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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – DCET ENGENHARIA QUIMICA Gilneydson Nunes de Almeida Rodrigo Sá Ruan Reis Aula 3 – EQUILÍBRIO ENVOLVENDO ÁCIDOS E BASES FRACAS E HIDRÓLISE DE SAIS Ilhéus, 2013 Gilneydson Nunes de Almeida Rodrigo Sá Ruan Reis Aula 3 – EQUILÍBRIO ENVOLVENDO ÁCIDOS E BASES FRACAS E HIDRÓLISE DE SAIS Ilhéus, 2013 Relatório apresentado como requisito parcial para a obtenção de aprovação na disciplina Química Analítica Qualitativa, no curso de Engenharia Química, na Universidade Estadual de Santa Cruz. Sendo este experimento realizado no dia 28 de agosto de 2013. Prof. Dr. Erik Galvão 1. OBJETIVOS DO EXPERIMENTO Estudar a utilização de eletrólitos fracos em água, assim como o deslocamento do equilíbrio diante da adição de íon comum, ácida forte e base forte. 2. INTRODUÇÃO Indicadores visuais são substâncias capazes de mudar de cor dependendo das características físico-químicas da solução na qual estão contidos, em função de diversos fatores, tais como pH, potencial elétrico, complexação com íons metálicos e adsorção em sólidos. Podem ser classificados de acordo com o mecanismo de mudança de cor ou os tipos de titulação nos quais são aplicados. Os indicadores ácido-base ou indicadores de pH são substâncias orgânicas fracamente ácidas (indicadores ácidos) ou fracamente básicas (indicadores básicos) que apresentam cores diferentes para suas formas protonadas e desprotonadas; isto significa que mudam de cor em função do pH. O uso de indicadores de pH é uma prática bem antiga que foi introduzida no século XVII por Robert Boyle. Boyle preparou um licor de violeta e observou que o extrato desta flor tornava-se vermelho em solução ácida e verde em solução básica. Gotejando o licor de violeta sobre um papel branco e, em seguida, algumas gotas de vinagre, observaram que o papel tornava-se vermelho. Assim foram obtidos os primeiros indicadores de pH em ambas as formas: solução e papel. [1] Os indicadores ácidos e base são, usualmente, compostos orgânicos de elevado peso moleculares, que se comportam em solução aquosa como ácidos fracos (indicadores ácidos) ou bases fracas (indicadores básicos) e mudam gradualmente de coloração dentro de uma faixa relativamente estreita da escala de pH, chamada zona de transição. [2] Os compostos orgânicos usados como indicadores ácido-basicos possuem colorações diferentes conforme se encontrarem na forma não ionizada ou na forma ionizada. A ionização de um indicador ácido pode ser assim representada. HInd + H2O Ind- + H3O + (col. ácida) (col. básica ) Nesta equação HInd representa a forma acida (não dissociada) sua „‟coloração ácida‟, e Ind a forma básica (aniônica) com sua „‟coloração básica‟‟. A espécie que predomina com sua respectiva coloração depende do pH do meio. Em solução fortemente ácida, a espécie HInd é a predominante e a solução toma a coloração própria da forma ácida: em solução básica predomina a espécie aniônica e a solução toma coloração da forma básica.Semelhante, no caso dos indicadores básicos tem –se Ind + H2O IndH + + OH- (col. básica) (col. ácida) Portanto a concentração de um indicador básico também depende da concentração do íon hidrônio. [2] Uma solução tampão é aquela que o pH tende a permanecer a mesmo após a adição de pequenas quantidades de um ácido ou uma base forte. O tampão é uma solução com ácido ou base fraca, com seu respectivo conjugado na forma de um sal. [3] 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. MATERIAL UTILIZADO 3.1.1. Vidraria Tubos de ensaios Pipetas Béqueres 3.1.2. Reagentes e materiais diversos Solução tampão Solução de indicador universal Solução de ácido acético glacial – CH3COOH