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Criação e recria de bovinos

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CRIAÇÃO E RECRIA DE BOVINOS 
 Introdução 
 A cria e recria é voltada para a criação de bezerros, de animais jovens, até o momento em que esses 
 animais entram em a�vidades reprodu�va ou enviados para engorda e abate. 
 Importância da criação e recria na pecuária bovina 
 ● Baixa mortalidade + rapidez de desenvolvimento x reposição e pressão (diferencial) de seleção 
 Com um manejo reprodu�vo adequado o nascimento de fetos viáveis se torna maior, dessa forma 
 esses animais podem exercer uma função de reposição. Assim, é possível ser mais exigente com os 
 animais adultos, caso eles possuam alguma caracterís�ca indesejável, podendo descarta-lo do 
 rebanho e já ter acesso a um animal para repor a perda. Um animal que desenvolve mas�te com 
 frequência ou um animal que precisa de várias doses de sêmen para emprenhar são exemplos de 
 animais que podem ser descartados do rebanho. 
 ● Receita fundamental (na pecuária de corte) ou adicional (na pecuária leiteira) 
 Na pecuária de corte a venda de bezerros desmamados é a receita fundamental, a vaca não produz 
 leite para venda, mas sim para alimentar o bezerro. Em propriedades que possuem uma alta 
 mortalidade e não tem rapidez no desenvolvimento, não há essa receita fundamental, 
 comprometendo a viabilidade do sistema de produção. 
 Já na pecuária leiteira, a receita fundamental é o leite, ou seja, os animais nascidos são tratados 
 como uma receita adicional para a propriedade, vendo as vacas excedentes, que não vão atuar 
 como reposição das vacas adultas, e as vacas de descarte, que foram repostas por novilhas. 
 Em suma, a cria e recria representa uma forma de gerar recursos para propriedade. 
 ● Alto custo sem retorno imediato 
 Essa fase possui custos rela�vamente elevados, mas não possui retorno imediato. Geralmente esse 
 retorno vem em dois anos ou mais. 
 Mecanismo de parto na espécie bovina: par�cularidades da fisiologia do feto 
 Tipo de placenta bovina: Sinepiteliocorial. Há regiões onde existe contato entre o epitélio coriônico e o 
 epitélio materno e outras regiões onde há contato de células coriônicas (céls gigantes binucleadas) entram 
 em contato com o inters�cio materno, entre as células epiteliais maternas. Não há transferência de 
 imunidade da mãe para o feto durante a gestação, pois o número de camadas teciduais é muito grande. 
 Outro fator que deve ser levado em consideração é que o feto nasce sob efeito de cor�sol, provocando 
 uma imunossupressão, além de já não possuir uma imunidade inerente da mãe. Por conta disso, a 
 profilaxia de distúrbios neonatais é essencial. 
 Profilaxia de distúrbios neonatais 
 ● Seleção de reprodutores que gerem bezerros de dimensões compa�veis com as da vaca (mãe) 
 Bom é basicamente isso mesmo, procura-se usar touros que hão de facilitar o parto, ou seja, sejam compa�veis com 
 o tamanho da fêmea. Ao u�lizar um touro muito grande em uma vaca pequena, o bezerro vai ser rela�vamente 
 grande em relação a mãe, logo o parto vai ser mais laborioso e com maior risco de distocia. 
 ● Manejo alimentar de fêmeas no período pré-parto (Fase IV: especialmente nos úl�mos 21 dias) 
 Um manejo alimentar adequado permite uma boa transferência de nutrientes da vaca para o feto, como também há 
 toda uma preparação da fisiologia materna para o evento do parto. 
 ● Vacinação de fêmeas no úl�mo mês de gestação (contra enfermidades neonatais) 
 Essa prá�ca contribui para que a vaca produza imunoglobulinas especificas para as enfermidades neonatais, sendo 
 transferidas ao bezerro pelo colostro, imunizando-o (Transferência de imunidade passiva). 60d-30d; 40d-20d antes do 
 parto. 
 ● Transferência das matrizes para instalações-maternidade 
 Essas instalações se caracterizam por não haver excesso de animais, nem elevada umidade. Isso facilita o 
 monitoramento da cria, para observar seu desenvolvimento com o passar dos dias (geralmente são locais mais 
 próximos a sede da fazenda, mas também não podem ser locais muito barulhentos para evitar o estresse nos 
 animais). 
