Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caso IV Definições Ilusões -Vivências originárias de percepções enganosas, falsificadas, de um objeto real. -Percepção distorcida, deformada, de um objeto real, existente. -Não constitui, por si só, um estado mórbido, podendo ser produzida artificialmente. -Percepções formadas por transformações de percepções reais, em que os estímulos se compõem de tal maneira cujo efeito é a falsa percepção de algo novo. -Falsa percepção em que existe a possibilidade da correção sobre a referência ingênua ao objeto (possibilidade de corrigir a vivência imediata). -Podem ocorrer por diferentes motivos: .Originárias de falta de atenção (em estados de cansaço); .Complementação dos estímulos externos com elementos internos (ao ler- se um texto pode-se passar despercebido por alguns erros ortográficos e corrigi-los de acordo com o contexto); .Estados afetivos modulam a percepção de objetos reais, podendo ocasionar o que se denomina por ilusões afetivas ou catatímicas; .Uma criança assustada à noite pode ver um monstro horripilante entrando pela janela de seu quarto em vez de um galho da árvore mais próxima. Alucinações -Distúrbios psicossensoriais em que há percepção sem o objeto. -Fenômeno perceptual, dotado de clareza, consistência, vivacidade, objetividade e externalidade. -Vivenciada como "central ao eu", sendo experienciada da mesma forma que as percepções com objeto real. -Geralmente acompanhada de intenso sofrimento. -Cabe aqui uma distinção com o delírio: ouvir uma voz que não existe e não é compartilhada (percepção de objeto inexistente) é a alucinação propriamente dita, e interpretá-la como sendo a voz de Deus ou uma transmissão telepática já faz parte do delírio. -Sabe-se que na epilepsia a ativação de determinadas áreas corticais pode produzir efeitos alucinatórios de breve duração, geralmente com o mesmo conteúdo por irritação de um mesmo foco cortical (um paciente sempre sente cheiro de gás antes de perder a consciência - crise parcial simples). -Grande parte do conhecimento sobre alucinações é proveniente da observação e de relatos de pessoas usuárias de alucinógenos, como LSD, mescalina etc. -O fato de esses agentes produzirem alterações neurobioquímicas nas vias centrais serotoninérgicas, dopaminérgicas e colinérgicas implica uma associação entre fenômenos alucinatórios e hiperativações nesses circuitos, fato corroborado pelo uso de antagonistas dopaminérgicos para seu tratamento. -Outras formas de alucinações podem ser explicadas pela teoria da deaferentação neuronal. -Pacientes idosos com presbiacusia e surdez progressiva podem experimentar alucinações auditivas em decorrência da liberação neuronal da via auditiva aferente correspondente, semelhante ao ocorrido na síndrome do "membro fantasma". -A alucinação seria devida a uma produção do SN para manter um nível basal de ativação, em vigência do déficit de estímulos externos pela privação sensorial. -Analogamente, é correspondente à área lesada (lateralizada), e em geral pode ser modificada por estímulos ambientais (sons ⬆ no ambiente podem fazer esse paciente idoso parar de alucinar em razão da > estimulação aferente). -Há explicações para o fenômeno alucinatório baseadas na teoria psicodinâmica, na qual o paciente projetaria aspectos inconscientes (desejos, angústias e conflitos) para o espaço externo a ele, vivenciando- os como não pertencentes ao eu. -Alguns autores postulam que as alucinações seriam um processo decorrente da incapacidade do paciente de discriminar e monitorar seus próprios pensamentos verbais, percebendo-os como de origem externa. -Alucinação seria proveniente de uma disfunção do que é denominado linguagem interna (inner speech). Alucinações Visuais -Podem ser elementares (clarões, borrões, faíscas, escotomas e fosfe nas), complexas (figuras, pessoas, paisagens, entidades e partes do corpo), liliputianas (diminuídas, em geral com figuras humanoides), guliverianas (gigantescas). -O paciente pode assistir passivamente às alucinações (cênicas) ou participar ativamente delas (dramáticas), sugerindo nessas últimas quadros de delirium. -Em geral são eventos relativamente raros nas esquizofrenias e nos quadros delirantes crônicos. -São mais comuns na narcolepsia com cataplexia (transtorno do sono em que a atividade REM invade a consciência vigil), > parte das síndromes demenciais (doença de Alzheimer, demência com corpúsculos de Lewy, demência vascular e demência na doença de Parkinson), delirium tremens, síndrome de abstinência alcoólica, esquizofrenia, na doenças oftalmológicas (em geral de etiologia conhecida como síndrome de deaferentação, descrita anteriormente) e intoxicação por alucinógenos (LSD, mescalina, maconha e cogumelos). Alucinações Auditivas -Ocorrem analogamente na forma simples (sons, ruídos, assobios e campainhas) ou complexa (chamadas audioverbais). -Alucinações audioverbais: tipo mais frequente de alucinações, sendo encontradas principalmente na esquizofrenia e em outros transtornos psicóticos. -Vozes ouvidas podem ter variadas características: diálogos entre mais de um interlocutor, comunicação de ideias delirantes, descrever tudo o que o alucinado faz (narração e comentário dos atos) e proferir injúrias e difamações. -Algumas apresentações têm um valor semiológico > pela sua grande frequência na esquizofrenia, como quando as vozes repetem o pensamento da pessoa (eco do pensamento) e quando o paciente ouve o próprio pensamento no mesmo momento em que pensa (sonorização do pensamento), da mesma forma como ouve o restante do mundo. Alucinações Táteis -Geralmente associadas a alucinações visuais, são vivenciadas na forma de agulhadas, formigamentos, espetadas, choques, queimaduras e sensações de frio ou umidade. -No delirium tremens, o paciente pode se sentir preso em arames, entrelaçado em uma rede de fios. Alucinações Cenestésicas -Sensações anômalas relacionadas às vísceras internas, em que doentes sentem como se tivessem seu fígado revirado, pulmões esvaziados, intestinos arrancados, cérebro apodrecido, na ausência do correspondente somático são denominadas. -Estão muito associadas a ideações delirantes de que o organismo está morto, ou em estado de putrefação, sendo vinculadas à síndrome de Cotard (vivência delirante que pode ser diagnosticada em pacientes com depressão psicótica grave, na qual a pessoa tem a vivência de que já morreu e seus órgãos estão apodrecendo, ou de imortalidade). -Relacionadas à vivência de alterações na sensação de movimento corporal, em que um paciente descreve a sensação de que seu pênis está encolhendo (síndrome do Koro). Alucinações Olfativas -Sensação de odores desagradáveis (cheiro de fezes, cadáveres e queimado) e até de perfumes exóticos. Alucinações Gustativas -Sabores estranhos, insólitos, sem objeto correspondente. -Alucinações, tanto relacionadas ao olfato quanto à gustação, são sintomas da esquizofrenia (de péssimo prognóstico) e de quadros epilépticos (estados crepusculares da consciência, crises w1cinadas). Alucinação Cominada -No rebaixamento do nível de consciência e em < grau na esquizofrenia podem ocorrer experiências alucinatórias diversas ao mesmo tempo, combinando diferentes órgãos do sentido. -O sujeito pode ouvir uma voz, reconhecê-la como pertencente a uma pessoa que vê na sua frente e ter atividade sexual com ela, estando sozinho no quarto. Alucinação Sinestésica -Tal vivência pode ser intensificada até a fusão e troca de duas percepções de qualidades sensoriais diferentes, como ver a cor do som, associada ao uso de ecstasy. Alucinações Funcionais -Fenômeno alucinatório desencadeado por um estímulo real. -A pessoa ouve uma voz quando liga o carro. -Vivências perceptivas sem objeto real, desencadeadas por um gatilho real não relacionado. Delírios -Palavra latim, que significa "sair do trilho". -Ideia ou pensamento que não corresponde à realidade.-Exemplo: a pessoa começa a acreditar que está sendo perseguida ou vigiada, ou que existem câmeras que espionam seus atos. -Temas de delírios costumam ser bizarros, implausíveis, mas a pessoa acredita nele convictamente, não modificando suas ideias mesmo após exaustiva demonstração da impossibilidade das mesmas. -O delírio pode ocorrer em diversas psicoses, particularmente na esquizofrenia. -Podem ser classificados como delírios persecutórios, de grandeza, ciúme patológico, somatoformes, amorosos ou misto desses. -O psiquiatra e filósofo Karl Jaspers foi o primeiro a definir os 3 critérios principais para que uma crença seja considerada delirante: 1) Certeza: mantida com absoluta convicção; 2) Incorrigibilidade: não passível de mudança por força de contra- argumentação ou prova em contrário; 3) Impossibilidade ou falsidade do conteúdo: implausível, bizarro ou patentemente inverídico. Esquizofrenia Epidemiologia http://www.saudemental.net/o_que_e_esquizofrenia.