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Republica Velha (1889 – 1930) Os projetos republicanos Liberal – Defendido principalmente pelos cafeicultores paulistas, pregava a descentralização política e, consequentemente, a autonomia dos estados e a formação de uma republica federativa. Jacobino – Defendido por setores da população urbana, que incluíam baixa classe média (pequenos comerciantes, funcionários, etc.) e setores intelectualizados (jornalistas e profissionais liberais, como médicos e professores). Acreditavam na necessidade de maior participação popular na administração publica. Positivista – Tinha ampla aceitação no Exército. Visava à promoção do progresso mediante a manutenção da Ordem. Cabia a um Estado forte e centralizado a tarefa de levar a nação ao progresso. As fases da Republica Republica Velha (1889 – 1930): Subdivide-se em: Republica da Espada (1889 – 1894): Governos dos militares Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Republica Oligárquica (1894 – 1930): Período de alternância de poder entre as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo. Governo de Deodoro da Fonseca (1889 – 1891) 2 Fases: Governo Provisório (1889 – 1891) e Constitucional (1891). Difícil convivência com o Congresso, decreto de Estado de Sítio e a Primeira Revolta da Armada, somados à crise econômica, determinaram a renúncia de Deodoro. Constituição de 1891 Autonomia para os estados (Federalismo) Voto universal não secreto masculino para maiores de 21 anos alfabetizados. Divisão dos 3 poderes, independentes entre si. Mandato presidencial de 4 anos. Separação entre Estado e Igreja (Estado Laico), instituição do casamento civil e da certidão de nascimento. Crise do Encilhamento Crise do Encilhamento – Durante o governo provisório, o aumento de crédito disponível para os investimentos nas industrias, junto com a permissão da emissão de papel moedas em alguns bancos, causa uma crise especulativa no Brasil. Como consequências, podemos citar o aumento da inflação, a falência de investidores, críticas pesadas ao governo, etc. Ao lado, o ministro da Fazenda de Deodoro, Rui Barbosa; Abaixo, charge representando a Crise do Encilhamento. 1ª Revolta da Armada (1891) Rebelião de marinheiros contra o presidente Deodoro. Ameaça de bombardeio à cidade do Rio de Janeiro Renúncia – Vice de Deodoro, Floriano Peixoto, assume a presidência. Governo de Floriano Peixoto (1891 – 1894) Novas eleições deveriam ser convocados, porém Floriano Peixoto ignora o dispositivo constitucional. Medidas “paternalistas”: redução dos valores dos aluguéis, da carne e de demais produtos de consumo básicos na cidade do Rio de Janeiro, subsídio federal à indústria, etc. Revolução Federalista (1893 – 1895) Local: Início no Rio Grande do Sul, espalhando por toda a região. Maragatos (federalistas) – Comandados por Gaspar Silveira Martins, contrários à centralização excessiva de poder Pica-paus – Também chamados de castilhistas, liderados por Júlio de Castilhos, governador do estado. Eram apoiados por Floriano Peixoto. Intervenção federal, conquista da cidade de Desterro (atual Florianópolis e fim da “revolução das degolas”). 2ª Revolta da Armada (1893) Oficiais da Marinha revoltaram-se contra Floriano Peixoto, exigindo a convocação de novas eleições. Sem apoio popular e político, os revoltosos tentaram se juntar ao movimento federalista que estava ocorrendo no sul do país. Asilo político português a alguns rebeldes leva o governo brasileiro a romper relações com Portugal. Questão de Vestibular! (ENEM) A definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituição da Republica dos Estados Unidos do Brasil de 1891: Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei. A Constituição da Republica dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que: Art. 180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei. Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que a) A Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para votar. b) A Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos, referia-se também às mulheres. c) os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor. d) o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino. e) a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas indivíduos do sexo masculino. Questão de Vestibular! (PUC-PR) O clima de crise permanente que caracterizou o mandato de Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, foi provocado: a) pelo problema da sucessão entre "civilistas" e "militaristas", tendo como foco principal a figura de Rui Barbosa. b) pelo desencadeamento do problema de Canudos, que envolveu grande parte do Exército brasileiro. c) pela contestação da legalidade da sucessão do vice-presidente e da necessidade de novas eleições após a