Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Aula 02
Processos 
cognitivos e 
escola
Cláudia M. C. Dias
Processos Cognitivos 
e Aprendizagem 
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Olá. Meu nome é Cláudia M. C. Dias. Sou formada em Pedagogia, 
Doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Alicante. 
Experiência como psicopedagoga e docente a mais de 29 anos. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Autora 
CLÁUDIA M. C. DIAS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e inda-
gações lúdicas sobre 
o tema em estudo, 
se forem necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Atenção, percepção e memória 10
O que é atenção? 10
 Conceito de atenção 11
 Atenção seletiva: o que é? 11
 Atenção Sustentada 12
 Atenção focalizada 13
 Atenção dividida 13
Percepção 13
A Memória 16
 Um pouco de história 16
 Esquemas: os estudos de Bartlett 18
Emoção, conceitos e categorização 21
Emoção 24
 O desenvolvimento emocional 26
A expressão emocional 27
Empatia 28
Funções executivas, resolução de problemas e linguagem 29
O que são as funções executivas? 29
 Primeira Infância: o que é? 31
 Primeira Infância no Brasil 32
Resolução de Problemas 33
 Perspectiva histórica 33
 Estratégias para resolver problemas 34
Linguagem 36
 Linguagem e psicologia cognitiva 36
O processo escolar de ensino-aprendizagem, conceitos e 
características 38
A cognição na escola 38
 Conceito de Aprendizagem 41
 Aprendizagem e suas definições 41
Como aprendemos? 42
Como ensinamos? 44
Concepções de aprendizagem 45
Processos Cognitivos e Aprendizagem 7
UNIDADE
02
PROCESSOS COGNITIVOS E ESCOLA
Processos Cognitivos e Aprendizagem8
Você sabia que os processos cognitivos estão relacionados à vida 
escolar de nossos alunos? Já parou para pensar que o desenvolvimento 
cognitivo deve ser trabalhado na escola desde os primeiros dias de 
aula? Pensando nisso, convidamos você para a conhecer e analisar 
uma revisão da literatura sobre este tema, visando contribuir para 
a compreensão dos processos cognitivos. Neste capítulo serão 
apresentados os conceitos de atenção, percepção e memória. Sobre a 
atenção, iremos apresentar sua definição e conhecer suas características. 
A partir disso, estudaremos sobre a percepção e aprofundaremos 
nossos conhecimentos sobre a memória. Na sequência vamos conhecer 
os conceitos e algumas categorizações da emoção. Esses temas são 
relevantes para entendermos as funções executivas e como elas estão 
ligadas à resolução de problemas e ao desenvolvimento cognitivo da 
linguagem, temas do terceiro tópico deste capítulo. No último tópico 
conheceremos algumas teorias de aprendizagem e alguns conceitos 
relacionados ao processo de ensino aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Processos Cognitivos e Aprendizagem 9
Olá! Seja bem-vindo à Unidade 2, o objetivo desta unidade 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender os conceitos de atenção, percepção e memória.
2. Conhecer algumas teorias sobre o desenvolvimento da 
emoção nas habilidades adquiridas pelo indivíduo.
3. Identificar as funções executivas, relacionando com as 
habilidades de resolução de problemas e o processo de desenvolvimento 
da linguagem.
4. Compreender o processo de ensino-aprendizagem, seus 
conceitos e principais características para o conhecimento humano.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
OBJETIVOS
Processos Cognitivos e Aprendizagem10
Atenção, percepção e memória
Analisar os conceitos de atenção e percepção sob a perspectiva 
da psicologia cognitiva. Conhecer os estudos sobre a memória e suas 
relações com a atenção e a percepção.
OBJETIVO:
A ideia de compreender o homem por sua mente e ações 
se inicia com Sócrates. Ele inovou o pensamento metafisico 
de tamanha maneira, que a filosofia passou a ser dividida 
em filósofos pré e pós-socráticos! Mas afinal o que ele disse 
de tão inovador?.
O que é atenção?
Considerada como uma das funções mais importantes de nosso 
cérebro, a atenção é reconhecida como uma temática de máxima 
importância por muitos pesquisadores. A atenção é uma das atividades 
mais complexas do cérebro e para estudá- la é necessário que 
estejamos atentos. Nossa vida e realidade estão cheias de símbolos que 
nos remetem a um determinado momento ou ponto de atenção.
Figura 1: Sinal de atenção
Fonte: Flaticon
Pois bem, atenção é dar foco a determinado acontecimento, 
aspecto ou fato em detrimento de outras situações que estão 
acontecendo. Por exemplo, pense quantas vezes já te fizeram a pergunta 
“Você está prestando atenção?”. Vamos conhecer o conceito de atenção.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 11
Conceito de atenção
Podemos definir o termo “atenção” de modo geral como:
DEFINIÇÃO:
“Atenção” se refere a concentração e ao foco da atividade 
mental (MATLIN, 1983 apud BEST, 2001, p. 41). Em outras 
palavras, é o esforço mental que se realiza conscientemente 
para eleger um determinado estímulo.
Segundo Luria (1984) a atenção é o fator responsável por extrair 
os elementos essenciais para a atividade mental, um processo que 
mantém uma vigilância sobre o curso preciso e organizado da atividade 
mental. Já William James destaca a seletividade como um parâmetro 
de possessão pela mente, de forma clara e vívida, de um entre vários 
objetos ou pensamentos que podem aparecer simultaneamente 
(REBOLLO et al., 2006).
Fúster (1995) sinaliza e inclui alguns aspectos sobre a atenção 
denominados de “preparação”, também conhecido como memória de 
funcionamento ou como memória seletiva. O autor classifica a atenção 
como: atenção seletiva, atenção sustentada, atenção focalizada e 
atenção dividida (REBOLLO et al., 2006).
Atenção seletiva: o que é?
São necessárias duas perguntas prévias para iniciar o estudo e 
denominar o que é a atenção seletiva: Você consegue dirigir e dançar 
ao mesmo tempo que está falando por telefone? É fácil? Ou talvez você 
seja um craque em comer e cantar, ao mesmo tempo em que realiza 
exercícios de yoga? Parecem ideias e ações controvérsias, mas na 
realidade pode ser que consigamos executar uma atividade ou outra, 
desde que não tenhamos nenhum estímulo que desvie nossa atenção.
Processos Cognitivos e Aprendizagem12
Atenção Sustentada
Quantas horas de estudo você consegue manter em uma rotina 
diária? Podemos afirmar que a atenção sustentada está relacionada a 
quantidade de tempo que o indivíduoconsegue focar sua atenção em 
uma tarefa.
A atenção sustentada nos permite investigar sobre a temporalidade 
e qualidade da atenção de um determinado indivíduo. Sancovschi e 
Kastrup (2013) afirmam que:
[...] o problema da sustentação da atenção resume-se a 
como fazer com que a atenção se mantenha de maneira a 
garantir que a tarefa seja realizada com eficiência, trata-se, 
portanto, de uma questão de performance, e não de um 
tempo necessário à experiência de estudo (SANCOVSCHI E 
KASTRUP, 2013, p. 195).
As autoras apresentam, em seus estudos, as duas possibilidades 
que foram analisadas por W. James para sustentar a atenção: a via do 
esforço e a via do interesse. De acordo as os estudos de W. James, 
o tempo que um indivíduo deve dedicar aos estudos dependerá 
exclusivamente de seu interesse pela tarefa que será executada.
A preocupação central no estudo sobre a atenção sustentada está 
baseada, fundamentalmente, na análise de como esse tipo de atenção 
influencia na performance da realização de uma tarefa pelo indivíduo.
IMPORTANTE:
Quando selecionamos um estímulo principal e descartamos 
outros, ou seja, aqueles que consideramos secundários 
para completar uma tarefa ou ação, estamos categorizando 
nossa atenção. Então, esta escolha seletiva se caracteriza 
pela seleção de uma mensagem principal em detrimento 
a um conjunto de informações que denominamos como 
secundário. Por isso, chamamos de “atenção seletiva” este 
tipo de seleção da informação. 
Processos Cognitivos e Aprendizagem 13
Um exemplo de atenção sustentada é manter-se concentrado 
por três a quatro horas em determinada atividade como ler um livro, 
assistir uma palestra ou ver um filme.
Atenção focalizada
A atenção focalizada ou concentrada está relacionada a situações 
em que, ao contrário da atenção seletiva, o foco é destinado apenas à 
uma atividade ou situação. Nesse caso, a atenção está voltada para uma 
única ação e não conta com a intervenção de fatores externos. Ou seja, a 
pessoas se desliga completamente do ambiente e foca exclusivamente 
na atividade que está realizando naquele momento.
Atenção dividida
A atenção dividida ou alternada permite que o indivíduo realize 
mais de uma atividade ao mesmo tempo, é necessário cuidado para 
não confundir com falta de foco. Para muitas pessoas, por exemplo, 
é fácil estudar e ouvir música ao mesmo tempo, pois consideram 
que sejam tarefas complementares. No entanto, para outras isso é 
algo extremadamente difícil, às vezes sendo impossível realizar duas 
atividades ao mesmo tempo.
Agora que já conhecemos um pouco sobre os tipos de atenção, 
vamos entender o conceito de percepção. Você já parou para pensar no 
significado de percepção? Vamos ver o que alguns autores falam sobre 
a percepção.