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Paranoia https://pt.wikipedia.org/wiki/Megalomania https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme#Ci%C3%BAme_patol%C3%B3gico https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme#Ci%C3%BAme_patol%C3%B3gico https://pt.wikipedia.org/wiki/Somatiza%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Erotomania https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Jaspers Gênero e Idade -90% dos pacientes em tratamento têm entre 15 e 55 anos. -Início antes dos 10 anos ou após os 60 anos é extremamente raro. -Igualmente prevalente em homens e mulheres. -Diferem quanto ao início e curso da doença. Homens: -Início mais precoce, mais de 50% têm sua 1ª internação em hospital psiquiátrico antes dos 25 anos de idade. -Idade de pico: entre 10 e 25 anos. -> probabilidade de sofrer sintomas negativos. Mulheres: -1/3 têm sua 1ª internação em hospital psiquiátrico antes dos 25 anos de idade. -Idade de pico: entre 25 e 35 anos. -Exibem distribuição etária bimodal, com um 2º pico na meia-idade. -3 a 10% apresentam início da doença após os 40 anos (quando o início ocorre após os 45 anos, o transtorno é caracterizado como esquizofrenia de início tardio). -> probabilidade de ter melhor funcionamento social antes do início da doença. -Resultado melhor do que para os do sexo masculino. Fatores Reprodutivos -O uso de psicofármacos, políticas de portas abertas dos hospitais, desinstitucionalização dos hospitais públicos, ênfase na reabilitação e atendimento comunitário levaram ao ⬆ nos casamentos e taxas de fertilidade entre os indivíduos com esquizofrenia. -A taxa de fertilidade desse grupo é próxima à da população em geral. -Parentes biológicos em 1º grau têm um risco 10 X > de desenvolver a doença do que a população em geral. Doenças Clínicas -Pessoas com esquizofrenia têm taxa de mortalidade mais ⬆ em decorrência de acidentes e causas naturais. -Variáveis relacionadas à institucionalização e tratamento não explicam esses dados, mas a mortalidade pode estar ligada ao fato de que o diagnóstico e tratamento de condições clínicas e cirúrgicas em pacientes com esquizofrenia possam representar um desafio clínico. -80% de todos os pacientes com a condição têm doenças clínicas concomitantes significativas e 50% dessas podem não ser diagnosticadas. Infecções e Estação de Nascimento -Pessoas que desenvolvem esquizofrenia têm mais probabilidade de ter nascido no inverno e início da primavera, do que no fim da primavera e verão. -No hemisfério norte, incluindo EUA, as pessoas afetadas nascem com mais frequência nos meses de janeiro a abril, enquanto, no hemisfério sul, a maior frequência se dá nos meses de julho a setembro. -Fatores de risco específicos da estação, como um vírus ou alteração sazonal da dieta, podem operar nesses casos. -Outra hipótese é a de que pessoas com predisposição genética para esquizofrenia têm menos vantagem biológica de sobreviver a adversidades específicas da estação. -Estudos indicaram complicações gestacionais e do parto, exposição a influenza durante várias epidemias da doença, inanição materna durante a gravidez, incompatibilidade do fator Rhesus e excesso de nascimentos no inverno na etiologia do transtorno. -A natureza desses fatores sugere um processo patológico do neurodesenvolvimento na esquizofrenia, mas o mecanismo fisiopatológico exato associado com esses fatores de risco não é conhecido. -Dados epidemiológicos mostram uma ⬆ incidência de esquizofrenia após exposição pré-natal a influenza durante várias epidemias da doença. -Alguns estudos mostram que a frequência de esquizofrenia ⬆ após exposição à influenza – que ocorre no inverno – durante o 2º trimestre de gravidez. -Outros dados que apoiam que uma hipótese viral, ⬆ número de anomalias físicas no nascimento, ⬆ taxa de complicações da gravidez e do parto, sazonalidade do nascimento consistente com infecção viral, agrupamentos geográficos de casos adultos e sazonalidade das hospitalizações. -Teorias virais derivam do fato de que várias teorias virais específicas têm o poder de explicar a localização particular da patologia necessária para explicar uma variedade de manifestações na esquizofrenia sem encefalite febril manifesta. Abuso de Substâncias -A prevalência ao longo da vida de abuso de qualquer droga (que não o tabaco) é, muitas vezes, superior a 50%. -Para todas as drogas de abuso, o abuso está associado com um funcionamento mais insatisfatório. -A prevalência ao longo da vida de álcool na esquizofrenia é de 40%. -O abuso de álcool ⬆ risco de hospitalização e, em alguns pacientes, pode ⬆ sintomas psicóticos. -Pessoas com esquizofrenia têm uma prevalência mais ⬆ de abuso de drogas de rua comuns. -Tem havido um interesse particular na associação entre Cannabis e esquizofrenia. -Pacientes que relatavam níveis ⬆ de uso de Cannabis (mais de 50 ocasiões) tinham 6 X mais risco de desenvolver o transtorno. -O uso de anfetaminas, cocaína e drogas semelhantes é preocupante devido a sua capacidade de ⬆ sintomas psicóticos. Nicotina -Até 90% dos pacientes com esquizofrenia podem ser dependentes de nicotina. -Afora a mortalidade associada ao tabagismo, a nicotina ⬇ as concentrações sanguíneas de alguns antipsicóticos. -Há sugestões de que ⬆ prevalência no tabagismo se deva, pelo menos em parte, a anormalidades cerebrais nos receptores nicotínicos. -Um polimorfismo específico em um receptor nicotínico foi associado a um risco genético para esquizofrenia. -A administração de nicotina parece melhorar alguns comprometimentos cognitivos e parkinsonismo na esquizofrenia, possivelmente devido à ativação dependente de nicotina de neurônios de dopamina nicotino- dependentes. -Estudos recentes demonstraram que a nicotina pode ⬇ sintomas positivos, como alucinações, em pacientes com esquizofrenia por seu efeito sobre os receptores de nicotina no cérebro que ⬇ percepção de estímulos externos, sobretudo ruídos. -Nesse sentido, o tabagismo é uma forma de automedicação. Densidade Populacional -A prevalência de esquizofrenia foi correlacionada com densidade populacional local em cidades com populações de mais de 1 milhão de pessoas. -A correlação é mais fraca em cidades com 100 mil a 500 mil habitantes e ausente em cidades com menos de 10 mil habitantes. -O efeito da densidade populacional é congruente com a observação de que a incidência de esquizofrenia em filhos de 1 ou 2 genitores com o transtorno é 2 X mais ⬆ em cidades do que em comunidades rurais. -Estressores sociais do contexto urbano afetem o desenvolvimento da doença em pessoas em risco. Economia -Visto que a esquizofrenia tem um início precoce, causa prejuízos significativos e de longa duração, exige tratamento hospitalar e requer tratamento clínico, reabilitação e serviços de apoio contínuos, estima-se que o custo financeiro da doença nos EUA seja superior ao de todos os tipos de câncer combinados. -Hárelatos de que pacientes com um diagnóstico de esquizofrenia representam 15 a 45% dos norte-americanos moradores de rua. Hospitalização -O desenvolvimento de agentes antipsicóticos eficazes e mudança nas atitudes políticas e populares em relação ao tratamento e aos direitos das pessoas com doenças mentais mudaram de forma significativa os padrões de hospitalização de pacientes com esquizofrenia desde meados da década de 1950. -Mesmo com a medicação antipsicótica, a probabilidade de uma nova internação no período de 2 anos após a alta da 1ª internação é de cerca de 40 a 60%. -Pacientes com esquizofrenia ocupam cerca de 50% de todos os leitos de hospitais psiquiátricos e representam 16% de toda a população psiquiátrica que recebe algum tipo de tratamento. Etiopatogenia Fatores Genéticos Contribuição Genética: ⬆ proporção da variação na suscetibilidade ao transtorno se deve a efeitos genéticos cumulativos. Exemplo: esquizofrenia e transtornos a ela relacionados (transtorno da personalidade esquizotípica) ocorrem com uma frequência > entre os parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia. Probabilidade: de uma pessoa ter esquizofrenia está correlacionada com a proximidade da relação com um parente afetado (parente de 1º ou 2º grau). Gêmeos