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Fundamentos Epistemológicos do Ensino Religioso (UniFCV)

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Fundamentos 
Epistemológicos do 
Ensino Religioso
Professora Me. Bianca Martins da Silva
Reitor 
Prof. Me. José Carlos Barbieri
Vice-Reitor
Prof. Dr. Hamilton Luiz Favaro
Pró-Reitora Acadêmica
Prof. Ma. Margareth Soares 
Galvão
Diretor de Operações 
Comerciais
Prof. Me. José Plínio Vicentini
Diretor de Graduação
Prof. Me. Alexsandro Cordeiro
Alves da Silva
Diretor de Pós-Graduação e 
Extensão
Prof. Ma. Marcela Bortoti Favero
Diretor de Regulamentação 
e Normas
Prof.. Me. Lincoln Villas Boas Macena
Diretor de Operações EAD
Prof. Me. Cleber José Semensate 
dos Santos 
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
S586f Silva, Bianca Martins da 
 Fundamentos epistemológicos do ensino religioso / Bianca 
 Martins da Silva. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 
 69 p.: il. Color. 
 
 
1. Epistemologia da religião. 2. Teologia – História. 
3. Religião – Filosofia. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de 
Educação a Distância. III Título. 
 
CDD : 23 ed. 230 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
UNIFCV CAMPUS SEDE
Avenida Advogado 
Horácio Raccanello Filho, 
5950, Novo Centro - 
Maringá - PR
CEP: 87.020-035
UNIFCV SEDE 
ADMINISTRATIVA
Avenida Advogado 
Horácio Raccanello Filho, 
5410, Maringá - PR
CEP: 87.020-035
(44) 3028-4416
www.unifcv.edu.br/
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir do
site Shutterstock.
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
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exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
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a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
S586f Silva, Bianca Martins da 
 Fundamentos epistemológicos do ensino religioso / Bianca 
 Martins da Silva. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 
 69 p.: il. Color. 
 
 
1. Epistemologia da religião. 2. Teologia – História. 
3. Religião – Filosofia. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de 
Educação a Distância. III Título. 
 
CDD : 23 ed. 230 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTORA
Professora Me. Bianca Martins da Silva
● Mestre em Filosofia Medieval pela Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (UniCesumar);
● Especialista em Gestão Educacional pelo Centro de Ensino Superior 
 de Maringá (UniCesumar); 
● Graduanda de Licenciatura em Filosofia pela Universidade Estadual 
 de Maringá (UEM);
● Professora Mediadora de Filosofia EAD - UniCesumar.
● Auxiliar de secretaria na Faculdade Maringá. 
Experiência como professora formadora e conteudista na área de Filosofia e Teolo-
gia, mais especificamente em assuntos relacionados com a religião, fé e pensamento.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/1360760754584718
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), meu convite a você é que possamos aprender juntos sobre a arte da 
fé e do ensino religioso. Destacamos que aqui buscaremos nos desenvolver enquanto indi-
víduos que promovem um conhecimento e propagação saudável dos temas concernentes à 
religião, os produtos e as marcas. Além de conhecer seus principais conceitos e definições 
vamos explorar as mais diversas aplicações do desenvolvimento e gestão de marcas e 
produtos pelas organizações. 
Na unidade I começaremos a nossa jornada pelo conceito de produto, os diferentes níveis 
que um produto pode possuir, bem como as classificações dos produtos e implicâncias nas 
decisões de compra dos consumidores. Esta noção é necessária para que possamos traba-
lhar a segunda unidade do livro, que versará sobre o desenvolvimento de novos produtos.
Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre a concepção de produtos. 
Para isso, vamos detalhar cada uma das etapas para o desenvolvimento de um produto, 
para que serve a prototipagem e o pré-teste e, por fim, as funções da do designer e emba-
lagens e sua classificação.
Depois, nas unidades III e IV vamos tratar especificamente da marca, sua concepção (cria-
ção), o desenvolvimento do posicionamento e a gestão da marca, também conhecida como 
branding. Ao longo da unidade III, vamos destacar porque as marcas são tão importantes 
para o sucesso das empresas e também vamos conhecer as características para a criação 
de uma marca forte. E na unidade IV, vamos entender o papel da criação de valor para a 
satisfação do consumidor e sua fidelização. 
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de 
conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso 
material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. 
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
O Professor de Ensino Religioso
UNIDADE II ................................................................................................... 20
A Importância da História da Religião para a Formação Humana
UNIDADE III .................................................................................................. 35
Educação no Século XXI
UNIDADE IV .................................................................................................. 49
O Professor de Ensino Religioso
3
Plano de Estudo:
● O homem em sociedade;
● A religião;
● Religião como ação social;
● A relevância da religião.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar o homem em sociedade;
● Compreender a dinâmica religiosa na sociedade;
● Estabelecer a importância da religião e ação social.
UNIDADE I
O Professor de Ensino Religioso
Professora Me. Bianca Martins da Silva
4UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
INTRODUÇÃO
Conforme exposto e explicado em nossa apresentação acerca do tema que será 
tratadoe aprofundado neste material, vamos buscar compreender a sociedade e o indiví-
duo e de que forma a religião se relaciona conosco. O que é importante entendermos é que 
há uma relação direta e cíclica da religião com a sociedade e da sociedade com a religião. 
Apesar de não analisarmos as peculiaridades desse processo profundamente, é 
imprescindível que não nos esqueçamos desta dinâmica que faz parte e alimenta essa 
relação entre o indivíduo e sociedade. Compreender a origem da religião, ainda que por um 
panorama geral, é algo que será observado e analisado nesta unidade, uma vez que este 
aspecto é de extrema importância para nosso conhecimento.
Desenvolver um estudo sobre religião considerando a realidade brasileira e suas 
crenças, converge nossa abordagem a um aspecto partidário, ou seja, em se tratando deste 
tema será necessário focarmos na principal religião considerando os aspectos culturais que 
nos influenciam até hoje, ou seja, a religião cristã. Desta forma, iremos descrever um breve 
histórico da religião cristã e seus principais conceitos e explicar o porquê ela nos afeta e 
como a mesma se manifesta na constituição individual e social brasileira. 
5UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
1. O HOMEM EM SOCIEDADE
Quando nos dispomos a falar sobre o homem consequentemente passamos a 
analisar o ser humano, e, o colocamos em uma posição de destaque considerando toda a 
Natureza presente no mundo. Definido como um animal, o homem é dotado de um corpo vivo 
com a capacidade de perceber o mundo, fazer escolhas e expressar suas emoções, assim, 
ainda que o homem seja um animal, ele manifesta a vida de modo diferente dos outros ani-
mais chamados de irracionais, pois eles não podem sentir o valor objetivo de si mesmo e dos 
outros no conjunto dos seres, nem sobre seus próprios comportamentos e sobre o mundo. 
Desta forma, o homem é um animal que difere dos outros animais. (SAVIANI FILHO, 2016)
Esta concepção de colocar o homem enquanto um indivíduo participante da natu-
reza, ainda que superior a ela, pode levá-lo a achar que por ser superior aos demais seres 
vivos os leva a acreditarem que realmente somos diferentes da Natureza e a tratamos 
como algo que está a nosso serviço ou contra nós. Portanto, não é à toa que a humanidade 
se questiona acerca de sua origem e propósito no mundo. 
6UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
REFLITA 
“Com efeito, os humanos revelam a possibilidade de encontrar maneiras novas de viver, 
baseados no seu sentimento do mundo e adaptando-se às situações de forma refletida e 
calculada, por um aprendizado e uma construção de sua diferença (razão e sentimento).”
Fonte: Savian Filho, 2016, p. 230.
Sobre essa capacidade do ser humano de sintetizar pensamentos e criar significa-
dos para as coisas do mundo, chamamos de razão. A racionalidade faz parte do indivíduo 
de modo inconsciente, por isso ao homem é comum o questionamento acerca da vida e de 
seu próprio propósito.
Embora a razão seja observada como um aspecto positivo da capacidade do indi-
víduo em se colocar no mundo, há um certo debate em torno da visão acerca da Natureza. 
Isto porque, a reflexão filosófica leva o homem a adotar a Natureza como algo separado 
de si mesmo, e não como algo que fazemos parte. De acordo com Saviani Filho (2016), 
quando afirmamos que ela é nossa morada, precisamos considerar que também “somos” 
Natureza, e não apenas “estamos” nela. O nosso modo de olhar para o mundo e para 
as coisas, influencia o nosso entendimento sobre o funcionamento do mundo e de nós 
mesmos enquanto indivíduos.
Com o advento da modernidade, fomos impulsionados a olhar para o mundo con-
siderando seu funcionamento de forma mecânica e independente. Nos condicionamos a 
olhar para o todo como uma máquina que está à disposição dos seres humanos. Foi com 
o avanço da ciência, tecnologia e filosofia, que passamos a desenvolver um pensamento 
mecanicista, isto é, a tendência foi adotar uma visão acerca do funcionamento do mundo 
como se ele fosse um procedimento matemático, que, permite-se prever sua conclusão 
assim como seu desenvolvimento, e, quando necessário alterá-lo.
De acordo com Saviani (2016), no século XVIII, com a Revolução Industrial, “o mo-
delo mecanicista se impôs definitivamente. O ser humano passava a ser entendido como o 
operador da grande máquina da Natureza, deslocando-se dela e encarando-a como uma 
grande reserva de materiais destinados às suas necessidades”. (SAVIANI, 2016, p. 235).
