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APOSTILA-CULTURA-ESCOLAR

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CULTURA ESCOLAR 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3 
2 O AMBIENTE ESCOLAR .......................................................................................... 4 
2.1 Escola ................................................................................................................... 6 
2.2 O comportamento humano nas organizações ...................................................... 7 
2.3 Conceitos importantes no contexto organizacional ............................................. 10 
2. COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES ...................................... 11 
2.1 O perfil do pedagogo nas organizações ............................................................. 13 
3 O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (PPP) NA RENOVAÇÃO ESCOLAR ...... 17 
3.1 O projeto pedagógico como instrumento de inovação ........................................ 18 
3.2 Estratégias de renovação prática pedagógica .................................................... 21 
4 GESTÃO ESCOLAR ............................................................................................... 23 
4.1 Gestão Democrática ........................................................................................... 25 
4.2 Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Plano Nacional da Educação e gestão 
escolar ....................................................................................................................... 26 
4.3 Alguns pilares da educação ................................................................................ 28 
5 A GESTÃO DE CONFLITOS NO COTIDIANO ESCOLAR ..................................... 31 
5.1 Medidas de gestão de conflitos nas escolas ....................................................... 34 
6 CLIMA ORGANIZACIONAL NAS ESCOLAS .......................................................... 38 
6.1 A atuação do pedagogo na organização escolar ................................................ 41 
6.2 Clima de saúde organizacional ........................................................................... 43 
7 O valor da prática pedagógica cultural para o educando ........................................ 45 
7.1 Práticas culturais criativas no interior da escola ................................................. 48 
8 PROJETOS PEDAGÓGICOS NAS ORGANIZAÇÕES ........................................... 52 
8.1 Treinamento e desenvolvimento de pessoas: projeto pedagógico ..................... 55 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 O AMBIENTE ESCOLAR 
Segundo Monteiro (2014), desde a década de 1980, com o avanço das ideias 
construtivistas, principalmente nos cenários educacionais, começaram a surgir 
questionamentos importantes sobre o que é preciso para que as crianças se 
alfabetizem. Quais são os recursos necessários para facilitar a aquisição dessa 
habilidade? Quais são os métodos utilizados para essa alfabetização e quais são as 
implicações dos preceitos do professor? Essas são algumas das questões que levam 
à definição do ambiente escolar. 
Com a difusão do ideário construtivista, para o qual o foco é a criança e seu 
processo de conceitualização da escrita, a interação da criança com esse objeto de 
conhecimento ganhou uma grande importância nos encaminhamentos pedagógicos. 
A ideia básica é que os aprendizes da linguagem escrita reflitam sobre os sistemas 
representacionais e adquiram seus símbolos gráficos e suas regras de funcionamento 
a partir do contato intensivo com a linguagem e da participação ativa nas práticas 
adultas de leitura e escrita (MONTEIRO, 2014). 
A partir dessa citação, a ideia construtivista de competência infantil sugere que 
a exposição das crianças ao material escrito e sua participação ativa na prática de 
alfabetização de adultos podem fortalecer os conceitos de alfabetização. 
E com base nesse princípio, a necessidade de criar um ambiente para a 
alfabetização também se tornou evidente. Talvez seja importante lembrar o que é 
construtivismo ao começar a abordar o assunto. Isso é especialmente verdadeiro para 
apontar que isso muda o foco de "ensinar" para "aprender" e muda muito nossa 
abordagem de leitura e escrita. 
A aprendizagem contribui para o desenvolvimento porque não copia nem 
reproduz a realidade. No conceito construtivista, aprendemos quando podemos 
desenvolver uma representação pessoal do objeto ou conteúdo do mundo real que 
queremos aprender (COLL et al; 2006). 
Essa sofisticação significa aproximar-se de tal objeto ou conteúdo para 
apreendê-lo. Não é uma aproximação vazia partindo do zero, mas baseada em 
experiências, interesses e conhecimentos prévios que poderiam explicar a novidade. 
Com base nas citações do autor, podemos perceber que, ao lidarmos com objetos de 
conhecimento de leitura e escrita, precisamos atentar também para o conceito de 
representação. Este conceito é a base para o desenvolvimento do trabalho 
 
alfabetizador. 
A representação cria significado na criança sobre os objetos particulares que a 
cercam e criam a experiência. Você pode pensar que em um mundo cercado por 
sinais, símbolos, gráficos e sons, as crianças tentariam rapidamente estabelecer 
relações entre esses elementos e representá-los. 
Imagine uma criança que usa letras e desenhos rotineiramente em casa. Essa 
experiência nos leva a fazer associações e combinações desses símbolos para 
construir expressões. Logo, o creme dental “X do ursinho” passa a ser o seu preferido 
e assim ela irá identificá-lo no mercado ao realizar as compras com a família, por 
exemplo. 
Imagine uma criança em idade pré-escolar. Ao lidar com livros infantis com 
muitas figuras e poucas palavras, as crianças rapidamente entendem que essas 
palavras representam o que as figuras estão dizendo. A escrita representa, assim, a 
possibilidade de usar imagens e palavras para criar uma compreensão da história 
apresentada na obra. 
Portanto, com base no que vimos, partimos do pressuposto de que o ambiente de 
leitura é aquele em que os alunos estão imersos em letras, símbolos, gráficos, 
palavras escritas, figuras e sons que podem gerar significado e expressão. O 
ambiente literário também é aquele em que os alunos são sempre estimulados a 
desenvolver autonomia e se engajar em práticas relacionadas à abordagem de 
aspectos relevantes da pesquisa. Ao usar os vários recursos desse ambiente, os 
alunos podem criar e desenvolver as habilidades de que precisam para ler e escrever, 
além de criar e compreender o significado. 
Quando pensamos em recursos, pensamos em tudo, desde folhas em branco 
até tintas, lápis, argila e todo tipo de material que pode ser usado para representar as 
letras que aprendemos e outros personagens gráficos. Podemos concluir que quanto 
mais disponíveis esses elementos com os quais uma pessoa pode interagir e 
experimentar, maisfácil é ler e escrever. 
Outra característica importante do ambiente de alfabetização é sua capacidade 
de possibilitar a participação e interação dos alunos no processo de alfabetização. 
Isso pode ser rastreado por meio do uso de atividades em grupo e observação e 
monitoramento contínuos dos diferentes níveis em que os alunos estão. 
Um ambiente de alfabetização tem a capacidade de interessar, motivar, inspirar 
e desafiar os alunos a continuar aprendendo a ler e escrever. Além disso, esse 
 
ambiente sempre deixa claro para os alunos que a escrita e a leitura têm intenções e 
funções muito úteis em seu dia a dia. É importante ressaltar que o ambiente literário 
não se encontra apenas nas escolas, mas também em torno delas. Afinal, ler e 
escrever são objetos sociais necessários que existem no cotidiano das pessoas. 
2.1 Escola 
As escolas têm desempenhado um papel central na sociedade há séculos. A 
escolarização passou a classificar os indivíduos e a estratificar socialmente aqueles 
que preenchiam determinados papéis sociais, ascendiam a determinadas categorias 
ocupacionais e eram considerados pessoas capazes e bem-sucedidas. 
A escolarização, sobretudo nos dias de hoje, é fundamental e representa os 
parâmetros, metas e objetivos importantíssimos que todos devem perseguir se 
quiserem aproveitar as melhores oportunidades que a sociedade oferece. 
A escola de hoje é uma instituição social que cumpre o propósito de 
alfabetização, ou seja, capacitar os indivíduos para ler e escrever. Isso levou a mesma 
a desenvolver métodos e técnicas para atingir esse objetivo. Esta é considerada a 
base da sua existência. 
A importância da escrita é bem conhecida nas escolas de todos os níveis de 
ensino. Assim, os alunos são classificados com base em suas notas. No entanto, é 
importante considerar: a escrita é importante fora da escola, e não o contrário, então 
é importante na escola (FERREIRO, 1999). 
Aprender a ler e escrever é essencial para que os indivíduos vivam em 
sociedade e se responsabilizem pelas mudanças e reestruturações que enfrentam a 
cada dia. 
A alfabetização é, portanto, um importante indicador social que permite que os 
indivíduos interpretem melhor o mundo, interajam com as pessoas e exerçam a 
cidadania. Basta atentarmos, de imediato, nos requisitos para a seleção de 
especialistas para diversas vagas no mercado de trabalho que tenham consciência de 
tamanha importância. Como você pode ver, ainda hoje a escola é o principal local para 
aprender a ler e escrever. 
A escola (enquanto instituição) tornou-se a guardiã desse objeto social. Esta é 
uma linguagem escrita e exige que o sujeito tenha uma atitude respeitosa em relação 
a este assunto durante o processo de aprendizagem. Um objeto que é reproduzido 
 
