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Psicofarmacologia Unidade 3

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Prévia do material em texto

E-Book	-	Apostila
Esse	arquivo	é	uma	versão	estática.	Para	melhor	experiência,	acesse	esse	conteúdo	pela	mídia	interativa.
Unidade	3	-	Psicofarmacologia	no	transtorno
bipolar	–	casos	clínicos
E-Book	-	Apostila
E-Book	-	Apostila
2	-	45
Introdução	da	unidade
Neste	módulo,	 em	 linhas	 gerais,	 estudaremos	 a	 psicofarmacologia	 do	 transtorno
bipolar,	 do	 transtorno	 do	 déficit	 de	 atenção	 e	 hiperatividade,	 de	 transtornos	 da
infância	e	da	adolescência	e,	por	fim,	a	psicofarmacologia	dos	transtornos	de	sono-
vigília.	 Todos	 esses	 transtornos	 são,	 em	 geral,	muito	 prejudiciais	 à	 qualidade	 de
vida	do	paciente.	Entretanto	o	que	poucos	sabem	é	que	o	 indivíduo	que	sofre	de
tais	 transtornos,	 quando	 não	 tratado,	 pode	 ter	 prejuízos	 na	 função	 e	 morfologia
cerebral	a	longo	prazo.	O	tratamento	farmacológico	e	psicoterapêutico	é	essencial
para	esses	indivíduos	e	não	podem	ser	negligenciados.
O	 objetivo	 geral	 deste	 módulo	 é	 reconhecer	 os	 principais	 psicofármacos	 usados
nos	transtornos	mencionados,	mas	também	tem	como	objetivo	abordar	formas	de
diagnósticos,	a	neurobiologia	dos	transtornos,	além	de	ter	contato	com	estudos	de
casos	 clínicos.	 Venha	 conosco,	 prezado(a)	 aluno(a),	 nesta	 jornada	 sobre	 esses
transtornos	 que	 causam	 tanto	 sofrimento,	 mas	 que	 podem	 ser,	 no	 mínimo,
amenizados	em	recorrência	e	intensidade!	
Psicofarmacologia	no	transtorno	bipolar
O	Transtorno		Bipolar	(TB)	é	um	transtorno	do	humor,	crônico	e	recorrente.	Ele	se
manifesta	 em	 episódios	 alternados	 de	 sintomas	 depressivos,	 denominados
episódios	 depressivos,	 e	 períodos	 de	 humor	 elevado,	 geralmente	 exacerbado	 ou
exagerado	 com	 aumento	 da	 vitalidade,	 que	 são	 os	 episódios	 maníacos	 ou
hipomaníacos.	 As	 primeiras	 manifestações	 do	 TB,	 geralmente,	 têm	 início	 na
adolescência,	ou,	ainda,	na	terceira	ou	quarta	década	de	vida,	mas	isso	não	é	uma
regra.	 O	 primeiro	 episódio	 pode	 ser	maníaco,	 depressivo	 ou	misto.	 Em	 geral,	 os
episódios	maníacos	predominam	na	adolescência	e	no	início	da	idade	adulta.	Já	os
episódios	depressivos	podem	predominar	nas	idades	mais	avançadas.
No	vídeo	abaixo,	 falaremos	mais	sobre	a	psicofarmacologia	do	transtorno	bipolar.
Acompanhe!
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
Os	fatores	relacionados	que	influenciam	a	probabilidade	de	desenvolver	TB
incluem:
E-Book	-	Apostila
3	-	45
história	familiar	de	depressão;
história	 familiar	 de	 esquizofrenia	 (pesquisas
apontam	 para	 alguma	 sobreposição	 genética	 entre
essas	duas	condições);
número	de	membros	da	família	com	transtorno	bipolar
ou	outros	transtornos	de	humor.
Alguns	estudos	indicam	que	pelo	menos	dois	genes	podem	estar	associados	ao	TB:
o	CACNA1	e	o	ANK3,	porém	não	se	descarta	a	influência	de	muitos	outros	genes	no
desenvolvimento	 do	 TB.	 Além	 disso,	 como	 a	 genética	 responde	 apenas	 por	 uma
parte	 do	 quadro,	 nem	 todos	 os	 indivíduos	 com	 histórico	 familiar	 de	 TB
desenvolverão	 o	 transtorno,	muitas	 vezes	 por	 ter	 um	 ambiente	 favorável,	 sendo
assim,	o	gene	pode	ser	silenciado.
O	 TB	 também	 parece	 ter	 componentes	 neurológicos.	 Os	 neurotransmissores	 são
essenciais	 como	 mensageiros	 químicos	 no	 cérebro,	 desempenhando	 um	 papel
importante	na	função	cerebral	saudável.	Pesquisas	associam	ao	TB	a	disfunção	da
neurotransmissão	da	serotonina,	da	dopamina	e	da	noradrenalina.	A	disfunção	da
neurotransmissão	 dessas	 substâncias	 pode	 levar	 a	 episódios	 de	 humor	maníaco,
depressivo	ou	hipomaníaco.	Deve-se	 ressaltar	que	o	ambiente	é	 crucial	 para	que
consigamos	manter	concentrações	adequadas	desses	neurotransmissores.
Ainda	 há	 a	 hipótese	 de	 que	 as	mitocôndrias,	 que	 são	 as	 organelas	 responsáveis
pela	geração	de	energia	da	célula,	podem	 ter	algo	a	ver	 com	o	desenvolvimento
de	 transtornos	 de	 humor.	 Quando	 as	 células	 não	 produzem	 energia	 como
deveriam,	 os	 desequilíbrios	 podem	 levar	 a	 mudanças	 no	 humor	 e	 no
comportamento,	 frequentemente	 observadas	 no	 TB.	 Além	 disso,	 se	 não	 for,
realmente,	 responsável	 pelo	 transtorno,	 no	 mínimo,	 causa	 estresse	 oxidativo,	 o
que	já	é	péssimo	para	o	cérebro.
Algumas	 evidências	 sugerem	 que	 indivíduos	 com	 TB	 podem	 ter	 uma	 massa
cinzenta	 reduzida	 em	 certas	 partes	 do	 cérebro,	 incluindo	 os	 lobos	 temporal	 e
frontal.	 Essas	 áreas	 são	 essenciais	 para	 o	 controle	 das	 emoções	 e	 dos	 impulsos.
Um	volume	menor	de	certas	áreas	 cerebrais	pode	explicar,	 em	partes,	por	que	a
regulação	 das	 emoções	 e	 o	 controle	 dos	 impulsos	 se	 tornam	 difíceis	 durante	 os
episódios	de	humor	alterados.	Essas	diferenças	cerebrais	podem	não	causar	o	TB,
entretanto	 podem	ajudar	 na	 progressão	 do	 transtorno	 e	 afetar	 a	 função	 cerebral
cada	vez	mais.
E-Book	-	Apostila
4	-	45
As	 experiências	 de	 vida	 e	 gatilhos	 ambientais	 também	 são	 fatores	 importantes.
Vários	 aspectos	 do	 ambiente	 precisam	 ser	 observados,	 incluindo	 experiências
pessoais	ruins,	saúde	e	sono	negligenciados,	gatilhos	de	estresse	externo	e	uso	de
álcool	ou	de	outras	substâncias	psicoativas.	Estudos	mostram	que	traumas	durante
a	 infância	 são	 um	 fator	 de	 risco	 para	 o	 TB,	 sendo	 associados	 a	 sintomas	 mais
graves.	 Isso	ocorre	porque	um	forte	sofrimento	emocional	na	infância	pode	afetar
a	capacidade	de	regulação	das	emoções	na	fase	adulta.
Critérios	para	o	diagnóstico
Embora	existam	evidências	de	que	a	conectividade	cerebral	estrutural	e	funcional
esteja	 alterada	 e	 que	 haja	 alterações	 nos	 marcadores	 de	 estresse	 oxidativo,
função	mitocondrial,	 inflamação,	 ritmos	circadianos	e	dopamina,	o	diagnóstico	do
TB	ainda	é	clínico.	Os	médicos	psiquiatras	se	baseiam	nos	critérios	do	DSM-V,	no
histórico	 de	 vida	 do	 indivíduo,	 bem	 como	 no	 histórico	 familiar.	 Quantificar	 as
concentrações	 dos	 hormônios	 T4	 e	 TSH	 são	 importantes	 para	 excluir	 o
hipertireoidismo,	 patologia	 esta	 que	 pode	 ter	 sintomas	 psíquicos	 semelhantes.	 A
exclusão	de	uso	de	fármacos	estimulantes	também	é	importante.	O	diagnóstico	do
TB,	 atualmente,	 é	 realizado	 com	base	nos	 critérios	 descritos	 no	DSM-5.	A	 seguir,
você	encontrará	a	 identificação	de	sintomas	de	mania	e	hipomania	para	a	devida
classificação	do	transtorno.
(Clique	no	(+)	das	sanfonas	para	visualizar	o	conteúdo)
A
Um	período	distinto	de	humor	anormal	e	persistentemente	elevado,	expansivo
ou	 irritável	e	aumento	anormal	e	persistente	da	atividade	dirigida	a	objetivos
ou	da	energia,	com	duração	mínima	de	uma	semana	e	presente	na	maior	parte
do	 dia,	 quase	 todos	 os	 dias	 (ou	 qualquer	 duração,	 se	 a	 hospitalização	 for
necessária).
B
Durante	 o	 período	 de	 perturbação	 do	 humor	 e	 aumento	 da	 energia	 ou
atividade,	três	(ou	mais)	dos	seguintes	sintomas	(quatro,	se	o	humor	é	apenas
irritável)	 estão	 presentes	 em	 grau	 significativo	 e	 representam	 uma	mudança
notável	do	comportamento	habitual:
1.	 autoestima	inflada	ou	grandiosidade;
E-Book	-	Apostila
5	-	45
2.	 redução	da	necessidade	de	 sono	 (exemplo:	 sente-se	 descansado
com	apenas	três	horas	de	sono);
3.	 mais	loquaz	que	o	habitual	ou	pressão	para	continuar	falando;
4.	 fuga	 de	 ideias	 ou	 experiência	 subjetiva	 de	 que	 os	 pensamentos
estão	acelerados;
5.	 distraibilidade	 (exemplo:	 a	 atenção	 é	 desviada	muito	 facilmente
por	 estímulos	 externos	 insignificantes	 ouirrelevantes),	 conforme
relatado	ou	observado;
6.	 aumento	 da	 atividade	 dirigida	 a	 objetivos	 (seja	 socialmente,	 no
trabalho	ou	na	escola,	seja	sexualmente)	ou	agitação	psicomotora
(exemplo:	atividade	sem	propósito	não	dirigida	a	objetivos);
7.	 envolvimento	 excessivo	 em	 atividades	 com	 elevado	 potencial
para	consequências	dolorosas	 (exemplo:	envolvimento	em	surtos
desenfreados	 de	 compras,	 indiscrições	 sexuais	 ou	 investimentos
financeiros	insensatos).
C
A	perturbação	 do	 humor	 é	 suficientemente	 grave,	 a	 ponto	 de	 causar	 prejuízo
acentuado	 no	 funcionamento	 social	 ou	 profissional,ou	 de	 necessitar	 de
hospitalização	 a	 fim	 de	 prevenir	 dano	 a	 si	 mesmo	 ou	 a	 outras	 pessoas,	 ou
quando	existirem	características	psicóticas.
D
O	 episódio	 não	 é	 atribuível	 aos	 efeitos	 fisiológicos	 de	 uma	 substância
(exemplo:	 droga	 de	 abuso,	 medicamento,	 outro	 tratamento)	 ou	 a	 outra
condição	médica.
Nota:	 embora	 não	 existam	 sintomas	 específicos	 que	 distinguem	 a	 depressão
unipolar	 da	 depressão	 bipolar,	 são,	 comumente,	 encontradas	 características
clínicas	 típicas	 de	 cada	manifestação,	 como	 o	 perfil	 dos	 sintomas,	 a	 história
familiar	e	o	curso	da	doença.
E
O	diagnóstico	é	feito	por	meio	dos	critérios	avaliativos	que	constam	no	DSM-5.
E-Book	-	Apostila
6	-	45
A	seguir,	confira	os	critérios	diagnósticos	para	episódio	hipomaníaco,	segundo	o
DSM-V,	clicando	nos	números	abaixo.