Já no século XX, a sociedade passou a sofrer algumas consequências dessa visão 
mecanicista; o que inclusive foi discutido por alguns filósofos como por exemplo Martin 
Heidegger. Pois, o próprio ser humano passou a se ver e ver os outros como “máquinas”, 
ou seja, agora não apenas a Natureza servia o homem, mas sim, o homem passou a servir 
a si mesmo, sendo visto como mais uma ferramenta da produção de objetos de consumo.
7UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
SAIBA MAIS
Martin Heidegger (1889 - 1976) foi um filósofo, escritor e professor universitário alemão, 
reconhecido como uma das figuras mais importantes do pensamento no século XX. O 
enfoque de sua teoria traz uma reflexão acerca da ontologia do homem, que consiste 
no estudo do ‘ser’. Ele nos convida a observarmos nossos pensamentos porque, para 
ele, nossas racionalizações são conclusões de nossas práticas e vivências cotidianas.
Fonte: A autora (2021).
Convém abordarmos aqui sobre o aspecto de “cultura”. Acredita-se que o primeiro 
autor a utilizar o termo tenha sido o antropólogo inglês Edward Burnett Tylor (1832-1917), 
que descreveu a cultura como um conjunto dos conhecimentos, crenças, Direito, arte, 
moral, ou seja, os costumes e habilidades que o indivíduo adquiriu em sua vivência em 
determinada sociedade. Assim, é importante que ao abordar o homem, consideremos não 
apenas essa diferenciação que fazemos dele em relação aos outros seres da Natureza, 
mas também, de que o homem precisa sempre ser diferenciado de outro homem.
Essa dinâmica que especifica a individualidade de cada ser humano, demonstra 
o quanto apesar de vivermos em uma sociedade que nos molda em como observamos o 
mundo, em como ‘ser’ no mundo; além dessa cultura, o indivíduo passa a escolher como vai 
viver e o que irá fazer, a partir dos primeiros ensinamentos e cultura na qual ele está inserido.
Quando estudamos a fundo a sociedade e o homem, observamos que desde os 
primórdios da história da humanidade, a religião estava presente. As primeiras sociedades 
gregas foram organizadas estruturalmente reconhecendo a existência de divindades que 
influenciavam a vida e os acontecimentos de seus cidadãos. Desta forma, vamos prosseguir 
nosso estudo buscando compreender o quanto a religião faz parte da composição de cada 
ser humano, já que ela permeia nossa cultura. 
8UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
2. A RELIGIÃO
Quando nos propomos a dissertar sobre a religião, é interessante que busquemos 
entender o porquê ela faz parte da nossa sociedade. Segundo Lactâncio, no séc. III e IV d.C., 
a palavra religião vem do latim, religare, que apresenta a ideia de religar, retornar, reconectar-
-se à uma divindade. Encontramos essa premissa também em Santo Agostinho (séc. IV d.C.), 
em sua obra De vera religione. “Para Lactâncio (Inst. Div., IV, 28) e S. Agostinho (Retract., I, 
13) [...] essa palavra deriva de religare, e a propósito Lactâncio cita a expressão de Lucrécio 
‘soltar a alma dos laços da R. [Religião]’” (ABBAGNANO, 2007, p. 847).
O homem, conforme abordado no tópico anterior, possui uma insatisfação e busca 
por um sentido da vida. No decorrer da história é comum observarmos essa busca por 
sentido, inclusive se olharmos para outras culturas e religiões. 
Em uma análise histórica, desde os primórdios da sociedade ocidental, principalmente 
na sociedade grega, vemos a religião como um pilar importante na organização social (JAE-
GER, 1995). Em A República de Platão(1987), embora observamos a figuras de divindades, 
a sociedade também procurava se organizar considerando a cultura e o pensamento racional 
da época. Em Aristóteles, vemos que o desenvolvimento da teoria do conhecimento era pa-
ralela à existência cultural que era embasada pelos discursos religiosos pagãos. Durante a 
Idade Média é que a religião foi acolhida com um embasamento teórico sólido e que passou 
a ter um impacto social e cultural mais efetivo, e, nesta época, a religião em ascendência era 
o cristianismo, que nos cerca ainda hoje. (JAEGER, 1995, p.19) 
9UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
Ainda na Idade Média, podemos observar e entender o por que de nossa cultura 
englobar um viés religioso predominantemente cristão. A Igreja católica romana exercia 
grande influência na sociedade e durante séculos estava unida ao Estado. Após o cisma 
entre Igreja e Estado, a Igreja ainda exercia grande influência social pois possuía o mono-
pólio das literaturas e da própria Universidade. O ensino universitário naquela época, estava 
atrelado ao fato de se dedicar à uma vida monástica e celibatária, e, ainda que os monges 
tivessem acesso a grandes obras, algumas ainda lhe eram proibidas, como descreve o 
autor Umberto Eco em O nome da Rosa. Este cenário demonstra o quanto estes aspectos 
influenciam e muito na maneira como desenvolvemos nossa cultura e visão de mundo. 
Mesmo com o fato de existirem várias filosofias e religiões no mundo, nosso acesso direto 
hoje em dia está embasado nas oriundas de uma cultura ocidental, que majoritariamente é 
composta por uma influência cristã.
Após Santo Agostinho ter consolidado uma base filosófica para a religião através 
de suas obras, São Tomás de Aquino segue instituindo um pensamento religioso que dia-
loga argumentativamente com a razão. É ele quem desenvolve uma teologia e filosofia 
que propulsiona uma “comprovação” para a existência de Deus, ao postular na Suma de 
Teologia as suas cinco vias. Que são:
● Se existe uma substância que gera todas as outras, há uma causa material, e 
essa causa é Deus.
● Existe um motor imóvel, ou seja, se tudo que existe é resultado das causas em 
infinitas relações, essas causas devem ter uma origem, que é Deus.
● Há seres necessários e há aqueles que podem vir a ser; Deus é um ser neces-
sário e, sem ele, nada existe.
● Existem graus de perfeição nas criaturas, que são provenientes do nosso Cria-
dor. Aqueles que mais se aproximam do sagrado são mais perfeitos, sendo 
eles: anjos, sacerdotes, seres humanos, animais, etc. Até que se chegue na 
perfeição, isto é, Deus.
● Se no mundo há uma ordem racional, uma lógica entre causa e efeito, essa 
ordem é Deus.
REFLITA 
“Tomás de Aquino (1225–1274), conhecido como o príncipe da filosofia escolástica, bus-
cou pensar essas causas formais unindo-as em relação à comprovação da existência 
de Deus. Para tanto, desenvolve cinco vias que a comprovariam, como você confere a 
seguir.”
Fonte: LOHR, 1993.
10UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
Segundo Lohr (1993), essas postulações de São Tomás contribuíram com a con-
solidação do cristianismo como religião oficial. O contexto político e religioso do século XVI 
e XVII com as Cruzadas, garantiu historicamente os fundamentos do cristianismo e da fé. 
Apesar do conflito dentro da própria religião católica que culminou na Reforma Protestante 
no século XVI, liderada por João Calvino e Martinho Lutero, o pensamento ainda era em-
basado no cristianismo. E o Renascimento acaba por ser o período em que o ser humano 
estende sua fronteira no que tange aos aspectos sociais, culturais e econômicos. Agora a 
formação humana considera a racionalidade como fator crucial no desenvolvimento do ser 
humano e a natureza passou a ser compreendida pela ciência, e não mais através do olhar 
a partir de uma divindade criadora. 
Essa cosmovisão da sociedade pelo viés cristão pode ser observado nos relatos 
históricos que de acordo com o que Dionizio (2020) disserta, na Idade Média não há uma 
dicotomia entre o pensar e a vida em si, conforme em sua obra.
Na Idade Média, a religião fundamentava toda a vida social, ao ponto que 
o que conhecemos por ciências humanas só foi desenvolvido dentro dos 
muros das igrejas e dos monastérios. A economia desse período era não só 
organizada pela Igreja e pela Coroa, mas também as riquezas produzidas 
eram destinadas a essas duas instituições. Em relação às artes, sua produ-
ção também tinha finalidades religiosas, como ornamentar, construir igrejas; 
retratar a nobreza e o clero. (DIONIZIO, 2020, p.16)
Então, podemos concluir que, a nossa cultura possui uma influência da religião 
muito acentuada nos vários aspectos da nossa sociedade. Com isso, mesmo que buscamos 
nos desvencilhar de vários aspectos religiosos, a moralidade defende pressupostos que 
encontramos também no cristianismo. Portanto, para entender como a religião se relaciona 
com o homem, precisa observar sua própria cultura, e no nosso caso, o cristianismo faz 
parte de toda essa gama como nos foi explicado acima.
11UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
3. RELIGIÃO COMO AÇÃO SOCIAL
Compreendermos a ação social como uma prática religiosa, não é algo novo. Es-
pecialmente no século XVI com a Reforma Protestante é que encontramos esse braço da 
religião que é a ação social. Como vimos anteriormente, nossa cultura é permeada pela 
religião cristã, e por conta disso, a Bíblia é considerada por muitos como um manual de 
fé e prática. Sendo assim, a moralidade acaba estando pautada em contextos bíblicos e 
religiosos, ainda que não seja declaradamente afirmado, pois, como estudamos acima, a 
nossa cultura foi formada por fundamentos cristãos.