fielmente sem modificação (FERREIRO, 1999). 
Se seguirmos o raciocínio implícito, podemos concluir que o objeto de 
conhecimento aprendido retém suas propriedades por mais criativo e inovador que 
seja o alfabetizador. O alfabeto existe, deve ser real e tangível, deve ser 
compreendido, assimilado e belamente reproduzido por quem o aprende. 
E ainda existem regras de ortografia que devemos conhecer, seguir e respeitar. 
O alfabetizador, cria o ambiente mais favorável e propício para o desenvolvimento do 
processo de alfabetização dentro da escola. Isso inevitavelmente envolve a criação 
de um bom ambiente de alfabetização que melhora muito esse processo na vida dos 
alunos. 
2.2 O comportamento humano nas organizações 
O estudo do comportamento humano nas organizações visa compreender 
indivíduos, grupos e suas relações internas e externas. Porém, tendo em vista que 
uma organização é composta por diversos subsistemas que se inter-relacionam, 
influenciando e mudando constantemente como humanos, é fundamental ativar, 
inovar e aprender com esses constantemente. 
Para tanto, as organizações necessitam de profissionais que consigam, como 
requisitos mínimos, transformar a informação em conhecimento, que tenham agilidade 
para resolver problemas, que sejam resilientes, que saibam acrescentar valor ao 
produto e/ou ao serviço e consigam trabalhar em equipe. 
No século XIX, com o advento da Revolução Industrial, surgiu o estudo de 
Frederick Taylor (1856-1915), que utilizou métodos científicos para administrar as 
empresas, sendo o seu foco a eficiência e eficácia operacional da administração 
industrial. Taylor é considerado o pai da administração científica. 
Entre 1923-1926, com Elton Mayo (1880-1949), surgiu o movimento de 
relações humanas, cuja pesquisa ficou mundialmente conhecida como Hawthorne 
Studies. A pesquisa demonstrou a importância dos fatores sociais e sua influência no 
dia a dia do trabalho. A partir desse momento, o estudo do comportamento humano 
passou a ser imprescindível nas organizações e até hoje é constantemente atualizado. 
Segundo McShane e Von Glinow (2015), o comportamento organizacional 
estuda as pessoas, suas percepções, decisões, o uso ou não da inteligência 
emocional, individualmente e nas suas relações enquanto equipe. 
 
Para Schermerhorn Junior, Hunt e Osborn (1999, p. 29), “[...] a disciplina do 
comportamento organizacional surgiu como uma disciplina dedicada à compreensão 
científica dos indivíduos e grupos nas organizações e em suas implicações sobre o 
desempenho das estruturas, sistemas e processos estruturais”. 
Os autores se referem ao comportamento organizacional como tendo quatro 
características especiais: a primeira é a especificidade quanto à interdisciplinaridade 
com as ciências da Psicologia, Sociologia, Antropologia e Economia; a segunda 
característica é o foco nas respostas a questões de desempenho individual e de grupo, 
satisfação no trabalho, ausências e rotatividade; a terceira característica é a utilização 
de métodos científicos para pesquisar suas teorias e concepções; e a quarta 
característica se refere ao modo de estudar as situações distintas e buscar a prática 
para cada situação específica. 
Como forças essenciais para o comportamento organizacional, Newstrom 
(2011) indica as pessoas, estruturas, tecnologia e ambiente onde a organização 
opera. As pessoas constituem o sistema social que se relaciona formal e 
informalmente com os outros, ou em diversos grupos, que sofrem mudanças 
constantes, pois a formação dos mesmos é dinâmica e depende das 
atividades/projetos que estão sendo desenvolvidos. Possuem uma ampla e 
diversificada gama de saberes, talentos específicos, e expectativas variadas quanto 
aos seus objetivos pessoais e profissionais, que necessitam ser alinhados aos 
objetivos organizacionais, e assim, temos um grande desafio: obter objetivos comuns 
para que haja sinergia e seja possível alcançar os resultados esperados ou desejados. 
As estruturas na era da informação são provisórias e não definitivas, sendo 
projetadas e redesenhadas em posição e função conforme o ambiente e a tecnologia 
mudam. Algumas organizações que enfrentam mudanças maiores estão 
abandonando diretorias/divisões fixas e trabalhando com equipes multifuncionais em 
atividades temporárias alinhadas com missões específicas e objetivos únicos. 
Os locais de trabalho são coletivos para favorecer o trabalho em equipe, com 
pouca utilização de papel ou necessidade de grandes arquivos, pois agora temos a 
“nuvem” (CHIAVENATO, 1999). 
A outra força essencial que tem grande influência no comportamento 
organizacional é a tecnologia, que tornou o mundo uma grande aldeia global, impacto 
semelhante à Revolução Industrial do início do século passado. Hoje, a informação 
atravessa o planeta em milésimos de segundo, sendo muito responsável pelo 
 
fenômeno da globalização da economia. 
Transformar informação em conhecimento rapidamente é o maior desafio para 
organizações e pessoas. Com uma variedade de novas soluções de tecnologia sendo 
oferecidas diariamente, as organizações precisam se atualizar rapidamente,saber 
como usá-las para maximizar seu potencial e operar e desenvolver essas novas 
tecnologias. A força final a considerar é o ambiente interno e externo. 
 O ambiente interno é onde o comportamento organizacional busca atuar, 
porém sem desconsiderar que a força de trabalho também mantém relações externas. 
Quanto ao ambiente externo, podemos considerar o macroambiente e o 
microambiente. 
No macroambiente encontramos todas as forças externas aos negócios que 
não temos condições de controlar e nem influenciar, somente sofrendo as 
consequências de suas constantes mudanças, por isso devem ser monitorados. Não 
podemos mudar, mas temos a oportunidade de acertar alterando a estratégia. Por 
exemplo, a entrada de novas tecnologias que podem ajudar ou podem ser uma 
ameaça. Nele está contido a economia, o social ou sociocultural, o meio ambiente e o 
legal. 
O microambiente engloba forças próximas ao negócio, que afetam o 
atendimento ao cliente, ou seja, afetam o negócio diretamente e temos condições de 
controlar e influenciar. Essas forças são externas e internas. Nesse cenário, iremos 
encontrar nas forças internas a estrutura da empresa e nas forças externas os 
fornecedores, os intermediários, os clientes e os concorrentes. 
No contexto citado anteriormente, obter uma vantagem competitiva através da 
gestão de pessoas, é uma das estratégias mais importantes e implica engajar a força 
de trabalho nos objetivos e nas estratégias organizacionais, e uma das formas 
possíveis é através do estímulo do desempenho, que pode ser delineado de diversas 
formas e modos, sendo que uma maneira bem comum é através da instituição de 
indicadores e metas. 
Estabelecer metas é o mais indicado também para projetos pessoais, como 
projeção futura, pois estaremos nos movendo para alcançar o que desejamos. Dessa 
forma, as organizações, para alavancar o desempenho das pessoas, têm adotado 
essa metodologia para gerar comportamentos específicos, como também para que as 
pessoas se motivem na busca dos resultados almejados. Para a medição dessas 
metas são estabelecidos indicadores que são visíveis a todos e geralmente são 
 
instituídas por grupo/equipe, aumentando a sinergia e promovendo e estimulando o 
trabalho em equipe. 
2.3 Conceitos importantes no contexto organizacional 
O estudo do comportamento organizacional é baseado em diversas áreas do 
conhecimento, como desenvolvimento organizacional e gestão de recursos humanos. 
No entanto, difere na medida em que procura aprofundar aspectos específicos, como 
percepções, atitudes individuais, normas de grupo, comportamento informal e formal 
e conflitos interpessoais que afetam os resultados organizacionais. 
Quanto à natureza das pessoas, podemos encontrar alguma variação entre os 
autores e quanto aos aspectos nominados, mas todos possuem praticamente os 
mesmos princípios, não são excludentes, podemos entender como complementares. 
Chiavenato (2014) refere ser o desempenho, o engajamento das pessoas, a 
fidelidade, a satisfação no trabalho e cidadania organizacional os aspectos mais 
importantes na natureza das pessoas. 
O desempenho é um fator influenciador do comportamento organizacional, pois 
tanto o individual quanto o grupal conduzem a organização ao fracasso ou ao sucesso, 
onde todas as atividades e tarefas desenvolvidas pelas pessoas são traduzidas em 
desempenho, e o comportamento organizacional irá analisar mais profundamente o 
que está acontecendo com uma pessoa ou grupo, principalmente se o desempenho 
estiver abaixo do esperado. Por engajamento das pessoas podemos entender o 
quanto elas se sentem autorrealizadas na execução de seu trabalho, que lhes 
permitam estar num estado pleno de satisfação, energia e empenho nas suas funções. 
Para Lima, Zuppani e Pereira (2016, p. 53), “[...] é um estado da mente que 
suporta investimento simultâneo de energias pessoais na experiência e no 
desempenho das atividades no trabalho”. Nesse estado, as pessoas sentem-se 
motivadas e competentes para atingir as metas organizacionais. A fidelidade refere-
se à confiança que o empregado tem na organização e vice-versa, como também 
mede o quanto as pessoas literalmente vestem a camisa, lutam pela empresa e 
defendem os empregadores e/ou recomendam a empresa. 
A satisfação no trabalho, segundo Marín Rueda, Lima e Raad (2014, p. 131): [...] 
é um construto de natureza multifatorial, composto por diferentes fatores que se inter-
relacionam. Tais fatores dizem respeito a características intrínsecas ao trabalho 
 