Monozigóticos: que têm carga genética idênticas, há uma taxa de concordância para esquizofrenia de aproximadamente 50%. Essa taxa é 4 a 5 X > do que a encontrada em gêmeos dizigóticos ou do que a taxa de ocorrência encontrada em outros parentes de primeiro grau (irmãos, pais ou filhos). Papel dos Fatores Genéticos: refletido na ⬇ ocorrência de esquizofrenia entre parentes de 2º e 3º grau, nos quais uma hipótese poderia ser uma ⬇ na carga genética. ⬆ Taxa: de esquizofrenia entre parentes biológicos de uma pessoa adotada que desenvolve o transtorno, comparada com a dos parentes adotivos, não biológicos, que criam o paciente, fornece apoio adicional à contribuição genética na etiologia da esquizofrenia. Gêmeos Monozigóticos: demonstram com clareza que não existe garantia de que indivíduos geneticamente vulneráveis à esquizofrenia desenvolvam a doença; outros fatores (ambiente) devem estar envolvidos na determinação de um desfecho de esquizofrenia. Modelo de Vulnerabilidade-tendência: de esquizofrenia, se estiver correto em seu postulado de uma influência ambiental, outros fatores biológicos ou psicossociais do ambiente podem prevenir ou causar esquizofrenia no indivíduo geneticamente vulnerável. Idade do Pai: tem correlação com o desenvolvimento de esquizofrenia. Pacientes sem história da doença na linhagem materna ou paterna, foi verificado que aqueles nascidos de pais com mais de 60 anos de idade eram vulneráveis a desenvolver o transtorno. Espermatogênese: em homens mais velhos está sujeita a > dano epigenético do que em homens jovens. Modos de Transmissão Genética: na esquizofrenia são desconhecidos, mas diversos genes parecem dar uma contribuição para a vulnerabilidade à doença. Estudos Genéticos: de ligação e associação forneceram fortes evidências para 9 sítios de ligação: 1q, 5q, 6p, 6q, 8p, 10p, 13q, 15q e 22q. Análises Desses Sítios de Cromossoma: levaram à identificação de genes candidatos específicos, os melhores candidatos atuais são o receptor nicotínico -7, DISC 1, GRM 3, COMT, NRG 1, RGS 4 e G 72. Mutações: dos genes distrobrevina (DTNBP1) e neurregulina 1 estão associadas com sintomas negativos da esquizofrenia. Fatores Bioquímicos Hipótese da Dopamina Transtorno: resulta do excesso de atividade dopaminérgica. Teoria: evoluiu a partir de duas observações. Antipsicóticos: antagonistas do receptor da dopamina (ARDs), estão correlacionadas a capacidade de agir como antagonistas do receptor de dopamina tipo 2 (D2). Agentes: que ⬆ atividade dopaminérgica, notadamente a anfetamina, são psicotomiméticos. Teoria Básica: não indica de a hiperatividade dopaminérgica decorre da liberação excessiva de dopamina, excesso de receptores de dopamina, hipersensibilidade desses à dopamina ou combinação de tais mecanismos; tampouco quais tratos dopaminérgicos estão envolvidos, embora os tratos mesocortical e mesolímbico sejam implicados com maior frequência. Neurônios Dopaminérgicos: projetam-se de seus corpos celulares no mesencéfalo para neurônios dopaminoceptivos no sistema límbico e córtex cerebral. Liberação Excessiva de Dopamina: em pacientes com esquizofrenia foi associada à gravidade de sintomas psicóticos positivos. Estudos: de receptores de dopamina com TM por emissão de pósitron documentam um ⬆ nos receptores D2 no núcleo caudado de pacientes com esquizofrenia livres de medicamentos. Relatos: de ⬆ concentração de dopamina na amígdala, ⬇ densidade do transportador de dopamina e ⬆ números de receptores de dopamina tipo 4 no córtex entorrinal. Anatomia das Vias Dopaminérgicas Neurônios Dopaminérgieos: localizam-se no mesencéfalo, em 2 regiões muito próximas; a área tegmentar ventral, pertencente à formação reticular, e a substância negra. Substância Negra: origina-se a via nigro-estriada, que termina no corpo estriado, sendo muito importante no controle da atividade motora somática. Área Tegmentar Ventral: origina-se a via mesolímbica, que se projeta para o corpo estriado ventral, sistema límbico e córtex pré-frontal. Via Mesolímbica: importante na regulação do comportamento emocional. -Sua descoberta veio reforçar a chamada teoria dopaminérgica da esquizofrenia, segundo a qual os sintomas psíquicos observados nessa doença resultariam de alterações na transmissão dopaminérgica no sistema límbico e córtex pré-frontal. -Haveria uma hiperatividade na via dopaminérgica mesolímbica, tanto que a administração de drogas que bloqueiam os receptores dopaminérgieos tem efeitos benéficos sobre a doença. -Comparando-se as áreas de projeção das vias dopaminérgicas com as já estudadas para as vias serotoninérgicas e noradrenérgicas, verifica-se que, enquanto essas se distribuem a quase todo o sistema nervoso central, as vias dopaminérgicas têm uma distribuição bem mais restrita e localizada. Hipótese da Serotonina Excesso de Serotonina: como uma das causas de sintomas tanto positivos como negativos na esquizofrenia. Atividade Antagonista de Serotonina: consistente da clozapina e outros antipsicóticos de 2ª geração, junto com a eficácia da clozapina para ⬇ sintomas positivos em pacientes crônicos, contribuiu para a validade dessa proposição. Hipótese da Norepinefrina Anedonia: comprometimento da capacidade para gratificação emocional e ⬇ da capacidade de experimentar prazer, há muito tem sido observada como um aspecto proeminente da esquizofrenia. Degeneração Neuronal Seletiva: no sistema neural de recompensa da norepinefrina poderia explicar esse aspecto da sintomatologia do transtorno. Entretanto, os dados bioquímicos e farmacológicos que apoiam essa proposição são inconclusivos. GABA Achados: de que alguns pacientes têm uma perda de neurônios GABAérgicos no hipocampo. GABA: tem efeito regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de neurônios GABAérgicos inibidores poderia levar à hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos. Neuropeptídeos Substância P e Neurotensina: estão localizados com os neurotransmissores de catecolamina e indolamina e influenciam a ação desses. Alteração: nos mecanismos de neuropetídeo poderia facilitar, inibir ou alterar o padrão de disparo desses sistemas neuronais. Glutamato Ingestão de Fenciclidina: um antagonista do glutamato, produz uma síndrome aguda semelhante à esquizofrenia. Hipótese: proposta sobre o glutamato inclui as de hiperatividade, hipoatividade e neurotoxicidade induzidas por ele. Acetilcolina e Nicotina Estudos de Necropsia: na esquizofrenia demonstraram ⬆ dos receptores muscarínicos e nicotínicos no caudado-putame, hipocampo e regiões selecionadas do córtex pré-frontal. Receptores: têm papel na regulação dos sistemasde neurotransmissores envolvidos na cognição, que é comprometida na esquizofrenia. Fatores Neuropatológicos -No fim do século XX, pesquisadores deram passos significativos no sentido de revelar uma base neuropatológica potencial para o transtorno, principalmente no sistema límbico e gânglios da base, incluindo anormalidades neuropatológicas ou neuroquímicas no córtex cerebral, tálamo e tronco cerebral. -A perda de volume cerebral relatada em cérebros de indivíduos com esquizofrenia parece resultar da densidade ⬇ de axônios, dendritos e sinapses que medeiam funções associativas do cérebro. -A densidade sináptica é mais ⬆ com 1 ano de idade e depois ⬇ para valores adultos no início da adolescência. -Uma teoria, baseada, em parte, na observação de que os pacientes muitas vezes desenvolvem sintomas da esquizofrenia durante a adolescência, sustenta que o transtorno resulta da poda excessiva de sinapses durante essa fase do desenvolvimento. Ventrículos Cerebrais Exames por TC: de pacientes com esquizofrenia têm mostrado consistentemente alargamento dos ventrículos laterais e terceiro ventrículo e alguma ⬇ volume cortical. Volumes ⬇: da substância cinzenta cortical foram demonstrados durante os 1ºs estágios da doença. Alguns Estudos: concluíram que as lesões observadas na TC estão presentes no início da doença e não progridem. Outros Estudos: concluíram que o processo patológico visualizado em exames por TC continua a progredir durante a doença. Portanto: ainda não se sabe se um processo patológico ativo continua a se desenvolver em pacientes. Simetria ⬇ Várias Áreas do Cérebro: tem simetria ⬇ na esquizofrenia, incluindo os lobos temporal, frontal e occipital. Alguns Pesquisadores: acreditam que essa simetria ⬇ se origine durante a vida fetal e seja indicativa de uma interrupção na lateralização cerebral durante o neurodesenvolvimento. Sistema Límbico Devido: ao seu papel no controle das