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E-Book - Apostila Esse arquivo é uma versão estática. Para melhor experiência, acesse esse conteúdo pela mídia interativa. Unidade 3 - Psicofarmacologia no transtorno bipolar – casos clínicos E-Book - Apostila E-Book - Apostila 2 - 45 Introdução da unidade Neste módulo, em linhas gerais, estudaremos a psicofarmacologia do transtorno bipolar, do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, de transtornos da infância e da adolescência e, por fim, a psicofarmacologia dos transtornos de sono- vigília. Todos esses transtornos são, em geral, muito prejudiciais à qualidade de vida do paciente. Entretanto o que poucos sabem é que o indivíduo que sofre de tais transtornos, quando não tratado, pode ter prejuízos na função e morfologia cerebral a longo prazo. O tratamento farmacológico e psicoterapêutico é essencial para esses indivíduos e não podem ser negligenciados. O objetivo geral deste módulo é reconhecer os principais psicofármacos usados nos transtornos mencionados, mas também tem como objetivo abordar formas de diagnósticos, a neurobiologia dos transtornos, além de ter contato com estudos de casos clínicos. Venha conosco, prezado(a) aluno(a), nesta jornada sobre esses transtornos que causam tanto sofrimento, mas que podem ser, no mínimo, amenizados em recorrência e intensidade! Psicofarmacologia no transtorno bipolar O Transtorno Bipolar (TB) é um transtorno do humor, crônico e recorrente. Ele se manifesta em episódios alternados de sintomas depressivos, denominados episódios depressivos, e períodos de humor elevado, geralmente exacerbado ou exagerado com aumento da vitalidade, que são os episódios maníacos ou hipomaníacos. As primeiras manifestações do TB, geralmente, têm início na adolescência, ou, ainda, na terceira ou quarta década de vida, mas isso não é uma regra. O primeiro episódio pode ser maníaco, depressivo ou misto. Em geral, os episódios maníacos predominam na adolescência e no início da idade adulta. Já os episódios depressivos podem predominar nas idades mais avançadas. No vídeo abaixo, falaremos mais sobre a psicofarmacologia do transtorno bipolar. Acompanhe! Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo Os fatores relacionados que influenciam a probabilidade de desenvolver TB incluem: E-Book - Apostila 3 - 45 história familiar de depressão; história familiar de esquizofrenia (pesquisas apontam para alguma sobreposição genética entre essas duas condições); número de membros da família com transtorno bipolar ou outros transtornos de humor. Alguns estudos indicam que pelo menos dois genes podem estar associados ao TB: o CACNA1 e o ANK3, porém não se descarta a influência de muitos outros genes no desenvolvimento do TB. Além disso, como a genética responde apenas por uma parte do quadro, nem todos os indivíduos com histórico familiar de TB desenvolverão o transtorno, muitas vezes por ter um ambiente favorável, sendo assim, o gene pode ser silenciado. O TB também parece ter componentes neurológicos. Os neurotransmissores são essenciais como mensageiros químicos no cérebro, desempenhando um papel importante na função cerebral saudável. Pesquisas associam ao TB a disfunção da neurotransmissão da serotonina, da dopamina e da noradrenalina. A disfunção da neurotransmissão dessas substâncias pode levar a episódios de humor maníaco, depressivo ou hipomaníaco. Deve-se ressaltar que o ambiente é crucial para que consigamos manter concentrações adequadas desses neurotransmissores. Ainda há a hipótese de que as mitocôndrias, que são as organelas responsáveis pela geração de energia da célula, podem ter algo a ver com o desenvolvimento de transtornos de humor. Quando as células não produzem energia como deveriam, os desequilíbrios podem levar a mudanças no humor e no comportamento, frequentemente observadas no TB. Além disso, se não for, realmente, responsável pelo transtorno, no mínimo, causa estresse oxidativo, o que já é péssimo para o cérebro. Algumas evidências sugerem que indivíduos com TB podem ter uma massa cinzenta reduzida em certas partes do cérebro, incluindo os lobos temporal e frontal. Essas áreas são essenciais para o controle das emoções e dos impulsos. Um volume menor de certas áreas cerebrais pode explicar, em partes, por que a regulação das emoções e o controle dos impulsos se tornam difíceis durante os episódios de humor alterados. Essas diferenças cerebrais podem não causar o TB, entretanto podem ajudar na progressão do transtorno e afetar a função cerebral cada vez mais. E-Book - Apostila 4 - 45 As experiências de vida e gatilhos ambientais também são fatores importantes. Vários aspectos do ambiente precisam ser observados, incluindo experiências pessoais ruins, saúde e sono negligenciados, gatilhos de estresse externo e uso de álcool ou de outras substâncias psicoativas. Estudos mostram que traumas durante a infância são um fator de risco para o TB, sendo associados a sintomas mais graves. Isso ocorre porque um forte sofrimento emocional na infância pode afetar a capacidade de regulação das emoções na fase adulta. Critérios para o diagnóstico Embora existam evidências de que a conectividade cerebral estrutural e funcional esteja alterada e que haja alterações nos marcadores de estresse oxidativo, função mitocondrial, inflamação, ritmos circadianos e dopamina, o diagnóstico do TB ainda é clínico. Os médicos psiquiatras se baseiam nos critérios do DSM-V, no histórico de vida do indivíduo, bem como no histórico familiar. Quantificar as concentrações dos hormônios T4 e TSH são importantes para excluir o hipertireoidismo, patologia esta que pode ter sintomas psíquicos semelhantes. A exclusão de uso de fármacos estimulantes também é importante. O diagnóstico do TB, atualmente, é realizado com base nos critérios descritos no DSM-5. A seguir, você encontrará a identificação de sintomas de mania e hipomania para a devida classificação do transtorno. (Clique no (+) das sanfonas para visualizar o conteúdo) A Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização for necessária). B Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro, se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual: 1. autoestima inflada ou grandiosidade; E-Book - Apostila 5 - 45 2. redução da necessidade de sono (exemplo: sente-se descansado com apenas três horas de sono); 3. mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando; 4. fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados; 5. distraibilidade (exemplo: a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ouirrelevantes), conforme relatado ou observado; 6. aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou na escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (exemplo: atividade sem propósito não dirigida a objetivos); 7. envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (exemplo: envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). C A perturbação do humor é suficientemente grave, a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional,ou de necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou quando existirem características psicóticas. D O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (exemplo: droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica. Nota: embora não existam sintomas específicos que distinguem a depressão unipolar da depressão bipolar, são, comumente, encontradas características clínicas típicas de cada manifestação, como o perfil dos sintomas, a história familiar e o curso da doença. E O diagnóstico é feito por meio dos critérios avaliativos que constam no DSM-5. E-Book - Apostila 6 - 45 A seguir, confira os critérios diagnósticos para episódio hipomaníaco, segundo o DSM-V, clicando nos números abaixo. Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo Tratamento do transtorno bipolar Embora o TB não tenha cura, existem tratamentos específicos para garantir que a evolução do transtorno seja a melhor possível. O objetivo é sempre o de controlar a recorrência dos sintomas, tentando amenizar e prevenir os episódios maníacos e depressivos. O tratamento, atualmente, é baseado no uso de medicamentos, psicoeducação e psicoterapia. Entretanto são fundamentais mudanças no estilo de vida, com foco em hábitos saudáveis, como ter horários regulares, uma dieta equilibrada e um sono satisfatório, na medida do possível, evitar o uso de substâncias psicoativas, fazer exercícios físicos regularmente, mas não de forma exagerada, dentre outros. Hábitos saudáveis ajudam a prevenir e a controlar os sintomas, e hábitos não saudáveis precipitam crises! Quanto ao tratamento farmacológico, certos medicamentos podem ajudar a controlar os sintomas do TB. Algumas pessoas, muitas vezes, precisam experimentar vários medicamentos diferentes antes de encontrar os que funcionam melhor, porque os sintomas são muito variáveis. E-Book - Apostila 7 - 45 As classes farmacológicas de medicamentos que os médicos geralmente prescrevem incluem os estabilizadores de humor e os antipsicóticos atípicos. Estabilizadores de humor, como lítio ou valproato de sódio podem ajudar a prevenir episódios de humor alterados ou reduzir, ainda, sua gravidade. O lítio é o medicamento de escolha quando há risco de suicídio. Os antipsicóticos, como a quetiapina, são muito prescritos para ajudar no controle de impulsos, em comportamentos muito irritáveis e como sedativos. Muitas vezes, medicamentos que atuam no sono ou na ansiedade, como os ansiolíticos benzodiazepínicos, são também prescritos aos estabilizadores de humor e antipsicóticos como parte do tratamento farmacológico. Mas os benzodiazepínicos só devem ser usados em crises agudas ou no início do tratamento. A depressão bipolar é frequentemente tratada com medicamentos antidepressivos, principalmente os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, como a sertralina ou escitalopram. Entretanto pelo menos um estabilizador de humor também deve ser tomado em conjunto, pois um antidepressivo usado de forma isolada pode desencadear um episódio maníaco ou um ciclo rápido em uma pessoa com TB. Confira abaixo um caso clínico clicando na imagem: E-Book - Apostila 8 - 45 Fonte: LITTLEPRINCE / 123RF. Como podemos verificar no que estudamos até aqui, o diagnóstico do TB é feito, atualmente, pelo psiquiatra, com base nos critérios de diagnóstico do DSM-5. Entretanto esse diagnóstico nem sempre é fácil, pois cada paciente é um "universo" próprio. Em média, um paciente com TB leva de cinco a dez anos para receber o diagnóstico. Nesse contexto, separamos um exemplo para que você tenha a dimensão do quanto é difícil realizar esse tipo de diagnóstico. Reflexão sobre o caso No TB, episódios depressivos se caracterizam por alterações de humor, com pessimismo, desesperança e tristeza, com perda ou aumento de apetite e prováveis alterações do sono, incluindo insônia ou hipersonia. Já o episódio maníaco, no qual muitas vezes o indivíduo acha até benéfico esse estado, como o caso de F.G., o paciente se torna ativo e eufórico, mas pode trazer muitos prejuízos tanto ao próprio indivíduo como às pessoas à sua volta. O diagnóstico é primordialmente clínico, seguindo os critérios do DSM-5, em que diferenciar esse transtorno de outros distúrbios, como depressão unipolar, distimia, esquizofrenia, dentre outros, é fundamental. Por isso, o psiquiatra deve perguntar sobre o passado do paciente. F.G., 20 anos, sexo feminino, relatou em sua primeira consulta ao psiquiatra que anda extremamente desanimada, sem interesse na sua vida habitual, e que abandonou a faculdade de Direito. Relatou que sempre teve uma vida considerada normal por ela, até que seu pai faleceu, quando ela tinha 14 anos. O médico prescreveu o antidepressivo escitalopram e pediu a ela que voltasse em um mês. Após dois meses, F.G. retornou ao consultório com sua mãe e relatou que se sentia extremamente bem, com muito vigor, e que, apesar de não ter retornado à faculdade, ia à academia, fazia 3 horas de exercícios seguidos, saía praticamente todos os dias com os amigos para se divertir e bebia alguns drinks, mas depois tinha dificuldade para dormir. Sua mãe, por outro lado, relatou preocupação. Ela disse ao psiquiatra que F.G. se mostrava extremamente irritada com ela e que teve seu cartão de crédito cancelado, pois havia gasto muito dinheiro com roupas em um shopping. A mãe disse, ainda, que episódios como esse já haviam ocorrido pouco tempo depois do falecimento de seu marido, mas ela achou que era por causa do luto, e que tempos depois F.G. passou a ficar somente em seu quarto. Ela, inclusive, relatou que a filha pensou em suicídio. Então, o médico disse que F.G. precisaria fazer psicoterapia, indicou uma psicóloga de sua confiança e receitou a ela o valproato de sódio, em associação com o antidepressivo venlafaxina. Disse, ainda, que faria uma série de perguntas e que, se possível, F.G. procurasse uma neuropsicóloga também indicada por ele. E-Book - Apostila 9 - 45 Quando um paciente é diagnosticado com TB, o tratamento de primeira linha prescrito é o uso dos estabilizadores de humor, lítio e ácido valproico, para evitar os episódios de mania. Antidepressivos podem ser associados, mas sempre com o uso concomitante de um estabilizador de humor. Se o paciente não responder a esses estabilizadores de humor, é possível recorrer ao topiramato, à lamotrigina e à carbamazepina, por exemplo, bem como a antipsicóticos de segunda geração, como a quetiapina. Provavelmente, quando F.G. fez uso monoterápico de antidepressivo, ela entrou em um grave episódio maníaco. É muito importante o diagnóstico bem feito e, a partir daí, nunca deve-se prescrever antidepressivos de forma isolada para pacientes com TB. O uso de lítio é necessário devido à ideação suicida. Além disso, o paciente deve entender que fazer uso de álcool, cigarro, cafeína e outras substâncias é ainda mais prejudicial ao portador de TB, e ele deve ser estimulado a praticar exercícios físicos regulares, mas sem exageros, e ter acompanhamento psicoterápico. Psicofarmacologia no TDAH O Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDAH/TDA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, é uma condição com bases neurológicas e afeta o desenvolvimento psicossocial de quem o sofre. Outros distúrbios de neurodesenvolvimento comuns, especialmente nas salas de aula, são o Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbios de aprendizagem (como dislexia) ou distúrbios específicos de aprendizagem e deficiênciaintelectual. Muitos deles só são percebidos quando a criança vai à escola e não consegue ficar muito tempo sentada. No vídeo abaixo, falaremos mais sobre a temática do TDAH. Acompanhe! Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo A partir do vídeo assistido, você consegue identificar quais outros conhecimentos foram adquiridos com ele? Diagnóstico E-Book - Apostila 10 - 45 O diagnóstico de TDAH é baseado, principalmente, nos critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico da Academia Americana de Psiquiatria (DSM-V), uma vez que o transtorno não apresenta ainda nenhum marcador biológico. Os critérios do DSM para o TDAH são descritivos e incluem três sintomas cardinais distribuídos em dois domínios: desatenção e hiperatividade/impulsividade. O diagnóstico requer a presença de pelo menos seis dos nove sintomas de cada domínio ou uma combinação de ambos (desatenção-hiperatividade/impulsividade). É importante notar que os comportamentos incluídos no DSM são observados no desenvolvimento normal de crianças e adolescentes. Então, o diagnóstico de TDAH exige que esses comportamentos sejam graves, desproporcionais ao esperado para seu nível de desenvolvimento e idade, persistentes, manifestos em mais de um ambiente (casa, escola) e para os quais não haja outra explicação. O diagnóstico de TDAH é clínico, baseado em uma história pessoal e familiar cuidadosa, incluindo marcos de desenvolvimento, doença médica (tireoide), acuidade visual, audição, abuso de substâncias e história psicossocial. É imprescindível a realização de um exame físico detalhado (pesquisa de dismorfias, alterações de pigmentação, macrocefalia, peso, altura, pressão arterial, pulso) e exame neurológico completo. O diagnóstico também requer a avaliação da existência de comorbidades associadas, como transtornos de aprendizagem, tiques, ansiedade, transtornos de humor e transtorno do espectro autista. Confira abaixo, clicando nas sanfonas, os critérios diagnósticos para o TDAH, segundo o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Desatenção Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, conforme caracterizado por (1) e/ou (2): Os