Percepção
Segundo o dicionário Aurélio, percepção é:
“Ação ou efeito de perceber, de compreender o sentido de 
algo por meio das sensações ou da inteligência: percepção 
do sofrimento, do clima”.
Ou seja, sempre que entendemos o frio ou o calor, o quente ou o 
gelado, o triste ou o feliz, trata-se de uma percepção.
Processos Cognitivos e Aprendizagem14
De acordo com Chauí, a percepção da sensação, conforme a 
tradição filosófica do século XX, se dá pelo grau de complexidade. Enquanto 
a sensação é definida como uma reação corporal imediata a um estímulo 
ou excitação externa, sem que seja possível distinguir no momento da 
sensação o estímulo exterior e interior. Assim, quando um sujeito verbaliza 
que algo está quente, por exemplo, quer dizer que a comida está quente, 
isto é, as qualidades são sentidas de forma mais ampla e complexa do que 
uma sensação isolada. Concluindo, só existem sensações sob a forma de 
percepções, isto é, sínteses de sensações (CHAUÍ, 2000).
Chauí (2000) explica que a sensação seria um ponto do objeto 
externo que entra em contato com algum dos sentidos para chegar ao 
cérebro e retornar ao ponto de origem sensorial.
A causa do conhecimento sensível é a coisa externa, de modo 
que a sensação e a percepção são efeitos passivos de uma atividade 
dos corpos exteriores sobre o nosso corpo (CHAUÍ, 2000, p 152).
CHAUÍ (2000) expõe que o termo alemão Gestalt significa: 
configuração, figura, estrutura, forma.
IMPORTANTE:
A percepção é o modo como tomamos Consciência 
dos objetos, em especial sobre aquilo que nos é dado 
pelos sentidos. A pergunta que muitos filósofos colocam 
acerca da percepção é a seguinte: será que o fato de 
percepcionarmos objetos é suficiente para justificar a 
nossa crença na sua existência fora da nossa consciência? 
(ALMEIDA et al, 2009, p. 201).
A “percepção” apresenta as seguintes características em torno do 
seu conceito, Chauí (2000): 
 � uma experiência dotada de significação; 
 � a organização de formas e estruturas do mundo que estão 
dotadas de sentido; 
 � uma relação do sujeito com o mundo exterior e não uma 
reação físico-fisiológica de um sujeito físico-fisiológico a um conjunto de 
estímulos externos (empirismo), nem uma ideia formulada pelo sujeito 
(intelectualismo);
Processos Cognitivos e Aprendizagem 15
 � forma de comunicação que estabelecemos com os outros e 
com as coisas;
 � um campo perceptivo que indica a relação entre o corpo, 
sujeito e objetos num campo de significações visuais, tácteis, olfativas, 
gustativas, sonoras, motrizes, espaciais, temporais e linguísticas;
 � envolvimento de contextos: personalidade, história pessoal, 
afetividade, desejos, paixões como forma fundamental do ser humano 
estar no mundo;
 � envolvimento social, sociedade e grupo;
 � uma maneira de ter ideias sensíveis ou significações perceptivas;
 � estar sujeito ao erro: ilusão.
Além das características apresentadas pela autora, vamos 
conhecer outras definições de “percepção”, aqui faremos uma exposição 
sobre diferentes concepções do termo, conforme a corrente teórica:
1. Empiristas: a percepção seria advinda de uma ‘associação de 
sensações’. As sensações se dariam no estímulo externo, em contato 
com os órgãos dos sentidos, e seria processada organicamente – dando 
origem a percepção.
2. Intelectualistas: percepção é considerada a interpretação, 
dada por um sujeito ativo, das situações vivenciadas. Ou seja, depende 
das condições particulares do sujeito e está passível de equívocos.
A partir do século XX, essas concepções são ampliadas com 
contribuições da filosofia e da psicologia, dando origem a duas outras 
correntes, que não diferenciam sensação de percepção, sendo elas:
3. Fenomenologia do conhecimento: a percepção é considerada 
como origem e parte principal do conhecimento humano, mas é 
compreendida pela subjetividade do sujeito construída na sua relação 
com o ambiente.
4. Psicologia da Forma (ou Gestalt): considera a relação entre 
os estímulos e como os percebemos, difere o todo das partes para 
construirmos uma percepção.
Antes de passarmos para nosso próximo tópico de estudo, 
observe uma imagem da psicologia Gestalt. Nessa imagem algumas 
pessoas irão visualizar uma senhora, enquanto outras visualizam uma 
dama, esse é um exemplo de percepção visual.
Processos Cognitivos e Aprendizagem16
Figura 2: Percepção visual
Fonte: Pixabay
A Memória
Certamente você já deve ter parado para pensar nas histórias 
mais emocionantes de sua vida. Bem, não nos colocaremos nostálgicos, 
porque falar sobre memória irá ampliar nossas considerações 
profissionais e pessoais. Por exemplo, você se recorda do primeiro dia 
de escola? Qual foi a primeira palavra que disse no entorno familiar?
Um pouco de história
Vamos conhecer um pouco sobre o trabalho de um filósofo e 
psicólogo chamado Hermann Ebbinghaus (1850-1909). Suas pesquisas 
contribuíram para o desenvolvimento de um vasto campo de estudos 
sobre a memória. Ebbinghaus decidiu estudar a memória a partir de novos 
conhecimentos, um de seus experimentos consistia em estudar uma 
combinação de sílabas sem sentido, com o objetivo de aprender e recordar. 
Como umgrande pesquisador experimental (Baddeley, 1990), 
controlou o estudo de cada sílaba com um metrônomo que marcava o 
ritmo cada 2 os 2,5 segundos, dependendo do tipo de estudo (Baddeley, 
1990 apud BEST, 2001). Em linhas gerais, para verificar a efetividade 
do experimento desenvolveu um método para avaliar os resultados e 
elaborou o que ficou conhecido como ‘curva do esquecimento’.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 17
Figura 3 – Hermann Eddinghaus
Fonte: Wikipedia
Depois da grande colaboração de Ebbinghaus, que até hoje 
recebe admiração em distintos contextos profissionais, veremos que 
o enfoque do processamento de informação da memória (Atkinson e 
Shiffrin, 1968; Waugh e Norman, 1965) ganha grande espaço como 
campo de investigação e pesquisa.
Pois bem, dentro do enfoque do processamento de informação, 
entendemos como funciona um sistema de componentes que deposita 
ou armazena dados que são possíveis de ser representados e que 
recebem o nome de códigos cognitivos. É importante destacar que esta 
perspectiva descreve que os códigos cognitivos podem ser transferidos 
de um depósito a outro, chamados de processo de controle, e que um 
destes ‘armazéns’ é denominado de registro sensorial (BEST, 2001, p. 88).
Agora imagine quanta informação recebemos ao longo de uma 
hora, um dia e um ano, ou melhor, durante nossa vida. Existe espaço 
suficiente para armazenar toda esta informação? Quais os tipos de 
estímulos sensoriais que recebem informação constantemente? Pense! 
Para cada registro sensorial há um sentido e toda a informação recebida 
é alterada pelo fator tempo. Afinal, quantas memórias realmente 
possuímos?
É importante lembrar que falar da quantidade de componentes 
de nossa memória nos faz perceber que existem inúmeras lembranças e 
que recuperá-las ou guardá-las, às vezes, não é tarefa nada fácil.
Observe na tabela a seguir algumas pesquisas que relatam tipos 
de memória e os autores que desenvolveram essas pesquisas.
Processos Cognitivos e Aprendizagem18
Tabela 1: Estudos contemporâneos sobre a Memória.
PESQUISA DESCRIÇÃO
Memória Associativa
(Raajmakers e Shiffrin, 
1981)
Para guardar algum dado devemos 
associá-lo com uma ideia ou conceito 
anterior.
Memória episódica e 
semântica (Tulvin, 1972, 
1983)
Este autor apresenta uma diferença dos 
tipos de memória permanente:
1. a memória episódica corresponde a 
dados pessoais;
2. a memória semântica se relaciona com 
a anterior e se organiza a partir dos dados 
de conhecimento geral que podem ser 
organizados hierarquicamente.
Karl Lashley (1929, 1950) 
memória e organização 
cerebral.
Dois princípios básicos:
1. Ação massiva;
2. Equipotencialidade.
Já que estamos falando de pesquisa, vamos conhecer o estudo 
de Bartlett? Ele, assim como outros pesquisadores, dedicou suas 
pesquisas ao estudo da memória e desenvolveu um teste de memória.
Esquemas: os estudos de Bartlett
Bartlett (1932) realizou diversos estudos com amigos e estudantes 
universitários em Inglaterra e definiu o esquema como “uma organização 
ativa das reações ou experiências passadas” (BARTLETT, 1932 apud 
BEST, 2001). Seu objetivo era verificar como se armazenava e conservava 
a informação significativa na memória do sujeito. Os materiais utilizados 
foram: contos populares, fábulas etc.
