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Resumo de Imunologia - Medusão de Imunologia

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~ 
 
 
Oi gente, tudo bem? Passando aqui pra dar dois recadinhos importantes para 
vocês sobre o resumo de Imuno: 
1. Este resumo foi, em grande parte, baseado nas aulas que os 
professores ministraram pra gente, e com algumas complementações do 
Abbas. Desta forma, se os professores decidirem trocar entre si quem 
dá cada aula, pode ser que eles não fiquem totalmente fiéis às aulas, 
ok? Mas olhando os materiais mais antigos dos drives, parece que eles 
não têm muito costume de inverter. 
2. POR FAVOR, NÃO LEVEM ESSE RESUMO PARA AS AULAS! Assim 
que tive a primeira aula com uma professora X, ela passou grande 
tempo da aula com uma conversa sobre como era errado usar materiais 
de turmas antigas e etc etc etc, disse até sobre confiscar o material. 
Então por favor, evitem levar os resumos para as aulas (principalmente 
porque a gente sabe que os professores da disciplina conversam entre 
si). 
 
É isto, bons estudos pra vocês 
Sumário 
PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES ................................................................... 1 
CÉLULAS E TECIDOS DA RESPOSTA IMUNE ........................................................................... 13 
TIPAGEM DE CÉLULAS......................................................................................................... 34 
CIRCULAÇÃO DE LEUCÓCITOS E MIGRAÇÃO DE CÉLULAS PARA OS TECIDOS........................... 44 
IMUNIDADE INATA ............................................................................................................. 52 
ANTÍGENOS E ANTICORPOS................................................................................................. 71 
COMPLEXO DE HISTOCOMPATIBILIDADE PRINCIPAL (MHC)................................................... 90 
VIAS DE APRESENTAÇÃO DO MHC ..................................................................................... 105 
RECEPTORES DE ANTÍGENOS E TRANSDUÇÃO DE SINAL ...................................................... 111 
DESENVOLVIMENTO DOS LINFÓCITOS E REARRANJO DOS GENES DOS RECEPTORES DE 
ANTÍGENOS...................................................................................................................... 121 
ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS T .............................................................................................. 138 
MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS ...................................... 154 
ATIVAÇÃO DE CÉLULAS B E PRODUÇÃO DE ANTICORPOS .................................................... 165 
MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL ......................................................... 187 
MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL – PT.2................................................ 199 
IMUNIDADE REGIONAL ..................................................................................................... 214 
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA E AUTOIMUNIDADE............................................................... 235 
DOENÇAS AUTOIMUNES ................................................................................................... 256 
RESPOSTA IMUNE ÀS INFECÇÕES BACTERIANAS E VIRAIS.................................................... 273 
RESPOSTA IMUNE ÀS INFECÇÕES FÚNGICAS, PROTOZOÁRIAS E HELMÍNTICAS ..................... 286 
IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES.................................................................................... 299 
RESPOSTA IMUNE A TUMORES.......................................................................................... 313 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE..................................................................................... 326 
RESPOSTA IMUNE MEDIADA POR IGE ................................................................................ 338 
IMUNODIAGNÓSTICO ....................................................................................................... 350 
IMUNOPROFILAXIA........................................................................................................... 364 
IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS ...................................................................................... 375 
IMUNODEFICIENCIAS SECUNDÁRIAS.................................................................................. 385 
 
1 
 
PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES 
Medusa - 86 
 
Resposta imune: 
As respostas imunes inata e adaptativa são componentes de um sistema 
integrado de defesa do hospedeiro no qual numerosas células e moléculas 
funcionam cooperativamente. Os mecanismos da imunidade inata fornecem 
defesa inicial efetiva contra infecções. Entretanto, muitos microrganismos 
patogênicos evoluíram para resistir à imunidade inata, e sua eliminação 
necessita dos mecanismos mais potentes da imunidade adaptativa, 
componente este que passa a ser predominante após o efeito da imunidade inata 
não ser mais suficiente. 
 
Existem numerosas conexões entre os sistemas imunes inato e 
adaptativo. A resposta imune inata aos microrganismos estimula as respostas 
imunes adaptativas e influencia a natureza das respostas adaptativas. Por outro 
lado, as respostas imunes adaptativas frequentemente trabalham aumentando 
os mecanismos protetores da imunidade inata, tornando-os mais capazes de 
combater efetivamente os microrganismos patogênicos. 
 
 As características que definem a imunidade adaptativa são a 
habilidade de distinguir entre diferentes substâncias, chamada especificidade, 
e a habilidade de responder mais vigorosamente a exposições repetidas ao 
mesmo microrganismo, conhecida como memória. 
 
A imunidade inata é sempre a primeira defesa a ser acionada quando 
há um processo infeccioso (seja na criança ou em um adulto). Os indivíduos já 
possuem células evolutivamente adaptadas para proporcionar a defesa, como 
fagócitos (estas células possuem a capacidade de fagocitar e destruir o que foi 
fagocitado). Os fagócitos (chamados de “segmentados” nos hemogramas), 
como os neutrófilos, são as principais células da imunidade inata e estão 
presentes em grande número na circulação (de 2000 a 3500 no hemograma). 
Os neutrófilos são as células que mais sobem frente a uma infecção bacteriana 
(pois são produzidas muito rapidamente na medula óssea). A duração de sua 
vida é de até 24h, e todos os neutrófilos possuem as mesmas características. 
Os fagócitos estão prontos para agir frente aos microrganismos: possuem 
diversos receptores para reconhecer bactérias, fungos e parasitas de maneira 
geral (sendo, desta forma, abrangentes no reconhecimento dos 
microrganismos). Os receptores reconhecem moléculas comumente presentes 
nestes microrganismos, como lipopolissacarídeos (presentes nas bactérias grã-
negativas), proteoglicanas (presentes nas bactérias grã-positivas), etc. Estes 
receptores são chamados de “receptores de padrão de patógenos” pois 
reconhecem as características semelhantes de cada tipo de patógeno. 
Além disso, há também a pele, que funciona como uma barreira física aos 
agentes externos. Suor, secreções sebáceas e pelos (como os do nariz) 
2 
 
também funcionam como barreiras físicas. Todos estes mecanismos desse 
parágrafo são chamados de mecanismos inatos de defesa. Além disso, há 
também proteínas (que formam o Sistema Complemento) que são ativadas na 
presença de certos agentes patogênicos – que também funcionam como 
mecanismos inatos de defesa. Estes mecanismos inatos de defesa predominam 
durante horas após o início da infecção – as células da imunidade inata têm 
contato com o agente estranho e depois possuem contato com as células da 
imunidade adaptativa, para apresentar o antígeno e desencadear o 
funcionamento desta última. 
 
 Os mecanismos da imunidade inata fornecem a defesa inicial contra 
infecções. As respostas imunes adaptativas se desenvolvem mais tarde e 
necessitam da ativação de linfócitos. Normalmente, de 0 a 12 horas após a 
infecção, a imunidade inata é a predominante na proteção. Inicia-se o contato deagentes estranhos com as células responsáveis pela imunidade inata, as quais 
em seguida realizam a apresentação do antígeno às células linfoides e assim 
dão início à atividade da imunidade adaptativa. A adaptativa requere um tempo 
para seu desenvolvimento, atingindo uma concentração de linfócitos relevante 
em 7-10 dias após o início da infecção, aproximadamente. Isto explica porque, 
nos primeiros dias da infecção, o ser humano apresenta diversos sinais e 
sintomas (visto que ainda não se gerou uma resposta adaptativa significativa ao 
estimulo). 
Diferentemente dos neutrófilos antes citados (células da imunidade inata), 
os linfócitos (células da imunidade adaptativa) são altamente especializados: 
os receptores são especializados para segmentos muito pequenos de diferentes 
moléculas presentes nos antígenos e nas células. Os receptores dos linfócitos T 
reconhecem conjuntos de 9 a 11 aminoácidos: desta forma, há 10²² tipos de 
combinações diferentes para receptores dos linfócitos. 
Dentro da contagem total de linfócitos, predominam os linfócitos T (70-
80%). Os linfócitos T e B não são tão efêmeros quanto os fagócitos, de modo 
que há linfócitos com potencial de viver anos. Isto explica porque algumas 
vacinas provocam a formação de uma memória imune que dura longo tempo e 
3 
 
conseguem ter a cobertura durante vários anos (não necessariamente a mesma 
célula dura anos, mas ela vai realizando multiplicação celular e a sua linhagem 
permanece). Isso, todavia, não acontece para todos os indivíduos da mesma 
forma e nem para todos os patógenos (o que explica, por exemplo, a 
necessidade anual da vacina contra Influenza) 
Por haver tantas possibilidades de combinações de linfócitos, não há um 
grande número de linfócitos para cada combinação. Desta forma, para que um 
linfócito B se transforme em plasmócito e passe a trabalhar ativamente na 
resposta humoral, o linfócito B que reconheceu o antígeno inicia uma expansão 
clonal – para que assim atinja uma quantidade suficiente de células para atuar 
na defesa. 
 
Tipos de imunidade adaptativa: humoral e celular 
 
 Imunidade adaptativa pode ser desencadeada pelo linfócito B ou pelo 
linfócito T. Em ambos os casos, a resposta adaptativa é ativa, pois são 
mobilizadas células para a elaboração da resposta: 
• Imunidade adaptativa humoral ativa (Linfócito B): É realizada pelo 
linfócito B (primeira linha do desenho acima), de modo que esta célula 
gera anticorpos (são proteínas). É a principal linha no combate a agentes 
extracelulares (1) 
 
• Imunidade adaptativa celular ativa (Linfócito T): Neste tipo de 
resposta, a célula que efetua a defesa é o Linfócito T (segunda linha do 
desenho acima). Neste tipo de defesa, não há a liberação de anticorpos, 
mas sim uma célula agindo sobre outra célula. Os linfócitos T (sejam 
eles T helper ou Tcitotóxico) possuem receptores que os ligam às outras 
células (o que explica o caráter celular deste tipo de resposta imune 
adaptativa). Este tipo de defesa é o mais feito no combate a agentes 
intracelulares. Todavia, os linfócitos possuem maneiras diferentes de agir 
sobre as células: 
o Linfócito T helper: este linfócito possui receptores que o ligam a 
células do sistema imune (para auxiliar o funcionamento destas 
na defesa). Desta forma, o linfócito Th age de modo a aumentar a 
4 
 
capacidade de funcionamento das células do sistema imune. 
No exemplo (2), ele é mostrado ligando-se a um macrófago, para 
assim aumentar a sua capacidade microbicida para que ele 
degrade os microrganismos fagocitados. 
 
o Linfócito T citotóxico: os receptores do linfócito T citotóxico o 
ligam a todos os tipos de células do nosso corpo (para que assim 
ele consiga matar qualquer uma que estiver infectada). Desta 
forma, o linfócito Tc age de modo a provocar a apoptose em 
células infectadas (sejam elas do sistema imune ou não) (3). 
 