critérios, apesar dos esforços para padronizá-los, permanecem subjetivos, uma vez que os limites para classificar o comportamento têm certo grau de arbitrariedade, dependendo das normas culturais, do conhecimento do desenvolvimento normal de uma criança, das expectativas dos pais e do que os professores relatam. E-Book - Apostila 11 - 45 Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses, em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento, e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: Nota: os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários. A. Frequentemente, não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades (por exemplo, negligencia ou deixa passar detalhes, o trabalho é impreciso). B. Frequentemente, tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (por exemplo, dificuldade de manter o foco durante aulas, conversas ou leituras prolongadas). C. Frequentemente, parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (por exemplo, parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia). D. Frequentemente, não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho (ppr exemplo, começa as tarefas, mas rapidamente perde o foco e facilmente perde o rumo). E. Frequentemente, tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (por exemplo, dificuldade em gerenciar tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado; mau gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos). F. Frequentemente, evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (por exemplo, trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de relatórios, preenchimento de formulários, revisão de trabalhos longos). G. Frequentemente, perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por exemplo, materiais escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos, celular). H. Com frequência, é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados). I. Com frequência, é esquecido em relação a atividades cotidianas (por exemplo, realizar tarefas, obrigações; para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, pagar contas, manter horários agendados). Hiperatividade e impulsividade E-Book - Apostila 12 - 45 Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses, em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento, e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: Nota: os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários. A. Frequentemente, remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira. B. Frequentemente, levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (por dexemplo, sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho, ou em outras situações que exijam que permaneça em um mesmo lugar). C. Frequentemente, corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. (nota: em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude). D. Com frequência, é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente. E. Com frequência, “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado” (por exemplo, não consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes, reuniões; outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar). F. Frequentemente, fala demais. G. Frequentemente, deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (por exemplo, termina frases dos outros, não consegue aguardar a vez de falar). H. Frequentemente, tem dificuldade para esperar a sua vez (por exemplo, aguardar em uma fila). I. Frequentemente, interrompe ou se intromete (por exemplo, intromete-se nas conversas, jogos ou atividades; pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes e adultos, pode intrometer-se ou assumir o controle sobre o que os outros estão fazendo). Sintomas de desatenção E-Book - Apostila 13 - 45 Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão presentes antes dos 12 anos de idade. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão presentes em dois ou mais ambientes (por exemplo, em casa, na escola, no trabalho; com amigos ou parentes; em outras atividades). Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmicoou profissional, ou que reduzem sua qualidade. Os sintomas não ocorrem, exclusivamente, durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não são mais bem explicados por outro transtorno mental (por exemplo, transtorno do humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno da personalidade, intoxicação ou abstinência de substância). Tratamento psicofarmacológico do TDAH O tratamento do TDAH começa com a educação do indivíduo e seu ambiente sobre a natureza neurobiológica do TDAH e o fim da estigmatização do diagnóstico. A terapia comportamental abrange um amplo conjunto de intervenções que visam modificar o ambiente físico e social para mudar o comportamento. Os pais geralmente são treinados em estratégias para modificar os comportamentos da criança e melhorar sua capacidade de regular seu comportamento, aplicando recompensas e consequências. A terapia comportamental tem se mostrado eficaz no tratamento de crianças com TDAH, principalmente associada à terapia farmacológica. Em caso de dificuldade acadêmica, é importante oferecer apoio escolar com posicionamento estratégico em sala de aula. Há também tratamentos pensados para trabalhar funções executivas, memória de trabalho, planejamento, flexibilidade por meio de videogames e outras técnicas. (Passe o mouse no (+) e confira o conteúdo abaixo) E-Book - Apostila 14 - 45 O tratamento farmacológico é baseado em agentes que afetam a neurotransmissão dopaminérgica e noradrenérgica, como psicoestimulantes e antidepressivos que aumentam as concentrações de dopamina e noradrenalina. É recomendado que a escolha do tratamento deva ser baseada na existência de comorbidade, contraindicações, tolerabilidade a efeitos adversos, conveniência na dosagem (adesão/escolas), potencial de desvio e preferência dos pacientes. O psicoestimulante mais usado no TDAH é o metilfenidato de liberação imediata (ritalina), entretanto há medicamentos similares de liberação prolongada. O venvanse tem como princípio ativo uma anfetamina, o dimesilato de lisdexanfetamina. Esses medicamentos aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. Inclusive, estudos mostram que a neurotransmissão dopaminérgica pode estar diminuída no córtex pré-frontal de pacientes com TDAH. Há também a indicação de antipsicóticos, como a tioridazina ou risperidona, que são úteis apenas em casos específicos para controle do comportamento, e de antidepressivos como a imipramina, nortriptilina, atomoxetina, desipramina ou bupropiona, que aumentam as concentrações de noradrenalina. Psicofarmacologia na infância e na adolescência O tratamento farmacológico ainda é o tratamento de primeira linha para os portadores de TDAH. Deve-se destacar a importância do envolvimento do adolescente, se for o caso, na decisão do tratamento e na discussão dos potenciais benefícios e efeitos adversos. É indicado informar aos pais que se trata de uma condição crônica, para garantir sua cooperação na titulação dos medicamentos e na continuidade do tratamento. E-Book - Apostila 15 - 45 Os transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, de conduta e os transtornos ansiosos encontram-se entre os distúrbios psiquiátricos mais comuns em crianças e adolescentes. O principal fator para um transtorno ansioso de início precoce é, geralmente, ser filho de pais com algum transtorno de ansiedade ou depressão. Já os transtornos de desenvolvimento são condições que afetam, fundamentalmente, as interações sociais. Esses transtornos se manifestam logo nos primeiros anos de vida, mas permanecem por toda a vida. Os principais transtornos de desenvolvimento englobam o Transtorno do Espectro Autista (TEA), psicoses infantis, síndrome de Kanner e síndrome de Rett. Em todas essas condições podem aparecer comportamentos estereotipados e repetitivos, além de interesses restritos. Os indivíduos que apresentam essas condições podem ter dificuldade com a comunicação verbal e alguns evitam o contato visual. Pode, ainda, haver alterações nos processos atencionais, como o hiperfoco ou o TDAH. Processos de hiper ou hipossensibilidade sensorial são comuns, podendo levar a crises com alterações de humor. Além disso, as crianças podem apresentar ecolalia. O TEA pode ser classificado