(inerentes à execução das tarefas ou a seu ambiente laboral) e também a 
características extrínsecas (que não podem ser controladas pelo trabalhador). 
Agora é o fator mais importante para as organizações, por isso é 
frequentemente estudado por meio de pesquisas de clima. Avalia as atitudes das 
pessoas que estão intimamente relacionadas à qualidade de vida no trabalho, às 
condições ambientais, às relações pessoais, ao estilo e cultura de liderança, à 
educação e ao nível de autonomia que leva a uma empresa ser vista como um bom 
lugar para se trabalhar. E as empresas buscam se diferenciar e ser o melhor lugar 
para se trabalhar, com o objetivo de reter sua força de trabalho e atrair talentos de alto 
potencial. 
A cidadania organizacional diz respeito a várias ações informais dos 
empregados, que acrescentam e incrementam os resultados organizacionais. É ir 
além de suas responsabilidades do cargo e/ou função, como ser altruísta (estar 
sempre disposto a ajudar alguém ou a algum grupo), comportamentos voluntários 
como, por exemplo, em ações sociais auxiliando a empresa na sua responsabilidade 
social, como também o comprometimento do quanto ao autodesenvolvimento e na 
preocupação pelo bem-estar de todos na organização (CHIAVENATO, 2014). 
Quanto à percepção, a gestalt (ou psicologia da forma, defende que, para se 
compreender as partes, é preciso compreender o todo) fez uma importante 
contribuição para a Psicologia com a descoberta da influência da percepção no 
comportamento humano (revolucionando princípios fundamentais da ciência) a partir 
dos estudos voltados para a relação entre o todo e a parte. 
Nesse ponto, o todo afeta nossa compreensão do assunto, mostrando que as 
ações das pessoas são determinadas por sua percepção da realidade e não pela 
própria realidade. Duas pessoas podem ver o mesmo objeto ou situação de maneiras 
diferentes. 
 2. COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES 
Antes de abordar a posição do profissional da educação no ambiente 
organizacional, um dos primeiros aspectos a se atentar são as mudanças em curso 
no mundo e nas relações de trabalho. Isso porque influenciam diretamente nas 
escolhas dos profissionais da educação quanto ao comportamento. 
 
A reestruturação ocorrida no mercado de trabalho nas últimas décadas permitiu 
o surgimento da atuação do educador no ambiente organizacional, principalmente no 
setor empresarial. Portanto, confira algumas mudanças que ajudarão os educadores 
a entender como eles se encaixam e quais qualidades são necessárias para trabalhar 
nesses ambientes extracurriculares: 
• Sociedade aprendente; 
• Competências; 
• Concorrência; 
• Relações de emprego/trabalho; 
• Empregabilidade; 
• Gestão da diversidade. 
A primeira coisa a reconhecer é que a tecnologia digital de informação e 
comunicação, através do uso da Internet, trouxe grandes mudanças nas 
oportunidades de aprendizagem da sociedade. Dessa forma, a chamada sociedade 
da informação tornou-se uma sociedade do aprendizado após a universalização da 
Internet no final da década de 1990. Isso afetou tanto a vida das pessoas quanto o 
funcionamento das organizações que operam no mercado de trabalho (FLEURY, 
2000). 
Ao mapear essas informações e transformá-las em conhecimento útil e 
acionável, podemos ser mais dinâmicos e eficientes e produzir melhores resultados. 
O aumento da disponibilidade de informaçãonão é suficiente para caracterizar a 
sociedade da informação. Mais importante ainda, inicie um processo de aprendizado 
extenso e contínuo. Ressaltamos que é fundamental encarar a sociedade da 
informação como uma sociedade do aprendizado. O processo de aprendizagem não 
está mais confinado ao período de escolaridade tradicional (ASSMANN, 2000). 
É um processo ao longo da vida que começa antes da idade de escolaridade 
obrigatória e ocorre no trabalho e em casa. Portanto, com base na fala do autor, 
podemos posicionar o educador como aquele que pratica esse processo de 
aprendizagem exigido pela organização. Para isso, ele gerencia o conhecimento de 
todos os colaboradores, ensinando e aprendendo novas habilidades que podem ser 
exigidas ao longo do tempo, de acordo com as tendências e cenários exigidos pelos 
segmentos da empresa. O desenvolvimento de competências se faz necessário e 
 
importante para que as empresas possam competir com vantagem nesse novo 
mercado globalizado (FLEURY, 2000). 
A competência pode ser entendida como o resultado do conhecimento 
adquirido que se traduz em habilidades e produz ações de forma mais eficiente. 
Portanto, dentro de uma organização empresarial, novas habilidades devem ser 
ensinadas e aprendidas o tempo todo. Isso também permite que os educadores se 
envolvam no diagnóstico, planejamento e entrega de programas de treinamento que 
articulam o conhecimento que algumas pessoas já possuem dentro da organização e 
o compartilham com outras pessoas. Além disso, esse especialista pode indicar a 
necessidade de contratar uma consultoria externa para dar suporte a essas novas 
experiências de aprendizado (PRADO, 2013). 
Isso também ajudará os trabalhadores a entender que sua empregabilidade, ou 
seja, sua capacidade de permanecer empregado dentro de uma organização, 
depende diretamente de seus esforços para melhorar a si mesmos e suas habilidades 
como educador. Outro ponto que precisa ser enfatizado (e relacionado à importância 
do educador na organização) é que esse profissional é formado para focar na 
dimensão humana, ajudando as pessoas a aprender por meio de experiências sociais 
e culturais. 
Essa habilidade está relacionada à chamada gestão da diversidade. Ao analisar 
as práticas de gestão da diversidade encontradas nas empresas brasileiras, as 
desigualdades raciais e de gênero são objeto de intenso debate no Brasil liderado por 
grupos de defesa de negros, mulheres e homossexuais (FLEURY, 2000). 
As organizações devem estruturar seus processos internos para que não haja 
preconceito ou discriminação quanto a aspectos culturais ou relacionados à identidade 
de seus empregados. Isso muitas vezes requer a implementação de medidas 
educativas voltadas para as políticas de Recursos Humanos (RH), como: 
recrutamento e seleção de colaboradores, treinamento e comunicação interna. 
2.1 O perfil do pedagogo nas organizações 
Você aprendeu anteriormente a necessidade de um investimento continuado e 
concertado em medidas face às alterações societárias que têm impactado a forma 
como vivemos e trabalhamos nas empresas. Assim, os profissionais devem estar 
aptos a realizar pesquisas sobre as necessidades de treinamento, qualificação e 
 
evolução para que as empresas se adaptem às tendências do mercado, mantenham-
se competitivas e evoluam. 
Neste sentido, os educadores revelam-se os profissionais mais competentes 
nestas funções, dadas as características da formação final aliada à exploração 
especializada de áreas específicas da aprendizagem organizacional. 
Um dos grandes desafios para os educadores do ambiente empresarial é 
trabalhar com um grupo de colaboradores da empresa para promover o alinhamento 
entre seus objetivos individuais e os da empresa. Esta não é uma tarefa fácil. Isso 
ocorre porque as pessoas têm objetivos diferentes para si mesmas e as empresas 
tendem a abordar a lucratividade como o objetivo número um (PASCOAL, 2007). 
Os educadores precisam de formação sólida em diversas áreas para poderem 
desempenhar suas funções dentro da organização. Educadores de negócios 
requerem uma sólida formação filosófica, humanística e técnica para desenvolver a 
capacidade de trabalhar com os recursos humanos de uma empresa. 
A sua formação inclui tipicamente aulas de formação, jogos de empresas, 
gestão do conhecimento, ética nas organizações, comportamento humano nas 
organizações, cultura e mudança nas organizações, educação e dinâmica de grupo, 
relações interpessoais, desenvolvimento organizacional e de desempenho (RIBEIRO, 
2010). 
 Alguns desses requisitos profissionais são obtidos durante os estudos de 
educação, mas a maioria é buscada no nível de pós-graduação em áreas 
relacionadas, como educação empresarial, gestão de recursos humanos, gestão 
estratégica de recursos humanos e treinamento e educação empresarial. Abaixo estão 
algumas das habilidades que os educadores precisam para ter sucesso em uma 
organização (PASCOAL, 2007). 
• Criatividade; 
• Espírito de inovação; 
• Compromisso com resultados; 
• Pensamento estratégico; 
• Trabalho em equipe; 
• Capacidade de realização; 
• Direção de grupos de trabalho; 
• Condução de reuniões; 
 
• Análise de conflitos; 
• Sensibilidade. 
A era atual impõe demandas intangíveis para o desenvolvimento de suas 
funções, independentemente do cargo ocupado pelos trabalhadores dentro da 
organização. Isso significa que, além das atribuições técnicas às tarefas, outros 
aspectos de natureza relacional e sensorial são importantes e necessários. Este será 
o foco do trabalho educativo (PASCOAL, 2007). 
Para fazer isso, os educadores precisam ser criativos. Isso significa que você 
pode propor novas formas de aprender e enfrentar os problemas colocados pela 
empresa (e, coletivamente, por um determinado setor ou por um determinado gestor 
e sua equipe de trabalho). Dito isto, a inovação é uma habilidade básica. 
O Manual de Oslo, publicado pela Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE), um órgão internacional de 36 democracias que 
atualmente participam da economia de mercado, afirma: Inovação é a introdução de 
produtos (bens ou serviços) ou processos novos ou significativamente melhorados, 
ou a introdução de novos modelos ou métodos de marketing de uma organização em 
suas práticas de negócios, organização do local de trabalho ou relações externas 
(OCDE, 2005). 
O comprometimento com o desempenho organizacional é um dos grandes 
desafios dos educadores empresariais. Eles devem orientar seus projetos e 
programas de aprendizagem sem perder de vista que a organização deve contribuir 
para a melhoria dos resultados de sua estratégia no longo prazo. Esse entendimento 
é, portanto, fundamental para que um projeto ou ideia seja aprovado e implementado 
(PRADO, 2013). 
Isso forma a base do pensamento estratégico necessário para o sucesso desse 
profissional. A capacidade de trabalhar em equipe é de fundamental importância para 
um educador em uma organização, pois na maioria das vezes ele forma uma equipe 
de especialistas de outras áreas. 
Nesse sentido, a soma de seus saberes deve atuar de forma sinérgica para 
potencializar os processos de ensino e aprendizagem que ocorrem nesses espaços. 
Também é importante lembrar que os educadores treinam e integram diferentes 
grupos organizacionais como equipes, obtendo assim maiores resultados e 
produtividade no que fazem (PASCOAL, 2007). 
 
