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[Disciplina 8 - Módulo 1] Revisão de Registros e os Dados Disponíveis no Início do Caso e Anamnese Comportamental

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CBI of Miami 1 
 
 
 
CBI of Miami 2 
 
 
DIREITOS AUTORAIS 
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direitos sobre ele estão reservados. 
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e reproduzir integral ou parcialmente esse conteúdo em sites, blogs, jornais ou 
quaisquer veículos de distribuição e mídia. 
Qualquer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeito a ações 
legais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CBI of Miami 3 
 
 
Revisão de Registros e os Dados Disponíveis no Início do Caso 
e Anamnese Comportamental 
Aída Brito 
 
Nesta aula, serão abordados temas e ferramentas que estarão presentes 
na avaliação inicial do sujeito, ou seja, a pré-avaliação. Alguns aspectos 
importantes devem ser citados: a disciplina de avaliação comportamental 
servirá como base para todas as etapas, desde o primeiro contato com o 
sujeito e sua família até a intervenção. Portanto, tal disciplina será constituída 
por 05 módulos principais, sendo o primeiro referente ao processo de PRÉ-
AVALIAÇÃO. Durante os módulos, serão citados alguns protocolos de 
avaliação, mas não serão apresentados de forma detalhada, sendo necessário 
buscar aprofundar-se em materiais e formações complementares, 
fundamentais para o conhecimento e aplicação eficaz e ética dos protocolos. 
 
1. Pré-Avaliação – Do que Se Trata 
 A pré-avaliação é caracterizada enquanto processo de entrada do 
avaliador no caso e na casa do sujeito que será avaliado, ou seja, o avaliador 
terá contato com o indivíduo, com o seu contexto natural, com a sua família, 
seu diagnóstico, seus antecedentes históricos, demandas, potencialidades e, 
também, com as expectativas da família e/ou do sujeito etc. Tal momento é 
marcado, inicialmente, pela acolhida e pela coleta de informações. É 
necessário que o avaliador seja receptivo e reforçador para a família e para o 
sujeito que passará pela avaliação. 
Conforme Cooper, Heron e Heward (2014, p. 69): 
 
A Análise do Comportamento Aplicada está preocupada em 
produzir melhorias previsíveis e replicáveis no comportamento. 
No entanto, não basta qualquer comportamento: analistas de 
comportamento aplicados melhoram comportamentos 
socialmente importantes que tenham significado imediato e 
duradouro para a pessoa e para aqueles que com ela 
interagem. 
CBI of Miami 4 
 
 
 Portanto, é possível compreender a importância de que seja realizada a 
pré-avaliação, cujo objetivo serão os já citados anteriormente – conhecer o 
sujeito, seu contexto natural, suas habilidades, suas expectativas e suas 
demandas, para que assim, o avaliador possa escolher o protocolo de 
avaliação mais indicado para o caso. 
 Cooper, Heron e Heward (2014), chamam a atenção dos profissionais 
responsáveis pela avaliação, afirmando que tal processo não deve estar 
centralizado apenas na descrição e classificação das habilidades que o sujeito 
apresenta ou de suas deficiências. Mas, sobretudo, os profissionais devem 
atentar-se em compreender a função do comportamento e o que ele trará como 
consequências para o sujeito. (HARVEY, LUISELLI, WONG, 2009; CAMARGO, 
RISPOLI, 2013). Os dados que serão obtidos irão fornecer ao avaliador uma 
espécie de roteiro, guiando-o para uma forma mais direta e eficaz de 
intervenção. 
 Portanto, o processo de avaliação envolverá uma variedade de 
ferramentas e métodos, sendo dividido entre: observações diretas e indiretas, 
nas quais poderão ser utilizadas as entrevistas, listas de verificação, testes 
e observações diretas (HARVEY, LUISELLI, WONG, 2009; COOPER, 
HERON, HEWARD, 2014). Além disso, o processo avaliativo contará com 
algumas fases, conforme apresentam Cooper, Heron e Heward (2014), como 
sendo: a triagem, a definição de critérios de realização desejados, a 
identificação de comportamentos alvos, monitoramento do progresso e 
acompanhamento. 
 Para que sejam alcançadas tais informações e etapas consideradas 
fundamentais no processo de avaliação comportamental, o analista do 
comportamento se beneficiará de algumas ferramentas, conforme foram 
citadas anteriormente, visando facilitar a compreensão do sujeito como um todo 
e, também, o contexto o qual ele está inserido. Dessa forma, a seguir serão 
apresentadas tais ferramentas e as suas funcionalidades/objetivos. 
 