Desta forma, a ação social não constitui uma prática que pode ser cumprida ou não 
a depender da vontade do indivíduo. Na religião, a ação social é um fator indispensável, 
pois ela chega a atestar o caráter moral e religioso do indivíduo. Com João Calvino (2008), 
observamos a manifestação dessas ações no âmbito político. Sua crítica ao sistema religio-
so questionava a dicotomia entre a teoria e prática, isto é, a Igreja pregava e manifestava 
a importância de uma vida pia, das boas obras, da caridade, etc; porém na praticava, a 
própria Igreja disseminava essa distinção entre as pessoas preferindo e privilegiando a 
classe nobre em detrimento dos pobres. O acúmulo de riquezas pela Igreja tomou uma 
proporção tão exagerada que culminou na venda das indulgências.
12UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
Foi João Calvino (2008) e outros reformadores que implementaram inicialmente 
na Suíça o ensino estatal. Ou seja, ele defendia que a relevância da religião precisava 
honrar os mandamentos de Cristo de maneira prática, cuidando dos menos favorecidos 
e oferecendo uma vida digna. Estes pontos eram responsabilidade de todos, inclusive do 
Estado, por isso, transformações sociais como um sistema de saúde e escolas financiadas 
pelo governo foram criadas e implementadas neste período.
SAIBA MAIS
“Assim, as culturas desses novos territórios passam a ser vistas como primitivas ou exó-
ticas e, com isso, ocorre a comparação entre as culturas — o modo de conquista se tor-
na a imposição cultural e religiosa a esses povos. Do ponto de vista histórico e filosófico, 
as práticas já iniciadas ao fim da Idade Média e pelo movimento protestante se tornam 
um instrumento indispensável de trabalho: a tradução, a filologia, o detalhamento de 
tudo que pudesse contribuir à história e à reflexão sobre a religião.”
Fonte: LOHR, 1993.
Neste ínterim, entra em cena Martinho Lutero, manifestando sua crítica no âmbito 
teológico. Os apontamentos feitos por ele visam expor a incongruência que a Igreja apre-
sentava entre sua teoria e prática. Enquanto estava em seu mestrado, o monge agostiniano 
estudava o Antigo Testamento quando ao ler o livro de Romanos se depara com o verso em 
que afirma que “o justo viverá da fé”. Apesar de questionarsobre a venda das indulgências, 
sua crítica exposta nas 95 teses publicada e anexada na porta da igreja em Wittenberg, 
abordavam outros dogmas adotados pela Igreja na época que segundo o filósofo, eram 
contra o que estava escrito nas Sagradas Escrituras. (NICHOLS, 2018)
As críticas à religião levantadas neste período de reforma causaram uma revolução 
social. Indiretamente, elas promoveram uma inclusão social já que a época privilegiava a 
nobreza em detrimento das demais classes sociais, conforme aborda Nichols (2018), ao 
relatar que a tradução da Bíblia feita por Lutero e denominada como a Vulgata, que não 
apenas traduzia as Escrituras mas expunha seu conteúdo em uma linguagem vulgar, isto é, 
que todos poderiam entender.
13UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
Em aspectos gerais, a religião promove ações sociais, pois principalmente a re-
ligião cristã, traz uma bagagem muito impactante no que abrange a equidade de todos 
os indivíduos na sociedade. De acordo com Nichols, (2018) discurso na narrativa bíblica 
levanta o pressuposto de que todos os indivíduos são iguais e dignos da redenção na 
pessoa de Jesus Cristo. Nas entrelinhas, isso dá margem para toda e qualquer ação que 
promova uma qualidade de vida melhor para todos os indivíduos da sociedade. 
14UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
4. A RELEVÂNCIA DA RELIGIÃO
A relevância de uma religião sempre está relacionada com os princípios e valores da 
própria religião em questão. Por exemplo, quando buscamos desempenhar um papel social 
baseado no budismo, isso será feito de acordo com os princípios e valores do budismo; se 
buscamos isso baseado na religião islâmica, novamente, isso irá ocorrer de acordo com os 
valores e princípios islâmicos, e assim sucessivamente.
Sendo assim, temos a figura 1 que demonstra os aspectos da visão, do pensa-
mento e da fala representado pelos macaquinhos com a máscara. A religião, seja ela qual 
for, engloba como a vemos, como vemos sua divindade (quando houver) e também como 
vemos o mundo. Da maneira que vemos, produzimos reflexões em nossa mente, e assim, 
reproduzimos todos os fatores com a nossa fala. A relevância implica nesta relação.
Sabe-se que a religião cristã possui uma relevância histórica assim como estu-
damos ao longo da nossa vida. É claro que podemos observar também alguns pontos 
negativos. Entretanto, a religião propicia uma revolução política, tanto para o “bem”, 
quanto para o “mal”. Conforme mencionado, ela proporcionou níveis educacionais de 
equidade, promoção de uma política de saúde a todos, livre acesso às Escrituras sem 
a intermediação de um pastor ou líder religioso; pelo menos, de acordo com a teoria, 
sabemos como deveria ser a prática.
15UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
Apesar disso, vemos o outro lado do poder político que a religião pode trazer. As 
Cruzadas revelam grandes atrocidades feitas em nome de Deus, foi pela maneira que os 
líderes religiosos da época queimaram os pagãos, é pela palavra de Deus que a mulher foi 
desvalorizada, e também, pelo nome de Deus e por um discurso religioso que Hitler chegou 
ao poder, de acordo com o que Rees (2018) relata em sua obra. O desfecho de muitos 
desses fatos, já conhecemos através do relato histórico. 
REFLITA 
“... a Revolução Industrial consolida diversas mudanças no campo social, político e eco-
nômico, visto que os meios de produção passam a ser tomados pelas máquinas, o que 
acaba por intensificar o racionalismo pregado pelo Iluminismo e pela corrente materia-
lista — que a religião sucumbiria frente à evolução científica.” 
Fonte: Russell, 2004. 
Todavia, quando analisamos cada uma dessas situações nos fica claro o quanto uma 
religião tem papel e relevância em uma sociedade. Quando abordamos “sociedade”, isso 
nos permite pensar em um grupo de pessoas. Quando pensamos no coletivo, precisamos 
observar aquilo que é importante para todos, ou seja, os pontos em comuns que atingem 
um determinado grupo de pessoas. Em uma religião, cada pessoa com seus gostos e jeitos 
singulares focam naquilo que elas têm em comum. Assim, cria-se uma massa capaz de 
lutar e produzir algum resultado em sua cultura. Isso quer dizer que a religião exerce um 
papel político que muitas vezes nós não nos atentamos de maneira consciente.
Considerando toda a bagagem histórica e religiosa que trazemos do cristianismo por 
exemplo, vemos a revolução que esta religião causou na sociedade contemporânea. Segundo 
Alves (1984), a partir do momento em que se tem uma religião em que a todos os indivíduos é 
propiciada a oportunidade da redenção, nesse caso a “salvação”, é também atribuído o fator 
de igualdade a todos os indivíduos, que são todos pecadores. Desta forma, somos chamados 
a transmitir esses atributos da religião e aplicarmos eles à nossa sociedade.
Ainda de acordo com o mesmo autor, o profissional de ensino religioso precisa 
entender e expor aos seus estudantes o fator democrático da religião. A tarefa do educador 
implica em se aperfeiçoar nas ferramentas de ensino e neste caso, das religiões vigentes 
na sociedade em que está inserido.
16UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando discutimos sobre as religiões vemos que este assunto compõem um 
campo denso e subjetivo das humanidades. Compreender os fatores que culminaram 
na religião tal como conhecemos hoje, implica em estudarmos a história, a sociologia, a 
filosofia e a psicologia. 
Optamos por nesta unidade delinear um panorama histórico geral da religião e 
os principais pontos que a permitiram ocupar o status que hoje ela possui. Além disso, 
investimos um tempo explicando sobre a constituição do pensamento racional do homem 
acerca do mundo e dele mesmo. 
Estes aspectos citados, fazem total diferença na formação do profissional de ensino 
religioso pois contempla a totalidade do indivíduo e instiga o professor a se capacitar nas 
mais diversas áreas do conhecimento para dialogar com os alunos de maneira excelente.
17UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
LEITURA COMPLEMENTAR 
Com base na proposta e no conteúdo apresentado nesta primeira unidade, observa-
mos que o conhecimento geral sobre o homem, a educação e a religião são indispensáveis 
para a formação do professor de ensino religioso. Os fundamentos desta ciência estão 
interligados com a história do Brasil e com o funcionamento humano e social. 
Desta forma, buscamos neste primeiro momento recomendar ao estudante algu-
mas literaturas e artigos que podem muni-lo desses fundamentos a fim de que ele possa 
ter um panorama do que implica ser um professor em pleno século XXI. Esperamos que 
estes direcionamentos facilitem a interpretação e carreira profissional dos aspirantes a 
“professores de ensino religoso”. 
Fonte:
NIETZSCHE, F. W. Umano tropo umano: Volume Primo. Frammenti Postumi (1876-1878) 
Versioni di Sossio Giametta e Mazzino Montinari. Milano, Adelphi Edizioni S.P.A, 1965.
NIETZSCHE, F. W. Epistolario 1875-1879 (Epistolario di Friedrich Nietzsche, vol. III). 
A cura di G. Campioni e Federico Gerratana, Adelphi, Milano, 1995.
NIETZSCHE, F. W. Digitale Kritische Gesamtausgabe - Digital version of the German 
critical edition of the complete works of Nietzsche edited by Giorgio Colli and Mazzino Montinari. 
Disponível em: http://www.nietzschesource.org/. Acesso em: 20 set. 2021.
NIETZSCHE, F. W. Humano Demasiado Humano I: um livro para espíritos livres. 
Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras: 2000.
NIETZSCHE, F. W. A Gaia Ciência. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
NIETZSCHE, F. W. Ecce Homo: como alguém se torna o que é? Trad. Paulo César de Souza. 
