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Psicofarmacologia Unidade 4

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E-Book	-	Apostila
Esse	arquivo	é	uma	versão	estática.	Para	melhor	experiência,	acesse	esse	conteúdo	pela	mídia	interativa.
Unidade	4	-	Terapias	de	estimulação
cerebral
E-Book	-	Apostila
E-Book	-	Apostila
2	-	47
Introdução	da	unidade
Os	 tópicos	 abordados	 nesta	 unidade	 serão:	 	 terapias	 de	 estimulação	 cerebral
(eletroconvulsoterapia,	 estimulação	 magnética	 transcraniana,	 estimulação
magnética	 transcraniana	 e	 psicoterapia	 como	 “agente”	 epigenético);
psicofarmacologia	 nos	 transtornos	 por	 uso	 de	 substâncias	 —	 casos	 clínicos;
construção	 e	 resolução	dos	 casos	 clínicos;	 psicofarmacologia	 e	 ética	 no	 contexto
da	 atuação	 profissional	 do	 psicólogo;	 e	 conclusão	 da	 disciplina.	As	 terapias	 de
estimulação	 cerebral	 são	 estratégias	 que	 não	 utilizam	 medicamentos	 para
maximizar	 a	 capacidade	 cerebral	 na	 reconstituição	 dos	 sentidos,	 cognição	 e
movimentação.	Há	diversos	ensaios	clínicos	que	evidenciam	os	benefícios	entre	a
associação	 da	 estimulação	 cerebral	 com	 outras	 terapias	 adjuvantes,	 como	 a
fisioterapia,	 terapia	 ocupacional	 e	 fonoaudiologia.	 	 Os	 transtornos	 por	 uso	 de
substâncias	 são	 um	 tipo	 de	 transtorno	 relacionado	 ao	 uso	 de	 substâncias	 que
envolvem	um	padrão	patológico	de	comportamento.	Apesar	desse	comportamento
patológico,	os	pacientes	mantêm	o	medicamento,	mesmo	com	o	desenvolvimento
de	problemas	significativos	relacionados	ao	uso	dele;	nesse	contexto,	pode	haver,
também,	manifestações	fisiológicas,	incluindo	alterações	no	circuito	cerebral
Nesta	 unidade,	 traremos,	 também,	 a	 discussão	 sobre	 a	 ética	 na	 atuação	 do
psicólogo	 na	 psicofarmacologia,	 fazendo	 reflexões	 sob	 o	 ponto	 de	 vista	 ético	 do
profissional,	 considerando	 as	 relevâncias	 da	 formação	 acadêmica	 e	 a	 atuação
clínica.
Bons	estudos!	
Terapias	de	estimulação	cerebral
Distúrbios	 encefálicos	 podem	 ser	 muito	 difíceis	 de	 tratar,	 e	 nesses	 casos,	 as
terapias	 úteis	 são	 contraintuitivas.	 Destruição	 e	 estimulação	 são	 estratégias
alternativas	com	os	mesmos	objetivos	terapêuticos	—	aliviar	os	pacientes	de	seus
movimentos	gravemente	anormais.
As	cirurgias	para	os	distúrbios	do	movimento	começaram	na	década	de	1880,
com	 Victor	 Horsley,	 pioneiro	 neurocirurgião	 britânico,	 que	 tratou	 os
movimentos	espontâneos	 incontroláveis	de	um	paciente	por	meio	da	remoção
de	 parte	 de	 seu	 córtex	 motor.	 Os	 movimentos	 anormais	 cessaram,	 mas	 o
membro	do	paciente	ficou	paralisado.
E-Book	-	Apostila
3	-	47
Entre	 os	 anos	 de	 1940	 e	 1970,	 cirurgiões	 descobriram	 que,	 fazendo	 pequenas
lesões	 no	 globo	 pálido,	 no	 tálamo	 ou	 no	 núcleo	 subtalâmico,	 muitas	 vezes,
poderiam	melhorar	o	 tremor,	a	 rigidez	e	a	acinesia	da	doença	de	Parkinson,	 sem
induzir	 à	 paralisia.	 Atualmente,	 lesões	 cirúrgicas	 pontuais	 nos	 núcleos	 da	 base	 e
no	 tálamo	 ainda	 são	 utilizadas	 em	 alguns	 pacientes	 com	 Parkinson	 (BEARS;
CONNORS;	PARADISO,	2002).
Os	antigos	gregos	e	egípcios	 foram	os	primeiros	defensores	do	poder	 terapêutico
de	 choques	 elétricos,	 seus	 equipamentos	 médicos	 eram	 enguias	 elétricas	 e
arraias,	e	dizia-se	que	a	aplicação	direta	do	dito	peixe	estimulante	poderia	ajudar
a	aliviar	dores	e	cefaleia,	hemorroidas,	gota,	depressão	e	até	mesmo	epilepsia.	A
moderna	utilização	das	terapias	para	distúrbios	do	movimento	começou	na	década
de	 oitenta.	Em	 pacientes	 com	 doença	 avançada	 pouco	 responsiva	 à
farmacoterapia,	 a	 talamotomia	 (para	 o	 tremor	 evidente)	 ou	 a	 palidotomia
posteroventral	 podem	 ser	 acompanhadas	 de	 benefício	 válido.	 Entretanto	 os
procedimentos	 cirúrgicos	ablativos	 foram,	de	modo	geral,	 substituídos	por	 lesões
funcionais	 e	 reversíveis	 induzidas	 por	 estimulação	 cerebral	 profunda	 de	 alta
frequência,	que	apresenta	menor	morbidade	(KATZUNG;	TREVOR,		2017).
Eletroconvulsoterapia
A	 eletroconvulsoterapia	 (ECT)	 é	 o	 tratamento	 mais	 controverso	 da	 psiquiatria
moderna,	 pois	 nenhum	 outro	 tratamento	 gerou	 uma	 reação	 tão	 feroz	 e	 debate
público	 polarizado.	Os	 críticos	 da	 ECT	 dizem	que	 é	 uma	 ferramenta	 grosseira	 de
coerção	psiquiátrica;	defensores	dizem	que	é	o	tratamento	psiquiátrico	mais	eficaz
e	que	salva	milhares	de	vidas	atualmente.	
ECT	é	a	uma	terapia	utilizada	na	estimulação	cerebral	no	transtorno	da	depressão,
sendo	 altamente	 efetivo,	 porém	 seu	mecanismo	de	 ação	 ainda	 não	 é	 totalmente
conhecido,	 entretanto	 acredita-se	 que	 esteja	 relacionado	 com	 a	 provável
mobilização	dos	neurotransmissores	causada	pela	convulsão;	perda	de	memória	e
estigmas	sociais	constituem	os	principais	problemas	associados	à	ECT,	que	limitam
seu	 uso.	 A	 técnica	 constitui	 o	 único	 agente	 terapêutico	 para	 o	 tratamento	 da
depressão,	 com	 a	 possível	 exceção	 de	 agentes	 experimentais,	 cetamina,
escopolamina	e	privação	do	sono,	que	é	 rápido	no	seu	 início	antidepressivo,	 com
ações	 terapêuticas	que	podem	começar,	até	mesmo,	após	uma	única	aplicação	e
dentro	de	alguns	dias.	A	ausência	de	uma	resposta		fisiológica	do	paciente	com	o
arsenal	de	antidepressivos	utilizados	na	depressão	(monoterapia	ou	associados)	é
um	dos	 fatores	 fundamentais	para	a	utilização	da	 terapia	ECT,	embora	possa	 ser
utilizada	em	casos	de	alto	risco,	como	depressões	psicóticas,	suicidas	ou	pós-parto
(STAHL,	 2017).	 Na	 ECT,	 é	 um	 método	 seguro	 e	 eficaz	 de	 tratamento	 para	 uma
variedade	 de	 condições	 psiquiátricas	 e	 algumas	 condições	 médicas,	 podendo
haver	 redução	 do	 tempo	 de	 permanência	 e	 o	 custo	 da	 hospitalização,	 devido	 à
eficácia	e	rapidez	de	resposta	(MHECCU,	2002).
E-Book	-	Apostila
4	-	47
Principais	 Indicações	 do	 uso	 de	 ECT	 são	 para	 os	 casos	 de	 episódio	 depressivo
maior,	mania	e	esquizofrenia.	A	seleção	de	pacientes	é	fundamental	para	garantir
um	 alto	 grau	 de	 confiança	 de	 que	 a	 ECT	 será	 mais	 eficaz	 do	 que	 outros
tratamentos,	 minimizando	 o	 risco	 de	 morbidade	 e	 de	 mortalidade,	 que
provavelmente	 são	 de	 natureza	 cardiopulmonar	 se	 ocorrer,	 e	 é	 considerada	 de
acordo	 com	 o	 risco	 associado	 a	 outros	 procedimentos	 de	 baixo	 risco	 sob	 uma
anestesia	geral	(MHECCU,	2002).
No	 vídeo	 abaixo,	 falaremos	 sobre	 a	 estimulação	 magnética	 transcraniana.
Acompanhe!
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
A	partir	do	vídeo	assistido,	você	consegue	 identificar	quais	outros	conhecimentos
foram	adquiridos	com	ele?
Estimulação	cerebral	profunda
A	 Estimulação	 Cerebral	 Profunda	 (ECP)	 é	 um	 procedimento	 que	 se	 desenvolveu
como	 resultado	 de	 décadas	 de	 trabalho	 em	 orientação	 estereotáctica,
neurofisiologia	 e	 neuroanatomia.	 Atualmente,	 a	 ECP	 é	 um	 tratamento	 validado	 e
aprovado	 pela	Food	 and	 Drug	 Administration	 (FDA)	 para	 vários	 transtornos
neurológicos	 e	 psiquiátricos,	 incluindo:	 doença	 de	 Parkinson,	 tremor	 essencial,
distonia,	transtorno	obsessivo	compulsivo	e	epilepsia.
Aplicações	 complementares	 permanecem	 como	 área	 de	 investigação	 em
andamento.	Mais	uma	vez,	a	 lesão	ganha	 interesse,	especialmente	com	o
desenvolvimento	 de	 técnicas	 minimamente	 invasivas,	 como	 a	 terapia
térmica	 intersticial	 a	 laser	 e	 a	 ultrassonografia	 transcraniana	 focada
(STAHL,	2017).
E-Book	-	Apostila
5	-	47
Há	 vários	 métodos	 para	 inserção	 de	 derivações	 e	 as	 técnicas	 procedurais
continuarão	a	evoluir	 com	o	 tempo.	Uma	equipe	multidisciplinar	é	essencial	 para
melhor	 avaliação	 possível	 do	 paciente,	 seleção	 de	 alvo	 e	 acompanhamento	 pós-
operatório.	 A	 ética	 médica	 é	 parte	 essencial	 do	 tratamento	 multidisciplinar,
particularmente	 no	 caso	 de	 crianças,	 pacientes	 com	 transtornos	 psiquiátricos	 e
pacientes	 gravemente	 debilitados	 por	 causa	 de	 seus	 transtornos	 de	 movimento
(WILLIAM,	2021).
A	ECP	é	um	tratamento	experimental	para	a	depressão	mais	grave	(Ilustração	2).	A
estimulação	cerebral	profunda	de	neurônios,	em	certas	áreas	do	encéfalo,	mostrou
ser	 eficaz	 no	 tratamentodas	 complicações	 motoras	 da	 doença	 de	 Parkinson	 e,
atualmente,	 está	 sendo	 estudada	 para	 as	 depressões	 que	 são	 resistentes	 à
tratamentos.	 Um	 marcapasso	 é	 um	 gerador	 de	 pulso	 nutrido	 por	 bateria	 que	 é
implantado	 na	 parede	 torácica	 como	 um	marcapasso.	 Um	 ou	 dois	 eletrodos	 são
colocados	 sob	 o	 couro	 cabeludo	 e	 direcionados	 para	 o	 encéfalo	 guiados	 por
neuroimagem	 e	 gravação	 de	 estimulação	 cerebral	 durante	 o	 processo	 de
implantação	para	facilitar	a	colocação	precisa	do	eletrodo	na	área	cerebral	alvo.	A
ponta	 de	 cada	 eletrodo	 consiste	 em	 várias	 áreas	 de	 contato,	 que	 geralmente	 se
expandem	 sequencialmente	 para	 cobrir	 outras	 partes	 do	 alvo	 anatômico.	 O
gerador	de	pulsos	emite	pulsos	de	corrente	curtos	e	repetitivos,	que	são	ajustados
de	acordo	com	a	impedância	do	tecido	(STAHL,	2017).
FIGURA	1	-	Estimulação	Cerebral	Profunda
Fonte:	STAHL,	2017,	p.	695.
E-Book	-	Apostila
6	-	47
ECP	 é	 a	 implantação	 de	 eletrodos	 em	 regiões	 profundas	 do	 cérebro,	 com	 a
finalidade	 de	 modular	 a	 função	 neural,	 a	 fim	 de	 tratar	 condições
neurológicas/psiquiátricas.	 Os	 eletrodos	 são	 implantados	 usando	 técnicas
estereotáxicas	 e	 são	 fixados	 a	 um	 implante	 gerador	 de	 pulso	 (IPG),	 que
normalmente	 é	 colocado	 subdermicamente	 abaixo	 da	 clavícula.	 Os	 mecanismos
fisiológicos	 precisos	 do	 ECP	 ainda	 não	 são	 totalmente	 compreendidoS,	 mas
geralmente	acredita-se	que	funcione	por	meio	de	excitação	e/ou	inibição	de	corpos
celulares	neuronais	locais	ao	eletrodo	e	de	axônios	passando	nas	proximidades.	A
estimulação	 de	 baixa	 frequência	 excita	 geralmente	 os	 neurônios	 próximos,
enquanto	a	estimulação	de	alta	frequência	pode	reduzir	a	atividade	local	e	induzir
um	efeito	reversível	a	lesões	funcionais	(PYCROFT;	STEIN;	AZIZ,	2018).