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
Tratamento	do	transtorno	bipolar
Embora	o	TB	não	tenha	cura,	existem	tratamentos	específicos	para	garantir	que	a
evolução	do	transtorno	seja	a	melhor	possível.	O	objetivo	é	sempre	o	de	controlar
a	recorrência	dos	sintomas,	tentando	amenizar	e	prevenir	os	episódios	maníacos	e
depressivos.	 O	 tratamento,	 atualmente,	 é	 baseado	 no	 uso	 de	 medicamentos,
psicoeducação	e	psicoterapia.	Entretanto	são	fundamentais	mudanças	no	estilo	de
vida,	 com	 foco	 em	 hábitos	 saudáveis,	 como	 ter	 horários	 regulares,	 uma	 dieta
equilibrada	 e	 um	 sono	 satisfatório,	 na	 medida	 do	 possível,	 evitar	 o	 uso	 de
substâncias	 psicoativas,	 fazer	 exercícios	 físicos	 regularmente,	mas	 não	 de	 forma
exagerada,	 dentre	 outros.	 Hábitos	 saudáveis	 ajudam	 a	 prevenir	 e	 a	 controlar	 os
sintomas,	e	hábitos	não	saudáveis	precipitam	crises!
Quanto	ao	tratamento	farmacológico,	certos	medicamentos	podem	ajudar	a
controlar	 os	 sintomas	 do	 TB.	 Algumas	 pessoas,	 muitas	 vezes,	 precisam
experimentar	 vários	 medicamentos	 diferentes	 antes	 de	 encontrar	 os	 que
funcionam	melhor,	porque	os	sintomas	são	muito	variáveis.
E-Book	-	Apostila
7	-	45
As	 classes	 farmacológicas	 de	 medicamentos	 que	 os	 médicos	 geralmente
prescrevem	 incluem	 os	 estabilizadores	 de	 humor	 e	 os	 antipsicóticos	 atípicos.
Estabilizadores	 de	 humor,	 como	 lítio	 ou	 valproato	 de	 sódio	 podem	 ajudar	 a
prevenir	episódios	de	humor	alterados	ou	reduzir,	ainda,	sua	gravidade.	O	lítio	é	o
medicamento	de	escolha	quando	há	risco	de	suicídio.
Os	antipsicóticos,	como	a	quetiapina,	são	muito	prescritos	para	ajudar	no	controle
de	impulsos,	em	comportamentos	muito	irritáveis	e	como	sedativos.	Muitas	vezes,
medicamentos	 que	 atuam	 no	 sono	 ou	 na	 ansiedade,	 como	 os	 ansiolíticos
benzodiazepínicos,	 são	 também	 prescritos	 aos	 estabilizadores	 de	 humor	 e
antipsicóticos	como	parte	do	tratamento	farmacológico.	Mas	os	benzodiazepínicos
só	 devem	 ser	 usados	 em	 crises	 agudas	 ou	 no	 início	 do	 tratamento.	 A	 depressão
bipolar	 é	 frequentemente	 tratada	 com	 medicamentos	 antidepressivos,
principalmente	 os	 inibidores	 seletivos	 da	 recaptação	 de	 serotonina,	 como	 a
sertralina	 ou	 escitalopram.	 Entretanto	 pelo	 menos	 um	 estabilizador	 de	 humor
também	 deve	 ser	 tomado	 em	 conjunto,	 pois	 um	 antidepressivo	 usado	 de	 forma
isolada	pode	desencadear	um	episódio	maníaco	ou	um	ciclo	rápido	em	uma	pessoa
com	TB.
Confira	abaixo	um	caso	clínico	clicando	na	imagem:
E-Book	-	Apostila
8	-	45
Fonte:	LITTLEPRINCE	/	123RF.
Como	podemos	verificar	no	que	estudamos	até	aqui,	 o	diagnóstico	do	TB	é	 feito,
atualmente,	 pelo	 psiquiatra,	 com	 base	 nos	 critérios	 de	 diagnóstico	 do	 DSM-5.
Entretanto	 esse	 diagnóstico	 nem	 sempre	 é	 fácil,	 pois	 cada	 paciente	 é	 um
"universo"	próprio.	Em	média,	um	paciente	com	TB	leva	de	cinco	a	dez	anos	para
receber	 o	 diagnóstico.	 Nesse	 contexto,	 separamos	 um	 exemplo	 para	 que	 você
tenha	a	dimensão	do	quanto	é	difícil	realizar	esse	tipo	de	diagnóstico.
Reflexão	sobre	o	caso
No	 TB,	 episódios	 depressivos	 se	 caracterizam	 por	 alterações	 de	 humor,	 com
pessimismo,	 desesperança	 e	 tristeza,	 com	 perda	 ou	 aumento	 de	 apetite	 e
prováveis	 alterações	 do	 sono,	 incluindo	 insônia	 ou	 hipersonia.	 Já	 o	 episódio
maníaco,	no	qual	muitas	vezes	o	indivíduo	acha	até	benéfico	esse	estado,	como	o
caso	 de	 F.G.,	 o	 paciente	 se	 torna	 ativo	 e	 eufórico,	 mas	 pode	 trazer	 muitos
prejuízos	tanto	ao	próprio	 indivíduo	como	às	pessoas	à	sua	volta.	O	diagnóstico	é
primordialmente	 clínico,	 seguindo	os	 critérios	do	DSM-5,	 em	que	diferenciar	 esse
transtorno	de	outros	distúrbios,	como	depressão	unipolar,	distimia,	esquizofrenia,
dentre	 outros,	 é	 fundamental.	 Por	 isso,	 o	 psiquiatra	 deve	 perguntar	 sobre	 o
passado	do	paciente.
F.G.,	 20	 anos,	 sexo	 feminino,	 relatou	 em	 sua	 primeira	 consulta	 ao
psiquiatra	que	anda	extremamente	desanimada,	sem	interesse	na	sua	vida
habitual,	e	que	abandonou	a	faculdade	de	Direito.	Relatou	que	sempre	teve
uma	vida	considerada	normal	por	ela,	até	que	seu	pai	 faleceu,	quando	ela
tinha	14	anos.	O	médico	prescreveu	o	antidepressivo	escitalopram	e	pediu
a	 ela	 que	 voltasse	 em	 um	 mês.	 Após	 dois	 meses,	 F.G.	 retornou	 ao
consultório	com	sua	mãe	e	relatou	que	se	sentia	extremamente	bem,	com
muito	vigor,	e	que,	apesar	de	não	ter	retornado	à	faculdade,	ia	à	academia,
fazia	3	horas	de	exercícios	seguidos,	saía	praticamente	 todos	os	dias	com
os	 amigos	 para	 se	 divertir	 e	 bebia	 alguns	drinks,	 mas	 depois	 tinha
dificuldade	para	dormir.
Sua	mãe,	por	outro	 lado,	 relatou	preocupação.	Ela	disse	ao	psiquiatra	que
F.G.	se	mostrava	extremamente	 irritada	com	ela	e	que	teve	seu	cartão	de
crédito	 cancelado,	 pois	 havia	 gasto	 muito	 dinheiro	 com	 roupas	 em	 um
shopping.	A	mãe	disse,	ainda,	que	episódios	como	esse	já	haviam	ocorrido
pouco	tempo	depois	do	falecimento	de	seu	marido,	mas	ela	achou	que	era
por	causa	do	luto,	e	que	tempos	depois	F.G.	passou	a	ficar	somente	em	seu
quarto.	 Ela,	 inclusive,	 relatou	 que	 a	 filha	 pensou	 em	 suicídio.	 Então,	 o
médico	disse	que	F.G.	precisaria	 fazer	psicoterapia,	 indicou	uma	psicóloga
de	sua	confiança	e	receitou	a	ela	o	valproato	de	sódio,	em	associação	com
o	 antidepressivo	 venlafaxina.	 Disse,	 ainda,	 que	 faria	 uma	 série	 de
perguntas	e	que,	se	possível,	F.G.	procurasse	uma	neuropsicóloga	também
indicada	por	ele.	
E-Book	-	Apostila
9	-	45
Quando	 um	 paciente	 é	 diagnosticado	 com	 TB,	 o	 tratamento	 de	 primeira	 linha
prescrito	é	o	uso	dos	estabilizadores	de	humor,	 lítio	e	ácido	valproico,	para	evitar
os	episódios	de	mania.	Antidepressivos	podem	ser	associados,	mas	sempre	com	o
uso	 concomitante	 de	 um	 estabilizador	 de	 humor.	 Se	 o	 paciente	 não	 responder	 a
esses	estabilizadores	de	humor,	é	possível	recorrer	ao	topiramato,	à	lamotrigina	e
à	 carbamazepina,	 por	 exemplo,	 bem	 como	 a	 antipsicóticos	 de	 segunda	 geração,
como	a	quetiapina.
Provavelmente,	 quando	 F.G.	 fez	 uso	 monoterápico	 de	 antidepressivo,	 ela	 entrou
em	um	grave	episódio	maníaco.	 É	muito	 importante	o	diagnóstico	bem	 feito	 e,	 a
partir	 daí,	 nunca	 deve-se	 prescrever	 antidepressivos	 de	 forma	 isolada	 para
pacientes	com	TB.	O	uso	de	lítio	é	necessário	devido	à	ideação	suicida.	Além	disso,
o	 paciente	 deve	 entender	 que	 fazer	 uso	 de	 álcool,	 cigarro,	 cafeína	 e	 outras
substâncias	é	ainda	mais	prejudicial	ao	portador	de	TB,	e	ele	deve	ser	estimulado
a	praticar	exercícios	físicos	regulares,	mas	sem	exageros,	e	ter	acompanhamento
psicoterápico.
Psicofarmacologia	no	TDAH
O	Transtorno	do	Déficit	de	Atenção	com	ou	sem	Hiperatividade	 (TDAH/TDA)	é	um
transtorno	 do	 neurodesenvolvimento,	 ou	 seja,	 é	 uma	 condição	 com	 bases
neurológicas	 e	 afeta	 o	 desenvolvimento	 psicossocial	 de	 quem	 o	 sofre.	 Outros
distúrbios	de	neurodesenvolvimento	comuns,	especialmente	nas	salas	de	aula,	são
o	 Transtorno	 do	 Espectro	 Autista	 (TEA),	 distúrbios	 de	 aprendizagem	 (como
dislexia)	 ou	 distúrbios	 específicos	 de	 aprendizagem	 e	 deficiênciaintelectual.
Muitos	deles	só	são	percebidos	quando	a	criança	vai	à	escola	e	não	consegue	ficar
muito	tempo	sentada.
No	vídeo	abaixo,	falaremos	mais	sobre	a	temática	do	TDAH.	Acompanhe!
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
A	partir	do	vídeo	assistido,	você	consegue	identificar	quais	outros	conhecimentos
foram	adquiridos	com	ele?
Diagnóstico
E-Book	-	Apostila
10	-	45
O	diagnóstico	de	TDAH	é	baseado,	principalmente,	 nos	 critérios	estabelecidos	no
Manual	 Diagnóstico	 e	 Estatístico	 da	 Academia	 Americana	 de	 Psiquiatria	 (DSM-V),
uma	 vez	 que	 o	 transtorno	 não	 apresenta	 ainda	 nenhum	 marcador	 biológico.	 Os
critérios	 do	 DSM	 para	 o	 TDAH	 são	 descritivos	 e	 incluem	 três	 sintomas	 cardinais
distribuídos	em	dois	domínios:	desatenção	e	hiperatividade/impulsividade.
O	 diagnóstico	 requer	 a	 presença	 de	 pelo	menos	 seis	 dos	 nove	 sintomas	 de	 cada
domínio	ou	uma	combinação	de	ambos	(desatenção-hiperatividade/impulsividade).
É	 importante	 notar	 que	 os	 comportamentos	 incluídos	 no	DSM	 são	 observados	 no
desenvolvimento	normal	de	crianças	e	adolescentes.	Então,	o	diagnóstico	de	TDAH
exige	 que	 esses	 comportamentos	 sejam	 graves,	 desproporcionais	 ao	 esperado
para	 seu	nível	de	desenvolvimento	e	 idade,	persistentes,	manifestos	em	mais	de
um	ambiente	(casa,	escola)	e	para	os	quais	não	haja	outra	explicação.