emoções, foi formulada a hipótese de que o sistema límbico esteja envolvido na fisiopatologia da esquizofrenia. Estudos: de amostras cerebrais na necropsia de pacientes com o transtorno mostraram ⬇ tamanho da região, incluindo a amígdala, hipocampo e giro para-hipocampal. Esse Achado Neuropatológico: está de acordo com a observação feita por estudos de imagem por RM de indivíduos com a doença. Hipocampo: é menor em tamanho e funcionalmente anormal, como indicado por distúrbios na transmissão de glutamato. Desorganização: dos neurônios no hipocampo foi observada em secções de tecido cerebral de pacientes com esquizofrenia. Córtex Pré-frontal Evidências: de estudos cerebrais de necropsia apoiam anormalidades anatômicas no córtex pré-frontal na esquizofrenia. Déficits Funcionais: na região pré-frontal foram demonstrados por imagens do cérebro. Vários Sintomas: de esquizofrenia imitam aqueles encontrados em pessoas com lobotomias pré-frontais ou síndromes do lobo frontal. Tálamo Estudos: do tálamo mostram evidência de ⬇ volume ou perda neuronal, em subnúcleos específicos. Relatos: de que o núcleo dorsomedial do tálamo, que tem conexões recíprocas com o córtex pré-frontal, contém um número ⬇ de neurônios. Número Total: de neurônios, oligodendrócitos e astrócitos é ⬇ em 30 a 45% em pacientes com o transtorno. Esse Achado: não parece ser devido aos efeitos de medicamentos antipsicóticos, porque o volume do tálamo é semelhante em tamanho entre pacientes com esquizofrenia tratados de forma crônica com medicamentos e indivíduos nunca expostos a neurolépticos. Gânglios da Base e Cerebelo Movimentos Bizarros: são exibidos em muitos pacientes, mesmo na ausência de transtornos do movimento induzidos por medicamentos (discinesia tardia). -Podem incluir marcha desajeitada, caretas e estereotipias. -Gânglios da base e cerebelo: envolvidos no controle dos movimentos, doenças nessas áreas estão implicadas na fisiopatologia da esquizofrenia. Gânglios da Base: quando são envolvidos e transtornos do movimento (doença de Huntington, doença de Parkinson) são os mais comumente associados com psicose. -Estudos neuropatológicos dos gânglios da base produziram relatos variáveis e inconclusivos a respeito da perda celular e ⬇ do volume do globo pálido e substância negra. -Estudos mostraram ⬆ no número de receptores D2 no núcleo caudado, putame e accumbens. -Permanece a questão quanto a se o ⬆ é secundário à administração de medicamentos antipsicóticos. -Alguns pesquisadores começaram a estudar o sistema serotonérgico nos gânglios da base e sugeriram um papel para a serotonina nos transtornos psicóticos devido à utilidade clínica de agentes antipsicóticos com atividade de antagonismo à serotonina (clozapina, risperidona). Teorias Psicanalíticas Sigmund Freud: postulou que a esquizofrenia resultava de fixações precoces do desenvolvimento. Fixações: produzem déficits no desenvolvimento do ego, e esses déficits contribuem para sintomas do transtorno. Desintegração do Ego: na esquizofrenia representa um retorno à época em que esse ainda não havia se desenvolvido, ou tinha acabado de ser estabelecido. Ego: afeta a interpretação da realidade e controle de impulsos internos, como sexo e agressividade, essas funções do ego estão comprometidas. Conflito Intrapsíquico: originado das fixações precoces e de fragilidade do ego, que pode ter resultado de relações objetais iniciais pobres, é o combustível dos sintomas psicóticos. Segundo Margaret Mahler: existem distorções no relacionamento recíproco entre bebê e mãe. Criança: incapaz de separar-se da proximidade e completa dependência que caracterizam sua relação com a mãe na fase oral do desenvolvimento e de avançar para além dela. Resultado: a identidade da pessoa nunca se torna segura. Segundo Paul Federn: o defeito nas funções do ego permite que a hostilidade intensa e agressividade distorçam o relacionamento entre mãe e bebê, o que leva a uma organização de personalidade vulnerável ao estresse. Início dos Sintomas: durante a adolescência ocorre quando o jovem precisa de um ego forte para funcionar de maneira independente, separar-se dos pais, identificar tarefas, controlar impulsos internos mais fortes e lidar com a intensa estimulação externa. Segundo Harry Stack Sullivan: a esquizofrenia é um distúrbio das relações interpessoais. Ansiedade: cria uma sensação de não relação que é transformada em distorções paratáxicas, as quais são geralmente, mas nem sempre, persecutórias. Esquizofrenia: método adaptativo para evitar o pânico, terror e desintegração do senso de self. Fonte da Ansiedade Patológica: resulta de traumas cumulativos vivenciados durante o desenvolvimento. Teoria Psicanalítica: postula que os vários sintomas da esquizofrenia têm um significado simbólico para cada paciente. Exemplo: fantasias a respeito do fim do mundo podem indicar a percepção de que o mundo interno está se desintegrando. Sentimentos de Inferioridade: são substituídos por delírios de grandeza e onipotência. Alucinações: podem ser substitutos para a incapacidade de lidar com a realidade objetiva e representar seus desejos ou medos mais íntimos. Delírios: são tentativas regressivas e restitutivas de criar uma nova realidade ou de expressar medos ou impulsos ocultos. Independentemente do Modelo Teórico: todas as abordagens psicodinâmicas são baseadas na premissa de que os sintomas psicóticos têm significado na esquizofrenia. Exemplo: pacientes podem se tornar grandiosos após um insulto a sua autoestima. Todas as Teorias: reconhecem que as relações humanas podem ser aterrorizantes para pessoas com o transtorno. Embora: pesquisas sobre a eficácia da psicoterapia na esquizofrenia tenham resultados mistos, pessoas interessadas que ofereçam compaixão e um refúgio diante de um mundo confuso são a base de qualquer plano de tratamento. Estudos: de acompanhamento de longo prazo mostram que alguns pacientes que ocultam episódiospsicóticos não se beneficiam da psicoterapia exploratória, mas aqueles que são capazes de integrar a experiência psicótica em suas vidas podem se beneficiar de algumas abordagens orientadas para o insight. Existe: um interesse renovado no uso da psicoterapia individual de longo prazo no tratamento da esquizofrenia, em especial quando combinada com medicação. Teorias da Aprendizagem -Segundo teóricos da aprendizagem, crianças que mais tarde desenvolvem esquizofrenia aprendem reações e formas de pensar irracionais ao imitar pais que têm problemas emocionais significativos. -Nessa teoria relações interpessoais pobres de pessoas com esquizofrenia desenvolvem-se devido aos modelos insatisfatórios de aprendizagem durante a infância. Quadro Clínico 1) Nenhum sinal ou sintoma clínico é patognomônico para esquizofrenia. -Todos os sinais ou sintomas vistos nessa doença ocorrem em outros transtornos psiquiátricos e neurológicos. -Essa observação é contrária à opinião clínica comum de que certos sinais e sintomas são diagnósticos de esquizofrenia. -A história do paciente é essencial para o diagnóstico do transtorno. -Médicos não podem diagnosticar sua existência simplesmente pelos resultados de um exame do estado mental, os quais podem variar. 2) Sintomas do paciente mudam ao longo do tempo. -Um paciente pode ter alucinações intermitentes e capacidade variável de desempenho adequado em situações sociais, ou sintomas significativos de um transtorno do humor podem ir e vir durante o curso da esquizofrenia. 3) Médicos devem levar em conta o nível de escolaridade do paciente, sua capacidade intelectual e sua identidade cultural e subcultural. -A pouca capacidade de compreender conceitos abstratos, por exemplo, pode refletir a escolaridade do paciente ou sua inteligência. -Organizações e cultos religiosos podem ter costumes que parecem estranhos para pessoas de fora, mas que são normais para aquelas que compartilham desse contexto cultural. Bleuler -Cunhou o termo esquizofrenia, que substituiu dementia precox na literatura. -Termo escolhido para expressar a presença de cisões (schisms) entre pensamento, emoção e comportamento. -Enfatizou ao contrário do conceito de Kraepelin, que a esquizofrenia não precisa ter um curso deteriorante. -Esse termo muitas vezes é compreendido de forma equivocada, em especial por leigos, como dupla personalidade. -A dupla personalidade, agora denominada transtorno dissociativo de identidade, difere completamente da esquizofrenia. Os 6 “As” -Bleuler identificou sintomas fundamentais (ou primários) específicos da esquizofrenia para desenvolver sua teoria sobre as cisões mentais internas dos pacientes. -Esses sintomas incluíam distúrbios associativos do pensamento, especialmente: 1) Ambivalência; 2) Autismo; 3) Avolição; 4) Alterações do afeto (embotamento afetivo); 5) Alterações das associações do pensamento; 6) Alterações de atenção. -Bleuler identificou sintomas acessórios (secundários), que compreendiam os sintomas que Kraepelin considerava os principais indicadores de dementia precox: 1) Alucinações; 2) Delírios. Escala de Panss Kurt-Schneider Sintomas de Primeira Ordem: sintomas significativos para o diagnóstico. 