 ● Ingestão precoce de colostro de boa qualidade 
 Até 2h após o parto, o animal deve ingerir o colostro. 
 ● Corte e desinfecção do umbigo 
 Quando ocorre o parto, há uma ruptura do cordão umbilical, ‘‘sobrando’’ 20 cm do cordão. Todavia esse restante de 
 tecido deve ser re�rado, deixando apenas 2cm a par�r da pele, e deve ser feita a desinfecção (cura) do umbigo com 
 soluções sani�zantes a base de iodo. 
 Sinais da proximidade do parto em bovinos 
 ● Aumento do volume do úbere 
 Após a secagem, o úbere diminui em volume acentuadamente, mas com a aproximação do parto ocorre um aumento 
 do volume decorrente da produção de colostro. Não é indica�vo muito fiel, pois animais primíparas apresentam esse 
 aumento no volume do úbere bem antes do parto (6-5 meses antes), já vacas idosas sofrem esse aumento da noite 
 para o dia. 
 ● Dissolução do tampão vaginal 
 A progesterona durante o parto fomenta a formação do tampão vaginal para evitar infecções. Todavia nas 
 proximidades do parto, o aumento do estradiol e relaxina juntamente com a queda de progesterona fazem com que 
 o tampão seja dissolvido progressivamente, sendo expulso pela genitália externa. Esse fenômeno já é um pouco mais 
 fiel, ocorrendo por volta de duas semanas antes do parto. (‘‘Vaca está limpando o bezerro’’). 
 ● Relaxamento de ligamentos sacro-isquiá�cos 
 Causado pelo efeito da relaxina, é detectado pela cova aparente entre o sacro e o ísquio (‘’ Vaca está afundando as 
 covas’’). Mais fiel, de 1 a 2 dias antes do parto ela começa a apresenta esse sinal. 
 ● Ingurgitamento de tetas 
 Tetas estão es�cadas, repletas, ocorrendo até extravasamento de leite. Esse evento sinaliza que o parto está 
 iminente. Ocorre devido a ação da oxitocina, ou seja, provavelmente o bezerro já está se movimentando dentro do 
 canal de parto. 
 Eventos que ocorrem no parto da fêmea bovina 
 ● Posicionamento do feto para o nascimento 
 ● Exposição dos anexos fetais 
 ● Passagem no canal de parto e execução dos primeiros movimentos respiratórios 
 ● Expulsão do feto e ruptura do cordão umbilical 
 Posição de mergulho, no qual o bezerro está com a cabeça entre os membros anteriores. Essa 
 posição é a ideal, pois o canal de parto é muito apertado para o bezerro, no momento que o 
 abdômen dele passar entre o sacro e o púbis, o cordão umbilical vai ser esmagado, portanto sua 
 fonte de oxigênio vai ser interrompida. Por isso, a cabeça do bezerro já deve estar do lado de fora, 
 pois nesse momento ele realizará esforço para respirar. Caso a cabeça ainda esteja para dentro, ele 
 pode aspirar líquido amnió�co e acabar vindo a óbito. 
 O primeiro anexo fetal que aparece é o alantoide, o qual rompe com facilidade, liberando um 
 liquido fluido semelhante a urina. Após isso, aparece o saco amnió�co, nesse momento é possível 
 ver as narinas e as patas anteriores do bezerro. Logo depois o saco amnió�co também se rompe 
 liberando o líquido amnió�co, de consistência viscosa. 
 Com o auxílio da lubrificação feita pelo líquido amnió�co, agora a musculatura uterina e abdominal 
 conseguem expulsar o feto completamente. O bezerro cai e há a ruptura do cordão umbilical. 
 Posteriormente, a vaca se aproxima da cria e começa a limpar o líquido amnió�co presente na cria. 
 Assistência aos partos distócicos: quando interferir? 
 O parto de uma vaca dura em média de 2 a 3h. De 30 em 30 min deve-se avaliar a decorrência dos eventos 
 do parto, caso não haja evolução no processo, uma interferência se jus�fica. 
