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U PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-graduação Latu Sensu – EAD Gerenciamento de Projetos GESTÃO APLICADA A PROJETOS Meny Aparecida Ribas Belo Horizonte 2020 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - A organização, seus níveis de ambiente e componentes --------------------------------- 5 Figura 2 – Fatores de competitividade dentro de um setor ------------------------------------------- 8 Figura 3 - Modelo de Matriz SWOT ------------------------------------------------------------------ 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Aspectos importantes do ambiente interno --------------------------------------------------9 Quadro 2 - Valores da Molkom ----------------------------------------------------------------------------- 15 SUMÁRIO UNIDADE 2 – FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA ........................................................... 4 2.1 Análise do ambiente ........................................................................................................ 4 2.1.1 Ambiente geral ........................................................................................................... 6 2.1.2 Ambiente operacional................................................................................................ 6 2.1.3 Ambiente interno ....................................................................................................... 8 2.1.4 Análise SWOT ........................................................................................................... 9 2.2 As diretrizes estratégicas .............................................................................................. 13 2.2.1 Missão ...................................................................................................................... 13 2.2.2 Visão......................................................................................................................... 14 2.2.3 Valores ..................................................................................................................... 14 2.2.4 Objetivos estratégicos .............................................................................................. 15 2.2.5 Objetivos táticos (Metas) ......................................................................................... 16 2.2.6 Objetivos operacionais (Planos de Ação) ............................................................... 16 2.3 Formulação estratégica ................................................................................................ 16 2.3.1 Estratégias ofensivas ............................................................................................... 16 2.3.2 Estratégias defensivas ............................................................................................. 17 2.4 Síntese do capítulo ........................................................................................................ 18 REFERÊNCIA BÁSICA ........................................................................................................ 18 REFERÊNCIA COMPLEMENTAR ................................................................................... 18 4 UNIDADE 2 – FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA Na unidade anterior apresentamos as principais Teorias Organizacionais, procurando elencar os elementos-chave de cada escola da Administração. Perpassamos os conceitos iniciais de estratégia, destacando sua origem, relevância e correlação com o campo da Administração, mais especificamente, com a área de Gestão de Projetos, foco das nossas discussões. O conhecimento dessas informações proporciona ao gestor avaliar as formas estruturais existentes adequando-as à realidade da sua empresa, visto que as contribuições passadas são utilizadas até hoje, seja em um único processo ou em processos simultâneos. As preocupações com a formulação de estratégias sempre existiram, embora mais tímidas no início. Hoje, para uma empresa sobreviver, precisa se adequar às constantes mutações exigidas pelo próprio cenário externo e interno da organização. Tal circunstância faz lembrar assertivamente o que se propõe na Teoria Geral dos Sistemas sobre o sistema e o ambiente de um sistema. Em suma, o sistema é um conjunto de partes coordenadas e não relacionadas no qual forma um todo e o ambiente é um conjunto de elementos que não fazem parte do sistema, mas que podem interferir e mudar o estado do sistema. Destarte, neste módulo trabalharemos a “Estratégia”, apontando seus elementos principais e importância para os gerentes de projetos e empresas. 