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OBJETIVO Averiguar se a amostra atende o padrão de demanda bioquímica de oxigênio segundo a Resolução CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais. INTRODUÇÃO A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é um teste empírico no qual os procedimentos padronizados em laboratório são utilizados para informar sobre o consumo de oxigênio de uma água, necessário para a degradação bioquímica dos componentes orgânicos pela ação de microorganismos. O teste mede o oxigênio utilizado durante um período de incubação especificado para a degradação bioquímica do material orgânico (demanda carbonácea) e o oxigênio usado para oxidar o material inorgânico tal como sulfatos e o ferro ferroso. Também pode medir o oxigênio usado para oxidar as formas reduzidas de nitrogênio (demanda nitrogenosa), a menos que a oxidação dela seja evitada por um inibidor. Embora apenas a DBO de 5 dias seja descrita aqui, existem muitas variações na medida da demanda de oxigênio. Estas incluem o uso de períodos de incubação mais curtos ou mais longos, testes para determinar os índices de levantamento de oxigênio e medidas contínuas do levantamento de oxigênio através de técnicas respirométricas. A determinação da concentração de oxigênio pode ser feita pelo método de winkler ou do oxímetro. A DBO corresponde à diferença entre as concentrações de oxigênio no início e no fim do período de incubação feitas em condições específicas de ensaio. A temperatura de incubação é padronizada em 20 ºC e o tempo de incubação em cinco dias. Admite-se que nestas condições 80% da matéria orgânica carbonada já esteja mineralizados. Para propósitos práticos considera-se que a reação seja completada em 20 dias, visto que nesse período há uma oxidação de cerca de 95% a 99% da matéria orgânica. (MEDEIROS, 2006) A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), é um métodos utilizado para quantificar de forma indireta a presença de matéria orgânica nas águas. O resultado da DBO corresponde apenas a fração orgânica biodegradável dos compostos orgânicos presente no corpo d’água e traz informações, também, acerca do metabolismo dos organismos heterotróficos; responsáveis por transformar os compostos orgânicos biodegradáveis em produtos finais estáveis ou mineralizados – a exemplo: água, gás carbônico, sulfatos, fosfatos, entre outros (PIVELI, 2001). A Resolução CONAMA 357/2005 dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento. As águas doces, com relação a DBO, devem possuir até 3mg/L para serem consideradas classe 01; até 5 mg/L para serem classe 02; até 10mg/L para classe 03 e qualquer concentração para serem classe 04. A Portaria de Consolidação nº 5 não dispões valores para a DBO. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL REAGENTES, ÁGUA E PADRÕES ● Água destilada ● Solução Tampão de Fosfato ● Solução de Sulfato de Magnésio ● Solução de Cloreto de Cálcio ● Solução de Cloreto Férrico MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ● Incubadora com temperatura controlada – 20,0 ± 1,0 ºC, sem luz e ar ● Frasco para OD, com boca estreita, tampa esmerilhado, com selo – volumes variados ENSAIO Como o pH da amostra encontrava-se na faixa permitida (entre 6,5 e 7,5) não foi necessário ajustá-lo. A amostra foi homogeneizada e colocada cuidadosamente (para evitar aeração) em um balão de 500mL juntamente à água de diluição (água destilada contendo soluções: tampão de fosfato, sulfato de magnésio, cloreto de cálcio e cloreto férrico). A fim de evitar que a amostra ficasse sem oxigênio antes do fim dos 5 dias, ela foi submetida a 3 diluições diferentes para as 3 amostras feitas, com fatores de diluição de 70%, 90% e 100%. Como a DQO foi baixa era esperado que não fosse necessário diluir mais para tais fins. Após a diluição e homogeneização das amostras nos balões essas foram transferidas para os frascos de OD até transbordar. Os frascos foram tampados sem deixar bolhas no interior. Passados cerca de 10 minutos, com o uso de um oxímetro o oxigênio dissolvido foi medido e as amostras foram novamente tampadas e seladas com água e filme. Os frascos foram colocados na incubadora, onde ficaram no escuro a 20ºC por 5 dias. Passado esse tempo, a medição de OD foi realizada novamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO O cálculo de DBO é feito a partir da diferença de oxigênio dissolvido antes e depois do período de incubação. Deve-se levar em consideração também o fator de diluição. Para este fim, a seguinte fórmula foi utilizada: mg O2/L = (OD1 – OD5) X 100 % amostra A partir do cálculo da DBO com as medições efetuadas no dia da prática e de 5 dias após foi possível a construção da tabela a seguir: Diluição OD inicial (mg/L) OD final (mg/L) DBO (mg/L de O2) 70% 8,91 8,23 0,97 90% 8,70 8,58 0,13 100% 9,03 8,63 0,4 Durante o período de incubação a amostra foi submetida a condições que tornavam quase impossível a realização de fotossíntese por organismos presentes na água ou dissolução de oxigênio de fontes externas. Como as diluições apresentaram valores para DBO muito díspares entre si, a concentração de DBO a ser adotada para representar a amostra é a de 70%; isto, porque, essa foi a que apresentou uma melhor diluição, ou seja, uma maior diferença entre as concentrações de oxigênio inicial e final. Deste modo, a amostra apresentou uma DBO de 0,97 mg/L estando dentro dos limites estabelecidos pela CONAMA 357/2005 - para esse parâmetro - para águas doces de classe 01 (que podem apresentar uma DBO de até 3mg/L). Sabendo que a coleta foi realizada no dia 11 de abril é justificável que a amostra tenha apresentado um valor tão baixo de DBO, visto que 20 dias é tempo suficiente para a oxidação de até 99% da matéria orgânica. Logo, passados mais de 50 dias da amostragem o resultado da DBO obtido, provavelmente, não corresponde ao valor real da matriz de onde a amostra foi retirada. CONCLUSÃO Para o enquadramento do corpo de água doce a CONAMA 357/05 faz uso dos seguintes parâmetros: Turbidez, Cor verdadeira, pH, Sólidos Totais, Cloreto, DBO5 e Nitrito. Todos ele, para a mostra em questão, apresentaram concentrações dentro do limite estipulado para a Classe 01. A Água Doce - Classe 01 pode ser destinada para A amostra analisada apresenta DBO de 0,97mg/L de O2, valor que atende às exigências do CONAMA 357/05 para águas doces de classe 1 (que é de até 3 mg/L de O2) . REFERÊNCIAS BRASIL. Portaria de consolidação nº 5 do Ministério da Saúde, de 28 de setembro de 2017. PRC n° 5, de 28 de Setembro de 2017. BRASIL. Resolução CONAMA nº357, de 17 de março de 2005. CONAMA 357/2005. MEDEIROS, M. A. et al. Apostila de Laboratório - Química Sanitária e Laboratório de Saneamento II. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, 2006.
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