 
Imunidade ativa x Imunidade passiva 
 
 O conceito de imunidade ativa está diretamente relacionado ao da 
imunidade adaptativa. O desenvolvimento da resposta imune pelo próprio 
5 
 
indivíduo decorre da ativação dos mecanismos da imunidade adaptativa. Ao se 
analisar o exemplo da vacina abaixo, a liberação de anticorpos frente à presença 
do antígeno só ocorre devido à ativação do linfócito B, que, ao ser ativado, se 
multiplica e gera tanto as células que secretam os anticorpos quanto as células 
que proporcionam a memória imunológica (que é o objetivo das vacinas). 
 Esta característica da resposta imune adaptativa precisar multiplicar o seu 
número de células até que elas alcancem uma concentração razoável faz com 
que ela leve algum tempo para se formar (primeiro se multiplica, para depois 
possuir um número significativamente importante de células para cumprir o seu 
papel). 
 Na imunidade passiva, o desenvolvimento da resposta imune não 
acontece pelo indivíduo, de modo que ele a recebe já pronta (o anticorpo já 
está pronto). Como não há a ativação dos mecanismos de imunidade adaptativa, 
o processo de imunização passiva não gera memória imunológica, 
desaparecendo seu efeito em 3 semanas aproximadamente. A passiva é 
utilizada quando a ativa não pode ser exercida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Especificidade, memória e concentração das respostas imunes adaptativas 
 
 As células B são as responsáveis por causar a criação da memória 
imunológica. Elas funcionam como no exemplo a seguir: 
 Um antígeno X está sendo administrado a uma pessoa, de modo que as 
células B naive (são células maduras que estão prontas para reconhecer 
antígeno, mas não tiveram contato com o antígeno ainda) o reconhecerão. Estas 
se transformam em células B ativadas quando há contato com o antígeno, 
realizando expansão clonal e se diferenciando em células B efetoras (chamadas 
de plasmócitos, que vão secretar os anticorpos) e em células B de memória. 
Se ocorrer uma segunda infecção pelo antígeno X, o tempo para que 
ocorra o máximo de produção de anticorpos é menor na exposição secundária 
do que na primária. A produção de anticorpos ocorrerá muito mais rápido, mais 
intensamente, perdurando mais tempo e produzindo um maior número de células 
de memória. Isso ocorre pois as células de memória geradas são capazes de 
realizar a expansão clonal e a diferenciação em plasmócitos muito mais rápido 
do que a naive. Após o primeiro contato, não existem mais células B naive para 
o antígeno X, mas sim só células de memória. 
Por vezes, toma-se uma vacina mais do que uma vez (reforços), para 
assim aumentar o número de células de memória e assegurar o efeito desta 
segunda onda durante mais tempo na vida do indivíduo (deixando-o mais 
protegido). Com a memória imunológica, o processo de gerar anticorpos para o 
antígeno X é encurtado de 1 semana para 2 dias. 
Desta forma, se o indivíduo tiver contato ao mesmo tempo com o antígeno 
X pela segunda vez e com o antígeno Y pela primeira vez, a concentração de 
anticorpos para o antígeno X aumentará em tempo muito menor do que a do Y 
(devido à memória imunológica que possui para o X). 
7 
 
Na primeira onda (primeiro contato) da resposta imune, os anticorpos 
que são produzidos em sua grande maioria são IgM. Se o indivíduo não entrar 
em contato com o antígeno novamente em pouco tempo, esses IgMs vão 
desaparecendo. 
Na segunda onda de resposta imune (quando há a segunda infecção 
pelo X), há uma co-existência entre IgM e IgG. O tempo de vida deste último 
anticorpo é maior e a forma pela qual este ele se relaciona com outras células 
do sistema imune para ampliar ou diminuir uma resposta integrada é um pouco 
melhor do que a maneira que a IgM faz isso. 
 
 
Tipos de linfócitos: 
• Linfócito B: é produzido e maturado na medula óssea. Combate 
predominantemente patógenos extracelulares. Para a sua ativação, o 
antígeno livre se liga diretamente na molécula de anticorpo presente em 
sua membrana (não há necessidadede apresentação de antígeno) 
o Os linfócitos B secretam os anticorpos, que são capazes de: 
▪ Inibir (bloquear) a capacidade tóxica da toxina (se este 
antígeno ligado for uma toxina) 
▪ Ampliar a capacidade de fagocitose do macrófago e do 
neutrófilo (processo chamado de opsonização). 
▪ Ativar o sistema complemento (causando a lise celular do 
invasor pela abertura de poros na membrana da célula). 
 
• Linfócito T: produzido na medula óssea, mas maturado no timo. 
Diferentemente do B que reconhece antígenos livres extracelulares, o 
linfócito T só reconhece o antígeno se ele está na superfície de outra 
célula (possui necessidade de apresentação). A célula apresentadora 
apresenta pequenos fragmentos do microrganismo (9 a 11 aminoácidos) 
ao linfócito T. O linfócito T é subdividido em: 
 
o Linfócito T helper 
▪ A ativação do linfócito T helper faz com que ele produza 
hormônios (citocinas), as quais possuem diversas funções, 
como: 
• Estimular a proliferação do linfócito T citotóxico e do 
próprio T helper 
• Estimular a proliferação do linfócito B e a secreção de 
anticorpos 
• Aumentar a atividade fagocitária dos macrófagos e 
neutrófilos. 
 
 
 
8 
 
o Linfócito T citotóxico 
▪ O linfócito T citotóxico provoca a apoptose nas células que 
apresentam o complexo de histocompatibilidade classe 1 
(qualquer célula própria do nosso corpo possui este 
complexo) e apresentam algum sinal de anormalidade 
(como células tumorais). Ao chegar na célula alvo, o linfócito 
Tc libera 2 proteínas: perforina e granzima. A perforina faz 
um pequeno orifício na célula, pelo qual a granzima entra e 
cliva moléculas inativas, ativando-as e causando a ativação 
de um conjunto de mediadores dentro da célula que 
degradam todo o DNA, RNA e proteínas (principalmente as 
do citoesqueleto) da célula alvo. Com esta degradação, a 
célula murcha e começa a se dobrar sobre si mesma, 
formando vários pequenos sáculos. As células ao lado desta 
que morreu pinocitam os pequenos sáculos (chamados de 
corpos apoptóticos) da que morreu, os quais contém os 
nutrientes resultantes de sua lise (proteínas, ácidos 
nucleicos, açúcares, etc), incorporando-os ao seu 
funcionamento 
 
o Linfocito T regulador 
▪ Linfócito T regulador regula a resposta imune: dificulta o 
aumento da proliferação celular, diminui a apresentação de 
antígenos e a produção de anticorpos, diminui a atividade 
do T citotóxico, etc. Este tipo de célula ajuda a retornar ao 
nível basal após o cumprimento da resposta imune. Além 
disso, evita que se inicie uma resposta imune contra as 
substancias próprias do organismo. 
▪ É uma linhagem do linfócito T helper. 
 
o Natural killer: 
▪ Os natural killers são um tipo de linfócito que age como 
mecanismo inato de defesa. Destroem por apoptose a célula 
alvo que foi reconhecida como não natural da pessoa. Pode 
estar relacionada com o Tc para atuar contra vírus (se o 
vírus não consegue ser eliminado pelo Tcitotóxico). 
▪ Também possui perforina e granzima, mas ao invés de 
procurar ver se há algo estranho na célula (como o T 
citotóxico faz antes de agir), ela não considera isso e é mais 
agressiva na eliminação. Todavia, a sua ação é barrada se 
há presente na membrana da célula a molécula de 
histocompatibilidade de classe 1. 
9 
 
 
 
Fases da resposta imune adaptativa 
 É possível identificar fases da resposta imune adaptativa. O contato inicial 
dado pelas células da imunidade inata é seguido pela apresentação do antígeno 
às células linfoides, desencadeando este processo. 
• Fase 1: Fase de reconhecimento. as células da imunidade inata 
(fagócitos/dendríticas) apresentam os antígenos para as linfoides (células 
da imunidade adaptativa); 
• Fase 2: Fase de ativação: ocorre uma expansão clonal (ex.: linfócito B 
em vários plasmócitos e células de memória; linfócito T em células de 
memória e células efetoras para destruir células ou auxiliar nos demais 
mecanismos da resposta imune) 
• Fase 3: Eliminação do antígeno: acontece ou pelo anticorpo ou por ação 
de célula sobre célula infectada. 
• Fase 4: Homeostasia. após combater o antígeno, deve ser cessada a 
expansão clonal, retornando ao nível basal de menor proliferação, de 
modo que as células se encontrem em condições de ser ativadas. Além 
disso, há a criação de memória imunológica nesta fase. 
10 
 
 
 
 
Sistema complemento 
O sistema complemento consiste em um conjunto de proteínas que fazem 
parte da imunidade inata e que são ativadas em forma de cascata – uma única 
molécula ativa várias, que ativam varias: deste modo, este sistema possui 
grande ampliação (o produto final é muito grande). O produto final da ativação 
do sistema complemento é a formação de um polímero de proteínas na 
superfície da célula ou da bactéria, o qual cria um orifício de 9 nanômetros. Este 
orifício possibilita que água e íons passem por esta abertura livremente. Esta 
grande passagem de água leva à lise celular (que é uma das funções do 
sistema complemento). 
 