O	 diagnóstico	 de	 TDAH	 é	 clínico,	 baseado	 em	 uma	 história	 pessoal	 e	 familiar
cuidadosa,	 incluindo	 marcos	 de	 desenvolvimento,	 doença	 médica	 (tireoide),
acuidade	 visual,	 audição,	 abuso	 de	 substâncias	 e	 história	 psicossocial.	 É
imprescindível	a	realização	de	um	exame	físico	detalhado	(pesquisa	de	dismorfias,
alterações	 de	 pigmentação,	macrocefalia,	 peso,	 altura,	 pressão	 arterial,	 pulso)	 e
exame	 neurológico	 completo.	 O	 diagnóstico	 também	 requer	 a	 avaliação	 da
existência	 de	 comorbidades	 associadas,	 como	 transtornos	 de	 aprendizagem,
tiques,	ansiedade,	transtornos	de	humor	e	transtorno	do	espectro	autista.
Confira	abaixo,	clicando	nas	sanfonas,	os	critérios	diagnósticos	para	o	TDAH,
segundo	o	manual	diagnóstico	e	estatístico	de	transtornos	mentais.
Desatenção
Um	 padrão	 persistente	 de	 desatenção	 e/ou	 hiperatividade-impulsividade	 que
interfere	no	funcionamento	e	no	desenvolvimento,	conforme	caracterizado	por
(1)	e/ou	(2):
Os	 critérios,	 apesar	 dos	 esforços	 para	 padronizá-los,	 permanecem	 subjetivos,
uma	 vez	 que	 os	 limites	 para	 classificar	 o	 comportamento	 têm	 certo	 grau	 de
arbitrariedade,	 dependendo	 das	 normas	 culturais,	 do	 conhecimento	 do
desenvolvimento	normal	 de	uma	 criança,	 das	 expectativas	 dos	 pais	 e	 do	que
os	professores	relatam.
E-Book	-	Apostila
11	-	45
Seis	 (ou	mais)	 dos	 seguintes	 sintomas	 persistem	por	 pelo	menos	 seis	meses,
em	 um	 grau	 que	 é	 inconsistente	 com	 o	 nível	 do	 desenvolvimento,	 e	 têm
impacto	 negativo	 diretamente	 nas	 atividades	 sociais	 e
acadêmicas/profissionais:
Nota:	 os	 sintomas	 não	 são	 apenas	 uma	 manifestação	 de	 comportamento
opositor,	 desafio,	 hostilidade	 ou	 dificuldade	 para	 compreender	 tarefas	 ou
instruções.	 Para	 adolescentes	mais	 velhos	 e	 adultos	 (17	 anos	 ou	mais),	 pelo
menos	cinco	sintomas	são	necessários.
A.	 Frequentemente,	 não	 presta	 atenção	 em	 detalhes	 ou	 comete
erros	por	descuido	em	 tarefas	escolares,	 no	 trabalho	ou	durante
outras	 atividades	 (por	 exemplo,	 negligencia	 ou	 deixa	 passar
detalhes,	o	trabalho	é	impreciso).
B.	 Frequentemente,	tem	dificuldade	de	manter	a	atenção	em	tarefas
ou	atividades	 lúdicas	(por	exemplo,	dificuldade	de	manter	o	 foco
durante	aulas,	conversas	ou	leituras	prolongadas).
C.	 Frequentemente,	parece	não	escutar	quando	alguém	 lhe	dirige	a
palavra	 diretamente	 (por	 exemplo,	 parece	 estar	 com	 a	 cabeça
longe,	mesmo	na	ausência	de	qualquer	distração	óbvia).
D.	 Frequentemente,	não	segue	 instruções	até	o	 fim	e	não	consegue
terminar	 trabalhos	 escolares,	 tarefas	 ou	 deveres	 no	 local	 de
trabalho	 (ppr	 exemplo,	 começa	 as	 tarefas,	 mas	 rapidamente
perde	o	foco	e	facilmente	perde	o	rumo).
E.	 Frequentemente,	 tem	 dificuldade	 para	 organizar	 tarefas	 e
atividades	 (por	 exemplo,	 dificuldade	 em	 gerenciar	 tarefas
sequenciais;	 dificuldade	 em	manter	materiais	 e	 objetos	 pessoais
em	 ordem;	 trabalho	 desorganizado	 e	 desleixado;	 mau
gerenciamento	do	tempo;	dificuldade	em	cumprir	prazos).
F.	 Frequentemente,	 evita,	 não	 gosta	 ou	 reluta	 em	 se	 envolver	 em
tarefas	 que	 exijam	 esforço	 mental	 prolongado	 (por	 exemplo,
trabalhos	 escolares	 ou	 lições	 de	 casa;	 para	 adolescentes	 mais
velhos	 e	 adultos,	 preparo	 de	 relatórios,	 preenchimento	 de
formulários,	revisão	de	trabalhos	longos).
G.	 Frequentemente,	 perde	 coisas	 necessárias	 para	 tarefas	 ou
atividades	 (por	 exemplo,	 materiais	 escolares,	 lápis,	 livros,
instrumentos,	carteiras,	chaves,	documentos,	óculos,	celular).
H.	 Com	 frequência,	 é	 facilmente	 distraído	 por	 estímulos	 externos
(para	 adolescentes	 mais	 velhos	 e	 adultos,	 pode	 incluir
pensamentos	não	relacionados).
I.	 Com	 frequência,	 é	 esquecido	 em	 relação	 a	 atividades	 cotidianas
(por	 exemplo,	 realizar	 tarefas,	 obrigações;	 para	 adolescentes
mais	 velhos	 e	 adultos,	 retornar	 ligações,	 pagar	 contas,	 manter
horários	agendados).
Hiperatividade	e	impulsividade
E-Book	-	Apostila
12	-	45
Seis	 (ou	mais)	 dos	 seguintes	 sintomas	 persistem	por	 pelo	menos	 seis	meses,
em	 um	 grau	 que	 é	 inconsistente	 com	 o	 nível	 do	 desenvolvimento,	 e	 têm
impacto	 negativo	 diretamente	 nas	 atividades	 sociais	 e
acadêmicas/profissionais:
Nota:	 os	 sintomas	 não	 são	 apenas	 uma	 manifestação	 de	 comportamento
opositor,	 desafio,	 hostilidade	 ou	 dificuldade	 para	 compreender	 tarefas	 ou
instruções.	 Para	 adolescentes	mais	 velhos	 e	 adultos	 (17	 anos	 ou	mais),	 pelo
menos	cinco	sintomas	são	necessários.
A.	 Frequentemente,	 remexe	 ou	 batuca	 as	 mãos	 ou	 os	 pés	 ou	 se
contorce	na	cadeira.
B.	 Frequentemente,	 levanta	 da	 cadeira	 em	 situações	 em	 que	 se
espera	 que	 permaneça	 sentado	 (por	 dexemplo,	 sai	 do	 seu	 lugar
em	sala	 de	aula,	 no	 escritório	 ou	em	outro	 local	 de	 trabalho,	 ou
em	 outras	 situações	 que	 exijam	 que	 permaneça	 em	 um	mesmo
lugar).
C.	 Frequentemente,	 corre	ou	 sobe	nas	 coisas	em	situações	em	que
isso	é	inapropriado.
(nota:	 em	 adolescentes	 ou	 adultos,	 pode	 se	 limitar	 a	 sensações
de	inquietude).
D.	 Com	 frequência,	 é	 incapaz	 de	 brincar	 ou	 se	 envolver	 em
atividades	de	lazer	calmamente.
E.	 Com	 frequência,	 “não	 para”,	 agindo	 como	 se	 estivesse	 “com	 o
motor	 ligado”	 (por	 exemplo,	 não	 consegue	 ou	 se	 sente
desconfortável	 em	 ficar	 parado	 por	 muito	 tempo,	 como	 em
restaurantes,	 reuniões;	 outros	 podem	 ver	 o	 indivíduo	 como
inquieto	ou	difícil	de	acompanhar).
F.	 Frequentemente,	fala	demais.
G.	 Frequentemente,	 deixa	 escapar	 uma	 resposta	 antes	 que	 a
pergunta	 tenha	 sido	 concluída	 (por	 exemplo,	 termina	 frases	 dos
outros,	não	consegue	aguardar	a	vez	de	falar).
H.	 Frequentemente,	 tem	 dificuldade	 para	 esperar	 a	 sua	 vez	 (por
exemplo,	aguardar	em	uma	fila).
I.	 Frequentemente,	 interrompe	 ou	 se	 intromete	 (por	 exemplo,
intromete-se	nas	conversas,	jogos	ou	atividades;	pode	começar	a
usar	as	coisas	de	outras	pessoas	sem	pedir	ou	receber	permissão;
para	 adolescentes	 e	 adultos,	 pode	 intrometer-se	 ou	 assumir	 o
controle	sobre	o	que	os	outros	estão	fazendo).
Sintomas	de	desatenção
E-Book	-	Apostila
13	-	45
Vários	 sintomas	 de	 desatenção	 ou	 hiperatividade-impulsividade	 estão
presentes	 antes	 dos	 12	 anos	 de	 idade.	 Vários	 sintomas	 de	 desatenção	 ou
hiperatividade-impulsividade	estão	presentes	em	dois	ou	mais	ambientes	 (por
exemplo,	em	casa,	na	escola,	no	trabalho;	com	amigos	ou	parentes;	em	outras
atividades).	 Há	 evidências	 claras	 de	 que	 os	 sintomas	 interferem	 no
funcionamento	 social,	 acadêmicoou	 profissional,	 ou	 que	 reduzem	 sua
qualidade.	 Os	 sintomas	 não	 ocorrem,	 exclusivamente,	 durante	 o	 curso	 de
esquizofrenia	ou	outro	transtorno	psicótico	e	não	são	mais	bem	explicados	por
outro	 transtorno	 mental	 (por	 exemplo,	 transtorno	 do	 humor,	 transtorno	 de
ansiedade,	transtorno	dissociativo,	transtorno	da	personalidade,	intoxicação	ou
abstinência	de	substância).
Tratamento	psicofarmacológico	do	TDAH
O	tratamento	do	TDAH	começa	com	a	educação	do	indivíduo	e	seu	ambiente	sobre
a	 natureza	 neurobiológica	 do	 TDAH	 e	 o	 fim	 da	 estigmatização	 do	 diagnóstico.	 A
terapia	 comportamental	 abrange	 um	 amplo	 conjunto	 de	 intervenções	 que	 visam
modificar	 o	 ambiente	 físico	 e	 social	 para	 mudar	 o	 comportamento.	 Os	 pais
geralmente	 são	 treinados	 em	 estratégias	 para	 modificar	 os	 comportamentos	 da
criança	 e	 melhorar	 sua	 capacidade	 de	 regular	 seu	 comportamento,	 aplicando
recompensas	e	consequências.
A	terapia	comportamental	tem	se	mostrado	eficaz	no	tratamento	de	crianças	com
TDAH,	 principalmente	 associada	 à	 terapia	 farmacológica.	 Em	 caso	 de	 dificuldade
acadêmica,	 é	 importante	 oferecer	 apoio	 escolar	 com	 posicionamento	 estratégico
em	 sala	 de	 aula.	 Há	 também	 tratamentos	 pensados	 		para	 trabalhar	 funções
executivas,	 memória	 de	 trabalho,	 planejamento,	 flexibilidade	 por	 meio	 de
videogames	e	outras	técnicas.
(Passe	o	mouse	no	(+)	e	confira	o	conteúdo	abaixo)
E-Book	-	Apostila
14	-	45
O	 tratamento	 farmacológico	 é	 baseado	 em	 agentes	 que	 afetam	 a
neurotransmissão	 dopaminérgica	 e	 noradrenérgica,	 como	 psicoestimulantes	 e
antidepressivos	que	aumentam	as	concentrações	de	dopamina	e	noradrenalina.	É
recomendado	 que	 a	 escolha	 do	 tratamento	 deva	 ser	 baseada	 na	 existência	 de
comorbidade,	contraindicações,	tolerabilidade	a	efeitos	adversos,	conveniência	na
dosagem	(adesão/escolas),	potencial	de	desvio	e	preferência	dos	pacientes.
O	 psicoestimulante	mais	 usado	 no	 TDAH	 é	 o	metilfenidato	 de	 liberação	 imediata
(ritalina),	 entretanto	 há	 medicamentos	 similares	 de	 liberação	 prolongada.	 O
venvanse	 tem	 como	 princípio	 ativo	 uma	 anfetamina,	 o	 dimesilato	 de
lisdexanfetamina.	Esses	medicamentos	aumentam	as	concentrações	de	dopamina
na	 fenda	 sináptica.	 Inclusive,	 estudos	 mostram	 que	 a	 neurotransmissão
dopaminérgica	pode	estar	diminuída	no	córtex	pré-frontal	de	pacientes	com	TDAH.