Isso significa que ele deve ser capaz de colocar suas ideias em ação, buscar 
inovações e fazer mudanças diagnosticadas quando necessário. Da mesma forma, 
ele deve ser capaz de se tornar um líder ou gerente de grupo ou equipe de trabalho, 
conforme necessário. 
Como líder no ambiente organizacional, cabe ao educador organizar todos os 
tipos de reuniões de trabalho, resolver conflitos internos de forma ativa, com o objetivo 
de minimizar o impacto na empresa.Conflitos dentro de um ambiente organizacional são frequentes e muitas vezes 
decorrem de erros nos processos de comunicação interna, desalinhamento de 
objetivos entre os funcionários e a empresa e até mesmo divergências dos 
funcionários sobre o estilo de gestão que adotam como gestores (PRADO, 2013). 
Quando não resolvidos, causam grande desmotivação e queda na 
produtividade, o que é percebido pela falta de qualidade nas tarefas executadas e na 
diminuição do clima organizacional. Ao analisar as exigências de habilidades que 
recaem sobre o pedagogo para atuar nas organizações empresariais, Ribeiro (2010) 
acrescenta: Os educadores que trabalham no local de trabalho devem ser sensíveis 
o suficiente para reconhecer quais estratégias podem ser usadas e em quais situações 
seguir os princípios de desenvolvimento de habilidades e relacionamentos sociais. 
Como você pode ver, os educadores também exigem sensibilidade para 
compreender de forma sistemática e abrangente a empresa e seus processos 
internos, bem como o impacto de cenários externos em suas atividades. Ao mesmo 
tempo, ainda que devamos apostar numa formação à medida das tarefas técnicas e 
específicas de cada um, não podemos esquecer os aspectos relacionais relevantes. 
Em outras palavras, precisamos propor um equilíbrio entre a ação técnica e a 
humanização das relações laborais. 
 Dessa forma, os educadores podem promover o desenvolvimento profissional 
dos colaboradores dentro e fora da empresa e prepará-los para uma vida melhor fora 
do trabalho. 
Nessa lógica do mundo empresarial em transformação, examinam a 
importância dos educadores no ambiente empresarial, destacando a expansão da 
educação corporativa: Os educadores coordenam e avaliam a formação educacional 
da empresa, programas e projetos, acompanhando o crescimento do pessoal sob o 
desempenho e orientando-os como agentes de mentalidade e mudança cultural. 
Saber o significado em detalhes ainda é deixado para o educador. Além disso, eles 
 
devem conhecer a cultura organizacional, como as práticas profissionais 
implementadas são integradas e as crenças e valores que a empresa traz (PRADO, 
2013). 
3 O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (PPP) NA RENOVAÇÃO ESCOLAR 
 A escola é o lugar no qual o projeto educativo para a organização do trabalho 
pedagógico deve ser concebido, realizado e avaliado. Esse processo deve levar em 
consideração as particularidades dos alunos e as especificidades da comunidade na 
qual a instituição se insere. 
Segundo Lopes (2010), toda escola tem objetivos a serem alcançados, metas 
a serem cumpridas e sonhos a serem realizados. O conjunto dessas aspirações, bem 
como os meios para concretizá-las, é o que dá forma ao projeto político-pedagógico. 
Ainda segundo a autora, o PPP é projeto por reunir propostas de ações 
concretas que serão executadas durante determinado período de tempo; é político na 
medida em que a escola se constitui como um espaço de formação de cidadãos 
conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão para as transformações sociais 
necessárias; e é pedagógico porque define e organiza as práticas educativas 
necessárias aos processos de ensino e aprendizagem. 
Os projetos político-pedagógicos da escola vão muito além dos condicionantes 
de trâmites legais, planos de aula e atividades. Os projetos são produzidos como 
prova de conclusão de tarefas burocráticas e não devem ser arquivados ou 
transferidos para autoridades educacionais. Está em constante construção e vivência 
por todos os envolvidos no processo educativo da escola (VEIGA, 2002). 
Ao oportunizar a construção coletiva do PPP, a escola se constitui como um 
espaço democrático, no qual as falas de todos os envolvidos nos processos de ensino 
e aprendizagem são oportunizadas e ouvidas atentamente. Assim, o PPP deixa de 
ser um documento protocolar e passa a ser um documento “vivo” e único, que reflete 
a realidade da escola e no qual os envolvidos podem se ver contemplados. O projeto 
político-pedagógico da escola está, na atualidade, inserido em um cenário marcado 
pela diversidade. 
 
3.1 O projeto pedagógico como instrumento de inovação 
Segundo Oliveira, Pereira e Dabrach (2011) o projeto político-pedagógico pode 
ser entendido como compromisso primeiro da comunidade educacional que, envolvida 
no processo de gestão escolar, poderá contribuir para a construção de um espaço que 
atenda às necessidades sociais dos sujeitos que a integram. Assim, a escola se 
constitui como um lugar de formação humana, e todos os seus atores sociais, como 
parte integrante dos processos de ensino e aprendizagem, têm o compromisso de se 
engajar nas tomadas de decisão explicitadas no projeto político-pedagógico da 
unidade escolar, que nortearão as práticas educativas. 
 Essa ideia é corroborada por Azanha (1998, p. 15), que afirma que o projeto 
político-pedagógico “[...] é apenas uma oportunidade para que algumas coisas 
aconteçam e dentre elas o seguinte: tomada de consciência dos principais problemas 
da escola, das possibilidades de solução e de definição das responsabilidades 
coletivas e pessoais para eliminar ou atenuar as falhas detectadas”. O projeto político-
pedagógico é um instrumento fundamental para a construção da autonomia escolar. 
A adoção de soluções únicas para problemas de realidades diferentes faz com 
que as unidades escolares não se sintam responsáveis pelo êxito do seu próprio 
trabalho, na medida em que seguem prescrições externas. Para a resolução dessa 
questão, é importante a elaboração de um PPP pensado por todos os envolvidos nos 
processos de ensino e de aprendizagem e que leve em consideração as 
particularidades locais. 
A elaboração do projeto político de educação se estrutura como um percurso 
pela relativa autonomia escolar e pela construção das identidades das unidades 
escolares. Um espaço público, um lugar de discussão a partir da reflexão coletiva, um 
lugar de diálogo. Deve-se entender, portanto, que o projeto de educação política 
escolar fornece os indicadores necessários para a organização das atividades 
pedagógicas, incluindo o trabalho dos professores na dinâmica interna da sala de aula 
(VEIGA, 2002). 
O co-desenvolvimento de projetos de educação política não deve significar 
apenas uma reorganização formal das escolas, mas também buscar a melhoria da 
qualidade da instrução e da aprendizagem ministrada. 
Portanto, é importante que toda a equipe escolar tenha clareza de quais são as 
finalidades da escola, para que possa identificar aquelas que precisam ser reforçadas, 
 