Um dos componentes do sistema complemento é uma proteína chamada 
de C3. Ao C3 se ligar na bactéria, ele atrai mais neutrófilos para a região (realiza 
11 
 
quimiotaxia), e faz com que os vasos sanguíneos daquela região fiquem 
dilatados (age como substância inflamatória). 
O sistema complemento pode ser ativado quando o C3 se liga diretamente 
ao antígeno ou quando um anticorpo se liga ao antígeno (sendo ele IgM ou IgG 
– quando eles se ligam na bactéria, ativam o componente número 1 do sistema 
complemento). 
Uma vantagem de o sistema ocorrer em forma de cascata é que ela abre 
pontos de controle para o seu funcionamento: para se frear o processo da 
ativação do sistema complemento, pode-se frear entre 1 e 4, entre 3 e 5, etc. 
 
 
 
 
 
CÉLULA NAIVE: A célula naive é uma célula inexperiente (que ainda não 
possuiu oportunidade de ser acionada), mas que já foi maturada. Quando ela 
entra em contato com um antígeno, ela é ativada e entra então em um processo 
de mitose (expansão clonal). No final da multiplicação, muitas se tornam células 
efetoras (a definição se iriam ser Tc, Th ou outra já estava sinalizada em seus 
marcadores de membrana antes de ocorrer a ativação). Algumas das células 
ativadas, todavia, não se tornam efetoras: ficam dormentes e são chamadas de 
células de memória (pode haver um linfócito T citotóxico de memória, um linfócito 
T auxiliar de memória, etc). Estas células garantem uma reserva para que, 
quando o organismo entrar em contato com o mesmo antígeno novamente, a 
resposta seja mais rápida. 
 
12 
 
(outro desenho falando a mesma coisa)
 
 
 
 
 
13 
 
CÉLULAS E TECIDOS DA RESPOSTA IMUNE 
Medusa – 86 
 
 Devido à grande variedade de microrganismos que podem afetar o 
sistema imune, há uma ampla gama de células que agem para garantir a defesa. 
Além dessa função de combater os microrganismos, o sistema imune realiza 
reparações teciduais, responde frente a células estranhas (como na questão de 
transplante), e participa na dinâmica das neoplasias. 
 
HEMATOPOESE 
 Os componentes do sistema imune são provenientes da medula óssea, 
que realiza hematopoese. A stem cell/célula pluripotente/célula tronco dá 
origem à grande maioria das células do sistema imune. Ela se diferencia em 
progenitores linfoides (dão origem a linfócitos T e B) ou em progenitores 
mieloides (que dão origem às outras células da resposta imune e da corrente 
sanguínea: neutrófilos, eosinófilos, plaquetas, eritrócitos, monócitos, basófilos, 
etc.). 
 
 A célula pluripotente sabe em que tipo de célula deve se transformar 
devido à presença de mediadores (CSFs (fatores estimuladores de colônias) ou 
citocinas). 
Ex.: Os eosinófilos são responsáveis por destruir parasitas intestinais 
principalmente. Realizam esta ação por meio de enzimas e por substâncias 
14 
 
contidas em grânulos intracelulares. Ao liberar o conteúdo destesgrânulos nos 
parasitas, liberam também outros mediadores, que vão para o sangue e então 
para a medula óssea, chegando na célula pluripotente e sinalizando para que 
ela dê origem a mais eosinófilos. 
De acordo com cada infecção, há estímulos diferentes para que exista a 
transformação da célula pluripotente em um tipo celular ou outro. Devido a isso, 
pelo tipo celular aumentado no hemograma, é possível se ter ideia da infecção 
que está ocorrendo (ex.: se os linfócitos T estão aumentados, pode ser uma 
infecção viral; se os eosinófilos estão aumentados, provavelmente é uma 
parasitose intestinal ou uma reação alérgica). 
Há sempre um nível (concentração) basal em que estas células ficam 
circulando, e aumentam sua concentração se houver a infecção a qual elas são 
relacionadas. 
 Além de células da resposta imune, células de algum tecido específico 
são capazes de liberar mediadores e sinalizar para a medula óssea quais as 
células necessárias em alguns momentos. Este mecanismo ocorre em menor 
grau. Ex.: em uma queimadura da mão, as células da pele são capazes de liberar 
alguns mediadores que vão até a medula óssea sinalizar que se necessita mais 
monócitos, neutrófilos, etc. 
 
CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE 
As células que realizam fagocitose são apenas os neutrófilos, os macrófagos e 
as células dendríticas. 
 
CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENO (APCs) – não é um tipo celular 
em si, mas um grupo que realiza uma função em comum. 
 Se o antígeno for colocado à frente do Linfócito T, o linfócito não é ativado. 
Ele precisa que outra célula venha apresentar o antígeno para ele (já que não 
reconhece antígenos livres). O linfócito B, todavia, é capaz de reconhecer 
antígenos livres (mas também pode ter antígenos apresentados a ele por meio 
das células dendríticas). 
 Para haver a capacidade de apresentação, o antígeno precisa ser 
reconhecido, fagocitado e quebrado em pequenos pedaços (peptideos). Além 
disso, a célula apresentadora do antígeno precisa sintetizar uma molécula 
chamada de MHC (ou CHP, em português: complexo de histocompatibilidade 
principal), inserir o antígeno clivado na fenda do MHC e então ir apresentar ao 
linfócito T. Pela complexidade deste processo, nem todas as células conseguem 
ser apresentadoras de antígeno. 
15 
 
 
 As principais APCs são macrófagos, linfócitos B (capacidade mais 
limitada) e células dendríticas (são as principais APCs). Ao apresentar os 
antígenos, estas células realizam a ponte existente entre a imunidade inata e a 
imunidade adquirida. 
Como os linfócitos B apresentam antígenos: as células B apresentam 
antígenos às células T auxiliares, de modo que estas cooperem com as B para 
aumentar a capacidade destas de produzirem anticorpos que respondem aos 
antígenos proteicos (há uma conjugação – se isto não fosse feito, a resposta 
imune das células B seria muito reduzida). 
 
 
FAGÓCITOS POLIMORFONUCLEARES – NEUTRÓFILOS 
 Estão em maior número na corrente sanguínea (são 95% dos 
granulócitos circulantes), mesmo em condições normais. Após a entrada nos 
16 
 
tecidos, morrem em 1-2 dias (possuindo, assim, uma produção constante na 
medula óssea). São atuantes nas fases iniciais da resposta imune. 
São atraídos por plaquetas, bactérias, produtos de outros leucócitos e 
pelo sistema complemento. 
 Os neutrófilos possuem em seu interior grânulos específicos (com 
lisozima, colagenase e elastase; estes grânulos não se coram tão bem nem pela 
hematoxilina nem pela eosina, o que os diferencia dos eosinófilos e dos 
basófilos) e grânulos azurofilicos (que possuem em seu interior substancias 
microbicidas chamadas de defensinas e catelecidinas). Esses grânulos 
conferem aos neutrófilos a grande capacidade de destruir os microrganismos 
fagocitados. 
 
 
 
BASÓFILOS E MASTÓCITOS 
Atuam na resposta a alérgenos. Constituem menos de 0,2% dos 
leucócitos, sendo os mastócitos teciduais e os basófilos circulantes. Degranulam 
frente a alérgenos. Possuem em seu interior grânulos contendo histaminas (o 
que os relaciona às respostas alérgicas). Possuem receptores de IgE e IgG. 
 
 
EOSINÓFILOS 
Agem em infecções por helmintos principalmente. Seus grânulos são 
corados por eosina e correspondem de 2 a 5% dos leucócitos sanguíneos. Sua 
ação se dá por meio da liberação de uma proteína básica que age sobre infecção 
17 
 
por helmintos (seu mecanismo de ação não é por fagocitose). Possuem 
receptores de IgE. 
 
 
 
 
FAGÓCITOS MONONUCLEARES – MONÓCITOS E MACRÓFAGOS 
 São células extremamente importantes na resposta inflamatória. 
Possuem capacidade de apresentação de antígeno (fagocitam o microrganismo 
para apresentar para linfócitos T, principalmente). 
 Há 2 origens de células fagocitárias mononucleares: 
• Órgãos hematopoieticos fetais (saco vitelínico e fígado fetal): geram os 
macrófagos que são residentes nos tecidos - e com isso recebem nomes 
diferentes em cada local: micróglia (no SNC), Célula de Kupfer (fígado), 
macrófago alveolar (pulmão), macrófago sinoidal (baço), etc. 
o São originados a partir de uma célula tronco hematopoiética que, 
ao ser lançada na corrente sanguínea, da origem ao precursor do 
macrófago, que se diferencia em cada um dos tipos citados acima 
ao chegar no tecido em específico 
o Os macrófagos residentes nos tecidos são provenientes apenas 
dessa origem (a medula óssea não cria novas células para serem 
residentes nestes órgãos na vida pós-natal), e a sua renovação no 
período pós-natal ocorre por meio da mitose dos macrófagos 
residentes que já estão em cada tecido. 
18 
 
• Medula óssea: as células tronco hematopoiéticas provenientes da 
medula óssea dão origem a uma célula que será precursora tanto dos 
monócitos quanto das células dendríticas. Se ela for dar origem à 
linhagem do monócito, ela se transforma então em um monoblasto, 
seguido por um monócito e só então em macrófago (quando entra em 
algum tecido (mas não é residente! Só entrou lá) e é ativada) 
 
 Os fagócitos mononucleares possuem núcleo em forma de feijão e em 
seu citoplasma há tanto vacúolos fagocíticos (onde estão presentes os agentes 
estranhos fagocitados) quanto lisossomos. Os macrófagos residentes possuem 
a morfologia um pouco diferente desta citada. 
Seu principal marcador é CD14+ (OBS: CD – clustter differentiation: são 
normalmente glicoproteínas que ficam na membrana das células, sendo 
características de cada célula e servindo para diferenciá-las. Ex.: CD3 só está 
em linfócitos T. Além de CD3, se houver CD4, é um linfócito Th; se houver CD8, 
é um linfócito Tc, e assim por diante) 
 
19 
 
O monócito é a forma precursora do macrófago, sendo que aquele está 
presente na corrente sanguínea. Ao entrar em um órgão em específico, o 
monócito é convertido em um macrófago. 
 
* estas células residentes não possuem a mesma origem que os macrófagos 
circulantes (como citado acima). 
 
