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Farmacologia Aplicada Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 1 Carbapenêmicos Descobertos no Japão em 1972 por Hata e Col. Na Universidade de Kitasato Pesquisas destinadas à identificação de substâncias inibidoras de beta- lactamases Culturas de Streptomyces continham substâncias com essa propriedade 1976, pesquisadores do Laboratório Merck Sharp & Dohme, e da Companhia Espanhola da Penicilina e Antibióticos, anunciaram a descoberta de um novo antibiótico, denominado tienamicina, obtido de culturas do Streptomyces cattleya. O isolamento do agente ativo mostrou-se inicialmente difícil, devido à sua instabilidade química; mas, em 1978, Albers-Schomberg e col. Puderam estabelecer que a estrutura da tienamicina era a de uma carbapenema. Produzidas por via sintética, em laboratório. A presença do anel carbapenema dá a essas substâncias a propriedade de agir com elevada potência contra microrganismos gram-positivos e gram- negativos. Grande estabilidade na presença da maioria das beta-lactamases produzidas por microrganismos bacterianos. Tienamicina é um antibiótico muito instável quimicamente, tanto em soluções concentradas como no estado sólido, o que impede sua utilização clínica. Pesquisas para estabilização da substância chegaram a um composto sintético – Imipenem Os carbapenêmicos são os antibióticos com a capacidade de cobrir a maior quantidade de bactérias diferentes. Ou seja, ele é o antibiótico com maior quantidade de infecções que pode tratar. 90% das infecções são curadas com carbapenêmico, mas seu uso é restrito para evitar resistência. A “fraqueza” dos carbapenêmicos são as bactérias que vivem dentro da célula. Eles têm pouca capacidade de penetrar dentro da célula humana. As bactérias que vivem dentro da célula são chamadas de atípicas, não sendo cobertas por carbapenêmicos – porque eles não conseguem adentrar a célula humana. Todos os carbapenêmicos (ertapenem, meropenem e imipenem) são compostos semissintéticos. Os problemas das penicilinas e das cefalosporinas eram: São inativados por beta-lactamases Perdem a capacidade de ligação a PBL Tem dificuldade de atravessar membrana externa de gram negativos. O imipenem foi sintetizado na tentativa de vencer esses problemas dos outros antibióticos. Ele consegue fazer uma ligação com qualquer tipo de PBL, independente do seu peso molecular. Todos os carbapenêmicos se ligam a qualquer tipo de PBL! Além disso, eles são feitos para serem uma substância muito hidrossolúvel e pequena, para que consiga atravessar os canais de porinas da membrana externa de gram-negativas. O anel carbapenêmico é altamente estável na presença das beta-lactamases. Eles são iguais, ou seja, tanto faz se vamos usar imipenem, meropenem ou ertapenem, porque eles têm o mesmo desfecho clínico. Na maioria das vezes o que define qual carbapanêmico que vamos prescrever é a instituição. Farmacologia Aplicada Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 2 Mecanismo de Ação Semelhante aos outros betalactâmicos São bactericidas Ligam-se às PBPs/PLPs Levam a lise da parede celular bacteriana pela inibição da formação dos peptidoglicanos Resistência à inativação por beta- lactamases, inclusive as beta-lactamases de espectro de ação ampliado (ESBL) Atravessa com facilidade a parede celular de gram – Liga-se a todas as PBPs Resumo: todos os beta-lactâmicos se ligam a PBP/PLPs isso gera inibição enzimática das transpeptidases, que fazem a síntese da parede celular de peptidoglicano com as transpeptidases inibidas, não acontece a síntese da parede celular bactéria morre (ação bactericida). O mecanismo de ação desses antibióticos acontece de maneira indireta, mediada pela PBP/PLPs. A grande diferença dos carbapenêmicos para as penicilinas e cefaloposrinas é que eles, além de resistir as beta-lactamases, se ligam a qualquer tipo PBP (independente de qualquer modificação que ela tenha tinho ou de ser gram-positivo, gram-negativo e anaeróbicos). Além disso, ela atravessa com facilidade a membrana externa dos gram-negativos. A bactéria pode desenvolver resistência aos carbapenêmicos por produção de carbapenemases ou por não expressarem canais de porina (mecanismo de resistência muito exclusivo, porque nesses casos as bactérias precisariam desenvolver outras formas de adquirirem água). Nefrotoxicidade e Inativação Renal do Imipenem Imipenem sofre hidrólise enzimática por uma dipeptidase (DHP-1) renal ao circular no organismo e sofrer filtração glomerular. DHP I, produzida no túbulo renal proximal, não tem ação sobre penicilinas e