 Assistência neonatal:desobstrução nasal, ajuste de posicionamento, re�rada de líquido dos pulmões 
 (quando necessário) 
 Pouco frequente, geralmente os animais nascem sem ajuda. Esse �po de assistência ocorre mais quando os 
 partos são laboriosos. 
 Peso médio ao nascer de bovinos 
 ● Valores 20-40 Kg (NE), bem mais frequente entre 25-35 Kg. Balanças são a forma mais comum de 
 aferir peso, mas se não houver uma disponível pode-se usar uma fita envolta da caixa torácica para 
 fazer uma es�ma�va do peso desse bezerro, baseado no perímetro torácico. Apesar de ter uma 
 margem de erro grande, ainda é u�lizada. 
 ● Fatores capazes de causar variação no peso ao nascer 
 Raça Raças grandes tendem a gerar bezerros 
 grandes 
 Estado nutricional da matriz Interferência 
 mediana, bom estado nutricional da matriz 
 gera bezerros mais pesados 
 Sexo Geralmente os machos nascem um 
 pouco mais pesados 
 Reprodutor (pai) Compa�bilidade com a 
 matriz 
 Caracterís�cas do colostro bovino 
 ● Definição de colostro 
 É definido como a primeira secreção da glândula mamária no início de cada lactação, sendo 
 produzido nos dias que antecedem o parto, não após. Ele é mais amarelo que o leite. 
 ● Composição química comparada ao leite normal (valores aproximados - %) 
 Água Sólidos totais Gordura Proteína Lactose M. Mineral Outros 
 Colostro 76,1 23,9 5,7 14,0 2,7 1,1 0,4 
 Leite 87,1 12,9 3,7 3,1 5,0 0,7 0,4 
 Teor de sólidos é maior no colostro e vai caindo conforme o tempo de lactação. Proteína também é 
 maior no colostro, já a gordura tem certa divergência entre os autores, mas a gordura é maior sim. 
 A lactose por sua vez é maior no leite comercializável do que no colostro, contribuindo para maior 
 viscosidade do colostro, já que a lactose é um agente osmó�co do leite (mais lactose, mais água sai 
 dos alvéolos para o leite). 
 ● Relação entre os �pos de proteína presentes no leite: caseínas, albuminas e globulinas 
 No leite comercializável, cerca de 80% das proteínas são as caseínas, os outros 20% são as 
 albuminas e globulinas. Já no colostro as albuminas e globulinas (50 a 75%) são muito mais 
 presentes do que as caseínas 
 Comportamento do colostro frente ao aquecimento direto 
 Ele vai coagular pelo calor devido a maior presença de albuminas e de globulinas, diferente do leite 
 comercializável que possui mais caseínas, sendo que essas não são desnaturadas pelo calor. 
 Leite de transição 
 O leite comercializável é tratado como o leite produzido apenas depois de 5-6 dias do parto, a 
 secreção produzida entre o parto (colostro) e esses dias recebe o nome de leite de transição. 
 ● Ingestão precoce de colostro 
 Importância 
 Imunológica: Transferência de imunidade passiva para o bezerro, as imunoglobulinas 
 produzidas pela vaca vão ser transmi�das ao bezerro intactas por meio do colostro, e eles 
 vão absorver inteiras também (micropinocitose). 
 Nutricional: Colostro é rico em proteínas, tem lactose (pouca mas tem) e gordura que vão 
 atuar como nutrientes para a construção dos tecidos do bezerro, desenvolvimento, 
 anabolismo. 
 Laxa�va: Es�mula a liberação do mecônio, originado pela ingestão de líquido amnió�co, pela 
 descamação do epitélio ou pela secreção dos órgãos do sistema digestório. O colostro 
 fomenta o peristal�smo e portanto a expulsão do mecônio. 
 Somatogênica: Já foram iden�ficados alguns fatores de crescimento no colostro, como o PGF, 
 os quais es�mulam a divisão mitó�ca das céls do bezerro, promovendo seu crescimento 
 somá�co. 
 Tempo após o nascimento 
 O percentual de imunoglobulinas cai consideravelmente com o passar do tempo devido a 
 reabsorção celular (micropinocitose), que cai com o tempo, ou até digestão pelo bezerro, 
 pois a enzimas vão começar a atuar de forma mais eficaz (pespina, etc). 2h é o ideal para ele 
 ter acesso ao colostro. 
