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Administração Finanças Internacionais werther.bjunior@sp.senac.br Finanças Internacionais Compra e venda à vista e a prazo É muito comum quando se consultam, em publicações periódicas ou em sites, as cotações referentes às taxas de câmbio e observam-se diferenciações entre valores para compra e para venda. Por exemplo, em determinada data, o Banco Central do Brasil disponibilizava a informação de que a taxa de câmbio estava R$ 5,0897 para compra e R$ 5,0903 para venda. As diferenças referem-se à escala das operações. Normalmente o valor de compra é sempre inferior ao valor de venda. Finanças Internacionais Compra e venda à vista e a prazo O valor de compra corresponde à taxa quando alguém vende moeda estrangeira ao banco. Já o valor de venda representa a taxa que uma pessoa paga quando compra moeda estrangeira de um banco. Segundo Maia (2014, p.120) “A taxa de compra é conhecida internacionalmente como bid rate.[...] a taxa de venda é conhecida internacionalmente como offer rate”. Finanças Internacionais Compra e venda à vista e a prazo As operações podem ocorrer também de acordo com o prazo para liquidação da operação. Em operações à vista, também conhecidas como spot, ocorre a liquidação do contrato exatamente no momento de sua contratação. Entre os bancos as operações ocorrem de tal modo que a transferência ocorre no dia útil posterior à contratação da operação cambial. Finanças Internacionais Compra e venda à vista e a prazo Na operação a prazo ou a termo, a liquidação do câmbio ocorre em uma data futura. Essas operações possuem outras características e são realizadas normalmente em bolsa de valores e com vencimentos padronizados (por exemplo, último dia útil de cada mês). As operações a termo podem vir a caracterizar-se como um tanto arriscadas, dependendo dos termos assumidos entre as partes. Finanças Internacionais Compra e venda à vista e a prazo Desse modo, é necessário observar algumas variáveis no momento de se realizar essa modalidade de contratação. Aspectos como estabilidade econômica e política, comportamento das taxas de juros, comportamento do mercado de capitais, orientação de política econômica e contexto internacional podem fazer com que as operações assumam riscos. Finanças Internacionais Formação da taxa de câmbio A taxa de câmbio pode ser apresentada de modo sintético, como o preço da moeda nacional medido em outra moeda. Utilizam-se normalmente duas formas de taxa de câmbio: tipo A ou B. Taxas do tipo A correspondem a cotação ou quantidade de moeda nacional por unidade de dólares. Por exemplo: 1 U$ = 5,30.Ou seja, neste caso o dólar é a moeda de referência (GAROFALO FILHO, 2005, p.86). Finanças Internacionais Formação da taxa de câmbio O tipo B corresponde a uma situação inversa, na qual se observa a quantidade de dólares que pode ser trocada por uma unidade de outrasmoedas na economia mundial. Por exemplo, 1 euro = U$ 1,25. O tipo B é mais recorrente no caso da moeda do Reino Unido (libra esterlina) e da Zona do Euro. Finanças Internacionais Formação da taxa de câmbio As situações em que ocorre a busca da cotação de duas moedas em uma terceira é conhecida como taxa de câmbio cruzada. Por exemplo imaginando que um operador de câmbio deseje buscar uma equivalência do euro com o franco suíço, mas só disponha da taxa do euro em relação ao dólar e do franco suíço em relação ao dólar. Como fazer? Trata-se de uma operação simples, por meio de uma regra de três (MAIA, 2014). Se 1 dólar = 1, 25 euro e 1 dólar = Sw.fr. 1,45 Nesse caso, teríamos 1 euro = 0,863 francos Finanças Internacionais Formação da taxa de câmbio Como fazer? Trata-se de uma operação simples, por meio de uma regra de três (MAIA, 2014). Se 1 dólar = 1, 25 euro e 1 dólar = Sw.fr. 1,45 Nesse caso, teríamos 1 euro = 0,863 francos suíços ou 1 franco suíço = 1,16 euro. Finanças Internacionais Estudo de caso: a desvalorização cambial de 1999 A análise dos eventos ocorridos no Brasil em 1999 pode ser muito importante para orientação