2.1 Análise do ambiente Segundo Certo et al. (2010) a análise do ambiente consiste no monitoramento do ambiente organizacional para identificar riscos e oportunidades que possam influenciar o alcance de metas das organizações. O ambiente organizacional, de acordo com Certo et al. (2010), é o conjunto de fatores internos ou externos que de alguma maneira pode interferir nos resultados, sendo, portanto, necessário que o gestor leve em consideração tais fatores e implicações. Diante do contexto, cada vez mais torna-se necessário que o gestor mantenha um perfil de atuação sistêmico e não fechado às mudanças, principalmente, no tocante àquelas que poderão impactar o negócio no futuro. Um exemplo prático de empresa que não conseguiu romper com os paradigmas tradicionais foi a Kodak, líder de vendas de filmes e câmeras nos Estados Unidos por longos anos. Na década de 70, a Kodak atingiu seu ápice de ganhos de receita com uma fatia de 90% das vendas de filmes e 85% das vendas de câmeras nos Estados Unidos. Alguns anos depois, com a globalização e entrada de novos produtos mais inovadores 5 no mercado, a Kodak ainda insistia na venda de filmes. Embora tenha criado um modelo de câmera digital para competir, não levou tão a sério que as coisas estavam mudando. Nos anos 2001 houve mais quedas nas vendas e seus executivos atribuíram tal resultado ao episódio do 11 de Setembro nos Estados Unidos. Acreditavam que era passageiro e apostaram em campanhas de marketing mais agressivas. O resultado foi justamente a decretação de falência em 2012. Exemplos assim promovem uma boa reflexão. É preciso compreender a importância de se analisar o ambiente, pois dele depende a formulação da estratégia adequada aos objetivos organizacionais, seja para criação/aperfeiçoamento de produtos, processos, pessoas, dentre outros. Além disso, permite que a organização reaja adequadamente e de forma rápida ao novo cenário. Basicamente, cada autor que escreve sobre estratégia retrata os ambientes sob a mesma perspectiva, o que diferencia é apenas as nomenclaturas utilizadas. Adotaremos os conceitos de Certo et al. (2010) que divide o ambiente em: ambiente geral, ambiente operacional e ambiente interno. A figura 1 ilustra bem os ambientes que cercam a organização, os quais devem ser monitorados: Figura 1 - A organização, seus níveis de ambiente e componentes Fonte: Adaptado de Certo et al. (2010). Então, como analisar um ambiente? Quais variáveis considerar? 6 2.1.1 Ambiente geral Para Certo et al. (2010) o “ambiente geral” (ambiente externo à organização) é formado por componentes amplos e sobre os quais não se tem controle. Tais componentes podem ser: 1) Componente econômico – indica como os recursos são distribuídos e usados no ambiente. Exemplos: PIB, lucros do setor econômico, inflação, taxas de emprego, taxa de juros, etc. 2) Componente social – mudanças na sociedade. Exemplos: níveis educacionais, cultura, idade, população, distribuição geográfica, taxas de natalidade, etc.3) Componente político – elementos relacionados às decisões governamentais. Exemplos: progressos na aprovação de leis, subsídios, medidas para reduzir impostos, estilo de governo, etc. 4) Componente legal – consiste na aprovação ou mudança de leis. Por exemplo, mudanças na Lei de Proteção do Consumidor nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, Lei do Meio Ambiente nº 6938, de 31 de agosto de 1981, etc. 5) Componente tecnológico – abarca novas abordagens para produção de bens, serviços, processos. O aumento do uso da inteligência artificial nos processos de produção é um exemplo. 2.1.2 Ambiente operacional Este ambiente é externo à organização. São setores que interferem de forma específica ou relativamente na organização. Como exemplos de ambiente operacional, têm-se: cliente, concorrência, mão de obra, fornecedor e questão internacional (CERTO et al., 2010). 1) Componente cliente – reflete as características e o comportamento daqueles que compram produtos e serviços fornecidos pela organização. Descrever em detalhes os compradores dos produtos da empresa é uma prática muito comum. O desenvolvimento de tais perfis ajuda a administração a gerar ideias sobre como melhorar a aceitação de seus produtos e serviços. 2) Componente concorrência – procura analisar os concorrentes com vistas a identificar seus pontos fortes e fracos e a capacidade dos concorrentes existentes e potenciais, além de predizer quais estratégias adotarão. Em todo o setor econômico, muitos concorrentes levam em conta a rivalidade entre empresas existentes, o poder 7 de barganha dos consumidores e fornecedores, os produtos substitutos que estão sendo desenvolvidos e os novos concorrentes do mercado. 