Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2ª PROVA BOVINO DE LEITE FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO (desenvolvimento somático) MAMOGÊNESE – crescimento do tecido mamário • Fase isométrica: crescimento somático, o principal hormônio responsável é o GH (de crescimento) • Fase alométrica: crescimento da glândula deixa de acompanhar o crescimento somático e passa a ser um crescimento mais rápido/intenso. Está ligada a hormônios da reprodução ESTRÓGENO, PROGESTERONA, LACTOGÊNIO PLACENTÁRIO, CORTICOSTEROIDES (CORTISOL principalmente no terço final). Estrogênio – desenvolvimento do comprimento das ramificações dos ductos e cisterna (fase folicular) Progesterona – estimula crescimento do lobo alveolar (fase lútea) Estrógeno e progesterona – mitose e desenvolvimento lóbulo-alveolar Prolactina – diferenciação da glândula, estimula secreção dos alvéolos GH – crescimento dos ductos ACTH – liberação de corticoides nas adrenais Desenvolvimento glandular = progesterona + estrogênio + prolactina + GH + ACTH LACTOGÊNESE – síntese do leite. Principal hormônio prolactina, que é liberada no final da gestação pois a progesterona impede sua liberação via dopamina. Hormônios que desempenham papel fundamental na manutenção da lactação: Prolactina: responsável pela estimulação da síntese e secreção de leite nas células epiteliais nos alvéolos Oxitocina: provoca a contração das células musculares que circundam externamente os alvéolos e os ductos (células mioepiteliais). A libertação de prolactina e ocitocina ocorre como resultado de um reflexo neuroendócrino originado pela estimulação do mamilo. No final da gestação, progesterona diminui por conta da prostaglandina F2alfa, devido ao cortisol fetal, prolactina chega até a glândula e ocorre secreção do leite. Acetato – síntese de gordura Glicose – síntese de lactose Esses substratos vão para o fígado e voltam para circulação para oferecer suporte sanguíneo para glândula produzir leite. LACTOSE é um açúcar que determina o volume do leite e é dependente do nível circulatório de glicose. GALACTOPOIESE - manutenção da lactação A sucção pelo lactente ou extração por ordenha constituem o fator fundamental para a manutenção da lactação. A sucção estimula a lactação de duas formas: a) reduz efeitos inibitórios da pressão intramamária produzida pelo acúmulo de leite b) estimula intensamente a secreção de hormônios necessários para a síntese e secreção de leite LEITE X ÁGUA X LACTOSE Leite tem 85 a 88% água Vaca precisa de água limpa e fresca para produzir leite. O transporte da água aos alvéolos ocorre por osmose precisando de lactose, um elemento osmótico para ocorrer o processo. Por isso o volume de leite está ligado com a quantidade de lactose sintetizada. 1 L de leite = 40 a 42g de lactose BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO DO LEITE Para produzir leite a vaca gasta mais energia do que consome, isso é fisiológico. Por isso ela emagrece, a vaca não consegue ingerir o suficiente para produção. O balanço negativo se torna erro de manejo quando é muito brusco, quando a vaca está muito magra ou gorda na hora de parir. Vacas que não emagrecem depois de parida, não são boas produtoras de leite, estão produzindo pouco e são descartadas. O emagrecimento é uma consequência de uma alta produção leiteira. Cortisol é o hormônio do estresse essencial para produção de leite, mas uma vaca estressada não tem boa produção de leite pela quantidade alta produzida. CURVA DE LACTAÇÃO Intervalo entre partos ideal = 12 meses/365 dias pois precisa parar todo ano Lactação dura em média 10 meses PERÍODO DE SECAGEM dura 60 dias SECAGEM DA VACA- processo que interrompe a lactação • Processo importante para a regeneração dos tecidos secretores do leite • Realizar 