1) Alucinações auditivas: A. 2 ou mais vozes conversam entre si; B. Vozes fazem comentários sobre o paciente em 3ª pessoa; C. Eco de pensamento: vozes repetem o pensamento do paciente. 2) Percepção delirante. 3) Vivencia de passividade (influência). 4) Difusão/ roubo/ interferências no pensamento. Diagnóstico CID - 10 -Descreve critérios gerais que precisam ser atendidos, sendo o 1º a presença de sintomas, e o 2º, a exclusão de determinadas condições. -A classificação utiliza o descritor “G” para critérios gerais de cada grupo diagnóstico. -O critério sintomas (“G1”) é dividido em 2 tipos: sintomas mais específicose outros menos específicos e que ocorrem em outros transtornos. -Sintomas dos critérios G1 devem ser preenchidos juntamente com a exclusão de diagnósticos de outros agravos descritos em G2. G1: pelo menos 1 das síndromes, sintomas e sinais listados em 1 ou pelo menos 2 grupos dos sintomas e sinais listados em 2 devem estar presentes pela > parte do tempo durante um episódio de doença psicótica que dure pelo menos 1 mês (ou por algum tempo durante a maioria dos dias). 1) Sintomas de > Hierarquia: • Eco, inserção, roubo ou irradiação de pensamento; • Delírios de controle, influência ou passividade, claramente relacionados ao corpo ou a movimentos dos membros ou a pensamentos, ações ou sensações específicos; percepção delirante; • Vozes alucinatórias fazendo comentários sobre o comportamento do paciente ou discutindo entre si, ou outros tipos de vozes alucinatórias advindas de alguma parte do corpo; • Delírios persistentes de outros tipos que sejam culturalmente inapropriados e completamente impossíveis (por exemplo, ser capaz de controlar o tempo ou estar em comunicação com alienígenas). 2) Sintomas de < Hierarquia: • Alucinações persistentes, de qualquer modalidade, quando ocorrerem todos os dias, por pelo menos 1 mês, quando acompanhadas por delírios (superficiais ou parciais), sem conteúdo afetivo claro ou quando acompanhadas por ideias superestimadas persistentes; • Neologismos, interceptações ou interpolações no curso do pensamento, resultando em discurso incoerente ou irrelevante; • Comportamento catatônico, tal como excitação, postura inadequada, flexibilidade cérea, negativismo, mutismo e estupor; • Sintomas “negativos”, tais como apatia marcante, pobreza de discurso, embotamento ou incongruência de respostas emocionais (deve ficar claro que tais sintomas não são decorrentes de depressão ou medicamento neuroléptico). G2: são utilizadas as cláusulas de exclusão diagnóstica mais comuns. -Se o paciente também preenche os critérios para episódio maníaco, episódio depressivo ou misto, os critérios listados em 1 e 2 devem ter sido satisfeitos antes que a perturbação do humor se desenvolva. -Transtorno não atribuível a doença cerebral orgânica ou intoxicação, dependência ou abstinência relacionada a álcool ou drogas. -Na avaliação da presença dessas experiências subjetivas e comportamentos anormais, deve-se tomar especial cuidado para evitar avaliação falso-positiva, especialmente quando estão envolvidos modos de expressão e comportamento cultural ou subculturalmente influenciados ou um nível de inteligência abaixo do normal. F20.0 Esquizofrenia paranoide F20.1 Esquizofrenia hebefrênica F20.2 Esquizofrenia catatônica F20.3 Esquizofrenia indiferenciada F20.4 Depressão pós-esquizofrênica F20.5 Esquizofrenia residual F20.6 Esquizofrenia simples F20.8 Outras esquizofrenias F20.9. Esquizofrenia não especificada DMS-5 -Critérios diagnósticos incluem especificadores de curso e prognóstico, que oferecem aos médicos várias opções e descrevem situações clínicas reais. -A presença de alucinações ou delírios não é necessária para um diagnóstico de esquizofrenia. -O transtorno é diagnosticado como esquizofrenia quando o paciente exibe 2 dos sintomas listados em 1 a 5 do Critério A (p. ex., fala desorganizada). -O Critério B requer que o funcionamento comprometido, embora não as deteriorações, esteja presente durante a fase ativa da doença. -Sintomas devem persistir por pelo menos 6 meses, e não deve haver um diagnóstico de transtorno esquizoafetivo ou transtorno do humor. Diagnóstico Diferencial Transtornos Psicóticos Secundários Várias: condições médicas não psiquiátricas e substâncias podem induzir sintomas de psicose e catatonia. Diagnóstico: mais apropriado para esses casos é o de transtorno psicótico devido a uma condição médica geral, transtorno catatônico devido a uma condição médica geral ou transtorno psicótico induzido por substâncias. Na Avaliação: de um indivíduo com sintomas psicóticos, os médicos devem seguir as diretrizespara a avaliação de condições não psiquiátricas. Primeiro: devem buscar ativamente uma condição clínica não psiquiátrica não diagnosticada quando o paciente exibe sintomas incomuns ou raros ou qualquer variação no nível de consciência. Segundo: devem tentar obter a história familiar completa, incluindo a história de distúrbios neurológicos e transtornos psiquiátricos. Terceiro: devem considerar a possibilidade de uma condição médica não psiquiátrica mesmo em pacientes com diagnóstico anterior de esquizofrenia. Paciente com Esquizofrenia: tem a mesma probabilidade de ter um tumor cerebral que produz sintomas psicóticos que um paciente sem o transtorno. Outros Transtornos Psicóticos Sintomas Psicóticos da Esquizofrenia: podem ser idênticos aos dos transtornos esquizofreniforme, psicótico breve, esquizoafetivo e delirantes. Transtorno Esquizofreniforme: difere da esquizofrenia porque seus sintomas têm duração de pelo menos 1 mês, mas menos de 6. Transtorno Psicótico Breve: diagnóstico apropriado quando os sintomas duram pelo menos 1 dia, mas menos de 1 mês, e o paciente não retorna ao estado pré-mórbido de funcionamento nesse período. Evento Traumático Precipitante: pode ocorrer. Transtorno Esquizoafetivo: diagnóstico apropriado quando uma síndrome maníaca ou depressiva se desenvolve ao mesmo tempo que os sintomas principais da esquizofrenia. Transtorno Delirante: diagnóstico apropriado quando delírios não bizarros presentes por pelo menos 1 mês sem outros sintomas de esquizofrenia ou transtorno do humor. Transtornos do Humor Episódio Depressivo: o paciente pode apresentar delírios e alucinações, tenha ele um transtorno do humor unipolar ou bipolar. Delírios: vistos na depressão psicótica são normalmente congruentes com o humor e envolvem temas como culpa, autodepreciação, punição merecida e doenças incuráveis. Sintomas Psicóticos: podem se resolver por completo com a resolução da depressão. Episódio Depressivo Grave: pode resultar em perda de funcionamento, declínio no autocuidado e isolamento social, mas esses são secundários aos sintomas depressivos e não devem ser confundidos com os sintomas negativos da esquizofrenia. Episódio Maníaco: plenamente desenvolvido muitas vezes se apresenta com delírios e às vezes com alucinações. Delírios na Mania: são frequentemente congruentes com o humor e em geral envolvem temas de grandeza. Fuga de Ideias: vista na mania às vezes pode ser confundida com o transtorno do pensamento da esquizofrenia. Atenção Especial: durante o exame do estado mental de um indivíduo com fuga de ideias é fundamental para observar se as ligações associativas entre temas são conservadas, ainda que seja difícil para o observador acompanhar a conversação devido ao ritmo acelerado do pensamento do paciente. Transtornos da Personalidade Vários Transtornos da Personalidade: podem ter algumas características da esquizofrenia, sendo os tipos esquizotípico, esquizoide e borderline os que apresentam sintomas mais semelhantes. Transtorno da Personalidade Obsessivo-compulsiva Grave: pode mascarar um processo esquizofrênico subjacente. Transtornos da Personalidade: diferentemente da esquizofrenia, têm sintomas leves e história de ocorrência durante toda a vida; eles não têm uma data de início precisa. Simulação e Transtornos Factícios Pacientes: que estão