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Aula 01
Introdução 
aos processos 
cognitivos
Cláudia M. C. Dias
Processos Cognitivos 
e Aprendizagem 
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Olá. Meu nome é Cláudia M. C. Dias. Sou formada em Pedagogia, 
Doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Alicante. 
Experiência como psicopedagoga e docente a mais de 29 anos. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Autora 
CLÁUDIA M. C. DIAS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e inda-
gações lúdicas sobre 
o tema em estudo, 
se forem necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Linguagem e cognição 10
Uma breve história da Psicologia Cognitiva 10
 Conceito de Cognição 14
 A psicologia Cognitiva 15
Processamento cognitivo e os sistemas de informação 17
Modelos de processamento da Informação: A memória 18
Linguagem e a fundamentação teórica sobre o desenvolvimento 
cognitivo 22
O processo de aprendizagem sob o foco cognitivo 26
A educação como perspectiva cognitiva 27
 Como se define a perspectiva cognitiva 30
 Pressupostos básicos da perspectiva cognitiva 30
Educação, ciência cognitiva e aprendizagem 31
Conceitos de problemas de aprendizagem, 
avaliação e intervenção 32
Dificuldades ou problemas de aprendizagem 33
 Definição de problemas de aprendizagem 36
 Definição de dificuldades de aprendizagem 38
Avaliação 42
Intervenção 44
Aspectos psicossociais e cognitivos 48
O conhecimento 49
 Conhecimento declarativo 52
 Conhecimento procedimental 52
 Conhecimento condicional 55
 A teoria dos esquemas 56
Pensamento 57
Interação social 59
Processos Cognitivos e Aprendizagem 7
UNIDADE
01
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS COGNITIVOS
Processos Cognitivos e Aprendizagem8
Você sabia que a Psicologia se definiu como ciência empírica 
no final do século XIX? Sabia que muitos dos psicólogos neste período 
eram psicólogos cognitivos? Isso mesmo, muitos psicólogos no final do 
século XIX foram considerados psicólogos cognitivos porque queriam 
estudar os processos mentais. Enquanto Wundt realizava estudos 
sobre a consciência, Freud buscava estratégias para compreender o 
inconsciente.
Nesta época, o método mais utilizado era o da introspecção ou 
a auto-observação. William James (1842 -1910) determinou a psicologia 
como “A Ciência da Vida Mental” (GAGNÉ, 1985, p.40). Assim, a psicologia 
era vista como o estudo das experiências mentais, por exemplo: o 
pensamento, os sentimentos, as sensações e tudo o que envolvia a 
mente humana. 
Depois disso, a psicologia mergulha em um período de afirmação 
como ciência positivista e concentra seus estudos sobre a conduta 
humana, utilizando de método empírico. Entendeu? Ao longo desta 
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
INTRODUÇÃO
Processos Cognitivos e Aprendizagem 9
Olá! Seja bem-vindo à Unidade 1, o objetivo desta unidade é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até 
o término desta etapa de estudos:
1. Compreender o contexto histórico dos processos da 
linguagem e cognição, e em que período da história se configuram as 
pesquisas sobre a psicologia cognitiva. 
2. Aplicar os conhecimentos sobre a psicologia cognitiva e o 
processo de aprendizagem, observando as perspectivas teóricas sobre 
o desenvolvimento da mente humana.
3. Identificar os problemas de aprendizagem, avaliação e 
intervenção para estabelecer propostas em um contexto profissional.
4. Compreender os aspectos do pensamento humano que 
intervêm na dinâmica educacional.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
OBJETIVOS
Processos Cognitivos e Aprendizagem10
Linguagem e cognição
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como a psicologia cognitiva influenciou os estudos sobre 
o pensamento e a linguagem. Isso será fundamental 
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.
Uma breve história da Psicologia 
Cognitiva
Primeiro, para estudar os processos cognitivos, uma de nossas 
intenções é trazer uma revisão do contexto histórico da psicologia 
cognitiva para você. Isso porque, antes de tudo, reconhecemos que a 
psicologia, como ciência empírica, coloca seus primeiros tijolos a partir 
dos estudos de William James (foto na figura 1). Este autor e cientista 
tornou-se o mais influente na história da psicologia, com sua famosa obra 
Princípios da Psicologia (1890).
Figura 1: William James (1842-1910).
Fonte: Wikipédia.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 11
Verificamos que, neste mesmo período, Wilhelm M. Wundt (figura 
2) desenvolveu o primeiro laboratório de psicologia experimental, que 
priorizava o estudo dos elementos da consciência. Por outro lado, Freud 
(figura 3), dedicou-se a compreender como funcionava o inconsciente. 
No entanto, John B. Watson (figura 4), contrário às ideias de William 
James, defendeu que a psicologia é a ciência que deve estudar o 
comportamento humano. Watson, afirmou que a psicologia e, por meio 
dela, os psicólogos, devem se ocupar em demonstrar cientificamente os 
dados que foram investigados, de modo objetivo, por se tratar de uma 
ciência da conduta (GAGNÉ, 1985, p. 40).
Figura 2: Wilhelm Wundt (1832-1920), 
Siegmund Freud (1856-1939) e John B. Watson (1878-1958)
Fonte: Wikipédia.
Você poderá comprovar que as ideias sobre a conduta humana 
ganharam respaldo e força com um grupo de psicólogos americanos e, 
como perspectiva teórica, predominou o pensamento do século XX. Esta 
perspectiva teórica encontra sua fundamentação no associacionismo.
DEFINIÇÃO:
O associacionismo é uma corrente da psicologia, 
que surgiu a partir do século XIX, com a proposta de 
compreender determinados fenômenos psíquicos pela 
forma como se associam para a formação da consciência 
ou do comportamento. 
Processos Cognitivos e Aprendizagem12
Seguindo as diretrizes do associacionismo, e para a compreensão 
do comportamento humano, pesquisadores como Ivan Pavlov (figura 5) 
desenvolveram pesquisas que foram denominadas de condutismo.
DEFINIÇÃO:
Condutismo é uma perspectiva teórica baseada na 
conduta ou comportamento humano, possível de ser 
estudado por meio da observação. 
Figura 5: Ivan Pavlov (1849-1936).
Fonte: Wikipédia.
Na perspectiva do condutismo, J. B. Watson (1878-1958) 
desenvolveu vários estudos empíricos sobre a conduta e a aprendizagem 
humana, partindo de critériosde associação entre um estímulo e uma 
resposta.
No século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, alguns 
psicólogos americanos realizaram estudos sobre a complexa conduta 
entre os pilotos de avião, os quais resultaram em teorias sobre as 
estruturas e processos mentais (GAGNÉ, 1985, p. 41). Enquanto isso, 
renasciam na Alemanha, Grã- Bretanha, França e Canadá, outras 
perspectivas centradas no cognitivismo (MANDLER, 2002a apud 
BRUNING et al. p. 2).
Processos Cognitivos e Aprendizagem 13
A psicologia cognitiva encontra caminhos e cresce timidamente, 
mas as ideias condutistas permanecem, justificando práticas no contexto 
educacional até os dias atuais. Paralelamente, você irá perceber que a 
insatisfação de muitos pesquisadores cresceu no mesmo ritmo, porque 
muitos não conseguiam estabelecer explicações coerentes sobre o 
pensamento e a memória humana, a partir das teorias condutistas-
associacionistas. Na figura 6, observamos as condições em que J. B. 
Watson realizou o famoso experimento sobre a conduta humana.
Figura 6: Experiência de Watson retratada em fotos.
Fonte: http://bit.ly/2Nxzug4
Na figura 6, pode-se observar que, com base no processo de 
condicionamento descrito por Iván Pávlov (1849-1936), no qual ele 
demonstra que, mesmo as reações orgânicas, como os reflexos, podem 
ser controladas pelo ambiente, por meio da associação estímulo-
resposta. Como experimento dessa teoria, Watson utilizou um bebê para 
demonstrar como os estímulos reforçavam questões de aprendizagem.
DEFINIÇÃO:
Na psicologia, entende-se por cognitivismo uma abordagem 
teórica para a compreensão da mente humana.
Processos Cognitivos e Aprendizagem14
Conceito de Cognição
Figura 7: Experiência de Watson retratada em fotos.
Fonte: http://bit.ly/2WHVE3J
ACESSE:
Para entender melhor como se processou a experiência de 
Watson, assista ao vídeo “Experimento Conductista: Watson 
y el pequeño Albert (en español)”, disponível por meio do 
link: <https://youtu.be/ teGZg2fWuY>.
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre a história da psicologia cognitivista?
Recomendamos a leitura de VASCONCELLOS, J.; OLIVEIRA,
R. V. História da psicologia Cognitiva: Antecedentes da 
Psicologia Cognitiva. Saúde Mental em Foco do CESUCA, 
v.1, nº1, 2012. Disponível em: <http://bit.ly/2NEVHJh>. 
DEFINIÇÃO:
“Cognição representa um conjunto de processos mediante 
os quais a entrada (input) sensorial se transforma, resume, 
elabora, armazena, recupera e utiliza” (NEISSER, 1967; 
BEST, 2001, p. 5).
Processos Cognitivos e Aprendizagem 15
O autor, Ulric Neisser publicou, em 1967, um dos livros clássicos 
em psicologia, Psicologia cognitiva. Neste sentido, o input sensorial e 
os processos cognitivos se relacionam com algo que está fora de nosso 
organismo e, por isso, os sentidos são os responsáveis por introduzir 
novas energias em nosso sistema nervoso e cognitivo. Esta energia pode 
ser reelaborada e transformada. Beck e Alford (2000) consideram que a 
cognição é “a função que envolve deduções sobre nossas experiencias 
e sobre a ocorrência e o controle de eventos futuros” (BECK e ALFORD, 
2000 apud BALS E NAVOLAR, 2004, p. 4).
Fialho (2006) nos indica que o “fenômeno da cognição pode ser 
explicado como sendo, primeiro, uma função biológica e filogenética, 
segundo, como um processo pedagógico e ontogenético, e, por último, 
por uma episteme” (FIALHO, 2006, p. 21).
A psicologia Cognitiva
Em virtude do descontentamento de muitos psicólogos com a falta 
de explicação sobre as bases teóricas do pensamento humano, outros 
profissionais, de áreas distintas da psicologia, se veem interessados 
nas propostas metodológicas para estudar o processo mental e 
suas manifestações. O binômio estímulo-resposta já não se mostra 
interessante para explicar as condições específicas da mente humana. 
As teorias condutistas não explicavam, claramente, o processamento 
e desenvolvimento da linguagem, contrariando as expectativas e 
investigações de linguistas da época.