de ações em torno do comportamento do mercado cambial. A origem desse processo se dá em 1994, quando o governo promoveu a implementação do Plano Real. Naquele momento o Brasil enfrentava elevadas taxas de inflação e, com a introdução do plano houve um processo de estabilidade e queda nas taxas de inflação. Finanças Internacionais Estudo de caso: a desvalorização cambial de 1999 O cenário de elevada liquidez internacional daquele momento gerou um ingresso significativo de recursos no Brasil (investimento em bolsa de valores ou na produção). O aumento de ingresso de moeda estrangeira no país contribuiu para valorização cambial (queda na taxa de câmbio). Finanças Internacionais Estudo de caso: a desvalorização cambial de 1999 Junto com a implementação do Plano Real, o governo instituiu um novo regime cambial: bandas cambiais. De acordo com esse regime a autoridade monetária permitia que a taxa de câmbio oscilasse dentro de um determinado limite. Durante o período em que esteve em vigor, entre março de 1995 e janeiro de 1999 o governo estabelecia um valor mínimo e um teto para oscilação da taxa de câmbio. Por exemplo, em22 de novembro de 1998 a taxa podia oscilar entre R$ 1, 12 (piso) e R$1, 22 (teto) (RIBEIRO; PATÚ, 1998). Finanças Internacionais Estudo de caso: a desvalorização cambial de 1999 A partir de 1995 começam a ocorrer mudanças no cenário global e o governo passa a ser obrigado a aumentar as taxas de juros para continuar atraindo divisas. Ou seja, os investidores estrangeiros entram com recursos no Brasil por meio de compra de títulos da dívida pública, esperam taxas de juros que sejam vantajosas em relação a outras opções de investimento no mercado internacional. Finanças Internacionais Estudo de caso: a desvalorização cambial de 1999 Depois de afetar México, Sudoeste Asiático e Rússia em 1999, a crise chegou ao Brasil e o governo viu-se obrigado a abandonar o regime de bandas cambiais e liberar o câmbio. Isto acontecia porque a taxa de câmbio de R$ 1,21 não correspondia à realidade do mercado. Havia intensa saída de dólares do país. Por exemplo, se o governo estabelecia a taxa de câmbio a 1,21 e o mercado imaginava uma taxa maior, passava a ser vantajoso trocar reais por dólares e aguardar o momento da desvalorização. Assim, uma pessoa que em janeiro de 1999 possuía U$ Finanças Internacionais Estudo de caso: a desvalorização cambial de 1999 Assim, uma pessoa que em janeiro de 1999 possuía U$ 100,00 tinha o equivalente a R$ 121,00. No entanto, em fevereiro, o valor já seria correspondente a R$ 195,00. Finanças Internacionais Estudo de caso: a desvalorização cambial de 1999 A taxa de câmbio que ficou estacionada no teto da banda durante muito tempo (R$ 1,21) automaticamente disparou. Famílias que haviam realizado operações e dívidas atreladas a variação cambial viram suas dívidas triplicarem em um período extremamente curto. No caso das empresas, o fenômeno foi menos intenso especialmente pelo fato de muitas atuarem em operações específicas de proteção contra esses movimentos. Finanças Internacionais Referências BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB). Conversor de moedas. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/conversao. [s.d.a]. BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB). Estabilidade financeira. [s.d.b]. 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Slide 1 Slide 2: Finanças Internacionais Slide 3: Finanças Internacionais Slide 4: Finanças Internacionais Slide 5: Finanças Internacionais Slide 6: Finanças Internacionais Slide 7: Finanças Internacionais Slide 8: Finanças Internacionais Slide 9: Finanças Internacionais Slide 10: Finanças Internacionais Slide 11: Finanças Internacionais Slide 12: Finanças Internacionais Slide 13: Finanças Internacionais Slide 14: Finanças Internacionais Slide 15: Finanças Internacionais Slide 16: Finanças Internacionais Slide 17: Finanças Internacionais Slide 18: Finanças Internacionais Slide 19: Finanças Internacionais
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