60 dias antes do parto • Ocorre entre o fim da lactação e o parto • Para haver a secagem, o produtor não deve ordenhar o animal, para que não haja estímulo para produção de hormônios e mais dano as células mamárias Ela passa pelo período seco 45 a 60 dias antes, para que possa produzir leite na próxima gestação O pico de ingestão de MS ocorre por volta do 3 ao 4º mês de lactação e depois começa a diminuir pois diminui produção de leite, tendo menor necessidade, o feto também está crescendo e ocupando mais espaço. A curva que ocorre de modo mais forte é a da produção de leite, está ligado a genética. PERÍODO DE TRANSIÇÃO - Transição do período seco para lactação 3 semanas antes e 3 depois do parto (14 a 21 dias antes do parto e 14 a 21 dias depois do parto) Envolve comida de qualidade e conforto O que envolve a transição? Preparação para o parto: para eu fazer a transição melhor a vaca precisa ter escore corporal adequado para parto; não é recomendado ganhar peso na transição e nem período seco; ideal é secar no mesmo score que vai parir. MANUTENÇÃO DE PESO é o 1º ponto! Vacinação faz na secagem! O grande desafio da transição? Balanço energético negativo Ingestão de matéria seca vem caindo, o bezerro cresce no terço final de gestação (do 9 ao 12 mês). No período seco pode fazer a vaca comer menos, porque a vaca tem bezerro crescendo, não pode comer muito se não tem dificuldade ao parto. Bezerro crescendo em terço final, não posso alimentar muito, preciso manter vaca no mesmo peso de secagem ao parto. Não posso fazer emagrecer e nem engordar. PRECISAMOS: Manter peso, atentar para cocho, quantidade de comida, temperatura, estresse. Ajustar dieta na transição, com a dieta que terá no pós-parto, para já estimular consumo. Estimular ingestão de matéria seca, mas manter peso da secagem, conforto para vaca e ter mais próximo da dieta que terá no pós-parto (ajustar dieta e estimular ambiente ruminal). Balanço energético: perde mais energia do que consegue consumir. Mas não diminui produção de leite, pois a vaca tira energia do corpo, das reservas, para ter pico da produção. FASES DA CURVA DE LACTAÇÃO FASE I - do parto até 45 dias pós-parto (do parto até 5 a 6 semanas pós-parto) • Vaca perde peso pelo BEN (não pode passar de 6 sem), se não perder peso, é má produtora • Primíparas tem BEN mais acentuado (estão na fase de crescimento, maior desafio, maior cuidado) • Vaca deve perder no máximo 1 ponto no score entre parto e pico de lactação (final da fase I) Score ideal de parto 3,5 a 3,75 Pariu, produção de leite aumenta, curva de ingestão de matéria seca também aumenta, porém a ingestão de energia não compensa o que ela vai gastar em mantença e produção de leite, e como consequência disso ela tem perda de peso. FASE 1 é FASE DE MAIOR DESAFIO PARA VACA: pois não terá uma fase 2 boa, se na fase 1 não for legal. Vaca está no menor escore de produção dela no pico de produção (não digo que ela está magra). BEN: é fisiológico. Ele é bom, pois ele que garante o pico de produção. FASE II – BEN zerado (não ganha nem perde peso) e pico de lactação (score ideal 2,5) Uma boa produção de leite depende da vaca tirar reserva corporal e direcionar ao leite Vaca tem maior produção de leite, ingestão de matéria seca continua aumentando de forma gradativa e não está em BEN, está no menor escore, mas não continua perdendo peso. Meta é que esteja em BEN até antes da fase de pico, quero que entre na fase II com 0-0. A vaca estar magra NÃO É SINONIMO DE BALANÇO ENERGETICO NEGATIVO. É sinônimo que ela teve BEN antes. Uma vaca em BEN não reproduz, por isso precisa tirar ela desse BEN para ela reativar a produção. Resumindo a fase II, a vaca está no pico de produção, ingestão continua aumentando, menor escore da lactação, mas saiu do balanço