renúncia de Deodoro da Fonseca. d) pela manutenção da política de Deodoro, sobretudo quanto à dissolução do Congresso e à permanência do estado de sítio. e) pelo descontentamento dos cafeicultores, ainda inconformados com a abolição da escravatura. Transição para o poder civil Governo de Prudente de Morais (1894 – 1898). Fim da Revolução Federalista, retomada das relações diplomáticas com Portugal, consolidação do projeto liberal e favorável às oligarquias cafeeiras, etc. Mecanismos políticos das oligarquias Política do Café com Leite – Iniciada a partir do mandato de Campos Sales (1898 – 1902), era a alternância na presidência da Republica de políticos indicados pelo Partido Republicano Paulista (PRP) e pelo Partido Republicano Mineiro (PRM). Política dos Governadores – Acordo entre o presidente e os governadores dos estados. O presidente oferecia vantagens aos governadores, que, por sua vez, se comprometiam a eleger deputados que votariam de acordo com os interesses do governo federal. Comissão Verificadora dos Poderes – Criada com o objetivo de “reconhecer a legitimidade dos deputados eleitos de cada estado”. Geralmente formada por membros de confiança do presidente da Republica, na verdade servia para certificar que somente deputados alinhados às oligarquias seriam eleitos. Se alguém de outro grupo fosse eleito, era acusado de “fraude eleitoral” e não recebia o diploma de deputado, ato denominado de “degola”. Coronelismo Os coronéis eram grandes fazendeiros que possuíam influência local. Usavam a força de seus capangas (“jagunços”) e sua influência para formar os currais eleitorais, forçando os eleitores a votarem em candidatos ligados às oligarquias (voto de cabresto) Política das Salvações Desenvolvida durante o mandato do Marechal Hermes da Fonseca (1910 – 1914). Intervenções políticas nos estados, de modo a garantir a concentração de poder para os militares, enfraquecendo as oligarquias locais. As intervenções muitas vezes geravam revoltas locais e enfraqueceram politicamente o presidente Hermes da Fonseca. Questão de Vestibular! (PUC) Durante a República Velha no Brasil (1889-1930), vigorou o conhecido "voto de cabresto", que se relaciona com, EXCETO: a) pouca politização das camadas populares rurais e urbanas. b) utilização de formas de violência por parte dos coronéis. c) votação aberta, permitindo a formação dos "currais eleitorais". d) predomínio de interesses dos grandes proprietários rurais. e) troca de favores, melhorando as condições de vida dos trabalhadores. Economia na Republica Oligárquica Base da economia brasileira: Café (Brasil correspondia a mais de 50% do mercado mundial). Principais estados produtores: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Mão de obra: Uma parte era constituída por imigrantes europeus (a ideia do “branqueamento da população brasileira ainda estava presente). Foto do início do Século XX, em uma fazenda de Café em Araraquara (SP). Funding Loan Queda dos preços do café no mercado internacionale inflação = Brasil não tem condições de pagar a dívida externa (credores europeus, principalmente ingleses). Moratória: Governo Brasileiro solicita a suspensão temporária do pagamento, contraindo novos empréstimos para pagá-la, aumentando o montante total e o prazo de pagamento. Garantia para o novo empréstimo: Rendas da Alfândega do Rio de Janeiro, da Companhia de Estrada de Ferro Central do Brasil e da Companhia de Águas do Rio de Janeiro. A política de valorização do café Convênio de Taubaté (1906): Governos estaduais de SP, MG e RJ se comprometiam a comprar as sacas de café a um preço mínimo estipulado. Posterior adoção da medida pelo governo federal. Na década de 1930, a prática de queimar os estoques de café para manter o preço se tornaria comum. O surto da borracha Contexto histórico: Segunda Revolução Industrial (Séc. XIX). Borracha extraída na Amazônia era exportada para abastecer o mercado internacional, com destaque para o setor automobilístico. Mão de obra: local ou migrantes nordestinos. Capital proveniente da extração do látex propiciou a Belle Époque na Amazônia. Anexação do Acre Tratado de Ayacucho (1867): Reconhecimento o território como sendo boliviano. Migração em massa de trabalhadores nordestinos para a Região Norte do país, ocupando território pertencente à Bolívia. Arrendamento boliviano do território – ocupado em grande parte por colonos brasileiros – para uma empresa anglo-americana (Bolivian Syndicate). Tratado de Petrópolis (1903): Através de negociação, liderada pelo Barão de Rio Branco, o Brasil anexa o território do Acre. Questão de Vestibular! (UFF) Em fevereiro de 2006 ocorrerá o centenário do Convênio de Taubaté, firmado entre os principais estados produtores de café, daquela época. Assinale a opção que apresenta a principal