 
 
 
CBI of Miami 5 
 
 
1.1. Ferramentas Utilizadas na Avaliação Comportamental 
• Entrevistas 
 A entrevista será um dos primeiros recursos utilizados na avaliação 
comportamental, podendo ser entrevistado tanto o sujeito que será avaliado 
(entrevista direta), quanto pessoas próximas e significativas (entrevista 
indireta), as quais poderão fornecer informações importantes para o processo 
avaliativo, bem como para futuras intervenções. 
 A partir da entrevista, o avaliador identifica possíveis comportamentos-
alvos, os quais serão analisados com relação a sua importância para a futura 
intervenção com o sujeito. Portanto, após a entrevista inicial e com a lista de 
possíveis comportamentos-alvos em mãos, o avaliador poderá fazer uma 
observação direta, ou seja, com o sujeito, para selecionar os alvos que serão 
vitais para a eficácia da intervenção. 
Dessa forma, o analista do comportamento poderá observar em ambiente 
natural as variáveis dos comportamentos do sujeito. Portanto, Cooper, Heron e 
Heward (2014), indicam alguns tipos de perguntas que irão auxiliar na 
elaboração de hipóteses acerca das funções dos comportamentos observados, 
o que é necessário para que resulte em um bom planejamento das 
intervenções a serem realizadas. Tais perguntas irão contribuir para a melhor 
definição da função do comportamento, sendo assim, será levado em 
consideração informações, como: o quê, como, onde, com quem, qual a 
intensidade e frequência da ocorrência dos comportamentos descritos. 
Além da compreensão acerca dos comportamentos emitidos e das 
possíveis funções que os mantém, o avaliador também deverá levar em 
consideração as possibilidades e dificuldades apresentadas pela família ou 
pessoas significativas na vida do sujeito, as quais contribuirão na 
implementação da intervenção. Portanto, a entrevista possibilitará uma linha de 
base acerca do sujeito e da família, compreendendo as condições ambientais, 
bem como o repertório do paciente. (COOPER, HERON, HEWARD, 2014; 
CAMARGO, RISPOLI, 2013). 
 
 
 
CBI of Miami 6 
 
 
• Listas de Verificação 
 As listas de verificação ou as chamadas “escalas de verificação”, são 
ferramentas utilizadas para avaliar determinados comportamentos ou 
habilidades/áreas importantes para a vida do sujeito. Tais listas são 
respondidas em escalas “likert”, ou seja, sendo respondida por níveis, 
considerando os antecedentes, consequências, intensidade e frequência dos 
comportamentos em questão. Tal ferramenta auxiliará o avaliador na 
verificação de comportamentos que deverão ser analisados diretamente com o 
sujeito, de forma intensiva (COOPER, HERON, HEWARD, 2014). Alguns 
exemplos de escalas de verificação, são: 
• Lista de verificação de comportamento infantil (CBCL); 
• Escala de comportamento adaptativo – Escola (ABS-S); 
• Escala de comportamento adaptativo (ABS – RC); 
 
 As listas de verificação devem ser aplicadas por um profissional 
responsável e que tenha conhecimento na área, mas também poderá ser 
registrado pelo próprio sujeito, caso seja possível, ou por familiares/pessoas 
significativas, desde que tenham convívio com o sujeitoque está sendo 
avaliado. Ao final do registro serão analisados os scores indicados para cada 
comportamento/habilidade e, dessa forma, será feito o cálculo que indicará o 
resultado do funcionamento global do sujeito (SILVA, 2017), o que virá a 
contribuir no delineamento de metas para a intervenção. 
 
• Observação Direta 
 As observações diretas, como o próprio título indica, serão observações 
feitas diretamente com o indivíduo, ou seja, analisando os seus 
comportamentos e todas as variáveis presentes no contexto, em tempo real. 
Um dos possíveis tipos de observação é a chamada “observação anedótica”, 
apresentada pelos pesquisadores Bijou, Peterson e Ault, em 1968, os quais 
foram mencionados por Cooper, Heron e Heward (2014). Esta observação tem 
como característica principal a descrição meticulosa dos comportamentos do 
sujeito e, portanto, torna-se necessário a dedicação total do avaliador ao 
contexto e ao sujeito que será avaliado. (COOPER, HERON, HEWARD, 2014). 
CBI of Miami 7 
 
 
Dessa forma, será feito o registro detalhado de todos os comportamentos 
considerados significativos, interesses do sujeito, condições ambientais, 
antecedentes e consequências que motivam ou mantêm o comportamento. 
Para que seja feito o registro, o avaliador poderá contar com o auxílio de 
formulários ABC para que possa apresentar as informações que foram 
observadas e que são importantes. Entretanto, para que o avaliador possa se 
utilizar desse tipo de registro, será necessário estar inteiramente focado no 
sujeito e o que acontece com ele. Assim sendo, o profissional deverá descrever 
o que o sujeito fez, o que acontece, os antecedentes e as consequências e, 
também, a duração dos comportamentos emitidos. 
Além da necessidade de que o avaliador esteja atento ao sujeito, é 
também necessário e indicado a discrição no momento de registro, evitando 
que o indivíduo perceba que está sendo analisado e busque se comportar de 
modo diferente ao habitual. 
 
