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Resumo Controle de Constitucionalidade e ADIn (noções gerais)

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Controle de constitucionalidade
Ideia central
● Ligada à supremacia da Constituição sobre todo o ordenamento jurídico e, também, à de rigidez
constitucional e proteção dos direitos fundamentais.
● Configura-se como garantia de supremacia dos direitos e garantias fundamentais previstos na
constituição que, além de configurarem limites ao poder do Estado, determinando seus deveres e
tornando possível o processo democrárico em um Estado de Direito.
Conceito
● Controlar a constitucionalidade → verificar a adequação (compatibilidade) de uma lei ou de um
ato normativo com a constituição, verificando seus requisitos formais e materiais.
● No sistema constitucional brasileiro somente as normas constitucionais positivadas podem ser
utilizadas como paradigma para a análise da constitucionalidade de leis ou atos normativos
estatais (bloco de constitucionalidade).
Pressupostos/requisitos de constitucionalidade das espécies normativas
Espécies normativas
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
● A análise da constitucionalidade das espécies normativas consubstancia-se em compará-las com
determinados requisitos formais e materiais, a fim de verificar-se sua compatibilidade com as
normas constitucionais.
● Requisitos formais:
⤷ A inobservância das normas constitucionais de processo legislativo tem como consequência
a inconstitucionalidade formal da lei ou ato normativo produzido, possibilitando pleno
controle repressivo de constitucionalidade por parte do Poder Judiciário, tanto pelo método
difuso quanto pelo método concentrado.
● Requisitos materiais: trata-se da verificação material da compatibilidade do objeto da lei ou do
ato normativo com a Constituição Federal.
Espécies de controle de constitucionalidade
● Em relação ao momento de realização:
⤷ Controle preventivo: pretende impedir que alguma norma maculada pela eiva da
inconstitucionalidade ingresse no ordenamento jurídico. Os poderes Executivo e Legislativo
realizam o controle preventivo.
⤷ Controle repressivo: busca expurgar do ordenamento jurídico a norma editada em
desrespeito à Constituição. Tradicionalmente e em regra, o Judiciário realiza o controle
repressivo.
Controle repressivo
político
Ocorre em Estados onde o órgão que garante a supremacia da
constituição sobre o ordenamento jurídico é distinto dos
demais Poderes do Estado
Controle repressivo
jurídico
É a verificação da adequação de atos normativos com a
constituição feita pelos órgãos integrantes do Poder
Judiciário.
É a regra adotada pelo Brasil.
Controle repressivo
misto
Existe quando a constituição submete certas leis e atos
normativos ao controle político e outras ao controle
jurisdicional.
○ Modelos clássicos de controle de constitucionalidade: a) modelo norte-americano; b)
modelo austríaco; c) modelo francês.
Modelo de constitucionalidade no Brasil
Preventivo
Legislativo Comissões de Constituição e Justiça
Executivo Veto Jurídico (art. 66, §1º)
Repressivo
Regra Judiciário
Difuso ou por via de exceção ou de defesa (art. 97)
Concentrado
ADI (art. 102, I,
a)
ADI - omissão
ADI -
interventiva
ADC (art. 102, I,
a)
ADPF (art. 102,
§1º)
Exceção Legislativo Medidas provisórias (art. 62, §5º)
Delegação (art. 49, V)
Controle preventivo
● Busca evitar o ingresso no ordenamento jurídico de leis inconstitucionais.
● Comissões de constituição e justiça: sua função precípua é analisar a compatibilidade do projeto
de lei ou proposta de emenda constitucional apresentados com o texto da Constituição Federal
(art. 58).
● Veto jurídico: participação do chefe do Poder Executivo no processo legislativo; o Presidente
poderá vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional por entendê-lo inconstitucional.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional
ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis,
contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente
do Senado Federal os motivos do veto.
Controle repressivo de constitucionalidade
● É o Poder Judiciário quem realiza o controle da lei ou do ato normativo, já editados, perante a
Constituição Federal, para retirá-los do ordenamento jurídico, desde que contrários à Carta
Magna.
● Há dois sistemas/métodos de controle judiciário de constitucionalidade repressiva: concentrado e
difuso.
● Excepcionalmente, a Constituição Federal previu duas hipóteses em que o controle de
constitucionalidade repressivo será realizado pelo próprio Poder Legislativo.