cefalosporinas. Provoca inativação do imipeném. além disso, foi observado que a administração isolada do imipenem provoca nefrotoxicidade, com necrose do túbulo contornado proximal. Essa ação tóxica está relacionada à formação de metabólitos resultantes da hidrólise enzimática do imipenem pela DHP-1. Inibidores da DHP-1 Cilastatina A cilastatina sódica tem estrutura química similar à do imipenem, e age como um inibidor competitivo eletivo e reversível da deidropeptidase I. Sua potência inibitória sobre essa enzima é 30.000 vezes maior que a afinidade do imipenem pela enzima. A droga não tem ação antimicrobiana, nem antagoniza ou sinergiza a ação do imipenem contra as bactérias. A combinação da cilastatina com o imipenem, na proporção de 1:1, resulta no bloqueio do metabolismo renal do antibiótico, o qual passa a atingir elevada concentração na urina. Além disso, a co- administração do Imipenem com a cilastatina resulta na eliminação da nefrotoxicidade do antibiótico. Somente Imipenem apresenta nefrotoxicidade e inativação quando administrado isolado. Não ocorre com Meropenem ou Ertapenem. O imipenem tem uma particularidade farmacocinética que foi artificialmente vencida. O imipenem, quando é utilizado sozinho, é filtrado pelo glomérulo e chega ao túbulo contornado proximal. No TCP há uma enzima chamada DHP1 que serve para fazer hidrólise de algumas substâncias. A DHP1 quebra o imipenem – os metabólitos do imipenem são inativos e nefrotóxicos, se depositando causando necrose tubular aguda e insuficiência renal aguda. Isso só acontece com o Imipenem! A DHP1 não tem ação em penicilinas e cefalosporinas, mas age no imipenem. A solução encontrada foi administrar o imipenem junto com uma substância inibidora da DHP1 Cilastatina. Ela é estruturalmente semelhante ao imipenem, porém com afinidade muito maior a DHP1. Não é possível prescrever o imipenem sozinho, sempre vem acompanho de cilastatina. O imipenem SOZINHO é nefrotóxico – o que causa sua nefrotoxicidade é a enzima produzida pelo TCP, chamada DHP1. Farmacologia Aplicada Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 3 Farmacocinética Não são absorvidos por via oral – são drogas exclusivas de administração venosa Eliminação Renal Meia-vida curta 1 hora – Efeito terapêutico 4 a 6 horas (Efeito pós antibiótico) O imipeném liga-se pouco às proteínas séricas, entre 13% e 25% - por ter pouca ligação proteica, ele circula muito na forma livre. Circular ligado a proteína é uma forma de funcionar como reservatório, porque isso impede que ele seja eliminado. Em compensação, quando o fármaco circula livre ele tem mais efeito. Ou seja, fármacos com pouca ligação proteica são de maneira geral muito potentes. Porém, possuem tempo de meia-vida curto – ao mesmo tempo que ele livre gera o efeito, ele também é eliminado. Distribui-se pelos líquidos e tecidos orgânicos, atingindo concentrações terapêuticas nos pulmões, músculos, pele, vesícula biliar, rins, humor aquoso, secreção gastroduodenal, líquido peritoneal e secreção brônquica – o lugar que o carbapenêmico se concentra mal é no interior da célula. A sua concentração extracelular é muito boa. Atravessaa barreira hematoencefálica em pacientes com meningoencefalites, alcançando concentração no liquor correspondente a cerca de 20% daquela presente no sangue. Atravessa a barreira placentária, dando concentração terapêutica no feto e no líquido amniótico. É pequena a passagem para o leite materno – não é teratogênico. O carbapenêmico tem efeito pós-antibiótico: isso significa que, uma vez que se liga ao sítio de ação (PBP), ele vai gerar todo efeito final da droga (destruir a parede celular) mesmo que o seu nível sérico caia. Cobrem algumas cepas de MRSA. Fazem cobertura de todos os Estreptos, incluindo os Pneumococos resistentes à penicilina. Cobrem todos os gram- negativos comunitários, desde que sejam de vida extracelular! Fazem cobertura de gram-negativos de origem hospitalar. Espectro de Ação São os ATB com maior espectro de ação: é ativo contra estreptococos, pneumococos, estafilococos oxacilina- sensíveis, hemófilos, gonococo, meningococo, Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Shigella e outras enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa e bactérias anaeróbias, incluindo o B. fragilis. Gram +, Gram – e Anaeróbios S. pneumoniae resistente às penicilinas Enterococos – gram-positivo entérico Estafilococos (alguns são resistentes) – por isso muitas vezes o carbapenêmico é associado com vancomicina. Listeria Enterobacteriaceae Algumas Pseudomonas e Acinetobacter são resistentes – ou seja, bastonetes