Em meio a tudo isto, a psicologia cognitiva volta com força ao 
cenário científico, oferecendo investigações em temas como:
 � atenção;
 � reconhecimento de padrões sensoriais;
 � memória;
 � linguagem;
 � raciocínio;
 � resolução de problemas; e a
 � classificação, os conceitos e a categorização das ideias na 
mente humana.
Processos Cognitivos e Aprendizagem16
A figura 8 traz uma lista de autores (psicólogos) que estudaram 
a psicologia cognitiva. Esta lista não para de crescer até hoje, dado o 
crescente interesse da comunidade científica pelo tema:
Figura 8: Lista crescente de autores que vêm estudando a psicologia cognitiva.
Neste diagrama, destacamos apenas alguns dos muitos pesquisa-
dores que, no final da década de cinquenta, contribuíram com trabalhos e 
estudos sobre uma renovação da psicologia cognitiva e seus fundamentos. 
Hoje em dia, no que conhecemos por psicologia cognitiva contemporânea, 
existem duas teorias sobre o processo de cognição, são elas:
 � Processamento da informação: tem suas raízes no surgimento 
da máquina de cálculo, o que enseja que a mente funciona como 
um computador. Por exemplo: para buscar um dado retomamos às 
informações armazenadas em nossa memória.
 � Teoria conexionista: está dedicada a desenvolver modelos 
computacionais, iniciando na teoria da informação, mas que se relaciona 
diretamente com os processos neurológicos.
De modo geral, ambos estariam conectados com aspectos do 
funcionamento computacional. Agora, você irá compreender a diferença 
entre estas duas teorias defendidas por diversos autores.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 17
Processamento cognitivo e os sistemas de 
informação
O telefone, a televisão, os computadores são alguns dos exemplos 
de sistema de informação que sofrem transformação ao longo do tempo. 
Analogamente, esses sistemas foram utilizados metaforicamente para 
explicar os processos da cognição humana, especialmente os computadores.
Figura 9: Imagem meramente ilustrativa.
Fonte: Pixabay.
Os psicólogos cognitivos utilizavam, como exemplo, os sistemas 
informáticos para explicar como funcionava o processo de informação 
humana, sua complexidade e o processo de aprendizagem em si. Por isso, 
considera-se que a ciência cognitiva é uma área de estudos interdisciplinares 
que se inter-relaciona com a psicologia cognitiva, ciência da computação, 
sistemas de informação, inteligência artificial,neurociências e linguística, 
entre outras (LIMA, 2003 apud NEVES, 2006).
Gagné (1985), determina que:
a comparação das partes do sistema de processamento 
do computador tem funções similares a do sistema de 
processamento de informação do ser humano. Os seres 
humanos, igualmente aos computadores, realizam um 
trabalho em uma unidade central de armazenamento; logo 
depois de tratarem as informações, os seres humanos 
as armazenam em uma memória a largo prazo, e os 
computadores, em um disco rígido” (GAGNÉ, 1985, p.49).
Processos Cognitivos e Aprendizagem18
Alguns profissionais estão de acordo com esta analogia, 
enquanto outros são contrários a esta comparação. Assim, diante de 
inúmeras discussões, Massaro e Cowan (1993) e Palmer e Kimchi (1986) 
definiram uma linha de princípios sobre o processamento da informação 
associado ao processo cognitivo. Veja, na tabela 1, as cinco qualidades 
ou princípios e seu significado (MASSARO e COWAN, 1993; PALMER e 
KIMCHI, 1986 apud BEST, 2001, p. 27).
Tabela 1: Figura 10: Relação entre processamento da informação e processos cognitivos.
Qualidade Significado
Descrição da 
informação
Entorno pode ser categorizado em função da 
quantidade e do tipo de informação que contém
Decomposição 
recursiva
Os processos cognitivos são simples e aparecem 
organizados de modo hierárquico
Continuidade
do fluxo
A informação caminha sempre para frente como a 
linha do tempo
Dinâmica do
fluxo
Não se pode produzir vários processos neurais ao 
mesmo tempo
Materialização
física
Todos os processoscognitivos coexistem em um
lugar físico
Modelos de processamento da Informação: 
A memória
Você sabia que tudo começou com o estudo científico da 
memória? Isso mesmo, a memória passou a ser objeto de estudo a 
partir do trabalho de Hermann Ebbinghaus (foto na figura 10), o primeiro 
investigador experimental.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 19
Figura 10: Hermann Ebbinghaus (1850-1909).
Fonte: Wikipédia.
Ebbinghaus (1885), que estava interessado no espaço da memória, 
demonstrou que pessoas entre 18 e 20 anos conseguiam recordar mais 
dados que os de 8 a 10 anos, e ainda comprovou que o sentido tinha um 
papel importante para recordar um dado, determinando que as palavras 
sem sentido tinham pouca influência no espaço da memória. Binet 
também estudou as relações da memória com uma lista de palavras 
curtas e sem sentido (NEUFELD E STEIN, 2001).
As pesquisas sobre a memória perpassam por duas linhas centrais:
 � memória operativa; e 
 � memória a largo prazo.
Para o que se define como modelo de processamento da Informação, 
verificaremos como se desenvolve a memória durante o processo de 
aprendizagem. Assim, para aprender alguma coisa, nossa mente recebe 
a informação e a organiza em série, atuando de modo sequencial. Assim, 
poderíamos concluir que, para processar uma informação, nossos 
processos cognitivos trabalham em uma sequência organizada e seriada, 
como em uma sequência numérica do tipo (1, 2, 3, 4, 5, 6, ...).
Na figura 11, vemos uma nova revisão do modelo. Por este diagrama, 
é possível observarmos como os componentes que processam a 
informação no ser humano aparecem divididos e distintos uns dos outros.
Processos Cognitivos e Aprendizagem20
Figura 11: Modelo Modal.
De acordo com esta teoria, o primeiro componente é o sistema 
sensorial, de onde se cria o código cognitivo. Aqui é onde detectamos 
os aspectos de nosso ambiente, o entorno que nos rodeia. A partir 
disso, selecionamos e organizamos um processo de entrada e saída de 
informações para armazená- las na memória a curto prazo (MCP) e/ou 
memória a largo prazo (MLP).
Após a recepção e seleção da informação, nosso primeiro bloco de 
armazenamento se denomina memória a curto prazo (MCP). Aqui, o tempo 
de retenção das informações é relativamente curto e sua capacidade 
é limitada. Hoje, muitos acreditam na diferença entre memória a curto 
prazo e memória operativa (MO) ou de trabalho, pois alguns estudiosos 
defendem que, com a memória a curto prazo, enfatizamos a duração de 
uma determinada informação. Dessa forma, a memória operativa se refere 
à funcionalidade da informação de modo consciente.
Quando resolvemos, mentalmente, uma adição 33 + 24, o primeiro 
e mais habitual procedimento é somar as unidades e guardar o resultado 
na memória operativa, para então continuar a soma das dezenas até 
obter o resultado. Vamos a um novo exemplo? Pense no que você 
deseja fazer neste final de semana. Percebeu alguma coisa? Pois bem, 
Processos Cognitivos e Aprendizagem 21
as imagens que foram produzidas em sua mente ao ouvir as palavras 
“final de semana” são o retrato das ações que você deseja colocar em 
prática. Estas imagens estão guardadas na memória operativa.
A memória operativa pode ser codificada e, por isso, pode ser 
armazenada na memória a largo prazo (MLP). Aqui, existe uma integração 
entre os conhecimentos anteriores e os novos conhecimentos. A 
informação pode ser elaborada, alterada, transformada, recuperada e 
reconstruída. A principal caraterística da MLP é armazenar informações 
durante toda a nossa vida, para utilizá-las posteriormente.
O modelo Modal, anteriormente postulado por Atkinson e Shiffrin 
(1968) e posteriormente revisado por (Baddeley e Hitch, 1974), demostra 
que o processamento sensorial está interligado com a memória a MCP, 
MLP e com os processos metacognitivos que interferem diretamente no 
processo de cognição. Mas, o que vêm a ser processos meta-cognitivos?
DEFINIÇÃO:
O termo vem do conceito de metacognição, que representa 
o acervo de conhecimentos preliminares sobre os próprios 
conhecimentos que possuímos, além dos processos de 
avaliação, percepção, organização e regulação desses 
mesmos processos cognitivos.
Além disso, a MCP passa a diferenciar-se da memória operativa e 
da MLP. Essa última traz as informações declarativas e procedimentais, 
tais como as destrezas e atividades que possibilitam o movimento e a 
linguagem.
Baddeley (1986, 1987) propõe uma estrutura de memória operativa 
que compreende um sistema geral denominado executivo central e 
dois subsistemas: o bucle fonoarticulatório e a agenda viso-espacial.
IMPORTANTE:
A memória de trabalho (ou operativa) é uma espécie de 
processamento consciente dos códigos cognitivos, em 
que os objetivos podem ser modificados e a memória 
permanente fica encarregada de armazenar informações 
para usá-las posteriormente ao longo de toda a vida. 
Processos Cognitivos e Aprendizagem22
A teoria de processamento da informação contemporânea refere-
se, especificamente, à memória sensorial e à memória a curto prazo, 
sendo seus principais pressupostos: (BRUNING, SCHRAW e NORBY 2012):
1. Os sistemas de memória estão funcionalmente separados: todos 
os estudos cognitivos do processamento da informação definem dois ou 
mais sistemas de memória globais e que realizam funções específicas.
2. A atenção é limitada: a capacidade para realizar um esforço 
mental está limitada de várias maneiras.
3. Os processos cognitivos são automáticos e controlados: um 
processo cognitivo eficiente é o resultado do uso adequado dos recursos.
4. O significado é construído: o processo da informação é muito 
mais amplo do que traduzir e representar estímulos.
Linguagem e a fundamentação teórica 
sobre o desenvolvimento cognitivo
As alterações na linguagem, basicamente na língua oral, desper-
taram interesse em muitos pesquisadores e cientistas no mundo. No 
último século, psicológicos, médicos, filósofos e linguistas se ocuparam 
com investigações nas áreas de transtornos causados pela linguagem. 
Destacamos isto na tabela 2, que mostra alguns dos nomes mais 
relevantes que nos servem de base para estudos, e que fundamentaram 
pesquisas sobre as alterações da língua oral.
Tabela 2: Autores relevantes e pesquisas sobre alterações da língua oral.
Autor Área de pesquisa
Francis J. Gall
(1758-1828)
Relacionou lesão cerebral e alteração da 
linguagem.
Observou que as faculdades mentais são
funções fisiológicas.
Tentou especificar a localização cerebral com as 
funções mentais.
Seus estudos derivam da frenologia.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 23
Pierre Paul Broca
(1824-1880)
Impulsionou e reconheceu a limitação cognitiva 
(afasia).