aquelas que estão sendo relegadas e como elas podem ser detalhadas nas diferentes 
áreas e disciplinas curriculares do conteúdo programático. Em geral, a escola dispõe 
de dois tipos básicos de estrutura organizacional: a administrativa e a pedagógica. 
Fazem parte da estrutura administrativa a locação e a gestão de recursos 
financeiros, físicos e humanos, bem como todos os elementos que têm uma forma 
material (arquitetura do prédio escolar, equipamentos, materiais didáticos, mobiliários, 
etc.). A estrutura pedagógica inclui as interações políticas, as questões de ensino e 
de aprendizagem e as do currículo. Nela estão incluídos todos os setores necessários 
ao desenvolvimento do trabalho pedagógico. 
A consideração de estruturas organizacionais escolares em PPPs deve permitir 
identificar questões que afetam o processo de ensino e aprendizagem para que 
decisões realistas e acionáveis possam ser tomadas. 
O currículo é a construção social do conhecimento. Pressupõe a sistematização 
dos meios pelos quais essa construção ocorre, a interação entre sujeitos que 
compartilham o mesmo objetivo e as opções de quadros teóricos que a suportam. 
Para redesenhar o currículo e dar-lhe um caráter libertador, quatro pontos básicos 
devem ser considerados (VEIGA, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Veiga, 2011.Mesmo que um documento federal, a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC), ofereça subsídios para a elaboração dos currículos oficiais dos estados e dos 
municípios, as unidades escolares devem ajustar o seu currículo ao seu projeto. Para 
isso, é necessário considerar a sua missão, os objetivos propostos pela escola na 
formação dos seus alunos e as reais condições de trabalho, que envolvem questões 
estruturais e de recursos. 
O tempo é um elemento importante da organização escolar; algumas vezes, 
ele é mal utilizado. As aprendizagens, dos alunos e dos educadores, demandam 
diferentes tempos, que não podem ser apressados. Cabe à escola organizar os 
tempos escolares de maneira que eles sejam otimizados e efetivamente utilizados. Os 
processos de tomada de decisão sempre foram centrados nas mãos daqueles que se 
encontram em posições hierárquicas superiores. 
Para que a escola se coloque a serviço de uma formação democrática e cidadã, 
todos os envolvidos nos processos educativos devem ser incentivados a participar da 
tomada de decisões. A participação coletiva na tomada de decisões encontra 
embasamento legal na Lei de Diretrizes e Bases (LDBN). 
O art. 14 da LDBN afirma que os sistemas de ensino definirão as normas da 
gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com as suas 
peculiaridades. Para isso, devem ter como princípios a participação dos profissionais 
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das 
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. 
As relações laborais precisam de ser revistas para que deixem de ser regidas 
pelos princípios da divisão do trabalho, subdivisão e hierarquia da gestão. A ideia é 
que sejam baseados na solidariedade, na reciprocidade, na participação coletiva e na 
ajuda mútua. 
A avaliação, no contexto de produção do PPP, deve envolver três momentos: 
a descrição e a problematização da realidade escolar; a compreensão crítica da 
realidade descrita e problematizada; e a proposição de alternativas de ação pensadas 
coletivamente. A avaliação dos alunos deve ser democrática e se colocar a serviço da 
aprendizagem. Os resultados da avaliação discente devem ser vistos como 
 
importantes subsídios para o planejamento de novas ações pedagógicas, 
oportunizando a aprendizagem a todos os alunos. 
O projeto político-pedagógico precisa ser avaliado com frequência por toda a 
comunidade escolar. É papel do gestor que deseja tornar a sua escola um espaço 
democrático organizar momentos para que essa avaliação aconteça, bem como 
disponibilizar os instrumentos necessários a ela. Uma escola precisa ter consciência 
da sua identidade, que deve ser reconhecida por todos. 
Quanto mais as pessoas participarem da construção dessa identidade, mais 
elas se sentirão parte da escola e mais responsáveis por ela se tornarão. A autonomia 
da unidade escolar só é possível com uma gestão democrática da escola, na qual a 
participação de todos é oportunizada e valorizada. O processo democrático e o 
exercício efetivo da cidadania são construções diárias no cotidiano escolar. 
3.2 Estratégias de renovação prática pedagógica 
O jogo digital pode envolver os alunos em um ambiente digital que aumenta a 
imersão em mundos virtuais 3D, recursos interativos e muito mais. Mas quais são as 
principais estratégias que os professores podem utilizar nos jogos em sala de aula? 
Abaixo estão alguns deles. 
• Brincar como uma oportunidade de resolução de problemas: Uma estratégia que 
torna o brincar um recurso educacional valioso é sua relação com a resolução 
de problemas. Nos jogos, os alunos são encorajados a enfrentar e responder a 
problemas, baseando-se em soluções, atitudes, decisões, etc. O que eles 
vivenciam posteriormente no mundo real. Os jogos digitais que permitem que os 
jogadores se encontrem virtualmente podem colaborar na resolução de 
problemas, com cada participante contribuindo com suas habilidades e 
conhecimentos para resolver o problema; 
• Jogos como estímulos à descoberta e ao processo científico: O jogo segue algo 
semelhante a um processo científico. Os jogadores são convidados a fazer suas 
próprias descobertas e aplicar o que aprenderam em novos contextos. Assim 
que os jogadores entram no jogo, eles primeiro identificam os pré-requisitos e 
procuram problemas para resolver. Com base nas informações disponíveis, os 
jogadores formulam hipóteses específicas sobre como esse “mundo” funciona e 
a melhor forma de lidar com esse ambiente e suas adversidades para atingir 
 
seus objetivos. Os participantes testam hipóteses previamente formuladas de 
seu comportamento em jogos malsucedidos ou bem-sucedidos (JENKINS et al. 
2006). 
• Interdisciplinaridade: Os jogos digitais geralmente acontecem em locais 
geográficos específicos, períodos históricos, etc. História (quando o jogo foi 
jogado, como guerras), geografia (localização do jogo, características do 
ambiente), etc. 
• Cooperação e colaboração: Os jogos on-line podem ser uma boa estratégia para 
desenvolver atividades e habilidades relacionadas à cooperação e colaboração. 
Os desafios e as situações problemáticas são resolvidos e superados pela 
cooperação do grupo e não pelos indivíduos. 
• Imersão em mundos 3D: Jogos digitais com recursos tecnológicos cada vez mais 
sofisticados podem potencializar a imersão dos participantes, assim, engajar os 
alunos em um ambiente em que eles estarão totalmente imersos. 
Com gráficos atraentes que simulam e recriam ambientes físicos existentes e 
avatares de aparência humana, a tecnologia 3D ajuda a fornecer uma experiência 
altamente realista para os participantes do jogo. Em ambientes escolares, essa 
estratégia pode envolver os alunos fortemente no assunto. 
Dentre essas estratégias, vale destacar o papel do professor, que deve mediar 
todos os processos do jogo e acompanhar o desempenho do grupo e de cada aluno 
durante o jogo. Ele também discute com os alunos após o jogo as dificuldades e 
desafios encontrados no jogo, como contribuíram para superar os obstáculos e 
alcançar seus objetivos, e quais atitudes e decisões foram tomadas. 
No entanto, embora a brincadeira seja oferecida como uma ferramenta 
educacional em potencial, ela ainda é pouco utilizada como estratégia de ensino e 
aprendizagem na maioria das escolas. Ainda há resistência ao uso de jogos devido 
ao ceticismo sobre o fato de que as escolas devem ensinar os jovens a jogar 
(JENKINS et al. 2006). 
Essa resistência reflete uma confusão entre a brincadeira como fonte de prazer 
e a brincadeira como forma de engajamento. Portanto, é importante esclarecer que, 
no contexto da educação, o jogo deve ser visto como uma forma de envolver 
ativamente os alunos e incentivar a experimentação, a assunção de riscos, a 
resolução de problemas, etc. e requer objetivos e papéis claramente definidos. 
 
4 GESTÃO ESCOLAR 
Iniciamos o conteúdo dessa unidade de aprendizagem com a premissa de 
compreender a etimologia da palavra gestão. Gestão é uma palavra derivada do latim 
gerere, que significa fazer, realizar e administrar. Todos os sistemas organizacionais 
são implementados de forma orientada para o controle e se manifestam como 
processos políticos permeados por relações de poder. Faça uma viagem pela estrada 
da memória para aprender sobre os antecedentes históricos da gestão escolar. 
Os primeiros estudos sobre a organização das atividades educativas surgiram 
em meados da década de 1930, apresentando características burocráticas e técnicas 
muito semelhantes às de uma organização fundamentalmente corporativa. As escolas 
devem ser planejadas, gerenciadas e regulamentadas por esta organização. 
Desde a década de 1980, a pesquisa em organizações educacionais tem 
adotado uma abordagem mais crítica. Com essa organização, a escola apresenta seu 
comportamento impregnado de contextos socioculturais e políticos. Além dasabordagens burocráticas e críticas que caracterizam a história da organização e 
gestão escolar, quatro modalidades podem ser consideradas: tecnocientíficas 
(tradicional), autônoma, interpretativa e participação democrática. 
Segundo Libâneo (2001), a gestão tecnocientífica também é tradicional. Esse 
tipo de gestão é baseado em uma hierarquia de cargos e funções, uma avaliação de 
racionalização, trabalho e uma visão conservadora da administração, burocrática 
clássica e conservadora, muito próximo da ideia de administração de empresas. 
Na contemporaneidade a gestão da “Qualidade Total” apresenta uma versão 
atual da concepção técnico-científica. 
Características: 
 
Autogestionária 
 
 
Princípios: autonomia e descentralização. Segundo a pesquisa de Libâneo 
(2001), esse tipo de gestão escolar caracteriza-se pela responsabilidade 
compartilhada sem direção centralizada. Nega a autoridade e a institucionalização da 
organização e gestão escolar. Os grupos são administradores e criam e impõem suas 
próprias regras. 
Características: 
 
Interpretativa 
 
Libâneo (2001) afirma que esse tipo de gestão escolar trabalha com 
experiência subjetiva e interação social. Nessa gestão, as escolas são subjetivamente 
construídas socialmente, não dadas, acabadas ou objetivas. 
Características: 
 