 Quan�dade de colostro a ser ingerida 
 Qualidade do colostro 
 Descobriu-se uma relação entre a concentração de imunoglobulinas e a densidade do 
 colostro, dessa forma quanto mais denso maior a concentração. Um densímetro 
 (colostrômetro) é u�lizado para aferir essa densidade e es�mar a concentração de Ig. Verde 
 = 50 a 140 mg de Ig/mL; Amarelo = 20 a 50 mg de Ig/mL; Vermelho = <20 mg de Ig/mL. 
 Também pode ser u�lizado um refratômetro, acima de 20° ideal, entre 20° e 18° 
 intermediário e abaixo de 18° não deve ser u�lizado. O melhor colostro é da própria fazenda, 
 pois já vai conter as Ig especificas para os patógenos presentes naquela região. 
 ● Formação e u�lização de bancos de colostro 
 Agrupamento de colostro de diferentes matrizes 
 Armazenamento sob refrigeração (até 4 dias) 
 4°C 
 Congelamento (agrupar o colostro coletado a cada 2 dias) 
 -15 a -20°C. Deve ser usado banho maria (50°C) para evitar a coagulação. 
 Fermentação 
 Lava-se uma garrafa pet e completa toda a garrafa com colostro, sem deixar bolsas de ar, e 
 vedar completamente. A garrafa é armazenada a sombra e não precisa ser refrigerado. Os 
 microorganismo vão provocas uma fermentação anaeróbica u�lizando a lactose e 
 produzindo ácidos que vão matar eles próprios. Também é chamado de silagem de colostro. 
 Uso de colostro em pó (comercial) 
 Desidratado por liofilização 
 ● Colostro não u�lizável 
 Com mas�te 
 Com sangue 
 Colostro com presença de grumos, de pus ou mesmo sangue não deve ser ofertado aos animais. 
 Corte e desinfecção do resquício de cordão umbilical 
 Fluxo do sangue: Placenta -> Veia umbilical -> Fígado (parte do sangue pula ele) -> Ducto venoso -> Veia 
 cava caudal -> átrio direito -> forame oval -> átrio esquerdo -> ventrículo esquerdo -> cabeça e membros 
 anteriores -> veia cava cranial -> átrio direito > ventrículo direito -> Tronco pulmonar -> pulmões -> Ducto 
 arterioso -> aorta -> artérias umbilicais. 
 Corte 
 O corte deve ser feito com cerca de 2cm de distância do anel 
 Solução a ser usada 
 Iodo a 5% (com água ou álcool) preferencialmente, por meio de imersão. 
 Período ideal 
 3x nas primeiras 24h, 1ª 2h após o parto, 2ª 6-8h depois e 3ª antes de fechar as 24h. 
 Perigos representados pelas infecções umbilicais 
 Como ocorre a permanência de uma conexão entre o cordão umbilical e o �gado pela veia umbilical, 
 patógenos podem usar essa via para chegar ao �gado e disseminar pelo organismo (coração, 
 meninges, ar�culações, entre outros). 
 Alimentação de bezerros 
 Aspectos fisiológicos da ingestão e digestão do leite 
 O leite não deve ser subme�do a ação microbiana nos compar�mentos aglandulares do estômago, 
 ele deve ir diretamente para o abomaso (glandular). Caso sofra ação microbiana, resultaria em uma grande 
 produção de gases. Para isso é necessário o fechamento do sulco re�cular ou goteira esofágica. 
 Fechamento do sulco re�cular ou goteira esofágica 
 Para que ocorra de forma é preciso um ângulo adequado da cabeça do bezerro com a 
 glândula mamária, uma temperatura do leite de 37,5 a 39,5°C e um estado �sico adequado, ou seja, 
 líquido. 
 Coagulação do leite pela quimosina (renina) 
 Se a goteira esofágica estava fechada adequadamente, o leite vai chegar no abomaso e se 
 dará início a digestão, começando com a coagulação do leite quimosina (renina), tornando o leite 
 semissólido e deixando seu transito mais lento no TGI, sendo que ele é liberado de forma fracionada 
 para seguir para o ID,facilitando sua digestão. Caso ofertado em demasia, o leite não vai ser 
 completamente coagulado pela quimosina (renina) e parte dele con�nuará liquido, resultando em 
 uma diarreia dieté�ca. 