Área de Broca (1861), postulou que os 
transtornos da linguagem se produziam devido 
às lesões na 3ª circunvalação frontal esquerda 
do cérebro.
Carl Wernicke
(1848-1905)
Continuou os estudos sobre a afasia.
Área de Wernicke (1908), sinalizou uma área do 
lóbulo temporal como diretamente implicada na 
compreensão verbal e na associação de sons.
Fonte: Imagens extraídas do Wikipédia.
A medicina e a neurologia contribuíram para o desenvolvimento 
das pesquisas indicadas na tabela acima. Logo, surgiram alguns críticos 
afirmando que o cérebro humano possuía mais atributos do que se 
imaginava, e que não se podia caracterizar as funções cerebrais de modo 
fracionado e independente.
Veremos que, simultaneamente, foram desenvolvidos estudos 
sobre as alterações da linguagem escrita, fundamentalmente no que diz 
respeito aos problemas apresentados com a leitura de texto. Aguilera 
(2003) indica alguns autores que estudaram o fenômeno das alterações 
na linguagem oral, como ilustrado na tabela 3.
Processos Cognitivos e Aprendizagem24
Tabela 3: Autores relevantes que pesquisaram sobre as alterações da linguagem.
Autor Área de pesquisa
James Hinshelwood
(1805-1866)
Amplia os estudos sobre a afasia em crianças com 
problemasde leitura.
Marca os termos de “incapacidade específica para a 
leitura”, “cegueira verbal adquirida” e “cegueira verbal 
congênita”
Propôs uma teoria sobre a localização
cerebral das alterações da leitura em 1917.
Samuel Orton
(1879-1848)
Em 1925, considerou que as dificuldades de leitura 
eram ocasionadas por um conflito
entre os hemisférios devido a uma dominância 
cerebral.
Descreveu seis alterações: alexia evolutiva, agrafia 
evolutiva, surdez verbal evolutiva, afasia motora 
evolutiva, tartamudez infantil e apraxia evolutiva.
Autor Área de pesquisa
W.S.Gray
(1885-1960), e C. T. Gray
Destacaram o valor do diagnóstico das medidas 
perceptuais e o movimento dos olhos.
Reconhecem múltiplas causas das
dificuldades leitoras.
Desenvolvem programas de intervenção.
Gilligham e Stillman
Desenvolvem pesquisas baseadas nas teorias de 
Orton e, a partir disso, elaboram um sistema que 
enfatiza a deficiência de associação, utilizando uma 
aproximação auditiva, visual e cinestésico-tátil.
Fernald e Keller
Em 1931, elaboram o Método cinestésico de ensino 
da leitura, no qual a criança deverá utilizar o tato e o 
movimento muscular.
Fonte: Adaptado de Aguilera, 2003, p. 4. Imagens extraídas do Wikipédia, Edublox, e 
Academy of Orton-Gillingham Practitioners and Educators
Processos Cognitivos e Aprendizagem 25
As pesquisas no campo da medicina seguem e ganham novos 
adeptos e novas considerações acerca das alterações e implicações 
perceptivo-motoras que envolvem o campo da linguagem. Com o 
florescimento das investigações nesta área, e com a chegada de Hitler 
ao poder, muitos pesquisadores interrompem seus trabalhos para 
continuar suas pesquisas nos Estados Unidos.
Nesta fase, os pesquisadores direcionam seus centros de estudo 
para as pessoas não-deficientes e aquelas que, aparentemente, não 
sofreram nenhuma lesão cerebral. Concomitante com tudo isto, as 
investigações sobre o desenvolvimento cognitivo e a revolução na 
psicologia cognitiva contribuem, de uma maneira ou outra, para que 
novas pesquisas sobre a linguagem sejam realizadas a partir de um 
enfoque psicológico e educativo.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos as 
seguintes leituras:
ANDERSON, J. R. (2005) Cognitive Psychology and its 
implications (6ª ed.). Nova Iorque: Worth.
EYSENCK, M. W.; KEANE, M. (2005). Cognitive Psychology: A 
student’s handbook (5ª ed.). Nova Iorque: Psychology Press.
RESUMINDO:
E então? Você viu como a história da Psicologia Cognitiva 
proporcionou diferenças na compreensão dos processos 
de aprendizagem? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos.
Primeiro: você observou que a psicologia cognitiva se 
estabeleceu como o estudo científico dos processos 
mentais, e que a psicologia experimental, iniciada em 1879, 
passou a ser de orientação cognitiva.
Segundo: o condutismo acabou convertendo-se na 
principal perspectiva das linhas de pesquisa entre os 
psicólogos americanos. A psicologia condutista se 
transformou em uma tendência para o mundo a partir 
de inúmeros estudos de psicólogos americanos que são 
referências até a atualidade. 
Processos Cognitivos e Aprendizagem26
É bom saber, que a partir do fim da segunda guerra mundial, 
o interesse pela psicologia cognitiva começou a ter um 
grande impulso entre outros investigadores que estavam 
insatisfeitos com a perspectiva condutista.
Terceiro: as ciências da informação começaram a se 
expandir e foram amplamente utilizadas como analogias 
para entender os processos cognitivos.
Quarto: o processamento da informação é uma metáfora 
defendida por muitos psicólogos, descrevendo os 
fenômenos psicológicos para o processamento cognitivo 
da informação pelos seres humanos e, nesse contexto, a 
memória é vista como um dos elementos básicos para o 
processamento da informação. 
Quinto: foi possível entender os conceitos básicos da 
psicologia cognitiva e a influência dos modelos de 
processamento da informação.
Sexto: verificamos que as pesquisas sobre linguagem 
marcaram a evolução do processo de desenvolvimento 
cognitivo, e foram impulsionadas por várias áreas do 
conhecimento.
O processo de aprendizagem sob o foco 
cognitivo
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender 
as contribuições da psicologia cognitiva para o processo de 
ensino e aprendizagem, além de como o processo cognitivo 
contribui para entendermos a aquisição da aprendizagem 
pelo indivíduo. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Processos Cognitivos e Aprendizagem 27
Figura 12: Imagem meramente ilustrativa.
Fonte: Pixabay.
A partir dos anos sessenta, vive-se uma grande revolução no 
âmbito acadêmico, em que os pressupostos teóricos sobre o sentido 
e significado da ciência sofrem alterações em distintas áreas do 
conhecimento, tais como a filosofia, a pedagogia, a psicologia, etc. 
Nesse ponto, a educação é alvo de um processo de inovação no que diz 
respeito aos estudos cognitivos, e é sobre isto que iremos discorrer ao 
longo deste capítulo.
A educação como perspectiva cognitiva
Você já imaginou um mundo com novas perspectivas? Observe 
que, com a revolução dos paradigmas científicos, sobretudo na psicologia 
cognitiva, a educação passa a ser alvo de inúmeras investigações, 
principalmente no que diz respeito às teorias e aos processos de 
aprendizagem. Você vai perceber que a diversidade de perspectivas 
científicas altera, consideravelmente, as formas de pensar sobre o 
processo educativo e suas relações com a atividade cognitiva do ser 
humano. Neste período, identificamos especialistas de distintas áreas, 
contribuindo com pesquisas sobre o processo cognitivo, em especial, 
aqueles cuja formação estivesse relacionada às áreas de medicina, 
biologia e psicológica.
Processos Cognitivos e Aprendizagem28
Jean Piaget (foto na figura 13) foi um epistemólogo que contribuiu 
com seus estudos sobre a infância, seu desenvolvimento e as habilidades 
da inteligência e aprendizagem. O psicólogo Lev Vygotsky (figura 
contribuiu com suas investigações no campo da psicologia histórico-
social, considerado um precursor da neuropsicologia soviética, com uma 
proposta de não reduzir os processos psíquicos a funções fisiológicas, mas 
considerá- los como processos constituídos nas interações sociais. Henri 
Wallon (1879- 1962) trouxe relevantes contribuições para a educação, 
psicologia e filosofia, principalmente sobre o contexto e origem do 
pensamento e do desenvolvimento da afetividade na criança. As obras e 
contribuições de Wallon são ricas em fontes de estudo sobre a psicologia 
genética e a neuropsicologia, compreendendo a psicogenética como 
o estudo da origem (gênese) dos processos psíquicos, não reduzidos à 
condição de determinismo genético.
Figura 13: Jean Piaget (1896-1980); 
Figura 14: Lev Vygotsky (1896-1934); Figura 15: Henri Wallon (1879- 1962).
Fonte: Wikipédia.
Por outro lado, devemos ter claro que o objeto de preocupação 
da maioria das pesquisas no campo educacional estava direcionado à 
concepção estática e unilateral do contexto do aprender. Não obstante, 
houve uma grande produção científica que estabelecia relações entre os 
processos de informação e a área educacional, para identificar como o ser 
humano transformava, recuperava e armazenava a informação recebida e 
o conhecimento que havia sido gerado.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 29
Nesse contexto, foi dado maior ênfase aos estudos sobre o conhe-
cimento, a informação e a comunicação. Neste século, paradoxalmente, a 
supervalorização dos meios de informação e comunicação se transformou 
em grande desafio para o nosso conhecimento. Observe a figura 16 e 
imagine como será nosso futuro, daqui a alguns anos, com os avanços 
da tecnologia. Descobriremos algo novo sobre o funcionamento de nosso 
pensamento? Como será o processo de aprendizagem?
Figura 16: Cidade do futuro.Fonte: Pixabay.
Nossa proposta, para este século, é ampliar o que já sabemos 
sobre a aprendizagem, tendo como foco a psicologia cognitiva. O século 
XXI será nossa oportunidade de produzir conhecimento que transforme 
o que hoje conhecemos sobre como se aprende ou como se ensina.
REFLITA:
Face a tudo isto que expusemos até aqui, voltamos a uma 
velha discussão: a educação é importante? Para quem a 
educação realmente importa?
Reflita sobre estas questões e descobrirá que as 
instituições educativas são muito importantes para a 
sociedade do conhecimento e, por sua vez, admitirá que 
todos reconhecerão sua importância. Agora sabemos 
que, o urgente e necessário é indicar um caminho entre a 
educação do passado e os saberes do futuro.
Processos Cognitivos e Aprendizagem30
EXPLICANDO MELHOR:
Seoane (1995) cita, como exemplo, alguns trabalhos sobre o 
contexto político que marcam as transformações no campo 
da educação, da sociedade e da política para a perspectiva 
cognitiva, a saber:
Stone (1981), que qualifica os anos 60 a partir 
da preocupação pela eficácia e o compromisso 
pessoal; White (1950), que considera que as novas 
gerações e seus estudiosos estão preocupados 
com o que são capazes de fazer; McClelland 
(1961), que determina a realização social e Rotter 
(1966), que estabelece o controle social; Campbell 
e outros (1964), que determinam o sentimento de 
impotência social e política. Dentro deste cenário, 
o modelo tradicional de educação e os processos 
clássicos de aprendizagem estariam com o tempo 
contado, mesmo reconhecendo que, em educação, 
as unidades temporais são mais extensas em sua 
eficácia e realização social (SEOANE, 1995, p. 46).