 São Paulo: Companhia das Letras: 2007.
NIETZSCHE, F. W. Al di là del bene e del male Nota introdutiva di Giorgio Colli e versione 
di Ferruccio Masini. Prima edizione digitale. Milano, Adelphi Edizioni S.P.A, 2015.
18UNIDADE I O Professor de EnsinoReligioso
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: O nome da Rosa
Autor: Umberto Eco.
Editora: Record.
Sinopse: “Durante a última semana de novembro de 1327, em um 
mosteiro franciscano italiano, paira a suspeita de que os monges 
estejam cometendo heresias. O frei Guilherme de Baskerville é, 
então, enviado para investigar o caso, mas tem sua missão inter-
rompida por excêntricos assassinatos. A morte, em circunstâncias 
insólitas, de sete monges em sete dias, conduz uma narrativa 
violenta, que atrai pelo humor, pela crueldade e pela sedução 
erótica. Não apenas uma história de investigação criminal, O 
nome da rosa, sucesso mundial desde sua publicação original, em 
1980, é também uma extraordinária crônica sobre a Idade Média. 
Essa edição de luxo, revisada pela consagrada tradutora Ivone 
Benedetti, contém uma atualização da biografia de Umberto Eco, 
uma nota de revisão e um glossário com a tradução dos termos em 
latim utilizados pelo autor.”
FILME/VÍDEO 
Título: O nome da Rosa
Ano: 1986.
Sinopse: Um monge franciscano investiga uma série de assassi-
natos em um remoto mosteiro italiano. Isso provoca uma guerra 
ideológica entre os franciscanos e os dominicanos, enquanto o 
monge lentamente soluciona os misteriosos assassinatos.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=V_ei9HJac9M
19UNIDADE I O Professor de Ensino Religioso
WEB 
Este canal disponibiliza aulas e discussões sobre a filosofia e a constituição do 
ser humano. Como se trata de um curso de licenciatura, ele possibilita a integração dos 
conteúdos epistemológicos com a educação e ensino. Desta forma, acreditamos que possa 
auxiliar a formação do profissional de ensino religioso, considerando a compreensão da 
cultura atual que o professor de religião precisa ter para conversar com todas as peculiari-
dades de seus alunos.
Link do site: https://www.youtube.com/c/FilosofiaUnicesumar/about
20
Plano de Estudo:
● Os valores morais e religiosos como determinante para a formação da sociedade;
● A Moralidade e o cristianismo;
● Religião, liberdade e estado laico;
● A constituição brasileira.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a importância da religião na formação humana;
● Compreender os tipos de religiões presentes em nossa cultura;
● Estabelecer a importância da religião para a formação humana.
UNIDADE II
A Importância da História da Religião 
para a Formação Humana
Professora Me. Bianca Martins da Silva
21UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, vamos buscar aprofundar nossos conhecimentos sobre a relação 
entre a religião e a formação humana. Como já foi apresentado, a cultura ocidental possui 
influências das religiões, principalmente da religião cristã. 
Precisamos compreender que esses dois aspectos compõem a cultura social, e em 
outros pontos, podemos afirmar que a nossa cultura é religiosa. Desta forma, a elucidação 
e aplicação do ensino religioso é considerado importante para a construção do indivíduo.
Outro fator relevante que aponta para a religião cristã de modo indireto, é a mo-
ralidade. Quando estudamos os fundamentos epistemológicos da religião percebemos o 
quanto os ensinamentos encontrados na narrativa bíblica fazem parte do conceito de moral 
nesta era contemporânea. Desta forma, vamos buscar compreender como se dá essa 
dinâmica e o quanto ela influencia na formação do indivíduo.
22UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
1. OS VALORES MORAIS E RELIGIOSOS COMO DETERMINANTES PARA
 A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE
Pensar no indivíduo e suas singularidades implica em uma compreensão sobre as 
facetas da cultura em que cada um está inserido. Quando abordamos sobre cultura, temos 
de considerar o aspecto geográfico e religioso. Conforme mencionamos, por estarmos 
inseridos dentro da cultura ocidental, vemos que os valores bíblicos estão impressos em 
nossa constituição enquanto sociedade e indivíduo.
Para além dos aspectos bíblicos, observamos o que a psicologia também tem a 
dizer sobre nossa formação. Com Vygotsky (1934) aprendemos que a construção do co-
nhecimento nas pessoas se dá a partir de sua mais tenra infância e pela repetição dos atos 
a partir de sua volta. Todavia, não é apenas pelas ações que aprendemos pelo exemplo dos 
que estão à nossa volta, no caráter subjetivo, a cultura familiar possui uma influência pri-
mordial na composição de cada ser humano. É dentro de casa que aprendemos a enxergar 
quem somos e quem o outro é. A partir daí, isso irá conduzir a forma de pensamento que 
cada pessoa terá em sua vida.
Claro que não podemos afirmar categoricamente que essa cultura familiar poderá 
determinar a cultura e personalidade do indivíduo, entretanto, estes pontos são marcantes 
para todos, pois, é dito que “o homem é produto do meio em que vive”. (MARX e ENGELS, 
1848). Sendo assim, a criação de cada pessoa influencia diretamente na forma de pensa-
mento e vivência que cada um adota para si na sociedade.
23UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
O que queremos explicar aqui, é que a família irá contribuir com a maneira que a 
sociedade se manifesta e estipula os limites, isto é, os valores, o estabelecimento no senso 
comum do que é certo e do que é errado, do que é bom e do que é ruim, etc. Isso nos leva 
a outro ponto histórico que precisa ser pontuado, porque, é sabido que a religião cristã faz 
parte da construção da nossa sociedade brasileira.
Nos primórdios da colonização brasileira, há a proposta de catequização dos povos 
aqui existentes, além disso, vale ressaltar que a proeminência dos países que nos coloni-
zaram, os espanhóis e portugueses, eram instituições católicas. Estes pontos embasam 
a concepção da sociedade brasileira desde os séculos passado até aqui no século XXI. 
(DAURIGNAC, 2020) Embora existam outras religiões existentes no Brasil, a própria legis-
lação brasileira possui influência da religião cristã.
24UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
2. A MORALIDADE E O CRISTIANISMO
Existe uma ideia social que afirma que moralidade é uma coisa e o cristianismo ou-
tra. Porém, ao estudarmos a origem da moralidade observamos que a grande maioria dos 
teóricos dessa linha de pensamento possuíam uma coisa em comum: a mesma religião. 
Ainda que a gente afirme que a sociedade na qual fazemos parte compõe um Estado laico, 
fora da constituição vemos que muitos dos aspectos morais são também religiosos.
Por exemplo, muitas pessoas na sociedade afirmam que é necessário preservar os 
valores da família. Mas o que seriam estes “valores da família”? Os valores familiares ten-
dem a preencher alguns pré-requisitos como a formação de uma família heteronormativa, 
em que a mãe é a responsável pelas funções do lar, enquanto o pai é o responsável por 
prover financeiramente esse esquema. Não vamos aqui postular que toda familia por ser 
heteronormativa iria se enquadrar em todos estes pontos, porém, essa composição familiar 
é um traço claramente herdado da religião.
Ao estudarmos a moralidade e sua origem encontramos o trabalho do filósofo Frie-
drich Nietzsche (1844 - 1900) intitulado a Genealogia da moral. Ele realiza um ensaio sobre 
como e o por quê intitulamos práticas aceitáveis e outras inaceitáveis. Vale ressaltar que 
para ele o homem é por natureza cruel e deseja constantemente externalizar sua crueldade.
25UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
Ao analisar o início da trajetória humana, os indivíduos eram capazes de exercerem 
suas vontades sem se preocuparem com olhares de julgamentos e repreensões, pois, pra-
ticavam aquilo que lhes davam vontade.
O pensamento deste filósofo a partir dessa obra citada acima, o coloca como o 
filósofo da moralidade, criticando aspectos morais que vão desde Sócrates e de ideologias 
judaico-cristãs. É possível observar inicialmente no prefácio do livroos questionamentos 
do filósofo sobre qual seria nossa ideia acerca do “bem” e do “mal”, e porque consideramos 
que o “bem” possui um valor superior ao do “mal”? Vale ressaltar que a crítica de Nietzsche 
(1887) sobre estes aspectos não partem de uma premissa transcendente, e nem de um 
‘Deus que veio revelar ao homem’, princípios de como agir. Sua crítica à moralidade tange 
a oposição à ética cosmológica dos gregos como a ética dos medievais e ética racionalista 
dos modernos. O questionamento do filósofo visa investigar como surgiram estes conceitos 
na sociedade. (NIETZSCHE, 1998).
É na segunda dissertação que o filósofo expõe como a transvaloração do bem fez 
com que os pobres fossem vistos como os bons, ou seja, por conta da “rebeldia” acerca 
da opressão sofrida pelos senhores. Essa transvaloração dos valores levou a sociedade a 
formular uma psicologia da consciência da moral, pois há a manifestação da má consciên-
cia e da culpa. A antiga e remota história da humanidade demonstra o quanto a crueldade 
faz parte da natureza humana. No tempo em que a humanidade não se envergonha da sua 
real natureza, eles eram mais felizes e pleno. Após essa constituição de uma concepção 
de moral, acaba sendo gerado um mundo interior. Isto é, a partir do momento em que a 
humanidade passa a ser regido pelos valores morais, conceito do que é certo e errado para 
medir suas ações, os indivíduos passam a internalizar sentimentos de culpa por conta de 
não permitirem que seus reais sentimentos sejam manifestados em suas ações que a partir 
da ótica da moral seriam cruéis.