3) Componente mão-de-obra – é composto de fatores que influenciam a disponibilidade de mão-de-obra para realizar as tarefas organizacionais necessárias. São relevantes para a operação da organização questões como nível de conhecimento, treinamento, faixa desejada de salários e idade média dos trabalhadores. Outro ponto que passa muitas vezes despercebido é o desejo de trabalhar numa organização em especial devido à positividade da sua imagem no mercado. 4) Componente fornecedor – inclui todas as variáveis relacionadas aos que fornecem recursos para a organização. Esses recursos são adquiridos e transformados em mercadorias e serviços finais durante o processo produtivo. Algumas questões relevantes são: o modo como os vendedores oferecem os recursos especificados para a venda, a qualidade relativa dos materiais oferecidos, a credibilidade nas entregas e os termos do crédito. 5) Componente internacional – compreende todas as implicações internacionais das operações organizacionais. Para ilustrar esse movimento competitivo do ambiente operacional, trazemos como exemplo a “Análise das 5 Forças de Porter”. O modelo foi proposto por Michael Porter no artigo intitulado “Como as forças competitivas moldam a estratégia”, publicado no ano de 1979. Na época, a competição entre as empresas estava relacionada apenas à rivalidade. Assim que o artigo foi publicado, executivos e consultores entenderam que a análise de competição extrapolava a rivalidade. Desde ganhou amplitude na administração, tornando-se um clássico. Antes de desenvolver a análise é preciso refletir sobre cinco contextos ou forças: Como é a rivalidade entre os concorrentes? Quais são os produtos e serviços substitutos? Qual é o poder de barganha dos fornecedores? Como evitar/atrapalhar a entrada de novos concorrentes? Qual é o poder de barganha dos clientes? 8 Para melhor compreensão da ferramenta, Certo et al. (2010) fez uma adaptação do modelo de Porter, vide a figura 2 descrita abaixo: Figura 2 – Fatores de competitividade dentro de um setor Fonte: Certo et al. (2010) apud Porter (1986)1. 2.1.3 Ambiente interno O ambiente interno é inerente à organização e tem implicação imediata e específica em sua administração. É mais perceptível e controlável (CERTO et al., 2010). Os aspectos mais relevantes estão especificados no quadro 1. 1 PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 17 ed. São Paulo: Campus, 1986. 9 Quadro 1 - Aspectos importantes do ambiente interno Aspectos organizacionais Rede de comunicação Estrutura da organização Registro dos sucessos Hierarquia de objetivos Política, procedimentos e regras Habilidade da equipe administrativa Aspectos de pessoal Relações trabalhistas Práticas de recrutamento Programas de treinamento Sistema de avaliação de desempenho Sistema de incentivos Rotatividade e absenteísmo Aspectos de marketing Segmentação do mercado Estratégia do produto Estratégia de preço Estratégia de promoção Estratégia de distribuição Aspectos de produção Layout das instalações da fábrica Pesquisa e desenvolvimento Uso da tecnologia Aquisição de matéria-prima Controle de estoques Uso de subcontratação Aspectos financeiros Liquidez Lucratividade Atividades Oportunidades de investimento Fonte: Certo et al., 2010. 2.1.4 Análise SWOT Outra ferramenta bastante conhecida no meio dos negócios é a matriz SWOT que é amplamente utilizada para se analisar o ambiente. A Análise SWOT é uma abreviação das palavras em inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats, que significam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, respectivamente. Em português, é conhecida como Análise FOFA. Forças As forças da empresa se referem às aptidões mais fortes que garantem vantagens perante a concorrência. Seria o diferencial da empresa, um ponto positivo que a coloca na frente dos concorrentes. Se a empresa sabe quais são suas forças, pode trabalhar a fim de aperfeiçoá-las. Por exemplo, um hotel que tem uma excelente localização de frente para o mar e com facilidade de acesso pode considerar isso como forças. Ainda, uma empresa com uma marca consolidada 10 e desejada pelo público pode usar esse fato ao seu favor. A Apple se encaixaria no último exemplo. Para o gestor conseguir identificar suas forças, podem ser feitas as seguintes perguntas: a) Quais são as atividades melhor realizadas? b) Quais são os melhores recursos? c) Qual é a sua maior vantagem competitiva? d) Qual é o nível de engajamento dos clientes? Fraquezas Dizem respeito aos pontos fracos internos. Ao identificá-los, poderão ser corrigidos ou aperfeiçoados. Por exemplo, se a matriz de uma fábrica de alimentos estiver localizada muito distante do centro, terá custos de transporte elevados. Ou ainda, se uma