característica do Convênio, destacada em sua historiografia. a) A subordinação dos grandes cafeicultores paulistas aos interesses da cafeicultura fluminense e mineira. b) A ascendência do Estado do Rio de Janeiro junto à política cafeeira nacional. c) A eliminação efetiva da superprodução de café. d) A inauguração do fim do mercado livre de café, no Brasil. e) A adoção da prática de queimar a produção excedente, visando a combater a superprodução. Questão de Vestibular! (PUC) Sobre o processo de industrialização do Brasil, no período conhecido como República Velha (1889 a 1930), sabe-se que: a) com o declínio da cafeicultura, atividade econômica mais expressiva do país durante quase todo o século XIX, os centros urbanos investiram maciçamente na criação de fábricas. b) a despeito da política de incentivo à industrialização, adotada pelo Governo, o Brasil só conseguiu um desenvolvimento tecnológico autônomo ao final da década de 1930. c) a concentração de capitais e a mão-de-obra, proveniente dos movimentos migratórios, fez com que os centros urbanos do Nordeste se destacassem na implantação do sistema fabril. d) dentre os trabalhadores, era significativo o número de operários imigrantes nas fábricas de São Paulo e do Rio de Janeiro. e) os direitos garantidos aos trabalhadores urbanos pela Consolidação das Leis Trabalhistas justificaram o fluxo migratório para as cidades industrializadas. Rebeliões sociais na Republica Oligárquica A Guerra de Canudos (1893 – 1897) Local: Interior da Bahia. Situação de abandono e miséria da população, somadas à exploração pelos latifundiários. Liderança messiânica: Antônio Conselheiro, que atacava o sistema republicano e, por isso, era acusado de ser monarquista. Em 1893, Conselheiro e seus seguidores instalaram-se na antiga fazenda de Canudos e fundaram a aldeia de Belo Monte. Os donos de terra da região, junto com tropas do exército, realizaram diversas expedições até que conseguiram acabar com a comunidade, em 1897. Guerra do Contestado (1912 – 1916) Local: Região entre Paraná e Santa Catarina, “contestada” pelos dois estados. Território esquecido pelo Governo Federal – População abandonada à miséria. A construção de uma ferrovia ligando São Paulo ao Rio Grande, projeto iniciado pela companhia americana Brazil Railway Company, retirou da terra muitas família que viviam a anos sem registro de propriedade. Conflito entre os antigos moradores e as tropas do Governo Federal Revolta da Vacina (1904) Local: Rio de Janeiro, capital. Política sanitarista: Derrubada de cortiços e expulsão da população pobre para a periferia da cidade. Vacinação obrigatória contra a varíola causa insatisfação popular e revolta na cidade. Revolta da Chibata (1910) Local: Rio de Janeiro, capital. Motivos da revolta: Castigos físicos sofridos pelos marinheiros, somados às más condições de habitação, higiene e alimentação nos navios. Liderados por João Cândido, os marinheiros tomaram alguns navios e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro. Primeiramente, o Governo decidiu anistiar os revoltosos e atender suas reinvindicações. Porém, após a rendição, os rebeldes foram presos e enviados para campos de trabalhos forçados, onde poucos sobreviveram. João Cândido e revoltosos em protesto durante a Revolta da Chibata Questão de Vestibular! (UERJ) A Guerra de Canudos, de 1896 a 1897, foi um dos principais conflitos que marcaram o início do período republicano no Brasil. Os prisioneiros retratados na foto são sobreviventes dessa guerra, sertanejos vítimas de exclusão social e política. Os fatores responsáveis por essa exclusão, naquele contexto, foram: a) êxodo rural – voto de cabresto b) desemprego – reação monarquista c) crise agrícola – sincretismo religioso d) concentração fundiária – coronelismo Questão de Vestibular! “Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, mandamos esta honrada mensagem para que Vossa Excelência faça aos marinheiros brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilitam. Tem Vossa Excelência 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada” (Adaptado do memorial enviado pelos marinheiros ao presidente Hermes da Fonseca, em 1910. In: MARANHÃO, Ricardo e MENDES JUNIOR, Antônio. Brasil história: texto e consulta. São Paulo: Brasiliense, 1983.) Os participantes da Revolta da Chibata (1910-1911) exigiam direitos de cidadania garantidos pela Constituição da época. As limitações ao pleno exercício desses direitos, na Primeira República, foram causadas pela permanência de: a) hierarquias sociais herdadas do escravismo. b) privilégios econômicos mantidos pelo Exército. c) dissidências políticas relacionadas ao federalismo. d) preconceitos étnicos justificados pelas teorias científicas.
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