Como se define a perspectiva cognitiva
DEFINIÇÃO:
Entendemos por perspectiva cognitiva, o momento em 
que vários cientistas e estudiosos buscaram compreender 
novas possibilidades de entender o conhecimento e o 
saber humano.
A perspectiva cognitiva passa a ter maior validez a partir da segunda 
guerra mundial, com uma diversidade de áreas de estudos, tais como: 
Cibernética; Inteligência artificial; Ciências da Computação; Psicologia 
Cognitiva; etc. Podemos considerar que, nos anos sessenta, estes 
exemplos representam uma transformação científica e uma revolução na 
perspectiva das ciências cognitivas, caracterizando um movimento.
Pressupostos básicos da perspectiva cognitiva
Seoane (1995) nos indica quais foram as propostas em que se 
desenvolveram as metas da perspectiva cognitiva. Foram elas:
Processos Cognitivos e Aprendizagem 31
1. O sujeito ativo: o sujeito psicológico deve ser ativo, complexo no 
seu processamento e em suas estratégias de comportamento (IBAÑEZ, 
1989). Além disso, deve ser criativo e gerar planos orientados ao futuro.
2. Novos métodos: aqui, deve-se negar o rigor metodológico do 
empirismo positivista, característica original da perspectiva cognitiva. 
Devemos admitir uma multiplicidade de métodos de investigação.
3. Mente como informação: surge um novo conceito de mente. 
Este novo conceito está relacionado ao sistema de processamento da 
informação (SEOANE, 1995, p. 55).
Resumindo, a definição dos pressupostos de uma perspectiva 
cognitiva foram: o sujeito ativo, os novos métodos de pesquisa e o 
conceito de mente relacionado ao sistema de informação.
Educação, ciência cognitiva e aprendizagem
Mayer (1992) resume em três metáforas a aprendizagem e seus 
protagonistas:
1. Aprendizagem como aquisição de respostas: esta foi a 
concepção dominante no século XX, tanto em psicologia como na 
prática educacional. Define o sujeito como um ser passivo e objeto 
da aprendizagem. A aprendizagem é mecânica e está determinada 
por recompensas. O professor deve valorizar as condutas do aluno 
em detrimento das atividades. Além disso, deve esperar respostas 
específicas a estímulos específicos.
2. Aprendizagem como aquisição do conhecimento: esta 
concepção tem grande orientação cognitiva. A aprendizagem acontece 
a partir da relação do sujeito com o seu conhecimento. Aqui, o aluno 
aprende como um processador de informação, e o professor ensina 
como um distribuidor de informação. De acordo com Mayer, o currículo 
é a ferramenta básica da instrução. O conhecimento é avaliado a partir 
da quantidade de conhecimentos adquiridos.
3. Aprendizagem como construção do conhecimento: a partir deste 
enfoque, a aprendizagem passa a ter sentido para o sujeito que aprende. 
O professor se transforma em um participante ativo do processo e junto ao 
aluno. Ambos promovem a aprendizagem e a construção de conhecimentos 
em um ambiente de cognição adequado para a dinâmica didática.
Processos Cognitivos e Aprendizagem32
De modo geral, identificamos que estas definições de aprendiza-
gem estão relacionadas aos modelos de processamento de informação. 
Não obstante, vivemos em constante transformação social, por isso, 
entendemos que a educação é um elemento essencial para a promoção 
e formação do indivíduo.
Conceitos de problemas de aprendizagem, 
avaliação e intervenção.
RESUMINDO:
Você compreendeu tudo acerca do que abordamos até 
aqui? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que as revoluções, 
no âmbito acadêmico, contribuíram para o desenvolvimento 
das teorias cognitivas. A educação, como uma das áreas de 
interesse da psicologia cognitiva, passa a ter destaque no 
ambiente acadêmico e a produção científica se multiplica, 
principalmente no que diz respeito ao processo cognitivo. 
Alguns pesquisadores, sobretudo da área de psicologia 
e medicina, se destacam no contexto internacional e nos 
servem de referência até os dias de hoje, como: Vygotsky, 
Wallon ente outros. Com isso a preocupação de estudar a 
perspectiva cognitiva sob o foco educacional ganhou adeptos 
no mundo inteiro. É importante destacar as influências sociais 
presentes nesta época. Por último, revisamos o pensamento 
de Mayer sobre o contexto de aprendizagem.
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de analisar 
os seguintes conceitos: problemas de aprendizagem, 
dificuldades de aprendizagem, avaliação e intervenção. 
Além disso, vai discernir sobre a importância do processo 
de avaliação e intervenção no âmbito profissional. E então? 
Preparado para mais uma viagem, sem volta, rumo ao 
conhecimento? Então aperte o cinto e, boa viagem!
Processos Cognitivos e Aprendizagem 33
Dificuldades ou problemas de aprendizagem
A sociedade atual exige um maior nível de competitividade, de 
preparação profissional e de desenvolvimento pessoal para afrontar os 
desafios que o século XXI apresenta. Ao contrário, se um determinado 
indivíduo manifesta um desenvolvimento insatisfatório, principalmente 
na idade escolar, ou desenvolve dificuldades e problemas no percurso 
de aprendizagem, enfrentará um caminho mais difícil no processo de 
ensino e aprendizagem, bem como em sua integração social.
O que podemos fazer para reverter esse quadro? Como enfrentar 
as queixas das famílias sobre o baixo rendimento escolar de seus 
filhos? Que tipo de prática educacional é adequado para desenvolver o 
potencial desses alunos?
As experiências desenvolvidas na prática com crianças e 
adolescentes, a partir do enfoque neuropsicológico, estão se mostrando 
atrativas e, ao mesmo tempo, efetivas. Além disso, aportam novos 
conhecimentos profissionais para situações passadas. Se você observar 
as pesquisas sobre boas práticas educativas e as dificuldades de 
aprendizagem, poderá verificar como o enfoque sobre essas dificuldades 
era percebido por diversos autores. Salvaterra (1995), analisa que:
Nossa experiência, de mais ou menos vinte e cinco anos 
na atenção psicológica de crianças com problemas de 
aprendizagem escolar motivados pela falta de concentração 
(alto índice de distração), problemas na leitura, na escrita, 
instabilidade emocional, impulsividade e explosividade 
na conduta, na maioriadas vezes está determinada por: 
compromissos neurológicos que começam desde a imaturi-
dade neurológica até a lesão cerebral. Este compromisso 
cerebral aparente nos problemas de aprendizagem muitas 
vezes é percebido pelos pais e professores das crianças que 
padecem, mas preferem silenciar-se ou ignorar o problema 
como melhor forma de afrontá-lo” (SALVATERRA, B., 1995).
Processos Cognitivos e Aprendizagem34
Se observarmos esta perspectiva conceitual de Salvaterra (1995), 
concluiremos que o conceito de “problemas de aprendizagem” modificou-
se com as pesquisas mais recentes. Por isso, a neurologia e a neurociência 
aplicadas à educação contribuem com novos conhecimentos para a 
compreensão dos processos de aprendizagem e seus problemas e 
dificuldades, proporcionando instrumentos para uma avaliação mais 
criteriosa. Desse modo, podemos conhecer melhor os pontos frágeis e 
fortes de cada aluno e neles aplicar programas de intervenção capazes 
de enriquecer seu desenvolvimento em contextos escolares e sociais.
IMPORTANTE:
Revisando a literatura acerca do tema, verificamos que alguns 
autores apontam diferenças entre os termos: problemas 
de aprendizagem e dificuldades de aprendizagem. Para 
esclarecer este ponto, indicaremos o que se entende por 
aprendizagem e, a partir disso, a influência que cada termo 
exerce sobre o contexto de aprender, principalmente na 
escola.
Sabemos que as concepções de aprendizagem surgem com o 
legado das investigações empíricas, definindo que todo conhecimento 
provém da experiência. Partindo desta premissa, a psicologia, enquanto 
ciência do comportamento observável, passa a relacionar aprendizagem 
e condicionamento. Com o desenvolvimento de novas perspectivas 
de aprendizagem, surgem as ideias defendidas pelo fundamento 
epistemológico do tipo racionalista, destacando que todo conhecimento 
é anterior à experiência, resultado das estruturas mentais dos sujeitos. 
(GIUSTA, 2013).
Assim, entender estas posturas, sobre as concepções da 
aprendizagem, nos servirá como fio condutor para determinar o que 
entendemos sobre aprendizagem. Nesse caminho, iremos ao encontro 
dos pesquisadores Piaget e Wallon, que estudaram a gênese do 
processo e evolução psicológica da criança.
No entanto, Pain (1989) descreve que “o processo de apren-
dizagem se inscreve na dinâmica de transmissão da cultura, que 
constitui a definição mais amplia da palavra educação, com quatro 
funções independentes” (PAIN, 1989, p. 11):
Processos Cognitivos e Aprendizagem 35
a. Função mantenedora da educação: ao reproduzir em cada 
indivíduo o conjunto de normas que regem a ação possível – a educação 
garante a continuidade da espécie humana.
b. Função socializadora da educação: a utilização de utensílios, 
da linguagem e do habitat, transforma o indivíduo em sujeito e, para isto, 
a educação ensina as modalidades destas ações que se percebe no 
aprendizado e construção das normas sociais.
c. Função repressora da educação: permite conservar e 
reproduzir os valores e poder de cada classe ou grupo social.
d. Função transformadora da educação: possibilita a tomada de 
consciência para uma educação com e para a liberdade.
Tabela 4: Conceitos de aprendizagem.
Autor/ano Conceito
(Campos, 1986, 
p. 30)
“A Aprendizagem pode ser definida como uma 
modificação sistemática do comportamento, por efeito 
da prática ou da experiência, com um sentido de 
progressiva adaptação ou ajustamento”.
(Gagné, 1980, 
p. 6)
“A aprendizagem é inferida quando ocorre uma 
mudança ou modificação no comportamento, 
mudança esta que permanece por períodos 
relativamente longos durante a vida do indivíduo”.
(Kaplan, 1990, 
p. 91)
“A aprendizagem pode ser definida como uma 
mudança no comportamento, que resulta tanto da 
prática quanto da experiências anteriores”.
(Davidoff, 1983, 
p. 158)
“Aprender uma atividade que ocorre dentro de um 
organismo, e que não pode ser diretamente
observada; de forma não inteiramente compreendida, 
os sujeitos da aprendizagem são modificados: eles 
adquirem novas associações, informações, insights, 
aptidões, hábitos e semelhantes”.