Os macrófagos e monócitos surgem frente à exposição a agentes 
estranhos, respondendo rapidamente a esta ocasião. Elas persistem durante 
mais tempo nas áreas de inflamação. São efetoras dominantes (são as que 
retiram os antígenos em maior quantidade) nos estágios tardios da inflamação 
(1 a 2 dias após o início do processo). Podem sofrer multiplicação celular no local 
inflamado. 
Dentre as suas funções, estão: 
• Ingestão e morte do agente estranho (fagocitose); 
• Retirar células mortas do hospedeiro; 
• Secretar citocinas (para trazer mais monócitos e outros leucócitos para a 
região); 
• Servir como APC (células apresentadoras de antígeno) aos linfócitos T; 
• Agir no reparo de tecido danificado (por meio da angiogênese e da 
fibrose). 
 
Os fagócitos mononucleares agem tanto na fase inicial da infecção quanto na 
apresentação do antígeno. Desta forma, estão presentes tanto no 
reconhecimento quanto na fase efetora da resposta imune. 
 
CÉLULAS NATURAL KILLER 
 As células NK são provenientes da mesma linhagemque os linfócitos, 
mas fazem parte dos mecanismos inatos da resposta imune. Ela possui enzimas 
em seu interior (perforina e granzima) que lhe conferem atividade citotóxica. 
20 
 
Estas células são mais agressivas no seu mecanismo de ação do que os 
linfócitos T citotóxicos, mas não exercem a sua função se a célula-alvo 
apresentar o complexo de histocompatibilidade 1. As células NK destroem as 
próprias células do organismo (células velhas, tumorais, em estresse ou células 
que contém micro-organismos (principalmente vírus) em seu in terior). 
 
 
 
 
CÉLULAS DENDRITICAS 
 Estas células são as principais realizadoras da apresentação de 
antígenos aos linfócitos. 
Há 2 tipos de células dendríticas: as que atuam e apresentam antígenos 
aos linfócitos T (maior número) e as que atuam apresentando ao linfócito B 
(chamadas de células dendríticas foliculares, pois ficam junto dos linfócitos B nos 
folículos de órgãos linfóides secundários). 
As células dendríticas expressam receptores que reconhecem 
microrganismos. Nesse reconhecimento, há estruturas na membrana do 
antígeno que caracterizam um grupo especifico de patógeno: são o padrão 
molecular associado ao patógeno (PAMP). O PAMP pode ser um 
polissacarídeo específico (como na superfície bacteriana, que sinaliza para a 
célula a presença de uma bactéria em específico), uma proteína específica 
(como na superfície viral, que sinaliza para a célula a presença de um vírus em 
específico), dentre outras substâncias. Normalmente, os PAMP de vírus são 
proteínas virais e os de bactérias são polissacarídeos. 
Não apenas as células dendríticas, mas também os neutrófilos, 
macrófagos e outras células da imunidade inata reconhecem os PAMP. 
Após reconhecerem os PAMP dos microrganismos, as células dendríticas 
fagocitam o microrganismo que continha o PAMP, processam-no e o apresentam 
para o linfócito na forma de epítopo. O epítopo é uma substância menor e muito 
mais específica do que o PAMP (ex.: enquanto o PAMP identifica um mesmo 
grupo de microrganismos (ex.: todos os Plasmodium possuem os mesmos 
PAMP), o epítopo é algo que individualiza as espécies em si dentro do grupo 
(ex.: O Plasmodium vivax possui epítopos diferentes dos do Plasmodium 
falciparum). Em alguns casos, um mesmo epítopo é característico de duas 
espécies dentro do mesmo grupo; e em diversas vezes um patógeno é comporto 
por vários epítopos diferentes). 
21 
 
 
As células linfóides não são capazes de serem ativadas pelos PAMP, mas 
sim pelos epítopos. Desta forma, se algum antígeno livre ligar um epítopo de sua 
estrutura à célula B, ele é capaz de ativá-la (já que ela não possui necessidade 
de apresentação de antígeno). 
 
Além de apresentarem o epítopo, após a fagocitose as células dendríticas 
também passam a secretar citocinas. Estes dois eventos (apresentação do 
epítopo e produção das citocinas) são responsáveis por realizar a ativação das 
células. 
As células dendríticas estão localizadas principalmente nos linfonodos e 
no baço (órgãos linfóides secundários, onde há áreas de linfócitos T e B). 
Também estão nos órgãos de porta de entrada do organismo (como mucosas 
e pele. Na pele, são chamadas de células de Langerhans) 
Enquanto os linfócitos T apenas conseguem reconhecer antígenos 
proteicos, os linfócitos B reconhecem tanto antígenos proteicos quanto 
polissacarídeos. Todavia, as células dendríticas apenas apresentam antígenos 
proteicos para a célula B (de modo que ela reconhece os polissacarídeos de 
outras maneiras além da apresentação) 
A origem das células dendríticas é a seguinte: a célula tronco 
hematopoiética dá origem ao precursor de monócito ou da célula dendrítica. Se 
optar pela linhagem da célula dendrítica, da origem ao precursor comum da 
22 
 
célula dendrítica, que pode originar a célula dendrítica clássica (que apresenta 
antígeno proteico ao linfócito T) ou à célula dendrítica plasmocitóide (que 
consistem em respondedores celulares precoces às infecções virais). 
 
As populações de células dendríticas também podem ser derivadas de 
precursores embrionários (saco vitelínico e fígado, formando as Células de 
Langerhans na pele) ou também podem ser provenientes dos monócitos 
(durante o processo de inflamação). 
 
 
LINFÓCITOS 
O linfócito é uma célula que possui um citoplasma escasso e um núcleo 
circular grande. Morfologicamente, não é possível diferenciar se é T ou B por 
microscopia ótica. 
Os linfócitos T e B expressam receptores específicos para o 
reconhecimento de determinantes antigêncios (epítopos). 
A partir de um precursor linfóide comum da medula óssea, há uma 
linhagem pré-linfócito T e uma pré-linfócito B. Na própria medula óssea, os 
pré-linfócitos B se transformam em linfócitos B em condição de serem ativados 
(já que a origem e maturação destes linfócitos ocorrem lá). O linfócito T se origina 
lá, mas é maturado apenas no timo (devido a isso, crianças com Síndrome de 
DiGeorge – apresentam aplasia tímica congênita – não possuem linfócitos T 
maduros). 
23 
 
A diferenciação de maduro pra imaturo ocorre por meio da expressão de 
alguns receptores. Exemplo disso é que o linfócito B imaturo apresenta IgM de 
membrana, enquanto o maduro apresenta IgM e IgD de membrana. 
OBS: Agamaglubolinemia congênita: causa a não formação de linfócitos B 
maduros, levando à não produção e secreção de anticorpos. 
Um linfócito será específico para reconhecer apenas o antígeno X (há 
especificidade). Há OUTRO linfócito que reconhece o antígeno Y, outro para o 
Z, etc. Todavia, ao se analisar os as células da imunidade inata, não há 
especificidade para cada microrganismo (cada um reconhece diferentes 
antígenos como estranhos). 
 
 
LINFÓCITOS B 
 Produz imunoglobulinas que ficam em sua membrana (geralmente IgD e 
IgM) e que só são liberadas (IgM) se o linfócito B é ativado. 
 Não dependem do processo de apresentação de antígenos. 
 Após ativação (1), se diferenciam em plasmócitos (que secretam muitos 
anticorpos) e em linfócitos B de memória (2): 
 
 
 
LINFÓCITOS T 
 São divididos em: 
• Linfócitos T auxiliares: Possuem alta capacidade de produzir diferentes 
citocinas, que determinam o que as outras células do sistema imune vão 
fazer. Ex.: produzem citocinas que se ligam a macrófagos para que eles 
produzam ainda mais radicais livres para destruir um microrganismo 
(aumenta a atividade microbicida do macrófago). Recebe estímulos para 
24 
 
saber qual citocina produzir e saber conduzir resposta imune para uma 
célula ou outra. Possui marcador CD4+. Comparação do maestro: é ele 
que dita o que o resto das células farão 
 
o T regulatório: é um “subtipo” de linfócito T helper. Regula a 
resposta imune: dificulta o aumento da proliferação celular, diminui 
a apresentação de antígenos e a produção de anticorpos, diminui 
a atividade do T citotóxico, etc: este tipo de célula ajuda a retornar 
ao nível basal após o cumprimento da resposta imune. Além disso, 
evita que se inicie uma resposta imune contra as substancias 
próprias do organismo. 
 
• Linfócitos T citotóxicos: produzem mediadores que promovem 
apoptose de células infectadas com antígenos ou células tumorais. Possui 
marcador CD8 + 
 
 
OBS: Imunoglobulina e anticorpo são sinônimos 
 
DIFERENCIAÇÃO DE LINFÓCITOS 
Como não é possível realizar a diferenciação dos linfócitos pela 
microscopia óptica, para realizar a diferenciação entre eles observa-se os 
diferentes marcadores fenotípicos expressados em suas membranas. Em todos 
os linfócitos T, está presente o receptor CD3. 
25 
 
 
Portanto, para se encontrar qual célula em específico se trata, realiza-se 
a pesquisa por técnica de imunodiagnóstico (pela marcação por anticorpo 
imunoflourescente). Se achar CD3, já sabe que é linfócito T (e não B). A NK 
também tem CD3 (possui a mesma linhagem que os linfócitos T). O CD4 está 
presente na Th, T regulatória e na Tgamadelta. Pra serT regulatória tem que ter 
CD25, e assim por diante. 
Não há algum marcador comum para todos os linfócitos B (assim como 
há para os T), mas há um receptor nos linfócitos B que os caracteriza (e neste 
receptor, há outro marcador associado, o qual é específico para os linfócitos B 
(sendo um deles o CD21)). Os linfócitos B podem ser diferenciados também por 
meio da pesquisa de imunoglobulinas (ex.: se tiver IgM na membrana, é um 
linfócito B, e não um linfócito T). Todavia, a técnica mais usada para 
diferenciação é a do marcador fenotípico. 
CD4+: PRESENTE; CD4-: AUSENTE 
 