Solução saturada de acetato de sódio – CH3COONa Solução de hidróxido de amônio – NH4OH Solução de cloreto de amônio – NH4Cl Solução de dihidrogenofosfato de sódio saturada – NaH2PO4 Solução de monohidrogenofosfato de sódio saturada – Na2HPO4 Solução de hidrogenocarbonato de sódio – NaHCO3 Solução de carbonato de sódio – Na2CO3 Solução 0,1 mol.L-1 de ácido clorídrico – HCl Solução 0,1 mol.L-1 de hidróxido de sódio – NaOH Solução de amônia – NH3 Água destilada Pipeta Pasteur Estante para tubos de ensaio 3.2. PROCEDIMENTO Procedimento 3.2.1.: Escala padrão de pH Figura 1: Fluxograma referente ao procedimento 1. Procedimento 3.2.2.: Efeito do íon acetato na dissociação do ácido acético Figura 2: Fluxograma referente ao procedimento 2. Procedimento 3.2.3.: Efeito do íon amônio na dissociação do hidróxido de amônio Figura 3: Fluxograma referente ao procedimento 3. Procedimento 3.2.4.: Efeito do íon monohidrogenofosfato na dissociação do íon dihidrogenofosfato Figura 4: Fluxograma referente ao procedimento 4 Procedimento 3.2.5.: Efeito do íon carbonato na dissociação do íon hidrogenocarbonato Figura 5: Fluxograma referente ao procedimento 5 Procedimento 3.2.6.: Adição de ácido e base fortes à água Figura 6: Fluxograma referente ao procedimento 6 Procedimento 3.2.7.: Adição de ácido e de base fortes ao tampão ácido acético/acetato de sódio Figura 7: Fluxograma referente ao procedimento 7 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Um indicador é um par conjugado de ácido e base de Bronsted-Lowry cujo ácido apresenta uma coloração e a base outra, e algumas vezes uma das duas é incolor. Enfim, pelo menos uma das colorações é suficientemente intensa para ser visualizada em soluções diluídas, no caso o indicador utilizado em laboratório foi o indicador universal que é uma mistura de vários indicadores, onde a cor varia do vermelho escuro (ácido) ao lilás (alcalino básico). O resultado desse procedimento pode ser visualizado na tabela 1, onde foi adicionado 2ml de solução tampão e logo após, uma gota de indicador universal. Tabela 1- Cor indicador universal em diferentes valores de pH. pH 1 2 3 4 5 6 Cor vermelho vermelho vermelho Rosa Laranja claro amarelo pH 7 8 9 10 11 12 Cor Verde claro Verde Verde Verde violeta lilás A concentração de um indicador em solução é geralmente tão baixa que sua influência sobre o pH da mesma é desprezível, por isso o equilíbrio pode ser deslocado tanto para a esquerda como para a direita. O pH da água é neutro, quando ionizada se encontra em proporções constantes ,ou seja, os íon hidrônio e o íon hidroxila , e em comparação com a tabela 1, se observa um pH 6 indo para 7. O resultado do procedimento 1.2, pode ser visualizado, por meio da tabela 2. Tabela 2- Efeito do íon acetato na dissociação do ácido acético. Solução Reagente pH Tubo principal + indicador 3 Tubo 1 5 Tubo 2 5 O ácido acético glacial ( , quando dissociado, origina o íon acetato ( e o íon hidrônio ( , conforme a equação abaixo. eq.(1) O ácido acético é um ácido fraco porque só uma parte do é ionizado, e em comparação com a Tabela 1, apresenta-se como uma solução ácida com pH 3, logo após a comparação, essa solução foi dividida em tubo 1 e 2, a esses dois tubos foi adicionado acetato de sódio, conforme as equações abaixo. eq.1 eq.2 Em comparação com a Tabela 1, o tubo 1 e 2, mostrou-se pH5, esse aumento de pH em relação ao pH da solução principal, se deve ao efeito do íon comum que nesse caso é o íon acetato, pois ao adicionarmos , o equilíbrio se deslocará para a esquerda, ocorrendo que o íon acetato será consumido formando ácido não ionizado, provocando uma diminuição de ionização, que leva a diminuição do íon hidrônio ( , por isso provocando a elevação