Fonte: Adaptado de “Psicologia e Educação: o significado do aprender” (ZANELLE, 2003).
Processos Cognitivos e Aprendizagem36
Note que, no quadro da tabela 4, apresentamos alguns dos 
conceitos sobre o que se entende por “aprendizagem”. Analisando cada 
conceito, você identificará sua proximidade ou não da teoria de modelos 
do processamento da informação.
EXPLICANDO MELHOR:
A memória é um dos fatores que determina o processo 
de aprendizagem na vida e na escola. Por isso, muitos 
estudiosos defendem a memória como um dos requisitos 
básicos para a aprendizagem dos conhecimentos no âmbito 
escolar. Também, inúmeras pesquisas justificam que um 
déficit nas estruturas de organização do processamento 
das informações pode acarretar em problemas de 
aprendizagem simples e complexos.
Definição de problemas de aprendizagem
Figura 17: Foto ilustrativa em alusão a problemas de aprendizagem na escola.
Fonte: Pixabay.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 37
Você sabia que a definição de problemas de aprendizagem está 
relacionada ao desenvolvimento e história da Psicologia Escolar? Isso 
mesmo. A trajetória da psicologia escolar no Brasil acompanhou as 
grandes transformações do século XIX, além das propostas de psicólogos 
americanos e europeus. Nessa época, a psicologia se ocupava de tratar 
os problemas e deficiências das pessoas para aprender em contextos 
sociais normais. Por isso surgiram várias pesquisas, e o Brasil foi um dos 
países preocupados em estudar, em seus laboratórios de aprendizagem, 
os problemas de aprendizagem.
Os termos “problemas de aprendizagem” e “dificuldades de 
aprendizagem” sempre estiveram relacionados com a história e o 
desenvolvimento da psicologia escolar no Brasil e no Mundo. Um problema 
de aprendizagem pode estar associado a uma patologia aparente nos 
processos cognitivos, que impede ou dificulta a aprendizagem, para que 
esta, por sua vez, possa ser identificada, investigada e decifrada.
Segundo Pain (1989) o termo “problemas de aprendizagem” 
pode-se definir da seguinte maneira:
O “problema de aprendizagem é considerado como um 
sintoma no sentido de que o não-aprender não configura 
um quadro permanente, mas ingressa numa constelação 
peculiar de comportamento, nos quais se destaca como sinal 
de descompensação” (PAZ, 1971 apud PAIN, 1989, 28) .
No entanto, se revisarmos a literatura sobre o tema, descobriremos 
que, em alguns casos, um “problema de aprendizagem” se relaciona, 
muitas vezes, com o ambiente clínico, enquanto a expressão 
“dificuldades de aprendizagem” passa por um viés educacional, mas 
ambas têm a finalidade de explicar uma atividade cognitiva. Atualmente, 
concebemos o termo “dificuldades de aprendizagem” em sentido 
amplo, mas sem perder de vista as contribuições que são aportadas por 
outros profissionais. Por isso, pesquisamos sobre as duas perspectivas, 
considerando os diversos fatores que devem ser analisados ao 
considerar esse fenômeno como escola, família, comunidade, práticas 
pedagógicas, etc.
Processos Cognitivos e Aprendizagem38
Definição de dificuldades de aprendizagem
Figura 18: Foto ilustrativa em alusão a dificuldades de aprendizagem (causas neurais).
Fonte: Pixabay.
O conceito de “dificuldades de aprendizagem” surge com a 
preocupação e estudos de profissionais da área de medicina, principalmente 
neurólogos. Para realizar suas pesquisas, os cientistas estudavam indiví-
duos que padeciam de alguma deficiência, em sua maioria, aqueles que 
não possuíam a capacidade de falar, ler, movimentar-se, etc. Por isso, é 
fundamental entender o percurso histórico da expressão “dificuldades de 
aprendizagem” e a evolução deste conceito até os dias atuais.
Assim, antes de definir as dificuldades de aprendizagem, levare-
mos em conta as definições universalmente aceitas na história da 
medicina e dapsicologia, e que fazem as seguintes referências:
 � Alteração ou retraso no desenvolvimento: as funções cognitivas 
que auxiliam o processo de aprendizagem aparecem mais tarde.
 � Transtornos: desordem em um ou mais processos psicoló-
gicos básicos, envolvidos na compreensão da linguagem oral ou escrita, 
que pode manifestar-se na falta de habilidade para ouvir, falar, ler, 
escrever, pensar e operar com o cálculo.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 39
É interessante diferenciar alguns termos que se utilizam, 
indistintamente, de termos para expressar déficits ou dificuldades de 
aprendizagem e transtornos do desenvolvimento, como são os seguintes:
 � deficiência;
 � dificuldades de aprendizagem; 
 � transtorno de desenvolvimento; 
 � e invalidez.
DEFINIÇÃO:
Seguindo os critérios da Organização Mundial da 
Saúde (OMS), desde ano de 1983, uma deficiência está 
caracterizada pela anormalidade de uma estrutura ou 
função fisiológica, psicológica ou anatômica. A partir deste 
momento, visualizamos uma acentuada distinção entre 
estas terminologias: deficiência, problemas e dificuldades 
de aprendizagem.
Assim, podemos destacar alguns tipos de deficiências, como as 
que se seguem:
 � intelectuais; 
 � audição; 
 � musculoesqueléticas; 
 � desfigurador;
 � de linguagem; 
 � da visão; 
 � viscerais;
 � generalizadas; 
 � ou múltiplas.
Mas, como se configura a deficiência? A deficiência é a ausência da 
capacidade de se realizar uma atividade, da forma que se considera normal 
para o ser humano. Nesses termos, considera-se como deficiências as:
 � da conduta;
 � da comunicação; 
 � do cuidado pessoal; 
 � do movimento; etc.
Processos Cognitivos e Aprendizagem40
Então, podemos dizer que a expressão “dificuldades de 
aprendizagem” ganha espaço entre pesquisadores de diferentes áreas 
das ciências e, a partir disso, surge também a necessidade de se unificar 
o que se entende por esta expressão. Desse modo, observamos o 
desenvolvimento histórico antes de definirmos esta expressão, até os 
dias de hoje.
Veja que, a primeira definição formal para “dificuldades de 
aprendizagem” foi proposta em uma Conferência organizada pela 
Association for Children with Learning Disabilities (ACLD), organizada por 
esta associação de pais e educadores que lidam com alunos portadores 
de dificuldades de aprendizagem no âmbito escolar. Esta definição foi 
proposta por Samuel A. Kirk em 1962, esclarecia:
uma dificuldade de aprendizagem se refere a uma alteração 
ou retraso no desenvolvimento em um ou mais dos processos 
de linguagem, falar, soletrar, escrever ou aritmética que 
se produz por uma disfunção cerebral e ou transtorno 
emocional ou de conduta e não por um retraso mental, de 
privação sensorial ou fatores culturais ou instrucionais” (Kirk, 
1962, p.263 apud AGUILERA, 2003, p. 44).
H. Mycklebust (1963) faz referência aos aspetos neuropsicológicos 
para definir as dificuldades de aprendizagem, e destaca que:
utilizamos o termo Transtorno Neuropsicológico da Apren-
dizagem para referir-se a deficiências na aprendizagem, em 
qualquer idade, causadas por diferenciações no Sistema 
Nervoso Central e que não se devem a deficiência mental, 
alteração sensorial, ou causas psicogênicas. A etiologia pode 
ser enfermidade ou acidente, ou fatores evolutivos (adaptada 
de AGUILERA, 2003, p.45).
Processos Cognitivos e Aprendizagem 41
Continuando com a citação de Jesus (2015):
(...) devemos caminhar no sentido de superar as concepções 
que culpabilizam e/ou patologizam os alunos isoladamente 
pelo seu fracasso sem considerar o contexto social, político e 
econômico no qual está inserido, passando a olhar com mais 
atenção para seu cotidiano e para as interações que este 
sujeito estabelece com seus pares. Tendo em vista esses 
objetivos, a promoção da resiliência no ambiente escolar 
constitui-se em um meio para a superação das adversidades 
que surgem a partir dos erros cometidos pelos estudantes 
visando o sucesso na escolarização. (JESUS, T. D. S., 2015)
Por outro lado, Hammill (1990) se refere a um grupo heterogêneo 
de transtornos devidos a disfunções no Sistema Nervoso Central, seja 
de forma identificável ou induzida.
Numerosos estudos e publicações analisam a origem e o 
desenvolvimento histórico das dificuldades de aprendizagem, dos quais 
destacamos: los de Romero (1993), García (1995, 1998, Molina (19997), 
Gonzáles-Pienda y Nuñez (1998), Miranda (1986), Miranda, Soriano y 
Jarque (2001, Ortiz (2004), entre outros.
Observe, no quadro da tabela 4, as sínteses sobre o desen-
volvimento histórico das dificuldades de aprendizagem.
Tabela 5: Desenvolvimento histórico das dificuldades de aprendizagem.
Fase Características Autores
Etapa de
fundamentos
(1800-1940)
 �Criação do campo de 
trabalho.
 �Centrada em adultos com 
lesão cerebral.
 � Investigação médica clínica.
 � Iniciação em linhas sobre 
a linguagem: fala e escrita, 
e transtornos perceptivos-
motores.
Gall, Brouillard, 
Broca, Head, 
Hinshelwood, Orton, 
Fernald, Goldstein, 
Strauss y Werner.
Processos Cognitivos e Aprendizagem42
Etapa de 
transição
(1940-1963)
 �Desenho e aplicação de 
tratamentos corretivos.
 �Atenção a criança.
 � Investigação desde a 
Psicologia e Educação.
 �Desenvolvimento de 
instrumentos de avaliação.
Osgood, Wepman, 
Fernald, Myklebust, 
Kirk, Einsenson, 
Meginnis,
Kephart, Lehtinen, 
Cruickshank.
Etapa de 
Integração 
(1963 -1974)
 �Aparição de Learning 
disabilities.
 � Integração de tendências e 
enfoques.
 � Primeiras associações de 
padres e profissionais.
Kirk, Myklebust, 
Cruickshank, 
Kephart, Delecato, 
Frosting, Haring, 
Lindsley, Lovitt
Sínteses clássica de Wierderthold (1974), adaptado de García Vidal, I., 
Gonzáles Manjón, D. 2001, p. 15).
Avaliação
A avalição é um dos temas mais controversos em um processo 
de ensino e aprendizagem. Isto posto, convido você a analisar algumas 
questões sobre o processo de avaliação e buscar respostas de apoio que 
colaborem com nossas necessidades profissionais.
Figura 19: Imagem meramente ilustrativa.