 U�lização de leite de descarte 
 Leite de transição é um �po de leite de descarte que pode ser ofertado aos bezerros caso 
 não haja interesse em armazenar. 
 Uso de sucedâneos 
 o Lácteos são leites descartados de países com exigências elevadas de leite e podem 
 ser usadas para alimentação do animal. Alguns funcionam como subs�tuição e outros 
 como um adi�vo para assegurar o crescimento dos bezerros. 
 o Não lácteos as que são de origem vegetal, a quimosina não vai conseguir atuar sob, 
 pois essa enzima atua apenas sob a caseína do leite. Logo, por não haver uma 
 digestão adequada, uma coagulação adequada, pode gerar uma diarreia dieté�ca. 
 Ingestão de quan�dades excessivas (ou variáveis) de leite e diarreias dieté�cas 
 Ocorre quando a oferta é tanta que a enzima quimosina não consegue coagular 
 completamente o leite ou quando as moléculas presentes são de uma origem diferente (não láctea) 
 ou quando o volume varia muito, ocorrendo uma má absorção em consequência, pois ele possui um 
 trânsito muito rápido no TGI. Essas diarreias dieté�cas podem provocar um desequilíbrio de 
 microbiota e dar origem a uma diarreia infecciosa, a qual pode provocar lesões no epitélio, 
 prejudicando a absorção, e até mesmo a presença de sangue na fezes. U�lização de probió�cos e 
 hidratação parenteral são usados para recons�tuir a microbiota. 
 Tipos de aleitamento 
 Natural 
 Bezerro mama diretamente no teto da mãe 
 Procedimento 
 Um quarto em cada ordenha (Rodízio) 
 O bezerro mama uma teta e as outras quatro são des�nadas a ordenha, 
 variando a cada ordenha esse teto. 
 Repasse pós-ordenha 
 A vaca é ordenhada mas é deixado leite para que o bezerro mame após a 
 ordenha. 
 Ar�ficial 
 Bezerro mama por meio de utensílios (mamadeiras, baldes) 
 Tipos de equipamentos u�lizados 
 Mamadeiras 
 Baldes 
 Quan�dade de leite a ser oferecida diariamente 10-15% PV do bezerro ou 4-8L, 6L 
 são dados com mais frequência. 
 Horários de aleitamento 3L de manhã e 3L de tarde. Após o segundo mês, o ideal 
 seria ofertar essa quan�dade apenas de manhã para fomentar o consumo de alimentos sólidos pelo 
 bezerro. 
 Higienização de utensílios Devem ser bem lavados e deixados de molho com água e 
 um pouco de hipoclorito de sódio, para depois serem secados. 
 Escolha entre os �pos de aleitamento 
 Critérios Aleitamento natural Aleitamento ar�ficial 
 Recursos humanos (execução/higiene) X 
 Incidência de diarreias neonatais e mas�tes X 
 Es�mulo à produção de leite X 
 Controle da produção e consumo X 
 Interferência sobre a a�vidade reprodu�va X 
 Condução do tratamento de diarreias X 
 Higiene de ordenha X 
 Uso de leite não comercializável e sucedâneos X 
 Interação homem x animal X 
 Síntese: Aleitamento natural ⋅ aleitamento ar�ficial 
 Aspectos operacionais 
 A execução de oferta do leite e da higienização de utensílios. 
 Aspectos nutricionais 
 Qualidade do leite ofertado ao bezerro: leite ou leite + sucedâneo 
 Aspectos econômicos 
 Quan�dade de dinheiro gasta para executar os diferentes aleitamentos. 
 Aspectos sanitários 
 ● Rela�vos à ordenha (higiene da glândula mamária) 
 ● Incidência de mas�tes 
 ● Rela�vos ao controle de diarréias neonatais 
 Ocorrência 
 Tratamento 
 Eficiência do sistema de produção e criação 
 Alimentação não láctea 
 Aspectos fisiológicos associados ao desenvolvimento do estômago aglandular 
 Os animais não devem ficar ingerindo leite indefinidamente, eles devem ter acesso a 
 alimentação não láctea, sólida, o quanto possível para que haja um desenvolvimento das 
 porções aglandulares do estômago, es�mulado pela ingestão desses alimentos. 