conforme a necessidade de suporte, podendo ser considerado: autismo leve, moderado ou severo. No Brasil, dois manuais de diagnóstico têm sido adotados: o DSM e o CID (Classificação Internacional de Doenças). Recentemente, o CID aboliu a denominação Asperger, classificando os indivíduos com TEA de acordo com a necessidade de suporte. O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações do indivíduo. Os critérios usados para o diagnóstico são descritos no DSM. Além do DSM-V, há outros testes, como a escala de classificação de autismo na infância e os indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil. É bem comum indivíduos com TEA apresentarem comorbidades neurológicas, hoje em dia denominadas condições associadas, como TDAH, epilepsia, enxaquecas e cefaleias; distúrbios do sono; depressão; ansiedade, dentre outras. Não há cura para o autismo porque ele não é uma doença. Os medicamentes prescritos para os pacientes com TEA são para o tratamento das condições associadas. Portanto, se o indivíduo tem TEA e epilepsia, ele deverá fazer uso de anticonvulsivantes ou de óleo de canabidiol. Se o paciente é portador de TDAH, ele pode se beneficiar dos medicamentos prescritos para essa condição e assim por diante. O TEA é considerado uma síndrome neuropsiquiátrica caracterizada por manifestações comportamentais. Acredita-se que o TEA esteja associado, principalmente, a fatores genéticos. E-Book - Apostila 16 - 45 Um medicamento que é muito prescrito para pacientes com TEA é a risperidona, um antipsicótico que tem a função sedativa e de diminuir o comportamento agressivo que pode ser prejudicial ao paciente. Com o uso de risperidona, observa- se a melhora da escala de Impressão Clínica Global (CGI-I). Como esse fármaco atua inibindo receptores de dopamina, um dos principais efeitos colaterais é a ginecomastia. Por isso, muitos pais param de dar a medicação. Porém a descontinuação tem que ser informada ao médico, pois é necessário um desmame antes da interrupção. É importante ressaltar que o tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos. Em resumo, tudo isso visa incentivar o indivíduo a realizar, sozinho, diversas tarefas, como se vestir, escovar os dentes e comer, em casos severos. Existem alguns transtornos difíceis de definir, porque não se classificam como TGD nem como transtornos específicos de aprendizagem, como a discalculia e a dislexia. Entretanto, por provocarem alterações comportamentais e cognitivas, podem prejudicar o aprendizado, como o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e o TDAH. O TOD é um quadro que ocasiona ao indivíduo portador extrema dificuldade no controle de impulsos. Geralmente, esse indivíduo chega ao consultório porque pessoas próximas (pais, professores, cuidadores, colegas etc.) relatam quadros agressivos quando a pessoa deve obedecer uma regra, quando é questionada por uma opinião alheia ou quando suas vontades não são realizadas, e ela se sente frustrada. O quadro é comportamental, com agressividade, falta de controle emocional e de impulsos. Geralmente, essas crianças têm sérios problemas de convivência, seja em casa ou na escola. As causas que levamao TOD ainda não estão muito bem estabelecidas, mas acredita-se que fatores ambientais possam ser cruciais para o seu desenvolvimento. Dessa maneira, crianças que vivem em vulnerabilidade ou em lares com altos níveis de agressividade tendem a desenvolver com mais facilidade esse transtorno. Acredita-se também que o córtex pré-frontal, responsável pelo controle de impulsos, possa ter alguma alteração. E-Book - Apostila 17 - 45 Comumente, os médicos prescrevem antipsicóticos para os indivíduos diagnosticados com TOD. Esses medicamentos visam controlar os impulsos. Dentre os mais prescritos estão a risperidona e a quetiapina. Muitos médicos também prescrevem a amitriptilina, que é um antidepressivo, mas atua para evitar a diurese noturna, muitas vezes frequente em portadores de TOD. Além desses transtornos mencionados, a depressão e a ansiedade estão muito presentes atualmente na vida de crianças e adolescentes, principalmente após a pandemia. Se for o caso de tratamento farmacológico, os fármacos de primeira linha são os antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. Entretanto é muito importante ressaltar que os cérebros de crianças e adolescentes são funcionalmente e morfologicamente imaturos. Pesquisas indicam que apenas por volta dos 20, 25 anos o nosso cérebro estará totalmente maturado. Com isso, a equipe clínica que atende uma criança ou um adolescente deve sempre avaliar se é realmente fundamental o uso de medicamentos. Claro que certas condições associadas não podem deixar de ser tratadas farmacologicamente, como a epilepsia, mas, principalmente no caso de crianças e adolescentes, o uso de fármacos deve ser extremamente criterioso. Além disso, em todas as condições mencionadas, a terapia farmacológica jamais deve ser isolada. A psicoterapia, a psicoeducação e o controle do ambiente devem, necessariamente, fazer parte do tratamento. Confira um exemplo de caso clínico clicando na figura abaixo: E-Book - Apostila 18 - 45 Fonte: ANNEBEL146 / 123RF. Atualmente, L.A. continua tomando antidepressivo para controlar suas crises de ansiedade e também toma o anticonvulsivante valproato de sódio, mas não para crises de ausência, e sim para controle de impulsos (também poderia ser um antipsicótico). Ele diz que está muito mais feliz depois de seu diagnóstico e até virou ativista da causa autista. O relato de L.A. é muito interessante, porque, na verdade, ele era tratado como uma pessoa depressiva, mas ao ter o diagnóstico de TEA, muitos acontecimentos em sua vida fizeram sentido. Hoje, ele se sente realizado, cursando a faculdade de Psicologia e entende melhor suas limitações quando se sente extremamente sobrecarregado. Apesar de tomar medicações para não entrar em crises de humor, ele não deixa sua psicoterapia por nada. Psicofarmacologia nos transtornos do sono- vigília De acordo com o DSM-V, atualmente, podem ser diagnosticados, por meio de seus critérios, dez transtornos do sono-vigília: de insônia; de hipersonolência; narcolepsia; do sono relacionado à respiração; do sono-vigília do ritmo circadiano; de despertar do sono não REM; do pesadelo; comportamental do sono REM; síndrome das pernas inquietas e transtorno do sono induzido por substância. (DSM-5, 2014). O ritmo biológico natural do nosso organismo, conhecido como ciclo circadiano ou ritmo circadiano, ocorre em um período de aproximadamente 24, 25 horas e é a alternância entre o sono e o estar desperto, ou seja, a vigília. Quando um indivíduo apresenta alterações nesse ciclo, terá um transtorno do sono-vigília. Muitas pessoas que trabalham no período noturno apresentam alteração no ritmo circadiano. L.A., 24 anos, sexo masculino, estudante de Psicologia, relata que durante a infância tinha muita dificuldade de interagir com outras crianças. Falava normalmente, era bom aluno e, principalmente, seguia todas as regras impostas, tanto pela escola como pela professora. Adorava desenhar e era muito bom nisso. Com a chegada da adolescência, a dificuldade de se relacionar continuou e persistiam as crises de ausência. Para essas crises, L.A. passou a tomar fenobarbital, um anticonvulsivante. Com o passar dos anos, L.A. passou a ter um interesse muito forte pela música e ficava horas e horas no quarto escutando músicas dos anos 1960. Passou a tocar instrumentos também. Mas, no colégio, o chamavam de esquisito, não gostavam de ficar perto dele, e o isolamento o fez ir a um psiquiatra, que prescreveu o antidepressivo escitalopram para tratar o humor deprimido e as crises de ansiedade. Mas L.A. achava que era algo mais e começou a ler sobre o autismo. Convenceu a mãe a levá-lo a um médico especialista em TEA e, aos 18 anos, L.A. foi diagnosticado com TEA nível de suporte I, e algum tempo depois com altas habilidades. E-Book - Apostila 19 - 45 Os indivíduos que apresentam esses transtornos normalmente têm queixas sobre a qualidade, o tempo e a quantidade de sono. Uma questão importante é que esses transtornos geram sofrimento e prejuízos, comprometendo vários aspectos da vida cotidiana desses indivíduos. Além disso, hoje é bem estabelecido que o sono é fundamental para a consolidação da memória e para a