controlando completamente a produção de seus sintomas podem ter um diagnóstico de simulação; em geral, essas pessoas têm alguma razão financeira ou legal evidente para desejarem ser consideradas doentes mentais. Condição: de pacientes que têm menos controle da falsificação de sintomas psicóticos pode indicar um diagnóstico de transtorno factício. Pacientes com Esquizofrenia: podem se queixar falsamente da exacerbação de sintomas psicóticos para obter mais benefícios assistenciais ou internação hospitalar. Prognóstico Subtipos Tipo Paranoide Característica: preocupação com 1 ou mais delírios ou alucinações auditivas frequentes. Marcado: sobretudo pela presença de delírios de perseguição ou grandeza. Idade: -Costumam ter seu 1º episódio da doença em idade mais avançada do que aqueles com os tipos catatônico ou desorganizado. -Pacientes nos quais a esquizofrenia ocorre no fim da 2º ou 3º décadas de vida em geral já estabeleceram uma vida social que pode ajudá-los a enfrentar a doença, e seus recursos de ego tendem a ser maiores do que os de afetados por esquizofrenia catatônica e desorganizada. Demonstram: menos regressão de suas faculdades mentais, de respostas emocionais e de comportamento do que em outros tipos do transtorno. Pacientes: tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e, às vezes, hostis ou agressivos, mas também ocasionalmente capazes de se comportar de forma adequada em algumas situações sociais. Inteligência: nas áreas que não são invadidas pela psicose tende a permanecer intacta. Tipo Desorganizado Característica: regressão acentuada para um comportamento primitivo, desinibido e desordenado e pela ausência de sintomas que satisfaçam os critérios para o tipo catatônico. Idade: início precoce, antes dos 25 anos de idade. Pacientes são Ativos: mas de uma forma não construtiva, sem objetivo. Transtorno do Pensamento: é pronunciado, e o contato com a realidade é pobre. Aparência Pessoal: desleixada. Comportamento Social e Respostas Emocionais: inadequados, com frequência explodindo em risos sem nenhuma razão aparente. Sorrisos e Caretas Incongruentes: comuns nesses pacientes. Comportamento: mais bem descrito como tolo ou insensato. Tipo Catatônico Característica: distúrbio acentuado da função motora, que pode envolver estupor, negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras. Paciente: pode exibir alternância rápida entre extremos de excitação e estupor. Características Associadas: incluem estereotipias, maneirismos e flexibilidade cérea. Mutismo: particularmente comum. Excitação Catatônica: quando ocorre pacientes necessitam de supervisão constante para impedir que machuquem a si mesmos ou outras pessoas. Atendimento Médico: pode ser necessário devido à desnutrição, exaustão, hiperpirexia ou autolesões. Tipo Indiferenciado Característica: pacientes que claramente têm esquizofrenia, mas não podem ser enquadrados em um subtipo com tanta facilidade. Tipo Residual Característica: evidências contínuas do transtorno na ausência de um conjunto completo de sintomas ativos ou de sintomas suficientes para satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. Paciente: pode exibir embotamento emocional, retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve das associações. Delírios ou Alucinações: quando ocorrem, não são proeminentes nem acompanhados de reações afetivas significativas. Tratamento Terapias Psicossociais -Incluem uma variedade de métodos para ⬆ habilidades sociais, autossuficiência, habilidades práticas e comunicação interpessoal em pacientes com esquizofrenia. -Objetivo capacitar indivíduos com doença grave a desenvolver habilidades sociais e vocacionais para uma vida independente. -Tratamentos são realizados em muitos locais: hospitais, clínicas ambulatoriais, centros de saúde mental, hospitais-dia, lares ou clubes. Treinamento de Habilidades Sociais -Às vezes referido como terapia de habilidades comportamentais. -Em conjunto com a terapia farmacológica, pode ser útil e representar um apoio direto para o paciente. -Além dos sintomas psicóticos vistos em indivíduos com esquizofrenia, outros sintomas evidentes envolvem os relacionamentos com os outros, incluindo: 1) Pouco contato visual; 2) Retardo incomum das reações; 3) Expressões faciais estranhas; 4) Falta de espontaneidade em situações sociais; 5) Percepção incorreta ou falta de percepção das emoções das outras pessoas. -O treinamento de habilidades comportamentais trata esses comportamentos com o usode vídeos de outras pessoas e do paciente, dramatizações na terapia e “lições de casa” para as habilidades específicas que estão sendo praticadas. -Demonstrou ⬇ taxas de recaída medidas pela necessidade de hospitalização. Terapia de Família -Como pacientes com esquizofrenia, muitas vezes, recebem alta em um estado de remissão apenas parcial, a família para a qual retornam pode ser beneficiada por algumas sessões, breves, porém intensivas (até mesmo diárias), de terapia familiar. -A abordagem deve focalizar a situação imediata e incluir identificação e evitação de situações potencialmente problemáticas. -Quando surgem dificuldades com o paciente na família, o objetivo da terapia deve ser resolvê-las de forma rápida. -Ao querer ajudar, os membros da família com frequência encorajam o indivíduo com esquizofrenia a retomar suas atividades regulares rápido demais, tanto por ignorância a respeito do transtorno como por negação de sua gravidade. -Sem serem abertamente desencorajadores, os terapeutas devem ajudá- los a compreender e a aprender sobre a esquizofrenia e estimular a discussão sobre o episódio psicótico e fatos que levaram a ele. -Ignorar esse episódio, uma situação comum, muitas vezes, ⬆ a vergonha associada ao acontecimento e impede que se examine o evento recente para compreendê-lo melhor. -Sintomas psicóticos, muitas vezes, assustam os membros da família, e falar claramente com o psiquiatra e com o parente afetado ajuda a tranquilizar todos os envolvidos. -Terapeutas: Podem, a seguir, direcionar a terapia familiar para a aplicação de estratégias de ⬇ do estresse e enfrentamento com vistas à reintegração gradual do paciente à vida cotidiana. Devem controlar a intensidade emocional das sessões familiares com pacientes com esquizofrenia, a expressão excessiva de emoção durante a sessão pode prejudicar o processo de recuperação do paciente e enfraquecer o potencial de sucesso de futura terapia familiar. -Demonstrou ⬇ taxas de recaída. Gestão de Caso -Como vários profissionais com habilidades especializadas, como psiquiatras, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, entre outros, estão envolvidos em um programa de tratamento, é útil haver uma pessoa ciente de todas as forças que agem sobre o paciente. -Responsável pela gestão de caso: garante que os esforços sejam coordenados e que o paciente compareça às consultas e mantenha a adesão aos planos de tratamento, podendo fazer visitas domiciliares e até mesmo acompanhá-lo no trabalho. -Sucesso do programa: depende da formação, treinamento e competência do indivíduo responsável pela gestão de caso, fatores muito variáveis. -Essas pessoas muitas vezes são encarregadas de um número excessivo de casos e não conseguem acompanhá-los efetivamente. -Benefícios do programa ainda precisam ser demonstrados. Programa de Tratamento Assertivo na Comunidade (PACT) -Desenvolvido, na década de 1970, para oferecer serviços a pessoas com doenças mentais crônicas. -Pacientes: atendidos por uma equipe multidisciplinar (gestor de caso, psiquiatra, enfermeiro, clínico geral) encarregada de um número fixo de casos que oferece todos os serviços quando e onde forem necessários, 24 horas por dia, 7 dias por semana. -Trata-se de uma intervenção móvel e intensiva que oferece tratamento, reabilitação e atividades de apoio, os quais incluem entrega de medicamentos em casa, monitoramento da saúdde mental e física, prática de habilidades sociais in vivo e contatos frequentes com membros da família. -A proporção paciente-equipe é ⬆ (1:12). -Podem ⬇ efetivamente o risco de nova hospitalização, apesar de serem trabalhosos e caros. Terapia de Grupo -Geralmente tem seu foco nos planos, problemas e relacionamentos. -Grupos podem ter orientação comportamental, psicodinâmica ou voltada ao insight. -Alguns pesquisadores não acreditam que a interpretação dinâmica e a terapia voltada ao insight tenham valor para pacientes típicos com esquizofrenia. -Porém, a terapia de grupo é eficaz para ⬇ isolamento social, ⬆ sentido de coesão e melhorar o