Essa interiorização causa a má consciência. Consciência para ele é esse instinto 
que foi impedido de se exteriorizar. Essas barreiras estabelecidas pelas organizações so-
ciais fazem com que toda essa repressão se volte contra os homens, gerando assim a pior 
das doenças, que é o homem que se guerreia contra seus próprios instintos. Sabemos que 
o homem, naturalmente falando, é um animal feroz, quer para o interior ou para o exterior.
Desta forma, as ideias de dívida, culpa, responsabilidade, e a capacidade de fazer 
promessas foram geradas a partir destes pressupostos históricos que levaram a sociedade 
a se organizarem considerando uma moral que estabelecesse antônimos a ideia de “bem”. 
Portanto, tudo aquilo que vai contra à moral, causam as ideias de dívidas, de culpa e ne-
cessidade de reparação aos demais indivíduos, ou seja, aqueles que foram feridos por nós. 
Por isso, a humanidade desenvolveu essa culpa e má consciência acerca de si mesmos.
26UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
Pela influência cristã que formulou nossa sociedade, pode ser observado o quanto 
anteriormente a própria constituição ainda adotava alguns aspectos sociais de cunho estri-
tamente religioso, como por exemplo a condenação ao adultério, as relações homoafetivas, 
e várias outras que ao estudarmos a história podemos compreender. O cristianismo acaba 
sendo a religião oficial da sociedade brasileira, ainda que seja afirmado que o Estado é 
laico. Acerca deste ponto, vamos discutir agora neste próximo tópico.
27UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
3. RELIGIÃO, LIBERDADE E ESTADO LAICO
O profissional de ensino religioso deve estar ciente que exercer esta profissão no 
Brasil implica em compreender como ela se relaciona com a diversidade de pensamento 
religioso e político social. Assim, a construção do professor abrange o conhecimento da di-
dática educacional e das religiões como um todo. Entretanto, todos estes pontos culminam 
na manifestação atual da religião, da liberdade e do Estado laico.
Neste contexto, vale ressaltar o que a constituição diz acerca disso tudo. Desde 
o período da colonização no Brasil, quem era responsável pelo ensino neste período era 
a Companhia de Jesus, que se tratava basicamente de um grupo religioso composto por 
padres que redigiram e organizaram o ensino. Mesmo após a expulsão desta ordem religio-
sa, não houve uma integralização do ensino com uma estrutura laica (CHIZZOTTI, 1996; 
CUNHA, 2007; SAVIANI, 2007). 
A Constituição Brasileira de 1824, reafirma os mesmo atributos que a corte por-
tuguesa adotava, isto é, ressaltaram a união entre Estado e Igreja, e seguia os mesmo 
regimes educacionais propostos pelo padroado. (BRASIL, 1824)
28UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
REFLITA
Tal heteronomia marcou também o campo educacional que sofreu forte influência do 
campo religioso. A presença católica na escola brasileira ultrapassa a questão da dis-
ciplina escolar, era um problema curricular, pois praticamente todos os conteúdos de 
todas as disciplinas, assim como a formação da maioria dos professores, de uma forma 
ou de outra, relacionava-se com a religião católica, seja pelos padrões morais, seja pela 
presença física de sacerdotes na estrutura escolar.
Fonte: Sepulveda, 2017.
Foi em 1891 que a Constituição retirou toda a influência do padroado no Brasil, 
pelo menos formalmente, fazendo com que a religião deixasse de ser uma disciplina es-
colar. Entretanto, a Igreja Católica Brasileira lutou para conquistar a hegemonia no ensino 
brasileiro pleiteando aliados no âmbito político que defendiam o ensino religioso como 
disciplina curricular. Esta tática acabou funcionando, e, apesar de oficialmente a disciplina 
ser inserida novamente na grade curricular em 1934, em alguns lugares ela estava vigente 
desde 1928. (BRASIL, 1891)
O principal adversário da Igreja Católica que buscava estabelecer o ensino religioso 
como disciplina obrigatória nas escolas públicas, foi o grupo chamado escolanovista. Assim 
como afirma Cunha (2007), este grupo defendia a laicidade da escola pública e do governo, 
sendo neste momento, o principal opositor da Igreja, que teve de agir com muita cautela 
para que a disciplina fosse institucionalizada.
SAIBA MAIS
“A Bíblia é uma “legislação” cunhada na Idade Média pelas populações a quem foi dado 
o direito de legislar, lembrando que tal legislação era referente ao mundo cristão e não 
ao islamizado. Com a modernidade e com a ascensão da burguesia, cujo fundamento 
básico é a liberdade comercial sem a interferência do Estado e da igreja, cresceu a ne-
cessidade de diminuir o grau de influência da religião na vida cotidiana. A retórica liberal, 
aliada ao pensamento iluminista do século XVIII, construiu elementos teóricos fortes 
na defesa da laicidade. Tornava-se fundamental, então, atacar a força hegemônica da 
religião dentro do Estado.”
Fonte: Sepulveda, 2017.
29UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
Podemos observar através da história que sempre houve o interesse de manter a 
Escola e a Política como parceiros que trabalham juntos. Dessa forma, vemos o quanto o 
Estado influenciou a disseminação da religião cristã, e vice-versa. A partir do momento em 
que fica instituído a obrigatoriedade do ensino religioso como disciplina obrigatória, isso faz 
com que os preceitos morais e sociais caminhem junto com os princípios religiosos.
30UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
4. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
O Ensino Religioso como disciplina enfrentou alguns desafios no meio do percurso 
até ser integrada legalmente. Um desses desafios foi por conta do que Cunha (2007) deno-
minou de sintonia oscilante. Esta sintonia oscilante faz referência a disciplina de Educação 
Moral e Cívica, que tendo sido criada em 1937, visava a substituição da disciplina de Ensino 
Religioso. Embora a Educação Moral e Cívica também atendesse conteúdos de cunhos 
religiosos, no decorrer da história essas duas disciplinas acabam se debatendo demons-
trando este caráter oscilante apontado pelo autor.
Devido aos acontecimentos históricos presentes na época, Brasil (1946), afirma 
que na Constituição de 1946 , o carater nacionalista do governo que apesar de proibir 
práticascomunistas, adotou alguns aspectos que lhes convinham. Sendo assim, a igreja 
católica se aliou com os liberais privatistas, e por terem essa influência, o Ensino Religioso 
enfim foi incluído na grade curricular. Tal questão está presente no Art. 168, referentes aos 
princípios da legislação:
Art. 168. V - o ensino religioso constitui disciplina dos horários das esco-
las oficiais, é de matrícula facultativa e será ministrado de acordo com a 
confissão religiosa do aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou pelo seu 
representante legal ou responsável. (BRASIL, 1946, online)
31UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
Neste período, foi possível o exercício da disciplina, entretanto, nos deparamos 
com outro desafio. Uma vez que foi concedido o direito de ministrar aulas sobre religião, 
ainda que de maneira facultativa; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 
9394/96, promulgava um revés quanto a ministração dessas aulas nas escolas públicas, 
uma vez que não garantiria a remuneração aos professores. O que buscavam promover é 
que as aulas fossem conduzidas por representantes religiosos.
Art. 97. O ensino religioso constitui disciplina dos horários das escolas ofi-
ciais, é de matrícula facultativa, e será ministrado sem ônus para os poderes 
públicos (grifo nosso), de acordo (sic) com a confissão religiosa do aluno, 
manifestada por êle (sic), se fôr (sic) capaz, ou pelo seu representante legal 
ou responsável. (BRASIL, 1996, online)
Isto quer dizer que esta vitória para o Ensino Religioso e para a igreja católica na 
época, seguiram os interesses privados, beneficiando as escolas privadas que continham 
uma ordenação religiosa em sua organização. Ou seja, na prática não houve a concre-
tização de uma política pública que atendesse a sociedade como um todo, a política da 
constituição neste momento, visava formar nos conhecimentos morais a elite brasileira. 
32UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscamos abordar nesta unidade aspectos relevantes no âmbito educacional da 
disciplina de Ensino Religioso. Como falamos sobre uma proposta educacional, precisamos 
expor e citar as Constituições e Leis de Diretrizes de Bases do ensino brasieiro.
Desta forma, visamos contribuir com o conhecimento acerca desta área do saber 
de uma forma neutra e que atenta a democracia do povo brasileiro, todavia, é nítido como 
em alguns momentos da história, a religião cristã acaba por reger essa busca pela institu-
cionalização do Ensino Religioso.
Conforme exposto, houve um conflito entre Estado e Igreja para a institucionaliza-
ção desta disciplina. Esperamos que da maneira que conduzimos este conteúdo, tenhamos 
contemplado os estudantes e interessados dessa área do saber e que todas as informações 
e questionamentos aqui levantados, conduzam o estudante e leitor a se capacitar cada dia 
mais na epistemologia desse saber.
33UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
LEITURA COMPLEMENTAR
O intuito das literaturas complementares referente a esta unidade, busca servir 
como base para o professor do ensino religioso não apenas quanto ao conteúdo que possa 
vir a ser ensinado em sala de aula, mas também, informar sobre as questões sociológicas 
que permeiam o pensamento religioso.
Importante enfatizar aqui que o professor de ensino religioso, jamais deixará de 
ser primeiramente um professor. Isto quer dizer que existe uma legislação que coordena 
o ensino no Brasil, e o professor de ensino religioso precisa andar em concordância com 
estes aspectos. Todavia, toda lei está pautada na construção social e organização de uma 
sociedade. Pensar e discutir religião, engloba vários aspectos, como neste caso, o socioló-
gico. Sendo assim, desejamos a vocês uma boa leitura!