A	estimulação	ECP	fornece	benefícios	clínicos	para	pacientes	com	tremor,	doença
de	 Parkinson,	 distonia,	 síndrome	 de	 Tourette,	 depressão	 e	 transtorno	 obsessivo-
compulsivo.	A	estimulação	elétrica	do	cérebro	mostrou	 influenciar	uma	variedade
de	mecanismos	envolvidos	na	função	neuronal	e	na	sinalização.	A	sensibilidade	de
diferentes	elementos	depende	sobre	a	amplitude	e	as	características	temporais	da
estimulação,	 propriedades	 fisiológicas	 de	 células	 individuais,	 geometria	 do
estímulo	 campo,	 geometria	 dos	 elementos	 estimulados	 e	 possivelmente	 a
fisiopatologia	 subjacente	 de	 diferentes	 estados	 de	 doença.	 Nenhum	 mecanismo
único	surgiu	para	explicar	o	efeito	de	ECP	em	diferentes	regiões	do	cérebro	e	em
diferentes	 doenças.	 No	 entanto	 está	 se	 tornando	 cada	 vez	 mais	 claro	 que	 os
diferentes	 tipos	 de	 centrais	 neurônios	 do	 sistema	 nervoso	 (SNC)	 têm	 diferentes
tipos	de	canais	 iônicos	que	podem	ter	ativação	e	 inativação	sensíveis	à	voltagem
diferente	propriedades	(PERLMUTTER;	MINK,	2006).
Os	 efeitos	 colaterais	mais	 comuns	 decorrem	 do	 próprio	método.	 Tem	 havido	 um
debate	sobre	onde	os	eletrodos	de	estimulação	devem	ser	colocados	para	tratar	a
depressão	 e	 se	 tal	 estimulação	 pode	 tratar	 a	 depressão	 em	 pacientes	 que	 não
respondem	 bem	 aos	 antidepressivos.	 Atualmente,	 no	 tratamento	 da	 depressão
com	estimulação	cerebral	profunda,	a	localização	sugerida	dos	eletrodos	é	a	região
subgenual	do	Córtex	Cingulado	Anterior,	parte	do	Córtex	Pré-frontal	Ventromedial
(CPFVM).	 Essa	 região	do	 cérebro	 tem	conexões	 importantes	 com	outras	 áreas	 do
córtex	 pré-frontal,	 como	 o	 CPFVM,	 Córtex	 Orbitofrontal	 (COF)	 e	 outras	 áreas	 do
Córtex	Pré-frontal	Dorsolateral,	bem	como	a	amígdala	(Figura	2)	(STAHL,	2017).
É	 possível	 que	 a	 estimulação	 elétrica	 dessa	 área	 do	 cérebro	 leve	 à	 ativação	 de
circuitos	que	retornam	aos	centros	monoaminérgicos	do	tronco	encefálico,	atuando
como	moduladores	de	monoaminas	em	pacientes	doentes	(STAHL,	2017).
Psicoterapia	como	“agente”	epigenético
E-Book	-	Apostila
7	-	47
Tradicionalmente,	a	psicoterapia	compete	com	a	psicofarmacologia.	À	medida	que
os	medicamentos	se	tornam	a	base	do	tratamento,	as	abordagens	farmacológicas
são	 cada	 vez	 mais	 criticadas	 por	 serem	 limitadas	 em	 escopo,	 sem	 resultados
consistentes	 e	 por	 serem	 muito	 influenciadas	 pela	 indústria	 farmacêutica.	 No
entanto	 drogas	 e	 psicoterapia	 podem	 compartilhar	 um	 vínculo	 neurobiológico
comum,	pois	ambos	podem	alterar	os	circuitos	cerebrais.	Portanto	não	surpreende
que	 a	 psicoterapia	 e	 a	 psicofarmacologia	 sejam	 clinicamente	 eficazes	 no
tratamento	 de	 transtornos	 psiquiátricos	 ou	 que	 suas	 associações	 sejam
terapeuticamente	sinérgicas	(STAHL,	2017).
A	partir	de	tudo	o	que	foi	visto	até	o	momento,	sugerimos,	agora,	o	vídeo	abaixo,
para	desenvolver	e	adentrar	um	pouco	mais	do	panorama	de	estudos	proposto	na
unidade.
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
A	“terapia	cognitiva	processual”	é	uma	nova	versão	da	psicoterapia	cognitiva,	que
é	 intuitiva,	 facilmente	 adaptada	 por	 psiquiatras	 e	 terapeutas	 cognitivo-
comportamentais	 sofisticados	 e	 que	 pode	 ser	 “fácil,	 leve	 e	 divertida”.	 Nessa
terapia,	o	paciente	literalmente	coloca	em	julgamento	seus	sintomas	psiquiátricos
e	crenças	nucleares.	Essa	ideia	é	baseada	no	princípio	retratado	na	obra	de	Franz
Kafka	 "O	 Processo",	 no	 qual	 relata	 que	 o	 ser	 humano	 é	 autoacusador	 por	 sua
própria	 natureza,	 causando	 ao	 ser	 a	 confusão,	 a	 ansiedade	 e	 o	 sofrimento
existencial.	 O	 personagem	 central	 desse	 romance	 da	 obra	 do	 autor	 é	 detido,
julgado	e	condenado	sem	nunca	saber	o	crime	do	qual	foi	acusado.
A	 técnica	 da	 verdade	 é	 universal	 e	 a	 adapta	 em	 um	 paradigma	 moderno	 de
tribunal,	 e	 durante	 a	 psicoterapia,	 as	 autoacusações	 do	 paciente	 são	 julgadas
como	esquemas	distorcidos	e	crenças	nucleares	que	foram	desenvolvidos	sobre	o
“promotor	 interno”	 do	 doente.	 Com	 isso,	 convence	 o	 paciente	 que	 suas	 crenças
são	de	 verdade	e	 que,	 devido	 a	 isso,	 ele	 sofre.	 Essa	 terapia	 busca	 evidenciar	 ao
doente	que	seus	sintomas	e	sofrimento	são	devidas	às	crenças	nucleares,	e	podem
ser	 contestadas	 ativando	 seu	 “advogado	 de	 defesa	 interno”	 do	 próprio	 paciente,
para	enxergar	as	coisas	de	maneira		equilibrada	e	realista,	e,	como	consequência,
alivia	os	sintomas	e	melhora	a	qualidade	de	vida	do	doente.	Quando	essa	terapia	é
bem-sucedida,	 forma-se	 uma	 nova	 abordagem	 e	 perspectiva	 do	 “advogado	 de
defesa	 interno”	 para	 o	 combate	 e	 inibição	 do	 circuito	 que	medeia	 a	 ativação	 da
primeira	aprendizagem,	a	crença	nuclear	distorcida	do	próprio	“promotor	interno”.	
E-Book	-	Apostila
8	-	47
REFLITA
Onde	você	vê
"Onde	você	vê	um	obstáculo,
alguém	vê	o	término	da	viagem
e	o	outro	vê	uma	chance	de	crescer.
Onde	você	vê	um	motivo	pra	se	irritar,
Alguém	vê	a	tragédia	total
E	o	outro	vê	uma	prova	para	sua	paciência.
Onde	você	vê	a	morte,
Alguém	vê	o	fim
E	o	outro	vê	o	começo	de	uma	nova	etapa…
...Onde	você	vê	a	fortuna,
Alguém	vê	a	riqueza	material
E	o	outro	pode	encontrar	por	trás	de	tudo,	a	dor	e
a	 miséria	 total..."	 (PESSOA	apud	DIAS,	 2011,	on-
line)
E-Book	-	Apostila
9	-	47
A	terapia	cognitiva	processual	é	uma	das	psicoterapias	com	potencial	para	serem
utilizadas	 em	 combinação	 com	 antidepressivos	 químicos	 no	 tratamento	 no
transtorno	 da	 depressão	 maior,	 indo	 além	 da	 farmacoterapia.	 A	 combinação	 da
psicoterapia	 com	 medicamentos	 antidepressivos	 tem	 o	 potencial	 de	 tornar	 os
resultados	 muito	 satisfatório,	 tanto	 para	 o	 profissional	 da	 saúde,	 como	 ao
paciente,	com	esse	sinergismo	terapêutico	(STAHL,	2017).
Psicofarmacologia	 nos	 transtornos	 por	 uso	 de
substâncias	–	casos	clínicos
Nessa	 categoria,	 tem-se	 o	 uso	 contínuo	 e	 recorrente	 de	 uma	 substância	 química
(que	 deve	 ser	 especificada	 no	 diagnóstico);	 quando	 mantidos,	 apresentam
problemas	significativos,	sendo	que	os	indivíduo	podem	apresentar:
(Passe	o	mouse	no	(+)	e	confira	o	conteúdo	abaixo)
A	categoria	“transtorno	poruso	de	substâncias”	vem	substituir,	no	DSM-5,	a	noção
mais	restrita	de	“dependência	química”	(que	é	 fenômeno	farmacológico,	podendo
ou	não	estar	rigorosamente	presente	nesses	transtornos)	(AMERICAN	PSYCHIATRIC
ASSOCIATION,	2014).	A	perda	do	controle	sobre	o	uso	das	substâncias	químicas	é	o
elemento	básico	desses	 transtornos.	Ela	se	expressa	pelo	 fracasso	das	 tentativas
de	 reduzir	 ou	 regular	 o	 consumo	 pelo	 próprio	 doente.	 O	 indivíduo	 doente	 gasta
muito	 tempo	do	seu	dia	para	obter	a	 "substância",	e	grande	parte	das	atividades
diárias	gira	em	torno	da	droga,	e	o	vício	o	mantem	na	rua,	em	constante	agitação
para	 consegui-la.	 Há,	 em	 geral,	 fissura	 (forte	 desejo	 ou	 necessidade	 intensa	 de
usar	a	droga)	para	o	uso,	normalmente	desencadeada	por	um	ambiente	em	que	a
droga	foi	consumida	ou	obtida	anteriormente.
dificuldade	no	controle	sobre	a	utilização	da	substância;
prejuízos	psicológicos	e	sociais	com	a	sociedade;
riscos	físicos	ao	corpo	e	psicológicos	a	mente;
fenômenos	farmacológicos	e	fisiológicos,	como	a	tolerância	e	a
abstinência.
E-Book	-	Apostila
10	-	47
Os	prejuízos	sociais	se	caracterizam	pelas	dificuldades	em	cumprir	tarefas	básicas
de	 um	 cidadão	 normal,	 como	 nos	 estudos	 e	 em	 casa,	 e	 no	 abandono	 de
importantes	atividades	sociais,	profissionais	e	recreacionais	em	virtude	do	uso	da
substância	 química.	 O	 indivíduo	 doente	 continua	 usando	 a	 substância	 química,
apesar	 de	 todos	 os	 problemas	 interpessoais	 e	 sociais	 discutidos	 anteriormente.
Além	disso,	 o	 uso	 envolve	 riscos	 à	 integridade	 física	 e/ou	 psicológica	 da	 pessoa,
podendo	a	 levar	a	morte,	pelo	uso	em	excesso	como	a	overdose,	ou	um	combate
fisíco	com	outros	usuários	e	traficantes.	Contudo	o	indivíduo	não	consegue	manter-
se	 abstinente	 apesar	 de	 tais	 riscos;	 pode	 haver	 critérios	 farmacológicos	 que
caracterizam	o	transtorno,	mas	que	não	são	um	diagnóstico	pelo	DSM-5,	que	são	a
tolerância	 e	 a	 abstinência	 causada	 pela	 substância	 química	 (DALGALARRONDO,
2018).
As	 terapias	 medicamentosas	 para	 os	 indivíduos	 com	 transtornos	 relacionados	 a
substâncias,	 apesar	 de	 necessárias	 e	 benéficas,	 raramente	 são	 suficientes	 para
curar	a	doença.	Muitas	vezes,	drogas	são	usadas	em	excesso	por	um	paciente	com
depressão,	 para	 reduzir	 a	 dor	 psíquica,	 por	 um	 indivíduo	 com	 mania,	 que	 se
manifesta	 como	 hiperatividade	 e	 hedonismo	 incontrolado	 ou,	 ainda,	 por	 uma
pessoa	com	algum	outro	transtorno	comórbido	importante	do	eixo	I	(SCHATZBERG;
DEBATTISTA,	2017).	
As	categorias	de	abuso	de	substância	e	dependência	de	substância	 foram
eliminadas	 e	 substituídas	 por	 uma	 nova	 categoria	 mais	 abrangente	 de
transtornos	por	uso	de	substâncias	(em	que	a	substância	específica	usada
define	 o	 transtorno	 específico).	 “Dependência”	 é	 facilmente	 confundida
com	o	termo	“adição”,	mas	a	tolerância	e	a	abstinência	que	anteriormente
definiam	 dependência	 são,	 na	 verdade,	 respostas	 bastante	 normais	 a
medicamentos	prescritos	que	afetam	o	sistema	nervoso	central	(AMERICAN
PSYCHIATRIC	ASSOCIATION,	2014).
E-Book	-	Apostila
11	-	47
A	 tolerância	 é	 determinada	 pelo	 fato	 de	 que	 são	 necessárias	 dosagens
significativamente	maiores	da	substância	para	atingir	o	efeito	desejado,	ou	que	o
efeito	da	substância	diminua	significativamente	ao	longo	do	tempo	das	dosagens.