teste de realidade. -Grupos orientados ao apoio parecem ser os mais benéficos para esses pacientes. Terapia Cognitivo-comportamental -Usada para melhorar as distorções cognitivas, ⬇ distratibilidade e corrigir erros de julgamento. -Existem relatos de melhora dos delírios e alucinações em alguns pacientes. -Aqueles que podem se beneficiar geralmente têm alguma compreensão acerca de sua doença. Psicoterapia Individual -Fundamental desenvolver uma relação em que o indivíduo com esquizofrenia se sinta seguro. -A confiabilidade do terapeuta, a distância emocional entre ambos e a sinceridade do terapeuta, conforme interpretada pelo paciente, afetam a experiência terapêutica. -A psicoterapia para pessoas com esse transtorno deve ser pensada em termos de décadas, em vez de sessões, meses ou mesmo anos. -Alguns médicos e pesquisadores enfatizaram que a capacidade do paciente com esquizofrenia de formar uma aliança terapêutica é preditiva de seu desfecho. -Os que são capazes de estabelecer uma relação têm probabilidade de continuar na psicoterapia, permanecer aderentes à medicação e ter bons resultados em avaliações de 2 anos de seguimento. -A relação entre médicos e pacientes difere daquela encontrada no tratamento de pacientes não psicóticos. Estabelecer um relacionamento é muitas vezes difícil. -Pessoas com esquizofrenia são desesperadamente solitárias, mas ainda assim evitam a proximidade e confiança; tendem a se tornar desconfiadas, ansiosas ou hostis ou a regredir quando alguém tenta se aproximar. -Terapeutas devem respeitar a distância e privacidade do paciente e demonstrar simplicidade, paciência, franqueza e sensibilidade às convenções sociais em vez de optar pela preferência por informalidade prematura e pelo uso condescendente de 1ºs nomes. -Ppaciente tende a perceber uma ternura exagerada ou expressões de amizade como tentativas de suborno, manipulação ou exploração. -No contexto da relação profissional, no entanto, a flexibilidade é essencial para estabelecer uma aliança de trabalho com o paciente. -Um terapeuta pode fazer refeições com o paciente, sentar-se no chão, sair para caminhar, ir a restaurantes, aceitar e dar presentes, jogar pingue-pongue, lembrar aniversário ou simplesmente se sentar com ele em silêncio. -O principal objetivo é transmitir a ideia de que o terapeuta é confiável, quer compreender o paciente, tenta fazê-lo e tem fé em seu potencial como ser humano, por mais perturbado, hostil ou bizarro que ele possa parecer no momento. -Demonstrou ser útil e seus efeitos se somam aos do tratamento farmacológico. Terapia Pessoal -Tipo flexível de psicoterapia, é uma forma de tratamento individual para pacientes com esquizofrenia recentemente desenvolvida. -Seu objetivo é melhorar a adaptação pessoal e social e impedir recaídas mediante o uso de habilidades sociais e exercícios de relaxamento, psicoeducação, autorreflexão, autoconsciência e exploração da vulnerabilidade individual ao estresse. -Terapeuta fornece um contexto que enfatiza a aceitação e a empatia. -Demonstrou melhoras na adaptação social (uma medida composta que inclui desempenho no trabalho, lazer e relacionamentos interpessoais) e têm taxas de recaída mais ⬇ após 3 anos do que aqueles que não a recebem. Terapia Comportamental Dialética -Combina as teorias cognitiva e comportamental em contextos individuais e de grupo. -Ênfase na melhora das habilidades interpessoais na presença de um terapeuta ativo e empático. -Demonstrou ser útil em estados borderline e pode ter benefícios na esquizofrenia. Terapia Vocacional -Uma variedade de métodos e contextos é usada para ajudar os pacientes a recuperar antigas habilidades ou desenvolver novas, incluindo oficinas protegidas de trabalho, clubes e programas de emprego de meio período ou temporário. -Muitos indivíduos comesquizofrenia são capazes de realizar trabalhos de ⬆ qualidade apesar da doença, e outros podem exibir habilidades excepcionais ou até mesmo brilhantes em um campo limitado como resultado de algum aspecto idiossincrásico de seu transtorno. -Capacitá-los para um emprego remunerado é, ao mesmo tempo, um meio e um sinal de recuperação. Arteterapia -Ajuda indivíduos com esquizofrenia a se comunicarem e a compartilhar seu mundo interior, frequentemente assustador, com os outros. -Demonstrou proporcionar uma saída para o constante bombardeio de fantasias internas. Treinamento (Reparação) Cognitivo -Utilizando exercícios gerados por computador, as redes neurais são influenciadas de tal forma que a cognição, incluindo a memória de trabalho, melhora e se traduz em funcionamento social mais efetivo. -O campo está dando seus primeiros passos, e mais estudos e replicação de estudos são necessários; entretanto, é uma técnica promissora que pode ser facilmente aprendida e administrada. Outras Terapias Biológicas Eletroconvulsoterapia (ECT) ECT: tão eficaz quanto medicamentos antipsicóticos e mais eficaz do que a psicoterapia. Medicamentos Antipsicóticos: devem ser administrados durante e após o tratamento com ECT. Psicocirurgia: praticada em uma base experimental limitada para casos graves e intratáveis. Farmacologia - Antipsicóticos Farmacoterapia Clorpromazina -Sua introdução, pode ser a contribuição mais importante para o tratamento de uma doença psiquiátrica. -Henri Laborit, um cirurgião de Paris, percebeu que administrar clorpromazina aos pacientes antes de uma cirurgia resultava em um estado incomum no qual pareciam menos ansiosos em relação ao procedimento. -Foi demonstrado que esse medicamento era eficaz para ⬇ alucinações e delírios, bem como a excitação. -Também foi observado que ele causava efeitos colaterais que pareciam semelhantes ao parkinsonismo. Antipsicóticos -⬇ expressão do sintoma psicótico e ⬇ taxas de recaída. -Aproximadamente 70% de pacientes tratados com qualquer antipsicótico alcançam a remissão. -Medicamentos usados para tratar a esquizofrenia têm uma ampla variedade de propriedades farmacológicas, mas todos têm em comum a capacidade de antagonizar os receptores de dopamina pós-sinápticos no cérebro. Antipsicóticos Convencionais, de 1ª Geração ou Antagonistas do Receptor de Dopamina (ARD): mais antigos. -Típicos: • Fenotiazínicos (clorpromazina); • Butirofenonas (fenilbutilpiperidinas) (haloperidol). Antipsicóticos de 2ª geração ou Antagonistas de Serotonina e Dopamina (ASDs): mais recentes. -Atípicos: • Tioxantenos (tiotixeno); • Dibenzoxazepinas (loxapina); • Difenilbutilpiperidinas (pimozida); • Dibenzodiazepinas (clozapina). Clozapina: 1º antipsicótico eficaz com efeitos colaterais extrapiramidais desprezíveis, mas com um risco substancial de agranulocitose. Essa propriedade resultou no adiamento da introdução da droga. Tratamento da Psicose Aguda Tratamento: requer atenção imediata, concentra-se em aliviar os sintomas psicóticos mais graves. Duração: 4 a 8 semanas. Esquizofrenia Aguda: normalmente associada com agitação grave, que pode resultar de sintomas como delírios assustadores, alucinações ou desconfiança ou de outras causas (incluindo abuso de estimulantes). Pacientes com Acatisia: podem parecer agitados quando vivenciam um sentimento subjetivo de inquietação motora. Diferenciação: entre acatisia de agitação psicótica, pode ser difícil, em particular quando os pacientes são incapazes de descrever sua experiência interna. -Se estiverem recebendo um agente com efeitos colaterais extrapiramidais, geralmente um antipsicótico de 1ª geração, uma tentativa com medicamento antiparkinsoniano anticolinérgico, benzodiazepínico ou propranolol pode ser útil para fazer essa diferenciação. -Médicos têm inúmeras opções para tratar a agitação resultante da psicose. Antipsicóticos e Benzodiazepínicos: podem acalmar os pacientes com bastante rapidez. Antipsicóticos Intramusculares: produzem um efeito muito rápido em pacientes muito agitados. -Uma vantagem dos antipsicóticos é que uma única injeção intramuscular de haloperidol, flufenazina, olanzapina ou ziprasidona, muitas vezes, resultará em efeito calmante sem sedação excessiva. -Antipsicóticos de ⬇ potência estão com frequência associados com sedação e hipotensão postural, particularmente quando são administrados por via intramuscular. -Ziprasidona e olanzapina intramusculares são semelhantes a seus equivalentes orais em não causar efeitos colaterais extrapiramidais substanciais durante o tratamento agudo. -Isso pode ser uma vantagem importante em relação ao haloperidol ou à flufenazina, que podem causar distonias ou acatisia assustadoras em alguns pacientes. -Uma