Há	 também	a	 indicação	de	 antipsicóticos,	 como	a	 tioridazina	 ou	 risperidona,	 que
são	 úteis	 apenas	 em	 casos	 específicos	 para	 controle	 do	 comportamento,	 e	 de
antidepressivos	 como	 a	 imipramina,	 nortriptilina,	 atomoxetina,	 desipramina	 ou
bupropiona,	que	aumentam	as	concentrações	de	noradrenalina.
Psicofarmacologia	na	infância	e	na
adolescência
O	 tratamento	 farmacológico	 ainda	 é	 o	 tratamento	 de	 primeira	 linha
para	 os	 portadores	 de	 TDAH.	 Deve-se	 destacar	 a	 importância	 do
envolvimento	do	adolescente,	se	for	o	caso,	na	decisão	do	tratamento	e
na	 discussão	 dos	 potenciais	 benefícios	 e	 efeitos	 adversos.	 É	 indicado
informar	aos	pais	que	se	 trata	de	uma	condição	crônica,	para	garantir
sua	 cooperação	 na	 titulação	 dos	 medicamentos	 e	 na	 continuidade	 do
tratamento.
E-Book	-	Apostila
15	-	45
Os	transtornos	de	déficit	de	atenção	e	hiperatividade,	de	conduta	e	os	transtornos
ansiosos	encontram-se	entre	os	distúrbios	psiquiátricos	mais	comuns	em	crianças
e	adolescentes.	O	principal	 fator	para	um	 transtorno	ansioso	de	 início	precoce	é,
geralmente,	ser	filho	de	pais	com	algum	transtorno	de	ansiedade	ou	depressão.		Já
os	transtornos	de	desenvolvimento	são	condições	que	afetam,	fundamentalmente,
as	interações	sociais.	Esses	transtornos	se	manifestam	logo	nos	primeiros	anos	de
vida,	 mas	 permanecem	 por	 toda	 a	 vida.	 Os	 principais	 transtornos	 de
desenvolvimento	 englobam	 o	 Transtorno	 do	 Espectro	 Autista	 (TEA),	 psicoses
infantis,	síndrome	de	Kanner	e	síndrome	de	Rett.	Em	todas	essas	condições	podem
aparecer	 comportamentos	 estereotipados	 e	 repetitivos,	 além	 de	 interesses
restritos.	 Os	 indivíduos	 que	 apresentam	 essas	 condições	 podem	 ter	 dificuldade
com	 a	 comunicação	 verbal	 e	 alguns	 evitam	 o	 contato	 visual.	 Pode,	 ainda,	 haver
alterações	nos	processos	atencionais,	 como	o	hiperfoco	ou	o	TDAH.	Processos	de
hiper	 ou	 hipossensibilidade	 sensorial	 são	 comuns,	 podendo	 levar	 a	 crises	 com
alterações	de	humor.	Além	disso,	as	crianças	podem	apresentar	ecolalia.
O	 TEA	 pode	 ser	 classificado	 conforme	 a	 necessidade	 de	 suporte,	 podendo	 ser
considerado:	 autismo	 leve,	 moderado	 ou	 severo.	 No	 Brasil,	 dois	 manuais	 de
diagnóstico	 têm	 sido	 adotados:	 o	 DSM	 e	 o	 CID	 (Classificação	 Internacional	 de
Doenças).	 Recentemente,	 o	 CID	 aboliu	 a	 denominação	 Asperger,	 classificando	 os
indivíduos	com	TEA	de	acordo	com	a	necessidade	de	suporte.	O	diagnóstico	de	TEA
é	essencialmente	clínico,	 feito	a	partir	das	observações	do	 indivíduo.	Os	critérios
usados	para	o	diagnóstico	são	descritos	no	DSM.	Além	do	DSM-V,	há	outros	testes,
como	a	escala	de	classificação	de	autismo	na	infância	e	os	indicadores	clínicos	de
risco	para	o	desenvolvimento	infantil.
É	bem	comum	indivíduos	com	TEA	apresentarem	comorbidades	neurológicas,	hoje
em	 dia	 denominadas	 condições	 associadas,	 como	 TDAH,	 epilepsia,	 enxaquecas	 e
cefaleias;	 distúrbios	 do	 sono;	 depressão;	 ansiedade,	 dentre	 outras.	 Não	 há	 cura
para	o	autismo	porque	ele	não	é	uma	doença.	Os	medicamentes	prescritos	para	os
pacientes	com	TEA	são	para	o	tratamento	das	condições	associadas.	Portanto,	se	o
indivíduo	 tem	 TEA	 e	 epilepsia,	 ele	 deverá	 fazer	 uso	 de	 anticonvulsivantes	 ou	 de
óleo	de	canabidiol.	Se	o	paciente	é	portador	de	TDAH,	ele	pode	se	beneficiar	dos
medicamentos	prescritos	para	essa	condição	e	assim	por	diante.
O	 TEA	 é	 considerado	 uma	 síndrome	 neuropsiquiátrica	 caracterizada	 por
manifestações	 comportamentais.	 Acredita-se	 que	 o	 TEA	 esteja	 associado,
principalmente,	a	fatores	genéticos.
E-Book	-	Apostila
16	-	45
Um	medicamento	que	é	muito	prescrito	 para	pacientes	 com	TEA	é	 a	 risperidona,
um	 antipsicótico	 que	 tem	 a	 função	 sedativa	 e	 de	 diminuir	 o	 comportamento
agressivo	que	pode	ser	prejudicial	ao	paciente.	Com	o	uso	de	risperidona,	observa-
se	 a	melhora	 da	 escala	 de	 Impressão	 Clínica	 Global	 (CGI-I).	 Como	 esse	 fármaco
atua	 inibindo	 receptores	 de	 dopamina,	 um	 dos	 principais	 efeitos	 colaterais	 é	 a
ginecomastia.	 Por	 isso,	 muitos	 pais	 param	 de	 dar	 a	 medicação.	 Porém	 a
descontinuação	tem	que	ser	informada	ao	médico,	pois	é	necessário	um	desmame
antes	da	interrupção.
É	 importante	 ressaltar	 que	 o	 tratamento	 deve	 ser	 multidisciplinar,
englobando	 médicos,	 fonoaudiólogos,	 fisioterapeutas,	 psicólogos	 e
pedagogos.	 Em	 resumo,	 tudo	 isso	 visa	 incentivar	 o	 indivíduo	 a	 realizar,
sozinho,	 diversas	 tarefas,	 como	 se	 vestir,	 escovar	 os	 dentes	 e	 comer,	 em
casos	severos.
Existem	alguns	transtornos	difíceis	de	definir,	porque	não	se	classificam	como	TGD
nem	 como	 transtornos	 específicos	 de	 aprendizagem,	 como	 a	 discalculia	 e	 a
dislexia.	 Entretanto,	 por	 provocarem	 alterações	 comportamentais	 e	 cognitivas,
podem	prejudicar	o	aprendizado,	como	o	Transtorno	Opositivo	Desafiador	(TOD)	e
o	TDAH.	
O	 TOD	 é	 um	 quadro	 que	 ocasiona	 ao	 indivíduo	 portador	 extrema	 dificuldade	 no
controle	 de	 impulsos.	 Geralmente,	 esse	 indivíduo	 chega	 ao	 consultório	 porque
pessoas	 próximas	 (pais,	 professores,	 cuidadores,	 colegas	 etc.)	 relatam	 quadros
agressivos	quando	a	pessoa	deve	obedecer	uma	regra,	quando	é	questionada	por
uma	 opinião	 alheia	 ou	 quando	 suas	 vontades	 não	 são	 realizadas,	 e	 ela	 se	 sente
frustrada.	 O	 quadro	 é	 comportamental,	 com	 agressividade,	 falta	 de	 controle
emocional	 e	 de	 impulsos.	 Geralmente,	 essas	 crianças	 têm	 sérios	 problemas	 de
convivência,	 seja	 em	casa	 ou	na	 escola.	 As	 causas	 que	 levamao	 TOD	ainda	não
estão	muito	 bem	 estabelecidas,	 mas	 acredita-se	 que	 fatores	 ambientais	 possam
ser	 cruciais	 para	 o	 seu	desenvolvimento.	Dessa	maneira,	 crianças	 que	 vivem	em
vulnerabilidade	 ou	 em	 lares	 com	 altos	 níveis	 de	 agressividade	 tendem	 a
desenvolver	com	mais	facilidade	esse	transtorno.	Acredita-se	também	que	o	córtex
pré-frontal,	responsável	pelo	controle	de	impulsos,	possa	ter	alguma	alteração.
E-Book	-	Apostila
17	-	45
Comumente,	 os	 médicos	 prescrevem	 antipsicóticos	 para	 os	 indivíduos
diagnosticados	com	TOD.	Esses	medicamentos	visam	controlar	os	impulsos.	Dentre
os	 mais	 prescritos	 estão	 a	 risperidona	 e	 a	 quetiapina.	 Muitos	 médicos	 também
prescrevem	 a	 amitriptilina,	 que	 é	 um	 antidepressivo,	 mas	 atua	 para	 evitar	 a
diurese	 noturna,	 muitas	 vezes	 frequente	 em	 portadores	 de	 TOD.	 Além	 desses
transtornos	 mencionados,	 a	 depressão	 e	 a	 ansiedade	 estão	 muito	 presentes
atualmente	na	vida	de	crianças	e	adolescentes,	principalmente	após	a	pandemia.
Se	 for	o	 caso	de	 tratamento	 farmacológico,	 os	 fármacos	de	primeira	 linha	 são	os
antidepressivos	 inibidores	 da	 recaptação	 de	 serotonina.	 Entretanto	 é	 muito
importante	 ressaltar	 que	 os	 cérebros	 de	 crianças	 e	 adolescentes	 são
funcionalmente	 e	morfologicamente	 imaturos.	 Pesquisas	 indicam	que	 apenas	 por
volta	 dos	 20,	 25	 anos	 o	 nosso	 cérebro	 estará	 totalmente	maturado.	 Com	 isso,	 a
equipe	clínica	que	atende	uma	criança	ou	um	adolescente	deve	sempre	avaliar	se
é	realmente	fundamental	o	uso	de	medicamentos.
Claro	 que	 certas	 condições	 associadas	 não	 podem	 deixar	 de	 ser	 tratadas
farmacologicamente,	como	a	epilepsia,	mas,	principalmente	no	caso	de	crianças	e
adolescentes,	 o	 uso	 de	 fármacos	 deve	 ser	 extremamente	 criterioso.	 Além	 disso,
em	 todas	 as	 condições	 mencionadas,	 a	 terapia	 farmacológica	 jamais	 deve	 ser
isolada.	 A	 psicoterapia,	 a	 psicoeducação	 e	 o	 controle	 do	 ambiente	 devem,
necessariamente,	fazer	parte	do	tratamento.
Confira	um	exemplo	de	caso	clínico	clicando	na	figura	abaixo:
E-Book	-	Apostila
18	-	45
Fonte:	ANNEBEL146	/	123RF.
Atualmente,	 L.A.	 continua	 tomando	 antidepressivo	 para	 controlar	 suas	 crises	 de
ansiedade	e	 também	 toma	o	anticonvulsivante	valproato	de	 sódio,	mas	não	para
crises	 de	 ausência,	 e	 sim	 para	 controle	 de	 impulsos	 (também	 poderia	 ser	 um
antipsicótico).	 Ele	 diz	 que	 está	muito	mais	 feliz	 depois	 de	 seu	 diagnóstico	 e	 até
virou	ativista	da	 causa	autista.	O	 relato	de	 L.A.	 é	muito	 interessante,	 porque,	 na
verdade,	ele	era	tratado	como	uma	pessoa	depressiva,	mas	ao	ter	o	diagnóstico	de
TEA,	 muitos	 acontecimentos	 em	 sua	 vida	 fizeram	 sentido.	 Hoje,	 ele	 se	 sente
realizado,	 cursando	 a	 faculdade	 de	 Psicologia	 e	 entende	 melhor	 suas	 limitações
quando	se	sente	extremamente	sobrecarregado.	Apesar	de	tomar	medicações	para
não	entrar	em	crises	de	humor,	ele	não	deixa	sua	psicoterapia	por	nada.