Leia duas vezes a história que aparece na tabela História da 
“Guerra dos fantasmas”. Descanse por 15 minutos. Logo, escreva tudo 
que possa lembrar com a maior riqueza de detalhes. Por último, compare 
seu resultado com os resultados dos indivíduos de Bartlett na tabela 3.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 19
Tabela 2: História da “Guerra dos fantasmas”
Uma noite, dois jovens de Egulac desceram ao rio para caçar focas e 
enquanto estavam por ali o rio se cobriu de bruma e de silêncio. Logo 
ouviram gritos de guerra e pensaram: “Pode que seja de uma reunião de 
guerra”. Correram até a margem do rio e se esconderam atrás de uma 
árvore. Agora, as canoas remetiam-se ao rio e eles escutavam o som 
dos remos e viram uma canoa que vinha em sua direção. Haviam cinco 
homens na canoa, que disseram:
“Que opinam? Gostaríamos de levá-los conosco. Estamos regressando 
ao rio para guerrear com outros”. Um dos jovens disse: “Não temos 
flechas”.
Eles disseram: “Levamos flechas na canoa”.
“Não irei com vocês. Podem matar-me. Meus parentes não sabem onde 
fui. Mas você”, disse voltando-se a seu companheiro, “pode ir com eles”.
Um dos jovens foi com os guerreiros, mas o outro voltou a casa.
Os guerreiros regressaram ao rio e chegaram a um povoado do outro 
lado de Kalama. As pessoas desceram ao rio e começaram a lutar, muitos 
morreram. Mas, na contenda o jovem ouviu dizer a um dos guerreiros: 
“Rápido, voltemos a casa: esse índio foi alcançado”. O companheiro ferido 
pensou: “Oh, são fantasmas”. Não se sentiu enfermo, eles dissessem que 
eu estava ferido, mas não me senti enfermo”. Contou tudo e logo ficou 
tranquilo. Quando saiu o sol, caiu. Algo negro saía de sua boca. Sua face 
estava desencaixada. As pessoas saltavam e gritavam.
Estava morto.
Tabela 3: Esforço de um dos sujeitos de Bartlett (1932) 
para reproduzir a história “Guerra dos fantasmas”.
Primeira reprodução 15 minutos após ouvir a história:
Dois jovens de Egulac saíram caçar focas. Acreditaram ouvir gritos de 
guerra e em um minuto ouviram ruídos de remos de canoa. Em uma 
destas canoas haviam cinco nativos, que se dirigiram para onde estavam 
eles. Um dos nativos gritou: “Venha conosco: vamos a guerrear com os 
nativos da parte alta do rio”. Os dois jovens responderam “Não temos 
flechas”. “Têm flechas nas nossas canoas”, responderam. Então, um dos 
jovens disse: “Meus conhecidos não sabem onde fui”, mas voltando a seu 
companheiro disse: “você pode ir”. Portanto, um voltou enquanto o outro 
resolveu ir com os nativos.
Processos Cognitivos e Aprendizagem20
O grupo regressou ao rio até um povoado ao lado de Kalam, onde 
desembarcaram. Os nativos desta parte desceram ao rio para enfrentá-
los. Produziu-se uma carnificina e muitos índios, dos dois lados, acabaram 
mortos. Logo, um dos nativos que dirigiu a expedição rio acima gritou 
“Regressaremos: o índio caiu”. A continuação tentou persuadir ao jovem 
para que regressasse, dizendo-lhe que estava ferido, mesmo que ele não 
se sentisse enfermo. Logo, pensou que enxergava fantasmas a sua volta. 
Quando regressaram, o jovem contou a todos seus amigos o que havia 
ocorrido. Descreveu como muitos haviam morrido em ambos os lados. 
Estava a ponto de amanhecer quando o jovem se sentiu muito enfermo, 
quando começou a sair o sol uma substância negra começou a sair de 
sua boca e os nativos diziam: “Está morto”.
Existem muitas observações a respeito desta pesquisa e de outras, 
como resultado da pesquisa, Bartlett identificou que as memórias mais 
acuradas eram exceção – sendo que a maioria não lembrava de vários 
trechos da história.
REFLITA:
Agora é com você! Reflita sobre o estudo de Bartlett (1932) 
faça o teste e escreva suas impressões.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo ? Agora, 
só para termos certeza de que você realmente entendeu 
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o 
que vimos. Inicialmente, foi possível analisar os conceitos 
de atenção, percepção e memória relacionados às 
perspectivas da psicologia cognitiva. Pudemos conhecer 
também o conceito de “percepção”, a partir de uma 
perspectiva filosófica. Por último, revisamos o conceito de 
memória e suas características sobre o processamento da 
informação. 
Processos Cognitivos e Aprendizagem 21
Emoção, conceitos e categorização
OBJETIVO:
Conhecer um pouco da história que fundamenta os estudos 
e pesquisas sobre a emoção. Relacionar alguns conceitos 
sob a perspectiva da emoção, para a prática de ensino-
aprendizagem. 
Para estudar a emoção muitas ideias nos vêm à mente. 
Primeiramente é necessário verificar que a emoção não é um conceito 
que aparece no final do século passado. Desde que o homem decidiupensar e refletir sobre o seu conhecimento e sua atuação no mundo e 
com os demais indivíduos, muitos filósofos se interessaram pelo tema 
das emoções, talvez não como a conhecemos nos dias de hoje. Assim, 
estudaremos o que o contexto histórico nos ensina sobre as emoções.
Na Grécia antiga muitos filósofos questionaram a transcendência 
humana, a razão, o desejo, o espírito e a alma. Esses são temas retratados 
nos escritos de Platão e Aristóteles, embora com pensamentos 
diferenciados sobre a forma de compreender cada assunto. Aristóteles, 
um grande e incansável filósofo, escreveu uma obra dedicada aos 
sentidos (os cinco sentidos), como forma de conhecer o mundo físico e 
fazer alusão ao comportamento humano.
Dando um salto na história, séculos mais tarde, nos encontraremos 
com René Descartes que realiza um estudo sobre as paixões, resultado 
de uma publicação em 1649 intitulada” Les passions del’áme (As paixões 
da alma). Descartes (1649) apresenta em sua obra uma análise criteriosa 
sobre as paixões ou emoções primitivas e básicas.
Agora, vamos analisar o tema das emoções a partir da obra The 
expression of the emoticons in man and animals, do naturalista Britânico 
Charles Robert Darwin (1809-1882). Para o contexto da psicologia 
cognitiva, a obra de Darwin representa um avanço no que se conhece 
sobre o tema, relacionando-o com as perspectivas dos psicólogos 
condutistas, porque incide na questão comportamental.
Processos Cognitivos e Aprendizagem22
O trabalho de William James (1842-1910), em acordo com 
Descartes, afirma que não choramos porque estamos tristes e sim que 
estamos tristes porque choramos. Ainda, postula que “as mudanças 
corporais seguem diretamente a percepção do fato desencadeante 
e que nossa sensação dessas mudanças, de acordo e como vão se 
produzindo, é a emoção” (James, 1890, p. 449-450). Simultaneamente, 
Carl Georg Lange (1834-1900) realiza estudos similares e destaca, 
junto com James, que o aspecto expressivo das emoções fortalece os 
sentimentos que as desencadeiam.
John Broadus Watson (1878-1958), fundador do Condutismo, 
reconhece três emoções inatas a partir de sua teoria: medo, raiva (ira 
e cólera) e o amor, deixando claro que estas emoções são a base e o 
núcleo de outras reações emocionais. Analisemos algumas respostas 
inatas estudadas por Watson:
 � Medo: pausa na respiração, seguida de uma respiração 
acelerada, com pronunciados câmbios vasomotores, fechar o olho de 
modo repentino, apertar os punhos e franzir os lábios. 
 � Ira: gritar, agitar, rigidez de todo o corpo, movimentos desorde-
nados das extremidades superiores e inferiores, reter a respiração.
 � Amor: sorriso, abraços.
Watson (1919), define sua teoria Condutista da emoção como: “uma 
emoção é um modelo de reação hereditário, que envolve profundas 
mudanças nos mecanismos corporais e, de modo geral e particular, nos 
sistemas viscerais e glandulares” (WATSON, 1919, p. 195).
Na sequência dos fatos, Walter Bradford Cannon trouxe sua 
contribuição para o tema, com severas críticas aos pressupostos teóricos 
de James e Lange. Sua principal aportação às teorias sobre a emoção 
veio à tona com a divulgação de Homeostasis (Cannon, 1929), mas 
foram os estudos de seu aluno Phillip Bard (1898-1977) que ampliaram 
as considerações sobre como se compreendia as emoções, desde uma 
perspectiva fisiológica.
Hoje conhecemos esta perspectiva teórica como ‘Cannon-Bard’, 
a qual considera que o tálamo é a essência biológica da expressão física 
e da experiência emocional. Já o hipotálamo é a essência biológica 
responsável pelo comportamento emocional.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 23
Figura 4 – Circuito Emocional de Cannon-Bard.
Considerando os avanços e estudos sobre as questões neurais do 
cérebro e sua relação com as emoções, James Wenceslas Papez (1883-
1958), partidário das teorias de Cannon-Bard, aposta na investigação da 
essência das emoções e do comportamento emocional. Papez (1937) 
reafirma estudos anteriores sobre o caminho percorrido no cérebro, pelo 
que chamamos de emoções.
Paul D. Maclean (1913-2007) contribuiu significativamente com as 
investigações neste campo e descreveu, em suas teorias, que o cérebro 
humano é composto por três unidades funcionais, a saber:
1. Cérebro Réptil: determina nosso comportamento para 
preservar a espécie, promove reflexos simples e instintivos.