CLASSIFICAÇÃO: NAIVES, EFETORES E DE MEMÓRIA 
O processo de ativação dos linfócitos se dá da seguinte forma: 
1- Após serem amadurecidos na medula óssea (B) ou no timo (T), estas 
células seguem para os órgãos linfoides secundários, onde ficarão 
esperando para entrar em contato com um agente externo. Neste 
momento, são chamadas de células NAIVES (a tradução do Abbas ta 
escrito imatura, mas acho que tá errado) 
2- Agentes infecciosos entram no organismo 
3- Estes agentes podem chegar aos órgãos secundários por meio da 
corrente sanguínea (como no caso do baço) ou por meio da corrente 
linfática (como no caso dos linfonodos) 
4- Ao chegarem lá, estes antígenos são reconhecidos pelas células lá 
presentes (seja de forma direta pelos linfócitos B ou por intermédio de 
APCs) e tem início então o processo de ativação dos linfócitos naives. 
26 
 
5- Ocorre então a expansão clonal e a liberação de linfócitos T efetores e de 
anticorpos na corrente sanguínea... 
6- ...os quais migram e se distribuem aos locais de infecção 
 
LINFÓCITOS NAIVES 
Linfócitos T e B maduros presentes em órgãos linfoides periféricos e que 
nunca encontraram antígeno são chamados de NAIVES. A tendência seria eles 
morrerem em 1 a 3 meses se não reconhecerem os antígenos. Todavia, isto não 
ocorre, pois a sobrevivência deles é mantida devido a sinais gerados pelos 
próprios receptores de antígenos que estes linfócitos possuem e pelas citocin as. 
O receptor de antígeno gera o sinal mesmo sem a presenta do antígeno, para 
assim garantir a manutenção da célula. 
As citocinas que estão envolvidas nesse processo são: IL-7 (promove a 
sobrevida e talvez baixo nível de ciclagem das células T naive) e o Fator ativador 
de células B (BAFF), o qual é necessário para a sobrevida da B naive. 
Os linfócitos B naive possuem proteínas de superfície envolvidas em 
dirigir sua migração para os linfonodos. É importante que estas células B naive 
fiquem nos linfonodos, visto que frente a um processo infeccioso há uma intensa 
resposta imune nos linfonodos mais próximos à infecção. 
Um linfócito T naive já possui marcadores que o diferenciam em citotóxico, 
helper ou qualquer outro. Estes marcadores são adquiridos no processo de 
maturação no timo. O T (seja ele h ou c) ativado (quando se transforma em efetor 
ou de memória) passa a expressar outras moléculas de membrana. 
 
27 
 
LINFÓCITOS EFETORES 
Linfócitos T CD4+ efetores expressam outros marcadores (que foram 
adicionados na sua passagem de naive para efetor), como o CD40 (CD154), e 
também secretam citocinas. 
Linfócitos T CD8+ (Tc) contém grânulos citoplasmáticos que destroem 
células: promovem a citotoxicidade de uma célula infectada. 
Ambas CD4+ e CD8+ efetores expressam CD25. 
Plasmócitos (linfócitos B quando estão ativados e secretando) possuem 
abundante retículo endoplasmático rugoso (devido à síntese de Ac), e complexo 
de Golgi perinuclear (onde os Ac são convertidos na forma final para serem 
secretados). Os anticorpos podem ser secretados na forma de monômero, 
dímero e pentâmero; 
 
LINFÓCITOS DE MEMÓRIA 
Além das naives e das efetoras, há também as células de memória: já 
tiveram exposição ao antígeno, foram diferenciadas e se mantiveram no 
organismo para responder a futuras estimulações pelo mesmo agente. Há tanto 
linfócitos B de memória quanto linfócitos T de memória. 
Sobrevivem meses ou anos sem a necessidade de estimulação pelo 
antígeno (assim como os naives). 
Linfócitos T de memória expressam altos níveis de receptor para 
interleucina 7. Eles são reconhecidos pelo anticorpo monoclonal Anti -CD127. 
Os linfócitos B de memória expressam certas classes de anticorpos (que 
predominam na resposta imune secundária), como IgA, IgG e IgE. 
 
 
28 
 
O QUE A MÁRCIA COMENTOU EM UMA AULA, MAS A EDNA NÃO DISSE 
NADA SOBRE: 
É conhecido que os genes que codificam os receptores de antígenos dos 
linfócitos são formados pela recombinação de segmentos de DNA durante a 
maturação destas células. Existe um aspecto randômico destes eventos de 
recombinação somática que resulta na geração de milhões de diferentes genes 
de receptores e um repertório altamente diverso de especificidades antigências 
dentre os diferentes clones de linfócitos. 
 
LINHAGEM DOS LINFÓCITOS T HELPER: 
Há diferentes linhagens de linfócitos Th, as quais são diferenciadas de 
acordo com as citocinas produzidas: 
• Th1: IL-2, 1L-12, Interferon-gama, TNF-alfa; 
• Th2: IL-4, IL-5; 
• Treg: TGF-beta; 
• Th17: IL-17, IL-23 IL-32; OBS: pacientes com resposta intensa do 
COVID possuem normalmente um alto número de linfócitos Th desta 
linhagem 
• Th0 = é um linfócito T helper naive. Ainda não se diferenciou nestas 
linhagens 
Dependendo da infecção, é necessário ativar mais um perfil de citocinas do 
que outro (ex.: se precisa de imunidade celular, ativa Th1; se precisa de 
imunidade humoral, Th2; se precisa de resposta inflamatória mais intensa, Th17; 
se precisa retornar ao nível basal, Tregulatório) 
Num processo tumoral, o ideal para o paciente é que ele possua um padrão 
Th1. Todavia, como um mecanismo de escape, o tumor induz o sistema imune 
a diferenciar os linfócitos Th em Tregulatório, para assim suprimir a resposta 
imune e o tumor ser capaz de crescer. 
 
29 
 
TECIDOS DA RESPOSTA IMUNE 
Os órgãos linfoides que participam do sistema imune podem ser divididos 
em primários e secundários: 
• Órgãos linfoides primários: são a medula óssea e o timo. São capazes 
de gerar células da resposta imune e realizar a sua maturação (medula: 
gera e amadurece linfócitos B; linfócitos T saem da medula óssea e são 
maturados no timo). 
• Órgãos linfoides secundários: Baço, linfonodos, associado a mucosas 
(como as Placas de Peyer no intestino) e tonsilas. São os locais onde as 
respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas e se 
desenvolvem. 
 
MEDULA ÓSSEA 
 É o local de geração da maioria das células sanguíneas maduras 
circulantes (hematopoese), incluindo hemácias, granulócitos e monócitos, e é o 
local dos eventos iniciais na maturação da célula B. Quando a medula óssea é 
danificada ou quando ocorre uma demanda excepcional para a produção de 
novas células sanguíneas ocorre, o fígado e o baço frequentemente se tornam 
locais de hematopoese extramedular. 
 
30 
 
 Hemácias, granulócitos, monócitos, células dendríticas, plaquetas, 
linfócitos B e T e células NK se originam de uma célula-tronco hematopoética 
comum (HSC) na medula óssea. As HSCs podem ser identificadas pela 
presença de CD34. As HSCs dão origem a dois tipos de células progenitoras 
multipotentes: 
• Uma que gera células linfoides 
• Uma que produz células mioeloides, eritrócitos e plaquetas. 
A proliferação e maturação das células precursoras na medula óssea são 
estimuladas pelas citocinas, sendo que muitas delas são chamadas de fatores 
estimuladores de colônia (CSFs). Estas citocinas podem ser provenientes da 
própria medula óssea, de linfócitos T estimulados por antígeno ou de macrófagos 
ativados. A função destas citocinas é repor o número de leucócitos que podem 
ter sido utilizados durante a resposta imune. 
 
TIMO 
É o local de maturação dos linfócitos T. É dividido em córtex (mais escuro 
e periférico) e medula (mais central e mais clara). Timócitos é o nome que os 
linfócitos recebem ao selocalizar no timo. Eles entram pelo córtex (devido a isto 
esta região é densamente povoada com os linfócitos) e chegam até a medula 
tímica, sendo que neste trajeto vão sendo amadurecidos (adiciona-se 
marcadores na membrana deles). Desta forma, os linfócitos presentes na 
medula tímica são em sua maioria linfócitos T maduros naive. Estes linfócitos 
saem do timo, indo para outros órgãos (baço e linfonodos). 
As células epiteliais corticais tímicas produzem IL-7, que é necessária na 
fase inicial da maturação da célula T. 
 
31 
 
LINFONODOS 
Linfonodo infartado (ínguas) são percebidos quando há infecções 
próximas ao local. Eles ficam infartados pois está havendo uma resposta imune 
no local. 
 
Os linfonodos possuem características anatômicas que favorecem a 
iniciação das respostas imunes adaptativas aos antígenos trazidos dos tecidos 
pelos vasos linfáticos. Possuem zonas de linfócitos B e zonas de linfócitos T . 
Os linfócitos B se localizam nas regiões circulares situadas no interior da 
região cortical do linfonodo, as quais são chamadas de folículos. Os folículos 
podem conter em seu interior um centro germinativo, local onde se concentram 
linfócitos B em proliferação. Os centros germinativos se desenvolvem em 
resposta à estimulação antigênica. Se os folículos contêm o centro germinativo, 
são chamados de folículos secundários. Se os folículos não apresentam o centro 
germinativo são chamados de folículos primários – e, neste caso, são formados 
predominantemente por linfócitos B naive. 
Os linfócitos T se concentram na região mais central dos linfonodos, 
denominada paracórtex/medula. A maioria das células T consiste em células T 
auxiliares CD4, intercaladas com células CD8 relativamente esparsas. Estas 
proporções podem mudar drasticamente durante uma in fecção (ex.: durante uma 
infecção viral, aumenta-se o número de células CD8). 
 
32 
 
A segregação anatômica dos linfócitos B e T nas áreas distintas do 
linfonodo é dependente de citocinas que são secretadas pelas células do 
estroma do linfonodo em cada área, as quais direcionam a migração dos 
linfócitos. 
A célula dendrítica (que é uma das células da resposta imune inata) 
captura o antígeno no local de infecção e se direciona ao linfonodo mais próximo 
por meio da corrente linfática. Ao chegar no linfonodo, apresenta antígenos para 
os linfócitos T. Após a apresentação de antígeno, os linfócitos T e os linfócitos 
B vão interagir, de modo que um migre para a zona do outro. 
 