reparação de funções cerebrais. O diagnóstico dos transtornos do sono-vigília envolve uma abordagem multidimensional — é preciso levar sempre em consideração se não existem outras condições médicas e neurológicas envolvidas. Assim, as doenças específicas devem ser tratadas. O tratamento primário recomendado para a insônia é a terapia cognitivo-comportamental, que foca os pensamentos, as preocupações e os comportamentos comuns que interferem no sono, que é uma necessidade humana básica, crucial para a saúde física e mental. Existem dois tipos de sono que normalmente ocorrem em um padrão de três a cinco ciclos por noite: sono de movimento rápido dos olhos (REM) — quando ocorre a maioria dos sonhos; não REM — tem três estágios, incluindo o sono mais profundo. É muito comum que pessoas com esses transtornos apresentem quadros de depressão, ansiedade e alterações cognitivas. Ademais, os transtornos do sono-vigília são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas e para o aumento do uso de substâncias que podem causar dependência, como o álcool. ATENÇÃO E-Book - Apostila 20 - 45 A quantidade de sono de que precisamos varia de acordo com a idade e difere de pessoa para pessoa. De acordo com a National Sleep Foundation, a maioria dos adultos precisa de cerca de sete a nove horas de sono ininterrupto todas as noites. A fundação modificou suas recomendações de sono em 2015, com base em uma extenuante revisão da literatura científica. Muitos indivíduos não dormem adequadamente, sendo que quase 30% dos adultos dormem menos de seis horas por noite, e apenas cerca de 30% dos alunos do Ensino Médio têm pelo menos oito horas de sono em uma noite escolar média. Diagnóstico Para ser identificado com o transtorno de insônia, os problemas de sono devem ocorrer pelo menos três noites por semana, durante pelo menos três meses, e causar grande angústia ou problemas no local de trabalho, escola ou outros lugares importantes do funcionamento diário de uma pessoa. Nem todos os indivíduos com perturbações do sono têm problemas ou dificuldades de funcionamento. Para diagnosticar a insônia, um médico certamente eliminará vários outros distúrbios do sono, efeitos colaterais de medicamentos, uso indevido de substâncias, depressão e várias outras doenças físicas e mentais. Além disso, alguns medicamentos e problemasclínicos podem influenciar o sono. Uma avaliação extensa para a insônia ou vários outros problemas de sono pode envolver o histórico de uma pessoa, um exame físico, um diário do sono, bem como testes profissionais (um estudo do sono). Um estudo de pesquisa do sono permite que o médico reconheça por quanto tempo e quão bem a pessoa está dormindo, além de descobrir problemas específicos de sono. Um diário do sono é um documento de hábitos de sono para discutir com o médico. Ele inclui diversas informações, como o horário que a pessoa vai para a cama, se ela chega a dormir, se acorda, se tira uma soneca, se faz exercícios, o que come e se consome álcool, além de bebidas com cafeína. Tratamento farmacológico para a insônia Os medicamentos mais prescritos para o tratamento da insônia são a melatonina, a agomelatina (antidepressivo que atua nos receptores de melatonina), indutores do sono, como os benzodiazepínicos, e substâncias como o zolpidem. Tal como acontece na terapia comportamental, o objetivo do tratamento farmacológico é melhorar a qualidade e a quantidade de sono e reduzir os prejuízos diurnos associados. O tratamento farmacológico deve ser considerado um tratamento agudo, até quatro semanas, e, em geral, não deve ser rotineiramente recomendado para o tratamento da insónia crônica. Os benzodiazepínicos muito consumidos no Brasil caracterizam-se por reduzir o período de latência e aumentar o tempo, mas não a eficiência do sono. Além disso, têm potencial risco de causar dependência. E-Book - Apostila 21 - 45 REFLITA A falta de tratamento, seja farmacológico ou não, faz com que as crises maníacas, depressivas ou ansiosas se tornem mais intensas e frequentes. O tratamento é neuroprotetor! Isso deve ser de conhecimento de TODOS os profissionais da saúde! Infelizmente, os transtornos psíquicos ainda são muito negligenciados em nosso país. No "Reflita", você encontrará um texto que versa sobre a importância do tratamento do transtorno bipolar, tanto para a melhoria na qualidade de vida como para a proteção cerebral. Nas diretrizes para o tratamento do TB, o Ministério da Saúde pontua: E-Book - Apostila 22 - 45 Hoje, o tratamento farmacológico para o TDAH ainda é bastante polêmico: há os que defendem o uso de medicações, outros são extremamente contrários. SAIBA MAIS O psiquiatra Rodrigo Bressan, pesquisador na UNIFESP e na London College, na Inglaterra, diz que em São Paulo existe um subdiagnóstico de TDAH. Para o especialista, diversos outros sintomas e condições são diagnosticados e medicados equivocadamente como transtorno de déficit de atenção. O pediatra Daniel Becker, em seu TED intitulado "Crianças, já para fora!", disponível no YouTube, defende que a sociedade não deixa mais a criança viver a infância em sua plenitude. As crianças estão, segundo ele, sendo medicalizadas e muitas delas são diagnosticadas com TDAH, quando na verdade são apenas crianças ativas e com energia. "Diferentemente do que se acreditava décadas atrás, pacientes com TB apresentam um prejuízo cognitivo não apenas em episódios de mania ou de depressão, mas também durante os períodos de eutimia (humor normal, adequado às circunstâncias ambientais). Devido às características de cronicidade e recorrência, evidências indicam que o TB está associado a uma progressiva deterioração funcional e cognitiva, sendo possível diferenciar estágios precoces e tardios do transtorno. Nesse sentido, fatores relacionados a um prognóstico pior seriam: maior número de estressores vitais (traumas, perdas, estresse grave), maior número de episódios de alterações de humor, maior uso de substâncias psicoativas, atraso do início do tratamento específico, pior adesão ao tratamento e maior número de comorbidades clínicas e psiquiátricas" (BRASIL, 2016, p.4). E-Book - Apostila 23 - 45 Entretanto o que deve ficar explícito é que a medicação só pode vir depois de um diagnóstico bem minucioso. Saiba mais em: https://www.youtube.com/watch?v=Lg3gKMOg5Wk. O tratamento farmacológico do TDAH ainda é fruto de muita discussão! Para que tenhamos uma ideia, o tipo de receita para a prescrição do metilfenidato (ritalina) tem um controle mais rigoroso pela ANVISA do que os benzodiazepínicos, que podem causar dependência, por exemplo. Isso tem gerado discussões sobre a estigmatização do paciente e do próprio transtorno. Para saber mais, acesse o texto e o link indicado. DICA Como vimos durante este módulo, o autismo não é uma doença, portanto não há um medicamento para ele, mas sim para suas comorbidades. Entretanto é de conhecimento de todos que esse transtorno pode, muitas vezes, gerar problemas na interação do indivíduo autista. Pensando nisso, deixo como dica uma leitura sobre a importância da intervenção precoce. Você poderá ler o capítulo "Bases teóricas do desenvolvimento pré-linguistico: implicações para o diagnóstico precoce do autismo", acessando a Biblioteca Virtual da instituição, onde se encontra o livro Autismo: vivências e caminhos. https://www.youtube.com/watch?v=Lg3gKMOg5Wk E-Book - Apostila 24 - 45 Durante este módulo, falamos sobre a importância do tratamento farmacológico em transtornos como o TB. Abordamos também que ainda há muitas discussões sobre o tratamento do TDAH. Entretanto sempre deve estar bem claro para o profissional da saúde que o tratamento farmacológico nunca deve ser o único recurso. Nesse sentido, separamos para você, prezado(a) aluno(a), a leitura de um texto que versa sobre a importância da intervenção precoce em crianças autistas. Desejo uma excelente leitura! E-Book - Apostila 25 - 45 FIGURA 1 - Episódios de humor no transtorno bipolar Fonte: BOSAIPO, BORGES e JURUENA, 2017. O curso da doença de um paciente com TB pode ser registrado em gráfico de humor. Desse modo, um exemplo de como o humor pode variar vai da hipomania para a mania, no topo da figura, para a eutimia (ou humor normal), no meio, e para a depressão, na extremidade inferior da figura (BOSAIPO, BORGES e JURUENA, 2017, p.74). Transtorno/ Desordem