gram- negativos de origem hospitalar. Quando eles ficam resistentes a carbapenêmicos a única opção é a polimixina. Resistência crescente em Klebsiella – as KPCs são cepas de Klebsiella que produzem uma enzima carbapenemase que destrói carbapenêmicos. A polimixina é a única alternativa restante. Têm ação em Chlamydia e Mycoplasma, desde que in vitro, mas não funciona in vivo e não trata a doença – essas bactérias habitam o meio intracelular e o carbapenêmico não agem nesse meio. Cobre muito bem as bactérias que não usam oxigênio no seu metabolismo. Exemplo: casos de peritonite tem proliferação de bactérias anaeróbicas podemos usar carbapenêmicos sem estar associados com anaerobicidas. Não fazem cobertura de: Determinadas cepas de MRSA – por isso muitas vezes é administrado algum carbapenêmico + vancomicina. Bactérias de vida intracelular: Chlamydia, Mycoplasma, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium leprae, etc. Farmacologia Aplicada Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 4 Resistência Carbapenemazes (KPC) São indutores de beta-lactamases, estas betalactamases destroem penicilinas e cefalosporinas, muitas vezem não destroem os carbapenêmicos – muitas vezes uma bactéria que nunca produziu beta- lactamse em contato com o carbapenêmicos começa a produzir, o que induz resistência contra penicilinas e cefalosporinas. Lembrando: as cefalosporinas de 2º e 3º geração também são indutoras de beta-lactamase. Resistência nas Pseudomonas por incapacidade de penetração nas porinas. Chlamydia, Mycoplasma e Mycobacterium, é observada resistência intrínseca ao imipeném. Embora ativa in vitro contra Campylobacter, Yersinia, Brucella e Nocardia, essa ação é desprovida de importância clínica, devido à pequena penetração do antibiótico nas células humanas – não é um mecanismo de resistência adquirido. Possuem sensibilidade in vitro, mas não possuem importância clínica. Carbapenêmicos não cobrem bactérias atípicas, ou seja, bactérias de vida intracelular. Indicações: A principal indicação são as infecções graves hospitalares por microrganismos com resistência selecionada a outros medicamentos – a infecção de origem hospitalar começa o seu quadro infeccioso após 48 horas da internação. Infecções adquiridas na comunidade por pacientes que são imunossuprimidos, institucionalizados e/ou com sonda, traqueostomia, etc também são consideradas infecções hospitalares. Recomendado no tratamento de infecções pós-operatórias graves, nas sepses hospitalares, nas infecções em pacientes com neoplasias e diabetes melito descompensado. Em infecções graves de neonatos e lactentes, causadas por bacilos gram-negativos. Índices de cura superiores a 90% em pacientes com infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, osteoarticulares e intra-abdominais, compreendendo peritonites, colecistites, abscessos hepático, subfrênico, pancreático e perirretais, e sepse. Têm sido observados resultados favoráveis em pacientes com meningoencefalites bacterianas. Carbapenêmicos são terapeuticamente equivalentes Meropenem tem maior atividade contra P. aeruginosa. Ertapenem tem maior meia vida. Pior atividade contra P. aeruginosa e Acinetobacter. Boa ação contra aneróbios. Pancreatite! Para esses casos o carbapenêmico é a primeira linha, mesmo que o paciente seja imunocompetente e vindo da comunidade. Os antibióticos concentram mal no pâncreas, sendo o carbapenêmico um dos poucos que atingem a concentração adequada. Reações adversas Náuseas e vômitos Convulsões – muito característico dos carbapenêmicos. Não precisa necessariamente suspender, nesses casos são usados anticonvulsivantes. Hipersensibilidade Ajuste renal Monobactâmicos Aztreonam Isolado de Chromobacterium violaceum por Skyes e cols. Em 1981 É monocíclico, ou seja, o anel betalactâmico não está ligado a outro grupamento cíclico. Mecanismo de Ação Interage com as PBPs/PLPs Tem muita afinidade pelas PBPs de gram – e poucas pelas de gram + São bactericidas, causam lise da parede celular Mecanismo similar aos outros betalactâmicos Farmacologia Aplicada Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 5 O Aztreonam é administrado por via injetável – IV ou IM – mas a sua substancia é muito irritativo, tanto que seu principal efeito colateral é flebite. O mecanismo de ação tem uma particularidade importante: tem muita afinidade pela PBL de gram- negativos e pouca afinidade para PBL de gram- positivos. Isso faz com que ele só seja utilizado para tratamento de infecções causadas por gram- negativos. Não existe uso empírico de Aztreonam – sua utilização tem que ser