do pH. Em seguida foi feito o procedimento 1.3,os resultados podem ser observados na Tabela 3. Tabela 3- Efeito do íon amônio na dissociação do hidróxido de amônio. Solução Reagente pH Tubo principal 11 Tubo 1 10 Tubo 2 10 Em comparação com a Tabela 1, o tubo de ensaio principal mostrou pH 11, ou seja, mostrando comportamento básico, conforme a dissociação do hidróxido de amônio apresentado na equação 3. Já o tubo 1 e 2, após a adição do cloreto de amônio, apresentou pH 10, esse diminuição do pH em relação ao tubo de ensaio principal, é devido a presença do íon comum , observa-se esse reação na equação 3 e 4. (aq) + e.q (3) (aq) + e.q (4) Como pode ser observado nas reações ocorre uma diminuição da hidroxila , e um aumento do , apresentando um caráter ácido,portando o equilíbrio se desloca para a direita formação dos reagentes assim diminuindo o pH. Logo após, foram feitos o procedimento 1.4, onde seus resultados podem ser analisados na Tabela 4. Tabela 4- Efeito íon monohidrogenofosfato na dissociação do íondihidrogenofosfato. Solução Reagente pH Tubo 8 Com base nas reações abaixo: e.q (5) + e.q (6) e.q (7) e.q (8) Para sabermos se o monohidrogenofosfato (também chamado hidrogenofosfato de sódio), terá um caráter ácido ou básico, quando dissolvidos em água, temos que analisar seus íons componentes, como o íon é o cátion de uma base forte, por exemplo, , ele não tem influência no pH, é somente um espectador na química ácido-base. Então se a solução apresentará caráter ácido ou base se deve ao íon Com base no livro Brown (A ciência central), o Ka da equação (8) é, entorno de , e o valor de Ka para ser de , então podemos calcular o Kb para a equação (6) utilizando a seguinte equação: Logo o valor de é , então o Kb é maior, já que o Ka está mais distante do zero, apresentando um caráter básico isso explica porque o pH obtido no experimento foi 8, como pode ser observado na Tabela 5. Em seguida foi feito o procedimento 1.5, onde seus resultados são visualizados na Tabela 5. Tabela 5- Efeito íon carbonato na dissociação do íon hidrogenocarbonato. Solução Reagente pH Tubo principal 9 indo para 10 Tubo 1 11 Tubo 2 11 Com base nas equações abaixo: eq.(9) q e.q (10) O íon hidrogecarbonato ( do ponto de vista na teoria de Bronsted-Lowry, pode se comporta como um ácido ou base, nesse caso ela se comporta como base demonstrando o pH 9≈10. Conforme a equação (11) abaixo, pode-se observa a reação. e.q (11) Quando adicionamos ( ), o pH da solução aumenta para 11,isso é devido que o íon é menos básico que o íon . Em seguida foi feito o procedimento 2, observando o efeito tampão nas soluções, onde seus respectivos resultados podem ser observados na tabela 6 e 7. Tabela 6- Ácido clorídrico na água e nas soluções tampão. Gotas de 0 6 5 11 1 11 5 11 2 4 5 11 4 4 5 11 7 4 4 11 indo para 10 10 4 4 11 indo para 12 15 4 4 12 Tabela 7- Hidróxido de sódio na água e nas soluções tampão. Gotas de 0 6 5 11 1 11 5 12 2 11 5 12 indo para 11 4 11 5 indo para 6 12 indo para 11 7 11 6 12 indo para 11 10 11 11 12 indo para 11 15 11 indo para 12 11 indo para 12 12 indo para 11 Quando o indicador é adicionado na água se observa um pH 6 indo para 7,pois o pH da água é neutro, quando ionizada se encontra em proporções constantes ,ou seja, os íon hidrônio e o íon hidroxila . Foi adicionado no tubo 1 do procedimento 2.1 ácido clorídrico , e quando o HCl é adicionado em água ocorre a seguinte reação: e.q (12) O íon hidrônio diminui o pH dá água para 5, como pode ser visto na Tabela 6, e a cada gota acrescentada o pH diminui para 4 permanecendo constante da 1º até 15º gota, isso devido a um aumento da concentração do próton . No tubo 2, foi adicionado gota a gota de hidróxido de