2. Cérebro Límbico: responsável por nossos comportamentos 
programados para nossa sobrevivência e por controlar o nosso 
comportamento emocional.
3. Neocórtex: um tipo de cérebro mais evoluído que está 
composto por dois hemisférios (esquerdo e direito) e que nos permite 
pensar, falar, perceber, emocionar, imaginar, estudar, reflexionar e 
manter nossas relações de modo civilizado etc.
Para finalizar esta relação histórica, estudaremos as perspectivas 
e as investigações de António C. R. Damásio, lisboense nascido em 1944. 
Suas investigações estão determinadas pelas bases neurológicas da 
mente, principalmente nas funções da memória, linguagem, emoções e 
o processamento de decisões, o que o leva a afirmar a impos
Processos Cognitivos e Aprendizagem24
Emoção
Onde anda você
(Vinicius de Morais)
E por falar em saudade 
Onde anda você
Onde andam os seus olhos 
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo 
Que me deixou morto 
De tanto prazer
E por falar em beleza 
Onde anda a canção 
Que se ouvia na noite 
Dos bares de então 
Onde a gente ficava 
Onde a gente se amava 
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia 
Numa boemia sem razão de ser 
Na rotina dos bares
Que apesar dos pesares 
Me trazem você
E por falar em paixão 
Em razão de viver
Você bem que podia me aparecer 
Nesses mesmos lugares
Na noite, nos bares 
Onde anda você
SAIBA MAIS:
Leia a seguinte publicação: O erro de Descartes de António 
R. Damásio, Companhia das Letras (2012).
Processos Cognitivos e Aprendizagem 25
“E por falar em saudade onde anda você”, buscamos com esta 
canção compreender um dos temas mais interessantes e que 
iremos estudar nesta unidade: a emoção. As pesquisas sobre 
a emoção cresceram nos últimos anos, o que significa que o 
interesse sobre o tema tem suscitado muitos estudos nas 
áreas de educação e psicologia. “Em psicologia experimental, a 
emoção refere-se ao estado afetivo-fisiológico que um indivíduo 
apresenta na vigência de um teste de memória sob condições 
de estresse” (Baddeley, 1972 apud PERGHER et al, 2005, p. 65).
Mas, você já observou que de acordo com o estímulo externo nossa 
emoção irá buscar uma relação direta ou indireta com a memória? Oliva 
et al (2006) indica um dos livros de Darwin (1872) em que os filósofos mais 
recentes como Espinoza e Descartes, escreveram intensamente sobre o 
assunto e finalizam que na literatura de ficção, assim como nos mitos, as 
emoções humanas desempenham um papel central (OLIVA et al 2006).
Recentemente Gardner (1985), em seus estudos, nos esclarece que:
[...] há decisão deliberada de diminuir a ênfase de certos 
fatores que podem ser importantes para o funcionamento 
cognitivo, mas cuja inclusão nesse momento complicaria de 
forma desnecessária o empreendimento científico-cognitivo. 
Esses fatores incluem a influência de fatores afetivos ou 
emoções [...] (GARDNER, 1985, p. 6 apud OLIVA et al., 2006).
O que demonstra uma certa resistência de alguns pesquisa-dores 
em estudar um tema tão complexo, o qual se refere a processos subjetivos 
e que não são o enfoque das pesquisas da psicologia cognitiva.
Mas, de acordo com Oliva et al (2006), a psicologia evolucionista 
colocou o estudo das emoções em foco, entendendo-as como programas 
superordenados que coordenam muitos outros, ou seja, como soluções 
de problemas adaptativos de mecanismos de orquestração: organizam 
percepções, atenção, inferência, aprendizagem, memória, escolha de 
objetivos, prioridades motivacionais, estruturas conceituais, categorizações, 
Processos Cognitivose Aprendizagem26
reações fisiológicas, reflexos, decisões comportamentais, processos de 
comunicação, níveis de energia e de alocação de esforços, coloração 
afetiva de eventos e de estímulos, avaliações da situação, valores, variáveis 
reguladoras (como auto-estima) e assim por diante (OLIVA et al., 2006).
SAIBA MAIS:
Leia a seguinte publicação: O lugar das Emoções na Ética 
e na Metaética. Orgs. Flavio Williges; Marcelo Fischborn; 
David Copp, (2018). Série Dissertatio Filosofía. Disponível 
em: https://wp.ufpel.edu.br/nepfil/
O desenvolvimento emocional
Gradativamente as emoções abandonam o status de coadjuvante 
e assumem um grande protagonismo nos estudos dos processos 
cognitivos. Por exemplo, quando os bebês choram ou demonstram 
alegria, observamos que expressam suas emoções. Com o passar dos 
anos e em virtude de seu desenvolvimento, essas emoções passam a 
ser mais específicas. Pode-se observar a alegria, a tristeza, a surpresa, 
o nervoso, o medo, a ansiedade etc. Estas emoções iniciam-se quando 
somos muito jovens e nos acompanham durante toda vida.
Tabela 3: Características das emoções autoconscientes ou sócio-morais
Emoção Objetivo
Percepção 
com respeito 
a si mesmo
Percepção 
em relação 
aos outros
Tendência e 
Ação
Função 
adaptativa
Mani- 
festação 
fisiológica
Vergonha
Afeto e 
preservar a 
autoestima
Não sou 
digno
Todos 
sabem 
que tenho 
pouco valor
Retraimen- 
to, repulsa 
dos outros
Comportar-
se adequa- 
damente; 
submissão.
Ritmo 
cardíaco 
lento; voz 
baixa.
Orgulho
Aceitação 
de si 
mesmo e 
dos outros
Sou 
competente
Tenho muito 
valor
ondutas de 
exibição
Comportar-
se adequa- 
damente; 
adaptar-se 
as regras
Ritmo 
cardíaco 
acelerado, 
voz alta.
Culpa
Ajustar-se 
aos valores 
e normas 
interioriza- 
das
Fiz algo 
contrário às 
normas
Alguém 
sofre com 
a minha 
conduta
Reparar;
autocastigo
Compor- 
tamento 
pró-social 
com boas 
intenções
Respiração 
irregular, 
ritmo 
cardíaco 
acelerado.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 27
Na tabela, observamos que as emoções autoconscientes se 
referem a tudo que uma pessoa pode descobrir de si mesma. De modo 
contrário, tudo aquilo que se manifesta e estabelece relação social com 
outras pessoas seriam as emoções sócio-morais.
A expressão emocional
Expressar-se emocionalmente é uma das tarefas mais demandadas 
em nossa atualidade, em distintos campos de conhecimento e em 
variadas áreas de atividade profissional.
Atualmente, temos à nossa disposição vários recursos e estra-
tégias que facilitam a compreensão de nossas emoções. Sabemos que 
desde pequenininhos demonstramos nossas emoções com gestos, 
expressões e feições faciais. Em média, a partir dos três anos de idade 
selecionamos os sinais que desejamos expressar emocionalmente, 
mantendo uma interação com a figura de apego. Mas as grandes 
mudanças com respeito as expressões emocionais são definidas com o 
início da linguagem, é aí que ampliamos nossa rede social e a expressão 
emocional passa a ser uma grande ferramenta socializadora.
Figura 5 – Por favor necessito de imagem parecida 
a esta que retrate vários rostos ou emoções.
Fonte: Pixabay
Processos Cognitivos e Aprendizagem28
Empatia
“A empatia diz respeito à capacidade de compreender o outro através do 
seu ponto de referência” (Palhoco 2011, apud CORMIER, NURIUS & OSBORN, 
2009). Como sabemos que uma pessoa é empática? Pois bem, é através da 
linguagem, comunicação não verbal e verbal que averiguamos a empatia no 
outro. No entanto, se observamos estas prerrogativas iremos identificar dois 
fatores básicos: o cognitivo e o emocional. Neste sentido, estes fatores podem 
nos ajudar a atuar com empatia diante de uma situação determinada.
Nas pesquisas sobre o desenvolvimento infantil é possível verificar e 
reconhecer que as relações empáticas se tornam mais evidentes, a partir do 
desenvolvimento da linguagem. As crianças são mais propensas a colocar-
se no lugar de outros devido aos vínculos afetivos que foram gerados desde 
a primeira infância.
Palhoco (2011) afirma que “as crianças manifestam desde cedo 
sinais de empatia, nomeadamente ao nível do contágio emocional, pois na 
maternidade os bebês choram em resposta ao choro dos outros (Simner, 1971) 
e as crianças de um ano de idade que veem o sofrimento de outra criança, 
procuram confortá-la” (Zahn-Waxler, Radke-Yarrow, Wagner, &Champman, 
1992, apud Palhoco, 2011).
RESUMINDO:
Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo? Agora, só 
para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Primeiro, você observou que a emoção é um dos temas de 
pesquisa mais desenvolvidos nos últimos anos. É um tema que 
provoca até hoje curiosidade de muitos investigadores, isso 
porque muitas vezes não sabemos qual é o verdadeiro caminho 
percorrido para justificar uma emoção ou outra. As pesquisas 
sobre emoção são antigas e atualmente ampliamos nossos 
conhecimentos a respeito dos processos, características 
e meios utilizados por nosso cérebro para memorizar uma 
informação ou outra. Também é importante destacar que as 
emoções básicas podem influenciar de certa maneira nossa 
conduta, atitude ou habilidade para desenvolver uma tarefa. 