Psicofarmacologia	 nos	 transtornos	 do	 sono-
vigília
De	acordo	com	o	DSM-V,	atualmente,	podem	ser	diagnosticados,	por	meio	de	seus
critérios,	 dez	 transtornos	 do	 sono-vigília:	 de	 insônia;	 de	 hipersonolência;
narcolepsia;	do	sono	relacionado	à	respiração;	do	sono-vigília	do	ritmo	circadiano;
de	 despertar	 do	 sono	 não	 REM;	 do	 pesadelo;	 comportamental	 do	 sono	 REM;
síndrome	 das	 pernas	 inquietas	 e	 transtorno	 do	 sono	 induzido	 por	 substância.
(DSM-5,	 2014).	 O	 ritmo	 biológico	 natural	 do	 nosso	 organismo,	 conhecido	 como
ciclo	 circadiano	 ou	 ritmo	 circadiano,	 ocorre	 em	um	período	 de	 aproximadamente
24,	25	horas	e	é	a	alternância	entre	o	sono	e	o	estar	desperto,	ou	seja,	a	vigília.
Quando	 um	 indivíduo	 apresenta	 alterações	 nesse	 ciclo,	 terá	 um	 transtorno	 do
sono-vigília.	 Muitas	 pessoas	 que	 trabalham	 no	 período	 noturno	 apresentam
alteração	no	ritmo	circadiano.
L.A.,	24	anos,	sexo	masculino,	estudante	de	Psicologia,	relata	que	durante
a	 infância	 tinha	muita	dificuldade	de	 interagir	com	outras	crianças.	Falava
normalmente,	 era	 bom	 aluno	 e,	 principalmente,	 seguia	 todas	 as	 regras
impostas,	tanto	pela	escola	como	pela	professora.	Adorava	desenhar	e	era
muito	 bom	 nisso.	 Com	 a	 chegada	 da	 adolescência,	 a	 dificuldade	 de	 se
relacionar	continuou	e	persistiam	as	crises	de	ausência.	Para	essas	crises,
L.A.	passou	a	tomar	 fenobarbital,	um	anticonvulsivante.	Com	o	passar	dos
anos,	L.A.	passou	a	ter	um	interesse	muito	forte	pela	música	e	ficava	horas
e	 horas	 no	 quarto	 escutando	 músicas	 dos	 anos	 1960.	 Passou	 a	 tocar
instrumentos	 também.	 Mas,	 no	 colégio,	 o	 chamavam	 de	 esquisito,	 não
gostavam	de	 ficar	perto	dele,	e	o	 isolamento	o	 fez	 ir	a	um	psiquiatra,	que
prescreveu	o	antidepressivo	escitalopram	para	tratar	o	humor	deprimido	e
as	crises	de	ansiedade.	Mas	L.A.	achava	que	era	algo	mais	e	começou	a	ler
sobre	o	autismo.	Convenceu	a	mãe	a	 levá-lo	a	um	médico	especialista	em
TEA	 e,	 aos	 18	 anos,	 L.A.	 foi	 diagnosticado	 com	 TEA	 nível	 de	 suporte	 I,	 e
algum	tempo	depois	com	altas	habilidades.	
E-Book	-	Apostila
19	-	45
Os	indivíduos	que	apresentam	esses	transtornos	normalmente	têm	queixas	sobre	a
qualidade,	o	tempo	e	a	quantidade	de	sono.	Uma	questão	importante	é	que	esses
transtornos	geram	sofrimento	e	prejuízos,	comprometendo	vários	aspectos	da	vida
cotidiana	 desses	 indivíduos.	 Além	 disso,	 hoje	 é	 bem	 estabelecido	 que	 o	 sono	 é
fundamental	 para	 a	 consolidação	 da	 memória	 e	 para	 a	 reparação	 de	 funções
cerebrais.
O	 diagnóstico	 dos	 transtornos	 do	 sono-vigília	 envolve	 uma	 abordagem
multidimensional	—	é	preciso	levar	sempre	em	consideração	se	não	existem	outras
condições	 médicas	 e	 neurológicas	 envolvidas.	 Assim,	 as	 doenças	 específicas
devem	 ser	 tratadas.	 O	 tratamento	 primário	 recomendado	 para	 a	 insônia	 é	 a
terapia	cognitivo-comportamental,	que	foca	os	pensamentos,	as	preocupações	e	os
comportamentos	comuns	que	interferem	no	sono,	que	é	uma	necessidade	humana
básica,	 crucial	 para	 a	 saúde	 física	 e	 mental.	 Existem	 dois	 tipos	 de	 sono	 que
normalmente	ocorrem	em	um	padrão	de	três	a	cinco	ciclos	por	noite:
sono	de	movimento	rápido	dos	olhos	(REM)	—	quando
ocorre	a	maioria	dos	sonhos;
não	REM	—	tem	três	estágios,	incluindo	o	sono	mais
profundo.
É	 muito	 comum	 que	 pessoas	 com	 esses	 transtornos	 apresentem
quadros	de	depressão,	ansiedade	e	alterações	cognitivas.	Ademais,	os
transtornos	do	sono-vigília	são	fatores	de	risco	para	o	desenvolvimento
de	 doenças	 neurodegenerativas	 e	 para	 o	 aumento	 do	 uso	 de
substâncias	que	podem	causar	dependência,	como	o	álcool.
ATENÇÃO
E-Book	-	Apostila
20	-	45
A	quantidade	de	sono	de	que	precisamos	varia	de	acordo	com	a	idade	e	difere	de
pessoa	 para	 pessoa.	 De	 acordo	 com	 a	National	 Sleep	 Foundation,	 a	 maioria	 dos
adultos	precisa	de	cerca	de	sete	a	nove	horas	de	sono	ininterrupto	todas	as	noites.
A	 fundação	modificou	 suas	 recomendações	de	 sono	em	2015,	 com	base	em	uma
extenuante	 revisão	 da	 literatura	 científica.	 Muitos	 indivíduos	 não	 dormem
adequadamente,	sendo	que	quase	30%	dos	adultos	dormem	menos	de	seis	horas
por	noite,	e	apenas	cerca	de	30%	dos	alunos	do	Ensino	Médio	têm	pelo	menos	oito
horas	de	sono	em	uma	noite	escolar	média.	
Diagnóstico
Para	 ser	 identificado	 com	 o	 transtorno	 de	 insônia,	 os	 problemas	 de	 sono	 devem
ocorrer	 pelo	 menos	 três	 noites	 por	 semana,	 durante	 pelo	 menos	 três	 meses,	 e
causar	 grande	 angústia	 ou	 problemas	 no	 local	 de	 trabalho,	 escola	 ou	 outros
lugares	 importantes	 do	 funcionamento	 diário	 de	 uma	 pessoa.	 Nem	 todos	 os
indivíduos	 com	 perturbações	 do	 sono	 têm	 problemas	 ou	 dificuldades	 de
funcionamento.	 Para	 diagnosticar	 a	 insônia,	 um	 médico	 certamente	 eliminará
vários	outros	distúrbios	do	sono,	efeitos	colaterais	de	medicamentos,	uso	indevido
de	 substâncias,	depressão	e	várias	outras	doenças	 físicas	e	mentais.	Além	disso,
alguns	medicamentos	e		problemasclínicos	podem	influenciar	o	sono.
Uma	 avaliação	 extensa	 para	 a	 insônia	 ou	 vários	 outros	 problemas	 de	 sono	 pode
envolver	 o	 histórico	 de	 uma	 pessoa,	 um	 exame	 físico,	 um	 diário	 do	 sono,	 bem
como	 testes	 profissionais	 (um	 estudo	 do	 sono).	 Um	 estudo	 de	 pesquisa	 do	 sono
permite	 que	 o	 médico	 reconheça	 por	 quanto	 tempo	 e	 quão	 bem	 a	 pessoa	 está
dormindo,	além	de	descobrir	problemas	específicos	de	sono.	Um	diário	do	sono	é
um	documento	de	hábitos	de	sono	para	discutir	com	o	médico.	Ele	 inclui	diversas
informações,	como	o	horário	que	a	pessoa	vai	para	a	cama,	se	ela	chega	a	dormir,
se	acorda,	se	tira	uma	soneca,	se	faz	exercícios,	o	que	come	e	se	consome	álcool,
além	de	bebidas	com	cafeína.	
Tratamento	farmacológico	para	a	insônia
Os	medicamentos	mais	prescritos	para	o	tratamento	da	insônia	são	a	melatonina,
a	agomelatina	 (antidepressivo	que	atua	nos	 receptores	de	melatonina),	 indutores
do	 sono,	 como	 os	 benzodiazepínicos,	 e	 substâncias	 como	 o	 zolpidem.	 Tal	 como
acontece	 na	 terapia	 comportamental,	 o	 objetivo	 do	 tratamento	 farmacológico	 é
melhorar	 a	 qualidade	 e	 a	 quantidade	 de	 sono	 e	 reduzir	 os	 prejuízos	 diurnos
associados.	 O	 tratamento	 farmacológico	 deve	 ser	 considerado	 um	 tratamento
agudo,	 até	 quatro	 semanas,	 e,	 em	 geral,	 não	 deve	 ser	 rotineiramente
recomendado	 para	 o	 tratamento	 da	 insónia	 crônica.	 Os	 benzodiazepínicos	 muito
consumidos	no	Brasil	caracterizam-se	por	reduzir	o	período	de	latência	e	aumentar
o	tempo,	mas	não	a	eficiência	do	sono.	Além	disso,	têm	potencial	risco	de	causar
dependência.	
E-Book	-	Apostila
21	-	45
REFLITA
A	 falta	 de	 tratamento,	 seja	 farmacológico	 ou	 não,
faz	 com	 que	 as	 crises	 maníacas,	 depressivas	 ou
ansiosas	 se	 tornem	mais	 intensas	 e	 frequentes.	O
tratamento	 é	 neuroprotetor!	 Isso	 deve	 ser	 de
conhecimento	de	TODOS	os	profissionais	da	saúde!
Infelizmente,	 os	 transtornos	 psíquicos	 ainda	 são	 muito	 negligenciados	 em	 nosso
país.	 No	 "Reflita",	 você	 encontrará	 um	 texto	 que	 versa	 sobre	 a	 importância	 do
tratamento	do	transtorno	bipolar,	tanto	para	a	melhoria	na	qualidade	de	vida	como
para	a	proteção	cerebral.	Nas	diretrizes	para	o	 tratamento	do	TB,	o	Ministério	da
Saúde	pontua:
E-Book	-	Apostila
22	-	45
Hoje,	 o	 tratamento	 farmacológico	para	 o	 TDAH	ainda	é	bastante	polêmico:	 há	 os
que	defendem	o	uso	de	medicações,	outros	são	extremamente	contrários.
SAIBA	MAIS
O	 	 psiquiatra	 Rodrigo	 Bressan,	 pesquisador	 na	 UNIFESP	 e	 na	 London
College,	na	 Inglaterra,	diz	que	em	São	Paulo	existe	um	subdiagnóstico	de
TDAH.	 Para	 o	 especialista,	 diversos	 outros	 sintomas	 e	 condições	 são
diagnosticados	 e	medicados	 equivocadamente	 como	 transtorno	 de	 déficit
de	atenção.
O	pediatra	Daniel	Becker,	em	seu	TED	 intitulado	"Crianças,	 já	para	 fora!",
disponível	no	YouTube,	defende	que	a	sociedade	não	deixa	mais	a	criança
viver	 a	 infância	 em	 sua	 plenitude.	 As	 crianças	 estão,	 segundo	 ele,	 sendo
medicalizadas	 e	 muitas	 delas	 são	 diagnosticadas	 com	 TDAH,	 quando	 na
verdade	são	apenas	crianças	ativas	e	com	energia.
"Diferentemente	do	que	se	acreditava	décadas	atrás,
pacientes	 com	 TB	 apresentam	 um	 prejuízo	 cognitivo
não	apenas	em	episódios	de	mania	ou	de	depressão,
mas	 também	durante	 os	 períodos	 de	 eutimia	 (humor
normal,	 adequado	 às	 circunstâncias	 ambientais).