energético negativo, está num balanço neutro. E precisa estar com a reprodução ativada. FASE III (90-210 dias) – meio da lactação, de 3 a 7 meses de lactação (100 a 210 dias) • Produção de leite começa a cair (Fase cara por isso) • Começa a recuperar peso/score (come mais, produz menos) • Pico de ingestão de MS (4º mês pós-parto 110 a 120 dias de lactação) no início e depois diminui Vaca entra embalanço energético positivo e isso faz ela ganhar peso, e nisso aqui junto tem a GESTAÇÃO. Progesterona: característica metabólica dela é um hormônio anabólico, esteroide anabolizante no corpo do animal faz anabolismo: guarda energia, progesterona vai guardando nutriente. A glândula mamaria perde um pouco de comando nessa fase. Escore vai aumentando. FASE IV - final de lactação e período seco • Vaca diminui produção (Fase cara) • Menos ingestão MS • Aumento de peso/score • Crescimento fetal • Período seco deve ser feito 60 dias pré-parto Curva do leite continua caindo até a secagem, curva de IMS começa a diminuir pois está perdendo estímulo catabólico do leite, o feto vai crescendo progesterona atuando no anabolismo, leite caindo até o momento da secagem. No final dessa fase feto já começa a ter desenvolvimento maior em terço final. Aqui é começo de terço final. VACA QUE TEVE BEN muito pesado não vai atingir pico de produção, peso cai, não vai reproduzir fácil. A curva muda se não ativa reprodução. Inclinação da queda: chama persistência. Quanto menor cair = maior a persistência. Quanto mais gordo for leite da vaca, mais ela precisa comer, maior ingestão de matéria seca. Jersey por ter leite mais gordo, consome uma proporção maior de MS que uma holandesa, por conta da característica do leite. Fase I e II – sucesso, onde deve investir pra vaca parir bem e ter condições para emprenhar o mais rápido possível. III e IV são consequência. Desafio, o que fazer pra ter um IEP de 12 meses/360 dias? • A gestação da vaca holandesa é de 280 a 283 dias • Vaca gir de 290 a 295 dias IEP de 12 meses precisa emprenhar a vaca no 2º, no máximo 3º mês de lactação com 90 dias pós-parto. A vaca com 90 dias parida vai estar no pico de lactação e começa a diminuir produção e aumentar peso. Quando chega com 90 dias parida ela já deu cio, foi inseminada e emprenhou. A vaca precisa ter um bom score corporal para manifestar cio, ela consegue manifestar cio com score de 2,5 (pico de lactação), desde que ela tenha reserva energética para voltar a ciclar. No período de transição depois que a vaca dá à luz entra em período de espera fisiológica de 45 dias – período de involução uterina e retorno de ciclicidade do ovário, voltando a reprodução. A partir da liberação para a reprodução até ser gestante é o período de serviço. Período de espera fisiológica + período de serviço= período aberto (período em que o útero não está gestante) 365 - 280 = 85 365 dias de IEP - 280 dias de gestação = 85 dias para se tornar gestante/dias em aberto 85 - 45 = 45 85 dias em aberto - 45 dias de período de espera fisiológica = 45 dias para se tornar gestante Tendo de 2 a 3 ciclos para conseguir emprenhar e ter um IEP de 12 meses Ela precisa estar pelo menos em BEN zerado MANEJO DE VACA EM LACTAÇÃO: minimizar o BEN oferecendo boa alimentação em boa qualidade e quantidade, bom manejo e sanidade adequada. Medimos a saúde da vaca através do score corporal, com aferição ao menos uma vez ao mês, ingestão alimentar (o que e quanto está comendo), produção de leite (quanto está produzindo) MANEJO SALA DE ORDENHA Objetivo: produzir leite Desafio: horários e quantidade de ordenha – o que determina isso é a produção das vacas e mão de obra. O número de ordenhas e de funcionários interfere até nas horas de folga dos funcionários. Qualidade do leite é um fator importante. A ordenha