Com	 certos	 medicamentos,	 como	 álcool,	 opioides	 e	 benzodiazepínicos,	 muitas
vezes,	 há	 um	 fenômeno	 de	 tolerância.	 A	 síndroma	 de	 abstinência	 pode	 ocorrer
quando	 a	 concentração	 da	 droga	 no	 sistema	 da	 pessoa	 diminui	 e	 o	 indivíduo
começa	 a	 apresentar	 sintomas	 como	 tremores,	 ansiedade,	 sudorese,	 insônia	 ou
sonolência	 (sintomas	 específicos	 dependem	 muito	 do	 tipo	 de	 substância).	 Os
sintomas	de	abstinência	geralmente	resultam	de	álcool,	opioides,	cafeína,	tabaco,
estimulantes	 (como	 cocaína	 e	 a	 anfetaminas)	 e	 sedativos	 (como
benzodiazepínicos)	(DALGALARRONDO,	2018).
Não	há	 apenas	uma	única	 razão	que	explique	—	e	que	 se	 encaixe	para	 todas	 as
pessoas	 doentes	 que	 utilizam	 determinadas	 substâncias	 —	 quando	 e	 por	 qual
motivo	esse	uso	se	transforma	em	um	transtorno	destrutivo	para	o	paciente	e	para
a	 sociedade.	 Em	muitos	 casos,	 principalmente	 para	 os	 adolescentes,	 o	 início	 da
utilização	das	substâncias	está	relacionado	aos	fatores:	curiosidade;	convivência	e
pressão	dos	pares	ou	companheiros	que	já	fazem	o	uso	da	substância;	tentativa	de
ser	aceito	pelo	grupo	ao	qual	pertence;	sensação	de	fazer	parte	de	uma	subcultura
em	 que	 se	 encaixa;	 excitação	 por	 fazer	 algo	 ilegal	 e	 secreto;	 expressão	 de
hostilidade	 e	 independência	 em	 relação	 aos	 próprios	 pais	 e	 aos	 professores;	 e
tentativa	 de	 reduzir	 sensações	 desagradáveis	 de	 uma	 pessoa	 normal	 como	 a
tensão,	 ansiedade,	 solidão,	 tristeza,	 sensação	 de	 impotência	 sobre	 algo	 como
trabalho,	estudo	ou	relacionamentos	(DALGALARRONDO,	2018).
(Clique	na	imagem	para	interagir	com	o	conteúdo)
E-Book	-	Apostila
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Fonte	da	figura:	TINNAKORNLEK	/	123RF.
Essas	 regiões	 interagem	com	estruturas	subcorticais	 (como	o	sistema	 límbico	e	o
sistema	de	recompensa,	o	NAc),	que	estão	relacionadas	a	recompensas	imediatas.
A	 ativação	do	 sistema	de	 recompensa	é	modulada	pelos	 níveis	 de	dopamina	não
apenas	 durante	 a	 realização	 de	 atividades	 percebidas	 como	 prazerosas	 mas
também	em	sua	antecipação.
A	diminuição	da	autoestima	é	um	aspecto	 importante	dos	 transtornos	por
uso	 de	 substâncias.	 Ocorre	 em	 relação	 à	 diminuição	 do	 interesse,
deterioração	no	autocuidado,	perda	de	vínculos	sociais	(não	relacionados	à
aquisição	 e	 ao	 uso	 de	 substâncias)	 e	 eventual	 participação	 em	atividades
ilegais	 e	 criminosas	 para	 obtenção	 de	 substâncias.	 Essa	 queda	 na
autoestima	 também	 está	 associada	 a	 sentimentos	 de	 vazio	 e	 de	 solidão.
Algumas	 pessoas	 negligenciam	 suas	 roupas,	 higiene	 e	 dentes	 durante	 o
curso	 de	 sua	 doença	 (usando	 álcool,	 cocaína	 em	 pó	 ou	crack),	 ficam
desnutridas	 e	 podem	 ter	 relações	 sexuais	 promíscuas	 para	 obter	 a
substância	 (no	caso	do	 transtorno	 relacionado	ao	uso	de	crack).	 Isso	pode
ser	 um	 fator	 importante	 na	 contaminação	 por	 doenças	 sexualmente
transmissíveis,	 como	 HIV	 e	 sífilis.	 Assim,	 com	 a	 participação	 física
tornando-se	 obrigatória,	 o	 processo	 de	 recuperação	 significa	 envolver-se
emocionalmente	 em	 outras	 atividades	 e	 se	 conectar	 com	 outras	 pessoas
importantes	para	recuperar	a	autoestima,	habilidades	sociais	positivas	e	o
desejo	 de	 permanecer	 vivo	 dessa	maneira.	 As	 teorias	 sobre	 dependência
ou	 dependência	 de	 substâncias	 vão	 desde	 possíveis	 mecanismos
neurobiológicos,	 teorias	 de	 comportamento	 aprendido	 e	 mecanismos	 de
memória	 até	 teorias	 psicanalíticas,	 psicossociais,	 sociológicas	 e
antropológicas.
Não	 poderemos,	 no	 espaço	 deste	 livro,	 abordar	 todas	 as	 substâncias
envolvidas	 nos	 transtornos.	 Optamos,	 então,	 por	 apresentar	 as	 mais
importantes,	 por	 sua	 frequência	 em	 nosso	 meio	 e	 por	 sua	 relevância
psicopatológica:	álcool,	maconha	e	cocaína/crack	(o	tabaco	e	a	cafeína,
apesar	 de	 representarem	 uso	 importante	 do	 ponto	 de	 vista
epidemiológico,	 não	 acarretam	 consequências	 psicopatológicas	 na
mesma	 intensidade	 que	 essas	 três	 substâncias)	 (DALGALARRONDO,
2018).
ATENÇÃO
E-Book	-	Apostila
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Evidências	 atuais	 sugerem	 que	 a	 maioria	 das	 drogas	 exerce	 seus	 efeitos
potenciadores	 iniciais	 ativando	 circuitos	 de	 recompensa	 no	 cérebro.	 No	 entanto,
com	 o	 consumo	 continuado,	 ocorrem	 danos	 cerebrais:	 esse	 órgão	 torna-se	 cada
vez	 mais	 sensível	 aos	 estressores,	 interfere	 no	 autocontrole	 e,	 eventualmente,
transita	para	o	consumo	automático	e	compulsivo.	Essa	evolução	é	mais	provável
de	 ocorrer	 em	 indivíduos	 com	 vulnerabilidade	 genética,	 doença	 mental,	 uso
precoce	de	drogas	na	adolescência	e	estresse	crônico	(CORDEIRO,	2018).O	 uso/abuso	 de	 drogas	 como	 cocaína,	crack,	 maconha,	 psicodélicos,	 álcool	 e
substâncias	 psicotrópicas	 é	 considerado	 um	 problema	 de	 saúde	 pública	 com
impactos	negativos	à	saúde	psicológica	(cognitiva	e	emocional),	social,	econômica,
ocupacional	 e	 física,	 assim	 como	 ao	 bem-estar	 da	 família.	 O	 problema	 indica	 a
necessidade	 de	 políticas	 de	 assistência	 (incluindo	 avaliação,	 reabilitação	 e	 a
reinserção	social	do	 indivíduo),	controle	e	combate	a	esse	uso/abuso,	envolvendo
diferentes	setores	da	sociedade.
O	uso	e	abuso	de	drogas,	de	modo	geral,	tem	repercussão	em	áreas	límbicas	e	no
centro	 de	 recompensa	 do	 cérebro,	 apresentando	 relação	 com	 agressividade,
distúrbios	 comportamentais	 e	 de	 humor,	 alterações	 em	 memória,	 em	 funções
executivas	e	na	aprendizagem,	dentre	outras,	havendo	alguns	 instrumentos	úteis
na	 avaliação	 neuropsicológica	 desses	 pacientes,	 sendo	 que	 tais	 alterações
interferem	na	adesão	ao	tratamento	e	inserção	social	(BARNHILL,	2015).
No	 diagnóstico	 segundo	 o	 DSM-5,	 qualquer	 tipo	 de	 padrão	 de	 uso	 de	 substância
que	 cause	 sofrimento	 ou	 prejuízo	 clinicamente	 significativo,	 anteriormente
designado	 pelos	 termos	 "abuso"	 e	 "dependência",	 foi	 substituído	 por	 "transtorno
de	 uso	 de	 substância".	 Então,	 nessa	 nova	 classificação,	 pessoas	 que	 antes	 eram
“abusadores”,	mesmo	 aqueles	 diagnosticados	 com	 uma	 doença	mental	 chamada
“dependência	 química”,	 passaram	 a	 ter	 a	 mesma	 seita,	 mas	 seu	 nível	 de
comprometimento	varia	e	agora	se	divide	em	 leve,	moderado	e	grave.	De	acordo
com	 o	 DSM-5	 (AMERICAN	 PSYCHIATRIC	 ASSOCIATION,	 2014),	 o	 diagnóstico	 é
baseado	 nas	 seguintes	 evidências.	 Padrões	 problemáticos	 de	 uso	 de	 substâncias
que	 causam	 danos	 ou	 angústia	 clinicamente	 significativos,	 percebido	 por,	 pelo
menos,	 dois	 dos	 critérios	 que	 mencionaremos	 a	 seguir,	 com	 ocorrência	 de	 um
período	de,	no	mínimo,	12	meses	entre	eles	(CORDEIRO,	2018).
(Clique	nas	setas	para	avançar	ou	retornar	o	conteúdo)
a	substância/droga	é		consumida	em	maiores	quantidades	ou	por
um	período	maior	que	a	pretensão	inicial;
a	cobiça	persistente	ou	esforços	malsucedidos	na	tentativa	de
diminuir	ou	conter	a	utilização	da	substância	prejudicial;
muito	tempo	do	dia	é	gasto	em	atividades	relacionadas	à
obtenção,	à	utilização	ou	à	recuperação	dos	efeitos	colaterais
causados	pelo	uso	da	substância;
E-Book	-	Apostila
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a	fissura,	um	desejo	intenso	ou	a	simples	necessidade	de	se
utilizar	a	substância;
o	uso	periódico	da	substância,	resultando	em	uma	diminuição	no
desempenho	de	atividades	no	cotidiano	da	casa,	do	trabalho	ou
da	escola;
o	uso	contínuo	da	substância,	apesar	dos	problemas
psicossociais,	sociais	e	interpessoais	persistentes	e/ou
recorrentes	movidos	ou	agravados	por	seus	efeitos;
a	abdicação	ou	diminuição	das	atividades	sociais,	profissionais	ou
recreativas	importantes	do	paciente	devido	ao	consumo	das
substâncias;
o	uso	continuado	da	substância	mesmo	em	ocasiões	nas	quais
esse	consumo	represente	riscos	à	integridade	física;
o	consumo	é	nutrido	apesar	da	consciência	de	se	ter	um
problema	físico	ou	psicológico	constante	e	periódica	que	tende	a
ser	causado	ou	acentuado	por	essa	utilização;
Abstinência	manifestada	por:	características	de	síndrome	de
abstinência	da	substância	usada	e/ou	uso	da	substância	ou
substâncias	similares	para	evitar	sintomas	de	abstinência;
tolerância,	definida	como	uma	diminuição	significativa	da	eficácia
com	o	uso	continuado	da	mesma	quantidade	da	substância	e/ou	a
necessidade	de	quantidades	cada	vez	maiores	da	substância	para
atingir	o	mesmo	grau	de	intoxicação.
Desenvolver	 o	 conhecimento	 sobre	 o	 contexto	 das	 drogas	mais	 importantes	 que
estimulam	a	atividade	mental,	depressores	e	 interrupções	e	as	consequências	de
seu	uso	desse	cenário,	 incluindo	experimentação	e	dependência,	conceitos-chave
e	aspectos	culturais	do	consumo	de	álcool	na	sociedade	atual.	Princípios	e	modelos
de	terapia	cognitivo-comportamental	e	treinamento	de	habilidades	sociais	também
são	introduzidos	na	indicação	da	dica.
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DICA
Livro:	Terapia	cognitivo-comportamental	para
dependência	química	e	adicções	contemporâneas.
(SANTOS,	2020,	p.	9-19).
Disponível	em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicaca
o/185654	
A	 discussão	 sobre	 o	 assunto	 do	 uso	 de	 substâncias	 psicoativas	 e	 transtornos
relacionados	a	elas	é	de	suma	importância	na	sociedade	moderna,	pois	buscam	a
redução	e	um	maior	conhecimento	sobre	o	assunto,	mitos	e	a	verdadeira	realidade
atualmente.	As	pessoas	precisam	refletir	sobre	a	simples	cervejinha	de	um	final	de
semana,	 até	 as	 pessoas	 que	 vivem	 nas	 ruas,	 como	 as	 diferenças	 que	 são	 a
frequência	de	uso	e	o	nível	de	destruição	que	elas	causam.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/185654
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SAIBA	MAIS
A	dependência	a	uma	ou	mais	substâncias	pode	acontecer	logo	no	primeiro
uso.	 Não	 existe	 uma	 regra	 ou	 causa	 única,	 pois	 há	 pessoas	 que	 já	 têm
certa	predisposição	para	 a	dependência	química,	 enquanto	 outras	podem
estar	sujeitas	a	ela	após	alguns	usos.
Segundo	 especialistas,	 existe	 uma	 somatória	 de	 fatores	 de	 risco	 que
influenciam	a	vida	do	 indivíduo,	 fazendo	com	que	a	probabilidade	dele	se
tornar	um	dependente	químico	aumente.	Esses	aspectos	são	de	ordem:
biológica;
psicológica;
social.
Saiba	 mais	 sobre	 essa	 temática	 ao	 assistir	 ao	 vídeo	 disponível	 em:
https://www.youtube.com/watch?v=6hK9PM1uM8U	
Vamos	conferir	alguns	casos	abaixo.	Clique	nas	sanfonas	e	leia	as	descrições.