Devido	 às	 características	 de	 cronicidade	 e
recorrência,	 evidências	 indicam	 que	 o	 TB	 está
associado	a	uma	progressiva	deterioração	funcional	e
cognitiva,	 sendo	 possível	 diferenciar	 estágios
precoces	 e	 tardios	 do	 transtorno.	 Nesse	 sentido,
fatores	 relacionados	 a	 um	 prognóstico	 pior	 seriam:
maior	número	de	estressores	vitais	(traumas,	perdas,
estresse	 grave),	 maior	 número	 de	 episódios	 de
alterações	 de	 humor,	 maior	 uso	 de	 substâncias
psicoativas,	atraso	do	início	do	tratamento	específico,
pior	 adesão	 ao	 tratamento	 e	 maior	 número	 de
comorbidades	clínicas	e	psiquiátricas"	(BRASIL,	2016,
p.4).
E-Book	-	Apostila
23	-	45
Entretanto	o	que	deve	ficar	explícito	é	que	a	medicação	só	pode	vir	depois
de	um	diagnóstico	bem	minucioso.	
Saiba	mais	em:	https://www.youtube.com/watch?v=Lg3gKMOg5Wk.	
O	 tratamento	 farmacológico	do	TDAH	ainda	é	 fruto	de	muita	discussão!	Para	que
tenhamos	uma	ideia,	o	tipo	de	receita	para	a	prescrição	do	metilfenidato	(ritalina)
tem	 um	 controle	 mais	 rigoroso	 pela	 ANVISA	 do	 que	 os	 benzodiazepínicos,	 que
podem	 causar	 dependência,	 por	 exemplo.	 Isso	 tem	 gerado	 discussões	 sobre	 a
estigmatização	 do	 paciente	 e	 do	 próprio	 transtorno.	 Para	 saber	 mais,	 acesse	 o
texto	e	o	link	indicado.
DICA
Como	vimos	durante	este	módulo,	o	autismo	não	é
uma	doença,	portanto	não	há	um	medicamento
para	ele,	mas	sim	para	suas	comorbidades.
Entretanto	é	de	conhecimento	de	todos	que	esse
transtorno	pode,	muitas	vezes,	gerar	problemas	na
interação	do	indivíduo	autista.	Pensando	nisso,
deixo	como	dica	uma	leitura	sobre	a	importância
da	intervenção	precoce.
Você	poderá	ler	o	capítulo	"Bases	teóricas	do
desenvolvimento	pré-linguistico:	implicações	para
o	diagnóstico	precoce	do	autismo",	acessando	a
Biblioteca	Virtual	da	instituição,	onde	se	encontra
o	livro	Autismo:	vivências	e	caminhos.
https://www.youtube.com/watch?v=Lg3gKMOg5Wk
E-Book	-	Apostila
24	-	45
Durante	 este	 módulo,	 falamos	 sobre	 a	 importância	 do	 tratamento	 farmacológico
em	 transtornos	 como	 o	 TB.	 Abordamos	 também	 que	 ainda	 há	muitas	 discussões
sobre	 o	 tratamento	 do	 TDAH.	 Entretanto	 sempre	 deve	 estar	 bem	 claro	 para	 o
profissional	 da	 saúde	 que	 o	 tratamento	 farmacológico	 nunca	 deve	 ser	 o	 único
recurso.	Nesse	sentido,	separamos	para	você,	prezado(a)	aluno(a),	a	leitura	de	um
texto	que	versa	sobre	a	importância	da	intervenção	precoce	em	crianças	autistas.
Desejo	uma	excelente	leitura!
E-Book	-	Apostila
25	-	45
FIGURA	1	-	Episódios	de	humor	no	transtorno	bipolar
Fonte:	BOSAIPO,	BORGES	e	JURUENA,	2017.
O	 curso	 da	 doença	 de	 um	 paciente	 com	 TB	 pode	 ser	 registrado	 em	 gráfico	 de
humor.	Desse	modo,	um	exemplo	de	como	o	humor	pode	variar	vai	da	hipomania
para	 a	mania,	 no	 topo	 da	 figura,	 para	 a	 eutimia	 (ou	 humor	 normal),	 no	meio,	 e
para	 a	 depressão,	 na	 extremidade	 inferior	 da	 figura	 (BOSAIPO,	 BORGES	 e
JURUENA,	2017,	p.74).
Transtorno/
Desordem
Sintomas
sobrepostos	ao
TDAH
Características
distintas
Problemas
diagnósticos
Distúrbio	de
aprendizagem
Baixo	rendimento
escolar,
comportamento
indisciplinado
durante	atividades,
recusa	em	dedicar-
se	às	atividades
acadêmicas	e	usar
os	materiais
Baixo	rendimento	e
comportamento
indisciplinado
durante	trabalhos
acadêmicos,	mas
não	em	outros
locais	e	atividades.
Pode	ser	difícil	saber
qual	investigar
inicialmente	—	guiar-se
pela	preponderância
dos	sintomas.
E-Book	-	Apostila
26	-	45
didáticos.
Transtorno
oposicional
desafiante
Comportamento
indisciplinado,
especialmente
quanto	a	seguir
regras.	Falha	em
seguir	instruções.
Mais
comportamento
desafiante	do	que
falha	em	tentar
cooperar.
O	comportamento
desafiante	está
frequentemente
associado	ao	alto	nível
de	atividade.	É	dificíl
determinar	o	esforço
da	criança	em	cumprir
tarefas	nas	situações
em	que	há	um
relacionamento
negativo	entre	pais	e
filhos	e	entre
professores	e	alunos.
Distúrbios	de
conduta
Comportamento
indisciplinado,
problemas	com	a
política	e	o	sistema
legal.
Falta	de	remorso,
intenção	de	causar
dano	ou
transgredir,
agressão	e
hostilidade,
comportamento
antissocial.
Brigas	e	fugas	podem
refletir	reações
razoáveis	e
circunstâncias	sociais
adversas.
Ansiedade,
distúrbio
obsessivo-
compulsivo	ou
estresse	pós-
traumático
Baixa	atenção,
inquietação,
dificuldade	de
adaptação	e
reatividade	física
aos	estímulos.
Preocupações
excessivas,
destemido,
obsessões	e
compulsões,
pesadelos	e
traumas	repetitivos.
A	ansiedade	pode	ser
fonte	de	alta	atividade
e	desatenção.
Depressão
Irritabilidade,
impulsividadereativa	e
desmoralização.
Indisciplina,
sentimento
persistente	de
tristeza	e
irritabilidade.
Pode	ser	difícil
distinguir	a	depressão
da	reação	a	repetidas
falhas	associadas	ao
TDAH.
Tiques
Baixa	atenção,
ações	motoras
verbais	impulsivas
e	atividades
indisciplinadas.
Movimentos
motores	e	verbais
repetitivos.
Tiques	podem	não	ser
aparentes	para	a
família	ou	para	um
observador	casual.
Distúrbios	de
adaptação
Baixa	atenção,
hiperatividade,
comportamento
indisciplinado,
impulsividade	e
baixo	rendimento
escolar.
Início	recente,	fator
desencadeante.
Fatores	estressantes	e
crônicos,	como	irmãos
com	problemas
mentais	e	questões	de
ganho/perda,	que
podem	produzir
sintomas	de	ansiedade	
e	depressão.
E-Book	-	Apostila
27	-	45
QUADRO	1	-	Condições	que	podem	estar	associadas	ao	TDAH
Fonte:	MENDONÇA	DE	ANDRADE	E	COLABORADORES,	2011.
Os	 sintomas	 de	 TDAH	 podem	 se	 sobrepor	 ou	 coexistir	 com	 outras	 doenças
psiquiátricas,	 como	desordens	de	aprendizagem	e	 linguagem,	 transtorno	opositor
desafiante,	 transtorno	 de	 conduta,	 distúrbios	 de	 ansiedade	 e	 depressão	 e
distúrbios	de	sono.	Uma	importante	distinção	entre	TDAH	e	essas	comorbidades	é
a	precocidade	dos	 sintomas,	 curso	 contínuo	e	 sem	 remissões	e	 a	piora	deles	 em
ambientes	de	maior	demanda,	como	a	escola	(ANDRADE;	SILVA;	FILHO;		SILVEIRA,
2011,	p.	459).
FIGURA	1	-	Melhoria	da	escala	de	Impressão	Clínica	Global	(CGI-I)	com	o	uso	de
risperidona
Fonte:	NIKOLOV,	JONKER	e	SCAHILL,	2006.
	
A	 risperidona	 tem	 grande	 afinidade	 com	 os	 receptores	 da	 dopamina.	 Múltiplos
estudos	 abertos	 e	 séries	 de	 casos,	 da	mesma	 forma	 que	 ensaios	 clínicos	 duplo-
cegos	controlados	por	placebo	em	crianças,	adolescentes	e	adultos,	descreveram
os	efeitos	benéficos	da	risperidona	em	indivíduos	com	autismo	(NIKOLOV;	JONKER;
SCAHILL,	2006).
E-Book	-	Apostila
28	-	45
Confira	 abaixo	 as	medidas	 de	 higiene	 do	 sono,	 segundo	 Martinez,	 Lenz	 e	 Mena-
Barreto.
(Clique	no	(+)	das	sanfonas	para	visualizar	o	conteúdo)
Respeitar	os	relógios	biológicos
Manter	horários	refulares	de	deitar	e	levantar,	usando	o
despertador.
Evitar	oscilações	de	mais	de	duas	horas	nos	horários	de	levantar
no	fim	de	semana.
Evitar	permanecer	mais	que	sete	horas	e	meia	na	cama,	incluindo
a	sexta	nesse	total.
Fazer	exercícios,	com	intervalo	mínimo	de	seis	horas	até	deitar.
Evitar	atividades	excitantes	ou	emocionalmente	pertubardoras
próximo	da	hora	de	deitar.
Evitar	atividades	que	exijam	alto	nível	de	concentração,
imediatamente	antes	de	deitar.
Evitar	atividades	mentais	na	cama,	como	pensar,	planejar	e
lembrar.
Cuidado	com	drogas,	hábitos	e	ambiente
Evitar	 produtos	 contendo	 álcool,	 tabaco,	 cafeína	 ou	 qualquer
substância	com	ação	no	sistema	nervoso	central	antes	de	deitar.
A	 cama	 deve	 ser	 confortável,	 com	 colchão	 e	 lençóis	 de	 boa
qualidade	e	cobertas	adequadas	à	temperatura.
O	quarto	de	dormir	deve	ser	escuro	e	silencioso,	com	temperatura
de	24ºC	(limites	entre	17º	e	27ºC).
A	adesão	rigorosa	ao	horário	desejado	do	período	de	sono,	com	preenchimento	do
horário	de	vigília	por	atividades	 físicas	e	sociais,	pode	corrigir	o	 transtorno.	Além
disso,	 a	 luz	 intensa	 aplicada	 no	 horário	 desejado	 de	 levantar,	 por	 uma	 ou	 duas
horas,	 oferece	 um	 sincronizador	 para	 os	 relógios	 biológicos	 (MARTINEZ;	 LENZ;
MENNA-BARRETO,	2008,	p.	177).
Considerações	finais
Nesta	unidade,	você	teve	a	oportunidade	de:
E-Book	-	Apostila
29	-	45
reconhecer	os	principais	psicofármacos	usados	no	tratamento
dos	 transtornos	 bipolar,	 de	 atenção	 e	 hiperatividade,	 da
infância	e	adolêscencia	e	do	sono-vigília;
identificar	os	principais	critérios	de	diagnósticos	para	os
transtornos	citados	acima;
analisar	possíveis	outros	tratamentos	não	farmacológicos.
Neste	 módulo,	 estudamos	 alguns	 transtornos	 que	 acometem	 o	 sistema	 nervoso
central,	 em	 particular,	 o	 cérebro.	 Se	 nos	 concentramos	 no	 estudo	 do	 transtorno
bipolar,	 por	 exemplo,	 saberemos	 que	 a	 qualidade	 de	 vida	 de	 um	 indivíduo	 com
esse	 transtorno	não	 tratado	é	muitas	vezes	péssima.	Suas	 relações	são	afetadas,
bem	 como	 sua	 profissão	 e	 a	 área	 financeira.	 Entretanto	 o	 que	 ainda	 não	 é	 de
conhecimento	 de	 todos	 é	 que	 não	 apenas	 a	 qualidade	 de	 vida	 do	 paciente	 é
afetada	mas	o	 seu	próprio	 cérebro!	 Em	doenças	 psíquicas	 crônicas	 não	 tratadas,
crises	 de	 ansiedade	 e	 de	 depressão	 desencadeiam	 a	 liberação	 de	 uma	 série	 de
substâncias,	como	o	cortisol,	que	é	o	hormônio	do	estresse	e	tem	funções	cruciais
em	nosso	organismo,	inclusive	para	a	nossa	sobrevivência.	Porém,	quando	liberado
excessivamente	e	por	 longos	períodos,	 causa	sérios	danos	ao	cérebro.	Um	deles,
muito	conhecido	na	literatura,	é	a	diminuição	da	região	hipocampal,	relacionada	à
nossa	memória.