não consegue melhorar a qualidade, porém consegue piorar. Essa qualidade envolve quantidade de CS, bactérias e sólidos totais (pt e gordura). Envolve também a saúde da vaca, doenças que podem ser passadas pelo leite. CBT (contagem bacteriana) o permitido é de 300 a 350 mil/ml leite porém o leite A permite apenas 10 mil. A origem de CCS do leite é mastite (inflamação da gl mamária), se há inflamação ela não trabalha direito e aumenta o número de pt que não são originárias do leite e sim do sangue, produzindo leite de menor qualidade. Se o proprietário não puder fazer CCS pode fazer CMT, que também conta as CS, que vai nos direcionar. Entre pré dipping, aplicar ocitocina e colocar a teteira, o ideal é um intervalo de 3 min Pós dipping é para evitar a entrada de bactéria que pode gerar mastite ambiental após ordenha. É importante manter a vaca em pé pós ordenha – comida no curral. Estresse e demora para ordenhar prejudica ocitocina, hormônio que faz ejeção de leite. MANEJO DE SECAGEM - sempre avaliar a produção de leite na secagem. O risco no momento da secagem é a mastite pois o leite não é mais retirado. Envolve controle de células somáticas. MANEJO ALIMENTAR – qualidade e quantidade para minimizar os efeitos do BEN É fundamental ter alguém para fiscalizar para que não tenha desperdício ou falta de alimento. Manejo alimentar até 50% do custo total da produção leiteira, acima disso pode ter prejuízo. O manejo alimentar e o manejo sanitário são fundamentais para o sucesso da vaca em lactação. Custo é o que o proprietário pensa, é difícil ter equilíbrio entre custo da alimentação e qualidade dela. As vezes dependendo do objetivo de produção, precisamos de ingredientes melhores pois a demanda nutricional de uma vaca de leite é alta. No início da lactação a vaca está comendo pouco, aumenta ingestão de MS e depois cai, caindo também a produção. Enquanto ela não come o suficiente para o que está produzindo, ela perde peso, quando ela equilibra a ingestão alimentar com a produção ela deixa de perder peso. Quando a produção cai e aumenta a ingestão, a vaca começa a acumular peso. Por isso é importante trabalhar com diferentes dietas: Diminui produção e aumenta ingestão – dieta pode ter uma menor qualidade, devido a quantidade que está sendo consumida, isso ajusta a produção. No final da lactação tem menor produção e ingestão, a dieta pode ser menos densa. No inicio da lactação ela tem maior produção e menor ingestão a dieta deve ter maior densidade nutricional. A densidade nutricional, no inicio da lactação (I) até o pico (II), o principal ingrediente a ser observado é a fonte de energia, devido ao BEN. Se o BEN for severo, a vaca pode ter CETOSE. Se tiver que investir em alimento de alta digestibilidade para uma vaca de alta produção, 60 a 70% da comida diária será concentrado. Vaca de 700kg com 70 dias de parida/em DEL (dias em lactação) produzindo 80 L de leite/dia, quanto de comida ela deve comer por dia em MS? Está no segundo para terceiro mês, ainda não atingiu o pico de lactação e não está ingerindo tudo que consegue comer. O pico de ingestão de MS (3, 4º mês) ocorre depois do pico de lactação (2, 3º mês). Ela pari ingerindo 1,5 a 1,8% PV, ela pode chegar até 4 a 4,5% do PV no pico de ingestão de MS. Ela vai ingerir pouco mais que 2,5% PV – 3% PV = 21 kg de MS/dia, como ela não está comendo tudo que precisa e está produzindo muito leite, ela estabilizou o peso, não está perdendo e nem ganhando. Se esse consumo de 21 kg de MS fosse totalmente pasto, iria faltar energia para a produção de 80 L/dia, sendo necessário o consumo de concentrado – 70% dos 21 kg MS é concentrado = 14,7 kg de concentrado/dia. O lucro dessa vaca é interessante O grande risco para essa vaca é que ela come 70% da alimentação em concentrado