Terceiro, a empatia nos permite reconhecer e compreender 
o outro sendo essa uma capacidade diretamente relacionada 
ao desenvolvimento das emoções.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 29
Funções executivas, resolução de 
problemas e linguagem
OBJETIVO:
Identificar o conceito de funções executivas e sua 
importância para o desenvolvimento das habilidades do 
ser humano. Valorizar o período da Primeira Infância como 
primordial ao desenvolvimento das habilidades do ser 
humano. Identificar a linguagem como um processo no 
desenvolvimento sob a perspectiva da psicologia cognitiva.
O que são as funções executivas?
As funções executivas representam um conjunto de habilidades 
específicas dos seres humanos. Lezak (1997) distingue-as entre 
funções cognitivas, percepção, memória e pensamento; e outras 
formas de cognição que regulam o comportamento humano, a saber: 
comportamento emocional e funções executivas.
Se você observar a literatura sobre o tema, irá encontrar uma 
variedade de sinônimos, por exemplo: funções de supervisão, funções 
frontais, funções de controle etc. Majolino (2000) considera que existe 
uma variedade de processos e funções, como resolução de problemas, 
organização estratégica, decisão, inibição seletiva de comportamento, 
seleção, verificação e controle da execução de uma dada ação, 
flexibilidade cognitiva, memória operacional, entre outras.
Neste ponto de nossas atividades, observe que você tem a 
capacidade de organizar, reflexionar e analisar todas as informações 
que foram recebidas até aqui, inclusive os erros, as observações e as 
inferências. Esta habilidade, além de trazer uma formação qualificada, 
promove a capacidade de contextualizar estes conhecimentos com sua 
vida acadêmica, profissional e pessoal.
Assim, quando falamos sobre as funções executivas entende-se 
que estamos pesquisando sobre distintos processos cognitivos:
 � Conhecimento; 
 � Comportamento;
Processos Cognitivos e Aprendizagem30
 � Capacidades e habilidades para executar alguma tarefa, 
sequência, organização e aplicação de uma determinada atividade.
Figura 6: Função executiva
Fonte: Pixabay
O Núcleo Ciência pela Infância, em seus estudos sobre as 
Funções executivas e Desenvolvimento na Primeira Infância, descreve 
habilidades necessárias para a autonomia e apresenta um estudo sobre 
esta temática onde indica o conceito de funções executivas e nos auxilia 
como referência para ampliar nossos conhecimentos.
De acordo com este documento, as Funções executivas 
apresentam três dimensões que, apesar de distintas, estão interligadas:
 � Memória de trabalho: permite armazenar, relacionar e pensar 
informações no curto prazo. Exemplo: você se lembrado que estava 
fazendo antes de voltar a estudar este capítulo? 
 � Controle inibitório: possibilita controlar e filtrar pensamentos, 
ter o domínio sobre a atenção, o pensamento, as emoções e o 
comportamento. Exemplo: Você consegue ler um livro com a televisão 
ligada em um reality show?
 � Flexibilidade cognitiva: permite “mudar de perspectiva no 
momento de pensar e agir” e considerar diferentes ângulos na tomada 
de decisão. Exemplo: quando um aluno realiza uma multiplicação e se 
equivoca, percebe o seu erro e onde errou para logo poder realizar a 
correção.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 31
Primeira Infância: o que é?
Podemos definir o termo “Primeira Infância” como:
IMPORTANTE:
Existe uma relação entre funções executivas e autorre-
gulação. Inclusive, alguns pesquisadores realizaram estudos 
sobre as duas terminologias. Indicaremos o que diz o Comitê 
Científico do Núcleo de Ciência pela Infância, a saber que 
a autorregulação é uma habilidade que está interligada às 
funções executivas. Sua definição equipara-se, em larga 
medida, ao controle inibitório, porém o campo de estudo 
da autorregulação compreende mais aspectos. Enquanto 
pesquisadores de funções executivas se concentram mais 
em pensamentos, atenção e ações, os pensadores de 
autorregulação consideram mais as emoções. A pesquisa 
em autorregulação também se diferencia por compreender 
a importância da motivação e do empenho nas respostas 
às emoções. Assim, o conceito de autorregulação é 
mais amplo e abrange o monitoramento a regulação e o 
controle dos estados emocional, motivacional e cognitivo 
do indivíduo (NCPI, 2016).
DEFINIÇÃO:
“Primeira infância representa o período de vida 
compreendido do nascimento até os seis anos de idade e 
constitui um período sensível para o desenvolvimento de 
diversas habilidades” (Comitê Científico do Núcleo Ciência 
pela Infância, 2016).
Em outras palavras, este período de vida concentra grandes 
possibilidades de desenvolvimento cognitivo. Você, como profissional, 
deve conhecer a potencialidade do desenvolvimento nessa fase da 
infância.
Processos Cognitivos e Aprendizagem32
Figura 7 – Primeira infância
Fonte: Pixabay
Primeira Infância no Brasil
A primeira infância é objeto de estudo e um tema de elevada 
importância para que a sociedade possa alcançar os objetivos de 
desenvolvimento sustentável do milênio. Com isso em mente, vamos 
verificar que – desde o ano de 2004 – o Comitê dos Direitos da Criança das 
Nações Unidas elaborou documentos de referência para que políticos e 
profissionais de todo o mundo possam compreender as necessidades 
das crianças neste período de desenvolvimento.
No Brasil, muitos pesquisadores aderiram a mesma causa e 
ampliaram o raio de suas pesquisas com a finalidade de proporcionar 
qualidade ao desenvolvimento cognitivo, educacional e social dos 
indivíduos desta faixa-etária.
Mesmo assim sabemos que não foi possível alcançar todos os 
objetivos previstos pelos órgãos nacionais e internacionais. Não obstante, 
estamos sofrendo uma queda significativa nas discussões sobre o tema.
Embora enfrentemos dificuldades, nossa contribuição é zelar 
para garantir a atenção adequada às crianças na primeira infância. Por 
isso, é importante organizar tanto a sociedade como os profissionais 
para melhorar os índices de desenvolvimento infantil do país.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 33
Resolução de Problemas
Perspectiva histórica
Quantos problemas enfrentamos no dia a dia? Qual é o problema 
que você precisa resolver hoje? Quais são os seus objetivos profissionais?
Lembre-se que resolver todos os problemas de uma vez não é o 
importante, mas sim aprender como resolvê-los. Primeiro, você sabe o 
que significa ou como se configura o conceito de problema? Segundo, 
você já parou para pensar quais são as características de um problema? 
Enfim, vamos tentar organizar para compreender qual o significado de 
resolver problemas. Observe:
1. Os problemas de um indivíduo não são necessariamente 
iguais ao de outro.
2. Os problemas possuem dimensões diferentes e que podem 
variar de acordo com o indivíduo e sua cultura.
3. Os problemas dos adultos não são os mesmos que de uma 
criança.
4. Existem estratégias para resolver os problemas.
5. Cada problema apresenta uma estrutura específica.
6. Para encontrar uma resolução adequada, o problema precisa 
ser bem definido.
Assistimos, a partir do século XX, um grande interesse dos educadores 
e psicólogos sobre a resolução de problemas. Um dos pioneiros foi E. L. 
Thorndike (1911), que concluiu que a resolução de problemas está baseada 
em condutas de ensaio e erro e logo, uma solução.
Contrastando com Thorndike, John Dewey (1910) considerou a 
resolução de problemas como um processo consciente e deliberado, 
que demonstra a organização por parte do indivíduo para solucionar 
o problema. Esta organização ocorre de modo natural e obedece uma 
seleção de passos a seguir, são eles:
1. Apresentação do problema.
2. Definição do problema.
3. Desenvolvimento de hipóteses.
4. Colocar em prática a hipótese ou hipóteses.
5. Selecionar a melhor hipótese.
Processos Cognitivos e Aprendizagem34
De outro modo, Wolfang Köhler (1929), depois de várias pesquisas 
com chimpanzés, afirmou que para a resolução de qualquer problema 
existe uma conduta (ou melhor, um insigth) que leva à resposta. Isto 
quer dizer que para resolver um problema não necessitamos de vários 
ensaios e erros para encontrar a solução.
Desde a década de 1950 surgiram novas pesquisas e modelos 
sobre a resolução de problemas. A partir deste período, contamos 
também com as inovações na psicologia cognitiva, garantindo outros 
tipos de considerações sobre o processamento da informação. Apesar 
disso, a maioria das teorias sobre a resolução de problemas leva em 
consideração as etapas descritas por Dewey.
Figura 8 – O problema do labirinto
Fonte: Pixabay
Por exemplo, quando observamos a imagem de um labirinto, que 
caminho escolhemos para atravessá-lo?
Estratégias para resolver problemas
Para cada problema, uma solução. Best (2001) indica uma definição 
moderna sobre o conceito de estratégia, vejamos: “as estratégias se 
definem como um movimento, uma prova ou uma tentativa destinada 
a mudar algo e promover a informação sobre determinado problema. 
Os psicólogos cognitivos descrevem duas classes de estratégias: 
heurísticas e algoritmos.” (BEST, 2001, p. 413).