empresa aérea tiver uma frota de aeronaves antigas, terá mais gastos com manutenção e problemas de atrasos nos voos. Seguem alguns exemplos de perguntas que poderiam ser feitas para identificar as fraquezas: a) Tenho uma mão-de-obra capacitada? b) Existem lacunas de treinamento? c) Por que a concorrência é escolhida? d) Por que meu engajamento não funciona? Oportunidades São as características que influenciam uma empresa positivamente. Como dependem de fatores externos, não são controláveis. As oportunidades podem surgir de diferentes formas. Um bom exemplo é a possibilidade de ganhos tanto para a iniciativa privada quanto para a iniciativa pública quando há Olimpíadas ou Copa do Mundo em determinado país. Vários setores são beneficiados: redes de hoteleira, companhias aéreas, restaurantes, etc. Para identificar as oportunidades, é necessário estar um passo à frente aos possíveis acontecimentos, procurando atualização constante das variáveis do ambiente externo que podem afetar o seu negócio. Ameaças São eventos externos que podem influenciar negativamente o negócio. Alguma mudança nas variáveis que afetará a empresa. Por exemplo, o aumento do preço dos combustíveise do dólar configuram ameaças para as companhias aéreas. 11 Abaixo, na figura 3, temos o desenho de uma Matriz SWOT: Figura 3 - Modelo de Matriz SWOT Fonte: Wikipédia, 20062. No quadrante Fraquezas X Ameaças, questiona-se a legitimidade e permanência da empresa no mercado tendo em vista as dificuldades que atravessa. Para a tomada dessa decisão, antes é preciso levantar quais as principais desvantagens internas da empresa em relação às empresas concorrentes. Exemplos de perguntas: a) Nosso pessoal está devidamente capacitado? b) Nossas matérias-primas são de qualidade? c) Nossos processos são confiáveis? d) Conhecemos nossa concorrência? Feito isso, algumas estratégias poderiam ser aplicadas para evitar a desativação e garantir a sobrevivência. São elas: a) Redesenhar a empresa b) Reduzir custos c) Desinvestir No quadrante Fraquezas X Oportunidades, entende-se que um ponto fraco da empresa pode se tornar em oportunidade de melhoria dos processos ou crescimento dos negócios. Essa 2 Site de pesquisa: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_SWOT#/media/Ficheiro:SWOT.png 12 perspectiva é alcançada por meio das variáveis do ambiente externo que se tornam favoráveis ao negócio. Por isso, é importante saber quais variáveis são essas. São exemplos de estratégias a serem utilizadas: a) Parcerias b) Fusão e aquisição c) Joint Venture d) Internacionalização No quadrante Forças X Ameaças, o gestor decide pela manutenção ou não do negócio tendo em vista as ameaças decorrentes do ambiente. Para elencar todas as forças e vantagens que a empresa possui em relação aos seus concorrentes, podem ser feitas as seguintes perguntas: a) Quais são nossas melhores atividades? b) Quais nossos melhores produtos? c) Quais nossos melhores recursos? d) Qual nossa maior vantagem competitiva? São exemplos de estratégias a serem adotadas: a) Segmentação de clientes b) Especialização c) Diferenciação No quadrante Forças X Oportunidades, busca-se o desenvolvimento de estratégias que identificam oportunidades correspondentes aos pontos fortes. O gestor tem a oportunidade de desenvolver novos produtos, alcançar novos mercados e novos clientes. Enfim, a análise do ambiente requer um monitoramento do ambiente organizacional para identificar ameaças e oportunidades atuais e futuras. Não há uma fórmula ideal de se fazer uma análise e o que pode ser útil às empresas é listar quais fatores impactaram direta ou indiretamente o negócio no médio e longo prazo. Certo et al. (2010) citam algumas técnicas para se fazer uma boa análise ambiental, destacam-se: o exame ambiental (técnica por meio da qual se reveem as informações derivadas de diversos níveis do ambiente organizacional para manter no mesmo nível as questões ambientais e os eventos importantes); previsão ambiental (técnica por meio da qual se tenta prever as características que o ambiente organizacional terá no futuro e, consequentemente, se tomam decisões que ajudam a empresa a lidar com o 13 ambiente de amanhã). Além dessas, há ferramentas que já foram mencionadas como a Análise SWOT e a Análise das 5 Forças de Porter. 2.2 As diretrizes estratégicas Missão, visão e valores são os principais focos de qualquer empresa. Eles são os pilares essenciais para determinar e definir quais serão suas regras, normas, objetivos e metas. A maioria das empresas de médio e grande porte traçam suas diretrizes estratégicas e publicam nos respectivos sites institucionais qual é a missão, visão e valores. Para este capítulo, usaremos o exemplo da empresa Molkom3. Fundada no ano de 2009, a Molkom é uma empresa brasileira de representação e consultoria do setor farmacêutico. Dentre o seu portfólio de produtos e serviços estão: serviços de pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos, alimentos e cosméticos. A empresa também trabalha com fusões e aquisições dentro dos setores farmacêutico, cosmético, alimentício e veterinário. 