não é fisiológico, pois ela não tem um processo ruminal normal a digestão é mais rápida, a fermentação é maior e pouca fibra para ser ruminada. A principal consequência de uma fermentação no rúmen é a acidose ruminal crônica. Para não ocorrer acidose ruminal aguda e uma ácidose ruminal crônica aceitável deve-se incluir o uso de tamponantes (bicarbonato, óxido de magnésio) na dieta, porém ele não é palatável sendo necessário o uso de palatabilizantes, outra ferramenta é a ração total misturada, fornecer concentrado junto ao volumoso. A acidose gera morte de bactérias gram negativas, causando endotoxemia devido a liberação de LPS. A principal causa de endotoxemia é o LPS na circulação, causando laminite, claudicação equeda na produção. Precisa de nutricionista, casqueador... Importante acompanhar score corporal/peso semanalmente ou a cada 15 dias nos primeiros 90 dias de lactação e após mensalmente. Precisa ter noção de ingestão de MS, curva de alimentação, quanto está produzindo e controlar a perda de peso para saber se o processo está saudável ou lento/rápido. Avaliar também teor de gordura. Teor de gordura e N urêmico do leite é um indicativo de balanço nutricional e do nível de produção da vaca, então trabalha com análises do leite para favorecer a rotina de trabalho. Observar arcos costais, maça do peito, linha do dorso. CORPOS CETÔNICOS circulante quando o fígado não consegue metabolizar toda a gordura/acetato proveniente da metabolização do tecido adiposo, sofrendo uma rota metabólica acessória indo para a síntese de CC – fígado sobrecarregado e alta mobilização de gordura. Para controlar mobilização, devemos controlar hipoglicemia, a glicose vai para a produção do leite. Se tiver BEN porque está em hipoglicemia, mobilizou gordura, liberou glucagon para aumentar glicemia, liberou GH, gera metabolismo energético. Ocorre cetose quando o fígado deixa de ser capaz de metabolizar o acetato. Se está chegando gordura em excesso é porque falta glicose para o corto, por isso controlar/acompanhar a ingestão de MS é importante. Tudo que favorece baixa ingestão, favorece problemas secundários que vão levar a menor consumo de MS e menos produção de leite, fazendo a vaca perder menos glicose, diminuindo mobilização de gordura, o fígado consegue metabolizar, diminui corpos e a vaca sai da cetose → doenças autolimitantes Subclínica é mais preocupante pois cai produção, diminui ingestão e não sabemos por quê. MANEJO REPRODUTIVO Importante pois precisa emprenhar e parir pra dar leite Meta IEP 365 dias = 1 bezerro/ano As vacas de alta produção tem tolerância maior em relação aos dias abertos pois tem maior perda de peso na fase inicial da lactação, atrapalhando a volta da ciclicidade e para adiantar a curva de lactação para secagem. O problema da média do IEP é que so entram vacas que parirem novamente, as que não emprenham ou demoram so entram na proxima conta. O IEP deve ser visto como resultado final do manejo para trabalhar mês a mês pensamos nas taxas que afetam o IEP. Trabalho mensal = taxa de prenhez, de serviço e de concepção Vacas aptas a reproduzir no próximo mês, não são as que estão prenhas, não são as que pariram recentemente (semana passada, só entra em reprodução novamente após a involução uterina e retorno ovariano – período de espera fisiológica em torno de 45 a 60 dias – período seco). IEP de 365 dias, gestação de 280 dias = 365 - 280 = 85 dias 85 dias é o prazo para ela parir e voltar a emprenhar. Desses 85 tiramos os dias de período de espera fisiológico = 85 - 45 = 35 a 40 dias para tornar a vaca gestante, nesse período ela apresenta de 2 a 3 cios. Se com 45 dias ela não estiver apta pra reproduzir, o prazo pra emprenhar diminui ou ela entra no grupo do IEP maior. O que pode fazer ela não apta = não ter involução uterina, retenção placentária, metrite, não apresentar CL. O que determina ciclicidade é a presença de CL e progesterona pois se a vaca não tem CL, ela não está cíclica Para garantir metas de intervalo entre partos é preciso ter útero pronto para gestar e ovário funcional, tem que pensar no manejo geral perfeito, parir bem, alimentar bem, para ter leite, BEN adequado e condições sanitárias. Ocasiões que afetam vacinação = estresse, carrapatos Protocolo de IATF Primeira segurança ou sinal clínico da vaca estar gestante é o não retorno de cio Mas deve ter uma boa observação, pois ela pode ter retornado e ninguém viu, por isso o IATF é muito bom e prático. Por que secar uma vaca? Quando a vaca leiteira está gestante, o desenvolvimento do feto exige que grande parte dos nutrientes consumidos sejam revertidos para a gestação. Se o animal, além de gestante, estiver em lactação, o desgaste será muito maior, gerando problema para a cria, e consequentemente prejuízos ao produtor leiteiro. A secagem da vaca consiste em fazer com que ela pare de dar leite, ou seja, interrompa sua lactação. Isso porque vacas que parem ainda dando leite, produzem bezerros fracos e não apresentam boas condições corporais por ocasião do parto, o que prejudica a produção de leite na próxima lactação, devido o tempo não ser suficiente para regeneração dos tecidos secretores do leite, que dura certa de 60 dias, ocasionando prejuízo, tanto para a vaca em termos fisiológicos, como para o produtor em termos econômicos. Esse manejo tem dois objetivos principais: o primeiro é melhorar a produção da vaca na lactação subsequente, e o segundo, e não menos importante, é a produção de colostro de melhor qualidade, o qual, consequentemente, tornará a cria mais forte e com maior potencial produtivo. QUANTO TEMPO DEMORA PARA VACA SECAR? Depende do quando a vaca está produzindo. 45 dias é suficiente da vaca secar leite que está lá, ter a mamôgenese novamente e produzir colostro. Se eu trabalho com 45 dias, então metade é para secar e metade para ter mamôgenese e síntese de colostro. Produção acima de 12.000 litros hoje durante uma lactação inteira de uma vaca (lactação de 305 dias – 1 ano de IEP (365), período seco de 60 dias: 365-60 = 305 dias lactação de uma vaca). No catálogo de sêmen tem o leite para 305 dias, por conta dessa conta. IEP francana: 410 dias. As vacas lá produzem muito leite. Atrasa o IEP, alonga período de lactação e depois ajusta o período seco. Rebanhos abaixo de 25 litros recomenda 305 dias de IEP. Rebanhos acima de 25 L, daí sim 410 dias IEP. Muito leite na hora da secagem: demora mais para secar pois é mais leite, e aumenta risco de mastite. CURVA DE LACTAÇÃO • 1ª FASE: aumento da produção • 2ª FASE: pico de lactação Meio de lactação: entre 6 – 7 mês de lactação (7 meses são 210 dias) • 3ª FASE: pico ao 210º dia • 4ª FASE: do 210º dia até secagem Considerando gráfico de produção de leite da vaca, comportamento da curva de produção: Vaca pare, inicia a produção, a velocidade da subida é mais rápida do que a descida, aumenta a produção até 45 dias, e chega na fase de pico aos 45 dias e permanece nesse período por um certo tempo, e depois a produção cai gradativamente. Geralmente vaca inicia produzindo mais, do que ela vai secar, mas isso não é obrigatório. Todas as vacas vão ter esse comportamento do gráfico, mas varia entre as vacas a duração de cada fase, mas a média (na curva de Gauss), será padrão para todas. Secagem com 60 dias antes do parto, agora vai variar conforme IEP da vaca. Vai depender • Terço inicial da lactação: alta eficiência alimentar e lucratividade • Terço final: baixa eficiência e lucratividade ENFERMIDADES DO REBANHO EM LACTAÇÃO ➢ HIPOCALCEMIA Animal cai, pois, falta cálcio para manter tônus