Com	isso,	quem	passa	por	longos	períodos	de	sofrimento	psíquico	e	não	recebe
tratamento	adequado	apresenta	problemas	de	memória	e	muita	confusão	mental.
Entretanto,	não	para	por	aí.	O	sofrimento	mental	crônico	não	tratado	leva	à
diminuição	da	comunicação	dos	neurônios,	as	sinapses,	e	à	morte	neuronal,	com
consequente	perda	de	massa	cinzenta.
Todos	 os	 transtornos	 estudados	 neste	 módulo	 são	 condições	 que,	 normalmente,
podem	 trazer	 grandes	 prejuízos	 para	 a	 vida	 do	 indivíduo,	 seja	 por	 interferir	 nas
relações	 pessoais,	 seja	 por	 causar	 problemas	 na	 aprendizagem,	 ou	 até	 prejuízos
financeiros.	 Entretanto	 vimos	 também	 que,	 para	 a	 maioria	 das	 condições,	 tem
tratamento	 farmacológico,	 bem	 como	 outros	 tipos	 de	 intervenções,	 como	 a
psicoterapia.	 Além	 disso,	 também	 é	 muito	 importante,	 em	 alguns	 casos,	 a
intervenção	precoce,	como	no	autismo.	Todos	esses	transtornos	devem	sempre	ser
analisados	 de	 maneira	 interdisciplinar,	 e	 cada	 profissional	 da	 saúde	 deve	 ter	 a
consciência	de	que	o	diagnóstico	de	um	transtorno	não	é	uma	sentença,	mas	sim	o
começo	 de	 uma	 jornada	 de	 cuidados,	 de	 conhecimento	 e,	 principalmente,	 de
inclusão,	 bem	 como	 de	 luta	 por	 políticas	 públicas	 que	 assegurem	 o	 tratamento
adequado	e	os	direitos	desses	indivíduos.
E-Book	-	Apostila
30	-	45
Agora	que	finalizamos	este	conteúdo,	vamos	testar	seus	conhecimentos
com	o	quiz	a	seguir.	
	
QUIZ
Leia	o	excerto	a	seguir.
O	 Transtorno	 	 Bipolar	 (TB)	 é	 um	 transtorno	 do
humor,	 crônico	 e	 recorrente.	 Ele	 se	 manifesta	 por
episódios	 alternados	 de	 sintomas	 depressivos,
denominados	 episódios	 depressivos,	 e	 períodos	 de
humor	 elevado,	 geralmente	 exacerbado	 ou
exagerado,	 com	 aumento	 da	 vitalidade,	 que	 são	 os
episódios	maníacos	ou	hipomaníacos.
Com	 relação	 ao	 transtorno	 bipolar,	 leia	 as
afirmações	a	seguir.
I	—	As	classes	farmacológicas	de	medicamentos	que
os	 médicos,	 geralmente,	 prescrevem	 incluem	 os
estabilizadores	 de	 humor	 e	 os	 ansiolíticos
benzodiazepínicos.
E-Book	-	Apostila
31	-	45
II	 —	 Estabilizadores	 de	 humor,	 como	 lítio	 ou
venlafaxina,	 podem	 ajudar	 a	 prevenir	 episódios	 de
humor	alterados	ou	reduzir,	ainda,	sua	gravidade.
III	 —	 O	 valproato	 de	 sódio	 é	 o	 medicamento	 de
escolha	 quando	 há	 risco	 de	 suicídio;	 nesse	 caso,	 é
necessária	a	hospitalização.
IV	—	Muitas	vezes,	medicamentos	que	atuam	sobre
o	 sono	 ou	 a	 ansiedade	 são	 prescritos	 junto	 aos
estabilizadores	de	humor	como	parte	do	tratamento
farmacológico.
V	 —	 Os	 fármacos	 antidepressivos	 devem	 ser
prescritos	 em	 monoterapia	 no	 transtorno	 bipolar,
porque	diminuem	a	ocorrência	de	mania.
É	correto	o	que	se	afirma	em:
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	incorreta	porque	a	prescrição	de
primeira	linha	para	o	transtorno	bipolar	é	o	uso	de
estabilizadores	de	humor,	em	associação	com
antipsicóticos	de	segunda	geração,	e	não	com
benzodiazepínicos.	A	afirmação	II	é	incorreta,	pois	a
venlafaxina	é	um	antidepressivo,	e	não	um
estabilizador	de	humor.	A	afirmativa	III	é	incorreta
porque	o	medicamento	de	escolha,	quando	há	risco	de
suicídio,	é	o	lítio.	A	afirmação	IV	é	a	única	alternativa
correta,uma	vez	que	medicamentos	que	ajudam	no
sono	e	na	ansiedade	podem	ser	bons	coadjuvantes	no
início	do	tratamento.	A	afirmação	V	é	incorreta,	pois
os	antidepressivos	usados	isoladamente	aumentam	o
risco	de	episódios	maníacos.
I	e	IV,	apenas.a
E-Book	-	Apostila
32	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	incorreta	porque	a	prescrição	de
primeira	linha	para	o	transtorno	bipolar	é	o	uso	de
estabilizadores	de	humor,	em	associação	com
antipsicóticos	de	segunda	geração,	e	não	com
benzodiazepínicos.	A	afirmação	II	é	incorreta,	pois	a
venlafaxina	é	um	antidepressivo,	e	não	um
estabilizador	de	humor.	A	afirmativa	III	é	incorreta
porque	o	medicamento	de	escolha,	quando	há	risco	de
suicídio,	é	o	lítio.	A	afirmação	IV	é	a	única	alternativa
correta,	uma	vez	que	medicamentos	que	ajudam	no
sono	e	na	ansiedade	podem	ser	bons	coadjuvantes	no
início	do	tratamento.	A	afirmação	V	é	incorreta,	pois
os	antidepressivos	usados	isoladamente	aumentam	o
risco	de	episódios	maníacos.
II	e	III,	apenas.b
II,	apenas.c
E-Book	-	Apostila
33	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	incorreta	porque	a	prescrição	de
primeira	linha	para	o	transtorno	bipolar	é	o	uso	de
estabilizadores	de	humor,	em	associação	com
antipsicóticos	de	segunda	geração,	e	não	com
benzodiazepínicos.	A	afirmação	II	é	incorreta,	pois	a
venlafaxina	é	um	antidepressivo,	e	não	um
estabilizador	de	humor.	A	afirmativa	III	é	incorreta
porque	o	medicamento	de	escolha,	quando	há	risco	de
suicídio,	é	o	lítio.	A	afirmação	IV	é	a	única	alternativa
correta,	uma	vez	que	medicamentos	que	ajudam	no
sono	e	na	ansiedade	podem	ser	bons	coadjuvantes	no
início	do	tratamento.	A	afirmação	V	é	incorreta,	pois
os	antidepressivos	usados	isoladamente	aumentam	o
risco	de	episódios	maníacos.
Resposta	Correta:
A	afirmação	IV	é	a	única	alternativa	correta,	pois
medicamentos	que	ajudam	no	sono	e	na	ansiedade
podem	ser	bons	coadjuvantes	no	início	do	tratamento.
IV,	apenas.d
I,	IV	e	V,	apenas.e
E-Book	-	Apostila
34	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	incorreta	porque	a	prescrição	de
primeira	linha	para	o	transtorno	bipolar	é	o	uso	de
estabilizadores	de	humor,	em	associação	com
antipsicóticos	de	segunda	geração,	e	não	com
benzodiazepínicos.	A	afirmação	II	é	incorreta,	pois	a
venlafaxina	é	um	antidepressivo,	e	não	um
estabilizador	de	humor.	A	afirmativa	III	é	incorreta
porque	o	medicamento	de	escolha,	quando	há	risco	de
suicídio,	é	o	lítio.	A	afirmação	IV	é	a	única	alternativa
correta,	uma	vez	que	medicamentos	que	ajudam	no
sono	e	na	ansiedade	podem	ser	bons	coadjuvantes	no
início	do	tratamento.	A	afirmação	V	é	incorreta,	pois
os	antidepressivos	usados	isoladamente	aumentam	o
risco	de	episódios	maníacos.
Leia	o	enunciado	abaixo.
O	 tratamento	 do	 TDAH	 começa	 com	a	 educação	 do
indivíduo	 e	 seu	 ambiente	 sobre	 a	 natureza
neurobiológica	 do	 TDAH	 e	 o	 fim	 da	 estigmatização
do	 diagnóstico.	 A	 terapia	 comportamental	 abrange
um	 amplo	 conjunto	 de	 intervenções	 que	 visam
modificar	 o	 ambiente	 físico	 e	 social	 para	 mudar	 o
comportamento.	 Os	 pais	 geralmente	 são	 treinados
em	 estratégias	 para	 modificar	 os	 comportamentos
da	criança	e	melhorar	sua	capacidade	de	regular	seu
comportamento,	 aplicando	 recompensas	 e
consequências.
E-Book	-	Apostila
35	-	45
Assinale	V	 para	 as	 afirmações	 verdadeiras	 e	 F	 para
as	falsas.
I	 —	 O	 tratamento	 farmacológico	 ainda	 é	 o
tratamento	de	primeira	 linha	para	 os	 portadores	de
TDAH.	 Entretanto	 é	 indicado	 informar	 aos	 pais	 que
se	 trata	 de	uma	 condição	 crônica	 para	 garantir	 sua
cooperação	 na	 titulação	 dos	 medicamentos	 e	 na
continuidade	do	tratamento.
II	 —	 O	 tratamento	 farmacológico	 para	 o	 TDAH	 é
baseado	em	agentes	que	afetam	a	neurotransmissão
serotoninérgica	 e	 noradrenérgica,	 como
psicoestimulantes	 e	 antidepressivos	 que	 aumentam
as	concentrações	de	serotonina	e	noradrenalina.	
III	 —	 O	 psicoestimulante	 mais	 usado	 no	 TDAH	 é	 o
metilfenidato	 de	 liberação	 imediata	 (ritalina),
entretanto	 há	medicamentos	 similares	 de	 liberação
prolongada.	O	venvanse	 tem	como	princípio	ativo	o
dimesilato	 de	 lisdexanfetamina,	 que	 é	 uma
anfetamina.
IV	—	 Os	medicamentos	 para	 o	 TDAH	 aumentam	 as
concentrações	 de	 dopamina	 na	 fenda	 sináptica.
Inclusive,	 estudos	mostram	que	a	neurotransmissão
dopaminérgica	 pode	 estar	 diminuída	 no	 córtex	 pré-
frontal	de	pacientes	com	TDAH.
Assinale	a	alternativa	com	a	sequência	correta.