 Dimensão rela�va do abomaso ao nascimento 
 49% -> 11% em um animal maduro 
 Desenvolvimento da porção aglandular 
 Aumento da capacidade volumétrica da porção aglandular; desenvolvimento das 
 papilas ruminais e capacidade absor�vas; quera�nização do epitélio de reves�mento; 
 MS do leite e MS de alimentos sólidos . 
 Importância da alimentação não láctea 
 Volumosos 
 Importância do consumo de forragens 
 ⮚ Mais baratos, podem ser produzidos na fazenda; 
 ⮚ Condicionam mais a mucosa ruminal (quera�nização) por serem mais grosseiros; 
 ⮚ Es�mulam o crescimento da capacidade volumétrica das porções aglandulares 
 por serem ingeridos em grandes quan�dades e es�mularem a mo�lidade 
 ruminal. 
 Forragens verdes ⋅ feno 
 ⮚ Feno possui uma maior disponibilidade de MS por peso em comparação a 
 forragem verde, logo para um bezerro que ingere por curiosidade é mais 
 vantajoso; 
 ⮚ Feno tem menos riscos de conter ovos de parasitas e oocistos de protozoários 
 como Eimeria sp. por terem sido desidratados ao Sol; 
 ⮚ Os alimentos secos são estáveis, eles não se deterioram com facilidade no 
 ambiente. 
 Concentrados 
 Importância do consumo de concentrados 
 ⮚ Mais caros, são comprados geralmente; 
 ⮚ Tem maior densidade nutricional; 
 ⮚ Fomentam o desenvolvimento das papilas e capacidade absor�va por darem 
 origem a uma maior produção de AGV; 
 ⮚ Es�mulam mais o ganho de peso. 
 Concentrados farelados ⋅ pele�zados 
 ⮚ Não há grandes diferenças no desempenho dos animais entre um 
 concentrado farelado e um pele�zado, todavia o mais u�lizado são os 
 farelados devido ao preço menor. 
 Mineralização 
 Pode ser adicionada diretamente na ração ou ofertada o componente mineral ad libitum . 
 Reduz o risco de geofagia. 
 Água Ad libitum . 
 A prá�ca do desmame precoce 
 Período de realização 
 ⮚ Precoce: Superprecoce: 30 dias; Precoce: 60-90 dias. 
 ⮚ Tardia: Realizados no final da lactação, geralmente u�lizado quando se trabalha com 
 aleitamento natural. 
 Procedimento 
 ⮚ Gradual: Desaleitamento Step-down ou Step-up/Step-down. Baseia-se na diminuição 
 progressiva do leite nas úl�mas semanas antes do dia (6L-> 4L -> 2L -> 0L), já o outro ocorre 
 um aumento antes de diminuir (6L -> 8L -> 6L -> 4L -> 2L -> 0L). 
 ⮚ Abrupto: Alimenta-se o bezerro duas ou uma vez por dia e no dia do desmame re�ra o leite 
 completamente, es�mulando-o a procurar o alimento sólido. 
 Condições essenciais: 
 Status sanitário 
 Não se deve desmamar um bezerro doente, ajusta-se a data para adequar com sua higidez 
 Consumo regular de concentrado 
 O animal deve pelo menos estar consumindo 600g de concentrado no momento do 
 desmame, como uma forma de aferir que ele realmente está apto a aderir essa mudança na 
 alimentação sem prejudicar seu desenvolvimento. 
 Peso aos 56 dias (em relação ao peso ao nascer) 
 O bezerro deve ter um peso dobrado nesse período em relação ao peso ao nascer. Significa que ele 
 cumpriu a primeira etapa do seu desenvolvimento adequadamente. 
 Desafios rela�vos a outras prá�cas de manejo 
 Deve-se evitar outros desafios ao animal no mesmo período que outras prá�cas, como a descorna, 
 a vacinação, a vermifugação, a re�rada de teta supranumerária, entre outros. 