Caso	1
"AFS,	sexo	masculino,	29	anos,	pardo,	solteiro,	natural	e	procedente	de	Recife-
PE,	 em	 situação	 de	 rua.	 Segundo	 seu	 relato	 é	 o	 caçula	 de	 dois	 irmãos,	 sem
vínculos	 familiares,	 referia	 ter	 conhecimento	 apenas	 do	 irmão	 mais	 velho,
contudo	sem	qualquer	contato;	pai	 falecido	na	 infância	e	desconhecia	nome	e
paradeiro	da	mãe.	Relatou	vivência	em	ambiente	hostil,	sofrendo	agressões	de
sua	 genitora,	motivo	 pelo	 qual	 alega	 ter	 saído	 de	 casa	 e	 ido	morar	 nas	 ruas,
aos	 oito	 anos	 de	 idade.	 Correlaciona	 esse	 fato	 ao	 início	 do	 uso	 de	 inalante
(cola),	 e	 refere	 ter	 feito	 uso	 de	 outras	 substâncias	 psicoativas	 na	 vida
(maconha,	álcool,	crack,	Rohypnol®,	Artane®	e	tabaco),	e	segundo	relato	em
prontuários,	abstinente	para	estas.	Relatou	episódios	de	transgressões	sociais
e	 desvios	 de	 conduta,	 sendo	 resgatado	 diversas	 vezes	 pelas	 instituições	 de
acolhimento.	Apresentou	histórico	de	internamentos	psiquiátricos...
https://www.youtube.com/watch?v=6hK9PM1uM8U
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...apresentava	quadro	clínico	comprometido,	tremores,	agitação	psicomotora	e
irritabilidade,	 comprometimentos	 motor	 e	 mental	 importantes,	 refletidos	 em
incoordenação	 motora	 (ataxia	 global),	 dificuldade	 de	 raciocínio,	 instabilidade
emocional	 e	 déficit	 de	 compreensão	 (atraso	 cognitivo).	 Associava-se,	 ainda,
grave	 comprometimento	 visual,	 poliparasitose	 intestinal,Sífilis	 e	 alterações
renais.	 Nos	 grupos	 terapêuticos,	 mostrava-se	 bastante	 sonolento,	 déficit	 de
atenção,	 dificuldades	 em	 seguir	 regras	 e	 rotinas,	 comportamento	 agitado	 e
irritado"	(LINS;	PIMENTEL;	UCHÔA,	2010,	p.	19).
Caso	2
"Oliver	Vincent	nunca	se	viu	como	um	adito.	Sempre	“esteve	no	controle”.	Aos
35	anos,	estava	bem	de	vida	como	proprietário	de	várias	franquias	de	roupas,
morava	com	o	ex-companheiro	em	um	apartamento	mais	do	que	confortável	na
cidade	de	Nova	York,	exercitava-se	todos	os	dias,	gozava	da	companhia	de	um
grupo	 de	 amigos	 afetuosos	 e,	 embora	 fosse	 solteiro,	 não	 havia	 desistido	 da
ideia	 de	 algum	 dia	 (de	 preferência	 logo)	 encontrar	 o	 homem	 perfeito	 para
compartilhar	a	vida...
...	 o	 sr.	 Vincent	 assumiu	 sua	 homossexualidade	 perante	 a	 família	 católica	 de
origem		irlandesa	quando	tinha	19	anos.	Seus	pais	já	imaginavam	que	ele	fosse
gay	 muito	 antes	 que	 se	 revelassee	 encararam	 bem	 a	 “novidade”.	 A	 maior
preocupação	 deles	 era	 que	 o	 filho	 sofresse	 discriminação	 devido	 à	 sua
sexualidade,	se	machucasse	e	vivesse	uma	vida	solitária.	A	realidade	se	tornou
o	oposto:	o	sr.	Vincent	era	“assumido	de	carteirinha”	e	curtia	a	vida.	Quando	o
sr.	Vincent	percebeu	que	tinha	um	problema	com	uso	de	substância,	lidou	com
a	situação	do	mesmo	modo	que	havia	lidado	com	praticamente	tudo:	de	frente.
Pela	 primeira	 vez	 na	 vida,	 ele	 decidiu	 consultar	 um	 psiquiatra.	 O	 sr.	 Vincent
descreveu	um	padrão	que	orbitava	em	atividades;	nas	noites	de	sexta-feira	e
sábado	–	e	eventualmente	durante	a	semana	–	saía	para	 jantar	com	amigos	e
depois	 ia	 a	 uma	 casa	 noturna	 ou	 a	 uma	 festa	 particular.	 Normalmente	 bebia
dois	ou	três	coquetéis	e	de	quatro	a	cinco	copos	de	vinho	durante	a	noite.	Sem
álcool,	 percebia	 que	 facilmente	 conseguia	 dizer	 “não”	 ao	 uso	 de	 substâncias,
mas	 “depois	 de	 ficar	 alto,	 se	 alguém	 tem	 coca	 –	 e	 sempre	 tem	 alguém	 por
perto	que	 tem	coca	–	eu	uso.	Então	meu	coração	dispara	e	 faço	de	 tudo	para
não	ficar	sozinho.	Antes	eu	entrava	na	 internet,	mas	agora	é	tudo	no	"Grindr”
(aplicativo	de	namoro	homossexual)...
E-Book	-	Apostila
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...	de	modo	geral,	o	 sr.	Vincent	bebia	álcool	e	usava	cocaína	de	 três	a	quatro
vezes	 por	 semana	 e	 “eventualmente	 usava	 tina	 e	 sais	 de	 banho”.	 Ele	 mal
conseguia	 ir	a	 reuniões	na	segunda-feira	de	manhã,	muito	menos	se	preparar
para	 elas,	 e	 estava	 tentando	 reduzir	 seu	 uso	 de	 cocaína	 há	 seis	meses,	 sem
sucesso.	Desde	que	havia	começado	a	usar	cocaína	regularmente,	o	sr.	Vincent
perdera	peso	e	 tinha	problemas	de	 sono.	Ele	preocupava-	 se	que	 seu	esforço
na	 academia	 estava	 sendo	 desperdiçado.	 Seus	 negócios	 continuavam	 a	 ter
sucesso,	 mas	 sua	 própria	 eficiência	 havia	 diminuído.	 O	 mais	 importante	 era
que	ele	não	praticava	sexo	seguro	quando	estava	sob	o	efeito	de	estimulantes,
de	 modo	 que	 se	 preocupava	 com	 a	 possibilidade	 de	 soroconversão	 de	 HIV"
(BARNHILL,	2015,	p.	257-258).
Caso	3
"Shaun	 Yates,	 um	 estudante	 universitário,	 afro-americano,	 de	 34	 anos,	 se
apresentou	 para	 avaliação	 de	 instabilidade	 crônica	 do	 humor.	 Seus	 sintomas
persistiram	e	se	agravaram	nos	10	anos	seguintes	ao	retorno	de	um	período	de
12	meses	de	serviço	militar	no	Iraque...
...	 o	 sr.	 Yates	 negou	 apresentar	 sintomas	 psiquiátricos	 antes	 do	 alistamento.
Durante	 a	 convocação,	 trabalhou	 em	 transportes	 e,	 embora	 não	 estivesse
diretamente	envolvido	em	combates,	“perdeu	muitos	companheiros”.	Essa	era
sua	 primeira	 avaliação	 psiquiátrica.	 Preferia	 “não	 falar	 sobre	 essas	 coisas”,
mas	cedeu	à	insistência	da	esposa.	Durante	a	apresentação,	o	sr.	Yates	relatou
que	 seu	 humor	 estava	 “para	 baixo”.	 Sentia-se	 “um	 sonâmbulo”	 durante	 a
maior	parte	do	 tempo	e	não	 tinha	prazer	na	companhia	da	esposa	e	dos	dois
filhos	 pequenos.	 Relatou	 inquietude,	 bem	 como	 um	 estado	 de	 alerta
desnecessário	 sempre	 que	 ia	 a	 locais	 públicos.	 Evitava	 dirigir,	 especialmente
sobre	 pontes,	 e	 preferia	 “ficar	 pelas	 redondezas”.	 Seu	 sono	 era	 interrompido
regularmente	 por	 sonhos	 vívidos	 e	 perturbadores	 com	 “bombas	 e	 minas
terrestres”...
...	 depois	 de	 vários	 anos	 de	 subemprego,	 uma	 situação	 parcialmente
decorrente	 desses	 sintomas,	 sua	 esposa	 o	 convencera	 a	 voltar	 para	 a
faculdade	para	ter	mais	flexibilidade	de	emprego	no	futuro.	O	sr.	Yates	relatou
dificuldades	de	concentração	desde	seu	retorno	do	serviço	militar.	A	cocaína	o
ajudava	 inicialmente,	mas	sua	capacidade	de	estudar	 reduziu	com	o	aumento
do	 uso	 de	 cocaína.	 Ele	 relatou	 sentir	 culpa	 sobre	 seu	 comportamento	 sexual
quando	 usava	 a	 substância,	 mas	 negou	 sentimentos	 de	 desvalia	 ou
desesperança.	 Tinha	 uma	 história	 remota	 de	 ideias	 suicidas	 passivas
(“pensamentos	 fugazes”),	 mas	 negou	 ideação	 suicida	 ativa	 e	 tentativas	 de
suicídio.	 Seu	 apetite	 era	 bom,	 e	 ele	 negou	 história	 de	 ataques	 de	 pânico,
mania,	 psicose	 ou	 sintomas	 obsessivo-compulsivos.	 Negou	 história	 de
hospitalização	 psiquiátrica	 ou	 de	 tratamento	 ambulatorial.	 Não	 havia	 história
psiquiátrica	 na	 família,	 exceto	 pelo	 pai,	 com	 abuso	 de	 álcool.	 O	 sr.	 Yates
começou	a	consumir	álcool	nos	fins	de	semana	quando	tinha	14	anos...
E-Book	-	Apostila
19	-	47
...	no	início,	tinha	alta	tolerância	e	precisava	de	quase	meio	litro	de	álcool	para
“ficar	bêbado”.	Ele	relatou	que	seu	consumo	aumentou	um	pouco	no	exército	–
“talvez	 tenha	 fugido	 um	 pouco	 do	 controle”	 –	 e	 que	 sofria	 apagões
regularmente.	Depois	de	ser	dispensado,	normalmente	bebia	meio	litro	a	cada
dois	ou	 três	dias,	mas	às	vezes	bebia	mais.	Durante	períodos	de	uso	 intenso,
tinha	eventuais	tremores	pela	manhã	que	se	resolviam	com	ingestão	de	álcool.
Negou	outros	sintomas	de	abstinência,	mas	beber	pela	manhã	o	fazia	 lembrar
do	pai,	que	acabou	morrendo	de	cirrose	aos	56	anos,	de	forma	que	começou	a
limitar	 o	 consumo	 de	 álcool	 aos	 fins	 de	 semana.	 Desde	 o	 início	 de	 seu	 uso
frequente	 de	 cocaína,	 ele	 começara	 a	 usar	 álcool	 para	 “baixar	 a	 bola”	 do
barato	da	cocaína.	Negou	uma	história	de	complicações	legais	ou	prisões...
...Com	 início	 no	 ensino	médio,	 o	 sr.	 Yates	 fumava	Cannabis	 socialmente,	mas
nunca	 fumava	 mais	 do	 que	 duas	 vezes	 por	 mês.	 Durante	 o	 ano	 anterior	 à
avaliação,	 ele	 descobriu	 que	a	maconha	ajudava	 com	a	 insônia,	 e	 começou	a
sentir	fissura	pela	droga	todas	as	noites.	Sua	esposa	era	contra,	alegando	que
ele	acabaria	sendo	pego	pela	polícia	ou	pelos	filhos.	Continuou	a	usá-la,	apesar
das	discussões	todas	as	noites,	porque	a	Cannabis	ajudava	a	evitar	pesadelos.
O	sr.	Yates	identificou	a	cocaína	como	sua	primeira	opção	geral	de	droga.	Usou
cocaína	 pela	 primeira	 vez	 alguns	 anos	 depois	 de	 ter	 deixado	 o	 exército.	 O
método	 de	 consumo	 principal	 era	 “cheirar”	 a	 droga,	 embora	 tenha
experimentado	 fumar	 crack.	 Negou	 ter	 usado	 drogas	 via	 intravenosa.	 No
decorrer	do	ano	anterior,	seus	custos	com	cocaína	aumentaram	para	US$	200
por	 semana,	 e	 começou	 a	 empenhar	 objetos	 de	 valor	 e	 a	 perder	 aulas	 e
trabalho,	especialmente	quando	ficava	deprimido	após	o	uso.	Embora	a	esposa
não	 soubesse	 sobre	 a	 cocaína	 ou	 sua	 influência	 no	 desempenho	 geral	 do
marido,	ele	não	avançava	em	direção	ao	diploma	e	havia	perdido	pelo	menos
três	empregos	devido	a	absenteísmo	relacionado	à	cocaína.	No	ano	anterior,	o
sr.	 Yates	 começou	 a	 usar	 fenciclidina	 (PCP)	 para	 baixar	 seus	 custos.
Mergulhava	cigarros	de	maconha	em	PCP	antes	de	fumá-los...
...O	 sr.	 Yates	 consumia	 outras	 substâncias	 quando	 as	 conseguia	 facilmente,
geralmente	em	festas.	Entre	elas	estavam	o	ecstasy	(estimativa	de	10	usos	na
vida),	 os	 benzodiazepínicos	 (estimativa	 de	 20	 usos	 na	 vida)	 e	 os	 opioides
prescritos	 (estimativa	 de	 cinco	 usos	 na	 vida).	 Também	 fumava	 de	 3	 a	 5
cigarros	 por	 dia	 desde	 os	 16	 anos.	 Seus	 esforços	 para	 parar	 de	 fumar	 foram
mal-sucedidos	por	causa	da	 fissura	persistente	e	de	sintomas	de	abstinência"
(BARNHILL,	2015,	p.	266-267).