Fonte:
WEBER, M. Conceitos básicos de sociologia. São Paulo: Centauro, 1987.
WEBER, M. Sobre a teoria das ciências sociais. São Paulo: Centauro, 1991.
WEBER, M. Economia e sociedade. 3. ed. Brasília: UnB, 1994. v. 1.
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 11. ed. São Paulo: Pioneira, 1996.
WEBER, M. Ciência e Política: Duas Vocações. 18. ed. São Paulo: Cultrix, 2011.
WEBER, M. Essencial sociologia. Londres: Reuni Unido. Editora Penguin, 2013.
WEBER, M. Escritos políticos. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
WEBER, M. Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia Compreensiva. 4. Ed. Brasília: UNB, 2015. 
WEBER, M. Ética econômica das religiões mundiais: Ensaios comparados de sociologia 
da religião. São Paulo: Editora Vozes, 2016.
WEBER, M. Metodologia das Ciências Sociais. 5. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2016.
WEBER, M. A política como vocação. São Paulo: Book Builders, 2017.
WEBER, M. Sociologia das Religiões. São Paulo: Editora Ícone, 2017.
WEBER, M. O Direito na Economia e na Sociedade. São Paulo: Editora Ícone, 2017.
WEBER, M. A política como vocação e ofício. São Paulo: Editora Vozes, 2021.
34UNIDADE II A Importância da História da Religião para a Formação Humana
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: História, legislação e fundamentos do ensino religioso
Autor: Sérgio Rogério Azevedo Junqueira.
Editora: Intersaberes.
Sinopse: Em História, Legislação e Fundamentos do Ensino 
Religioso, Sérgio Junqueira resgata as origens históricas da dis-
ciplina no Brasil, demonstrando sua evolução desde os tempos 
de nossa colonização “catequética”. Na obra, o leitor perceberá 
que o desenvolvimento do Ensino Religioso nas escolas é reflexo 
do amadurecimento da sociedade brasileira. Para tanto, o autor 
demonstra que manter a disciplina em nossas salas de aula é uma 
forma de difundir o diálogo e de compreender as diversas culturas 
presentes no país.
FILME/VÍDEO 
Título: Deus é brasileiro
Ano: 2003.
Sinopse: Cansado de tantos erros cometidos pela humanidade, 
Deus resolve tirar férias dela, decidindo ir descansar em alguma 
estrela distante. Para isso, precisa encontrar um substituto para 
ficar em seu lugar enquanto estiver fora. Ele resolve então pro-
curá-lo no Brasil, já que é um país tão religioso. Seu guia nessa 
busca é Taoca, um esperto pescador que vê em seu encontro com 
Deus sua grande chance de se livrar dos problemas pessoais. 
Juntos eles rodam o Brasil em busca de um substituto ideal.
35
Plano de Estudo:
● Desafios da educação no e para o século XXI - papel da religião e a escola;
● A educação no Brasil;
● O ensino religioso e seus desafios;
● A importância das religiões para o século XXI.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os aspectos educacionais;
● Compreender os tipos de didáticas do ensino;
● Estabelecer a importância da liberdade religiosa.
UNIDADE III
Educação no Século XXI
Professora Me. Bianca Martins da Silva
36UNIDADE III Educação no Século XXI
INTRODUÇÃO
 Nesta unidade, nosso foco é a educação religiosa no século XXI. Conforme exposto 
anteriormente, a educação no Brasil é regida por uma constituição e todos os professores 
precisam estar de acordo com suas diretrizes. Desta forma, uma vez que dissertamos so-
bre estes aspectos, cabe também apresentarmos a organização do ensino brasileiro com 
o século vigente.
O Brasil mesmo em pleno século XXI, ainda possui reflexos do ensino da era co-
lonial. Sobretudo, há quem afirma que estes resquícios podem oferecer certos benefícios 
no que tange a prática do ensino religioso nas escolas como disciplina curricular, tendo em 
vista o exercício do ensino por parte dos padres católicos. Entretanto, buscaremos discutir 
nesta unidade sobre essas implicações do ensino no século XXI.
37UNIDADE III Educação no Século XXI
1. DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NO E PARA O SÉCULO XXI – PAPEL DA 
 RELIGIÃO E A ESCOLA
O profissional de ensino religioso deve estar ciente que exercer esta profissão 
no Brasil implica em estar de acordo com aquilo que a legislação do país permite. Ou 
seja, apesar de observamos que há a integralização da disciplinaa partir do Estado, 
ainda faz se necessário que a diversidade religiosa e cultural presentes no cenário 
brasileiro seja respeitada. 
O termo ‘educação’ conforme diz Olinto (2001, p.181) consiste no ato de educar, 
que seria “ensinar, doutrinar, cultivar o espírito”, além de compor uma gama de “normas 
pedagógicas para o desenvolvimento geral do corpo e do espírito”. Quando depara-se com 
esta definição, o raciocínio que deve-se fazer é se, de fato, as escolas brasileiras estão 
oferecendo uma educação de acordo com seu conceito. Receber uma educação é algo que 
vai além de oportunizar uma série de informações e dispor aos alunos. E não é porque o 
ensino básico inicia-se quando criança, e os indivíduos são determinados como menores 
de idade por lei, que eles podem receber qualquer coisa. Todos têm o direito a receberem 
uma educação de qualidade.
O doutor Agostinho dos Reis Monteiro (2003) em seu texto o pão do direito à edu-
cação afirma que:
38UNIDADE III Educação no Século XXI
Depois do pão, a educação é a primeira necessidade do povo”, disse Danton 
no tempo da Revolução Francesa, em 1793, na sessão da Convenção de 13 
de Agosto. O direito à educação é uma qualidade de pão vital para uma vida 
humana. (...) O direito à educação é um direito prioritário, mas não é direito a 
uma educação qualquer: é direito a uma educação com qualidade de “direito 
do homem. (MONTEIRO, 2003, p. 764)
Enquanto educadores precisamos ter em mente que a educação é um direito de 
todos e isto não abrange uma educação que seja medíocre. Como formadores e influenciado-
res da sociedade, não podemos oferecer qualquer conteúdo aos alunos, todos os indivíduos 
merecem o melhor da escola e de nós. Quando oferecemos algo mediano aos estudantes, 
estaremos contribuindo com a formação de uma sociedade mediana, por isso, nosso enfoque 
e busca enquanto professores deve sempre almejar o melhor para toda a sociedade.
Ainda abordando sobre a educação e o direito de todos a terem acesso a ela, po-
de-se citar o conteúdo da própria constituição vigente no Brasil. A Constituição de 1988 em 
seu Art 205/ seção I, Capítulo II relata que a “educação, direito de todos e dever do Estado e 
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa...” (BRASIL, 1988) (I); isto permite inferir que, primeiramente, a 
educação é um direito dos cidadãos e dever do Estado. 
Porém, quando analisamos as políticas educacionais em pleno século XXI, é possí-
vel perceber uma divergência na aplicação desses princípios, tendo em vista que o ensino 
nas escolas brasileiras tem sido sucateado pelo Estado. Os professores não recebem um 
salário adequado com a demanda de suas atividades e funções e, ainda, constantemente, 
tem-se ouvido notícias, que após apurações, a verba destinada a escolas são desviadas. 
A escola é um meio social em que permite-se a infusão de ideologias culturais, 
religiosas e políticas. Com a expansão do capitalismo a escola se moldou ao sistema em 
que a preocupação de ensino visa uma capacitação para o ingresso em cursos técnicos ou 
universidades com a finalidade de que os indivíduos tenham uma profissão no futuro. Não 
é ruim capacitar as pessoas para empregá-las no futuro. O problema é que isto se tornou o 
único objetivo da função escolar.
Isto levou com que as políticas educacionais na atualidade olhem apenas para o 
lado capitalista do sistema, ao invés de buscar suprir todas as nuances dos indivíduos. As-
sim, o enfoque da educação visa o investimento a medida em que se reconhece um retorno 
que esta pode trazer para a sociedade, isto é, nas áreas industriais e de produções que 
gerem renda ao país. A educação passou a ser vista, segundo Zamboni (2016), pela “lógica 
da relação custo-benefício”. O Banco Mundial, o maior investidor na educação afirma que:
39UNIDADE III Educação no Século XXI
[...] a educação é a pedra angular do crescimento econômico e do desenvol-
vimento social e uma dos principais meios para melhorar o bem-estar dos 
indivíduos. Ela aumenta a capacidade produtiva das sociedades e suas insti-
tuições políticas, econômicas e científicas e contribui para reduzir a pobreza, 
acrescentando o valor e a eficiência ao trabalho dos pobres... (ZAMBONI, 
2016, p. 73)
A escola e a religião abrangem um olhar para o indivíduo que foca nas diversas 
nuances que integram os seres. Desta forma, o desafio educacional em todas as áreas con-
flita com essa concepção de ensino materialista que busca apenas capacitar trabalhadores 
na sociedade. Nosso dever é buscar romper com essa cultura que objetifica o educando, e 
venhamos a contribuir com uma sociedade pensante e massiva em busca dos direitos de 
todos, inclusive da educação e liberdade religiosa.
40UNIDADE III Educação no Século XXI
2. A EDUCAÇÃO NO BRASIL
A educação no Brasil conforme discutimos acima encontra diversas necessidades 
de melhorias e investimentos. A implementação de políticas públicas que atendam a comu-
nidade de docentes e discentes, é urgente, porque para podermos desenvolver um bom 
trabalho enquanto professores, é importante que a área de ensino seja apropriadamente 
remunerada. Quando isto não acontece, o professor precisa multiplicar sua jornada de 
trabalho e acaba por ter tantas demandas que a qualidade de suas funções diminui.