Sintomas sobrepostos ao TDAH Características distintas Problemas diagnósticos Distúrbio de aprendizagem Baixo rendimento escolar, comportamento indisciplinado durante atividades, recusa em dedicar- se às atividades acadêmicas e usar os materiais Baixo rendimento e comportamento indisciplinado durante trabalhos acadêmicos, mas não em outros locais e atividades. Pode ser difícil saber qual investigar inicialmente — guiar-se pela preponderância dos sintomas. E-Book - Apostila 26 - 45 didáticos. Transtorno oposicional desafiante Comportamento indisciplinado, especialmente quanto a seguir regras. Falha em seguir instruções. Mais comportamento desafiante do que falha em tentar cooperar. O comportamento desafiante está frequentemente associado ao alto nível de atividade. É dificíl determinar o esforço da criança em cumprir tarefas nas situações em que há um relacionamento negativo entre pais e filhos e entre professores e alunos. Distúrbios de conduta Comportamento indisciplinado, problemas com a política e o sistema legal. Falta de remorso, intenção de causar dano ou transgredir, agressão e hostilidade, comportamento antissocial. Brigas e fugas podem refletir reações razoáveis e circunstâncias sociais adversas. Ansiedade, distúrbio obsessivo- compulsivo ou estresse pós- traumático Baixa atenção, inquietação, dificuldade de adaptação e reatividade física aos estímulos. Preocupações excessivas, destemido, obsessões e compulsões, pesadelos e traumas repetitivos. A ansiedade pode ser fonte de alta atividade e desatenção. Depressão Irritabilidade, impulsividadereativa e desmoralização. Indisciplina, sentimento persistente de tristeza e irritabilidade. Pode ser difícil distinguir a depressão da reação a repetidas falhas associadas ao TDAH. Tiques Baixa atenção, ações motoras verbais impulsivas e atividades indisciplinadas. Movimentos motores e verbais repetitivos. Tiques podem não ser aparentes para a família ou para um observador casual. Distúrbios de adaptação Baixa atenção, hiperatividade, comportamento indisciplinado, impulsividade e baixo rendimento escolar. Início recente, fator desencadeante. Fatores estressantes e crônicos, como irmãos com problemas mentais e questões de ganho/perda, que podem produzir sintomas de ansiedade e depressão. E-Book - Apostila 27 - 45 QUADRO 1 - Condições que podem estar associadas ao TDAH Fonte: MENDONÇA DE ANDRADE E COLABORADORES, 2011. Os sintomas de TDAH podem se sobrepor ou coexistir com outras doenças psiquiátricas, como desordens de aprendizagem e linguagem, transtorno opositor desafiante, transtorno de conduta, distúrbios de ansiedade e depressão e distúrbios de sono. Uma importante distinção entre TDAH e essas comorbidades é a precocidade dos sintomas, curso contínuo e sem remissões e a piora deles em ambientes de maior demanda, como a escola (ANDRADE; SILVA; FILHO; SILVEIRA, 2011, p. 459). FIGURA 1 - Melhoria da escala de Impressão Clínica Global (CGI-I) com o uso de risperidona Fonte: NIKOLOV, JONKER e SCAHILL, 2006. A risperidona tem grande afinidade com os receptores da dopamina. Múltiplos estudos abertos e séries de casos, da mesma forma que ensaios clínicos duplo- cegos controlados por placebo em crianças, adolescentes e adultos, descreveram os efeitos benéficos da risperidona em indivíduos com autismo (NIKOLOV; JONKER; SCAHILL, 2006). E-Book - Apostila 28 - 45 Confira abaixo as medidas de higiene do sono, segundo Martinez, Lenz e Mena- Barreto. (Clique no (+) das sanfonas para visualizar o conteúdo) Respeitar os relógios biológicos Manter horários refulares de deitar e levantar, usando o despertador. Evitar oscilações de mais de duas horas nos horários de levantar no fim de semana. Evitar permanecer mais que sete horas e meia na cama, incluindo a sexta nesse total. Fazer exercícios, com intervalo mínimo de seis horas até deitar. Evitar atividades excitantes ou emocionalmente pertubardoras próximo da hora de deitar. Evitar atividades que exijam alto nível de concentração, imediatamente antes de deitar. Evitar atividades mentais na cama, como pensar, planejar e lembrar. Cuidado com drogas, hábitos e ambiente Evitar produtos contendo álcool, tabaco, cafeína ou qualquer substância com ação no sistema nervoso central antes de deitar. A cama deve ser confortável, com colchão e lençóis de boa qualidade e cobertas adequadas à temperatura. O quarto de dormir deve ser escuro e silencioso, com temperatura de 24ºC (limites entre 17º e 27ºC). A adesão rigorosa ao horário desejado do período de sono, com preenchimento do horário de vigília por atividades físicas e sociais, pode corrigir o transtorno. Além disso, a luz intensa aplicada no horário desejado de levantar, por uma ou duas horas, oferece um sincronizador para os relógios biológicos (MARTINEZ; LENZ; MENNA-BARRETO, 2008, p. 177). Considerações finais Nesta unidade, você teve a oportunidade de: E-Book - Apostila 29 - 45 reconhecer os principais psicofármacos usados no tratamento dos transtornos bipolar, de atenção e hiperatividade, da infância e adolêscencia e do sono-vigília; identificar os principais critérios de diagnósticos para os transtornos citados acima; analisar possíveis outros tratamentos não farmacológicos. Neste módulo, estudamos alguns transtornos que acometem o sistema nervoso central, em particular, o cérebro. Se nos concentramos no estudo do transtorno bipolar, por exemplo, saberemos que a qualidade de vida de um indivíduo com esse transtorno não tratado é muitas vezes péssima. Suas relações são afetadas, bem como sua profissão e a área financeira. Entretanto o que ainda não é de conhecimento de todos é que não apenas a qualidade de vida do paciente é afetada mas o seu próprio cérebro! Em doenças psíquicas crônicas não tratadas, crises de ansiedade e de depressão desencadeiam a liberação de uma série de substâncias, como o cortisol, que é o hormônio do estresse e tem funções cruciais em nosso organismo, inclusive para a nossa sobrevivência. Porém, quando liberado excessivamente e por longos períodos, causa sérios danos ao cérebro. Um deles, muito conhecido na literatura, é a diminuição da região hipocampal, relacionada à nossa memória. Com isso, quem passa por longos períodos de sofrimento psíquico e não recebe tratamento adequado apresenta problemas de memória e muita confusão mental. Entretanto, não para por aí. O sofrimento mental crônico não tratado leva à diminuição da comunicação dos neurônios, as sinapses, e à morte neuronal, com consequente perda de massa cinzenta. Todos os transtornos estudados neste módulo são condições que, normalmente, podem trazer grandes prejuízos para a vida do indivíduo, seja por interferir nas relações pessoais, seja por causar problemas na aprendizagem, ou até prejuízos financeiros. Entretanto vimos também que, para a maioria das condições, tem tratamento farmacológico, bem como outros tipos de intervenções, como a psicoterapia. Além disso, também é muito importante, em alguns casos, a intervenção precoce, como no autismo. Todos esses transtornos devem sempre ser analisados de maneira interdisciplinar, e cada profissional da saúde deve ter a consciência de que o diagnóstico de um transtorno não é uma sentença, mas sim o começo de uma jornada de cuidados, de conhecimento e, principalmente, de inclusão, bem como de luta por políticas públicas que assegurem o tratamento adequado e os direitos desses indivíduos. E-Book - Apostila 30 - 45 Agora que finalizamos este conteúdo, vamos testar seus conhecimentos com o quiz a seguir. QUIZ Leia o excerto a seguir. O Transtorno Bipolar (TB) é um transtorno do humor, crônico e recorrente. Ele se manifesta por episódios alternados de sintomas depressivos, denominados episódios depressivos, e períodos de humor elevado, geralmente exacerbado ou exagerado, com aumento da vitalidade, que são os episódios maníacos ou hipomaníacos. Com relação ao transtorno bipolar, leia as afirmações a seguir. I — As classes farmacológicas de medicamentos que os médicos, geralmente, prescrevem incluem os estabilizadores de humor e os ansiolíticos benzodiazepínicos. E-Book - Apostila 31 - 45 II — Estabilizadores de humor, como lítio ou venlafaxina, podem ajudar a prevenir episódios de humor alterados ou reduzir, ainda, sua gravidade. III — O valproato de sódio é o medicamento de escolha quando há risco de suicídio; nesse