Caso	4
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"Vance	Orren	era	um	homem	de	28	anos	que	foi	preso	depois	de	empurrar	um
estranho	na	frente	do	metrô.	Disse	à	polícia	que	acreditava	que	o	homem	fosse
“dizer	a	 todo	mundo	que	eu	era	bicha”	e	que	estava	 tentando	se	proteger	da
“conspiração	 homossexual”.	 Ele	 tinha	 uma	 história	 de	 transtorno	 psicótico,
transtorno	por	uso	de	cocaína	e	falta	de	adesão	a	medicamentos	e	psicoterapia
no	 momento	 do	 incidente.	 Ele	 pleiteou	 inocência	 devido	 à	 doença	 mental
“defesa	 por	 insanidade”	 e	 passou	 por	 uma	 avaliação	 psiquiátrica	 completa,
incluindo	uma	verificação	de	história	e	desejos	sexuais...
...Como	 parte	 do	 processo	 legal,	 o	 sr.	 Orren	 foi	 submetido	 a	 uma	 avaliação
estruturada	 de	 agressor	 sexual.	 Relatou	 uma	 longa	 história	 de	 sexo	 com
menores	deidade.	Seu	primeiro	contato	sexual	–	com	um	tio	e	um	primo	de	18
anos	–	 foi	aos	12	anos.	Quando	 tinha	14	ou	15	anos,	 fazia	sexo	 regularmente
com	indivíduos	do	sexo	masculino	e	do	sexo	feminino	com	idades	que	variavam
de	 “uns	 10	 anos	 até	 a	 faixa	 dos	 30”.	 Não	 conseguia	 responder	 se	 o	 contato
sexual	sempre	havia	sido	consentido	e	afirmou	que	“jamais	alguém	chamou	a
polícia”.	 Já	adulto,	disse	que	preferia	 fazer	sexo	com	“meninas	 jovens,	porque
não	brigam	tanto”...
...Afirmou	 que	 normalmente	 só	 fazia	 sexo	 com	 adultos	 quando	 pagava	 por
prostitutas	ou	se	prostituía	por	dinheiro	ou	drogas,	embora	tenha	dito	que,	às
vezes,	quando	estava	sob	efeito	de	drogas,	“posso	ter	feito	coisas	de	que	não
me	lembro”.	A	avaliação	estruturada	de	agressor	sexual	 incluiu	pletismografia
peniana,	 avaliação	 de	 tempo	 de	 reação	 visual	 usando	 Tempo	 de	 Visualização
(Viewing	 Time	 –	 uma	medida	 da	 quantidade	 de	 tempo	 que	 uma	 pessoa	 olha
para	 uma	 foto	 ou	 outra	 representação	 visual	 específica	 de	 uma	 situação
sexualmente	 estimulante),	 e	 uma	 entrevista	 detalhada	 sobre	 suas	 práticas
sexuais;	 determinou-se	 que	 sua	 atração	 sexual	 principal	 era	 voltada	 para
meninas	 dos	 8	 aos	 13	 anos	 de	 idade.	 A	 história	 pessoal	 do	 sr.	 Orren	 era
relevante	 na	 forma	 de	 múltiplos	 distúrbios	 na	 infância	 que	 o	 levaram	 ao
sistema	de	lares	de	acolhimento	aos	7	anos	de	idade.	Aos	9,	sua	primeira	mãe
adotiva	o	pegou	várias	vezes	em	flagrante	roubando	brinquedos	e	intimidando
outras	 crianças.	 Quando	 o	 repreendeu,	 ele	 a	 agrediu	 com	 um	 tijolo	 e	 ela
perdeu	 a	 consciência.	 O	 incidente	 levou	 à	 realocação	 em	 um	 segundo	 lar	 de
acolhimento;	ele	começou	a	usar	drogas	e	álcool	aos	11	anos...
...Sua	 primeira	 prisão	 foi	 aos	 13	 anos,	 por	 furtar	 objetos	 em	 uma	 loja	 de
eletrônicos	para	obter	dinheiro	e	comprar	maconha.	Naquele	momento,	voltou
a	morar	com	a	avó	materna	que,	desde	então,	passou	a	 lhe	oferecer	moradia
ocasionalmente.	Durante	esses	15	anos,	ele	foi	preso	pelo	menos	uma	dúzia	de
vezes,	geralmente	por	posse	de	entorpecentes.	O	sr.	Orren	abandonou	a	escola
na	 9a	 série,	 mais	 ou	 menos	 na	 mesma	 época	 em	 que	 foi	 internado	 pela
primeira	 vez	 em	 uma	 unidade	 psiquiátrica.	 Essa	 internação	 foi	 resultado	 do
episódio	em	que	bateu	a	cabeça	contra	uma	parede	“para	calar	as	vozes”...
E-Book	-	Apostila
21	-	47
...Recebeu	um	diagnóstico	de	psicose	sem	outra	especificação,	foi	tratado	com
risperidona	e	teve	alta	após	uma	semana.	Logo	após	a	alta,	ele	descontinuou	a
medicação	antipsicótica.	Dos	15	aos	28	anos,	o	sr.	Orren	abusou	de	cocaína	e
álcool	 regularmente,	mas	 também	 usava	 qualquer	 droga	 a	 que	 tinha	 acesso.
No	momento	em	que	foi	preso,	já	contava	com	um	mínimo	de	sete	internações
psiquiátricas,	sempre	devido	a	alucinações	auditivas	e	delírios	de	perseguição
(geralmente	de	natureza	sexual).	Não	 ficou	claro	quais	substâncias	ele	estava
usando	 antes	 e	 durante	 esses	 episódios	 de	 psicose	 e	 se	 elas	 poderiam	 ter
contribuído	 para	 o	 desenvolvimento	 de	 seus	 sintomas	 psiquiátricos.	 Ele
também	havia	sido	internado	duas	vezes	para	desintoxicação	de	álcool,	depois
de	sofrer	abstinência	por	não	conseguir	adquirir	álcool	com	facilidade.	Sua	falta
de	 adesão	 a	 qualquer	 tipo	 de	 tratamento	 ambulatorial	 era	 sistemática.	 Seus
únicos	 períodos	 de	 sobriedade	 ocorreram	 durante	 hospitalizações	 ou	 durante
encarceramentos.	 Quanto	 contatada	 pelo	 psiquiatra	 da	 consulta,	 sua	 avó
indicou	 que	 o	 sr.	 Orren	 sempre	 havia	 sido	 “imprudente,	 desonesto	 e	 raivoso.
Acho	que	nunca	o	ouvi	pedir	desculpas.	Adoro	ele,	mas	provavelmente	o	lugar
dele	é	na	cadeia,	por	vários	motivos”	(BARNHILL,	2015,	p.	337-338).
Ainda	clicando	nas	sanfonas,	confira,	abaixo,	a	construção	e	a	resolução	dos	casos
clínicos.
Caso	1
"Mary	R.,	de	27	anos	de	idade,	é	uma	funcionária	que	procura	o	seu	médico,	o
Dr.	Lee,	devido	a	uma	perda	de	peso	de	8	kg	ocorrida	nos	últimos	2	meses.	A
Sra.	 R	 lamenta-se	 de	 que	 vem	 sendo	 atormentada	 por	 sentimentos	 quase
constantes	 de	 tristeza	 e	 por	 uma	 sensação	 de	 desamparo	 e	 inadequação	 no
trabalho.	 Sente-se	 tão	mal	 que	 não	 consegue	 ter	 uma	 boa	 noite	 de	 sono	 há
mais	 de	 um	 mês.	 Não	 sente	 mais	 prazer	 na	 vida	 e,	 recentemente,	 ficou
assustada	quando	 sua	mente	 foi	 invadida	por	pensamentos	 suicidas.	A	Sra.	R
confessa	ao	Dr.	Lee	que	ela	 já	se	sentiu	assim	há	algum	tempo,	mas	que	 isso
passou...
...O	Dr.	Lee	interroga	a	Sra.	R	sobre	o	seu	padrão	de	sono,	apetite,	capacidade
de	concentração,	nível	de	energia,	humor,	nível	de	interesse	e	sentimentos	de
culpa.	Faz	perguntas	específicas	sobre	os	pensamentos	suicidas,	em	particular
se	ela	arquitetou	algum	plano	específico	e	se	já	alguma	vez	tentou	suicídio.	O
Dr.	 Lee	 explica	 à	 Sra.	 R	 que	 ela	 tem	 transtorno	 depressivo	 maior,
provavelmente	causado	por	um	desequilíbrio	químico	no	cérebro,	e	prescreve	o
antidepressivo	 fluoxetina.	 Duas	 semanas	 depois,	 a	 Sra.	 R	 telefona	 para	 dizer
que	o	medicamento	não	está	surtindo	efeito...
E-Book	-	Apostila
22	-	47
...O	 Dr.	 Lee	 a	 incentiva	 a	 continuar	 tomando	 o	 remédio	 e,	 depois	 de	 mais	 2
semanas,	a	Sra.	Mary	começa	a	sentir-se	melhor.	Não	se	sente	mais	triste	nem
abatida;	 os	 sentimentos	 de	 desamparo	 e	 de	 inadequação	 que	 antes	 a
atormentavam	diminuíram.	De	 fato,	ao	 retornar	ao	médico	6	semanas	depois,
declara	estar	se	sentindo	muito	melhor.	Não	sente	mais	a	necessidade	de	tanto
sono,	e	está	sempre	com	muita	energia.	Agora,	está	convencida	de	que	ela	é	a
pessoa	 mais	 inteligente	 da	 companhia.	 Acrescenta	 orgulhosamente	 a	 seu
médico	que	ela	há	pouco	tempo	comprou	um	novo	carro	esporte	e	 fez	muitas
compras.	O	Dr.	Lee	explica	à	Sra.	Mary	que	ela	pode	estar	 tendo	um	episódio
maníaco	 e,	 após	 consultar	 um	 psiquiatra,	 prescreve	 lítio	 e	 diminui	 a	 dose	 de
fluoxetina.	A	Sra.	Mary	hesita	em	tomar	a	nova	medicação,	argumentando	que
está	se	sentindo	muito	bem	e	que	está	preocupada	com	os	efeitos	colaterais	do
lítio"	(GOLAN	et	al.,	2009,	p.	186-187).
Caso	2
"Um	estudante	de	ensino	médio	de	17	anos	 (Rafael	F.)	e	encaminhado	a	uma
clínica	 psiquiátrica	 para	 avaliação	 de	 suspeita	 de	 esquizofrenia.	 Após	 o
estabelecimento	 do	 diagnóstico,	 o	 haloperidol	 e	 prescrito	 em	 uma	 dose
gradualmente	crescente,	de	modo	ambulatorial.	O	fármaco	diminui	os	sintomas
positivos	 do	 paciente,	 porem	 acaba	 causando	 efeitos	 colaterais	 intoleráveis.
Apesar	de	seu	custo	mais	elevado,	a	risperidona	e	então	prescrita;	no	decorrer
de	várias	semanas	de	tratamento,	a	risperidona	atenua	os	sintomas	e	tolerada
pelo	paciente.	Quais	os	sinais	e	sintomas	que	sustentam	um	diagnóstico	inicial
de	 esquizofrenia?	 No	 tratamento	 da	 esquizofrenia,	 quais	 são	 os	 benefícios
oferecidos	 pelos	 fármacos	 antipsicóticos	 atípicos	 em	 comparação	 com	 os
agentes	tradicionais,	como	o	haloperidol?	Além	do	tratamento	da	esquizofrenia,
que	 outras	 indicações	 clínicas	 exigem	 a	 consideração	 de	 fármacos
nominalmente	classificados	como	antipsicóticos?"	(KATZUNG;	TREVOR,	2017,	p.
490).
Caso	3
"Felicia	Allen,	uma	mulher	de	32	anos,	foi	levada	ao	pronto-socorro	pela	polícia
depois	de	aparentemente	ter	tentado	roubar	um	ônibus.	Como	ela	parecia	ser
uma	 “pessoa	 perturbada	 emocionalmente”,	 foi	 solicitada	 uma	 consulta
psiquiátrica.	 De	 acordo	 com	 o	 relatório	 da	 polícia,	 a	 srta.	 Allen	 ameaçou	 o
motorista	com	uma	faca,	assumiu	o	controle	do	ônibus	de	 linha	urbana	quase
vazio	e	causou	uma	colisão.	Uma	história	mais	completa	foi	obtida	junto	a	uma
amiga	da	srta.	Allen,	que	estava	no	ônibus,	mas	não	havia	sido	presa...
E-Book	-	Apostila
23	-	47
...De	 acordo	 com	 o	 relato,	 elas	 embarcaram	 no	 ônibus	 a	 caminho	 de	 um
shopping	 center	 próximo.	 A	 srta.	 Allen	 ficou	 frustrada	 quando	 o	 motorista
recusou	 o	 pagamento	 em	 notas.	 Ela	 remexeu	 em	 sua	 bolsa,	 mas	 em	 vez	 de
procurar	moedas,	sacou	uma	 facade	cozinha	que	carregava	para	proteção.	O
motorista	 fugiu,	 então	 ela	 tomou	 o	 assento	 vazio	 e	 conduziu	 o	 ônibus	 para	 o
lado	oposto	da	rua	e	colidiu	com	um	carro	estacionado...
...Durante	o	exame,	a	aparência	da	srta.	Allen	era	a	de	uma	jovem	corpulenta,
algemada	 e	 com	 um	 curativo	 na	 testa.	 Ela	 estava	 irrequieta	 e	 se	 balançava
para	 a	 frente	 e	 para	 trás	 na	 cadeira.	 Parecia	 estar	 resmungando	 consigo
mesma.	Ao	ser	perguntada	sobre	o	que	estava	dizendo,	a	paciente	fez	contato
visual	momentâneo	 e	 apenas	 repetiu	 “Desculpe,	 desculpe”.	 Não	 respondeu	 a
outras	perguntas.	Mais	 informações	 foram	obtidas	de	um	psiquiatra	que	havia
ido	ao	pronto-socorro	logo	após	o	acidente.	Ele	afirmou	que	a	srta.	Allen	e	sua
amiga	 eram	 residentes	 antigas	 do	 hospital	 psiquiátrico	 público	 onde	 ele
trabalhava.	 Elas	 haviam	 recém	 começado	 a	 receber	 passes	 semanais	 como
parte	de	um	esforço	para	a	recuperação	social;	essa	fora	a	primeira	viagem	de
ônibus	 da	 srta.	 Allen	 sem	 a	 companhia	 de	 um	 funcionário	 do	 hospital.	 De
acordo	 com	 o	 psiquiatra,	 a	 srta.	 Allen	 havia	 recebido	 um	 diagnóstico	 de
“esquizofrenia	paranoide	resistente	a	tratamento	com	início	na	infância”...