 Sanidade: distribuição dos principais patógenos causadores de diarreia neonatal por faixa etária: 
 Faixa etária E.coli Salmonella Rotavírus Coronavírus Criptosporidium Eimeria Helmintos 
 Primeira semana X 
 Segunda semana X X X X X 
 Terceira semana X X X X X 
 Quarta semana X X X X 
 Quinta semana X X X X 
 Sexta semana X X X 
 Fase crí�ca da criação de bezerros: Quatro primeiras semanasde vida (maior sensibilidade a diarreias e 
 infecções pulmonares) 
 Alojamento de bezerros 
 ● Bezerreiros cole�vos ⋅ bezerreiros individuais 
 Nos cole�vos eles ficam em contato direto uns com os outros, já no individual eles só tem contato 
 visual. 
 ● Aspectos técnicos 
 Controle consumo é presente no bezerreiros individuais, é possível quan�ficar quanto cada um 
 deles consumiu. Já em relação ao manejo sanitário, como os bezerros ficam sem contato �sico, eles 
 não transmitem doenças entre o rebanho com facilidade e como eles mudam de local 
 constantemente, o risco de reinfecção também reduz. 
 ● Aspectos econômicos 
 As instalações individuais são mais caras que as cole�vas, apesar de serem um inves�mento, nem 
 todo produtor tem como arcar com as despesas provenientes dessa benfeitoria. Além disso, 
 também requer uma maior mão de obra com o manejo e desinfecção dos bezerreiros individuais. 
 ● Relação animal-operador 
 Os bezerreiros individuais fornecem um ambiente mais propicio para o estreitamento de laços com 
 o operador, pois o contato um a um vai acostumar o animal a não reconhecer o ser humano como 
 uma ameaça. 
 ● Bem-estar animal 
 Não há prejuízos ao bem estar animal nos bezerreiros individuais, afinal, eles não vão passar o resto 
 da vida dessa forma, é só enquanto eles se desenvolvem, ganham peso e imunidade 
 principalmente, para conviver em conjunto sem prejuízos ao produtor. 
 ● Agrupamento, hierarquia e suprimento alimentar 
 Após uns 90 dias no máximo, os bezerros são transferidos para um bezerreiro cole�vo 
 pós-desmame. Inicialmente, deve-se juntar grupos pequenos para facilitar a homogeneização do 
 grupo. Além disso, há brigas entre os bezerros para determinação da hierarquia, por isso juntar 
 animais de tamanhos diferentes pode provocar um prejuízo na alimentação do animal menor. O 
 suprimento alimentar deve ser assegurado de forma que seja suficiente para todos os bezerros, 
 para evitar disputas com os outros por comida. O ‘’ vício de chupar’’ aparece quando o animal não 
 tem um suprimento adequado de alimento ou por simples mania mesmo, pode causar lesões nos 
 outros animais e até mas�te nas fêmeas. Outro vício é a geofagia, comer terra, é decorrente da 
 deficiência mineral, o animal procura no solo para suprir suas necessidades. Se não tratada logo 
 pode se tornar uma mania e perdurar mesmo que o animal não esteja com deficiência mineral. 
 Pode provocar sérios problemas diges�vos devido ao seu poder abrasivo e se acumular. 
 Outras prá�cas: 
 ● Descorna 
 Queima dos botões de cifre. Nos 20-30 dias os botões começam a nascer e são poucos 
 quera�nizados, sendo facilmente removidos. Faz-se um corte nos botões com uma faca limpa e 
 depois uma cauterização com um ferro bem quente no local. Passando desse período não é 
 vantajoso devido a quera�nização dos botões e antes disso eles sequer se desenvolveram ainda. 
 ● Remoção de tetas supranumerárias 
 Bezerras nascidas com mais de 4 tetos tem esses tetos supranumerários removidos com tesoura e 
 posteriormente ocorre a cicatrização do teto. O teto pode ser cego ou realmente ter um canal 
 ligando a cisterna, logicamente nesses casos preconiza-se o teto maior. 