 � Algoritmo: procedimento que oferece garantia de produzir 
uma resposta a um problema.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 35
 � Heurístico: são aplicadas regras empíricas a partir da experiência 
para a resolução de um problema.
Newell e Simon (1958 -1978) desenvolveram uma teoria muito 
popular entre os psicólogos cognitivos, criaram em 1957 um programa 
de computador que propunha resolver problemas gerais. Sua teoria, 
conhecida como a teoria de processamento de informação, parte do 
conceito da apresentação do problema com dois tipos de representação. 
De acordo com estes autores, o ser humano busca estratégias similares 
e, a partir disso, concebe que o processamento de informação não é tão 
complexo. É importante ressaltar que, segundo esta teoria, o problema 
deve ser analisado em profundidade e com a máxima neutralidade 
possível, o que se postulou a chamar de “entorno operativo”.
Lembre-se, quando tentar resolver um problema (dentro desta 
perspectiva) é necessário organizar informações sobre o entorno do 
problema ou o Por quê? Depois, é necessário reconhecer que algumas 
representações são mais importantes que outras. Os autores entendem 
que o espaço do problema é aquele em que se justifica pela falta de 
conhecimento de todas as variáveis. A partir da tabela, analise e tente 
resolver alguns dos problemas dentro desta perspectiva.
Tabela 3: Características das emoções autoconscientes ou sócio-morais
Método Problema Autor
Análises de 
submetas
Nove homens e duas crianças desejamatravessar o rio utilizando uma canoa 
que pode levar, a cada vez, um homem
e duas crianças. Quantas vezes a canoa 
deverá cruzar o rio para alcançar seu 
objetivo?
Obs: Uma viagem completa equivale a 
cruzar o rio duas vezes.
(Wickelgren,
1974)
Trabalhar 
para trás
Três pessoas participam de um jogo em 
que, a cada partida, uma pessoa perde 
e as outras duas ganham. A pessoa 
que perde deve dobrar a quantidade 
de dinheiro que cada um dos outros 
jogadores tem.
(Wickelgren,
1974)
Processos Cognitivos e Aprendizagem36
Linguagem
A compreensão e a aquisição da linguagem são dois temas muito 
controvertidos e presentes em nossa dinâmica e condição humana. Não 
é possível nos imaginar sem estas habilidades.
Chauí (2000) cita a o que afirma Aristóteles em sua obra Política, 
a saber: “o homem é um animal político, isto é, social e cívico, porque 
somente ele é dotado de linguagem. Escreve Aristóteles, os outros 
animais possuem voz (phone) e com ela exprimem dor e prazer, mas o 
homem possui a palavra (logos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o 
justo e o injusto”.
Então, o que significa linguagem? Para simplificar, Pereira (2001) 
classifica os componentes ou dimensões, para compreender em sentido 
amplo o termo linguagem, são eles: 
 � Semântica: estuda o significado das palavras e orações;
 � Fonologia e sintaxes: estuda o material sonoro da linguagem 
no ser humano (fonemas, combinações de fonemas, entoação, sotaque 
etc) e a ordem e relações de dependência que devem existir entre os 
elementos da oração;
 � Pragmática: está relacionada com o uso de nosso conheci-
mento social. Exemplo, como expressamos nossas intenções, como 
introduzimos modificações em nosso modo de falar dependendo do 
grupo em que estamos, como escolhemos informações em função 
do nosso interlocutor ou também em função da informação que 
suponhamos que possui o interlocutor etc.
Bloom e Lahey (1978) resumem estas dimensões em três: 
conteúdo (semântica), forma (fonologia e morfossintaxe) e usabilidade 
(pragmática).
A linguagem não pode ser compreendida como mero processo 
de comunicação, desta forma não entenderíamos a variedade e o poder 
do homem quando emite uma mensagem.
Linguagem e psicologia cognitiva
Sabemos que algumas das teorias e estudos que dizem respeito 
à linguagem se desenvolveram junto com a evolução da psicologia 
cognitiva. De outro modo, os psicólogos estiveram interessados nas 
Processos Cognitivos e Aprendizagem 37
pesquisas e estudos da área linguística, dando origem a disciplina 
de psicolinguística. Os linguistas e os psicolinguistas compartilham 
interesses e contribuem com pesquisas nas duas áreas.
SAIBA MAIS:
Avram Noam Chomsky (1928) é um linguista, filósofo, 
Politólogo e ativista americano. Professor emérito do 
instituto tecnológico de Massachusetts (MIT), propôs 
a gramática generativa no centro das pesquisas sobre 
linguística. Leia um de seus livros: “A Ciência da Linguagem:. 
Conversas com James McGilvray”
RESUMINDO:
Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Com este capítulo aprendemos o 
conceito de Funções executivas e o que representam 
para o desenvolvimento humano. Analisamos o termo 
“primeira infância” e seu significado e importância. Além 
disso, tecemos alguns questionamentos sobre a primeira 
infância no Brasil e como devemos valorizá-la, fechamos 
o tópico pontuando a importância das funções executivas 
no desenvolvimento da primeira infância. Apresentamos 
a resolução de problemas a partir de uma perspectiva 
histórica e algumas das estratégias utilizadas para resolver 
problemas. O capítulo conclui abordando aspectos sobre 
a linguagem, seu significado, quais os componentes ou 
dimensaões para compreender o processo de linguagem. 
Além disso, analisamos o desenvolvimento da linguagem 
sob a perspectiva da psicologia cognitiva.
Processos Cognitivos e Aprendizagem38
O processo escolar de ensino-
aprendizagem, conceitos e características
OBJETIVO:
Reconhecer o desenvolvimento das teorias da psicologia 
que trazem contribuições para compreensão dos 
processos de ensino- aprendizagem. Compreender o 
processo de aprender e ensinar a partir das concepções de 
aprendizagem que definem seu significado.
A cognição na escola
O desenvolvimento de investigações sobre a linguagem permitiu 
que muitos pesquisadores produzissem uma rede de informações a 
respeito do tema. Além disso, estas pesquisas e estudos provocaram 
grande interesse sobre a área da aprendizagem, principalmente 
explicações sobre o processo de aquisição da linguagem e as compe-
tências escolares básicas.
Atualmente, os pesquisadores seguem fascinados pelo tema da 
linguagem e estudam fenômenos como a consciência infantil sobre o uso 
da palavra impressa e a natureza dos debates na aula. Por exemplo, alguns 
pesquisadores (Purcell-Gates, 1996; Purcell-Gates, Duke e Martineau, 
2007; Sulzby, 1991) defendem que estes temas estão estritamente relacio-
nados com o uso social da linguagem onde convivem as crianças ou em 
suas comunidades e nas escolas (BRUNING, 2012, p. 256).
O domínio da linguagem é essencial para enfrentar os desafios 
sociais na escola. Praticamente todos os alunos possuem a capacidade 
linguística básica para aprender a ler e escrever, mesmo assim enfrentam 
muitos desafios para avançar com sucesso nas etapas escolares. Estes 
desafios podem ser culturais, sociais e/ou cognitivos.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 39
Figura 9: Desafio de aprender
Fonte: Pixabay
Esta imagem nos remete a seguinte pergunta: como ocorre o 
processo de ensino-aprendizagem? Para responder a esta pergunta, 
revisitamos a década de 1960 porque, de acordo com Kubo e Botomé 
(2001), este período de nossa recente história está marcado por lesões 
profundas em nosso país. Segundo os autores, foi um período em que a 
visão sobre as contribuições de Paulo Freire, reconhecido mundialmente 
por sua Proposta de Alfabetização de Adultos, passaram a ser rechaçadas 
pelas políticas educacionais.
Em contrapartida, as teorias relacionadas ao comportamentalismo 
passam a influenciar uma proposta pedagógica denominada Pedagogia 
Tecnicista, cada vez mais utilizada nas escolas e que traz propostas 
como Programação de Condições de Ensino de Carolina M. Bori, entre 
outros pesquisadores comportamentalistas (KIENEN, MITSUEKUBO, 
BOTOMÉ, 2013).
As pesquisas na psicologia escolar dividem distintas concepções 
de como se dá a compreensão dos processos ensino-aprendizagem, 
dentre outros, vamos conhecer o modelo ambientalista e o modelo 
interacionista.
Processos Cognitivos e Aprendizagem40
Como representante do modelo ambientalista, em questão de 
desenvolvimento de uma proposta pedagógica tecnicista, baseada na 
teoria do comportamentalismo, destaca-se o trabalho de Carolina M. Bori. 
A autora propôs uma metodologia de ensino centrada nas perspectivas 
científicas, principalmente na área de psicologia. Um dos seus objetivos 
era levar o aluno ao centro do trabalho de ensino. Carolina Bori iniciou 
suas experiências na Universidade de São Paulo, a colaboração de seu 
trabalho tinha como finalidade:
[...] colocar o aluno no centro de seu processo de aprendizagem 
e seus princípios eram: o ensino deveria ser definido pela 
atuação do aluno; a aprendizagem deveria ser feita em etapas 
pequenas, de acordo com as características do aluno e de 
suas possibilidades de aprendizagem; o aluno deveria poder 
prosseguir de acordo com seu ritmo; a cada aprendizagem dos 
alunos e os procedimentos do professor deveriam ser objeto 
de estudo constante e no próprio curso, de forma a fornecer 
conhecimento para aperfeiçoamento, não apenas das técnicas 
mas também dos conceitos fundamentais envolvidos nos 
processos de ensinar e de aprender (KUBO & BOTOMÉ, 2001).