2.2.1 Missão Afinal, o que é missão? A missão de uma empresa é a declaração concisa do propósito fundamental da organização, a finalidade de sua existência, o motivo pela qual foi criada. A missão é como o DNA da empresa, definindo a sua identidade e não costuma mudar ao longo do tempo. No caso da empresa que estamos utilizando como exemplo, qual é sua missão? Missão da Molkom: ser o centro de soluções e oportunidades em produtos e serviços aos clientes e provedores para os setores farmacêutico, cosmético, alimentício e veterinário. Simples e objetivo, não acha? E realmente não precisa complicar. O importante é que a missão da empresa comunique de forma clara e objetiva a todos na empresa o que se espera de seu trabalho e também como a organização quer ser reconhecida por seus clientes. A missão de uma empresa deve estar na ponta da língua de todos os seus colaboradores. E não basta apenas falar da boca para fora. Todos devem saber claramente o propósito, a razão da existência da organização e utilizar disto para balizar suas atitudes e decisões. Na hora de desenvolver a missão de sua empresa, elabore perguntas como: Para que a empresa existe? 3 Site institucional: http://molkom.com.br/institucional.html 14 O que a empresa faz? Para quem? Atenção! O termo Missão também pode ser empregado para se referir a um agrupamento de pessoas que aceitam uma incumbência que deve ser cumprida em prol de algo maior, como por exemplo, uma missão diplomática, religiosa, educacional, médica, cientifica, dentre muitas outras. 2.2.2 Visão E o que é visão? Já a visão de uma empresa representa um estado futuro para o negócio, onde ela deseja chegar, o que quer alcançar. Diferente da missão, a visão da empresa é criada para um período de tempo pré-determinado, portanto, a visão pode mudar ao longo do tempo, de acordo com o momento que organização se encontra. A visão deve facilitar as respostas para as seguintes perguntas: O que a empresa quer se tornar? Onde queremos chegar? Em que direção devemos apontar os esforços dos dirigentes e colaboradores? Para onde os recursos investidos estão levando a empresa? O que eu estou ajudando a construir? A Molkom tem como visão: ser a melhor empresa de representações e consultoria do setor farmacêutico na América Latina. 2.2.3 Valores Uma vez definida a missão (quem sua empresa é) e a visão (aonde ela quer chegar), é preciso definir algumas “regras” para o jogo, ou seja, de quais valores a empresa não deve abrir mão. Existem muitas formas alcançar esse objetivo (visão), mas é necessário ter em mente quais são os princípios ou crenças que servem de guia para os comportamentos, atitudes e decisões de todas as pessoas envolvidas na busca dos seus objetivos, para que a empresa exerça 15 sua missão e busque alcançar sua visão. Para a Molkom, têm-se os seguintes valores descritos no quadro 2: Quadro 2 - Valores da Molkom CONHECIMENTO INOVAÇÃO Nossos profissionais com mais de 24 anos de experiência em negócios estão dispostos a oferecer todo conhecimento, know-how e experiência para encontrar as melhores oportunidades! Nossa equipe busca manter-se atualizada em um mercado em constante mudança, pesquisa e crescimento, sempre aprimorando os métodos e processos de negócios. SATISFAÇÃO DO CLIENTE PRECISÃO Sabemos a importância de um cliente satisfeito, por isso buscamos manter o maior padrão para alcançar esse objetivo! A precisão é um fator de extrema necessidade na procura de clientes e provedores, oferecemos o melhor serviço para encontrar e formar parcerias de qualidade. CONFIABILIDADE RESULTADO Uma parceria em nível estratégico de negócios exige ética, discrição, e total confidencialidade.O trabalho em equipe é nosso pilar para entregar um resultado superior para todas as partes envolvidas. Fonte: Site institucional da Molkom. 2.2.4 Objetivos estratégicos Para uma empresa orientada pelo Planejamento Estratégico, o primeiro passo é ter a missão, a visão e os valores bem definidos, lembrando que é do Planejamento Estratégico que irão surgir os planos de ação para os próximos anos da empresa. Com base na visão estabelecida no passo anterior, é hora de você definir os objetivos estratégicos da organização na qual trabalha. Os objetivos estratégicos são as metas globais e amplas da organização, e devem estar diretamente relacionadas a missão da empresa. Ou seja, a cada objetivo estratégico alcançado, a empresa deve caminhar para mais perto de alcançar sua visão. São exemplos de metas: Aumentar a satisfação dos clientes em 30%. Reduzir os custos produtivos em 15%. Elevar o índice de capacitação dos funcionários em 20%. 