Fonte: Pixabay.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 43
A avaliação deverá garantir um conjunto de dados da situação-
problema, criando, rapidamente, condições que favoreçam uma análise 
profunda dos dados e de suas variáveis para, a partir daí, estudar as 
alternativas e oportunidades de aprendizagem.
Alchieree Cruz(2003) esclarecemqueodesenvolvimento da 
Psicologia, enquanto ciência, deveu-se à sistematização dos processos 
psíquicos básicos e ao uso experimental das formas de medidas 
psicológicas que tinham como finalidade verificar os estágios de 
desenvolvimento e aprendizagem humana (ALCHIERE E CRUZ, 2003 
apud FACCI E SOUZA, 2014).
Lembre-se, para que o processo de avaliação seja efetivo, devemos 
garantir alguns requisitos como: investigação, identificação, estratégia e 
ferramenta de avaliação, como mostra o diagrama da figura 20:
Figura 20: Processo de avaliação.
O Conselho Federal de Psicologia define a avaliação, no contexto 
da psicologia, como um processo técnico e científico realizado com 
pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área do 
conhecimento, requerem metodologias específicas. Sugere-se que 
a avaliação seja dinâmica, e se constitua em fonte de informações de 
caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos, com a finalidade de 
subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo, 
dentre eles: saúde, educação, trabalho e outros setores em que se fizer 
necessária.
Disto, concluímos ser a avaliação um estudo que requer um 
planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e com os 
fins aos quais se destina.
Processos Cognitivos e Aprendizagem44
Sobre a avaliação, numa perspectiva interacionista do desen-
volvimento cognitivo, em situações de dificuldades de aprendizagem, 
é importante considerar os fatores socioculturais, didáticos, familiares, 
individuaisecomunitáriosentre as diferentes formas de avaliação existentes.
Podemos exemplificar com a avaliação assistida, proposta pela 
teoria socio-histórica de Vygotsky, que consiste em distinguir o que o 
indivíduo já sabe (desenvolvimento real) do que potencialmente pode 
aprender (desenvolvimento proximal), e, tanto a avaliação quanto a 
intervenção, acontecem nesse “espaço” entre o desenvolvimento real e 
potencial, denominado zona de desenvolvimento proximal (LINHARES, 
M. B. M. 1996)
Intervenção
Quando detectamos um potencial caso de problema ou dificuldade 
de aprendizagem, aparecem muitas entre os profissionais, a família e, 
principalmente, com respeito ao sujeito (adulto ou criança) e todo o seu 
contexto educacional, familiar e comunitário.
Por outro lado, entre os profissionais, existe a necessidade de 
compreender o problema a partir de uma perspectiva profissional, que 
é produzida por resultados de um processo de avaliação motivado 
anteriormente. Assim, a intervenção interfere na dinâmica da avaliação, 
considerando os fatores e as causas de um problema no campo 
específico das dificuldades de aprendizagem. Estes fatores podem ser:
IMPORTANTE:
Além disso, a Resolução CFP nº 07/2003 destaca que “os 
resultados das avaliações devem considerar e analisar 
os condicionantes históricos e sociais, e seus efeitos no 
psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos 
para atuar, não somente sobre o indivíduo, mas na 
modificação desses condicionantes que operam desde a 
formulação da demanda até a conclusão do processo de 
avaliação psicológica”. (Conselho Federal de Psicologia, 
junho, 2007, p. 8). Disponível em: http://bit.ly/34uSPpk
Processos Cognitivos e Aprendizagem 45
 � orgânicos; sociais; 
 � psicopedagógicos; 
 � culturais; 
 � e ambientais.
Então, o que significa Intervenção? Bem, se analisamos nossa 
realidade social e política, encontraremos um sentido pejorativo, negativo 
e, às vezes, repressivo da palavra. Mas, ainda bem que não é este tipo de 
intervenção a qual nos referimos, não é verdade?
DEFINIÇÃO:
No campo dos problemas de aprendizagem, entendemos 
por intervenção, um conjunto de técnicas, métodos e 
procedimentos capazes de mitigar ou eliminar os efeitos 
de tais problemas.
Aguilera e Rodrigues (2003), a partir dos estudos de Ellis (1993), 
ressaltam como relevantes os três grandes momentos que dão 
origem aos modelos de intervenção relacionados às dificuldades de 
aprendizagem (AGUILERA E RODRIGUEZ, 2003 apud ELLIS, 1993b). Na 
tabela 6, apresentamos estes períodos que marcam historicamente os 
modelos de intervenção na prática de nossos profissionais.
Tabela 6: Etapas que marcam a história dos modelos intervenção.
Momento Características
Apresentação 
do termo 
Learning 
Disabilities
Kirk (1963) apresenta esta expressão e desenvolve 
testes e programas de intervenção dirigidos aos 
processos psicológicos básicos (percepção, atenção, 
memoria, etc.) implicados na aprendizagem. Este 
autor define as dificuldades de aprendizagem como 
resultado de possíveis alterações.
Hammil e 
colaboradores 
criticam os 
modelos 
anteriores
As críticas ampliam e conduzem os profissionais 
para analisar questões centradas no contexto da 
aprendizagem. O modelo médico-clínico passa a ser 
refutado.
Processos Cognitivos e Aprendizagem46
Processamento 
da informação
A eficácia deste novo paradigma se faz notar por 
vários investigadores e profissionais.
Construtivismo 
e Instrução
Existe uma convergência entre o construtivismo e os 
paradigmas de instrução.
Fonte: Adaptado de Aguilera, 2003.
Gondim, Bastos e Peixoto (2010) observaram que, a partir de uma 
pesquisa realizada sobre o trabalho dos psicólogos brasileiros, “indícios 
apontam que o modelo de intervenção individual está sendo substituído 
por outro modelo, mais fortemente focado na intervenção social” 
GONDIN, BASTOS e PEIXOTO, 2010, p. 192 apud LOPES E NASCIMENTO, 
2015). Mesmo que as atividades em clínica de avaliação psicológica 
continuem como principais áreas de atuação da psicologia em nosso 
país, a psicologia da educação, campo consolidado e extremamente 
vasto em pesquisas, publicações e propostas de intervenção no Brasil, 
tem uma discussão ampla e expressiva sobre avaliação e intervenção 
em processos de aprendizagem.
Estamos de acordo com o questionamento de Facci e Souza (2014):
Se compreendemos as dificuldades escolares como 
expressão de um conjunto de relações que se estabelecem 
no processo de escolarização, constituídas por dimensões 
pedagógicas, institucionais, políticas, culturais e sociais, 
como construir métodos de avaliação que contemplem a 
complexidade do fenômeno estudado? (Facci e Souza, 2005)
Assim, as autoras concluem que,
(...) o foco do trabalho do psicólogo, do psicanalista ou do 
psicopedagogo está nas crianças e na forma como estes 
pensam ou compreendem a aprendizagem, e a intervenção 
deve ser feita a partir dela e/ou da de sua família. É sobre ela 
que recai o acompanhamento, tanto clínico quanto cognitivo 
(FACCI E SOUZA, 2014, p. 389).
Processos Cognitivos e Aprendizagem 47
Dessa forma, a avaliação e a intervenção são processos que se 
complementam onde os profissionais devem buscar caminhos que 
respeitem o sujeito e seu contexto histórico e social. Assim, entender a 
intervenção como um processo contínuo e de constante aprendizado é, 
portanto, um avanço na prática do profissional.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: “A pesquisa 
intervenção em psicologia da educação e clínica: pesquisa 
e prática psicológica” (SZYMANSKI e CURY, 2004) disponível 
na Internet e acessível pelo link: http://bit.ly/36vd5c4
RESUMINDO:
Vamos resumir o que você aprendeu até aqui, neste 
capítulo? Primeiramente, foi necessário definir um marco 
conceitual das expressões “problemas de aprendizagem” 
e “dificuldades de aprendizagem”. Partindo desta premissa, 
você deve ter entendido o que significa aprendizagem e 
como essa compreensão pode contribuir com os objetivos 
e necessidades do campo profissional em que se pretende 
atuar. A partir disso, foi proposta uma revisão da literatura 
sobre os conceitos de “problemas de aprendizagem” e 
“dificuldades de aprendizagem” em uma visão histórica, que 
contribuiu, de modo geral, para o que hoje conhecemos 
como psicologia cognitiva. Na sequência, nos referimos 
ao conceito de avaliação, dentro de um marco global na 
área de psicologia para compreender este processo e sua 
representatividade no contexto da intervenção psicológica e 
educacional. Isso porque consideramos como competência 
fundamental à formação de qualquer profissional desta área. 
Também reconhecemos o conceito de intervenção como 
uma continuidade do processo de avaliação, defendido por 
muitos autores como complementar.
Processos Cognitivos e Aprendizagem48
Aspectos psicossociais e cognitivos
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como os estudos dos aspectos psicossociais e cognitivos 
influenciam os processos de ensino-aprendizagem. Isso 
será fundamental para conceber a ideia sobre o pensamento 
humano e as influências que este exerce sobre o contexto 
social. Vamos lá!
Os estudos sobre aspectos cognitivos e aprendizagem se dividem 
entre os que trabalham com uma maior ênfase no interacionismo e na 
abordagem do processamento da informação. Neste sentido, cabe 
destacar:
 � Teoria psicogenética de Piaget:
Para Piaget (1983), a cognição humana é uma forma de adaptação 
biológica, na qual o conhecimento é construído aos poucos a partir 
do desenvolvimento das estruturas cognitivas que se organizam de 
acordo com os estágios de desenvolvimento da inteligência. Assim, 
desenvolvimento cognitivo está ligado aos processos de assimilação 
e acomodação que promovem o equilíbrio, variando de acordo com a 
idade (FLAVELL; MILLER, P.H.; MILLER, S.A., 1999; STERNBERG, 2000).
 � Teoria sócio-histórica de Vygotsky:Para Vygotsky (1998), o conhecimento é construído durante 
as interações entre os indivíduos em sociedade, desencadeando o 
aprendizado. Assim, o processo de mediação se estabelece quando 
duas ou mais pessoas cooperam em uma atividade, possibilitando 
uma reelaboração. Nesse sentido, os adultos que proporcionam 
modelos de comportamento organizam e estruturam a participação 
das crianças em atividades, sendo denominados “incentivadores 
cognitivos” na “participação orientada” (FLAVELL, 1979; MILLER, P.H; 
MILLER, S.A. (1999). Entretanto, as crianças não são passivas; assimilam 
o conhecimento e o reelaboram, viabilizando novas atitudes e gerando 
novos comportamentos, sucessivamente.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 49
A abordagem do processamento das informações compreende 
que nosso cérebro está em pleno desenvolvimento desde que 
nascemos. A adaptação e o processo de desenvolvimento cerebral 
envolvem processos cognitivos básicos, que nos permitem avançar, 
cultural e socialmente, para compartilharmos eventos com outros seres 
humanos, promovendo, assim, sua integração ao meio ambiente.