Além disso, abordamos como “políticas públicas” o segmento responsável por 
garantir medidas dignas para a sociedade, como afirma Zamboni (2016). Ou seja, para 
que um aluno frequente uma escola e consiga apreender o conteúdo que ali está sendo 
ministrado, é imprescindível que o mesmo tenha em sua casa uma estabilidade mínima 
que supra as necessidades de cada indivíduo. É sabido que em regiões denominadas de 
comunidades carentes, uma das motivações das crianças em frequentarem a escola, é por 
conta da merenda. Se uma criança não se encontra bem alimentada, bem descansada, isto 
irá influenciar no desempenho escolar da mesma.
Falamos de políticas públicas não por ser algo de responsabilidade do profes-
sor, entretanto, por se tratar de aspectos que irão influenciar na rotina do professor, 
vale ressaltar que devemos observar se o Estado tem cumprido com suas obrigações. 
Destarte, a efetividade do trabalho de professor depende de como a sociedade está 
sendo conduzida pelo governo.
41UNIDADE III Educação no Século XXI
REFLITA
Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que só em meados do 
século XX o processo de expansão da escolarização básica no país começou, e que o 
seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, se deu no fim dos anos 1970 e 
início dos anos 1980.
Fonte: BRUINI. E. da C. Educação no Brasil. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
educacao/educacao-no-brasil.htm. Acesso em: 01 set. 2021.
Esses aspectos até aqui abordados são pressupostos inerentes ao trabalho do 
professor, inclusive o professor da disciplina de Ensino Religioso. Conforme mencionado 
em outros momentos de nosso estudo, o estudante de uma escola privada acaba por facil-
mente ter acesso aos conteúdos dessa disciplina, porém, nas escolas públicas ainda nos 
deparamos com estes obstáculos que acabam dificultando nosso trabalho.
42UNIDADE III Educação no Século XXI
3. O ENSINO RELIGIOSO E SEUS DESAFIOS
Podemos afirmar que o principal desafio para a nossa disciplina de Ensino Re-
ligioso faz juz a dificuldade de um consenso entre religião e o estado. Não viemos aqui 
defender que ambas as áreas devem andar lado a lado, até porque a história nos conta as 
implicações desta aliança. Mas, se observarmos a constituição, ainda fica uma briga em 
que sempre buscam transferir a responsabilidade, para não dizer culpa, um no outro.
Segundo SEPULVEDA, D. e SEPULVEDA, J. A. (2017), a religião vai defender que 
o Estado deve proporcionar o ensino de uma disciplina que trate das religiões nas escolas 
como uma disciplina que fazparte da grade curricular. Todavia, o Estado alega que por 
ser laico e existirem as comunidades religiosas, a responsabilidade deste ensino deve se 
concentrar nas comunidades eclesiásticas.
SAIBA MAIS
O Estado se tornou laico, vale dizer tornou-se equidistante dos cultos religiosos em as-
sumir um deles como religião oficial. A modernidade vai se distanciando cada vez mais 
do cujus regio, ejusreligio. A laicidade, ao condizer com a liberdade de expressão, de 
consciência e de culto, não pode conviver com um Estado portador de uma confissão. 
Por outro lado, o Estado laico não adota a religião da irreligião ou da antirreligiosidade. 
Ao respeitar todos os cultos e não adotar nenhum, o Estado libera as igrejas de um 
controle no que toca à especificidade do religioso e se libera do controle religioso. Isso 
quer dizer, ao mesmo tempo, o deslocamento do religioso do estatal para o privado e a 
assunção da laicidade como um conceito referido ao poder de Estado.
Fonte: CURY, 2004, p. 183.
43UNIDADE III Educação no Século XXI
Precisamos enfatizar também que propor uma disciplina que promova o Ensino 
Religioso, necessita abordar as religiões como um todo. É justamente pela laicidade do 
Estado que existe liberdade religiosa, e, portanto, deveríamos estar mais abertos para dis-
cutir sobre estes assuntos. Conforme Ames (2006), o senso comum afirma que o conceito 
de que certos temas, como religião e política, não deveriam ser discutidos, justamente pelo 
fato da escola ser o ambiente que aborda o Conhecimento, as especificidades das religiões 
deveriam ser estudadas.
O maior desafio do Ensino Religioso está em sua própria proposta. De acordo com 
Valente (2018), considerar apenas o ensino do cristianismo, que seria a religião majoritária 
em nosso país, contradiz os argumentos que são usados para defender a institucionalização 
do mesmo. Primeiramente, a laicidade do Estado precisa ser elogiada ao invés de criticada, 
pois é justamente por ela que podemos nos expressar livremente. Em segundo lugar, é 
necessário uma organização e gestão desta disciplina que observe, respeite e defenda a 
totalidade da diversidade religiosa existente em nosso país.
44UNIDADE III Educação no Século XXI
4. A IMPORTÂNCIA DAS RELIGIÕES PARA O SÉCULO XXI
Pensar sobre a religião implica em buscar responder sobre certos questionamentos 
que estão arraigados na constituição do ser humano desde as primeiras eras que conhe-
cemos através da história da humanidade. Normalmente, é a religião que irá formular 
respostas acerca da razão e propósito da vida. Esta área assegura um campo de discus-
são completamente abstrato, por isso, não é um ramo que proporciona exatidão em suas 
explicações. (VALENTE, 2018)
Não há como aplicarmos o empirismo na fundamentação e teorias das vastas 
religiões, pois a característica principal das religiões governam no que denominamos de 
âmbito espiritual, que é algo que faz parte da vida das pessoas (para aqueles que não 
são ateus, materialistas, etc); porém, não é a vida que vivemos nesta terra. A religião, na 
verdade, propõe uma discussão do que seria o nosso pós vida, por isso, dependendo da 
crença, existem várias teorias. (ALEXANDER, 2010)
A sociedade tem dificuldade de abordar características abstratas que fazem parte 
da nossa realidade, como por exemplo nossas emoções. Da mesma forma que não pode-
mos utilizar objetos e materiais físicos para descrever a tristeza, a religião possui a mesma 
raiz. Contamos com a sensibilidade dos seres humanos para compreender e se disporem 
a estudar a ciência das religiões.
45UNIDADE III Educação no Século XXI
Ao depararmos com a angústia em nosso cotidiano, é comum que busquemos 
nas doutrinas religiosas meios para aliviar nossos sentimentos. Pelo fato das ciências não 
trazerem respostas acerca destes questionamentos, é que se faz necessário as religiões 
para a humanidade. Quando o homem se coloca como acima da Natureza, ele acaba por 
buscar fora da Natureza, respostas a tudo aquilo que a Natureza não lhe concedeu. Essa 
complexidade da religião vem de encontro com a complexidade do próprio ser humano. 
(ALEXANDER, 2010)
Por estes e outros aspectos é que a religião é importante ainda no século XXI. 
Não apenas sua discussão, assim como sua vivência. Cada religião se apropria de uma 
linguagem e de símbolos peculiares a elas, e isso só é possível por conta da busca por 
sentido que a humanidade percorre ao longo de sua existência. Se até aqui ainda discuti-
mos pressupostos religiosos, isto demonstra que, de alguma forma, elas trazem sentido ao 
mundo, pois ao longo das era não foram esquecidas.
46UNIDADE III Educação no Século XXI
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Discutir acerca da educação no século XXI é um assunto vasto e que depende de 
vários outros segmentos para contemplar seu objetivo. A educação é um direito de todos 
os indivíduos e encontramos esse direcionamento em nossa política e constituição. Toda-
via, observamos que na prática, o sistema é falho em vários aspectos. Como professores 
precisamos estar atentos ao funcionamento das políticas educacionais e lutarmos a favor 
de melhorias sempre.
Uma vez que a sociedade constantemente sofre mudanças, a demanda de um 
educador é alta pois precisa dar conta daquilo que ainda precisa ser regularizado e das trans-
formações que o ensino vem sofrendo. Neste ínterim, podemos observar a importância que 
a religião possui para os indivíduos que visam discutir pontos abstratos de nossa existência.
A educação atrelada à religião levanta uma série de desafios que ainda precisamos 
descobrir como enfrentar para que possamos atravessar os obstáculos que nos prendem 
socialmente. Discutir sobre o Ensino Religioso é um tema latente e carente de estudo e 
formulações científicas e devidamente embasadas. Assim, contamos com a dedicação de 
vocês para nos auxiliar nessa caminhada.
47UNIDADE III Educação no Século XXI
LEITURA COMPLEMENTAR
O intuito das literaturas complementares referente a esta unidade, busca servir 
como base para o professor do ensino religioso não apenas quanto ao conteúdo que pos-
sa vir a ser ensinado em sala de aula, mas também, informar sobre as metodologias de 
aprendizagem e as quais abordagens as mesmas se referem. Para tanto, trouxemos texto 
baseados no educador que neste ano completaria seu centenário, já que o mesmo constitui 
grande referência mundial no âmbito da educação.
O professor de ensino religioso é antes de mais nada um indivíduo que está sempre 
aprendendo novas informações e conteúdo. Isto quer dizer que todos nós estamos sempre 
dispostos diante de novas informações e precisamos sempre renovar nosso conhecimento 
para nós e para os outros.