muscular, falta Ca no sangue e ele vai tentar usar o das células musculares porque não pode tirar do osso (não é instantâneo), então a clínica é baixa concentração de Ca intracelular. Diminui síntese de calor endógeno e animal tem hipotermia. Praticamente não ocorre em vacas a partir do 30º dia pós parto Não confundir com síndrome da vaca caída Condições para manifestar: • 2 dias pós-parto – 20% • 1 a 2 dias pós-parto – 40% Relacionado com síntese de Ca inicial pós-parto para o colostro. Fazer dieta aniônica se tiver em torno de 3 a 4% do plantel com hipocalcemia clínica (hoje 100% das fazendas têm dieta aniônica) • 1 dia pós-parto – 60% • Pouco frequente com 3 dias pós-parto 1L de leite = 1g de Ca/L Colostro tem mais do dobro de Ca que o leite normal, então se uma vaca Jersey produzir em torno de 10L de leite na primeira ordenha = ela eliminou cerca de 25g de Ca (quase tudo que tem na circulação) Vacas mais velhas e Jersey tem menos receptores de Ca nos enterócitose por isso são mais afetadas Vaca pode continuar caída por dias subsequentes, mas ai pode ser por mitose ou lesão dos nervos periféricos. Fazer a dieta aniônica e dosar ph urinário para verificar eficácia. Holandesa ph 6 a 6,5 e Jersey ph 5,5 Muita retenção placentária no plantel, alto índice de deslocamento de abomaso = hipocalcemia subclínica ➢ CETOSE = doença silenciosa, aumento dos corpos cetônicos circulatórios que vem de um fígado que não da conta dos cetatos que vem da metabolização de gordura para produzir energia para vaca Fazer dosagem de beta hidroxibutirato no sangue ou urina, e o impacto é nos primeiros 15 a 20 dias pós- parto. No pré-parto as vacas diminuem consumo alimentar, causando baixa produção de propionato no rúmen e menor produção de oxaloacetato. Pouco proprionato vai para lactose na gl mamária, causando hipoglicemia, sendo necessário nova rota para ter energia no tecido adiposo. Por conta da hipoglicemia o pâncreas aumenta produção de lipase e diminui insulina, aumentando glucagon. No tecido adiposo a lipase estimula produção do AMP cíclico que provoca lipólise, cada lipólise libera 3 AGV livres e 1 glicerol nos depósitos de gordura. Os AGNE são usados como fonte de energia porem o fígado tem capacidade limitada de oxidar AGNE, acumulando eles que causa excesso de acetil-CoA que transforma em corpos cetônicos, tendo produção maior do que sua utilização, causando cetose. Além da lipase, alguns hormônios também influenciam na mobilização dos depósitos de gordura como adrenalina, glucagon, adrenocorticotrófico, glicocorticoides, e hormônios da tireoide. Por isso situações de estresse também podem levar a cetose. Cetose primária – produz muito leite, metaboliza muita gordura Cetose secundária – vaca para de comer por enfermidade como exemplo hipocalcemia, mastite, metrite, claudiação Hipocalcemia subclínica é autolimitante porque se a vaca come menos, produz menos, diminui metabolização de gordura e fica mais sair da cetose. Prevenção: dieta rica em energia, concentrado e NDT. Aumenta NDT com gordura protegida/saponificada. Também pode usar drench no pós-parto, introduzir ionóforo e favorece a neoglicogênese, propilenoglicol na boca, tudo isso. Também é importante manejos que evitem enfermidades que façam a vaca parar de comer. Várias são as causas do déficit energético além do BEN Ionóforos favorece maior fermentação de ácido propiônico no rúmen, favorece energia. Deixa a dieta mais densa de concentrado pode levar a acidose ruminal ➢ ACIDOSE RUMINAL Tamponante, alcalinizante, ração total misturada para evitar oscilação de H Aumenta fluxo de água pra dentro do rúmen, faz com que tenha diarreia e perca nutrientes pelas fezes. Trabalhar com ração total misturada e tamponante como bicarbonato na ração e óxido de Mg ou Ag Vaca