 ● Aplicação de ferro Via parenteral 
 ● Vermifugação Doenças parasitárias 
 ● Vacinações Doenças infecciosas 
 RECRIA DAS FÊMEAS DE REPOSIÇÃO 
 Entrada em a�vidade reprodu�va 
 O período de recria começa ao fim do aleitamento, ou seja, após o desmame e vai até a entrada em 
 a�vidade reprodu�va ou envio para engorda e abate. 
 Ritmo de desenvolvimento 
 GPD = 500 a 800 g, geralmente trabalha-se mais com 600 a 700 g; 
 Condições ideais para a primeira inseminação: 55 a 60% do peso adulto (<55%? >60%?); 
 É possível inseminar uma vaca com menos que o 55% de peso esperado na fase adulta, mas a 
 alimentação dela deve ainda ser tão boa que seu desenvolvimento não seja prejudicado com a 
 inseminação. Por outro lado, se o produtor não �ver como ofertar uma alimentação de excelente 
 qualidade, então seria melhor que a inseminação só ocorre com um peso acima dos 60% esperados. 
 Cuidados especiais (Calving easy) 
 Inseminar com reprodutor que gere bezerros de dimensões compa�veis para facilitar o parto e 
 melhorar a viabilidade da cria. 
 Manejo pós-inseminação 
 Após a inseminação deve-se ofertar uma nutrição adequada para con�nuar seu ritmo de 
 desenvolvimento. 
 PARTICULARIDADES DA CRIAÇÃO E RECRIA DE BOVINOS DE CORTE 
 ● Facilidade de parto e primeira mamada 
 São caracterís�cas importantes pois como esses animais são criados extensivamente, eles não vão 
 ter auxílio da intervenção humana no parto e para fornecer o colostro ao bezerro. Sendo assim, 
 animais como o Nelore já são mais ‘‘espertos’’ ao nascer e deve sempre preconizar na escolha de 
 reprodutores adequados para facilitar o parto nesses animais. 
 ● Cura de umbigo 
 Campeiros são u�lizados para observar o desenvolvimento dos animais que pariram, bem como sua 
 cria e também para realizar manejos como a cura de umbigo a campo, evitando a ocorrência de 
 patologia nos bezerros. 
 ● Aleitamento interrompido (método Shang) e sua importância no manejo reprodu�vo das fêmeas 
 lactantes 
 No início da estação de monta se separa os bezerros por 48-72h, diminuindo a secreção de 
 beta-endorfinas e retornando a a�vidade cíclica ovariana das vacas. Depois os bezerros voltam 
 junto as mães. Esse método é apenas para elas entrarem em cio e conseguirem ser fecundadas 
 mesmo amamentando. 
 ● “Creep Feeding” 
 Uma técnica de suplementação, ofertando um concentrado adicionado de sais e de vitaminas, 
 u�lizando um local que apenas os bezerros conseguem passar. Isso melhora o desenvolvimento do 
 bezerro, pois eles se ingerem um alimento de alta qualidade, e até a a�vidade reprodu�va da vaca, 
 pois eles mamam com menos frequência. O animal pode ficar meio viciado em concentrado, caso 
 mude para um pasto sem concentrado algum, ele pode perder peso acentuadamente. 
 ● “Creep grazing” 
 É semelhante ao Creep feeding , mas é voltado para o consumo de volumoso, pasto, mas de 
 al�ssima qualidade, superior ao do resto do pasto. 
 ● Controle de desenvolvimento ponderal 
 A massa óssea cresce pouco e logo segue constante. Já a massa muscular começa discreta, mas 
 cresce rapidamente, chegando na puberdade desacelera um pouco e entra em constância na 
 maturidade. A massa de gordura é semelhante a massa muscular, só que o crescimento cresce após 
 a puberdade. É bem explorado esse controle de desenvolvimento ponderal no manejo nutricional, 
 pois foca-se inicialmente na u�lização de recursos para as massas ósseas e musculares e depois da 
 puberdade esses recursos já não são mais necessários na mesma quan�dade elevada (Proteína 
 elevada -> Proteína mais baixa). O importante é manter um ganho de peso regular e evitar o ‘efeito 
 sanfona’, pois isso prejudica o desenvolvimento dos animais. 
 ● Vacinações, vermifugações, combate a ectoparasitas, etc. 
 Outras cadeiras... 
 ● Desmame 
 6 a 7 meses; 205 dias mais ou menos.

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