheça um ativo como intangível, é necessário que ele seja identificável, controlado e gere benefícios econômicos futuros� O reconhecimento do ativo intangível acontece quando for possível a geração de benefícios econô- micos futuros e o seu custo possa ser mensurado com confiança. O ativo intangível pode apresentar vida útil definida ou indefinida. Aqueles que tiverem vida útil definida são amortizados e podem ser utilizados métodos como linear, saldos decrescentes ou unidades pro- duzidas. O ativo intangível com vida útil indefinida não é amortizado e deve ser submetido ao teste de recuperabilidade dos ativos anualmente� Mediante reconhecimento e contabilização dos ativos intangíveis, as entidades precisam divulgar as informações referentes ao ativo intangível em suas demonstrações contábeis, a fim de trazerclareza e idoneidade aos usuários da informação� 39 Referências Bibliográficas & Consultadas ALMEIDA, M� C� Contabilidade avançada em IFRS e CPC� 2 ed� São Paulo: Atlas, 2020� [Biblioteca Virtual] BRASIL� Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007� Disponível em: http://www�planalto�gov� br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638� htm� Acesso em: 11 abr 2022� COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� CPC 00 (R1) – Estrutura conceitual para relatório financeiro. 2019� Disponível em: http:// static�cpc�aatb�com�br/Documentos/573_ CPC00(R2)�pdf� Acesso em: 17 ago� 2021� COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� CPC 01 (R1) – Redução ao valor recuperável de ativos. 2010� Disponível em: http://static� cpc�aatb�com�br/Documentos/27_CPC_01_R1_ rev%2012�pdf� Acesso em: 12 abr� 2022� COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� CPC 04 (R1) - Ativo Intangível. 2010� Disponível em: http://static�cpc�aatb�com�br/ Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2014�pdf� Acesso em: 17 ago� 2021� http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/27_CPC_01_R1_rev%2012.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/27_CPC_01_R1_rev%2012.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/27_CPC_01_R1_rev%2012.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2014.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2014.pdf COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� CPC 15 (R1) – Combinação de negócios. 2011� Disponível em: http://static�cpc�aatb�com�br/ Documentos/235_CPC_15_R1_rev%2019�pdf� Acesso em: 12 abr� 2022� COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� CPC 23 – Política contábeis, mudança de estimativa e retificação de erro. 2009� Disponível em: http://static�cpc�aatb�com� br/Documentos/296_CPC_23_rev%2014�pdf� Acesso em: 12 abr� 2022� COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS� CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para venda e Operação Descontinuada. 2009� Disponível em: http://www�cpc�org�br/CPC/ Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=62� Acesso em: 13 abr� 2022� ISSO é Contábeis! ATIVO intangível – CPC 04� 14 jul� 2020� Podcast� Disponível em: https:// podcasts�google�com/feed/ RIOS, R�; MARION, J� C� Contabilidade avançada: de acordo com as normas brasileiras de contabilidade (NBC) e normas internacionais de contabilidade (IFRS)� 2� ed� São Paulo: Atlas, 2020� http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/235_CPC_15_R1_rev%2019.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/235_CPC_15_R1_rev%2019.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/296_CPC_23_rev%2014.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/296_CPC_23_rev%2014.pdf http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=62 http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=62 http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=62 https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQtOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwITf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6 https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8yMzRiYTBiNC9wb2RjYXN0L3Jzcw/episode/YTU1NWJhNjQtZmM3YS00NDYyLWExNjQtOTNjZWJmM2RkYmVi?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwjzwITf3b_yAhUvqpUCHQoHA8cQjrkEegQIAhAI&ep=6 SANDE, S; NEIVA, A� Contabilidade geral e avançada. 1 ed� Rio de Janeiro: Método, 2021� SÉRGIO, A� Manual dos procedimentos contábeis comentados: IFRS� São Paulo: Atlas, 2018� SCHMIDT, P�; SANTOS, J� L�; FERNANDES, L� A� Contabilidade avançada: aspectos societários e tributários� 3 ed� São Paulo: Atlas, 2012� [Biblioteca Virtual] _GoBack Introdução Conceito de ativo intangível Reconhecimento e mensuração do ativo intangível Vida útil Ativo intangível com vida útil indefinida Ativo intangível com vida útil definida Amortização Método linear Método dos saldos decrescentes Método das unidades produzidas Baixa e alienação Divulgação Considerações finais Referências Bibliográficas & Consultadas
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