16 2.2.5 Objetivos táticos (Metas) Os objetivos táticos são os objetivos que abrangem cada unidade específica da organização. São geralmente objetivos divisionais ou departamentais relacionados com as áreas de produção, finanças, marketing e de recursos humanos da organização. Os objetivos táticos devem ser criados de forma a garantir que os objetivos estratégicos sejam alcançados. Alguns exemplos: Garantir que os pedidos de clientes sejam atendidos em no máximo 1 dia. Garantir que nenhum produto com defeito seja comercializado. Reduzir o retrabalho em 100%. 2.2.6 Objetivos operacionais (Planos de Ação) Já os objetivos operacionais são os objetivos específicos e voltados para a execução das operações da organização referem-se geralmente a cada tarefa ou operação especificamente. Os objetivos operacionais devem ser criados em formato de projetos ou planos de ação, como subdivisões dos objetivos táticos. Ou seja, são as ações que precisarão ser feitas para garantir que os objetivos táticos sejam alcançados. Exemplos: Implantar um sistema de separação e rastreamento dos pedidos. Implantar um programa de qualidade total. Fechar parceria com uma universidade para capacitar os funcionários. 2.3 Formulação estratégica 2.3.1 Estratégias ofensivas Ataque frontal: atacar o concorrente no seu campo de batalha. Grande risco de fracassos. Pode redundar em grandes perdas. O atacante deve possuir grandes recursos financeiros, vantagens competitivas e prever perdas suportáveis. Ataque de flanco: canalizar o combate para arenas onde o concorrente tem vulnerabilidades e o atacante potencialidades (regiões, segmentos de mercado, linhas de produto, etc.). Ataque de cerco: atacar o concorrente diminuindo o acesso a itens fundamentais. Exemplos: comprando fornecedores ou usando o poder de barganha da empresa para impedir o 17 fornecimento a concorrentes; idem em relação a rede de distribuição; exclusividade de processos e produtos (patentes ou contratos exclusivos); produtos melhores que o concorrente em todos os sentidos. Ataque de guerrilha: ataques rápidos e inesperados ao concorrente visando o seu enfraquecimento. Sua eficácia reside na dificuldade que o atacado tenha para se defender com rapidez devido a sua imprevisibilidade. 2.3.2 Estratégias defensivas Defesa de posição (ou fortificação): construção de barreiras contra a imitação ou entrada, através da diferenciação na oferta em bases não imitáveis. Por exemplo: marca diferenciada, reputação elevada, qualidade superior, assistência técnica melhor, preços mais baixos baseado em vantagens na estrutura de custos. Defesa de flanco: defender seus flancos, ou seja, não permitir a permanência de vulnerabilidades que possam ser atacadas pela concorrência. Exige constante previsão das estratégias dos concorrentes e das vulnerabilidades mais prováveis de serem atacadas. Defesa antecipada: atingir o potencial agressor antes que seja atacado, surpreendendo o concorrente desprevenido, com o objetivo de desencorajar ataques futuros ou demonstrar que se houver ataque, haverá retaliação. Defesa de contra-ofensiva: revidar imediatamente o ataque sofrido para tentar neutralizar sua iniciativa. Identificar as vulnerabilidades do agressor e contra-atacar com toda a intensidade. Defesa móvel: consiste na empresa reformular continuamente suas estratégias de marketing, adequando-as rapidamente ao mercado. Essa rapidez defende a empresa contra ataques dos concorrentes. Defesa de retirada: consiste em retirar-se dos mercados onde as posições são indefensáveis, para concentrar esforços naqueles em que a empresa desfruta de reais vantagens competitivas e, portanto, defensáveis. 18 2.4 Síntese do capítulo REFERÊNCIA BÁSICA CARVALHO, Marly Monteiro de; RABECHINI JÚNIOR, Roque. Construindo competências para gerenciar projetos: teoria e casos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. xiv, 317 p. ISBN 9788522449248 CERTO, Samuel C. et al. Administração estratégica: planejamento e implantação de estratégias. 3. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. REFERÊNCIA COMPLEMENTAR BINDER, Marcelo. A prática da estratégia. GV Executivo, v. 3, n. 2, mai./jul. 2004. BRITO, Renata Peregrino de; BRITO, Luiz Artur Ledur. Vantagem competitiva, criação de valor e seus efeitos sobre o desempenho. Rev. adm. empres. [online]. 2012, v. 52, n. 1, p. 70- 84.
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