sódio, assim quando é adicionado em água, ocorre a reação conforme a reação abaixo. e.q (13) e.q (14) Assim quando o hidróxido de sódio é dissociado em água aumenta o pH, devido ao aumento da concentração de íons , como pode ser visualizado na Tabela 7, quando aumenta a quantidade de gotas adicionado até a quantidade de gota final 15, observa-se um aumento de pH, do 6 até o 12, devido ao aumento da concentração de hidróxido. Em seguida conforme o procedimento 2.2, foi adicionado no tubo de ensaio 1 do procedimento 1.2 ácido clorídrico 0,1mol/l na solução de ácido acético e íons acetato ( , funcionando como uma solução tampão. A solução tampão se resume em uma solução que sofre apenas pequenas variações de pH quando a ele são adicionados ou , ou seja é uma solução que contém um ácido mais a sua base conjugada em concentrações aproximadamente iguais. Quando o que é um ácido forte foi adicionado aumentando a concentração de íon hidrônio( ), o íon acetato que tem grande afinidade pelo próton ) hidrônio, reagem formando mais ácido acético, assim, o pH sofreu pequena variação como pode ser analisado na Tabela 6, conforme a equação (15), abaixo. e.q(15) Mas conforme aumentou-se a quantidades de gotas de no tubo, o pH foi para 4 e se manteve constante até ter sido adicionado no total 15 gotas, mostrando que já estava se esgotando a quantidade de ânion , e o efeito tampão cessaria . Em seguida adicionou-se hidróxido de sódio no tubo 2, do mesmo procedimento (1.2). Assim a adição de uma base forte aumenta a concentração de mas esses íons são neutralizados pelos íons originados da ionização do ácido acético, assim pode ser observado na Tabela 7, que a solução sofre pouca variação conforme a equação abaixo Por fim, foi repetido o procedimento 2.2, trocando o reagente ácido acético por amônia e o acetato de sódio pelo cloreto de amônio, dividindo a solução em tubo 1 e 2. No tubo de ensaio 1 da solução, foi adicionado ácido clorídrico gota a gota, então, quando é adicionado na solução tampão ( ocorre que, o próton vindo do reagirá com que é uma base forte, daí ocorre uma neutralização, assim a variação de pH é muito pequena como pode ser visto na Tabela 6.Já quando é adiciona ao tubo 2, o íon reagirá com o ânion originando cloreto de amônia, assim também ocasionando pequena variação de pH, como pode ser visto na Tabela 7, em ambos os casos a variação de pH vai ocorrendo devido ao aumento de concentração dos íons que reage com a solução tampão e acaba esgotando- os. 5. CONCLUSÕES, COMENTARIOS E SUGESTÕES Na prática realizada observa-se o deslocamento do equilíbrio químico, em harmonia com o princípio de Le châtelier, que nosdiz “Quando sistemas em equilíbrio são submetidos a qualquer perturbação exterior, o equilíbrio desloca-se no sentido contrário a fim de minimizar esta perturbação.” Com base nesse pensamento pode-se concluir que os fatores que atuam no deslocamento químico envolve o efeito do íon comum, relacionado com a quantidade de concentração de produtos e reagentes, onde o pH pode ser estipulado ou sofre variação devido a quantidades de produtos e reagentes. Também se trabalhou com o efeito do tampão onde as soluções tamponadas apresentavam pequenas variações de pH quando um ácido ou base lhe era adicionado. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 1. BROWN, Theodore L; LEMAY JUNIOR, Harold Eugene; BURSTEN, Bruce Edward. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo Pearson Prentice Hall, 2005. 972 p 2. OHLWEILER, Otto Alcides. Química analítica quantitativa. 3ª ed Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1985. 2 v. 3. ATKINS, P., JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5.ed., Rio de Janeiro: Bookman, 2012. 921 p.