• Comportamentos-Alvos 
 Reunindo todas as informações selecionadas através de entrevistas e 
avaliações diretas, o analista do comportamento irá selecionar 
comportamentos-alvos que deverão estar em treino. Entretanto, na escolha 
desses comportamentos-alvos, deve-se levar em consideração a perspectiva e 
opinião dos pacientes, de seus familiares/responsáveis ou qualquer outra 
pessoa que possa ser afetada. Os alvos selecionados para intervenção, devem 
ser escolhidos em benefício do sujeito, levando em consideração o que será 
significativo para a sua vida, não devendo optar apenas pelo que é favorável 
para terceiros. (COOPER, HERON, HEWARD, 2014; CAMARGO, RISPOLI, 
2013). 
À vista disso, Cooper, Heron e Heward (2014), apresentam um ponto 
fundamental que deve ser ponderado nas escolhas dos alvos 
comportamentais: “Até que ponto a mudança de comportamento proposta 
melhorará a experiência de vida da pessoa?” (p.76). A partir desse 
questionamento, o avaliador poderá estar atento à sua prática e às suas 
escolhas, verificando, de forma ética e precisa, o melhor trajeto a ser proposto 
para o sujeito. Para isso, o profissional deve ser receptivo ao que o paciente 
CBI of Miami 8 
 
 
poderá propor ou os seus familiares/pessoas significativas. 
Além destes, outros pontos devem ser observados: O analista do 
comportamento deve ter repertório adequado e, também, familiaridade com os 
alvos que serão propostos para treino; deve ser possível mensurar os 
resultados; deve ser aplicável e poderá estar inserido em atividades 
habilitatórias; deve estar de acordo com as necessidades do sujeito e com o 
que é socialmente relevante; analisar se o comportamento selecionado será 
reforçado no dia a dia do sujeito, mesmo que na ausência de intervenção; 
observar se é um comportamento que será pré-requisito para outros, assim 
como dará acesso à novos ambientes; ponderar se tais comportamentos 
auxiliarão na interação apropriada com outros, assim como deve ser um 
comportamento apropriado para a idade do paciente (COOPER, HERON, 
HEWARD, 2014). 
Junto a avaliação comportamental e a seleção de comportamentos-alvos, 
o analista também deverá se concentrar em realizar uma análise funcional dos 
comportamentos, o que é imprescindível em todo o processo já que, além de 
buscar os alvos, também será necessário avaliar funcionalmente os 
comportamentos problema que passam a aparecer durante a avaliação e, 
possivelmente, surgirão durante a intervenção. (HARVEY, LUISELLI, WONG, 
2009; COOPER, HERON, HEWARD, 2014). Porém, ao identificar tais 
comportamentos, o avaliador não poderá apenas propor a eliminação destes 
do repertório do sujeito, mas sim, deverá analisar e propor comportamentos 
substitutivos e adequados. 
Para além destes pontos, também será necessário estar atento às 
expectativas do paciente/família acerca dos comportamentos desejados ou 
metas. Possivelmente os familiares ou até mesmo o paciente poderão 
apresentar algumas metas desejadas, como, por exemplo, emagrecer. 
Emagrecer não se trata de um comportamento, mas sim um objetivo ou meta e, 
para que se cumpra, é necessário destrinchá-lo em cadeias que o auxiliarão na 
chegada desse objetivo. Para isso, o avaliador deverá estar atento às 
particularidades de cada sujeito com relação às suas expectativas e quais são 
os reais objetivos. A exemplo disso, Cooper, Heron e Heward, afirmam que: 
 
CBI of Miami 9 
 
 
Selecionar comportamentos-alvo que ajudarão os clientes ou 
alunos a atingir esses tipos de objetivos é ainda mais difícil do 
que sugere sua complexidade, porque os próprios objetivos 
muitas vezes significam coisas diferentes para pessoas 
diferentes. Ser um sucesso pode acarretar uma grande 
variedade de comportamentos. Uma pessoa pode ver o 
sucesso em termos de renda e cargo. Por outro lado, sucesso 
pode significar satisfação no trabalho e bom uso do tempo de 
lazer. Um papel importante do analista do comportamento 
durante a avaliação e identificação do comportamento alvo é 
ajudar o cliente a selecionar e definir comportamentos 
pessoais, cuja soma resultará na avaliação do cliente e de 
outros seu repertório da maneira pretendida (p. 81). 
 
Encerrado esse passo da avaliação, ou seja, a identificação e listagem 
dos comportamentos alvos, é chegada mais uma etapa crucial na avaliação: 
identificar a prioridade dos alvos listados. Portanto, considerando o fato de ser 
uma tomada de decisão importante e fundamental na vida do sujeito, o 
avaliador deverá fazer alguns questionamentos que o auxiliará a fazer tais 
escolhas de forma mais fidedigna e comprometida às demandas e expectativas 
do sujeito e seus familiares/responsáveis, sendo estes: 1) O comportamento 
apresenta algum perigo ao sujeito ou aos outros?; 2) Esse comportamento é o 
mais relevante atualmente?; 3) Ao mudar o comportamento, o sujeito terá uma 
alta taxa de reforço?; 4) Qual a importância desse comportamento na vida do 
sujeito?; 5) O novo comportamento irá contribuir para reforçar outros alvos 
significativos?; 6) Qual a probabilidade de que esse comportamento seja 
passível de mudança? 
Além destes, o avaliador também deverá se questionar sobre a sua 
expertise profissional, levar em consideração as possibilidades e recursos 
apresentados pela família, as variáveis ambientais e, também, quanto tempo 
poderá ser necessário para que o sujeito adquira tais comportamentos. A partir 
de então, o analista do comportamento poderá tomar a decisão de qual 
protocolo irá usar para avaliar e, depois, intervir, compreendendo o porquê 
escolheu tal protocolo. 
CBI of Miami 10 
 