 
Democrática-participativa 
 
Segundo Libâneo (2001), esse tipo de gestão caracteriza-se por tomadas de 
decisões organizadas em grupo que respeitam objetivos comuns assumidos por 
todos. Em outras palavras, a gestão democrática das escolas depende da 
descentralização da administração, das finanças e da educação, apoiada na eleição 
dos diretores (diretores formadores), na atuação efetiva dos conselhos escolares 
(conselheiros escolares formadores) e nas escolas autogovernadas. Defende a 
implementação de um mecanismo de validação. Cada escola atende às necessidades 
 
de sua comunidade escolar. 
 As regras da administração democrática das escolas são determinadas pelo 
sistema educacional. Existem várias maneiras de definir, alguns sistemas acreditam 
que as eleições são a forma mais democrática de votação, enquanto outros acreditam 
na competição aberta. Portanto, a gestão democrática deve estar alicerçada em 
alguns eixos básicos, como se depreende das seguintes características: 
 
4.1 Gestão Democrática 
Na gestão democrática, os diretores permanecem responsáveis pela gestão 
das escolas, mas nesta proposta, representam os principais mediadores das escolas 
e das comunidades. 
A gestão democrática como princípio da educação nacional, a frequência 
escolar obrigatória, são uma forma não violenta de permitir à comunidade educativa 
realizar um projeto político de qualidade e também criar “cidadãos ativos” que 
participem da sociedade sem a ausência de uma ação organizada que questione o 
indivisível do poder (OLIVEIRA, 2005). 
A gestão, portanto, deve estar atenta ao horizonte de suas opções políticas 
para com a sociedade e à organização de todos os envolvidos na administração das 
escolas e no planejamento e execução das ações educativas, sem esquecer o 
estabelecimento de uma relação mais justa e horizontal, mobilizar e promover a 
participação. Embora a governança democrática nas escolas seja obrigatória por lei, 
acredita-se que ela não reflita a realidade de muitas instituições. 
Para tanto, é preciso haver empenho dos gestores para mudar e inovar. A 
 
Figura 01 mostra como o controle democrático pode ser construído em um processo 
de aprendizagem coletiva e participativa. 
Figura 01- Processos de aprendizagem coletiva e participativa. 
 
Fonte: bit.ly/41moxCZ 
4.2 Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Plano Nacional da 
Educação e gestão escolar 
O embasamento legal para a implantação de uma gestão democrática na escola 
teve início com a Constituição Federal de 1988, que a aponta como um dos princípios 
fundamentais para a educação brasileira. No art. 206 do referido documento está 
posto que os seguintes princípios devem ser observados no ensino (BRASIL, 1988, 
documento on-line): 
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte 
e o saber; 
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; 
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V – valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano 
de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso 
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime 
jurídico único para todas as instituições mantidas pela União; 
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII – garantia de padrão de qualidade. 
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação 
escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006) 
IX – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da 
vida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020). 
 
Esses princípios foram reforçados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Em seu art. 3º, acrescenta a 
necessidade de “[…] gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da 
legislação dos sistemas de ensino” (BRASIL, 1996, documento on-line). 
No art. 14, estabelece que os sistemas de ensino deverão definir as normas da 
gestão democrática do ensino público, na educação básica, de acordo com as suas 
especificidades, tendo por base a “[…] participação dos profissionais da educação na 
elaboração do projeto pedagógico da escola” e a “[…] participação das comunidades 
escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes” (BRASIL, 1996, documento 
on-line). 
A autonomia de cada unidade escolar para a construção de uma gestão 
participativa pensada a partir de suas singularidades está prevista no art. 15 da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional: 
Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de 
educação básica que os integram progressivos graus de autonomia 
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas 
gerais de direito financeiro público (BRASIL, 1996, documento on-line). 
Tempos depois da implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional de 1996, foi aprovado o Plano Nacional de Educação, com a Lei nº 10.172, 
de 9 de janeiro de 2001, que também estabeleceu alguns objetivos a serem adotados 
no ensino. Dentre eles, está a democratização do ensino público, considerando, mais 
uma vez, a construção coletiva do Projeto Pedagógico escolar com a participação 
tanto dos profissionais da educação quanto da comunidade escolar e local (BRASIL, 
2001). 
Essa abertura de participação e a autonomia da escola levaram à 
descentralização da gestão educacional. 
O atual Plano Nacional da Educação, aprovado pela Lei nº 13.005, de 25 de 
junho de 2014, acrescenta um conjunto de 20 metas para a educação brasileira, que 
contemplam desde a educação infantil até a pós-graduação. Cada uma das metas 
propostas no Plano é acompanhada de estratégias. A meta 19 do documento, por 
exemplo, refere-se à gestão democrática da educação e foi elaborada tendo por 
objetivo: 
Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão 
democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e 
 
desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das 
escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto 
(BRASIL, 2014, documento on-line). 
As estratégias elencadas para que essa meta seja atingida contemplam 
(BRASIL, 2014): 
• Priorização no repasse de verbas da União para os entes federados que 
tenham criado uma legislação específica para regulamentar a gestão 
democrática nasescolas; 
• Ampliação da formação dos conselheiros; 
• Criação de Fóruns Permanentes de Educação; 
• Fortalecimento dos Grêmios Estudantis e das Associações de Pais e 
Mestres; 
• Participação de todos os membros da comunidade escolar na elaboração 
do Projeto Político Pedagógico; 
• Favorecimento dos processos de autonomia pedagógica, administrativa e 
de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino; 
• Desenvolvimento de programas de formação de diretores e gestores 
escolares, bem como a aplicação de uma prova nacional para definição de 
critérios objetivos para o provimento de cargos. 
A gestão democrática das escolas é necessária para que as práticas 
vivenciadas no contexto escolar capacitem os indivíduos a contribuir de forma 
competente para a construção de sociedades mais justas e democráticas. Como parte 
dessas experiências, as medidas pedagógicas propostas em sala de aula devem 
desestruturar o conteúdo e a prática docente. 
4.3 Alguns pilares da educação 
Consciente dos crescentes desenvolvimentos científicos e tecnológicos e das 
mudanças sociais e do mundo do trabalho que os acompanham, a Organização das 
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, em sua 
Conferência Geral de 1991, publicou um relatório explicando o papel da educação na 
formação de recursos humanos competentes esboçando propostas para a elaboração 
do "Novo Mundo". Nesse contexto, o aprendizado deve ocorrer ao longo da vida do 
 
indivíduo (SILVA, 2008). 
O relatório da Comissão Internacional de Educação para o século XXI para a 
Unesco, foi publicado em 1996 e apontava discussões e orientações para uma 
proposta de educação voltada ao desenvolvimento dos países, à paz e à superação 
dos problemas emergentes em um mundo que se desenvolve rapidamente e em 
proporções gigantescas, como a pobreza, os conflitos étnicos, raciais e religiosos, a 
devastação ambiental e a tecnologização do trabalho (SILVA, 2008). 
Na ocasião da elaboração do relatório solicitado pela Unesco, Jacques Lucien 
Jean Delors era o presidente da Comissão Internacional sobre Educação para o 
Século XXI. Delors (1998) apontou como principal consequência da sociedade do 
conhecimento a necessidade de uma aprendizagem que ocorresse ao longo de toda 
a vida, fundamentada em quatro pilares que são referentes à aquisição, ao mesmo 
tempo, de conhecimentos e de instrumentos para uma formação continuada. 
A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais 
saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são 
as bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe 
encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar 
submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, que 
invadem os espaços públicos e privados e as levem a orientar-se para 
projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe 
fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e 
constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar 
através dele (DELORS, 1998 p. 89). 
Diante dos desafios propostos à educação, Delors (1998) destaca que as 
práticas educativas deveriam ser organizadas em torno de quatro aprendizagens 
essenciais, que, ao longo da vida, constituiriam os pilares do conhecimento para cada 
indivíduo. São essas aprendizagens: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender 
a viver juntos e aprender a ser. 
 
 
 
Aprender a conhecer 
 
Este tipo de aprendizagem visa adquirir as próprias ferramentas de 
conhecimento e pode ser visto ao mesmo tempo como um meio e um fim da vida 
humana. Pode ser vista como um meio na medida em que visa aprender, viver com 
dignidade e desenvolver competência profissional e comunicativa e pode ser visto 
 
como um propósito: 
O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sob os 
seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, 
estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição 
de autonomia na capacidade de discernir (DELORS, 1998, p. 91) 
Visando a esse tipo de aprendizagem, as práticas educativas durante toda a 
educação básica e o ensino superior devem fornecer, a todos os estudantes, 
instrumentos, conceitos e referências resultantes dos avanços das ciências e dos 
paradigmas da contemporaneidade, que permitam estabelecer uma relação prazerosa 
com os conhecimentos. 
Aprender a conhecer requer aprender a aprender. Porque em uma sociedade 
em constante mudança, novos conhecimentos estão constantemente sendo criados, 
o que requer novos aprendizados. A educação primária é bem-sucedida se consegue 
formar pessoas que estão dispostas a aprender e têm as bases necessárias para 
mantê-las aprendendo ao longo de suas vidas, não apenas no mundo do trabalho. 
 