IMPORTANTE:
Lembre-se que a cognição equivale à capacidade do ser 
humano para processar a informação a partir da percepção, 
da experiência e do indivíduo. Para que isto aconteça, será 
necessário colocar em prática outros processos, como 
a atenção, a memória, a aprendizagem, o pensamento, 
entre outros. Baseando-se nas teorias do processamento 
da informação, a percepção seria a base para que outros 
processos cognitivos, tais como a linguagem, o pensamento 
e a inteligência, que são considerados complexos, se 
desenvolvam.
O conhecimento
Figura 21: Imagem meramente ilustrativa em alusão ao conhecimento humano.
Fonte: Pixabay
Processos Cognitivos e Aprendizagem50
Você sabe o que é o conhecimento? Como o conhecimento 
pode configurar nossa percepção sobre o mundo? A partir de agora, 
iremos estudar as relações que se estabelecem entre o conhecimento 
(conteúdos), o pensamento (processos cognitivos) e a interação 
social. Estas relações podem influenciar a maneira de compreender o 
funcionamento da mente humana. Vejamos, primeiramente, o papel do 
conhecimento nas atividades do ser humano.
Você sabe como o disco rígido de seu computador consegue 
armazenar tantas informações?
Figura 22: Imagem meramente ilustrativa.
Fonte: Pixabay
Em um HD (hard disk, ou disco rígido), sabemos, precisamente, 
quanto de informação somos capazes de armazenar em sua mídia. 
Mas, no caso da mente humana, qual seria o espaço necessário para 
armazenar todo o conhecimento de que dispomos, e iremos dispor até 
o final de nossa vida? Podemos armazenar conteúdo sem considerar o 
espaço que necessitamos?
O espaço que ocupa uma memória de computador não é o 
mesmo espaço que ocupa a memória operativa do ser humano. Por isso, 
em um computador, bem como em outros dispositivos, temos a opção 
de expandir a memória para armazenar mais e mais conteúdo. Agora, veja 
que interessante! O ser humano registra os conteúdos de forma diferente 
para economizar este espaço físico de armazenamento. A nossa memória 
operativa trabalha com um espaço reduzido e limitado. Por isso, nosso 
conhecimento é dividido em conhecimento geral e específico.
DEFINIÇÃO:
O conhecimento geral é aquele relacionado ao domínio 
do vocabulário e às habilidades de processamento da 
informação implicados na realização de uma tarefa.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 51
Vejamos algumas situações em que lançamos mão de nosso 
conhecimento geral:
1. Reconheço uma informação.
2. Interpreto esta informação.
3. Apresento esta informação ao mundo de diferentes maneiras.
Intuitivo, não? Vejamos, então, o que significa o conhecimento 
específico:
DEFINIÇÃO:
Oconhecimento específico se refere a um determinado 
tema que o ser humano deve dominar sobre uma tarefa 
específica da ciência e da realidade que o rodeia.
Consegue imaginar situações em que utilizamos conhecimentos 
específicos? Então, vejamos alguns exemplos:
1. Qual é o tipo de tarefa que temos para executar?
2. Em que consiste essa tarefa?
3. Como se forma ou qual é a estrutura desta tarefa?
4. Esta tarefa traz consequências para a vida do indivíduo ou grupo?
Por ser um tema que chama muita a nossa atenção, vamos 
ampliar nossas considerações sobre o conhecimento específico. Pinto 
(2001) nos indica que:
(...) as investigações realizadas no âmbito da psicologia 
cognitiva, nas áreas de aprendizagem e memória humanas, 
têm implicações importantes a nível escolar. Esclarece o autor 
que, nesse contexto, a aprendizagem não é independente 
dos outros processos mentais de atenção, percepção, 
memória e raciocínio, sendo o conhecimento de que somos 
portadores, oriundo do resultado da mediação, mais ou 
menos coordenada, dos vários processos cognitivos. (PINTO, 
2001, p. 1).
Processos Cognitivos e Aprendizagem52
Conhecimento declarativo
DEFINIÇÃO:
O tipo de conhecimento declarativo é aquele que identifica 
um determinado objeto, por exemplo: um carro.
Este conhecimento é representado por meio de proposi-
ções. Você sabe o que uma proposição representa uma 
unidade básica de informação no sistema de processamento 
de informação. Corresponde a uma ideia (GAGNÉ, 1985).
Em outras palavras, esta ideia deve apresentar um significado 
linguístico que possa afirmar ou negar um conceito. Também devemos 
observar que, em uma proposição, coexistem dois elementos: uma 
relação e um argumento.
Beltrán (1995) explica que o conhecimento declarativo abarca 
ideias, generalizações e teorias que foram armazenadas ao longo da 
vida, e está representado na memória em forma de redes de proposições 
(BELTRÁN et al. 1987, 1995).
Vejamos o exemplo de Alicia: “Alicia é uma aluna inteligente e 
atualmente está cursando o 3º ano da educação básica. Sua professora 
solicitou que ela relatasse para seus companheiros os nomes de todos 
os estados brasileiros e suas respectivas capitais. Como era de esperar, 
Alicia recitou todos os nomes de estados e capitais sem titubear” (Autor, 
2019). Este é um exemplo de conhecimento declarativo, pois agrupa as 
informações por meio de dados anteriormente estudados.
Assim, as ideias que se constituem como argumentos representam 
os nomes, os pronomes e, também, os verbos e os adjetivos. A relação 
de uma proposição delimita a ideia e, por isso, identifica-se diretamente 
com os verbos, adjetivos e advérbios.
Conhecimento procedimental
O conhecimento procedimental relaciona-se com o modo de se 
fazer ou se colocar uma ideia em prática, ou seja, o de produzir algo. Mas, 
como fazer ou executar uma tarefa?
Processos Cognitivos e Aprendizagem 53
Como construir uma casa, uma resenha ou um trabalho de fim de 
curso? Analise e aprecie a figura 23. Como foi construída esta casa, que 
hoje é o museu “Casa dos Contos”? Você pode reconhecer o estilo de 
construção? E, o que pode dizer sobre o seu estilo arquitetônico?
Figura 23: Museu “Casa dos Contos”
Fonte: Foto por Luis Rizo - obra de domínio público. Wikimedia commons
Então, propomos as seguintes perguntas: Que estilo arquitetônico 
foi empregado, e qual método de construção foi utilizado? Essas 
perguntas podem ser respondidas a partir de duas variáveis. Primeira: se 
o meu conhecimento é declarativo ou estático, posso indicar a resposta 
se recordo as informações. Segunda: para essa, utilizo uma resposta 
mais criteriosa, com outros argumentos fundamentados em pesquisa. 
Isso pode indicar que conheço outros procedimentos para a construção 
de uma casa, por exemplo. O conhecimento procedimental é dinâmico 
e pode transformar a informação.
Vamos a outro exemplo de conhecimento procedimental? Alicia 
necessita realizar a seguinte multiplicação: 919×3. Como ela realizará 
esta multiplicação? Para realizar esta operação, Alicia deverá transformar 
as informações iniciais em outra, para obter o resultado de 2.757. 
Portanto, a regra para distinguirum conhecimento procedimental de 
outro é verificar se eles podem ser representados por uma produção ou 
relação de condição-ação.
Processos Cognitivos e Aprendizagem54
Observe a tabela 7. Ela oferece alguns questionamentos para 
discernir entre os tipos de conhecimento declarativo e procedimental.
Tabela 7: Perguntas para avaliar o conhecimento declarativo, procedimental e ambos
CONHECIMENTO DECLARATIVO
1. Neste estado, a idade legal para beber álcool é a partir dos 
18 anos. Verdadeiro ou falso?
2. Moby Dick foi escrito por .
a. Hawthorne
b. Thoreau
c. Melville
d. Hemingway
3. Escreva o conceito de círculo.
4. Descreva os fatos e acontecimentos que levaram à Primeira 
Guerra Mundial.
CONHECIMENTO PROCEDIMENTAL
1. Qual das figuras representa um triangulo?
a. 
b. 
c. 
COMBINAÇÃO DE CONHECIMENTOS 
PROCEDIMENTAL E DECLARATIVO
1. Escreva uma redação sobre o tema: A principal causa da 
Segunda Guerra Mundial. Seja convincente!
Gagné (1985) observa que a distinção entre o conhecimento 
procedimental e o declarativo foi identificada pelo filósofo Ryle (1949), e 
é um aspecto fundamental da teoria de aprendizagem de Gagné (1977). 
A autora indica que esta distinção também aparece na teoria cognitiva 
de J. R. Anderson (1976), e ainda esclarece que, muitos dos psicólogos 
que realizam essa diferenciação, destacam que estes conhecimentos 
são independentes um do outro. Já outros psicólogos não encontram 
nenhuma diferença (Gagné, 1985). O que você pensa a respeito? São 
Processos Cognitivos e Aprendizagem 55
diferentes? Um professor poderia notar esta diferença em sala de aula? 
De modo geral, os conhecimentos declarativo e procedimental são 
muito importantes na dinâmica da vida escolar e, por isso, são temas de 
investigação da psicologia cognitiva.
Conhecimento condicional
O conhecimento condicional, ou melhor, o raciocínio condicional 
envolve duas cláusulas: uma delas é denominada “Se” e a outra “Então”. 
Este tipo de conhecimento postula o “quando” e o “porquê” devemos 
aprender uma determinada ideia. A cláusula “Se” especifica uma ou mais 
condições para produzir e executar uma tarefa. De outro modo, a cláusula 
“Então” organiza estas ações de forma racional para que sejam executadas.
Beltrán (1995) define o conhecimento condicional como essencial, 
porque sinaliza o campo de aplicação do conhecimento, evitando 
conhecimentos estáticos e favorecendo a transformação de uma tarefa 
primária em uma nova tarefa. Em linhas gerais, ele esclarece que, se 
ensinamos uma pessoa o que é um resumo (conhecimento declarativo), 
se ensinamos como produzir (conhecimento procedimental) e se 
ensinamos para que serve (ou sua utilidade), estamos ensinando um 
conhecimento condicional, discriminando a razão deste comportamento 
(BELTRÁN, 1995, p. 133).
Você irá reconhecer isto, na prática, quando ouvir falar do conhe-
cimento específico no processo de aprendizagem ou compreensão de 
conceitos, de modo significativo.