Esse conceito de aprendizagem tecnicista apresenta como 
objetivoprincipal formar o indivíduo para o mercado de trabalho.
Dentro do modelo Interacionista, como forma de compreender 
o processo ensino-aprendizagem, consideramos que Paulo Freire 
trouxe uma proposta inovadora e para além de um simples método, 
como exemplo podemos citar a alfabetização de adultos, a pedagogia 
do oprimido, entre outras. Freire indica algumas proposições (exemplo: 
reconhecer a importância do contexto do aluno no processo de ensinar) 
que desafiem o aluno a pensar criticamente e que apresentem um 
currículo significativo, expressos em uma Pedagogia Crítica.
Paulo Freire (1968, 1971, 1975, 1976) “apresenta em seus textos 
uma concepção sobre como fazer a mediação entre o conhecimento e 
a relação da pessoa com a sua realidade de inserção, sua vida concreta, 
fora dos limites temporais e geográficos das condições de ensino e 
Processos Cognitivos e Aprendizagem 41
isso vai além do seu denominado Método de Alfabetização de Adultos” 
(KUBO & BOTOMÉ, 2001).
Conceito de Aprendizagem
Podemos definir o termo “aprendizagem” dentro do contexto da 
psicologia do comportamento.
Em outras palavras, este conceito está fundamentado nas 
DEFINIÇÃO:
“aprendizagem” é uma mudança de comportamento 
resultante do treino ou da experiência” (GIUSTA, 2013).
investigações empiristas da Psicologia, citadas anteriormente no 
modelo ambientalista. Estas pesquisas em sua maioria estão baseadas 
no associacionismo, um dos seus expoentes é o behaviorismo, o qual 
define a psicologia como uma ciência do comportamento.
Aprendizagem e suas definições
Na realidade, o termo aprendizagem recebe outras definições que 
vão variar conforme o modelo teórico. O que não podemos esquecer é 
que todas defendem a aprendizagem como um importante processo 
para o desenvolvimento cognitivo.
Por isso, ampliamos um pouco nossas considerações sobre o 
significado da aprendizagem: “...não é só a aprendizagem que provoca 
alterações na conduta (...) também a motivação, as reações inatas cerebrais, 
as drogas, a fadiga etc” (BRAGHIROLLI, 1999, p. 119 apud DÍAZ, 2011).
Itelson apud PETROVSKI (1980), consideram que “... um homem que 
entra num quarto escuro e não enxerga nada e pouco a pouco começa 
a ver”. Esta resposta (ver) é uma propriedade fisiológica inata do sistema 
visual, portanto, não se aprende. Logo, a aprendizagem pressupõe uma 
modificação externa e de tipo físico (no comportamento), produto de 
outra interna (psicológica), o que permite alcançar determinado objetivo 
e só podemos considerar aprendizagem se a modificação for adequada 
Processos Cognitivos e Aprendizagem42
e estável na atividade que surge, graças a uma atividade precedente 
e não provocada diretamente por reações fisiológicas e inatas do 
organismo (DÍAZ, 2011).
Figura 10 - Organograma da aprendizagem como um processo.
Conclui-se que o processo ensino-aprendizagem é um processo 
complexo, no qual estão presentes os fatores psíquicos, orgânicos, 
sociais e afetivos. A consideração sobre como esses fatores vão se 
relacionar para a concepção desse fenômeno, varia conforme o modelo 
de desenvolvimento psíquico estudado.
Como aprendemos?
A partir das diferentes concepções de aprendizagem surgem 
também as características sobre a forma ou método de como aprender. 
Díaz (2011) apresenta alguns tipos e formas de aprendizado, seguindo 
uma revisão bibliográfica baseada em autores de referência sobre o 
tema, a saber:
1. Aprendizagem por Condicionamento Simples: produz-se a 
partir da relação entre os reflexos incondicionados (inatos) e os reflexos 
condicionados (adquiridos). Constitui uma aprendizagem simples em 
seu procedimento e elementar em seu resultado, baseia-se na famosa 
relação E-R (estímulo – resposta). Resultado das investigações de Pavlov 
(Reflexologia) e posteriormente por Watson, criador do Behaviorismo ou 
comportamentalismo.
2. Aprendizagem por Condicionamento Operante: é conhecida 
também como Aprendizagem Instrumental e foi descrita por Skinner, 
psicólogo behaviorista que, partindo do esquema E-R, desenvolveu um 
Processos Cognitivos e Aprendizagem 43
conceito muito importante nesta proposta e que tem grande aplicação 
nas Ciências Humanas – o “Reforço do comportamento aprendido” 
(positivo ou negativo).
3. Aprendizagem por Ensino-Erro: refere-se àquela que é 
produzida testando diferentes alternativas de respostas, uma a uma, 
até encontrar a resposta que satisfaz a exigência (ou estímulo) que 
desencadeou a ação do sujeito, depois de sucessivas respostas erradas.
4. Aprendizagem por Imitação: não é entendida como mera e 
simples repetição mecânica. Vygotsky foi um dos primeiros pesquisadores 
a priorizar o estudo da imitação humana, como uma recriação do meio 
social, acumulado historicamente. A criança, nas relações sociais, se 
apropria de informações, as processa em sua subjetividade e se expressa, 
sendo um processo dinâmico e de construção do conhecimento.
5. Aprendizagem por observação: alguns autores não diferenciam 
entre observação e imitação. Isto posto, Bandura, por exemplo, considera 
que a observação que um sujeito realiza para aprender, por ser uma operação 
de maior concentração mental e de mais dedicação motivacional, propicia 
uma aprendizagem de maior precisão funcional, ou seja, mais qualitativa. 
Assim, ele nos fala de “modelação, ou seja, aprendizagem através de 
observação de modelos que, segundo ele, é a forma mais frequente de 
aprender.” (BANDURA, 1960 apud FALCÃO, 2001, p. 170).
6. Aprendizagem por Insight: tradicionalmente este termo é 
considerado como uma revelação. A aprendizagem por insight pode 
ser interpretada da seguinte maneira: aquela em que um sujeito, 
repentinamente e de forma rápida, estabelece determinadas associações 
num set determinado, relacionando determinados componentes que 
antes estavam (aparentemente) desconexos entre si e que, nesse 
momento, se conectam solucionando um problema e produzindo a 
aprendizagem correspondente.
7. Aprendizagem por Raciocínio: descrita por alguns autores 
como Aprendizagem Racional ou Intelectual, aqui o sujeito utiliza as 
operações mentais básicas do pensamento humano para solucionar 
as exigências estimulantes de uma forma organizada, com um fim 
previamente determinado (aprender algo) e principalmente implica uma 
grande atividade biológica, psicológica e social, manifestada no esforço 
do sujeito para aprender.
Processos Cognitivos e Aprendizagem44
EXPLICANDO DIFERENTE:
A situação de aprendizagem é o momento em que o sujeito 
enfrenta um desafio interno ou externo relacionado ao 
objeto que deseja aprender. Entendemos que a etapa de 
aprendizagem propriamente dita representa a motivação 
individual que cada um tem por aprender algo. A última 
aprendizagem refere-se ao conhecimento, habilidade, 
valor, experiência etc.
Como ensinamos?
Como você ensina um determinado tema à outra pessoa? Como 
ensinamos um tema a um grupo de pessoas ou um indivíduo em 
concreto? Kubo e Batomé (2001), antes de qualquer definição, primeiro 
classificam “ensinar” como um verbo; segundo, por ser um verbo se 
caracteriza por uma ação; terceiro, definem o que um professor faz em 
um processo de ensino-aprendizagem. A partir disso, torna-se possível 
analisar esta categoria de comportamentos que deve ser estudada de 
forma indissociada, pois não existe ensino sem aprendizagem.
Não é tarefa fácil dar respostas a estas questões, por mais simples 
que possam parecer. Tão pouco podemos simplificar o verbo “ensinar” às 
figuras de um determinado profissional e sua relação com outro sujeito.
Então, Israel Sheffler (apud Passmore) escreve sobre ensinar: “pode 
ser caracterizada como uma atividade que visa promover a aprendizagem 
e que é praticada de modo a respeitar a integridade intelectual do aluno 
e a sua capacidade para julgar de modo independente” (SHEFFLER, 
1973, apud PASSMORE, 1980).
Isto posto, vejamos alguns dos fatores que intervém na ação de 
ensinar:1. Políticas educacionais: é necessário oferecer uma política 
que aporte subsídios para a qualidade do processo de ensinar.
2. Métodos educacionais: devem ser claros e orientados com 
base em conceitos de ensino.
3. Métodos pedagógicos: é necessário pesquisar sobre a 
qualidade e efetividade de métodos pedagógicos que atendam às 
necessidades de nossos alunos.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 45
4. As atividades: devem apresentar um reflexo do momento 
histórico e cultural da sociedade. Também, ter como finalidade básica a 
formação de um cidadão.
5. Profissional: orientado para considerar o processo de ensinar 
em um contexto macro e micro.
6. Aluno: buscar a responsabilidade sobre os fatores que 
intervêm em seu processo de ensinar.