 
2. Avaliação de Preferências e de Reforçadores 
 Nesta aula,será abordada uma das ferramentas que deverá estar 
presente tanto no processo de avaliação quanto, também, estará vinculada às 
intervenções em ABA: a sondagem das preferências do sujeito. Portanto, o 
objetivo dessa aula é de que os alunos possam compreender: 1) Do que se 
trata a avaliação de preferências e de reforçadores; 2) Compreender a 
importância da avaliação de preferências e de reforçadores durante a pré-
avaliação e, também, durante todo o percurso de intervenção; 3) Distinguir a 
diferença entre as preferências e o que, de fato, será reforçador para o sujeito; 
4) Perceber a importância do uso de reforçadores na terapia para que se tenha 
o aumento da emissão dos comportamentos desejados/treinados; 5) Identificar 
e conhecer quais os métodos de avaliação de preferências e reforçadores; 6) 
Compreender e identificar qual o método adequado para avaliar as 
preferências e quais os seus possíveis reforçadores para cada sujeito, 
analisando as vantagens e desvantagens de cada um deles. 
 
2.1. Avaliação de Preferências e de Reforçadores: Do que Se Trata? 
 É sabido que todo comportamento produz consequências ao ser emitido 
e, portanto, tais consequências poderão aumentar ou diminuir a frequência da 
emissão dele em uma ocasião futura. Quando a consequência dada ao sujeito 
colabora para que o comportamento seja emitido mais vezes, ou seja, a 
frequência, duração ou intensidade aumente, dizemos que tal comportamento 
foi reforçado. Dessa forma, para que ocorra o ensino e a manutenção de 
repertórios comportamentais, é necessário que tais comportamentos sejam 
reforçados e, consequentemente, aumente a probabilidade de que eles voltem 
a serem emitidos no futuro. 
Nesse sentido, nos deparamos com a importância de conhecer o sujeito, 
as suas preferências e quais são as consequências que provavelmente 
auxiliarão no aumento da ocorrência de certos comportamentos, o que é 
fundamental para uma intervenção comportamental efetiva. 
Os reforçadores podem ser uma grande variedade de itens e até mesmo 
eventos – alimentos, atenção, brinquedos etc. Alguns serão demandados por 
questões naturais/biológicas, os chamados “reforçadores intrínsecos”, como 
CBI of Miami 11 
 
 
sendo: a água, quando se está com sede; a comida, quando se está com fome; 
a soneca, quando se está com sono ou quando o próprio comportamento é 
reforçador para o sujeito. Como exemplo, podemos citar uma situação em que 
o indivíduo gosta de ler e ao ler acaba sendo reforçado, visto que aumenta a 
possibilidade de que o comportamento de leitura surja em outros momentos. 
Enquanto outros, os chamados “reforçadores extrínsecos”, serão inseridos de 
forma arranjada e planejada para cada sujeito, levando em consideração as 
suas preferências e demais aspectos considerados fundamentais para a 
escolha de um reforçador. (GOMES, C.G.S; SILVEIRA, A.D., 2016). 
Nessa perspectiva, torna-se importante enfatizar que o que pode ser 
reforçador para um sujeito, poderá não ser para o outro. Assim como o que 
pode ser reforçador para uma pessoa em um determinado contexto, poderá 
não ser, para ele, em outra situação. Portanto, percebe-se a necessidade de 
que seja realizada uma avaliação de itens de preferência e de reforçadores, 
visando uma intervenção eficaz. 
Dessa forma, existem alguns métodos utilizados para auxiliar os 
profissionais a avaliarem e identificarem quais os possíveis itens reforçadores 
de um indivíduo, podendo ser feita de duas maneiras: avaliação indireta e 
direta. Quando se fala em uma avaliação “indireta”, refere-se a checklists, 
questionários, entrevistas estruturadas ou semiestruturadas realizadas com 
terceiros, ou seja, pais, responsáveis ou terapeutas/profissionais que 
acompanham o paciente, não havendo uma observação direta do sujeito. Tal 
método irá contribuir para que se possa levantar informações necessárias 
sobre o paciente nos contextos naturais dele, sendo listado os seus interesses 
mais frequentes e atividades preferidas, além de outras informações que 
possam ser necessárias durante a avaliação. (SILVA, F.S.; PANOSSO, M.G.; 
BEN, R.D, 2017). As ferramentas de avaliação indireta auxiliarão na avaliação 
direta, mas não devem ser consideradas únicas e suficientes, visto que ambas 
se complementam e só a partir da avaliação direta é que poderá ser feita a 
hierarquização dos itens de preferência para cada indivíduo. 
Conforme apresentam as autoras Sella e Ribeiro (2018), a avaliação 
indireta apresenta algumas vantagens, sendo: 1) a aplicação rápida, 
comparada a avaliação direta; 2) não é necessário que o aplicador seja 
CBI of Miami 12 
 