Aprender a fazer 
 
Aprender a fazer anda de mãos dadas com aprender a conhecer e também é 
relevante para a questão da formação profissional. O desafio de facilitar esse 
aprendizado é possibilitar que os alunos coloquem em prática seus conhecimentos e 
se adaptem às novas demandas do mundo do trabalho. Embora as necessidades de 
médio e longo prazo sejam imprevisíveis, observar a evolução dos empregos ao longo 
do tempo mostra que o conceito de qualificação profissional baseado em áreas de 
especialização tornou-se obsoleto. 
Para que possa se adaptar às novas exigências, o trabalhador precisa ser 
competente no uso dos conhecimentos para enfrentar situações emergentes de sua 
realidade profissional. 
Os empregadores procuram cada vez mais profissionais com qualificação 
aliada a um comportamento social adequado, trabalho em equipe, iniciativa e vontade 
de assumir riscos. 
 
5 A GESTÃO DE CONFLITOS NO COTIDIANO ESCOLAR 
A palavra "conflito" refere-se a uma situação negativa, desestabilização, luta ou 
confronto. Aliás, a maioria dos dicionários tradicionais, ao definir o termo “conflito”, 
refere-se a incompreensão, oposição violenta entre duas ou mais partes, contradição 
ou conflito violento. Essa noção de conflito decorre de visões de mundo monoculturais. 
Nesse sentido, qualquer coisa que se desvie dessa visão de mundo deve ser 
erradicada ou corrigida. 
No entanto, os administradores escolares devem desafiar esses preconceitos 
e práticas. Portanto, é importante ir além do conceito tradicional de conflito e entendê-
lo como um processo de inclusão que leva em consideração diferentes perspectivas, 
a fim de tomar medidas adequadas e positivas para resolver o problema. 
Como você sabe, o conflito faz parte das relações humanas. Portanto, as 
escolas precisam identificá-los para resolvê-los pacificamente. Por esse motivo, os 
administradores escolares precisam estar atentos. Porque a ação deve estar 
fundamentada em um processo educativo, restaurador e inclusivo. Esta é a essência 
da escola, lugar privilegiado da formação humana. 
É importante entender que existem muitas situações diferentes que ameaçam 
o ambiente escolar. Violência, violação, desrespeito, etc. Violência é o uso de 
intimidação ou coerção para cometer um crime. As violações, por outro lado, 
consistem em comportamentos que vão contra o que foi previamente identificado e 
podem traduzir-se, por exemplo, na não participação nas atividades escolares ou no 
absentismo. O desrespeito, por sua vez, inclui ausência de respeito e confusão e, 
portanto, significa comportamento que interfere na convivência em sala de aula. 
As atitudes de incivilidade perturbam o ambiente acolhedor, sendo muito 
comuns nas escolas. Eles vão contra os bons costumes e impedem a convivência 
coletiva. Portanto, nenhuma dessas situações ajuda a criar um ambiente de confiança 
e segurança. O conceito de violência é complexo e pode ir desde um leve desrespeito 
até uma agressão física grave. 
No contexto escolar, é possível identificar três tipos de violência: a violência na 
escola, a violência à escolae a violência da escola. Naturalmente, a violência não é 
algo aleatório; ela é construída socialmente no contexto das diferentes relações. A 
violência na escola se constitui em situações externas, como brigas que ocorrem fora 
do espaço escolar, mas é levada para dentro desse espaço. Já a violência à escola 
 
ocorre quando há depreciação ou agressão às dependências físicas da instituição ou 
aos seus representantes. Por fim, a violência da escola é a que exige mais atenção 
do gestor, pois pode ocorrer de forma velada e silenciosa. Nesse tipo de violência, as 
vítimas são os alunos. Há muitas situações cristalizadas de violência da escola; tais 
situações acabam fazendo parte da rotina e perpetuam a exclusão, a discriminação e 
o assédio, por exemplo. 
Os alunos são as vítimas desse tipo de violência. Existem muitas situações 
específicas de violência escolar. Tais situações tornam-se parte da vida cotidiana e 
levam à exclusão, discriminação e assédio. Ainda é comum entre os alunos tratar as 
situações de agressão como banais ou como um “problema da idade”. 
Mas incidentes triviais, cotidianos e não resolvidos podem se transformar em 
incidentes violentos graves. Tudo isso afeta as escolas de maneiras diferentes. Por 
exemplo, as vítimas de violência podem desenvolver sentimentos de injustiça, 
desrespeito, submissão e conformidade. A violação sistemática dos seus direitos pode 
levar a mais situações de desordem, violência e bullying. 
Nesse contexto, fica clara a importância do clima para o desenvolvimento da 
identidade, da socialização e da formação das pessoas, em especial dos estudantes. 
Assim, duas perguntas são necessárias ao gestor escolar: que projeto político-
pedagógico a escola está pondo em prática? O que consta nos documentos escolares 
reflete o que está sendo praticado? 
O diálogo com diferentes partes da comunidade escolar (alunos, professores, 
funcionários, pais e/ou administradores) é urgentemente necessário para encontrar 
um consenso coletivo para uma boa interação social. Além disso, é importante 
considerar a relevância das competências socioemocionais para o desenvolvimento 
humano. A situação atual exige que os gestores se antecipem e se preparem para os 
complexos desafios do dia a dia. 
Além de desenvolver habilidades cognitivas, ou seja, aprender conteúdos 
escolares que os professores desenvolvem com seus alunos, existem outras 
habilidades importantes: as habilidades socioemocionais. Em outras palavras, é 
importante que os alunos conheçam a si mesmos e aos outros para participar da 
sociedade. 
De acordo com a Conferência de Jomtien de 1990, essas necessidades são as 
ferramentas básicas de aprendizagem (leitura, escrita, expressão oral, aritmética, 
resolução de problemas) e conteúdo educacional básico (conhecimentos, habilidades, 
 
valores e atitudes). Desenvolver habilidades, viver e trabalhar com dignidade, 
participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar 
decisões informadas e continuar aprendendo (DELORS et al., 2010). 
A escola, constipada e pensada por adultos, precisa entender que a violência 
não deixará de existir por meio da inclusão de uns e da exclusão de outros. Além 
disso, a escola pode contribuir no combate às desigualdades que afligem minorias 
diversas, como mulheres, rurais, toleradas, marginalizadas (prejudicadas econômica 
e socialmente) e rejeitadas ou desprestigiadas em decorrência de sua raça ou etnia. 
O princípio da equidade é a mola propulsora que permeia e baliza as práticas de quem 
trabalha na escola multicultural e plural do século XXI. 
A resolução de conflitos precisa ser um processo, mobilizando todos os 
funcionários da escola que precisam estar envolvidos e motivados no fortalecimento 
de uma cultura de paz. Os profissionais da escola precisam entender a necessidade 
de mediar conflitos e orientar a ação por meio de processos de mudança. Por isso, é 
importante saber empatizar, ouvir e reconhecer os valores do outro por meio do 
diálogo consistente e do respeito às diferenças. 
A liderança do gestor é o ponto de virada neste processo. Porque através da 
participação em congressos educativos e conselhos escolares e associações 
universitárias, podemos tanto desenvolver a formação profissional no ambiente de 
trabalho como incentivá-los a buscar a formação acadêmica. Em particular, os 
gestores podem participar da elaboração de projetos de educação política que 
favoreçam a valorização de culturas e ambientes propícios ao desenvolvimento e ao 
aprendizado. 
 
Bullying 
 
O bullying é um problema sério que afeta milhões de pessoas. Geralmente é 
devido a situações em que você não se apresentou de forma clara e objetiva. Portanto, 
você deve observar os sinais com cuidado. 
No entanto, a gravidade da situação deve ser levada em consideração. Em 
síntese, o bullying é um tipo de violência explícita ou implícita que ocorre de forma 
sistemática e contínua nas escolas em situações de agressão ou humilhação contra 
outra pessoa, que interfere no desenvolvimento da confiança e camaradagem e gera 
medo e incentiva a exclusão. Aqueles que sofrem bullying se sentem ameaçados, 
 
angustiados e sofrem fisicamente, psicologicamente e socialmente. Além das 
agressões físicas e morais, o bullying também pode assumir a forma de insultos, 
fofocas e danos físicos ou psicológicos. 
O bullying também pode estar associado a comportamentos de conflito que 
foram negligenciados na escola. Ainda hoje, os profissionais da escola não estão 
totalmente cientes dessa grave forma de intimidação, pois em teoria não são 
diretamente afetados. O foco continua nas formas de desorganização dos alunos que 
interferem no trabalho dos professores, ou mesmo no desinteresse dos alunos em 
estudar os conteúdos escolares. 
Neste contexto, é importante que os dirigentes escolares e educadores em 
geral reflitam e aprofundem o conhecimento e repensem a prática. Sua família é 
perpetradora ou alvo de bullying? 
A resposta a esta interessante questão é que existe um "lugar" onde todas 
estas explicações (sociais, culturais, biológicas) se igualam. Isso é identidade. Ou 
seja, não é o contexto que determina esse comportamento agressivo, nem a genética 
é a grande vilã dessa história, porque ela está viva e pode ser resistente. 
Portanto, como eles se veem e querem ser vistos pode explicar por que se 
comportam como vítimas ou agressores. Um tipo de bullying é o cyberbullying. Isso 
acontece quando ferramentas de tecnologia são usadas para atacar ou extorquir. Isso 
é feito por meio de mensagens de texto cruéis, espalhando falsos rumores e mentiras, 
fotos e vídeos constrangedores. Os efeitos do cyberbullying são devastadores e 
invasivos, com postagens que se tornam virais e extremamente difíceis de 
interromper. 
5.1 Medidas de gestão de conflitos nas escolas 
As complexidades e dinâmicas do cotidiano escolar exigem atenção constante 
dos gestores escolares. Uma das chaves para manter uma escola funcionando sem 
problemas é o planejamento. A falta de planejamento leva à duplicação e confusão do 
enredo. Os gestores, portanto, deixam de ser líderes que motivam, engajam, 
incentivam, monitoram e avaliam para se tornarem “bombeiros” agindo com base na 
urgência (VINHA et al; 2017). 
As perturbações ambientais e o mau planejamento se refletem diretamente no 
ambiente escolar como sentimentos de injustiça, ansiedade e desprezo que fazem 
 