caso, é necessária a hospitalização. IV — Muitas vezes, medicamentos que atuam sobre o sono ou a ansiedade são prescritos junto aos estabilizadores de humor como parte do tratamento farmacológico. V — Os fármacos antidepressivos devem ser prescritos em monoterapia no transtorno bipolar, porque diminuem a ocorrência de mania. É correto o que se afirma em: Resposta Incorreta: A afirmação I é incorreta porque a prescrição de primeira linha para o transtorno bipolar é o uso de estabilizadores de humor, em associação com antipsicóticos de segunda geração, e não com benzodiazepínicos. A afirmação II é incorreta, pois a venlafaxina é um antidepressivo, e não um estabilizador de humor. A afirmativa III é incorreta porque o medicamento de escolha, quando há risco de suicídio, é o lítio. A afirmação IV é a única alternativa correta,uma vez que medicamentos que ajudam no sono e na ansiedade podem ser bons coadjuvantes no início do tratamento. A afirmação V é incorreta, pois os antidepressivos usados isoladamente aumentam o risco de episódios maníacos. I e IV, apenas.a E-Book - Apostila 32 - 45 Resposta Incorreta: A afirmação I é incorreta porque a prescrição de primeira linha para o transtorno bipolar é o uso de estabilizadores de humor, em associação com antipsicóticos de segunda geração, e não com benzodiazepínicos. A afirmação II é incorreta, pois a venlafaxina é um antidepressivo, e não um estabilizador de humor. A afirmativa III é incorreta porque o medicamento de escolha, quando há risco de suicídio, é o lítio. A afirmação IV é a única alternativa correta, uma vez que medicamentos que ajudam no sono e na ansiedade podem ser bons coadjuvantes no início do tratamento. A afirmação V é incorreta, pois os antidepressivos usados isoladamente aumentam o risco de episódios maníacos. II e III, apenas.b II, apenas.c E-Book - Apostila 33 - 45 Resposta Incorreta: A afirmação I é incorreta porque a prescrição de primeira linha para o transtorno bipolar é o uso de estabilizadores de humor, em associação com antipsicóticos de segunda geração, e não com benzodiazepínicos. A afirmação II é incorreta, pois a venlafaxina é um antidepressivo, e não um estabilizador de humor. A afirmativa III é incorreta porque o medicamento de escolha, quando há risco de suicídio, é o lítio. A afirmação IV é a única alternativa correta, uma vez que medicamentos que ajudam no sono e na ansiedade podem ser bons coadjuvantes no início do tratamento. A afirmação V é incorreta, pois os antidepressivos usados isoladamente aumentam o risco de episódios maníacos. Resposta Correta: A afirmação IV é a única alternativa correta, pois medicamentos que ajudam no sono e na ansiedade podem ser bons coadjuvantes no início do tratamento. IV, apenas.d I, IV e V, apenas.e E-Book - Apostila 34 - 45 Resposta Incorreta: A afirmação I é incorreta porque a prescrição de primeira linha para o transtorno bipolar é o uso de estabilizadores de humor, em associação com antipsicóticos de segunda geração, e não com benzodiazepínicos. A afirmação II é incorreta, pois a venlafaxina é um antidepressivo, e não um estabilizador de humor. A afirmativa III é incorreta porque o medicamento de escolha, quando há risco de suicídio, é o lítio. A afirmação IV é a única alternativa correta, uma vez que medicamentos que ajudam no sono e na ansiedade podem ser bons coadjuvantes no início do tratamento. A afirmação V é incorreta, pois os antidepressivos usados isoladamente aumentam o risco de episódios maníacos. Leia o enunciado abaixo. O tratamento do TDAH começa com a educação do indivíduo e seu ambiente sobre a natureza neurobiológica do TDAH e o fim da estigmatização do diagnóstico. A terapia comportamental abrange um amplo conjunto de intervenções que visam modificar o ambiente físico e social para mudar o comportamento. Os pais geralmente são treinados em estratégias para modificar os comportamentos da criança e melhorar sua capacidade de regular seu comportamento, aplicando recompensas e consequências. E-Book - Apostila 35 - 45 Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. I — O tratamento farmacológico ainda é o tratamento de primeira linha para os portadores de TDAH. Entretanto é indicado informar aos pais que se trata de uma condição crônica para garantir sua cooperação na titulação dos medicamentos e na continuidade do tratamento. II — O tratamento farmacológico para o TDAH é baseado em agentes que afetam a neurotransmissão serotoninérgica e noradrenérgica, como psicoestimulantes e antidepressivos que aumentam as concentrações de serotonina e noradrenalina. III — O psicoestimulante mais usado no TDAH é o metilfenidato de liberação imediata (ritalina), entretanto há medicamentos similares de liberação prolongada. O venvanse tem como princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina, que é uma anfetamina. IV — Os medicamentos para o TDAH aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. Inclusive, estudos mostram que a neurotransmissão dopaminérgica pode estar diminuída no córtex pré- frontal de pacientes com TDAH. Assinale a alternativa com a sequência correta. V, F, V, V.a E-Book - Apostila 36 - 45 Resposta Correta: A afirmação I é verdadeira, pois o tratamento farmacológico ainda é o tratamento de primeira linha para os portadores de TDAH. Porém deve-se destacar a importância do envolvimento do adolescente, se for o caso, na decisão do tratamento e na discussão dos potenciais benefícios e efeitos adversos. É indicado informar aos pais que se trata de uma condição crônica, para garantir sua cooperação na titulação dos medicamentos e na continuidade do tratamento. A afirmação II é falsa, pois o tratamento farmacológico para o TDAH é baseado em agentes que afetam a neurotransmissão dopaminérgica e noradrenérgica, como psicoestimulantes e antidepressivos que aumentam as concentrações de dopamina e noradrenalina. A afirmação III é verdadeira, uma vez que os medicamentos para o TDAH aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. Inclusive, estudos mostram que a neurotransmissão dopaminérgica pode estar diminuída no córtex pré- frontal de pacientes com TDAH. A afirmação IV é verdadeira, pois o psicoestimulante mais usado no TDAH é o metilfenidato de liberação imediata (ritalina), entretanto há medicamentos similares de liberação prolongada. O venvanse tem como princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina, que é uma anfetamina. Esses medicamentos aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. V, V, V, V.b E-Book - Apostila 37 - 45 Resposta Incorreta: A afirmação I é verdadeira, pois o tratamento farmacológico ainda é o tratamento de primeira linha para os portadores de TDAH. Porém deve-se destacar a importância do envolvimento do adolescente, se for o caso, na decisão do tratamento e na discussão dos potenciais benefícios e efeitos adversos. É indicado informar aos pais que se trata de uma condição crônica, para garantir sua cooperação na titulação dos medicamentos e na continuidade do tratamento. A afirmação II é falsa, pois o tratamento farmacológico para o TDAH é baseado em agentes que afetam a neurotransmissão dopaminérgica e noradrenérgica, como psicoestimulantes e antidepressivos que aumentam as concentrações de dopamina e noradrenalina. A afirmação III é verdadeira, uma vez que os medicamentos para o TDAH aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. Inclusive, estudos mostram que a neurotransmissão dopaminérgica pode estar diminuída no córtex pré- frontal de pacientes com TDAH. A afirmação IV é verdadeira, pois o psicoestimulante mais usado no TDAH é o metilfenidato de liberação imediata (ritalina), entretanto há medicamentos similares de liberação prolongada. O venvanse tem como princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina, que é uma anfetamina. Esses medicamentos aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. V, V, F, V.c E-Book - Apostila 38 - 45 Resposta Incorreta: A afirmação I é verdadeira, pois o tratamento farmacológico ainda é o tratamento de primeira linha para os portadores de TDAH. Porém deve-se destacar a importância do envolvimento do adolescente, se for o caso, na decisão do tratamento e na discussão dos potenciais benefícios e efeitos adversos. É indicado informar aos pais que se trata de uma condição crônica, para garantir sua