formulação oral de rápida dissolução de olanzapina também pode ser útil como uma alternativa a uma injeção intramuscular. Benzodiazepínicos: eficazes para agitação durante a psicose aguda. -Lorazepam: vantagem de uma absorção confiável quando administrado por via oral ou intramuscular. -Benzodiazepínicos podem ⬇ quantidade de antipsicóticos necessária para controlar pacientes psicóticos. Fases de Estabilização e Manutenção Objetivos: prevenir recaída psicótica e ajudar os pacientes a melhorar seu nível de funcionamento. Pacientes Estáveis: mantidos com 1 antipsicótico têm uma taxa de recaída ⬇ que aqueles que têm seus medicamentos descontinuados. Interromper a Medicação: ⬆ risco de recaída em 5 X. Dados Recentes: sugerem que 1 ou 2 anos poderia não ser adequado. Recomendado: que pacientes com episódios múltiplos recebam tratamento de manutenção por pelo menos 5 anos, e muitos especialistas recomendam a farmacoterapia por tempo indeterminado. Falta de Adesão: ao tratamento antipsicótico de longo prazo é muito ⬆. -40 a 50% dos pacientes deixem de usar seu medicamento em 1 ou 2 anos. -A adesão ⬆ quando medicamentos de ação prolongada são usados em vez dos orais. -Ao iniciar medicamentos de ação prolongada, alguma suplementação oral é necessária enquanto os níveis plasmáticos máximos estão sendo alcançados. -Flufenazina e haloperidol têm formulações de ação prolongada injetáveis. -Formulações de longa ação de risperidona, paliperidona, aripiprazol e olanzapina também estão disponíveis. -Há inúmeras vantagens em usar medicamentos injetáveis de ação prolongada. Pacientes Resistentes ao Tratamento Pode ser Útil: confirmar que o paciente esteja recebendo uma quantidade adequada do medicamento por meio da monitoração da concentração plasmática. Essa Informação: está disponível para inúmeros antipsicóticos, entre eles haloperidol, clozapina, flufenazina, trifluoperazina e perfenazina. Concentração Plasmática: muito ⬇ pode indicar que o paciente não tido adesão ou, o mais comum, tem tido apenas adesão parcial. Também pode sugerir que ele seja um metabolizador rápido do antipsicótico ou que a droga não esteja sendo absorvida de modo apropriado. ⬆ Dose: pode ser útil. Nível ⬆: médicos devem considerar a possibilidade de os efeitos colaterais estarem interferindo na resposta terapêutica. Mudar para Outro Medicamento: é preferível a titular para uma dose ⬆. Clozapina: eficaz para pacientes que respondem mal aos ARDs. Quando comparada com a clorpromazina em um grupo de indivíduos gravemente psicóticos, a clozapina foi bem mais eficaz em quase todas as dimensões de psicopatologia, incluindo sintomas positivos e sintomas negativos. Efeitos Colaterais -Pacientes com frequência experimentam efeitos colaterais de um antipsicótico antes de alcançar uma melhora clínica. -Para medicamentos de ⬇ potência, é provável que esses efeitos colaterais incluam sedação, hipotensão postural e efeitos anticolinérgicos, enquanto os de ⬆ potência tendem a causar efeitos colaterais extrapiramidais. Efeitos Colaterais Extrapiramidais Alternativas de Tratamento: ⬇ a dose do antipsicótico(que é mais comumente um ARD), adicionar um medicamento antiparkinsoniano, e mudar o paciente para um ASD, que tem menos probabilidade de causar esses efeitos. Medicamentos Antiparkinsonianos: mais eficazes são os anticolinérgicos. -Entretanto, têm seus próprios efeitos colaterais, incluindo boca seca, constipação, visão turva e, com frequência, perda de memória. -São parcialmente eficazes, deixando os pacientes com quantidades substanciais de efeitos colaterais extrapiramidais prolongados. Beta-bloqueadores de Ação Central: como o propranolol, também costumam ser eficazes para tratar acatisia. Medicamentos Antiparkinsonianos Profiláticos: podem ser indicados, principalente, quando agentes de ⬆ potência são prescritos para homens jovens que apresentam maior vulnerabilidade ao desenvolvimento de distonias. Risperidona, Olanzapina e Ziprasidona: estão associadas com parkinsonismo e acatisia relacionados à dose. Discinesia Tardia Epidemiologia: -20 a 30%: pacientes em tratamento de longo prazo com um ARD convencional exibirão sintomas de discinesia tardia. -3 a 5%: pacientes jovens que recebem um ARD desenvolvem discinesia tardia a cada ano. -Pacientes idosos: risco mais ⬆. Embora: discinesia gravemente incapacitante seja incomum, quando ocorre ela pode afetar a capacidade de caminhar, respirar, alimentar-se e falar. Indivíduos: mais sensíveis aos efeitos colaterais extrapiramidais parecem ser mais vulneráveis a desenvolvê-la. Pacientes: com transtornos cognitivos ou do humor comórbidos também podem ser mais vulneráveis a discinesia tardia do que aqueles com apenas esquizofrenia. Início: dos movimentos anormais em geral ocorre ou enquanto o paciente está recebendo um antipsicótico, ou no período de 4 semanas após a descontinuação de um antipsicótico oral, ou 8 semanas após a retirada de um antipsicótico de depósito. < Risco: desse problema com agentes da nova geração, entretanto, o risco não é ausente com os ASDs. Recomendações: 1) Usar a dose efetiva mais ⬇ de antipsicótico; 2) Prescrever com cautela para crianças, idosos e indivíduos com transtornos do humor; 3) Examinar os pacientes regularmente para evidência desse efeito colateral; 4) Considerar alternativas ao antipsicótico que está sendo utilizado e considerar ⬇ dosagem quando a condição for diagnosticada; 5) Considerar uma série de opções se ela piorar, incluindo a descontinuação do antipsicótico ou mudança para um agente diferente. Clozapina: eficaz para ⬇ discinesia tardia grave ou distonia tardia. Outros Efeitos Colaterais Sedação e Hipotensão Postural: efeitos colaterais importantes para pacientes que estão sendo tratados com ARDs de ⬇ potência, como perfenazina. Sonolência Diurna: pode interferir nas tentativas de retornar à vida na comunidade. ARDs e ASDs: ⬆ níveis de prolactina, o que pode resultar em galactorreia e menstruação irregular. -Elevações de longo prazo na prolactina e a resultante supressão no hormônio liberador da gonadotrofina podem causar supressão nos hormônios gonadais. -Esses podem ter efeitos sobre a libido e funcionamento sexual. -Existe preocupação de que a prolactina elevada possa causar ⬇ na densidade óssea e levar a osteoporose. Monitoração da Saúde em Pacientes Recebendo Antipsicóticos ASDs: exerce efeito sobre o metabolismo de insulina. Psiquiatras: devem monitorar uma série de indicadores de saúde, incluindo IMC, glicose sanguínea de jejum e perfis de lipídeos. Pacientes: devem ser pesados, e seus IMCs calculados, em cada consulta por 6 meses após uma mudança de medicação. Efeitos Colaterais da Clozapina Clozapina: inúmeros efeitos colaterais que tornam difícil sua administração, o mais grave é um risco de agranulocitose. Agranulocitose: potencialmente fatal ocorre em 0,3% dos pacientes tratados com clozapina durante o 1º ano de exposição, depois disso, o risco é bem mais baixo. ⬆ Risco: de convulsões do que outros antipsicóticos, alcança quase 5% em doses de mais de 600 mg. Pacientes que desenvolvem convulsões podem ser tratados com ⬇ da dose e adição de um anticonvulsivante - valproato. Miocardite: 5 pacientes por 100 mil pacientes-ano. Outros Efeitos Colaterais: hipersalivação, sedação, taquicardia, ganho de peso, diabetes, febre e hipotensão postural. Critérios de Internação -A 1ª e mais crítica decisão que um médico precisa tomar é quanto a hospitalizar o paciente ou tentar um tratamento ambulatorial. -Indicações claras para hospitalização são: 1) Risco de suicídio ou homicídio; 2) Capacidade acentuadamente ⬇ de obter alimento e abrigo; 3) Necessidade de procedimentos diagnósticos; 4) História de sintomas de rápida progressão e ruptura do sistema de apoio habitual. -Hospitalizações curtas de 4 a 6 semanas são tão eficazes quanto as longas, e o ambiente hospitalar com abordagens comportamentais ativas produz melhores resultados do que as instituições de custódia. -Planos de tratamento hospitalar devem ser orientados para questões práticas de cuidados pessoais, qualidade de vida, emprego e relações sociais. -Durante a hospitalização, deve-se orientar e articular contatos entre o paciente e pessoas ou instituições que serão responsáveis pelos cuidados após a alta, incluindo a família, pensões protegidas e casas de passagem. -Centros de atendimento diários e visitas domiciliares de terapeutas às vezes ajudam os pacientes a permanecer fora do hospital por longos períodos, melhorando a qualidade de suas vidas diárias.
Compartilhar