É muito importante que cada um de nós estejamos dispostos a prosseguir nessa 
jornada pelo conhecimento estando sempre abertos para o novo, para as novas metodo-
logias ativas, mas também para aquilo que se constitui como base educacional em nosso 
país, como toda a literatura de Paulo Freire.
Sendo assim, desejamos a vocês uma boa leitura!
FONTE:
FALS BORDA, Orlando. Ciencia Propia y Colonialismo Intelectual Ciudad de México: 
Editorial Nuestro Tiempo, 1970.
FALS BORDA, Orlando. Por la praxis: el problema de cómo investigar la realidad para transformarla. 
 In: FALS BORDA, Orlando, et al. Crítica y Política en Ciencias Sociales: el debate sobre teoría y 
 práctica. Bogotá: Punta de Lanza, 1978.
FALS BORDA, Orlando. Conocimiento y poder popular: Lecciones con campesinos de Nicaragua, 
 México, Colombia. Bogotá: Punta de Lanza; Siglo Veintiuno Editores, 1985.
FALS BORDA, Orlando. Ante la crisis del país: ideas-acción para el cambio. Bogotá: El Áncora 
 Editores; Panamericana Editorial, 2003.
FALS BORDA, Orlando. Una sociología sentipensante para América Latina. Compilado por Victor 
 Manuel Moncayo. Bogotá: Siglo del Hombre y Clacso, 2009.
FALS BORDA, Orlando. La investigación-Acción en convergencias disciplinarias. In: AntologíaOrlando Fals Borda Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, 2010, p. 359-368.
FALS BORDA, Orlando. Pesquisa-Ação, ciência e educação popular nos anos 90. In: STRECK, 
Danilo (Org.). Fontes da Pedagogia Latino-Americana: uma antologia. Belo Horizonte: Autêntica 
 Editora, 2010 [1995].
FALS BORDA, Orlando; ZAMOSC, León. Balance y perspectivas de la IAP. In: GARCÍA, Carlos 
 (Org.). Investigación Acción Participativa en Colombia Bogotá: Punta de Lanza; Foro Nacional 
por Colombia, 1985.
48UNIDADE III Educação no Século XXI
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Contra a escola
Autor: Fausto Zamboni.
Editora: Vide editorial.
Sinopse: Por que a escola não educa e condena tantas vidas ao 
desperdício e à esterilidade? A educação (ex-ducere, conduzir 
para fora) deixou de ser uma abertura à razão e ao espírito, con-
vertendo-se em engenharia social, em manipulação dos instintos 
baixos para a realização da vontade de poder. O homem, não mais 
educado naquilo que tem de essencialmente humano, passou a 
ser instrumentalizado em vista de algum interesse econômico ou 
social. Em consequência, desumanizou-se, transformando-se no 
imbecil que, com base em concepções erradas acerca da nature-
za humana, cria políticas desumanas. Nessa situação de doença 
linguística e espiritual, perdeu a experiência de amplas faixas da 
realidade ligadas à razão e ao espírito, assim como a capacidade 
de compreendê-las e expressá-las. De nada nos serve essa louca 
pretensão de alterar a natureza humana e remodelar o mundo. 
Cabe a nós, então, fazer o inventário dos nossos descaminhos, e 
retomar a estrada mestra abandonada.
FILME/VÍDEO 
Título: A onda
Ano: 2008
Sinopse: O filme do alemão Dennis Gansel apresenta a experiên-
cia conduzida por um professor diante de uma turma desmotivada, 
que precisava aprender o conceito de autocracia. O diretor reforça 
a importância da escola na formação dos jovens para que erros 
históricos, como o fascismo, não venham a ser repetidos.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=QBKEi8qamKM
49
Plano de Estudo:
● Conceitos e definições da Pedagogia da Autonomia;
● O perfil do professor de Ensino Religioso;
● A ciência das religiões;
● A finalidade do Ensino Religioso.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a importância de uma metodologia 
didática no ensino religioso.
● Compreender os tipos de metodologias e como aplicá-las.
● Estabelecer a importância da didática na religião.
UNIDADE IV
O Professor de Ensino Religioso
Professora Me. Bianca Martins da Silva
50UNIDADE IV O Professor de Ensino Religioso
INTRODUÇÃO
Nesta etapa de nosso estudo, vamos analisar certos aspectos do professor de 
Ensino Religioso. Para tal, é importante abordarmos sobre algumas linhas pedagógicas 
que guiam nosso estudo e atuação enquanto professores.
A pedagogia e a psicologia, desenvolveram certos estudos através da observação 
do funcionamento do ser humano. Além disso, a filosofia e a sociologia contribuem com 
este traço analítico da organização da sociedade.
O professor em geral tem um perfil e um modo de atuação que está atrelado com 
a sua formação, sobretudo, vamos entender a peculiaridade do professor de Ensino Reli-
gioso, uma vez que, se trata de uma área que consolida a vida social e a crença religiosa. 
Esperamos que ao fim desta unidade, estas pressupostas venham a esclarecer a posição 
deste profissional e contribua com a formação do mesmo.
51UNIDADE IV O Professor de Ensino Religioso
1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA PEDAGOGIA DA AUTONOMIA 
A pedagogia é uma importante área do ensino que trabalha com a capacitação de 
profissionais que irão atuar nas escolas a partir das idades mais inferiores dos indivíduos. 
É uma ciência que contou com a participação de diversas áreas do ensino para a sua 
consolidação. Além disso, a pedagogia sofreu através do tempo, várias reformulações e 
aprimoramento de sua arte, o que ocasionou na constituição de linhas pedagógicas que 
delimitam o perfil do educador e a maneira que pode escolher como aplicar o ensino.
Desta forma, temos na pedagogia o que é chamado de tradições pedagógicas 
liberais. Segundo Libâneo (2018), essas pedagogias são dividas entre algumas áreas, e 
dentre elas, podemos conhecer as seguintes:
● A pedagogia tradicional: Trata-se de uma perspectiva metodológica que teve 
seu início no século XVIII e ainda é utilizada em algumas escolas brasileiras. Ela 
coloca o professor como uma figura de autoridade, pois defende que para que 
a criança desenvolva um pensamento crítico, ela deve conhecer uma estrutura 
sólida de informações na mais tenra idade. Com isso, as aulas constituem um 
caráter expositivo e com exercícios de repetições.
52UNIDADE IV O Professor de Ensino Religioso
● A pedagogia democrática: Esta linha, por estar dentro de uma corrente liber-
tária do ensino e aprendizagem, defende a participação de todos no processo 
de desenvolvimento. Assim, o aluno, os pais, os professores e funcionários, têm 
o direito à participação na instituição de ensino.Ela coloca o aluno como figura 
central do processo de aprendizagem, diferentemente das correntes tradicio-
nais que adotavam o professor como essa figura. Aqui, o professor é apenas um 
facilitador do conhecimento.
● A pedagogia montessoriana: Esta linha de aprendizagem foi criada pela italia-
na Maria Montessori sendo uma metodologia que se concentra na experiência 
e na abstração. Ela propõe que o aluno tenha em sala de aula materiais que 
estimulem a aprendizagem e é ele mesmo quem escolhe o que deseja aprender 
naquele dia. A proposta é que cada um aprenda no seu ritmo.Todavia, nesta pro-
posta de aprendizagem existem alguns módulos que precisam ser cumpridos, 
para delimitar a avaliação e avanço de uma turma para outra. Em sala de aula, 
ela permite apenas vinte alunos no máximo, e a avaliação é feita pelo professor. 
● A pedagogia construtivista: Na pedagogia construtivista, é utilizado uma 
metodologia de problemas hipotéticos e resoluções de problemas. O professor 
não é responsável por passar o conteúdo aos alunos, mas ele também deve tra-
balhar a capacidade cognitiva dos estudantes, fazendo com que eles formulem 
as soluções para os problemas, os colocando como seres autônomos dentro da 
sala de aula.
● A pedagogia de Waldorf: Esta pedagogia foi criada pelo filósofo austríaco 
Rudolf Steiner e é organizada em sete ciclos. O intuito é trabalhar o alunos de 
maneira holística, ou seja, considerá-lo como um todo (corpo, alma e espírito). 
Os ciclos são divididos em etapas biológicas, que vão de 0 a 7 anos, depois dos 
7 aos 14, e o último dos 14 aos 21; todas elas sendo gerenciadas pelo mesmo 
tutor, que será quem irá fazer a avaliação de cada aluno.
Dentre as tradições pedagógicas progressistas, vamos analisar as três linhas mais 
importantes do movimento, baseado nos estudos de Paulo Freire (1996):
53UNIDADE IV O Professor de Ensino Religioso
● A escola progressista libertária: Esta linha pedagógica coloca o professor 
como mediador, em que ele apenas irá propor orientações aos alunos neste pro-
cesso de desenvolvimento e aprendizado. As tradições progressistas defendem 
o caráter político e senso crítico que precisa ser desenvolvido nos estudantes, 
assim, trabalha junto com a autonomia dos indivíduos.
● A escola progressista libertadora: A progressista libertadora seria um sistema 
de ensino chamado de horizontal, em que o aluno e professor trabalham juntos 
neste desenvolvimento do ensino e aprendizagem. O conteúdo trabalhado em 
sala de aula é proveniente da vivência que eles tiram de seu dia-a-dia, assim, os 
alunos são divididos em grupos para proporem e discutirem suas ideias.
● A escola progressista crítico-social: A escola progressista crítico-social possui 
um viés democrático e político acentuado, de forma que defende que a classe 
trabalhadora e menos favorecida tem o direito ao conhecimento. Ela aponta o 
ensino como uma arma transformadora da

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