Linfonodos sentinelas: são os mais próximos ao local em que está havendo 
uma atividade imune. Ex.: cirurgia de tumor de mama. Durante a cirurgia, o 
cirurgião injeta corante azul para que, se existir uma metástase (que ocorre 
principalmente por via linfática), as células metastáticas seguirão para o primeiro 
linfonodo que encontrarem. Ao identificar o primeiro linfonodo para o qual a linfa 
se direciona (o linfonodo sentinela), retira-se este linfonodo e manda-o para a 
biopsia, para avaliar-se se há células metastáticas que migraram para ele ou 
não. Isto implica na conduta adotada pelo cirurgião. Quanto mais linfonodos 
estiverem comprometidos, mais difícil será o tratamento por QT ou RT. 
 
OBS: FDCs: células dendríticas foliculares. São células dendríticas nos folículos 
linfoides dos órgãos linfóides secundários. Elas apresentam os antígenos para 
as células B nestes órgãos. 
 
BAÇO 
O baço é um órgão altamente vascularizado. Possui como principal 
função a resposta imune, mas também realiza a retirada de células 
senescentes. O baço é dividido anatomicamente em polpa vermelha 
(composta por sinusoides vasculares cheios de sangue) e polpa branca (rica 
em linfócitos). 
33 
 
Os macrófagos da polpa vermelha servem como um importante filtro para 
o sangue, removendo microrganismos, células danificadas, células recobertas 
de anticorpo (opsonizadas) e microrganismos. 
 A polpa branca é organizada em torno de artériolas centrais, que são 
ramificações da artéria esplênica distintas das ramificações que formam os 
sinusóides vasculares. Há a presença de uma maior concentração de linfócitos 
T ao redor das arteríolas, formando uma bainha linfóide periarteriolar. 
 
 
SISTEMAS IMUNES REGIONAIS 
 Todas as principais barreiras epiteliais do corpo, incluindo pele, mucosa 
gastrointestinal e mucosa brônquica, têm seus próprios sistemas de 
linfonodos, estruturas linfóides não encapsuladas e células imunes difusamente 
distribuídas, que trabalham de maneira coordenada para fornecer respostas 
imunes especializadas contra os patógenos que entram por aquelas barreiras. 
 Os componentes dos sistemas imunes associados com as mucosas 
gastrintestinal e brônquica são denominados tecido linfoide associado à 
mucosa (MALT) e estão envolvidos nas respostas imunes aos antígenos e 
microrganismos ingeridos e inalados. 
 
 
 
 
34 
 
TIPAGEM DE CÉLULAS 
Medusa – 86 
Galerinha, eu tive essa matéria no primeiro PSE durante a pandemia, e não sei 
dizer se ela seria um resumo de prática ou não (já que no PSE1 não tinha essa 
distinção entre prática e teórica). Se não for, só ignora essa mensagem – e se 
for, toma ai um resuminho de prática também :P 
Primeiramente, deve-se diferenciar dois conceitos: 
• Tipagem sanguínea: é o exame realizado para saber o tipo sanguíneo 
da pessoa (A, O, B, AB; Rh + ou -) 
• Tipagem de células: é o exame que usa recursos para identificar a 
célula e falar sobre o seu grau de ativação. 
o É utilizada para saber qual tipo celular é aquele, em que fase de 
ativação ele está, quais marcadores ele apresenta, se está 
sintetizando alguma proteína ou não, se está em apoptose ou não, 
etc. 
o É importante realizar a tipagem de células em pacientes HIV: saber 
como a relação CD4:CD8 está. É importante que esta relação 
sempre esteja em 2:1 ou 3:1. Se começar a diminuir esta 
proporção, é sinal de que o paciente está começando a entrar em 
imunodeficiência. 
o A tipagem também é importante em tumores (por exemplo, em 
tumores de mama é necessário saber se os tumores são HER 2 
(um receptor de estrógeno) positivo ou negativo, visto que isto 
implica na conduta clínica e em que terapia vai ser utilizada (ex.: 
que tipo de QT será realizada, quantas doses), além de obter 
informações sobre o prognóstico daquele tumor 
A tipagem pode ser feita nos mais diversos tecidos do organismo, como no 
sangue periférico e em tecidos provenientes de biópsias. 
 
TÉCNICAS DE TIPAGEM UTILIZADAS 
 
1. CITOMETRIA DE FLUXO 
 
Através desta técnica, é possível detectar e medir a quantidade de receptores 
e proteínas na membrana celular (como os CDs) e com isso determinar que tipo 
celular é esse. 
Além disso, por meio desta técnica é possível detectar qual a composição 
da célula (como a quantidade de grânulos que ela apresenta, se o DNA dentro 
do núcleo está intacto ou não - para assim saber se a célula está entrando em 
apoptose ou não; etc). 
35 
 
É capaz também de identificar o tamanho celular, a complexidade (se 
possui mais grânulos ou organelas do que outra), seus marcadores (também 
chamados de antígenos celulares), suas proteínas (como enzimas ou citocinas 
que a célula secrete), seu DNA, outros receptores e por vezes seu 
metabolismo celular (ex: se possui proteínas fosforiladas ou não). 
 
A citometria de fluxo é uma técnica de analise celular multiparamétrica 
(possibilita a mensuração de vários fatores em uma mesma célula) baseada em 
laser. Para que ela seja feita, as células precisam estar em suspensão (e não 
todas agrupadas). Isto ocorre pois o aparelho da citometria (citômero) analisa 
célula por célula, de modo que, se elas estiverem agrupadas, não é possível 
realizar a análise precisa. Além disso, dentro do próprio equipamento há a 
presença de canalículos muito finos pelos quais as células têm que passar para 
serem alinhadas (e, se estiverem agrupadas, ocluem a passagem). Destaforma, 
não é possível realizar a citometria de tecidos, mas sim do sangue. 
A citometria permite a mensuração das propriedades individuais das células 
ou partículas em geral, em fluxo contínuo, passando uma de cada vez, 
sequencialmente em frente a um feixe de laser com sensores para medir a 
dispersão de luz e a fluorescência. 
Há dois modelos de citômetros: os que são capazes de ler 4 parâmetros e os 
que são capazes de ler 8 parâmetros (varia de acordo com o número de lasers 
presentes). 
 
Fluorescência 
O aparelho consegue detectar características físicas e químicas de 
partículas ou células em suspensão desde que elas tenham de 0,2 a 150 
micrometros. Consegue fazer análise individual de cada célula em suspensão, 
desde que elas possuam um mínimo de resíduos. 
Utiliza substâncias fluorescentes chamadas de fluorocromos, que 
podem ser usadas conjugadas ou não com anticorpos. Os anticorpos 
monoclonais com os marcadores fluorescentes são vendidos comercialmente. 
Exemplos: 
• Anticorpo anti-CD4: FITC (normalmente verde) 
• Anticorpo anti-CD8: PE (normalmente vermelho) 
Primeiramente, insere-se estes anticorpos na amostra. Se a célula possuir 
um marcador CD4, o FITC se ligará nele, e o mesmo ocorrerá com o PE se as 
células expressarem um marcador CD8. Ao passar pelo laser, os fluorocromos 
são excitados e emitem sinais luminosos (como os das cores citadas acima), que 
são captados por sensores. Os padrões de emissão de luz podem ser utilizados 
para analisar aspectos moleculares das células. 
 
36 
 
 
 
37 
 
O citômetro de fluxo possui 3 principais sistemas de detecção: 
 
1. Sistema fluídico: introduz, transporta e alinha as partículas em um fluxo 
contínuo para passarem na frente do laser 
• Insere-se a amostra na célula de fluxo (que fica no interior do 
equipamento), para que então a amostra seja sugada e distribuída 
em diversos canalículos e as células sejam alinhadas 
2. Sistema óptico: composto por lasers, lentes e filtros. Gera e coleta os 
sinais emitidos pelas partículas. 
• Além de identificar os tipos celulares por meio dos fluorocromos, é 
utilizado para, por meio da dispersão frontal da luz, medir o 
tamanho da célula (FSC). Além disso, ao laser passar pelo interior 
da célula, consegue medir também a quantidade de grânulos 
(SSC). 
• Consegue medir o tamanho e a granulosidade mesmo sem os 
fluorocromos 
 
38 
 
3. Sistema eletrônico: pega os sinais emitidos e converte em sinais 
eletrônicos, formando gráficos. 
• Cada ponto no gráfico representa uma célula, e cada círculo 
representa um tipo celular (já que todas as células no interior do 
círculo possuem tamanho e granulosidade semelhantes, assume-
se que elas são do mesmo tipo). Cada círculo é chamado de gate. 
• Quanto mais para a direita, maior o tamanho da célula. Quanto 
mais para cima, maior a sua granulosidade. Desta forma, é 
possível detectar no exemplo abaixo que as células do gate 
vermelho são maiores e mais granulosas do que as do gate rosa 
(o que explica porque as vermelhas são os granulócitos e as rosas 
os linfócitos). 
 
• Os aparelhos conseguem dizer quantas células há no interior de 
cada gate. 
• Os sinais luminosos gerados pela interação laser-célula devem ser 
coletados para análise 
• Há sensores específicos para cada tipo de sinal luminoso, que 
captam os sinais, transformando-os em sinais elétricos. 
• Cada sensor capta uma cor diferente 
• Os sinais elétricos são amplificados e registrados no computador 
• Através de softwares específicos as informações obtidas são 
devidamente analisadas 
• Diferencia-se cada tipo de célula de acordo com o lugar em que 
elas aparecem no gráfico 
39 
 
 
A dispersão, portanto, é feita em um gráfico em que uma das variáveis é o FSC 
(o tamanho da célula) e a outra é o SSC (a granulosidade dela). 
 
Aplicações gerais 
Por meio da citometria de fluxo é possível: 
• Identificar os diferentes tipos celulares 
• Avaliar constituintes celulares (DNA e RNA) 
• Determinar fases do ciclo celular 
• Identificar células neoplásicas ou tumorais 
• Realizar contagem de células como linfócitos B e T 
• Estudar a interação entre parasitos e célula hospedeira 
• Detectar se a célula está infectada por vírus 
• Realizar a separação de células (sorting) – apenas alguns realizam. 
 