...Ela	 havia	 começado	 a	 ouvir	 vozes	 aos	 5	 anos	 de	 idade.	 Grande,	 forte,
invasiva	 e	 psicótica,	 ela	 vinha	 sendo	 internada	 quase	 que	 constantemente
desde	os	11	anos.	 Suas	alucinações	auditivas	geralmente	 consistiam	em	uma
voz	 crítica	 comentando	 seu	 comportamento.	 Seu	 pensamento	 era	 concreto,
mas	quando	relaxada,	conseguia	ser	autorreflexiva.	Era	motivada	a	agradar	os
outros	 e	 afirmou	 várias	 vezes	 que	 seu	 maior	 objetivo	 era	 “ter	 meu	 próprio
quarto	na	minha	própria	casa,	com	meus	próprios	amigos”...
...O	psiquiatra	disse	que	não	tinha	certeza	sobre	o	que	a	motivara	a	sacar	uma
faca.	Ultimamente,	ela	não	tinha	alucinações	e	sentia-se	menos	paranoide,	mas
ele	 se	 questionava	 se	 ela	 estaria	 mais	 psicótica	 do	 que	 havia	 deixado
transparecer.	 Era	 possível	 que	 ela	 estivesse	 simplesmente	 impaciente	 e
irritada.	 O	 psiquiatra	 também	 achava	 que	 ela	 praticamente	 não	 passara
nenhum	período	de	vida	com	desenvolvimento	normal	e,	portanto,	tinha	muito
pouca	experiência	com	o	mundo	real...
...A	 srta.	 Allen	 estava	 sendo	 medicada	 com	 clozapina	 há	 um	 ano,	 com	 bons
resultados	para	as	alucinações	auditivas.	Ela	ganhou	16	quilos	nesse	período,
mas	 tinha	 menos	 dificuldade	 em	 levantar-se	 todas	 as	 manhãs,	 esperava
conseguir	 um	 emprego	 e	 viver	 de	 forma	 mais	 independente	 e	 insistia	 em
continuar	 o	 tratamento	 com	 clozapina.	 O	 trajeto	 de	 ônibus	 até	 o	 shopping
center	era	para	ser	um	passo	nesse	sentido"	(BARNHILL,	2015,	p.	21-22).
Caso	4
E-Book	-	Apostila
24	-	47
"Trevor	Lewis,	um	homem	solteirde	32	anos	que	mora	com	os	pais,	foi	levado	a
uma	consulta	psiquiátrica	por	sua	mãe.	Ela	indicou	que,	desde	a	adolescência,
ele	tinha	preocupação	com	germes,	o	que	 levou,	há	muito	tempo,	a	rituais	de
lavar	as	mãos	e	de	banhos.	Durante	os	seis	meses	anteriores,	seus	sintomas	se
agravaram	acentuadamente.	Ele	 começou	a	 se	preocupar	em	se	 infectar	 com
HIV	 e	 passava	 os	 dias	 limpando	 não	 apenas	 o	 corpo	 como	 também	 todas	 as
roupas	e	lençóis.	Começou	a	insistir	que	a	família	também	lavasse	as	roupas	e
os	lençóis	regularmente,	o	que	culminou	com	essa	consulta...
...No	 passado,	 o	 sr.	 Lewis	 havia	 sido	 tratado	 com	 um	 inibidor	 seletivo	 da
recaptação	 de	 serotonina	 e	 terapia	 cognitivo-comportamental	 para	 seus
sintomas,	 o	 que	 surtiu	 um	 efeito	 positivo	 e	 permitiu	 que	 ele	 conseguisse	 se
formar	 no	 ensino	 médio.	 Ainda	 assim,	 os	 sintomas	 impediram	 que	 ele	 se
formasse	na	faculdade	e	que	trabalhasse	fora	de	casa;	há	muito	tempo	achava
que	sua	casa	era	relativamente	livre	de	germes	em	comparação	com	o	mundo
exterior.	Contudo,	ao	longo	dos	últimos	seis	meses,	passou	a	considerar,	cada
vez	mais,	que	a	casa	também	estava	contaminada,	inclusive	com	HIV...
...No	 momento	 da	 apresentação,	 o	 sr.	 Lewis	 não	 apresentava	 nenhum	 outro
sintoma	obsessivo-compulsivo	ou	de	transtornos	relacionados,	como	obsessões
sexuais,	religiosas	ou	de	outra	natureza;	ou	preocupações	com	a	aparência	ou
com	 aquisições;	 ou	 comportamentos	 repetitivos	 com	 enfoque	 corporal.	 No
entanto,	 no	 passado,	 havia	 vivenciado	 obsessões	 relativas	 a	 danos	 para	 si	 e
para	terceiros,	juntamente	com	compulsões	de	verificação	(p.	ex.,	verificar	se	o
fogão	 estava	 desligado).	 Tinha	 uma	 história	 de	 tiques	 motores	 relativa	 à
infância.	 Durante	 o	 ensino	 médio,	 descobriu	 que	 a	 maconha	 reduzia	 sua
ansiedade.	Devido	a	seu	 isolamento	social,	negou	 ter	acesso	à	maconha	ou	a
outro	tipo	de	substância	psicoativa	nos	últimos	dez	anos...
...Durante	 o	 exame	 de	 estado	 mental,	 a	 aparência	 do	 sr.	 Lewis	 era
desgrenhada	 e	 descuidada.	 Ele	 estava	 totalmente	 convencido	 de	 que	 a	 casa
estava	contaminada	com	HIV	e	que	seus	banhos	e	 limpezas	eram	necessários
para	 evitar	 a	 infecção.	 Ao	 ser	 contestado	 com	 a	 informação	 de	 que	 o	 HIV	 se
espalha	 apenas	 por	meio	 de	 fluidos	 corporais,	 respondeu	 que	 o	 HIV	 pode	 ter
entrado	 na	 casa	 por	 meio	 do	 suor	 ou	 da	 saliva	 de	 visitantes.	 De	 qualquer
modo,	 segundo	 ele,	 o	 vírus	 poderia	 ter	 sobrevivido	 nas	 roupas	 ou	 lençóis	 e
poderia	 entrar	 em	 seu	 corpo	 por	 meio	 da	 boca,	 olhos	 ou	 outros	 orifícios.
Acrescentou	 que	 seus	 pais	 haviam	 tentado	 convencê-lo	 que	 se	 preocupava
demais,	 mas	 ele	 não	 apenas	 não	 acreditava	 neles	 como	 também	 suas
preocupações	continuavam	a	retornar	mesmo	quando	tentava	pensar	em	outra
coisa.	 Não	 havia	 evidências	 de	 alucinações	 ou	 de	 transtorno	 do	 pensamento
formal.	 Negou	 intenção	 de	 ferir	 ou	 de	 matar	 a	 si	 mesmo	 ou	 a	 outros	 e	 sua
cognição	estava	preservada"	(BARNHILL,	2015,	p.	130-131).
Psicofarmacologia	 e	 ética	 no	 contexto	 da
atuação	profissional	do	psicólogo
E-Book	-	Apostila
25	-	47
O	QUE	É	ÉTICA?
A	 ética	 é	 tradicionalmente	 um	 ramo	 da	 filosofia	 que	 lida	 e	 julga	 com	 problemas
morais.	 A	 definição	 da	 ética	 é	 a	 avaliação	 das	 ações	 humanas;	 ao	 fazer	 isso,
atribuímos	 julgamentos	ao	comportamento	como	“certo”	ou	“errado”	e	 “bom”	ou
“ruim”,	de	acordo	com	alguma	diretriz	socialmente	aceita.	Descrever	um	ato	como
“ético”	 tem	 pouco	 significado,	 a	 menos	 que	 fundamentado	 em	 algum
entendimento	fundamental	do	que	é	bom.
Os	códigos	de	ética	das	organizações	profissionais	aspiram	a	criar	a	base	para	a
prática	 da	 ética.	 No	 entanto	 os	 dilemas	 éticos	 são	 muitas	 vezes	 complexos	 e
dependem	 do	 contexto	 situacional,	 e	 a	 “coisa	 certa	 a	 fazer”	 nem	 sempre	 é
facilmente	 discernível.	 Nossas	 avaliações	 de	 situações	 podem	 ser	 distorcidas
quando	visto	por	meio	de	nossos	próprios	olhos	e	mentes.
(Passe	o	mouse	para	visualizar	o	conteúdo)
Preconceitos,	 proeminentes	 necessidades	 pessoais,	 racionalizações	 e
treinamentos	e	experiências	insuficientes	estão	entre	os	culpados	mais
comuns	responsáveis	pelas	conclusões	tendenciosas,	decisões	e	ações
lamentáveis	(KOOCHER;	KEITH-SPIEGEL,	2008).
E-Book	-	Apostila
26	-	47
As	 ligações	 entre	 a	 Psicologia	 e	 a	 problemática	 da	 ética	 são	 bem	 anteriores	 à
questão	 da	 ética	 profissional	 no	 campo	 de	 exercício	 das	 práticas	 psicológicas	 e
passam,	 antes	 de	 tudo,	 pelo	 problema	 da	 conduta.	 Como	 ciência	 que	 se	 dedica,
dentre	outras	coisas,	ao	estudo	dos	comportamentos,	a	Psicologia	deve	ocupar-se
também	desse	tipo	especial	de	comportamento	que	é	a	conduta,	porque,	do	ponto
de	 vista	 conceitual	 (apesar	 das	 semelhanças	 e	 confusões),	 o	 comportamento	 é
diferente	 de	 conduta.	 Enquanto	 o	 comportamento	 como	 problema	 psicológico	 é
considerado	 algo	 relativamente	 livre	 e	 individualmente	 motivado,	 a	 conduta
encontra-se	 referida	 a	 valores	 e	 normas,	 colocando-se	 na	 condição	 de
comportamento	 pautado	 porprincípios,	 no	 qual	 a	moralidade	 e	 a	 normatividade
sociais	 (as	 instâncias	 dos	 códigos)	mostram	 sua	 força	 (PRADO-FILHO;	 TRISOTTO,
2006).
A	ética	da	Psicologia	apresenta,	 ainda,	grande	proximidade	e	afinidade	 com	uma
ética	 biologista	 e	médica	 do	 campo	 da	 saúde.	 Trata-se	 de	 uma	 ética	 de	 cuidado
pelo	outro,	correlativa	das	“profissões	de	cuidado”,	ligada	ao	modelo	confessional
do	 consultório	 médico	 (que	 é	 totalmente	 atravessado	 pelo	 problema	 do	 sigilo),
posta	 em	 estreita	 relação	 com	 a	 problemática	 da	 norma:	 definição	 de	 faixas	 de
normalidade,	suas	fronteiras	e	limites;	poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	 dos	 sujeitos;	 e	 poder	 de	 reconduzir	 os	 sujeitos	 à	 faixa	 de
normalidade,	de	reeducá-los.
Sempre	 que	 nós	 ajudamos	 a	 aliviar	 o	 sofrimento	 emocional	 ou	 ensinar	 novas
competências,	 cumprimos	 a	 dupla	missão	 que	 nos	 atraiu	 para	 essa	 profissão	 de
ajuda,	 ou	 seja,	 fazendo	 a	 diferença	 para	 os	 outros,	 enquanto	 lidamos	 com	 suas
vidas	 e	 emoções.	 Respeitar	 os	 princípios	 éticos	 é	 uma	 característica	 integral	 de
uma	 carreira	 de	 sucesso	 como	 psicólogo,	 assistente	 social,	 conselheiro	 ou	 outro
profissional	 de	 saúde	 mental.	 Deve-se	 pensar	 positivamente	 sobre	 a	 ética,
aspirando	 altos	 níveis	 de	 profissionalismo	 e	 padrão,	 que	 devem	 sempre	 orientar
nossas	ações.
Portanto	 deve-se	 lembrar	 que	 a	 Psicologia,	 ao	 lado	 da	 Psicanálise	 e	 da
Psiquiatria,	 compõe	 um	 conjunto	 de	 ciências	 socialmente	 reconhecidas	 e
autorizadas	 a	 enunciar	 a	 normalidade	 dos	 sujeitos,	 bem	 como	 intervir	 sobre
esses	sujeitos	a	partir	do	conhecimento	que	se	tem	a	respeito	da	sua	posição
em	relação	à	norma	(PRADO-FILHO;	TRISOTTO,	2006).
E-Book	-	Apostila
27	-	47
No	entanto,	apesar	de	se	esforçar	para	ser	responsável,	competente	e	dedicado	à
integridade,	 incertezas	podem	surgir.	Uma	forma	de	demonstrar	a	 importância	de
como	responder	a	situações	que	ocorrem	no	dia	a	dia,	na	prática,	é	compartilhar
vinhetas	adaptadas	de	casos	reais.	Cada	caso	pode	ter	repercussões	relativamente
benignas	 ou	 malignas,	 dependendo	 em	 grande	 parte	 de	 como	 o	 terapeuta
responde	(psicólogo)	(KOOCHER;	KEITH-SPIEGEL,	2008).