V,	F,	V,	V.a
E-Book	-	Apostila
36	-	45
Resposta	Correta:
A	afirmação	I	é	verdadeira,	pois	o	tratamento
farmacológico	ainda	é	o	tratamento	de	primeira	linha
para	os	portadores	de	TDAH.	Porém	deve-se	destacar
a	importância	do	envolvimento	do	adolescente,	se	for
o	caso,	na	decisão	do	tratamento	e	na	discussão	dos
potenciais	benefícios	e	efeitos	adversos.	É	indicado
informar	aos	pais	que	se	trata	de	uma	condição
crônica,	para	garantir	sua	cooperação	na	titulação	dos
medicamentos	e	na	continuidade	do	tratamento.	A
afirmação	II	é	falsa,	pois	o	tratamento	farmacológico
para	o	TDAH	é	baseado	em	agentes	que	afetam	a
neurotransmissão	dopaminérgica	e	noradrenérgica,
como	psicoestimulantes	e	antidepressivos	que
aumentam	as	concentrações	de	dopamina	e
noradrenalina.	A	afirmação	III	é	verdadeira,	uma	vez
que	os	medicamentos	para	o	TDAH	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
Inclusive,	estudos	mostram	que	a	neurotransmissão
dopaminérgica	pode	estar	diminuída	no	córtex	pré-
frontal	de	pacientes	com	TDAH.	A	afirmação	IV	é
verdadeira,	pois	o	psicoestimulante	mais	usado	no
TDAH	é	o	metilfenidato	de	liberação	imediata
(ritalina),	entretanto	há	medicamentos	similares	de
liberação	prolongada.	O	venvanse	tem	como	princípio
ativo	o	dimesilato	de	lisdexanfetamina,	que	é	uma
anfetamina.	Esses	medicamentos	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
V,	V,	V,	V.b
E-Book	-	Apostila
37	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	verdadeira,	pois	o	tratamento
farmacológico	ainda	é	o	tratamento	de	primeira	linha
para	os	portadores	de	TDAH.	Porém	deve-se	destacar
a	importância	do	envolvimento	do	adolescente,	se	for
o	caso,	na	decisão	do	tratamento	e	na	discussão	dos
potenciais	benefícios	e	efeitos	adversos.	É	indicado
informar	aos	pais	que	se	trata	de	uma	condição
crônica,	para	garantir	sua	cooperação	na	titulação	dos
medicamentos	e	na	continuidade	do	tratamento.	A
afirmação	II	é	falsa,	pois	o	tratamento	farmacológico
para	o	TDAH	é	baseado	em	agentes	que	afetam	a
neurotransmissão	dopaminérgica	e	noradrenérgica,
como	psicoestimulantes	e	antidepressivos	que
aumentam	as	concentrações	de	dopamina	e
noradrenalina.	A	afirmação	III	é	verdadeira,	uma	vez
que	os	medicamentos	para	o	TDAH	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
Inclusive,	estudos	mostram	que	a	neurotransmissão
dopaminérgica	pode	estar	diminuída	no	córtex	pré-
frontal	de	pacientes	com	TDAH.	A	afirmação	IV	é
verdadeira,	pois	o	psicoestimulante	mais	usado	no
TDAH	é	o	metilfenidato	de	liberação	imediata
(ritalina),	entretanto	há	medicamentos	similares	de
liberação	prolongada.	O	venvanse	tem	como	princípio
ativo	o	dimesilato	de	lisdexanfetamina,	que	é	uma
anfetamina.	Esses	medicamentos	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
V,	V,	F,	V.c
E-Book	-	Apostila
38	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	verdadeira,	pois	o	tratamento
farmacológico	ainda	é	o	tratamento	de	primeira	linha
para	os	portadores	de	TDAH.	Porém	deve-se	destacar
a	importância	do	envolvimento	do	adolescente,	se	for
o	caso,	na	decisão	do	tratamento	e	na	discussão	dos
potenciais	benefícios	e	efeitos	adversos.	É	indicado
informar	aos	pais	que	se	trata	de	uma	condição
crônica,	para	garantir	sua	cooperação	na	titulação	dos
medicamentos	e	na	continuidade	do	tratamento.	A
afirmação	II	é	falsa,	pois	o	tratamento	farmacológico
para	o	TDAH	é	baseado	em	agentes	que	afetam	a
neurotransmissão	dopaminérgica	e	noradrenérgica,
como	psicoestimulantes	e	antidepressivos	que
aumentam	as	concentrações	de	dopamina	e
noradrenalina.	A	afirmação	III	é	verdadeira,	uma	vez
que	os	medicamentospara	o	TDAH	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
Inclusive,	estudos	mostram	que	a	neurotransmissão
dopaminérgica	pode	estar	diminuída	no	córtex	pré-
frontal	de	pacientes	com	TDAH.	A	afirmação	IV	é
verdadeira,	pois	o	psicoestimulante	mais	usado	no
TDAH	é	o	metilfenidato	de	liberação	imediata
(ritalina),	entretanto	há	medicamentos	similares	de
liberação	prolongada.	O	venvanse	tem	como	princípio
ativo	o	dimesilato	de	lisdexanfetamina,	que	é	uma
anfetamina.	Esses	medicamentos	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
F,	V,	V,	V.d
E-Book	-	Apostila
39	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	verdadeira,	pois	o	tratamento
farmacológico	ainda	é	o	tratamento	de	primeira	linha
para	os	portadores	de	TDAH.	Porém	deve-se	destacar
a	importância	do	envolvimento	do	adolescente,	se	for
o	caso,	na	decisão	do	tratamento	e	na	discussão	dos
potenciais	benefícios	e	efeitos	adversos.	É	indicado
informar	aos	pais	que	se	trata	de	uma	condição
crônica,	para	garantir	sua	cooperação	na	titulação	dos
medicamentos	e	na	continuidade	do	tratamento.	A
afirmação	II	é	falsa,	pois	o	tratamento	farmacológico
para	o	TDAH	é	baseado	em	agentes	que	afetam	a
neurotransmissão	dopaminérgica	e	noradrenérgica,
como	psicoestimulantes	e	antidepressivos	que
aumentam	as	concentrações	de	dopamina	e
noradrenalina.	A	afirmação	III	é	verdadeira,	uma	vez
que	os	medicamentos	para	o	TDAH	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
Inclusive,	estudos	mostram	que	a	neurotransmissão
dopaminérgica	pode	estar	diminuída	no	córtex	pré-
frontal	de	pacientes	com	TDAH.	A	afirmação	IV	é
verdadeira,	pois	o	psicoestimulante	mais	usado	no
TDAH	é	o	metilfenidato	de	liberação	imediata
(ritalina),	entretanto	há	medicamentos	similares	de
liberação	prolongada.	O	venvanse	tem	como	princípio
ativo	o	dimesilato	de	lisdexanfetamina,	que	é	uma
anfetamina.	Esses	medicamentos	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
F,	F,	V,	V.e
E-Book	-	Apostila
40	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmação	I	é	verdadeira,	pois	o	tratamento
farmacológico	ainda	é	o	tratamento	de	primeira	linha
para	os	portadores	de	TDAH.	Porém	deve-se	destacar
a	importância	do	envolvimento	do	adolescente,	se	for
o	caso,	na	decisão	do	tratamento	e	na	discussão	dos
potenciais	benefícios	e	efeitos	adversos.	É	indicado
informar	aos	pais	que	se	trata	de	uma	condição
crônica,	para	garantir	sua	cooperação	na	titulação	dos
medicamentos	e	na	continuidade	do	tratamento.	A
afirmação	II	é	falsa,	pois	o	tratamento	farmacológico
para	o	TDAH	é	baseado	em	agentes	que	afetam	a
neurotransmissão	dopaminérgica	e	noradrenérgica,
como	psicoestimulantes	e	antidepressivos	que
aumentam	as	concentrações	de	dopamina	e
noradrenalina.	A	afirmação	III	é	verdadeira,	uma	vez
que	os	medicamentos	para	o	TDAH	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
Inclusive,	estudos	mostram	que	a	neurotransmissão
dopaminérgica	pode	estar	diminuída	no	córtex	pré-
frontal	de	pacientes	com	TDAH.	A	afirmação	IV	é
verdadeira,	pois	o	psicoestimulante	mais	usado	no
TDAH	é	o	metilfenidato	de	liberação	imediata
(ritalina),	entretanto	há	medicamentos	similares	de
liberação	prolongada.	O	venvanse	tem	como	princípio
ativo	o	dimesilato	de	lisdexanfetamina,	que	é	uma
anfetamina.	Esses	medicamentos	aumentam	as
concentrações	de	dopamina	na	fenda	sináptica.
E-Book	-	Apostila
41	-	45
Leia	o	enunciado	abaixo.
O	 Transtorno	 do	 Espectro	 Autista	 (TEA)	 é
considerado	 uma	 síndrome	 neuropsiquiátrica
caracterizada	 por	 manifestações	 comportamentais
acompanhadas	 por	 déficits	 na	 comunicação	 e	 na
interação	 social,	 padrões	 de	 comportamentos
repetitivos	e	estereotipados	e	um	repertório	restrito
de	interesses	e	atividades.	
Leia	as	afirmações	abaixo.
I	 —	 Os	 medicamentes	 prescritos	 para	 os	 pacientes
com	 TEA	 são	 para	 o	 tratamento	 das	 condições
associadas.
II	—	Se	o	 indivíduo	 tem	TEA	e	epilepsia,	 ele	deverá
fazer	 uso	 de	 anticonvulsivantes	 ou	 de	 óleo	 de
canabidiol.	
III	 —	 Um	 medicamento	 que	 é	 muito	 prescrito	 para
pacientes	 com	 TEA	 é	 a	 risperidona.	 Esse
medicamento	 é	 um	 antipsicótico	 que	 tem	 a	 função
de	diminuir	o	comportamento	agressivo.
IV	 —	 A	 risperidona	 atua	 inibindo	 receptores	 de
dopamina,	e	um	dos	principais	efeitos	colaterais	é	a
ginecomastia.	
É	correto	o	que	se	afirma	em:
I,	apenas.a
E-Book	-	Apostila
42	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmativa	I	está	correta,	pois	o	TEA	não	é	doença,
portanto	só	há	tratamento	para	as	comorbidades.	A
afirmativa	II	está	correta,	porque	é	uma	condição
associada	a	muitos	indivíduos	com	TEA	e	epilepsia,
sendo	que	o	tratamento	farmacológico	inclui
anticonvulsivantes	e	óleo	de	canabidiol.	A	afirmativa
III	está	correta,	pois	a	risperidona	é	um	antipsicótico
que	atua	no	controle	de	impulsos	agressivos.	A
afirmativa	IV	está	correta,	porque	a	risperidona	atua
nós	receptores	D2	de	dopamina,	aumentando	a
produção	de	prolactina.
Resposta	Incorreta:
A	afirmativa	I	está	correta,	pois	o	TEA	não	é	doença,
portanto	só	há	tratamento	para	as	comorbidades.	A
afirmativa	II	está	correta,	porque	é	uma	condição
associada	a	muitos	indivíduos	com	TEA	e	epilepsia,
sendo	que	o	tratamento	farmacológico	inclui
anticonvulsivantes	e	óleo	de	canabidiol.	A	afirmativa
III	está	correta,	pois	a	risperidona	é	um	antipsicótico
que	atua	no	controle	de	impulsos	agressivos.	A
afirmativa	IV	está	correta,	porque	a	risperidona	atua
nós	receptores	D2	de	dopamina,	aumentando	a
produção	de	prolactina.
I	e	II,	apenas.b
II,	III	e	IV,	apenas.c
E-Book	-	Apostila
43	-	45
Resposta	Incorreta:
A	afirmativa	I	está	correta,	pois	o	TEA	não	é	doença,
portanto	só	há	tratamento	para	as	comorbidades.	A
afirmativa	II	está	correta,	porque	é	uma	condição
associada	a	muitos	indivíduos	com	TEA	e	epilepsia,
sendo	que	o	tratamento	farmacológico	inclui
anticonvulsivantes	e	óleo	de	canabidiol.	A	afirmativa
III	está	correta,	pois	a	risperidona	é	um	antipsicótico
que	atua	no	controle	de	impulsos	agressivos.	A
afirmativa	IV	está	correta,	porque	a	risperidona	atua
nós	receptores	D2	de	dopamina,	aumentando	a
produção	de	prolactina.
Resposta	Incorreta:
A	afirmativa	I	está	correta,	pois	o	TEA	não	é	doença,
portanto	só	há	tratamento	para	as	comorbidades.	A
afirmativa	II	está	correta,	porque	é	uma	condição
associada	a	muitos	indivíduos	com	TEA	e	epilepsia,
sendo	que	o	tratamento	farmacológico	inclui
anticonvulsivantes	e	óleo	de	canabidiol.	A	afirmativa
III	está	correta,	pois	a	risperidona	é	um	antipsicótico
que	atua	no	controle	de	impulsos	agressivos.	A
afirmativa	IV	está	correta,	porque	a	risperidona	atua
nós	receptores	D2	de	dopamina,	aumentando	a
produção	de	prolactina.
II	e	IV,	apenas.d
I,	II,	III	e	IV.e
E-Book	-	Apostila
44	-	45
Resposta	Correta:
A	afirmativa	I	está	correta,	pois	o	TEA	não	é	doença,
portanto	só	há	tratamento	para	as	comorbidades.	A
afirmativa	II	está	correta,	porque	é	uma	condição
associada	a	muitos	indivíduos	com	TEA	e	epilepsia,
sendo	que	o	tratamento	farmacológico	inclui
anticonvulsivantes	e	óleo	de	canabidiol.	A	afirmativa
III	está	correta,	pois	a	risperidona	é	um	antipsicótico
que	atua	no	controle	de	impulsos	agressivos.	A
afirmativa	IV	está	correta,	porque	a	risperidona	atua
nós	receptores	D2	de	dopamina,	aumentando	a
produção	de	prolactina.
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