Sorting 
Consiste em um sistema no interior do citômetro que separa as células 
específicas (isola-as) de acordo com seu tipo celular. Assim que a célula 
selecionada (a que quer ser isolada) passa pelo laser, ele coloca cada célula em 
uma gota de fluido e acrescenta uma carga elétrica na gota, para que ela seja 
atraída por placas de alta voltagem para cair em um lugar separado (tubo 
coletor). O que não for de interesse, o aparelho não acrescenta a carga elétrica 
e deixa passar reto para ser descartado. 
40 
 
 
Conclusão 
A citometria de fluxo nos permite realizar uma avaliação individual, 
quantitativa e qualitativa de partículas ou células, seja para a investigação 
científica em pesquisas ou para auxiliar o diagnóstico clínico. 
Para o pesquisador, o conhecimento dos princípios básicos da citometria 
de fluxo facilita a elaboração de experimentos, preparação da amostra a ser 
utilizada e melhor compreensão dos resultados obtidos. 
 
41 
 
2. IMUNOHISTOQUÍMICA 
É uma técnica que utiliza anticorpos marcados com enzimas, e não com 
fluorocromos. A imunohistoquimica é a técnica em que se aplica anticorpos 
específicos anti-antígenos presentes nos cortes histológicos, em associação 
com métodos de detecção altamente sensíveis para a revelação da ligação 
antígeno-anticorpo. Desta forma, identifica-se a expressão de marcadores 
teciduais simultaneamente à avaliação morfológica. 
Ex.: corte de uma biópsia de CA de mama em que se usou a imunohistoquímica 
para identificar a presença de HER-2, um receptor de estrógeno. Se não fica 
marcado (corado em marrom), não há a expressão de HER-2; se tiver corado, é 
porque expressa. A presença ou não deste receptor nas células implica no tipo 
de QT a ser adotada pelo médico. 
 
Preparação da lâmina 
O tecido proveniente da biópsia é colocado na parafina (emblocado) e é 
levado ao micrótomo para que sejam feitos cortes histológicos de 
aproximadamente 5 micrômetros. O corte é então fixado em uma lâmina e 
realiza-se a técnica de imunohistoquimica. 
Métodos da imunohistóquimica 
Há 2 métodos: 
42 
 
a. Método direto 
• Coloca-se o anticorpo anti-“substância em foco” (ex.:anti-HER2) 
em contato com a amostra da lâmina. O anticorpo então se liga ao 
seu antígeno (ex.: receptor HER2), e o que não ficou ligado é tirado 
na lavagem. O anticorpo não possui um fluorocromo, mas sim uma 
enzima. Após a lavagem, coloca-se o substrato da enzima que 
estava presente no anticorpo - de forma que ocorra a reação, o 
substrato seja clivado e com isso dê origem à cor diferenciadora 
vista na lâmina. 
 
b. Método indireto 
• Coloca-se na lâmina um anticorpo primário (que não possui 
enzima), o qual vai se ligar na substância em foco (como o receptor 
HER-2) e depois um anticorpo secundário (o qual possui a enzima), 
o qual vai se ligar no anticorpo primário. Em seguida, coloca-se o 
substrato, que vai ser clivado e liberar a cor diferenciadora nos 
locais em que os anticorpos se aderiram. 
• O anticorpo primário é chamado de “primeira camada”, enquanto o 
anticorpo secundário é chamado de “segunda camada” 
• É um teste mais sensível devido à amplificação do sinal. 
• Esta técnica está normalmente associada ao complexo avidina-
biotina. Ao se colocar o substrato, chamado de estreptavidina, ele 
é clivado pelo complexo avidina-biotina e dá origem à cor 
castanha-avermelhada. 
• É o método mais utilizado 
• Pode marcar as mais diversas coisas (linfócitos Th, linfócitos Tc, 
células NK, etc.) 
 
43 
 
Curiosidade: Teste ELISA 
Apesar de tanto o ELISA quanto a imuno-histoquímica utilizarem 
complexos de anticorposcom enzimas (ambos utilizam o complexo avidina-
biotina) para a detecção de uma substância alvo, enquanto a imunohistoquímcia 
realiza a detecção de tipos celulares em cortes histológicos de tecidos, o ELISA 
realiza a detecção de proteínas em suspensão no soro do paciente (que são 
colocadas em Placas de ELISA para realizar esta análise). 
 
 
 
44 
 
CIRCULAÇÃO DE LEUCÓCITOS E MIGRAÇÃO DE CÉLULAS PARA OS 
TECIDOS 
Medusa - 86 
 
 As migrações das células do sistema imune não acontecem 
aleatoriamente, sendo sempre motivadas por algum estímulo. As principais 
situações da migração das células são: 
• Células da imunidade inata migram para exercer a resposta 
inflamatória (A) 
• Linfócitos T e B naives migram dos órgãos linfóides primários para os 
órgãos linfóides secundários (B) 
• Linfócitos T ativados migram dos órgãos linfóides secundários para o local 
onde houve a lesão para exercer a imunidade adaptativa mediada por 
células (C) 
o A lesão pode ter sido provocada por um corte, radiação, 
queimadura, etc. 
 
 
 
45 
 
As moléculas de adesão leucócito-endotélio são glicoproteínas 
presentes na membrana do endotélio vascular e na célula (leucócitos), e que 
possuem papel essencial no processo de migração. A função principal da 
molécula de adesão é possibilitar o encontro entre a célula circulante e o 
endotélio vascular, para que a célula se fixe nesta superfície e em seguida realize 
a diapedese para o local em que está ocorrendo a resposta imune. 
Quando há uma lesão tecidual ou infecção, começam a ser liberadas 
citocinas. Dentre as funções das citocinas, está o papel de sinalizar ao endotélio 
a necessidade de expressão das moléculas de adesão. Normalmente, as 
moléculas de adesão não estão presentes no endotélio, só sendo ativadas frente 
à liberação de citocinas específicas. Enquanto isso, as moléculas de adesão dos 
leucócitos estão sempre presentes. 
Existem diversos tipos de citocinas, e elas são específicas para a 
manifestação de determinadas moléculas de adesão (como mostrado no quadro 
abaixo). As moléculas de adesão são chamadas de integrinas e selectinas. 
Cada tipo de molécula de adesão se liga em células diferentes (pode ser que 
enquanto uma integrina se ligue apenas em monócitos, outra se ligue em 
eosinófios e neutrófilos, por exemplo) 
 
Exemplos: 
• P-selectina: está presente apenas em endotélio ativado por histamina ou 
trombina. Ou seja: quando há uma lesão que libere estas substâncias, 
elas passam a atuar no endotélio, para que ele passe então a expressar 
a P-selectina. A P-selectina se liga em monócitos, linfócitos T e neutrófilos 
através de uma substância chamada Sialil Lewis X, que está presente na 
membrana celular destas células. 
• E-Selectina: ativada apenas por citocinas TNF, IL-1 
• L-Selectina: presente nos neutrófilos, monócitos, células T (naive e de 
memória), células B (naive). Seu contra-ligante está presente no endotélio 
vascular. 
• LFA-1: presente em neutrófilos, monócitos e linfócitos T e B (naive). Se 
liga em ICAM-I, ICAM-II (que só estão presentes no endotélio frente à 
ação de citocinas) 
46 
 
Analogia do neutrófilo sendo a bola de boliche e o endotélio vascular sendo a 
pista: Quando há lesão tecidual, as células endoteliais passam a expressar as 
moléculas de adesão leucócito-endotélio. É como se elas fossem um velcro 
presente no endotélio que gruda com um velcro (outra molécula de adesão) 
existente na bola de boliche (célula), fazendo com que ela pare de rolar pela 
pista e fique onde parou grudada (fazendo com que o neutrófilo pare de seguir 
pela corrente sanguínea e fique onde as moléculas de adesão o fixaram). 
 
Quimiotaxia é o deslocamento de células em direção a um local, que são 
induzidas por quimiocinas. Toda quimiocina é uma citocina, mas nem toda 
citocina é uma quimiocina (Ex.: TNF-alfa é uma citocina, mas não uma 
quimiocina). As células endoteliais (e os neutrófilos também) possuem 
receptores para quimiocina que estão sempre presentes (em ambos), mesmo 
sem a presença de quimiocinas. 
As quimiocinas são extremamente específicas, de modo que cada 
quimiocina (existem diversas) atrai um tipo celular específico adequado para a 
situação (ex.: se está havendo uma parasitose intestinal, as quimiocinas 
produzidas no intestino serão específicas para os eosinófilos, células 
especializadas no combate a parasitas intestinais). 
 
PROCESSO DE MIGRAÇÃO PARA A REGIÃO COM INFLAMAÇÃO 
 
Quando há uma lesão tecidual/infecção, as células residentes do tecido 
(ex.: macrófagos) passam a produzir algumas citocinas, como TNF-alfa, IL-1 e 
quimiocinas. As citocinas agem na célula endotelial vascular para que 
comecem a ser produzidas as moléculas de adesão (selectinas e integrinas). 
Enquanto isso, um leucócito está passando por este capilar. Este 
leucócito (ex.: neutrófilo) possui um contra-ligante para se ligar na molécula de 
adesão leucócito-endotélio presente no endotélio capilar, mas não consegue 
fazer isso porque esta ligação possui baixa afinidade, de modo que ela não 
consegue fazer com que o leucócito pare de rolar e fique fixo naquela posição. 
Todavia, quando há a ligação de um receptor de quimiocina presente 
no leucócito com a quimiocina presente no endotélio, a afinidade da ligação 
entre o contra-ligante do neutrófilo e a molécula de adesão leucócito-endotélio 
AUMENTA, de modo que o neutrófilo vai progressivamente se ligando 
fortemente às moléculas de adesão presentes no endotélio e parando de rolar. 
Ao se fixar, o neutrófilo faz diapedese para dentro do tecido, para ir então agir 
no foco da infecção. 
Conclui-se, portanto, que a presença da quimiocina liberada durante o 
processo inflamatório aumenta a afinidade do contra-ligante com a molécula de 
adesão, fazendo com que a célula se fixe e ocorra a diapedese. 
47 
 
A principal função da quimiocina é aumentar a afinidade de ligação como 
descrita acima. Todavia, há alguns estudos que mostram que, em determinadas 
concentrações mais elevadas, as quimiocinas podem servir como gradiente de 
migração também para orientar para onde o neutrófilo deve seguir após a 
diapedese e entrada no tecido. 
 