7. Pesquisas: é necessário que você possa buscar estratégias 
para pesquisar sobre como se ensina.
Concepções de aprendizagem
Giusta (2013) “pontua que o conceito de aprendizagem emergiu 
das investigações empiristas em Psicologia, ou seja, de investigações 
levadas a termo com base no pressuposto de que todo conhecimento 
provém da experiência”. Assim, as pesquisas e teóricos que defendem 
esta perspectiva eram denominados associacionistas e uma das 
vertentes mais conhecidas até os dias de hoje é o behaviorismo. Nesta 
linha, a aprendizagem é resultado de um comportamento controlado e 
modelado por algumas variáveis.
Por outro lado, nasce na Alemanha uma corrente (Gestalt) que se 
opõe à concepção anterior de aprendizagem, mas que se desenvolve 
nos Estados Unidos. Completamente oposta ao behaviorismo, a Gestalt 
fundamenta-se em um viés racionalista porque acredita que todo o 
conhecimento antecede qualquer experiência de aprendizagem.
Percebemos que os pensadores behavioristas dispensam 
qualquer influência de questões racionais sobre o objeto, enquanto o 
racionalismo prioriza esta posição. Você pode observar que a “Gestalt 
rejeita a tese de que o conhecimento seja fruto da aprendizagem. De 
acordo com seus adeptos, os sujeitos reagem não a estímulos específicos, 
mas a configurações perceptuais. As gestaltens (configurações) são 
as legítimas unidades mentais e por elas a psicologia deve voltar-se” 
(GIUSTA, 2013). Percebe-se que a Gestalt observa as estruturas mentais 
em detrimento da experiência do sujeito. 
Atualmente, destacamos o paradigma da cognição situada como 
uma das mais representativas concepções da teoria e da atividade 
Processos Cognitivos e Aprendizagem46
sociocultural (Daniels, 2003 apud CESCON, 2016). Para Hendricks (2001), 
a cognição situada assume diferentes formas e nomes, diretamente 
vinculados com conceitos como aprendizagem situada, participação 
periférica legítima, aprendizagem cognitiva (cognitive apprenticeship) 
ou aprendizagem artesanal (CESCON, 2016). 
Esta perspectiva é recente e com enfoque instrucional, o 
ensino situado prioriza a atividade e o contexto para a aprendizagem 
e reconhece que a aprendizagem escolar está determinada por um 
processo de enculturação, no qual os estudantes partilham a ideia de 
que aprender e fazer são ações inseparáveis. Assim, os teóricos da 
cognição situada defendem um ensino centrado em práticas educativas, 
coerentes significativas e propositivas.
Cescon (2016) apud Derry, Levin e Schauble (1995), apresentam um 
exemplo que ilustra as diversas opções de ensino da matéria Estatística, 
no curso de Psicologia. Este exemplo vincula a noção de aprendizagem 
significativa com as ideias da visão sociocultural e o modelo de cognição 
situada, com o seguinte enunciado instrucional-motivacional:
“A propensão e as capacidades dos estudantes para 
raciocinar estatisticamente em cenários autênticos (da vida 
real) pode ser, consideravelmente, melhorada por meio de 
duas dimensões:
Dimensão da relevância cultural. Uma instrução que 
empregue exemplos ilustrações, analogias, discussões e 
demonstrações que sejam relevantes para as culturas as 
quais os estudantes pertencem ou esperam pertencer.
Dimensão da atividade social. Uma participação tutelada num 
contexto social e colaborativo de solução de problemas, com 
a ajuda de mediadores como a discussão em sala, o debate, 
o jogo de papéis e a descoberta guiada.” (Cescon, 2016 p.42).
Processos Cognitivos e Aprendizagem 47
Cescon (2016), a partir destas dimensões, indica seis possíveis 
enfoques:
1. Instrução descontextualizada: centrada no professor que 
basicamente transmite as regras e fórmulas para o cálculo estatístico.
2. Análise colaborativa de dados inventados: assume que é 
melhor que o aluno faça algo, em vez de só ser receptor.
3. Instrução baseada em leituras com exemplos relevantes: 
adapta o estilo de leitura de textos estatísticos, com conteúdos 
relevantes e significativos, que os estudantes podem relacionar com os 
conceitos e procedimentos estatísticos mais importantes.
4. Análise colaborativa de dados relevantes: modelo instru-
cional centrado no estudante e na vida real, que busca induzir o raciocínio 
estatístico através da discussão crítica.
5. Simulações situadas: os alunos se envolvem, colaborati-
vamente, na resolução de problemas simulados ou casos tomados da 
vida real.
6. Aprendizagem in loco: baseia-se no modelo contemporâneo 
de cognição situada, que toma a forma de uma aprendizagem cognitiva, 
a qual busca desenvolver habilidades e conhecimentos próprios da 
profissão, assim como a participação na solução de problemas sociais 
ou da comunidade de pertença.
IMPORTANTE:
Alguns dos autores de referência para esta perspectiva são: 
Vygotsky (1986; 1988); Leontiev (1978); Luria (1987); Rogoff 
(1993); Lave (1997); Bereiter (1997); Engsetröme Cole (1997); 
Wenger (2001) entre outros do âmbito educativo.
As estratégias em todas as perspectivas são importantes para 
definir uma linha metodológica de trabalho. Assim, Cescon destaca 
algumas estratégias de ensino situado:
 � Aprendizagem centrada na solução de problemas autênticos;
 � Análise de casos; 
 � Métodos de projetos;
 � Práticas situadas ou aprendizagem in loco em cenários reais;
Processos Cognitivos e Aprendizagem48
 � Aprendizagem no serviço (service learning); Exercícios, 
demonstrações e simulações situadas; Aprendizagem mediada pelas 
novas tecnologias da informação e comunicação (NTIC).
RESUMINDO:
Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo? Agora, 
só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que o desenvolvimento dos 
estudos sobre a linguagem desencadeia pesquisas sobre 
o processo escolar de ensino-aprendizagem. Logo, se fez 
necessário dar sentido e significado ao termo aprendizagem 
para entender o contexto escolar, a partir dos paradigmas 
da psicologia e da pedagogia. Também, verificamos que 
algumas concepções de aprendizagem se fundamentam 
em teorias do desenvolvimento humano e estas, por 
sua vez, intervêm no processo escolar para contribuir na 
compreensão do processo ensino-aprendizagem.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 49
REFERÊNCIAS
ALMEIDA et al. Dicionario Escolar de Filosofia, Ed. Plátano, 2009.
BEST, J. B. Psicología Cognitiva, Madrid, Paraninfo, Thomson 
Editores, 2001.
BRUNING, R. H; SCHRAW, G. J; NORBY, M. Psicología cognitiva y 
de la instrucción. Madrid, Person Educación, 2012.
CESCON, E. (2016). Cognição situada e aprendizagem em 
contextos escolares. Itinerario Educativo, 68, 37-50.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.
DIAZ, F. O processo de aprendizagem e seus transtornos. EDUFBA, 
2011.
GAGNÉ, E. D. La psicología cognitiva del aprendizaje escolar. Ed. 
Visor, 1991.
GIUSTA, A. S. (2013). Concepções de aprendizagem e práticas 
pedagógicas. Educação em revista, v. 29, nº01, p. 17-36.
LEZAK M. D. Principles of Neuropsychological Assessment 
In: Feinberg, T. E. and Farah, M. J. Behavioural Neurology and 
Neuropsychology. McGraw-Hill, 1997. pp. 43-54.
MAHERS, C.; ZINS, J. IntervenciónPsicopedagógica en los centros 
educativos. Madrid, Narcea, (1989).
MAJOLINO, E. FUNZIONI Esecutive: Specificazione, Aspetti 
neuroanatomico-funzionali e clinici Em: Sannita, W. G. e Pisarri, F. M. 
Introduzione alla Riabilitazione Cognitiva. Genova: Polo didatico S. Anna 
Crotone. 2000. pp. 12-22.
NCPI. Funções executivas e desenvolvimento infantil: habilidades 
necessárias para a autonomia: estudo III / organização Comitê Científico 
do Núcleo Ciência 1. ed. -- São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto 
Vidigal - FMCSV, 2016. Disponível em: <http://bit.ly/33kTvx4>. Acesso 
em: mai, 2019.
NIETO, J. (org). Psicología de la Instrucción. Barcelona: EUB, 1996.
PASSMORE, J. (1980). O conceito de ensino. The Philosophy of 
Teaching, p. 19-33.
Processos Cognitivos e Aprendizagem50
PINHEIRO, Marta. Aspectos históricos da neuropsicologia: subsídios 
para a formação de educadores. Educ. rev., Curitiba, n. 25, p. 175-196, 
June 2005. Available from: <http://bit.ly/2NHnrgj>. Acesso em 24 de abril 
de 2019.
ROSELLÓ, C; LLERA, J. B; MARTINEZ, F. R. Psicología, de la 
instrucción III. Nuevas perspectivas, Madrid, Síntesis psicología, 1995.
TARANTINI-CURSERI. Breve recorrido histórico de la emoción: desde 
Platón hasta Damásio y la toma de decisiones. Centro de Investigación de 
Ciencias Administrativas y Gerenciales CICAG, Universidad Rafael Belloso 
Chacín, Venezuela. v. 15, nº 2, 2018.

Mais conteúdos dessa disciplina