com estresse térmico vai diminuir ingestão de MS, cetose, aumenta concentrado para manter produção de leite, acidose ruminal, bicarbonato e dieta tamponada e mantem produção, deslocamento de abomaso Prevenção: concentrado gradativamente ou dieta total misturada Menos de 5,5 ph ruminal = morre bact. Gram negativa = libera LPS = laminite = claudicação pós acidose crônica ➢ RETENÇÃO PLACENTÁRIA 6 a 12 h pós-parto Causas: hipocalcemia, parto distócico, baixa imunidade Fazer Vit A, D e E 1x na semana por 3 semanas periparto Hipocalcemia subclínica leva a retenção e problemas de retorno de cio Problema de doença imunossupressora porque a placenta dos ruminantes é cotiledonária, precisa ser deslocada e precisa de enzimas e os macrófagos que fazem esse processo enzimático pra deslocar. Depende de progesterona em concentrações adequadas. Essa vaca pode diminuir MS = cetose ➢ DESLOCAMENTO DO ABOMASO 20-30 dias pós parto (novilhas 15 a 20 dias) Prevenção: ração total misturada e volumoso em grande quantidade e qualidade Alta fermentação, por muito concentrado com víscera flácida ex: hipocalcemia, ou muito dilatada OU mudança de dieta, leva acúmulo de gás. Enfermidade multifatorial Prevenção de cetose, acidose, hipocalcemia, ajuste de dieta, manejo, manejo alimentar Associada a manejo alimentar e sanitário. Comer em quantidade e qualidade, produzindo leite ➢ CLAUDICAÇÃO Acidose = laminite, hipóxia das lâminas do casco que atrapalha síntese da queratina dos cascos que fica mal sintetizada, casco fica mole e claudica Casqueamento corretivo 2 a 3x ano (no pós-parto, na secagem) Pedilúvio frequente para enrijecer estojo córneo Evitar acidose ➢ MASTITE - multifatorial Revisão de equipamento, de funcionário, CCS, manejo de sala de ordenha Mastite contagiosa/subclínica - barro, controle de cama, coxo, pós dipping de qualidade, comer em pé pós ordenha Maioria da subclínica tem tratamento na secagem para não perder leite. Faz ATB intramamário • Stafilo aureus é inviável tratar, faz linha de ordenha ou descarta. Tem boas defesas, enzimas que degradam penicilina, biofilme • Strepto úberes e coagulase negativo tratamos na secagem e antibiograma Até a vaca parir novamente vamos tirar do lote de ordenha, monitoramento da secagem (10-15 dias pós), risco de mastite, começamos manejo pré-parto (14-21 dias – transição pré) Manejo pré-parto: fornecer dieta (aumentar volumoso e diminuir concentrado) para adaptar rúmen e sua flora, e prevenção de doenças metabólicas com dieta iônica Linha de ordenha – vaca que já isolou bactéria Desinfecção de teteira – reduzir CS. Pensar na logística (poucas x muitas na ordenha). Lavar e desinfectar Pré-dipping é pra ambiental, limpa o externo e não evita bactéria. Fazemos para não ter bactéria no leite. Leite subclínico = pode ir pra consumo, sem alterações macro Alta CCS = +500.000 no tanque Mastite ambiental/clínica – selante, limpeza do ambiente, segregação de rebanho Não pode ter barro, onde vai ter é no cocho, entrada, curva de nível Chuva e calor podem originar a mastite pois o animal rola e deita na beira do cocho Cama mal manejada (deita no corredor) Pós-dipping = prevenção da mastite, fecha o esfíncter entre ordenhas. Manter a vaca em pé pós ordenha, alimentar a vaca. Pode ser fluido ou mais denso (fica mais tempo) Prevenção: manejo de cama, cuidado com barro Vaca produzindo muito no período de secagem demora muito pra secar, pode originar a ambiental (secagem gradativa). ATB no teto dá mais segurança Secar é manejo sanitário, não precisa de ATB Evitar mastite na secagem: • ATB intramamário • Selante no teto – ATB e bisnaga gel (na primeira ordenha pós-parto é difícil de tirar) • Cabergolina – antagonista da prolactina (caro mas boa ferramenta, 2 a 3 aplicações) • Pós-dipping (1h)
Compartilhar