cooperação na titulação dos medicamentos e na continuidade do tratamento. A afirmação II é falsa, pois o tratamento farmacológico para o TDAH é baseado em agentes que afetam a neurotransmissão dopaminérgica e noradrenérgica, como psicoestimulantes e antidepressivos que aumentam as concentrações de dopamina e noradrenalina. A afirmação III é verdadeira, uma vez que os medicamentospara o TDAH aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. Inclusive, estudos mostram que a neurotransmissão dopaminérgica pode estar diminuída no córtex pré- frontal de pacientes com TDAH. A afirmação IV é verdadeira, pois o psicoestimulante mais usado no TDAH é o metilfenidato de liberação imediata (ritalina), entretanto há medicamentos similares de liberação prolongada. O venvanse tem como princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina, que é uma anfetamina. Esses medicamentos aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. F, V, V, V.d E-Book - Apostila 39 - 45 Resposta Incorreta: A afirmação I é verdadeira, pois o tratamento farmacológico ainda é o tratamento de primeira linha para os portadores de TDAH. Porém deve-se destacar a importância do envolvimento do adolescente, se for o caso, na decisão do tratamento e na discussão dos potenciais benefícios e efeitos adversos. É indicado informar aos pais que se trata de uma condição crônica, para garantir sua cooperação na titulação dos medicamentos e na continuidade do tratamento. A afirmação II é falsa, pois o tratamento farmacológico para o TDAH é baseado em agentes que afetam a neurotransmissão dopaminérgica e noradrenérgica, como psicoestimulantes e antidepressivos que aumentam as concentrações de dopamina e noradrenalina. A afirmação III é verdadeira, uma vez que os medicamentos para o TDAH aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. Inclusive, estudos mostram que a neurotransmissão dopaminérgica pode estar diminuída no córtex pré- frontal de pacientes com TDAH. A afirmação IV é verdadeira, pois o psicoestimulante mais usado no TDAH é o metilfenidato de liberação imediata (ritalina), entretanto há medicamentos similares de liberação prolongada. O venvanse tem como princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina, que é uma anfetamina. Esses medicamentos aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. F, F, V, V.e E-Book - Apostila 40 - 45 Resposta Incorreta: A afirmação I é verdadeira, pois o tratamento farmacológico ainda é o tratamento de primeira linha para os portadores de TDAH. Porém deve-se destacar a importância do envolvimento do adolescente, se for o caso, na decisão do tratamento e na discussão dos potenciais benefícios e efeitos adversos. É indicado informar aos pais que se trata de uma condição crônica, para garantir sua cooperação na titulação dos medicamentos e na continuidade do tratamento. A afirmação II é falsa, pois o tratamento farmacológico para o TDAH é baseado em agentes que afetam a neurotransmissão dopaminérgica e noradrenérgica, como psicoestimulantes e antidepressivos que aumentam as concentrações de dopamina e noradrenalina. A afirmação III é verdadeira, uma vez que os medicamentos para o TDAH aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. Inclusive, estudos mostram que a neurotransmissão dopaminérgica pode estar diminuída no córtex pré- frontal de pacientes com TDAH. A afirmação IV é verdadeira, pois o psicoestimulante mais usado no TDAH é o metilfenidato de liberação imediata (ritalina), entretanto há medicamentos similares de liberação prolongada. O venvanse tem como princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina, que é uma anfetamina. Esses medicamentos aumentam as concentrações de dopamina na fenda sináptica. E-Book - Apostila 41 - 45 Leia o enunciado abaixo. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado uma síndrome neuropsiquiátrica caracterizada por manifestações comportamentais acompanhadas por déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades. Leia as afirmações abaixo. I — Os medicamentes prescritos para os pacientes com TEA são para o tratamento das condições associadas. II — Se o indivíduo tem TEA e epilepsia, ele deverá fazer uso de anticonvulsivantes ou de óleo de canabidiol. III — Um medicamento que é muito prescrito para pacientes com TEA é a risperidona. Esse medicamento é um antipsicótico que tem a função de diminuir o comportamento agressivo. IV — A risperidona atua inibindo receptores de dopamina, e um dos principais efeitos colaterais é a ginecomastia. É correto o que se afirma em: I, apenas.a E-Book - Apostila 42 - 45 Resposta Incorreta: A afirmativa I está correta, pois o TEA não é doença, portanto só há tratamento para as comorbidades. A afirmativa II está correta, porque é uma condição associada a muitos indivíduos com TEA e epilepsia, sendo que o tratamento farmacológico inclui anticonvulsivantes e óleo de canabidiol. A afirmativa III está correta, pois a risperidona é um antipsicótico que atua no controle de impulsos agressivos. A afirmativa IV está correta, porque a risperidona atua nós receptores D2 de dopamina, aumentando a produção de prolactina. Resposta Incorreta: A afirmativa I está correta, pois o TEA não é doença, portanto só há tratamento para as comorbidades. A afirmativa II está correta, porque é uma condição associada a muitos indivíduos com TEA e epilepsia, sendo que o tratamento farmacológico inclui anticonvulsivantes e óleo de canabidiol. A afirmativa III está correta, pois a risperidona é um antipsicótico que atua no controle de impulsos agressivos. A afirmativa IV está correta, porque a risperidona atua nós receptores D2 de dopamina, aumentando a produção de prolactina. I e II, apenas.b II, III e IV, apenas.c E-Book - Apostila 43 - 45 Resposta Incorreta: A afirmativa I está correta, pois o TEA não é doença, portanto só há tratamento para as comorbidades. A afirmativa II está correta, porque é uma condição associada a muitos indivíduos com TEA e epilepsia, sendo que o tratamento farmacológico inclui anticonvulsivantes e óleo de canabidiol. A afirmativa III está correta, pois a risperidona é um antipsicótico que atua no controle de impulsos agressivos. A afirmativa IV está correta, porque a risperidona atua nós receptores D2 de dopamina, aumentando a produção de prolactina. Resposta Incorreta: A afirmativa I está correta, pois o TEA não é doença, portanto só há tratamento para as comorbidades. A afirmativa II está correta, porque é uma condição associada a muitos indivíduos com TEA e epilepsia, sendo que o tratamento farmacológico inclui anticonvulsivantes e óleo de canabidiol. A afirmativa III está correta, pois a risperidona é um antipsicótico que atua no controle de impulsos agressivos. A afirmativa IV está correta, porque a risperidona atua nós receptores D2 de dopamina, aumentando a produção de prolactina. II e IV, apenas.d I, II, III e IV.e E-Book - Apostila 44 - 45 Resposta Correta: A afirmativa I está correta, pois o TEA não é doença, portanto só há tratamento para as comorbidades. A afirmativa II está correta, porque é uma condição associada a muitos indivíduos com TEA e epilepsia, sendo que o tratamento farmacológico inclui anticonvulsivantes e óleo de canabidiol. A afirmativa III está correta, pois a risperidona é um antipsicótico que atua no controle de impulsos agressivos. A afirmativa IV está correta, porque a risperidona atua nós receptores D2 de dopamina, aumentando a produção de prolactina. Referências AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. ANDRADE, C. R. M. de; SILVA, W. A. P. da; FILHO, J. F. B.; SILVEIRA, J. C. C. da. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Rev Med Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 21, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO SONO. Insônia: do diagnóstico ao tratamento. 1. ed. São Paulo: Omnifarma, 2013. BOSAIPO, N. B; BORGES, V. F; JURUENA, M. F. Transtorno bipolar: uma revisão dos aspectos conceituais e clínicos. Medicina (Ribeirão Preto), [S. l.], v. 50, n. supl.1, 2017. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/127541. Acesso em: 13 abr. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do transtorno afetivobipolar do tipo I. Brasília, mar. 2016. CHARNEY, A. W.; MULLINS, N., PARK, Y. J. et al. 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