 
treinado para tal avaliação, visto que dependerá mais de uma rememoração do 
que, cotidianamente, é mais utilizado pelo sujeito; 3) não é necessário a 
aquisição de novos itens para serem apresentados ao paciente. 
No entanto, também estará presente algumas desvantagens. Com relação 
a isso, podemos citar que ao ser feita a avaliação indireta, comumente os 
avaliadores acabam por se deparar com a pouca correspondência do que os 
responsáveis dizem ser os itens preferidos do paciente, com o que de fato é. 
Porém, ainda assim é importante que sejam realizadas as duas etapas da 
avaliação – indireta e direta. Inicialmente deverá ser feita a avaliação indireta, 
obtendo uma listagem dos possíveis reforçadores, o que auxiliará na avaliação 
direta e na hierarquização destes itens. Posteriormente, com tais possíveis 
reforçadores em mãos, deverá ser feita a avaliação direta, analisando com o 
próprio sujeito o que para ele é reforçador. 
A avaliação direta, portanto, será a avaliação que terá como base o 
desempenho direto do paciente, ou seja, a principal fonte de informação será o 
sujeito que será avaliado a partir de sua interação livre com os seus itens de 
preferência e o seu ambiente natural, bem como a partir de situações mediadas 
pelo avaliador, onde a interação com esses itens ocorrerão a partir da instrução 
fornecida pelo profissional – métodos por tentativas. 
 
2.2. Métodos Baseados em Tentativas – Quais São e Quais Utilizar? 
 Conforme mencionado anteriormente, existem alguns métodos utilizados 
na avaliação de itens de preferência e reforçadores. Para que possa ser feita a 
avaliação, inicialmente será necessário que o avaliador observe o ambiente em 
que será aplicada e, também, o repertório do sujeito, visando identificar qual 
será o método mais adequado. Dessa forma, os métodos comumente utilizados 
durante o processo de avaliação, são: Avaliação de preferência com estímulo 
único; Avaliação de preferências com pares de estímulos; Avaliação de 
preferência com múltiplos estímulos sem reposição e a Avaliação de 
preferências por operante livre (SILVA, F.S.; PANOSSO, M.G.; BEN, R.D, 
2017; RIBEIRO, D.M.; SELLA, A.C., 2018). 
 
 
CBI of Miami 13 
 
 
2.3. Avaliação de Preferência com Estímulo Único 
 A avaliação de preferência com estímulo único ocorre como o próprio 
título remete, ou seja, será apresentado ao sujeito um estímulo por vez. Nesse 
sentido, as instruções para esse tipo de avaliação é de que o paciente esteja 
atento às instruções e que o ambiente esteja organizado, estando disponível os 
itens que serão apresentados ao paciente – os quais foram listados na 
avaliação indireta. 
Dessa forma, será apresentado o suposto item reforçador e o avaliador 
terá de observar entre 10 e 15 segundos qual foi a resposta emitida pelo sujeito 
avaliado. Caso o participante manipule o item, dentro do tempo estipulado, 
deverá ser observado e registrado o tempo que ele passa com o objeto. Se 
porventura o participante não manipular e nem se aproximar do item proposto, 
o avaliador poderá dar o modelo de como manusear e registrarcaso tenha tido 
ou não o contato. Ao finalizar a apresentação de todos os itens propostos, 
deverá ser feita uma nova rodada de apresentação, registrando novamente o 
tempo de contato do participante com cada objeto, comparando a avaliação 
inicial. Conforme indica Silva, Panosso e Ben (2007, p.95), tal comparação 
“aumenta a confiabilidade da AIP ao indicar se a preferência foi a mesma 
durante as duas apresentações ou se ela aumentou ou diminuiu ao longo das 
apresentações”. 
Como pré-requisito, o participante deve ser capaz de seguir instruções, 
assim como de manter contato visual com os itens que estarão à mostra. Tal 
avaliação é indicada para casos de participantes que são mais comprometidos, 
demonstram pouca interação com os reforçadores, apresentam dificuldade de 
escolha e de rastreio visual. As vantagens desse método de avaliação é de que 
serão apresentados estímulos únicos ao sujeito, evitando a escolha entre dois 
ou mais, além de que, possibilita uma redução da probabilidade de 
comportamentos desafiantes. Já com relação as desvantagens, incluem o que 
as autoras Sella e Ribeiro (2018) citam como “falsos positivos”, visto que os 
participantes irão interagir com os itens propostos, já que não terão outros 
disponíveis, o que dificulta na identificação do que, de fato, é reforçador. Além 
disso, o avaliador também irá se deparar com a instabilidade da preferência e 
com a dificuldade de estabelecer a hierarquização dos reforçadores. 
CBI of Miami 14 
 