Nós	 respeitamos	 a	 nós	 mesmos	 e	 o	 que	 fazemos	 se	 permanecermos
escrupulosamente	 autoconscientes	 e	 confiantes	 praticando	 dentro	 dos	 limites	 do
nosso	 treinamento.	 Fazer	 isso	 nos	 permite	 não	 nos	 sentirmos	 envergonhados	 ou
“menor	 que”	 quando	 a	 consulta	 externa	 é	 aconselhável.	 Princípios	 éticos	 são
fundamentais	a	todos	nós,	idealmente	nos	conduzindo	de	acordo	com	os	princípios
fundamentais	refletidos	nos	códigos	de	ética	de	todas	as	profissões	que	tratam	da
saúde	mental	dos	pacientes	(KOOCHER;	KEITH-SPIEGEL,	2008).
Veja	os	seguintes	príncipios	éticos	no	infográfico	abaixo.	Clique	abaixo	nas	caixas
em	azul	e	confira.
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
Aristóteles	 falava	da	vida	ética	 como	uma	vida	 feliz,	 e	 isso	 faz	 sentido	em	nossa
estrutura.	 A	manutenção	 de	 altos	 padrões	 éticos	 podem	 ser	 o	 pré-requisito	 para
uma	 satisfação	 na	 carreira	 pessoal.	 O	 velho	 ditado	 “a	 virtude	 é	 sua	 própria
recompensa”	 sugere	 que	 ser	 um	 profissional	 competente,	 responsável,	 ser
humano	 virtuoso	 eleva	 tanto	 o	 autorrespeito,	 como	ganha	 o	 respeito	 dos	 outros.
Alcançar	 os	 mais	 altos	 padrões	 e	 encoraja-te	 diante	 das	 incertezas	 da	 ética.	 A
ética	é	fundamental	em	todas	as	áreas	e	disciplinas	de	atuação,	é	multidisciplinar,
é	 essencial,	 do	 cozinheiro	 ao	 médico,	 todos	 necessitamos	 desempenhar	 nossos
papéis	na	sociedade	de	forma	a	mantermos	nossas	virtudes,	porém	sem	prejudicar
as	outras	pessoas.
Considerações	finais
Nesta	unidade,	você	teve	a	oportunidade	de:
E-Book	-	Apostila
28	-	47
compreendera	terapia	de	estimulação	cerebral;
entendera	psicofarmacologia	nos	transtornos	por	uso	de
substâncias;
estudara	construção	e	a	resolução	dos	casos	clínicos;
aprender	sobre	a	psicofarmacologia	e	ética	no	contexto	da
atuação	profissional	do	psicólogo.
Distúrbios	 encefálicos	 podem	 ser	 muito	 difíceis	 de	 tratar,	 as	 terapias	 úteis	 são
contraintuitivas	e	a	destruição	e	a	estimulação	são	estratégias	alternativas	com	os
mesmos	objetivos	 terapêuticos,	que	são	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	 anormais.	 As	 terapias	 de	 estimulação	 cerebral	 são	 estratégias	 não
farmacológicas	de	aumentar	a	capacidade	cerebral	para	recuperação	dos	sentidos,
cognição	 e	 movimentação.	 Há	 diversos	 ensaios	 clínicos	 que	 evidenciam	 os
benefícios	 entre	 a	 associação	 da	 estimulação	 cerebral	 com	 outras	 terapias
adjuvantes.	 As	 indicações	 atualmente	 aprovadas	 incluem:	 tremor	 essencial;
distonia	 primária;	 doença	 de	 Parkinson;	 Transtorno	 Obsessivo-Compulsivo	 (TOC);
convulsões	parciais;	depressão	maior	(TDM);	e	dor	crônica	e	síndrome	de	Tourette.
O	futuro	dessas	terapias	é	certamente	uma	das	indicações	em	expansão	nas	quais
a	 colaboração	 multidisciplinar	 e	 a	 atenção	 cuidadosa	 aos	 princípios	 éticos
assegurarão	 ótimos	 resultados	 para	 o	 paciente	 individual	 com	a	 evolução	 dessas
ferramentas	terapêuticas.	
Não	 há	 uma	 razão	 única	 que	 explique	 porque	 as	 pessoas	 começam	 a	 usar
substâncias	 químicas	 ou	 quando	 e	 porque	 tal	 uso	 se	 torna	 um	 transtorno
destrutivo	 para	 o	 indivíduo	 e	 para	 a	 sociedade.	 Para	 muitas	 pessoas,	 sobretudo
adolescentes,	 verifica-se	que	o	 início	do	uso	de	 substâncias	está	 relacionado	aos
fatores	como	a	curiosidade,	convivência	e	pressão	de	pares	ou	companheiros	que
já	utilizam	substância,	tentativa	de	ser	aceito	pelo	grupo,	sensação	de	fazer	parte
de	uma	subcultura,	excitação	por	estar	fazendo	algo	ilegal,	secreto,	expressão	de
hostilidade	 e	 independência	 em	 relação	 aos	 pais	 ou	 professores	 e	 tentativas	 de
reduzir	 sensações	 desagradáveis.	 A	 evidência	 atual	 mostra	 que	 a	 maioria	 das
drogas	exerce	seus	efeitos	de	reforço	inicial,	ativando	circuitos	de	recompensa	no
cérebro.	 Porém,	 com	 a	 continuidade	 do	 consumo,	 ocorrem	 prejuízos	 cerebrais,
evoluindo	para	transtornos	psiquiátricos.
E-Book	-	Apostila
29	-	47
A	ética	é	tradicionalmente	um	ramo	da	filosofia	que	lida	e	julga	problemas	morais;
sua	 definição	 é	 a	 avaliação	 das	 ações	 humanas,	 atribuindo	 julgamentos	 ao
comportamento	 como	 “certo”	 ou	 “errado”	 e	 “bom”	 ou	 “ruim”,	 de	 acordo	 com
alguma	 diretriz	 socialmente	 aceitas.	 Descrever	 um	 ato	 como	 “ético”	 tem	 pouco
significado,	a	menos	que	 fundamentado	em	algum	entendimento	 fundamental	do
que	 é	 bom.	A	 ética	 da	 Psicologia	 apresenta	 grande	 proximidade	 e	 afinidade	 com
uma	 ética	 biologista,	 médica,	 do	 campo	 da	 saúde.	 Trata-se	 de	 uma	 ética	 de
cuidado	 pelo	 outro,	 correlativa	 das	 “profissões	 de	 cuidado”,	 ligada	 ao	 modelo
confessional	do	consultório	médico,	posta	em	estreita	relação	com	a	problemática
da	 norma:	 definição	 de	 faixas	 de	 normalidade,	 suas	 fronteiras	 e	 limites;	 poder
discursivo-institucional	 de	 enunciar	 a	 normalidade	 dos	 sujeitos;	 e	 poder	 de
reconduzir	os	sujeitos	à	faixa	de	normalidade	e	de	reeducá-los.
No	 entanto,	 os	 dilemas	 éticos	 são	 muitas	 vezes	 complexos	 e	 dependem	 do
contexto	 situacional,	 e	 a	 “coisa	 certa	 a	 fazer”	 nem	 sempre	 é	 facilmente
discernível.	As	avaliações	dos	psicólogos,	podem	ser	distorcidas	quando	visto	por
meio	 dos	 próprios	 olhos.	 Preconceitos,	 proeminentes	 necessidades	 pessoais,
racionalizações	 e	 treinamentos	 e	 experiências	 insuficientes	 estão	 entre	 os
culpados	 mais	 comuns	 responsáveis	 pelas	 conclusões	 tendenciosas,	 decisões	 e
ações	lamentáveis.
Agora	que	finalizamos	este	conteúdo,	vamos	testar	seus	conhecimentos
com	o	quiz	a	seguir.	
QUIZ
Distúrbios	encefálicos	podem	ser
muito	difíceis	de	tratar,	e	as	terapias
E-Book	-	Apostila
30	-	47
úteis	são	contraintuitivas.	Destruição
e	estimulação	são	estratégiasalternativas,	com	os	mesmos	objetivos
terapêuticos.	Sobre	o	assunto	assinale
a	alternativa	correta.
Resposta	Correta:
Alternativa	correta,	pois	a	estimulação	cerebral	é
utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais,	dentre	elas,	as	técnicas	de
eletroconvulsoterapia,	estimulação	magnética
transcraniana	e	a	estimulação	cerebral	profunda.
As	terapias	de	estimulação	cerebral	são	utilizadas
para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais,	sendo	elas	a
eletroconvulsoterapia,	a	estimulação	magnética
transcraniana	e	a	estimulação	cerebral	profunda.
a
As	terapias	de	estimulação	cerebral	são	utilizadas
para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	normais,	sendo	elas	a	craniotomia,	a
estimulação	magnética	transcraniana	e	a
estimulação	cerebral	profunda.
b
E-Book	-	Apostila
31	-	47
Resposta	Incorreta:
A	alternativa	está	incorreta,	pois	a	estimulação
cerebral	é	utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus
movimentos	gravemente	anormais	(e	não	normais).
Dentre	elas,	temos	as	técnicas	de
eletroconvulsoterapia	(e	não	craniotomia,	que	é	uma
cirurgia	em	que	se	retira	uma	parte	do	osso	do	crânio
para	operar	partes	do	cérebro,	sendo	que,	depois,
essa	parte	é	colocada	novamente),	que	não	é	uma
estimulação	cerebral	utilizada	para	aliviar	os
pacientes	de	seus	movimentos	gravemente	anormais.
A	lobotomia	era	usada	em	pacientes	com	certos	tipos
de	doenças	mentais,	como	forma	de	acalmá-los.
Atualmente,	nesses	casos,	a	técnica	cirúrgica	foi
substituída	por	medicamentos	ou	psicoterapia.	A
lobotomia	pode	ser	usada,	por	exemplo,	para	extrair
tumores,	e	não	é	uma	estimulação	cerebral	utilizada
para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais.	A	estimulação	cerebral	é
utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais,	não	sendo	utilizada	em	apenas
últimos	casos,	mas,	sim,	muitas	vezes,	em	paralelo
aos	tratamentos	farmacólogicos
As	terapias	de	estimulação	cerebral	são
frequentemente	utilizadas	para	aliviar	os	pacientes
de	seus	movimentos	gravemente	normais,	sendo
elas	a	craniotomia,	a	estimulação	magnética
transcraniana	e	a	labotomia.
c
E-Book	-	Apostila
32	-	47
Resposta	Incorreta:
A	alternativa	está	incorreta,	pois	a	estimulação
cerebral	é	utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus
movimentos	gravemente	anormais	(e	não	normais).
Dentre	elas,	temos	as	técnicas	de
eletroconvulsoterapia	(e	não	craniotomia,	que	é	uma
cirurgia	em	que	se	retira	uma	parte	do	osso	do	crânio
para	operar	partes	do	cérebro,	sendo	que,	depois,
essa	parte	é	colocada	novamente),	que	não	é	uma
estimulação	cerebral	utilizada	para	aliviar	os
pacientes	de	seus	movimentos	gravemente	anormais.
A	lobotomia	era	usada	em	pacientes	com	certos	tipos
de	doenças	mentais,	como	forma	de	acalmá-los.
Atualmente,	nesses	casos,	a	técnica	cirúrgica	foi
substituída	por	medicamentos	ou	psicoterapia.	A
lobotomia	pode	ser	usada,	por	exemplo,	para	extrair
tumores,	e	não	é	uma	estimulação	cerebral	utilizada
para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais.	A	estimulação	cerebral	é
utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais,	não	sendo	utilizada	em	apenas
últimos	casos,	mas,	sim,	muitas	vezes,	em	paralelo
aos	tratamentos	farmacológicos
As	terapias	de	estimulação	cerebral	são	utilizadas
em	últimos	casos	de	tratamentos,	quando	o	paciente
já	está	em	caso	clínico	próximo	ao	óbito,	sendo	elas
a	eletroconvulsoterapia,	a	estimulação	magnética
transcraniana	e	a	estimulação	cerebral	profunda.
d
E-Book	-	Apostila
33	-	47
Resposta	Incorreta:
A	alternativa	está	incorreta,	pois	a	estimulação
cerebral	é	utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus
movimentos	gravemente	anormais	(e	não	normais).
Dentre	elas,	temos	as	técnicas	de
eletroconvulsoterapia	(e	não	craniotomia,	que	é	uma
cirurgia	em	que	se	retira	uma	parte	do	osso	do	crânio
para	operar	partes	do	cérebro,	sendo	que,	depois,
essa	parte	é	colocada	novamente),	que	não	é	uma
estimulação	cerebral	utilizada	para	aliviar	os
pacientes	de	seus	movimentos	gravemente	anormais.
A	lobotomia	era	usada	em	pacientes	com	certos	tipos
de	doenças	mentais,	como	forma	de	acalmá-los.
Atualmente,	nesses	casos,	a	técnica	cirúrgica	foi
substituída	por	medicamentos	ou	psicoterapia.	A
lobotomia	pode	ser	usada,	por	exemplo,	para	extrair
tumores,	e	não	é	uma	estimulação	cerebral	utilizada
para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais.	A	estimulação	cerebral	é
utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais,	não	sendo	utilizada	em	apenas
últimos	casos,	mas,	sim,	muitas	vezes,	em	paralelo
aos	tratamentos	farmacológicos
As	terapias	de	estimulação	cerebral	são	utilizadas
em	últimos	casos	de	tratamentos,	quando	o	paciente
já	está	em	caso	clínico	próximo	ao	óbito,	sendo	elas:
a	craniotomia,	a	estimulação	magnética
transcraniana	e	a	labotomia.
e
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Resposta	Incorreta:
A	alternativa	está	incorreta,	pois	a	estimulação
cerebral	é	utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus
movimentos	gravemente	anormais	(e	não	normais).