SAIBA MAIS:
A casa dos contos, hoje Museu, está localizada na cidade 
de Ouro Preto, em Minas Gerais, e foi construída entre 1782 
e 1787. Seu projeto está atribuído a José Pereira Arouca e se 
classifica como um casarão. Este casarão é um dos vários 
emblemas do turismo em Minas Gerias e foi construído 
para ser a residência de João Rodrigues de Macedo, 
cobrador de impostos da Capitania de Minas Gerais. Visite a 
página da Cidade de Ouro Preto, acessível pelo link: http://
bit.ly/2C9eGq4
Processos Cognitivos e Aprendizagem56
A teoria dos esquemas
DEFINIÇÃO:
A ideia de compreender o homem por sua mente e ações 
se inicia com Sócrates. Ele inovou o pensamento metafisico 
de tamanha maneira, que a filosofia passou a ser dividida 
em filósofos pré e pós-socráticos! Mas afinal o que ele disse 
de tão inovador?.
Bruning et al (2012) explica que “antes da década de 1970, o 
conceito de esquema era uma noção escura da psicologia experimental, 
aparecendo em uma perspectiva histórica na obra de Bartlett (1932) e 
nos trabalhos do filósofo do século XVIII Inmanuel Kant, que se referia 
às ‘regras da imaginação’, mediante às interpretações da experiência.” 
(BRUNING et al., 2012, p. 52)
Vamos comprar uma casa? O que é necessário saber para comprar-
mos uma casa? Observe a figura 24. Ela ilustra o plano de uma casa.
Figura 24: Museu “Casa dos Contos”
Processos Cognitivos e Aprendizagem 57
A imagem retratada na figura 24 representa o que lembramos 
quando desejamos comprar uma casa. Por exemplo, quais são as 
primeiras informações que devemos saber sobre a casa? Quantos quartos 
tem? Quantos banheiros? Para entender, quando vamos realizar uma 
compra desta magnitude, é prático listar uma série de itens ou desejos 
para efetivar a compra. No caso deste exemplo, a teoria dos esquemas 
pressupõe que existe uma representação mental ou conceitual sobre a 
“casa dos nossos sonhos”. Por isso, toda informação que organizamos 
está repleta de novos conteúdos, que se relacionam entre si.
Mesmo assim, a teoria do esquema, apesar de ser criticada por 
apresentar um caráter geral e impreciso sobre o conhecimento, continua 
sendo utilizada por muitos pesquisadores cognitivos, que seguiram 
ampliando suas investigações e desenvolvendo conceitos, com base nos 
esquemas da percepção, da memória e da solução de problemas.
Pensamento
Você pensa? Pare e pense. Pense rápido! O que está pensando 
agora? Qual é o modo que o ser humano utiliza para pensar? São tantas 
perguntas e tão poucas respostas. Talvez nenhuma. Mas o simples 
exercício de pensar sobre estas perguntas nos faz parar e revisar a 
literatura sobre os estudos e investigações sobre o pensamento.
Figura 25: William Shakespeare (1564-1616).
Fonte: Wikipédia.
Biólogos, nutricionistas, psicólogos, pedagogos, médicos, 
neurólogos, neurocientistas, educadores das atividades físicas e você 
estão preocupados em descobrir os propósitos ou as bases do ato de 
pensar ou de codificar uma informação ou mensagem.
Processos Cognitivos e Aprendizagem58
Por isso, a maneira e as estratégias de pensamento se revitalizam 
em distintos campos de pesquisa no Brasil e no mundo. Por que e para 
que devemos ensinar a pensar? Como profissionais, que necessidade 
possuímos de ensinar alguém a pensar? Encontramos algumas respostas:
Nickerson (1985) responde que:
os estudantes estariam bem equipados para competir 
efetivamente pelas opções educativas, postos de trabalho, 
reconhecimento social e gratificações no mundo social, isso 
quer dizer que, teriam mais possibilidades de sucesso na vida” 
(BELTRÁN, 1995, p. 144).
Glaser (1984) esclarece que “um pensamento crítico ajuda 
o cidadão a formular julgamentos inteligentes em temas públicos, 
contribuindo democraticamente para a resolução de problemas sociais” 
(BELTRÁN, 1995, p. 144).
Pois bem, como profissionais, das respostas encontradas, e 
seguindo nosso campo ético de formação, verificamos que seria 
impossível negar a alguém nossa colaboração para aprender a pensar. 
Isso porque acreditamos que todos os indivíduos devem estar preparados 
para tomar sábias resoluções em suas vidas e poderem compartilhar 
decisões em benefício de si mesmos, para viverem em sociedade.
IMPORTANTE:
Acreditamos que os profissionais devam ampliar sua prática 
de ensino para que o indivíduo aprenda a pensar. Por outro 
lado, apontam Bereiter e Scardamalia, “se os professores 
se limitam a ser apenas transmissores de conhecimento, 
o resultado pode ser que os estudantes adquiram um 
conhecimento inerte, quer dizer, conhecimento inútil, 
que não será utilizado porque não está representado na 
memória a largo prazo, de um modo adequado que possa 
facilitar a recuperação, ao não estar conectado com o 
resto dos dados informativos na rede cognitiva do sujeito” 
(BERIETER E SCARDAMALIA, apud BELTRÁN, 1995, p. 147).
Processos Cognitivos e Aprendizagem 59
Interação social
O que você pode dizer sobre as relações que estabelecemos uns 
com osoutros? Interagimos socialmente com facilidade? Aprendemos 
com estas interações? Até que ponto podemos aprender e ensinar uma 
tarefa para um companheiro de classe? Chegamos ao ponto em que o 
pensamento humano e suas interações sociocognitivas passam a ser o 
foco da atenção dos investigadores de diferentes áreas do conhecimento.
Assim, o social e cognitivo passam a representar um movimento 
teórico com raízes nas ideias de Piaget e Vygotsky, que fundamentam o 
desenvolvimento cognitivo relacionando às interações do indivíduo com 
o ambiente. Piaget descreve a construção do conhecimento por meio 
de estágios de desenvolvimento cognitivo, que se daria na relação do 
indivíduo, suas condições orgânicas em cada fase do desenvolvimento 
e do ambiente.
Vygotsky, embora interacionista, como Piaget, coloca em sua 
pesquisa uma ênfase na importância dos aspectos sociais para a 
compreensão do desenvolvimento cognitivo na relação socio-histórica, 
ou seja, o homem como um ser social que, em uma relação dialética 
com o meio, constrói sua condição humana e modifica historicamente a 
humanidade (ontogênese) .
Na teoria sócio-histórica, as relações interpessoais, denominadas 
de intersubjetividade, são a base para formação da subjetividade, 
como, por exemplo, os aspectos cognitivos. Analisando um pouco dos 
pressupostos teóricos de Piaget, notamos que ele considera a criança 
como ser ativo e responsável pelo seu desenvolvimento, selecionando 
os estímulos do meio e interagindo com estes. O indivíduo passa a ser o 
maior protagonista na relação indivíduo-meio, buscando e controlando 
seus estímulos com o meio para construir seu conhecimento. Piaget 
completa sua ideia, alertando que esta busca de estímulos está 
organizada por estruturas cognitivas que direcionam o sujeito em suas 
escolhas.
Libâneo (2004) comenta que “o suporte teórico de partida é 
o princípio vygotskiano de que a aprendizagem é uma articulação 
de processos externos e internos, visando à internalização de signos 
culturais pelo indivíduo, o que gera uma qualidade autorreguladora 
Processos Cognitivos e Aprendizagem60
às ações e ao comportamento dos indivíduos. Esta formulação realça 
a atividade sócio-histórica e coletiva dos indivíduos na formação 
das funções mentais superiores, do caráter de mediação cultural do 
processo do conhecimento e, ao mesmo tempo, da atividade individual 
de aprendizagem pela qual o indivíduo se apropria da experiência 
sociocultural como ser ativo.” (LIBÀNEO, 2004, p. 6)
Por isso, devemos considerar que a relação de aprendizagem com 
o indivíduo deverá proporcionar condições de ensino- aprendizagem que 
fomentem capacidades e habilidades do pensar a partir das condições 
internas do sujeito, relacionando- as com o contexto sociocultural.
EXPLICANDO MELHOR:
Biólogo de formação, Piaget considera que “não é 
possível compreender o desenvolvimento psicológico 
sem considerar suas bases orgânicas” (PIAGET, 1971 apud 
RODRIGO, 1984, p. 692). Rodrigo (1984) esclarece que esta 
frase de Piaget não indica um retorno a programas inatistas 
que tratam de explicar o desenvolvimento cognitivo, levando 
a variáveis biológicas, mas sim que buscam a existência de 
uma continuidade entre mecanismos biológicos básicos 
e desenvolvimento cognitivo. Assim, o desenvolvimento 
da inteligência é um caso particular do desenvolvimento 
biológico geral, e seu funcionamento é uma forma especial 
da atividade biológica. Piaget, neste caso, refere- se ao 
desenvolvimento cognitivo como uma embriologia mental” 
(PIAGET, 1947, 1950 apud RODRIGO, 1984 p. 692).
SAIBA MAIS:
Se você deseja aprender mais coisas sobre as ferramentas 
informáticas da ciência cognitiva, leia o capítulo de 
Aitkenhead e Slack em Issues in cognitive modeling (1985), 
ou, se prefere aprofundar-se na metodologia de pesquisa 
sobre a cognição, leia Methods and tactics in cognitive 
Science (1984), de Kintsch, Miller e Polson.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 61
RESUMINDO:
Chegou a hora de sintetizar tudo o que vimos neste 
capítulo. Você deve ter compreendido a importância dos 
estudos sobre os aspectos psicossociais e cognitivos. 
Primeiro, analisamos que o conhecimento representa 
as informações, mentalmente, seguindo as formas de: 
preposições, reproduções e imagens. Segundo, você 
entendeu que o conhecimento declarativo nos traz a ideia 
de proposições. Uma proposição é a unidade básica de 
informação e consiste em uma ideia. Quando identificamos 
o conceito de algo, sabemos o que nos referimos ao 
conhecimento declarativo. Terceiro, o conhecimento 
procedimental é aquele que executa uma tarefa sobre 
uma determinada informação, ou seja, o saber fazer 
algo. Quarto, o conhecimento condicional responde ao 
raciocínio sobre determinado objeto ou ideia. Em outras 
palavras, ele responde para que serve ou qual a utilidade 
de algo. Quinto, a teoria dos esquemas está representada 
por estruturas mentais que organizam o conhecimento. 
Sexto, atualmente existem inúmeras investigações sobre 
o ato de pensar humano, com o objetivo de investigar e 
melhorar as condições de aprendizagem para a vida. Por 
último, verificamos que a interação com o meio é um 
dos fatores que influenciam o conhecimento humano. A 
partir disso, foram promovidas investigações situadas na 
psicologia cognitiva.
Processos Cognitivos e Aprendizagem62
REFERÊNCIAS
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abordagem do processamento da informação. Ci. Inf. Brasília, v35, nº1, 
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conhecimento: uma discussão com pressupostos da escola de Vygotsky. 
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