 
2.4. Avaliação de Preferência com Pares de Estímulos 
 A avaliação de preferência com pares de estímulos ocorre como o 
próprio título remete, ou seja, são apresentados ao sujeito dois estímulos por 
vez, a partir de várias combinações de itens, em duplas, as quais já serão pré-
estabelecidas pelo avaliador, visando a não apresentação consecutiva de 
algum item. Nesse sentido, as instruções para esse tipo de avaliação é de que 
o paciente esteja atento às instruções e que o ambiente esteja organizado, 
estando disponível os itens que serão apresentados ao paciente – os quais 
foram listados na avaliação indireta. 
Caso o participante não conheça os itens que virão a ser expostos, 
poderão ser dispostos para o manuseio durante a avaliação, de forma 
individual. Após esse primeiro momento, o avaliador irá retirar os itens da mesa 
e formará as duplas dos itens que deverão ser apresentados. Com isso, o 
participante deverá seguir a instrução de escolher um dos itens e, assim, o 
avaliador irá registrar qual o item escolhido e observar o manuseio do 
participante com o objeto por até 30 segundos. Caso o participante tente pegar 
os dois objetos, esse comportamento será bloqueado. Já se o participante vier 
a não demonstrar interesse para com nenhum dos objetos, ambos serão 
retirados, será registrado essa resposta e, em seguida, serão apresentados 
dois novos itens. A apresentação das duplas de itens deverá ser apresentada 
randomicamente, ou seja, evitando que o mesmo item seja apresentado 
repetidamente e de forma consecutiva. 
Então, “a porcentagem de preferência por cada um dos itens é calculada 
pela divisão do número de vezes em que ele foi escolhido pelo número de 
vezes em que ele foi apresentado, multiplicado por 100” (SELLA, A.C.; 
RIBEIRO, D.M., 2018, p.112). Dessa forma, a preferência poderá ser 
classificada a partir do resultado desse cálculo, definindo-a enquanto alta, 
média ou baixa. 
Como pré-requisito, o participante deve ser capaz de seguir instruções, 
manter-se sentado, tolerar o tempo de avaliação e apresentar pouco 
comportamento disruptivo. Tal avaliação é indicada para casos de participantes 
que têm muitos itens de preferência e de quando que é necessário identificar a 
hierarquia desses itens enquanto reforçadores. As vantagens desse método de 
CBI of Miami 15 
 
 
avaliação é de que é possível ter uma hierarquia de reforçadores, ou seja, 
identifica-se quais são os de alta magnitude para o sujeito. Além disso, a 
avaliação com pares de estímulos se assemelha à escolha de itens em 
ambiente natural, onde o sujeito terá a possibilidade de escolher e discriminar o 
seu item preferido dentre outros presentes no ambiente. Com relação às 
desvantagens, tem-se a longa duração da avaliação, o que acaba por 
demandar mais do participante. Dessa forma, facilita a emissão de 
comportamentos inadequados. 
 
2.5. Avaliação de Preferência com Múltiplos Estímulos Sem Reposição 
 A avaliação de preferência com múltiplos estímulos sem reposição 
ocorre quando o avaliador dispõe sobre a mesa alguns estímulos, por volta de 
07 itens. Dessa forma, será instruído ao participante a escolher um dos itens 
expostos – “Qual desses você mais quer?”. Ao ser selecionado, o participante 
terá a oportunidade de manusear o item escolhido por até 30 segundos. Após o 
manuseio, o item será retirado da mesa e serão dispostos os demais, alterando 
a sequência destes. Dando prosseguimento, serão feitas as demais tentativas. 
Caso o participante tente pegar mais de um item, será bloqueado. No caso de 
não escolher nenhum dos itens disponíveis, será registrado como “ausência de 
escolha”. Tal processo se repete até que todos os itens sejam selecionados e o 
registro deverá ser feito seguindo a ordem das escolhas. 
Ao final das tentativas, deverá ser feito o cálculo da hierarquia de 
preferência. Para isso, conforme Silva, Panosso e Ben (2017) instruem, “some 
o número de vezes nas quais o participante escolheu cada item e o dívida pela 
soma do número de vezes em que o item esteve disponível; por fim, multiplique 
o resultado por 100%” (p.99), assim, aquele com maior porcentagem será o 
reforçador de alta potência. 
Como pré-requisito, o participante deve ser capaz de seguir instruções, 
manter-se sentado, tolerar o tempo de avaliação e apresentar pouco 
comportamento disruptivo. Tal avaliação é indicada para casos de participantes 
que têm muitos itens de preferência e de quando que é necessário identificar a 
hierarquia desses itens enquanto reforçadores. As vantagens desse método de 
avaliação, semelhante ao anterior, é de que é possível ter uma hierarquia de 
CBI of Miami 16 
 
 
reforçadores, ou seja, identifica-se quais são os de alta magnitude para o 
sujeito. Além disso, a avaliação se torna mais rápida, visto que serão 
apresentados todos os itens de uma só vez. Com relação às desvantagens, 
tem-se a apresentação de todos os itens preferidos do sujeito e a possibilidade 
da emissão de comportamentos inadequados, em virtude da demanda de 
escolha entre vários itens e, também, do acesso interrompido após um certo 
período. 
 
