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1. OBJETIVO Averiguar se a amostra está em conformidade com o anexo XX da Portaria de Consolidação n° 5 e a CONAMA 357/2005 segundo o parâmetro cloreto. 2. INTRODUÇÃO Cloro livre não existe em águas não tratadas, no entanto os cloretos, que são sais resultantes da combinação do cloro com outros elementos estão sempre presentes. Os cloretos encontrados em águas naturais variam grandemente de concentração. Águas captadas em locais elevados apresentam teores de cloretos geralmente baixos, enquanto águas superficiais e subterrâneas contêm em geral teores elevados. Os maiores teores são encontrados normalmente em água do mar ou em águas próximas, onde por meio de infiltração ou mesmo pela ação do vento, cloretos são transportados em minúsculas gotículas até as fontes de águas naturais, elevando, por conseguinte, o seu teor. A solubilidade dos cloretos na água também é motivo de freqüente ocorrência destes elementos. Os solos ricos em cloretos, quando em contato com água, aumentam sensivelmente a quantidade de cloretos na mesma. Dejetos humanos, particularmente a urina, contêm cloretos em proporção igual à aquela ingerida com os alimentos e bebidas. Desse modo, os efluentes dos esgotos são fontes consideráveis de cloretos. Pode ainda os cloretos ser provenientes dos resíduos de campos petrolíferos e vários resíduos industriais. A importância do estudo e controle desse parâmetro para ao abastecimento se deve, sobretudo, ao sabor “salgado” e em menor grau ao efeito laxativo que o cloreto pode provocar quando está presente na água em elevadas concentrações. O cloreto é responsável, também, pela regulação osmótica nos ecossistemas aquáticos. No ponto de vista sanitário é muito importante manter a concentração de cloreto controlada, visto que pode causar desgaste em estruturas hidráulicas - provocando corrosão - e alteração no parâmetro organoléptico. Uma das normas brasileiras vigente é a Portaria de Consolidação nº 5, o anexo XX se aplica a qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade que define como valor máximo permitido (VMP) a concentração de 250mg/L para a água ser considerada potável. A Resolução CONAMA 357/2005 dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento. As classes 1, 2 e 3 para corpos de água doce devem possuir um valor de cloreto dentro da faixa de 250 mg/L - o mesmo encontrado na PRC nº 5. Por se tratarem de íons estáveis os processos de remoção do Cloreto são custosos - osmose reversa, destilação e troca-iônica - não sendo realizada em estações convencionais de tratamento de água (PIVELI). 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1. REAGENTES, ÁGUA E PADRÕES ● Solução indicadora de Cromato de Potássio (K2CrO4) ● Solução padrão titulante de Nitrato de Prata (AgNO3) 0,01 M 3.2. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ● Erlenmeyer de 250 mL ● Pipetas volumétricas calibradas ● Pipeta graduada ● Bureta calibrada 3.3. MÉTODO Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 50 mL da amostra original foram dispostas no Erlenmeyer de 250 mL, como o pH da amostra era de 6,61 não houve necessidade de correção. Adicionou-se, então, 10 gotas da solução indicadora de K2CrO4. Feito isso, se deu início à titulação com a solução de AgNO3 0,01 M até o ponto final - caracterizado pela mudança de cor da solução de amarelo canário para um amarelo turvo levemente alaranjado. Ao chegar ao ponto final o volume de titulante gasto foi anotado e todo o procedimento foi repetido. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Duas titulações foram feitas e, a partir delas, dois volumes de AgNO3 foram utilizados, sendo eles: 5,80mL e 5,85mL. Obtendo-se como média 5,825mL. O titulante tinha normalidade de 0,014042628. Em posse das equações: 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟 * 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 * 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 Trabalho algebricamente chega-se à relação: 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴𝑔𝑁𝑂 3 = 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴𝑔𝑁𝑂 3 * 1 Logo, a molaridade do é 0,014042628 mol/L.𝐴𝑔𝑁𝑂 3 Em posse desses dados é possível aplicá-los na fórmula para calcular-se a concentração do íon cloreto, obtendo o seguinte resultado: Dureza Total (mg Cl–/L) = 5,825mLx0,014042628mol/Lx35,453g/molx1000 = 57,9999 mg/L de Cl 50mL Segundo a Resolução CONAMA 357/2005 é aceitável que o valor de cloreto da amostra não ultrapasse 250 mg/L - qualquer que seja a classe para corpos de água doce. Segundo a tabela de padrão organoléptico de potabilidade, anexo 10 do anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5 do Ministério da Saúde, o VMP (Valor Máximo Permitido) para Cloreto Total é de 250 mg/L. Logo, a amostra submetida a teste mostrou-se dentro dos parâmetros exigidos para classe I, II e III de águas doces pelo CONAMA 357/2005 e dentro do parâmetro exigido pela PRC nº 5 para potabilidade da água. 5. CONCLUSÃO Altas concentrações de cloreto podem causar efeitos negativos em sistemas hidráulicos e causar alterações no padrão organoléptico. Pensando nisso, é de extrema importância que o valor máximo permitido pela norma seja respeitado. A amostra analisada tem concentração de cloreto de 57,9999mg/L e por isso atende às especificações da PRC n°5/2017 para água potável e para CONAMA 357/2005 que é de até 250mg/L para ambas. 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Portaria de consolidação nº 5 do Ministério da Saúde, de 28 de setembro de 2017. PRC n° 5, de 28 de Setembro de 2017. BRASIL. Resolução CONAMA nº357, de 17 de março de 2005. CONAMA 357/2005. PIVELI, R. P. Qualidade das águas e poluição: aspectos físico-químicos. Aula 8.
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