⤷ Art. 49, V: compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa → o Congresso
Nacional editará um decreto legislativo sustando ou o decreto presidencial (art. 84, IV) ou a
lei delegada (art. 68), por desrespeito à forma constitucional prevista para suas edições.
⤷ Art. 62: hipótese de o Congresso Nacional rejeitar a medida provisória, com base em
inconstitucionalidade apontada no parecer da comissão mista.
● Controle repressivo realizado pelo Poder Judiciário:
⤷ No Brasil, o controle de constitucionalidade repressivo judiciário é misto, ou seja, é exercido
tanto da forma concentrada, quanto da forma difusa.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
⤷ Controle difuso: caracteriza-se pela permissão a todo e qualquer juiz ou tribunal realizar no
caso concreto a análise sobre a compatibilidade do ordenamento jurídico com a Constituição
Federal.
○ O que é outorgado ao interessado é obter a declaração de inconstitucionalidade somente
para o efeito de isentá-lo, no caso concreto, do cumprimento da lei ou ato produzido em
desacordo com a Lei maior. Entretanto, este ato ou lei permanece válido no que se refere
à sua força obrigatória com relação a terceiros.
○ O controle difuso caracteriza-se pelo fato de ser exercitável somente perante um caso
concreto a ser decidido pelo Poder Judiciário → a declaração de inconstitucionalidade
é necessária para o deslinde do caso concreto, não sendo pois o objeto principal da
ação.
○ Obs: cláusula de reserva de plenário (art. 97) e mecanismo de ampliação dos efeitos da
declaração incidental de inconstitucionalidade (art. 52).
○ Efeitos da declaração de inconstitucionalidade:
▻ Inter partes e ex tunc. Excepcionalmente, com base nos princípios da segurança
jurídica e na boa-fé, será possível a declaração de inconstitucionalidade incidental
com efeitos ex nunc, desde que razões de ordem pública ou social exijam.
⤷ Controle concentrado: procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade da lei ou do
ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto. A declaração
de inconstitucionalidade, portanto, é o objeto principal da ação.
Ação direta de inconstitucionalidade (ADIn)
● Competência: Supremo Tribunal Federal.
● Objeto: lei ou ato normativo federal, estadual ou distrital, no exercício de competência
equivalente à dos Estados-membros, editados posteriormente à promulgação da Constituição
Federal e que ainda estejam em vigor.
⤷ Lei e atos normativos: espécies normativasprevistas no art. 59 + atos revestidos de
indiscutível conteúdo normativo (o ato encerra um dever-ser e veicula, em seu conteúdo,
enquanto manifestação subordinante de vontade, uma prescrição destinada a ser cumprida
pelos órgãos destinatários) + decretos autônomos (ex: art. 84, VI e XII) e decretos que
tenham extravasado o poder regulamentar do chefe do Executivo, invadindo matéria
reservada à lei.
● Legitimação: a Constituição de 1988, alterando uma tradição em nosso direito constitucional, que
reservava somente ao Procurador-Geral da República, ampliou a legitimidade para a propositura
da ADIn:
⤷ Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Mesa da
Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Governador do Estado
ou do Distrito Federal; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional;
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
⤷ Pertinência temática: requisito objetivo da relação de pertinência entre a defesa do interesse
específico do legitimado e o objeto da própria ação. Presume-se de forma absoluta para
todos, exceto: da Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; do Governador do Estado ou do Distrito Federal; das confederações sindicais ou
entidades de âmbito nacional.
● Prazo decadencial: o ajuizamento da ADIn não se sujeita à observância de qualquer prazo de
natureza prescricional ou de caráter decadencial, pois os atos inconstitucionais jamais se
convalidam pelo decurso do tempo.
● AGU: compete a ele a defesa da norma legal ou ato normativo impugnado, independentemente de
sua natureza federal ou estadual, pois atua como curador especial do princípio da presunção de
constitucionalidade das leis e atos normativos. Atuando como curador da norma
infraconstitucional, o AGU está impedido constitucionalmente de manifestar-se contrariamente a
ela. Excepcionalmente, o STF prevê a possibilidade de o AGU deixar de exercer sua função
constitucional quando houver precedente da Corte pela inconstitucionalidade da matéria
impugnada.

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