Dentre	elas,	temos	as	técnicas	de
eletroconvulsoterapia	(e	não	craniotomia,	que	é	uma
cirurgia	em	que	se	retira	uma	parte	do	osso	do	crânio
para	operar	partes	do	cérebro,	sendo	que,	depois,
essa	parte	é	colocada	novamente),	que	não	é	uma
estimulação	cerebral	utilizada	para	aliviar	os
pacientes	de	seus	movimentos	gravemente	anormais.
A	lobotomia	era	usada	em	pacientes	com	certos	tipos
de	doenças	mentais,	como	forma	de	acalmá-los.
Atualmente,	nesses	casos,	a	técnica	cirúrgica	foi
substituída	por	medicamentos	ou	psicoterapia.	A
lobotomia	pode	ser	usada,	por	exemplo,	para	extrair
tumores,	e	não	é	uma	estimulação	cerebral	utilizada
para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais.	A	estimulação	cerebral	é
utilizada	para	aliviar	os	pacientes	de	seus	movimentos
gravemente	anormais,	não	sendo	utilizada	em	apenas
últimos	casos,	mas,	sim,	muitas	vezes,	em	paralelo
aos	tratamentos	farmacológicos
O	“transtorno	por	uso	de	substâncias”
substitui	o	termo	“dependência
química”.	Nesse	transtorno,	tem-se	o
uso	contínuo	e	recorrente	de	uma
substância,	mantido	apesar	de
E-Book	-	Apostila
35	-	47
problemas	significativos	que	dele
decorrem.	Podemos	afirmar	que,	nele,
o	indivíduo	apresenta:
I.	 Dificuldade	importante,	porém	sem	falta
de	controle	sobre	tal	uso.
II.	 Prejuízos	psicossociais	e	sociais	evidentes.
III.	 Riscos	apenas	psicológicos.
IV.	 Fenômenos	farmacológicos	como
tolerância	e	abstinência.
É	correto	o	que	se	afirma	em:
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	pois:	a	alternativa	I	está
incorreta,	uma	vez	que	os	indivíduos	não	apresentam
controle	sobre	tal	uso.	Apesar	dessa	perda	ser
consciente	e	o	doente	saber	que	isso	não	é	beneficial
para	ele,	sua	rotina	diária	passa	a	ser	em	prol	de
conseguir	a	"substância"	para	o	seu	uso.	A	alternativa
III	está	incorreta,	pois	os	indivíduos	apresentam	riscos
físicos,	e	não	apenas	psicológicos.	Muitas	vezes,	eles
podem	ser	mortos	por	outros	dependentes	químicos
ou,	até	mesmo,	por	traficantes.	Dependendo	das
substâncias,	elas	degradam	todo	o	sistema	nervoso,
influenciando	na	locomoção	e	no	raciocínio	do	doente.
I,	II	e	III.a
II,	III	e	IV.b
E-Book	-	Apostila
36	-	47
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	pois:	a	alternativa	I	está
incorreta,	uma	vez	que	os	indivíduos	não	apresentam
controle	sobre	tal	uso.	Apesar	dessa	perda	ser
consciente	e	o	doente	saber	que	isso	não	é	beneficial
para	ele,	sua	rotina	diária	passa	a	ser	em	prol	de
conseguir	a	"substância"	para	o	seu	uso.	A	alternativa
III	está	incorreta,	pois	os	indivíduos	apresentam	riscos
físicos,	e	não	apenas	psicológicos.	Muitas	vezes,	eles
podem	ser	mortos	por	outros	dependentes	químicos
ou,	até	mesmo,	por	traficantes.	Dependendo	das
substâncias,	elas	degradam	todo	o	sistema	nervoso,
influenciando	na	locomoção	e	no	raciocínio	do	doente.
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	pois:	a	alternativa	I	está
incorreta,	uma	vez	que	os	indivíduos	não	apresentam
controle	sobre	tal	uso.	Apesar	dessa	perda	ser
conscientee	o	doente	saber	que	isso	não	é	beneficial
para	ele,	sua	rotina	diária	passa	a	ser	em	prol	de
conseguir	a	"substância"	para	o	seu	uso.	A	alternativa
III	está	incorreta,	pois	os	indivíduos	apresentam	riscos
físicos,	e	não	apenas	psicológicos.	Muitas	vezes,	eles
podem	ser	mortos	por	outros	dependentes	químicos
ou,	até	mesmo,	por	traficantes.	Dependendo	das
substâncias,	elas	degradam	todo	o	sistema	nervoso,
influenciando	na	locomoção	e	no	raciocínio	do	doente.
I	e	II,	apenas.c
II	e	III,	apenas.d
E-Book	-	Apostila
37	-	47
Resposta	Correta:
Alternativa	correta,	pois:	a	alternativa	II	está	correta,
uma	vez	que	os	indivíduos	apresentam	prejuízos
psicossociais	e	sociais	evidentes	com	o	uso	de
substâncias	viciantes	e	perdendo	os	níveis
psicossociais,	sociais	com	a	família,	amigos	e
relacionamentos.	A	alternativa	III	está	correta,	pois
podem	apresentar	fenômenos	farmacológicos,	como
tolerância	e	abstinência,	que	acontece	na	maioria	das
vezes,	agravando	a	doença,	com	problemas
socioeconômicos,	por	exemplo,	no	qual	não	há
medicamentos	para	o	tratamento,	apenas	internação
em	clínicas	específicas	para	auxiliar	na	reeducação	do
doente	e	reinseri-lo	na	sociedade.
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	pois:	a	alternativa	I	está
incorreta,	uma	vez	que	os	indivíduos	não	apresentam
controle	sobre	tal	uso.	Apesar	dessa	perda	ser
consciente	e	o	doente	saber	que	isso	não	é	beneficial
para	ele,	sua	rotina	diária	passa	a	ser	em	prol	de
conseguir	a	"substância"	para	o	seu	uso.	A	alternativa
III	está	incorreta,	pois	os	indivíduos	apresentam	riscos
físicos,	e	não	apenas	psicológicos.	Muitas	vezes,	eles
podem	ser	mortos	por	outros	dependentes	químicos
ou,	até	mesmo,	por	traficantes.	Dependendo	das
substâncias,	elas	degradam	todo	o	sistema	nervoso,
influenciando	na	locomoção	e	no	raciocínio	do	doente.
III	e	IV,	apenas.e
E-Book	-	Apostila
38	-	47
A	ética	é	tradicionalmente	um	ramo	da
filosofia	milenar,	que	lida	e	julga	os
problemas	morais.	Como	se
caracteriza	a	ética	do	profissional
psicólogo	na	área	da
psicofarmacologia?	Assinale	a
alternativa	correta.
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	porque	se	trata	do	cuidado	pelo
outro,	a	todo	momento	(não	apenas	no	momento	da
consulta),	independentemente	da	opinião	própria	do
psicólogo,	que	tem	uma	estreita	relação	com	a
problemática	da	norma:	definição	de	faixas	de
normalidade	(e	não	anormalidade),	suas	fronteiras	e
limites;	poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	(e	não	anormalidade)	dos	sujeitos;	poder
de	reconduzir	os	sujeitos	à	faixa	de	normalidade	(e
não	anormalidade)	e	de	reeducá-los	de	acordo	com
cada	caso,	e	não	da	maneira	que	ele	bem	entender.
Trata-se	do	cuidado	pelo	outro,	mas	não
sobrevalecendo	a	opinião	do	psicólogo,	que	tem	uma
estreita	relação	com	a	problemática:	definição	de
faixas	de	normalidade,	suas	fronteiras	e	limites;
poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	dos	sujeitos;	poder	de	reconduzi-los	à
faixa	de	normalidade;	e	reeducá-los	da	maneira	que
ele	bem	entender.
a
Trata-se	do	cuidado	pelo	outro,	mas	apenas	no
E-Book	-	Apostila
39	-	47
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	porque	se	trata	do	cuidado	pelo
outro,	a	todo	momento	(não	apenas	no	momento	da
consulta),	independentemente	da	opinião	própria	do
psicólogo,	que	tem	uma	estreita	relação	com	a
problemática	da	norma:	definição	de	faixas	de
normalidade	(e	não	anormalidade),	suas	fronteiras	e
limites;	poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	(e	não	anormalidade)	dos	sujeitos;	poder
de	reconduzir	os	sujeitos	à	faixa	de	normalidade	(e
não	anormalidade)	e	de	reeducá-los	de	acordo	com
cada	caso,	e	não	da	maneira	que	ele	bem	entender.
momento	da	consulta	com	o	psicólogo,	que	tem	uma
estreita	relação	com	a	problemática	da	norma,	para:
definição	de	faixas	de	normalidade,	suas	fronteiras	e
limites;	poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	dos	sujeitos;	e	não	os	reconduzir	à	faixa
de	normalidade	e	reeducá-los.
b
Trata-se	do	cuidado	pelo	outro	por	meio	do
profissional	da	psicologia,	que	tem	uma	estreita
relação	com	a	problemática	da	norma:	definição	de
faixas	de	normalidade,	suas	fronteiras	e	limites;
poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	dos	sujeitos;	poder	de	reconduzir	os
sujeitos	à	faixa	de	normalidade	e	de	reeducá-los.
c
E-Book	-	Apostila
40	-	47
Resposta	Correta:
A	alternativa	está	correta,	pois	a	ética	do	profissional
psicólogo	é	baseada	no	cuidado	com	o	outro,	uma
relação	de	confiança	e	de	lealdade	com	a	verdade,
sempre	com	sigilo,	visando:	definir	faixas	de
normalidade,	suas	fronteiras	e	limites;	poder
discursivo-institucional	de	enunciar	a	normalidade	dos
sujeitos;	poder	de	reconduzir	os	sujeitos	à	faixa	de
normalidade	e	de	reeducá-los,	buscando	o	melhor
aconselhamento	em	cada	caso.
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	porque	se	trata	do	cuidado	pelo
outro,	a	todo	momento	(não	apenas	no	momento	da
consulta),	independentemente	da	opinião	própria	do
psicólogo,	que	tem	uma	estreita	relação	com	a
problemática	da	norma:	definição	de	faixas	de
normalidade	(e	não	anormalidade),	suas	fronteiras	e
limites;	poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	(e	não	anormalidade)	dos	sujeitos;	poder
de	reconduzir	os	sujeitos	à	faixa	de	normalidade	(e
não	anormalidade)	e	de	reeducá-los	de	acordo	com
cada	caso,	e	não	da	maneira	que	ele	bem	entender.
Trata-se	do	cuidado	pelo	outro	por	meio	do
profissional	da	psicologia,	que	tem	uma	estreita
relação	com	a	problemática	da	norma:	definição	de
faixas	de	anormalidade,	suas	fronteiras	e	limites;
poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
anormalidade	dos	sujeitos;	poder	de	reconduzir	os
sujeitos	à	faixa	de	anormalidade	e	de	reeducá-los.
d
Trata-se	do	cuidado	pelo	outro,	mas	não
E-Book	-	Apostila
41	-	47
Resposta	Incorreta:
Alternativa	incorreta,	porque	se	trata	do	cuidado	pelo
outro,	a	todo	momento	(não	apenas	no	momento	da
consulta),	independentemente	da	opinião	própria	do
psicólogo,	que	tem	uma	estreita	relação	com	a
problemática	da	norma:	definição	de	faixas	de
normalidade	(e	não	anormalidade),	suas	fronteiras	e
limites;	poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
normalidade	(e	não	anormalidade)	dos	sujeitos;	poder
de	reconduzir	os	sujeitos	à	faixa	de	normalidade	(e
não	anormalidade)	e	de	reeducá-los	de	acordo	com
cada	caso,	e	não	da	maneira	que	ele	bem	entender.
	
Conclusão	da	Disciplina
Concluímos,	 com	 a	 disciplina	 de	 psicofarmacologia,	 que	 as	 substâncias	 que	 são
capazes	 de	 alterar	 o	 funcionamento	 do	 sistema	 nervoso	 central	 (SNC)	 são
chamadas	 de	 drogas	 psicotrópicas,	 atuando	 principalmente	 no	 cérebro,	 afetando
os	 processos	 mentais,	 motores	 e	 emocionais,	 de	 maneira	 que	 modificam	 a
atividade	 psíquica	 e	 o	 comportamento	 do	 indivíduo.	 A	 farmacinetica	 trata
especificamente	 do	 percurso	 de	 um	 determinado	 fármaco	 no	 organismo	 que
recebeu	 o	 medicamento	 em	 questão,	 desde	 a	 sua	 administração,	 absorção,
distribuição	 e	 metabolismo	 até	 a	 sua	 excreção.	 É	 uma	 parte	 essencial	 para	 o
estudo	da	farmacologia,	já	que	ajuda	na	compreensão	da	atuação	de	tais	fármacos
no	organismo.
sobrevalecendo	a	opinião	do	psicólogo,	que	tem	uma
estreita	relação	com	a	problemática,	sendo	capaz	de:
definir	faixas	de	anormalidade,	suas	fronteiras	e
limites;	poder	discursivo-institucional	de	enunciar	a
anormalidade	dos	sujeitos;	e	poder	de	reconduzi-los
à	faixa	de	anormalidade	e	reeducá-los.
e
E-Book	-	Apostila
42	-	47
Esse	 ramo	 da	 farmacologia	 é	 fundamental	 para	 saber	 a	 verdadeira	 efetividade
clínica	 de	 um	medicamento,	 já	 que	 é	 a	 partir	 dela	 que	 conhecemos	 os	 caminhos
percorridos	 pelos	 fármacos	 no	 organismo,	 se	 ele	 conseguiu	 ultrapassar	 barreiras
fisiológicas	 e	 sobre	 sua	 distribuição	 nos	 órgãos-alvo,	 que,	 no	 caso	 da
psicofarmacologia,	normalmente,	é	o	cérebro.
Um	 dos	 objetivos	 da	 farmacocinética	 é	 a	 individualização	 da	 dose	 no
paciente,	 com	 o	 intuito	 de	 obter	 o	 maior	 benefício	 do	 tratamento
farmacoterapêutico	 estabelecido

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