guiada – coleta de cultura dá a certeza de que a infecção está sendo causada por bactéria gram- negativa. As PBLs dos gram-negativos e gram-positivos são estruturalmente diferentes, o que muda essa afinidade do Aztreonam. Os gram-positivos são naturalmente resistentes ao Aztreonam! O Aztreonam só cobre aeróbios gram-negativos – não cobre estafilo, estrepto, anaeróbios, etc. Resistência Não é ativo contra gram +. Esse mecanismo de resistência é NATURAL! Não tem atividade indutora da produção de beta-lactamases pelas bactérias gram- negativas. Resistente a maioria das betalactamases – mas em casos de carbapenemase o aztreonam também é destruído. Por exemplo: uma bactéria produz carbapenemase e destrói carbapenêmicos, nesse caso o aztreonam também é destruído pelas carbapenemases destruídas pelas bactérias. Não resiste às KPC – produz carbapenemase. Farmacocinética Não é absorvido por via oral. Administrado por vias IM e IV (preferencial) – preferencialmente IV em vaso profundo, pois seu principal efeito adverso é flebite. Difunde-se pelo espaço extracelular, atingindo concentração terapêutica nos pulmões, rins, fígado, próstata, ovário, útero, ossos, coração, intestino, pele, bile, saliva, humor aquoso, líquidos peritoneal, pericárdico, pleural e sinovial. É pequena a concentração na secreção brônquica, mas em geral é suficiente para agir contra os patógenos sensíveis – se difundir por espaços extracelular é uma característica dos beta-lactâmicos (a “fraqueza” são as bactérias atípicas, ou seja, as que vivem no meio intracelular). Atravessa a barreira placentária, atingindo concentração terapêuticano feto e no líquido amniótico. Aparece no leite materno em pequena quantidade (1% da concentração sérica) – não é teratogênico. Sua ligação às proteínas séricas é de 56%. Atravessa a barreira hematoencefálica tanto em pacientes com meninges sãs como naqueles com meninges inflamadas, atingindo concentrações inibitórias para a maioria dos bacilos gram negativos, podendo inclusive atingir a Pseudomonas aeruginosa. A meia-vida sanguínea do aztreonam é e 1,7 a 2 horas, o que permite sua administração em intervalos de 8 horas. Espectro de ação: Gram – E. coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Providencia, Haemophilus influenzae, gonococo, meningococo, A atividade contra Pseudomonas aeruginosa exige concentrações mais elevadas, mas cerca de 90% das cepas desse microrganismo são inibidas Não age contra legionelas, clamídias e micoplasmas, e é pequena sua ação contra Enterobacter – Aztreonam não tem ação nesses agentes porque não tem concentração adequada no meio intracelular. Na atualidade, bacilos gram-negativos de origem hospitalar podem apresentar resistência ao aztreonam. Cobre todas as bactérias gram-negativas aeróbias. Farmacologia Aplicada Turma 106 Letícia Iglesias Jejesky 6 Indicações: Infecções causadas por bacilos gram- negativos, especialmente as determinadas por germes comunitários. Infecções urinárias, pulmonares e ginecológicas, em sepses e em infecções osteoarticulares causadas por patógenos sensíveis. É particularmente indicado nas infecções intra-abdominais cirúrgicas, incluindo peritonites, abscessos hepático, subfrênico, intra-abdominaise de parede, em pelviperitonites e apendicites. Nessa circunstância, deve ser associado a antimicrobianos ativos contra Bacteroides fragilis e outros anaeróbios (clindamicina, metronidazol, cloranfenicol). Alternativa para o tratamento de meningoencefalites por microrganismos gram-negativos, incluindo o meningococo, hemófilo e enterobactérias. Já foi utilizado com bons resultados em alguns casos de meningite por Pseudomonas aeruginosa. O aztreonam pode ser eficaz em infecções causadas a bactérias gram-negativas hospitalares, na dependência da sensibilidade do agente. O uso empírico do Aztreonam não é feito – é utilizado em infecções sabidamente causadas por bacilos gram-negativos. Reações adversas Em geral é bem tolerado Flebite em cerca de 2% dos pacientes, geralmente após uma semana de uso. Dor e edema podem ocorrer no local da injeção IM. Erupção maculopapular tem sido observada em 1% dos enfermos tratados; outras manifestações de hipersensibilidade, como febre, prurido, eosinofilia e púrpura, são raras. Não apresenta “hipersensibilidade cruzada” a outros betalactâmicos (exceto ceftazidima). A ceftazidima é o único antibiótico dos outros betalactâmicos que faz reação cruzada com Aztreonam. Alergia a ceftazidima = Alergia ao Aztreonam Dessa maneira, a droga pode ser utilizada, com os devidos cuidados, em pacientes alérgicos a penicilinas e cefalosporinas.