parte do cotidiano de alunos, professores e funcionários. 
A desorganização pode promover também diferentes tipos de ambientes: 
autoritário, omisso ou ainda incongruente. Todos esses ambientes são contrários a 
qualquer clima positivo, pois envolvem a submissão, o medo, o conformismo e até a 
revolta. As pesquisas indicam que é possível melhorar o clima escolar, contudo são 
necessárias ações compartilhadas. 
Princípios e práticas democráticas e participativas devem ser o critériode 
atuação dos dirigentes escolares. Porque as pessoas prosperam não apenas quando 
se sentem parte e comprometidas com uma organização, mas também em um 
ambiente seguro e de escuta. Dentro desse princípio democrático, a transparência 
proporciona um ambiente justo e ético. 
O exercício de uma liderança democrática mobiliza toda a comunidade escolar 
(funcionários, professores, estudantes, pais e responsáveis) no processo de 
autoavaliação periódica da instituição. Tal processo tem como objetivo a melhoria 
constante, buscando sempre o melhor desenvolvimento para todos. Em um ambiente 
assim, a comunicação entre as pessoas é respeitosa e assertiva, clara e objetiva. Uma 
escola realmente comprometida com o desenvolvimento integral dos estudantes 
organiza comunidades de aprendizagem que envolvem, além da equipe profissional 
e técnica, os pais e os estudantes. Assim, é possível partilhar os resultados das 
avaliações, dialogar sobre os problemas e construir juntos encaminhamentos 
assertivos para ações de superação (VINHA et al; 2017). 
Como se vê, facilitar o diálogo e a participação efetiva deve ser uma ação 
permanente dos gestores. A resolução de conflitos faz parte do comportamento de 
todos os profissionais que compõem a escola. Como vimos, o conflito é inerente às 
relações, mas as formas como ele é resolvido e como é comunicado nas escolas 
precisam estar alicerçados no processo educativo, e não de forma alguma punitivas. 
Você precisa desenvolver mais do que causalidade em seus alunos. É importante que 
os alunos aprendam a compreender e respeitar uns aos outros e suas posições. 
Afinal, a escola é um dos lugares mais úteis para desenvolver a humanidade 
das pessoas. A prática da mediação é baseada no diálogo. Eles, portanto, envolvem 
todas as partes da comunidade escolar em sua busca por uma boa interação social e 
acordo comum para o bem comum. 
A mediação de conflitos não é uma ação isolada ou estanque: é processual. 
Por isso, todos os profissionais da escola precisam estar motivados e envolvidos para 
 
o fortalecimento da cultura de paz, buscando soluções pacíficas. O gestor, por sua 
vez, precisa sempre buscar elementos que assegurem o engajamento dos 
profissionais que atuam na escola. Não basta falar de paz, de respeito e de 
acolhimento: é preciso buscar a coerência entre o que se diz e o que se faz. Assim, 
as atitudes dos profissionais podem influenciar e/ou modelizar a ação dos alunos. 
Professores, funcionários e gestores precisam desenvolver habilidades para a 
mediação de diferentes tipos de conflito (VINHA et al; 2017). 
É necessário um processo de mudança para evitar situações de violação e falta 
de disciplina. Mas como todos sabemos, mudar hábitos e atitudes não é fácil. Requer 
determinação, disciplina, conhecimento e apoio. Por isso, é importante saber se 
colocar no lugar do outro e reconhecer os valores do outro por meio do diálogo 
coerente e do respeito às diferenças. 
A seguir, veja alguns comportamentos essenciais para a mediação de conflitos: 
• Agir de forma proativa e preventiva, buscando práticas colaborativas e 
restaurativas; 
• Ter atitudes fundamentadas por princípios éticos e democráticos; 
• Articular-se com a equipe escolar, com pais e responsáveis; 
• Desenvolver práticas colaborativas, trabalhar em equipe e desenvolver 
parcerias; 
• Mobilizar e engajar os estudantes, incentivar associações e o 
desenvolvimento do protagonismo juvenil, incluindo o grêmio estudantil; 
• Conhecer e se articular com a rede de proteção social e de direitos, as 
instituições culturais, sociais, de saúde, educativas e religiosas da área 
territorial da escola; 
• Observar sem julgar; 
• Ouvir. 
Quando se trata de grosseria, muito comum no dia a dia escolar, é bom primeiro 
entendê-la para poder lidar com ela. A literatura sugere que ignorar a grosseria não é 
bom. Nesse sentido, boas intervenções surgem por meio de situações de conversa 
planejada com a turma, discutindo questões que surgem na comunidade. 
É importante que a situação seja tratada de forma impessoal, sem identificar 
ou culpar ninguém. Isso é para dar espaço aos alunos para se posicionarem, se 
expressarem e estimularem o co-desenvolvimento de normas de convivência. A 
 
incidência de grosseria pode ser reduzida usando métodos positivos. 
Tais metodologias são estimulantes e desafiadoras, de modo que contribuem 
para a melhoria da situação. Práticas preventivas ajudam na manutenção de um bom 
clima na escola. Tais práticas precisam ser conhecidas pelo gestor escolar, que 
mobilizará, incentivará e propiciará condições para o seu desenvolvimento. Entre 
essas práticas, destaca-se a construção das habilidades socioemocionais. Afinal, o 
desenvolvimento exclusivo de competências cognitivas na escola não proporciona aos 
estudantes o seu desenvolvimento integral, tampouco a formação das competências 
necessárias para a constituição do cidadão apto a viver na sociedade atual (VINHA et 
al; 2017). 
Na escola, em síntese, o aluno deve aprender a conhecer, a fazer e a conviver. 
É nesses pilares que se fundamentam as competências socioemocionais que a escola 
precisa desenvolver junto aos alunos. 
O desenvolvimento de habilidades socioemocionais no processo escolar 
implica que os professores tomem atitudes deliberadas para tornar as experiências 
práticas, lúdicas, interativas e estimulantes. A ideia é que os alunos aprendam a 
administrar suas emoções e desenvolvam o autoconhecimento e o conhecimento 
sobre os outros. Além disso, deve-se praticar o respeito, a ética, o diálogo, o controle 
emocional, o relacionamento positivo, a tomada de decisão responsável, etc. 
Os professores também devem passar por esse processo, ser preparados e 
atuados pelos gestores escolares, a fim de facilitar as habilidades socioemocionais de 
seus alunos. 
Segundo Vinha, Morais e Moro (2017), é necessário e possível melhorar o clima 
escolar. Para tanto, o gestor precisa estimular e desenvolver: 
• Ações sistêmicas e coordenadas; 
• Valores, por meio de definições coletivas registradas no projeto político- -
pedagógico, que precisa ser compartilhado e vivenciado pelas pessoas da 
e na escola; 
• Trabalho em equipe, participação e diálogo; espírito de comunidade e 
prática equivalente; engajamento moral e empenho na resolução de 
problemas; 
• Expectativas consistentes em relação ao comportamento e à aprendizagem 
dos estudantes; 
 
• Relações sociais que incorporam o cuidado; 
• Ambiente de cuidado e confiança; 
• Atividades elaboradas para nutrir interações sociais significativas entre os 
membros, ligando-os às tradições e valores da escola. 
Por fim, devemos atentar para os seguintes pontos: Os gestores precisam 
conhecer e monitorar o clima escolar além de observações e impressões. As opiniões 
de diferentes segmentos devem ser bem-vindas. Nesse sentido, é importante ouvir as 
pessoas do ambiente escolar e os usuários dos serviços desenvolvidos pela escola. 
A pesquisa é um meio muito eficiente de atingir esse objetivo. Para fazer isso, você 
precisa identificar o que deseja descobrir e por quê. 
6 CLIMA ORGANIZACIONAL NAS ESCOLAS 
A cultura organizacional tem sido definida em termos de crenças 
compartilhadas, como suposições, normas e valores. 
Agora, vamos olhar para os padrões comportamentais dominantes que 
diferenciam o local de trabalho. Vemos a cultura e o clima organizacional 
principalmente como perspectivas complementares que explicam a identidade coletiva 
das escolas que emergem naturalmente quando professores, administradores, pais e 
alunos interagem uns com os outros. 
A cultura organizacional enfatiza o comportamento compartilhado em vez de 
crenças. Embora haja definitivamente uma diferença entre eles, as duas visões são 
quase complementares. 
O clima foi inicialmente concebido como conceito geral para expressar a 
qualidade duradoura da vida organizacional. B.

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