2.6. Avaliação de Preferência com Múltiplos Estímulos com Reposição 
 A avaliação de preferência com múltiplos estímulos com reposição 
ocorre de forma muito semelhante a anterior, sendo a única diferença a 
reposição do item escolhido. Quando o avaliador dispõe sobre a mesa alguns 
estímulos, por volta de 07 itens, será instruído ao participante a escolher um 
dos itens expostos – “Qual desses você mais quer?”. Ao ser selecionado, o 
participante terá a oportunidade de manusear o item escolhido por até 30 
segundos. Após o manuseio, o item será recolocado sobre a mesa, assim 
como os demais. Dando prosseguimento, serão feitas as demais tentativas. 
Caso o participante tente pegar mais de um item, será bloqueado. No caso de 
não escolher nenhum dos itens disponíveis, será registrado como “ausência de 
escolha”. 
A vantagem desse método de avaliação é que o procedimento é mais 
curto, em comparação aos anteriores. Entretanto, tal método apresenta 
algumas desvantagens, como o que é chamado de “falsos negativos”, ou seja, 
o participante pode sempre escolher o mesmo item e, ao não haveruma 
variabilidade das escolhas, dificulta a identificação da hierarquização dos itens. 
 
2.7. Avaliação de Preferência de Operante Livre 
 A avaliação de preferência de operante livre ocorre de forma diferente 
das anteriores, sendo um método de avaliação menos estruturado, observando 
os itens de preferência do sujeito na sua rotina e contexto natural. Dessa 
forma, não há uma restrição com relação ao tempo disponível para cada item e 
nem dos itens que serão manuseados pelo participante. O avaliador irá 
registrar o tempo em que a pessoa permanece engajada com determinados 
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objetos ou situações, não havendo remoção dos itens, ocorrendo isto apenas 
após o término da avaliação. 
As vantagens observadas a partir desse método é de que possui uma 
baixa probabilidade de que o participante emita comportamentos inadequados, 
visto que terá acesso irrestrito aos seus itens de preferência e, também, o curto 
período de avaliação. Já com relação às desvantagens, tem-se a dificuldade 
em identificar a hierarquia de preferência e a possibilidade de saciação dos 
itens, já que o participante terá um acesso contínuo e ininterrupto durante a 
avaliação. 
 
3. Escolha do Protocolo de Avaliação 
 Após ser realizada a pré-avaliação, o avaliador partirá para a seleção de 
comportamentos-alvos que deverão estar em treino. Como já explicitado na 
aula anterior, para que o profissional possa selecionar quais serão os 
comportamentos-alvos, este deverá levar em consideração as habilidades já 
conquistadas e as que precisarão ser trabalhadas, ou seja, analisando o 
repertório atual do sujeito. Além disso, também deverá ser observado a 
perspectiva e opinião dos pacientes, de seus familiares/responsáveis ou 
qualquer outra pessoa que possa ser afetada. Dessa forma, os alvos 
selecionados para intervenção, devem ser escolhidos em benefício do sujeito, 
levando em consideração o que será significativo para a sua vida, não devendo 
optar apenas pelo que é favorável para terceiros. (CAMARGO, RISPOLI, 2013; 
COOPER, HERON, HEWARD, 2014; MARTIN, G., PEAR, J., 2018). 
Portanto, durante o processo de avaliação, tais pontos devem ser 
observados: O analista do comportamento deve ter repertório adequado e, 
também, familiaridade com os alvos que serão propostos para treino; expertise 
com o protocolo que será aplicado; deve ser possível mensurar os resultados; 
deve ser aplicável e estar inserido em atividades habilitatórias; deve estar de 
acordo com as necessidades do sujeito e com o que é socialmente relevante; 
analisar se o comportamento selecionado será reforçado no dia a dia do 
sujeito, mesmo que na ausência de intervenção; observar se é um 
comportamento que será pré-requisito para outros, assim como dará acesso à 
novos ambientes; ponderar se tais comportamentos auxiliarão na interação 
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apropriada com outros, assim como deve ser um comportamento apropriado 
para a idade do paciente (COOPER, HERON, HEWARD, 2014). 
Para que sejam identificados e listados os comportamentos alvos 
necessários para a construção do currículo individualizado do sujeito, o analista 
deverá utilizar-se de protocolos ou seja, manuais de avaliação, tais como o VB-
MAPP, ABLLS, AFLS, PEAK, PORTAGE, entre outros, sendo estes os mais 
conhecidos e usuais. Dessa forma, tais protocolos, possibilitam a avaliação 
global e específica do sujeito, permitindo com que o avaliador determine quais 
as habilidades que estão presentes e quais estão ausentes, além de fornecer 
“uma direção para a intervenção (...) e um sistema de rastreamento de 
aquisição das habilidades da criança”. (MARTONE, 2017, p.16) 
Os instrumentos de avaliação geralmente são compostos por perguntas 
com possibilidades de respostas do tipo “sim” e “não” ou escalas likert, visando 
mensurar quais os comportamentos o sujeito apresenta e quais não, ou seja, 
condizente ao seu repertório. Dessa forma, estas podem ser aplicadas com o 
auxílio de cuidadores, os quais responderão sobre o repertório comportamental 
do sujeito ou pela própria pessoa avaliada, em uma avaliação direta. Portanto, 
a aplicação dos manuais de avaliação deverá ser feita por profissionais que 
tenham conhecimento robusto acerca do protocolo escolhido e domínio dos 
princípios comportamentais. 
A partir do manual selecionado, o profissional poderá avaliar diversas 
habilidades que vão conduzir o tratamento para diferentes caminhos, como: 
treino de linguagem, alfabetização, brincar, habilidades sociais etc., seguindo 
de acordo com a demanda do sujeito. Compreende-se, portanto, a importância 
de escolher um protocolo adequado para cada caso, o qual deve ser escolhido 
a partir das deficiências apresentadas ao longo do seu desenvolvimento e do 
seu repertório atual. Como exemplo, podemos pensar na seguinte situação: 
uma criança de 4 anos que não apresenta habilidades básicas como, sentar, 
olhar, seguir instruções, discriminações simples, imitação, entre outras. Nesse 
caso, o avaliador deverá identificar e selecionar um protocolo que possibilite 
avaliar, bem como trabalhar tais habilidades como, por exemplo, o Portage ou 
VB-MAPP. 
 