 
 Cada quimiocina é específica para a migração de cada tipo celular 
(neutrófilos, monócitos, etc). Todo o processo é altamente direcionado. 
 
48 
 
RESUMINDO ENTÃO: 
1- Células residentes (como macrófagos) presentes no próprio tecido 
reconhecem os antígenos (“micróbios”), fagocitando-os 
2- Estas células passam então a produzir quimiocinas e citocinas (como TNF 
e IL-1). 
3- As citocinas (como TNF e IL-1) provocam a expressão de moléculas de 
adesão na membrana do endotélio (selectinas e integrinas). Já há 
constantemente a presença de um receptor de quimiocinas na parede do 
endotélio (mesmo sem a presença de quimiocinas) 
4- Enquanto isso, células vão chegando à região por meio da corrente 
sanguínea. Ao se observar um leucócito qualquer que se aproxima, 
localiza-se nele contra-ligantes das moléculas de adesão (mas que 
possuem baixa afinidade com as moléculas de adesão do endotélio – e 
devido a isso não conseguem prendê-lo na parede do endotélio) e um 
sítio para a ligação de quimiocinas 
5- A partir do momento em que se liga a quimiocina (liberada pelo macrófago 
na etapa 2) no neutrófilo e no receptor de quimiocina endotelial, as 
moléculas de adesão do neutrófilo passam então a expressar uma alta 
afinidade com as do endotélio 
6- O seu avanço vai sendo progressivamente barrado e ele vai sendo fixado 
na membrana endotelial 
7- Após estar localizado na membrana endotelial, o neutrófilo realiza 
diapedese, de modo a ir agir no tecido infectado. Este neutrófilo passará 
também a secretar quimiocinas para realizar essa sinalização para as 
demais células 
a. Dentre as funções que as células podem ter ao chegar no tecido, 
estão: produzir mais fibrina ou fibronectina para reparar a matriz 
extracelular e destruiragentes infecciosos no tecido. 
 
Fases da migração da célula: 
 
• Fase inicial: chamada de rolamento (o neutrófilo vai rolando sem se 
grudar) 
• Fase de ativação das integrinas pelas quimiocinas (vai de baixa para 
alta afinidade) 
• Fase de adesão estável: como aumentou a afinidade, o leucócito adere 
de forma estável ao endotélio vascular 
• Fase de migração através do endotélio: o leucócito realiza a diapedese 
e faz a migração para o tecido 
 
Migração através do endotélio 
 Nas primeiras horas após o início da infecção, há neutrófilos migrando 
para lá. Após 6 horas, começam a surgir macrófagos. Após 24-72h, há linfócitos. 
A coordenação de qual célula irá para cada local ocorre por meio de quimiocinas 
49 
 
diferentes. Após realizar a diapedese, o neutrófilo passa a combater os agentes 
agressores, causando a produção de mais quimiocinas para atrair mais células. 
As quimiocinas de cada momento induzem a migração de cada um destes tipos 
celulares (ex.: as quimiocinas produzidas nos momentos iniciais após o início da 
infecção são sempre capazes de induzir migração de neutrófilo; as das horas 
seguintes, de macrófagos, etc.) 
 Quimiocinas induzem a migração e aumentam a afinidade, e citocinas 
promovem a expressão das moléculas de adesão (selectinas e integrinas). 
 
 
Para metástases: as células tumorais só conseguem se fixar em outros tecidos 
devido às moléculas de adesão e aos receptores de quimiocinas que elas 
expressam (e à especificade de cada um deles). Por isso, determinados tipos de 
tumores possuem uma “predileção” de metástases para alguns locais, ex.: tumor 
de mama possui geralmente metástase óssea; de ovário, para pulmão e 
peritônio, etc (vão para estes locais em específico porque estes locais possuem 
moléculas de adesão equivalentes a que as células tumorais foram capazes de 
expressar e porque estes tecidos produzem as quimiocinas específicas que 
encaixam com os receptores de quimiocina das células tumorais). As células 
metastáticas se desprendem do tumor inicial e utilizam os receptores de 
quimiocinas (que se ligam com às quimiocinas que são produzidas para a 
migração de neutrófilos, por exemplo) para migrar e se fixar em algum local, 
como os neutrófilos fariam. Este processo só ocorre se a célula sofreu mutações 
suficientes (desenvolveu mecanismos de escape) para que ela possua as 
moléculas de adesão e os receptores de quimiocinas semelhantes aos dos 
neutrófilos que estão indo para lá. 
 Alguns tumores não possuem metástase: ainda não produziram 
mecanismos de escape que utilizam o sistema imune para induzir metástase. 
 
 
MIGRAÇÃO DE CÉLULAS DOS ÓRGÃOS SECUNDÁRIOS PARA O TECIDO 
Para que ocorra a ativação das células no interior do linfonodo (ou de outros 
órgãos secundários), ocorre o seguinte processo: 
1- Uma célula dendrítica que estava no tecido infectado capturou algumas 
bactérias 
2- Ela sai desse tecido através do vaso linfático e começa um processo de 
migração. 
3- Ela vem para o linfonodo e apresenta o antígeno para um linfócito T naive 
do linfonodo 
4- A apresentação faz com que o linfócito T naive seja ativado e se torne um 
linfócito T ativado. 
50 
 
a. O processo de ativação conta com expansão clonal (um linfócito T 
naive da origem a vários linfócitos T ativados) 
b. Os linfócitos T ativados se diferenciam em linfócitos T de memória 
(que permanecem no linfonodo) e em linfócitos T efetores (que vão 
realizar a resposta imune celular). 
5- Ao ser ativado, o linfócito T efetor sai do linfonodo por meio do vaso 
linfático eferente 
6- O linfócito T efetor vai então para o ducto torácico 
7- Cai então na corrente sanguínea, indo para o local de lesão onde a célula 
dendrítica tinha iniciado o processo. 
 
 Linfócito T naive demora 7 dias para ser ativado, e o de memória aprox. 3 
dias (eis a importância da vacina). 
 “Ser ativado”: este processo consiste em uma série de reações 
bioquímicas, expressão de novas moléculas e proliferação. Um linfócito T naive 
da origem a vários linfócitos T ativados (expansão clonal), sendo que alguns se 
diferenciam em linfócitos T efetores (os que saem do linfonodo e vão agir na 
lesão) e os T de memória, sendo que estes últimos permanecem no baço ou no 
linfonodo. Linfócito T efetor deixa de expressar determinadas moléculas de 
adesão, que permite que ele saia da zona de T do linfonodo; e passa a expressar 
outras, para que assim migre para o lugar que precisa (ex.: enquanto o T naive 
tem L-selectina, o T efetor tem E ou P selectina). A mesma coisa ocorre para os 
receptores de quimiocinas 
51 
 
Os linfócitos B ficam no folículo e os T mais no meio do linfonodo devido 
a moléculas de adesão para cada um que existem em cada uma destas regiões. 
Tanto os Linfócitos T Naive quanto os Linfócitos T de memória ficam no 
interior do linfonodo. 
Para que o linfócito B seja ativado, é necessário que os antígenos livres 
(bolinhas pretas do desenho) cheguem até ele (que está dentro do linfonodo). O 
linfócito B precisa de citocinas que o T produz (Thelper) para sinalizar que o 
linfócito B deve sintetizar anticorpos. 
O outro lado da imagem é apenas para mostrar que este linfócito não fica 
preso no linfonodo, indo também para a corrente sanguínea e circulando. 
 
52 
 
IMUNIDADE INATA 
Medusa - 86 
 
A resposta imune inata consiste na primeira linha de combate aos 
antígenos. Nela, as células e os mecanismos já existem de maneira funcionante 
mesmo sem a presença do antígeno (já estão sempre prontos para trabalhar em 
sua performance ótima) e não passam a apresentar modificações em seu 
funcionamento decorrentes deste contato. 
Os elementos básicos da resposta imune inata são: 
• Barreiras físicas e químicas (epitélios e secreções associadas a eles) 
• Células (como fagócitos, células dendríticas e células NK) 
• Proteínas solúveis (como as do sistema complemento) 
A imunidade inata é um mecanismo de defesa muito abrangente, de modo 
que seus mecanismos são capazes de reconhecer e agir contra fungos, vermes, 
parasitas, bactérias, vírus, etc. 
 
EPITÉLIOS 
 Tanto o epitélio presente na pele quanto o presente nas mucosas 
funcionam como componentes da imunidade inata. As mucosas mais 
importantes na defesa do organismo são as das vias aéreas, trato digestório e 
trato genito-urinário. Dentre os mecanismos de defesa dos epitélios, estão: 
• Grande junção das células (afim de se formar uma barreira como na 
pele) 
• Muco (no trato respiratório) 
• Batimento dos cílios das células ciliadas (no trato respiratório) 
• Barreiras químicas, como: 
o Ácidos graxos presentes na pele 
o Peptídeos anti-microbianos produzidos por células epiteliais 
o Baixo pH do estômago 
▪ É capaz de eliminar diversas bactérias que iriam passar pelo 
TGI (ex.: vibrião colérico) 
o Presença de enzimas digestivas no TGI (como pepsina no 
estômago, lisozima na saliva, etc) 
▪ Também auxiliam na destruição bacteriana 
• Microbiota 
o A microbiota consiste na flora normal que está na nossa pele e 
mucosas 
o Ela impede o crescimento de outros microrganismos com potencial 
mais patogênico devido à competição por nutrientes 
o O uso expressivo de antibióticos altera essa microbiota (tanto a do 
intestino quanto a da pele e das demais mucosas) 
53 
 
 
 
CÉLULAS 
São produzidas na medula óssea, e a sua produção é mediada frente à 
presença de interleucinas e CSFs (fatores de estimulação de colônia). Há uma 
linhagem mielóide (que dá origem a hemácias, plaquetas e leucócitos) e uma 
linhagem linfoide (que dá origem a linfócitos). 
Os neutrófilos e os monócitos possuem alta capacidade de realizar 
fagocitose. São as células “de primeira linha”, visto que são normalmente as 
primeiras a defenderem o organismo frente a uma infecção. São capazes de 
fagocitar um antígeno e eliminá-lo por mecanismos independentes de resposta 
imune adaptativa: reconhecem pelos seus próprios receptores e

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