EXAME CLÍNICO VETERINÁRIO

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EXAME CLÍNICO
O exame clínico é um conjunto de informações que o médico veterinário vai conseguir
reunir sobre determinado animal.
O exame clínico é dividido entre: IDENTIFICAÇÃO, ANAMNESE, EXAME FÍSICO GERAL,
EXAME FÍSICO ESPECÍFICO E EXAMES COMPLEMENTARES.
1. IDENTIFICAÇÃO
Na identificação iremos descobrir:
● Nome do animal
● Nome do proprietário
● Procedência
● Uso (se for cavalo, é de corrida?)
● Raça
● Espécie
● Sexo
● Idade
● Pelagem - PELE E PELAME
● Tatuagens ou marcas
2. ANAMNESE
São perguntas realizadas pelo médico veterinário.
A anamnese tem também uma sequência de perguntas que devemos fazer:
● Fonte e confiabilidade
● Queixa principal
● História médica recente
Como? Quando? Onde?
Com isso determina o sintoma guia. A partir do sintoma guia você consegue
determinar o INÍCIO, RELAÇÕES COM OUTROS SINTOMAS, SE EVOLUIU E SE EXISTE
UMA SEQUÊNCIA LÓGICA.
Perguntar o MODO DE INÍCIO, SE EXISTE SAZONALIDADE, SE TOMOU
ALGUMA MEDICAÇÃO
● Comportamento dos sistemas
● História médica pregressa
Você pergunta ESTADO GERAL DE SAUDE, DOENÇAS PREVIAS,
INTERVENÇÕES CIRURGICAS ANTERIORES, VACINAS, VERMIFUGAÇÕES
● História ambiental e de manejo
● História familiar ou de rebanho
3. EXAME FÍSICO GERAL
O exame físico geral é sempre bom seguir uma ordem - cranial caudal -.
No exame físico geral é para determinar:
● Nível de consciência (comportamento)
● Atitude
● Postura
● Estado nutricional
● Avaliação da pele
● Parâmetros vitais
● Mucosas
● Linfonodos
● Temperatura
➔ NÍVEL DE CONSCIÊNCIA (COMPORTAMENTO)
Apático
Alerta
Excitado
Coma
➔ ATITUDE (TEMPERAMENTO)
Dócil
Agressivo
Inseguro
➔ POSTURA
Posição quadrupedal
Decúbito lateral esquerdo ou direito, Decúbito ventral, Decúbito dorsal
Movimento
➔ ESTADO NUTRICIONAL
Caquético
Magro
Normal
Gordo
Obeso
➔ FUNÇÕES VITAIS
Frequência cardíaca (bradicardia, normocardia, taquicardia)
Frequência respiratória (bradipneia, eupneia, taquipneia)
Temperatura retal (hipotermia, normotermia, hipertermia ou febre)
Frequência ruminal
Frequência de ceco
➔ AVALIAÇÃO GERAL DA PELE
Pele elástica
Pelos firmes e com brilho
Lesões aparentes
Ectoparasitas
Desidratação (não aparente, leve, moderada, grave, gravíssima)
Estado de hidratação/grau de desidratação (o normal é voltar rapidamente)
O normal é que o animal tenha mucosas brilhantes, esteja em alerta, turgor cutâneo normal
➔ MUCOSAS
Mucosas vísiveis: ocular-palpebral, oral, nasal, genital, anal
As mucosas visíveis vão mudar de acordo com a espécie. Em cães é possível
visualizar ocular, oral e vulvar.
No exame físico de mucosa a gente consegue observar COLORAÇÃO, TPC (tempo
de preenchimento capilar) e se há SECREÇÕES.
COLORAÇÃO
Pálida ou hipocorada
Congesta: aumento da permeabilidade vascular - coloração vermelho escuro
Cianótica
Hiperêmica: dilatação das artérias, maior fluxo sanguíneo - coloração vermelha
Ictérica
Rósea ou normocorada
SECREÇÕES
Fluido: líquido aquoso, cor transparente
Serosa: mais denso que fluido ainda é transparente
Purulenta: denso com cor esbranquiçada, amarelada, esverdeada
Sanguinolenta
Mista: sanguinolenta e serosa
➔ LINFONODOS
Precisamos fazer uma avaliação clínica que define em analisar:
● TEMPERATURA
● TAMANHO
● SENSIBILIDADE
● MOBILIDADE
● CONSISTÊNCIA
● LOBULAÇÃO
ESPÉCIES:
Canina e felina -> mandibular, pré-escapular, axilar, poplíteo, inguinais (no macho), mamário
quando está infartado, retrofaríngeo quando está infartado
Equina -> Mandibular, retrofaríngeo, pré-escapular, pré-crural
Bovina -> Mandibulares, pré-escapulares, pré-crural, poplíteos, mamários, inguinais
➔ TERMOMETRIA
Na aferição da temperatura, precisa se atentar as causas de erro e tentar ao máximo
evitar elas, que são:
- Defecação e enema recente
- Introdução pouco profunda
- Penetração de ar no reto
- Processo inflamatório no reto
- Tempo de permanecimento do termómetro inadequado
Variações de temperatura que são fisiológicas: variação nictemeral, ingestão de alimentos,
ingestão de água fria, idade, sexo, gestação, estado nutricional, tosquia, temperatura
ambiental, esforços físicos.
GLOSSÁRIO TERMOMÉTRICO
Normotermia: Quando a temperatura está dentro dos limites estabelecidos pela espécie
Hipertermia: Elevação da temperatura corporal.
Na hipertermia os animais podem sofrer de retenção de calor que é quando o ambiente é
quente, tem baixa umidade e não é ventilado e por esforço.
Febre, pirexia: Ainda que a febre tenha boas intenções ela causa depleção de proteínas e
desidratação grave.
PATOGÊNESE DA FEBRE
● Febre séptica: Causada por microorganismos
● Febre asséptica: Por queimaduras, vacinas e traumas
● Febre neurogênica: Causada por convulsões, epilepsias
EPISÓDIO DA FEBRE
1. Ascensão (stadium incrementi): Quando há microrganismo no corpo, o termostato
começa a aumentar a temperatura corporal de propósito de forma que para o corpo
a temperatura elevada é o normal.. Para chegar a níveis elevados de temperatura
ocorre a VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA onde o sangue vai se concentrar mais
no centro corporal causando tremores.
2. Acme ou fastígio: Estabilização térmica, tremores desaparecem.
3. Defervescência (stadium decremento): Ocorre o declínio da temperatura, há o suor.
TIPOS DE FEBRE
Simples: Ascensão, acme e defervescência
Contínua: Acme prolongado, defervescência por crise ou por lise
Recorrente: Intervalos regulares de pirexia e apirexia
Intermitente: Pirexia prolongada mas com intervalos irregulares
Atípica: Oscilações na temperatura