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Para isso, o avaliador deverá ter conhecimento prévio acerca dos 
manuais existentes e possíveis de serem aplicados, observando quais são as 
habilidades avaliadas, os comportamentos esperados, além da faixa etária 
proposta. Entretanto, a idade não deve ser o fator inclusivo ou excludente para 
o uso de um determinado protocolo, mas sim o repertório do sujeito. A idade 
deve ser considerada como um aspecto importante para nortear quais as 
habilidades que um sujeito em desenvolvimento típico está adquirindo, 
possibilitando com que haja uma contribuição para elencar os objetivos a 
serem trabalhados. 
Portanto, abaixo serão elencadas algumas questões que poderão ser 
norteadoras para a escolha do protocolo: 
• Quais as demandas/dificuldades que ele(a) apresenta? 
• Quais as habilidades que ele(a) apresenta a princípio? 
• Qual o nível que o sujeito apresenta - Básico, intermediário ou avançado? 
• O sujeito se comunica? 
• Apresenta algum comportamento desafiador? 
• Apresenta dificuldades para realizar atividades sozinho? 
• A família te procura para quais demandas? 
 
No próximo módulo, serão apresentados alguns dos protocolos, os seus 
objetivos e critérios de avaliação. Com isso, os avaliadores poderão estudar 
mais a fundo cada um destes manuais e, consequentemente, contribuir com a 
sua prática profissional. 
 
Considerações Finais 
A partir dos conhecimentos aqui discutidos, podemos concluir a 
importância que os profissionais que atuam diretamente com a ABA possam e 
devam estudar e identificar quais os melhores métodos a serem aplicados para 
identificar os possíveis reforçadores dos seus pacientes. Compreendemos, 
portanto, que o que temos enquanto itens preferidos, não precisamente serão 
os itens reforçadores e, dessa forma, nota-se a importância e eficácia dos 
métodos de avaliação de itens de preferência. Além de conhecer os métodos 
disponíveis e quais as formas de aplicação, é imprescindível de que os 
CBI of Miami 20 
 
 
avaliadores e profissionais que acompanham o caso possam conhecer o 
sujeito e suas preferências, identificando o que os motiva e, portanto, 
colaborando para que a terapia possa ser mais eficaz e aplicada às demandas 
do sujeito. 
 
Referências Bibliográficas 
 
CAMARGO, S.P.H.; RISPOLI, M. Análise do comportamento aplicada como 
intervenção para o autismo: definição, características e pressupostos 
filosóficos. Rev. Educação Especial, v.26, n.47, p. 639-650, 2013. 
 
COOPER, J.O.;HERON, T.E.; HEWARD, W.L. Análise do Comportamento 
Aplicada. 2. ed. PEARSON, 2014. 
 
GOMES, C.G.S.; SILVEIRA, A.D. Ensino de habilidades básicas para 
pessoas com autismo. 1.ed. Curitiba: Appris, 2016. 
 
HARVEY, M.T.; LUISELLI, J.K.; WONG, S.E. Application of Applied Behavior 
Analysis to Mental Health Issues. Psychological Services, v.6, n.3, p.212-222, 
2009. 
 
MARTIN, G., PEAR, J. Modificação de comportamento: o que é e como 
fazer. 10.ed. ROCA, 2018. 
 
MARTONE, M.C.C. Tradução e adaptação do Verbal Behavior Milestones 
Assessment and Placement Program (VB-MAPP) para a Língua 
Portuguesa e a efetividade do treino de habilidades comportamentais 
para qualificar profissionais. 2017. Tese (Doutorado em Psicologia) - 
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 
 
SELLA, A.C; RIBEIRO, D.M. Descobrindo as preferências da pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista. In: SELLA, A.C.; RIBEIRO, D.M. (Org.). 
Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista. 
Curitiba: Appris, 2018. p.105-124. 
 
SILVA, N.A. A função de escalas de avaliação de comportamento 
adaptativo em pesquisas de ABA com indivíduos com TEA. (2017). 
Monografia (Qualificação avançada em Análise Aplicada ao Transtorno do 
Espectro Autista e Atraso no Desenvolvimento) – Centro Paradigma de 
Ciências do Comportamento, São Paulo. 
 
SILVA, F.S.; PANOSSO, M.G.; BEN, R.D. Métodos de avaliação de itens de 
preferência para a identificação de reforçadores. Rev. Brasileira de Terapia 
Cognitivo Comportamental, v.19, n. 2, p.89-107, 2017.

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