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CRIAÇÃO E RECRIA DE BOVINOS Introdução A cria e recria é voltada para a criação de bezerros, de animais jovens, até o momento em que esses animais entram em a�vidades reprodu�va ou enviados para engorda e abate. Importância da criação e recria na pecuária bovina ● Baixa mortalidade + rapidez de desenvolvimento x reposição e pressão (diferencial) de seleção Com um manejo reprodu�vo adequado o nascimento de fetos viáveis se torna maior, dessa forma esses animais podem exercer uma função de reposição. Assim, é possível ser mais exigente com os animais adultos, caso eles possuam alguma caracterís�ca indesejável, podendo descarta-lo do rebanho e já ter acesso a um animal para repor a perda. Um animal que desenvolve mas�te com frequência ou um animal que precisa de várias doses de sêmen para emprenhar são exemplos de animais que podem ser descartados do rebanho. ● Receita fundamental (na pecuária de corte) ou adicional (na pecuária leiteira) Na pecuária de corte a venda de bezerros desmamados é a receita fundamental, a vaca não produz leite para venda, mas sim para alimentar o bezerro. Em propriedades que possuem uma alta mortalidade e não tem rapidez no desenvolvimento, não há essa receita fundamental, comprometendo a viabilidade do sistema de produção. Já na pecuária leiteira, a receita fundamental é o leite, ou seja, os animais nascidos são tratados como uma receita adicional para a propriedade, vendo as vacas excedentes, que não vão atuar como reposição das vacas adultas, e as vacas de descarte, que foram repostas por novilhas. Em suma, a cria e recria representa uma forma de gerar recursos para propriedade. ● Alto custo sem retorno imediato Essa fase possui custos rela�vamente elevados, mas não possui retorno imediato. Geralmente esse retorno vem em dois anos ou mais. Mecanismo de parto na espécie bovina: par�cularidades da fisiologia do feto Tipo de placenta bovina: Sinepiteliocorial. Há regiões onde existe contato entre o epitélio coriônico e o epitélio materno e outras regiões onde há contato de células coriônicas (céls gigantes binucleadas) entram em contato com o inters�cio materno, entre as células epiteliais maternas. Não há transferência de imunidade da mãe para o feto durante a gestação, pois o número de camadas teciduais é muito grande. Outro fator que deve ser levado em consideração é que o feto nasce sob efeito de cor�sol, provocando uma imunossupressão, além de já não possuir uma imunidade inerente da mãe. Por conta disso, a profilaxia de distúrbios neonatais é essencial. Profilaxia de distúrbios neonatais ● Seleção de reprodutores que gerem bezerros de dimensões compa�veis com as da vaca (mãe) Bom é basicamente isso mesmo, procura-se usar touros que hão de facilitar o parto, ou seja, sejam compa�veis com o tamanho da fêmea. Ao u�lizar um touro muito grande em uma vaca pequena, o bezerro vai ser rela�vamente grande em relação a mãe, logo o parto vai ser mais laborioso e com maior risco de distocia. ● Manejo alimentar de fêmeas no período pré-parto (Fase IV: especialmente nos úl�mos 21 dias) Um manejo alimentar adequado permite uma boa transferência de nutrientes da vaca para o feto, como também há toda uma preparação da fisiologia materna para o evento do parto. ● Vacinação de fêmeas no úl�mo mês de gestação (contra enfermidades neonatais) Essa prá�ca contribui para que a vaca produza imunoglobulinas especificas para as enfermidades neonatais, sendo transferidas ao bezerro pelo colostro, imunizando-o (Transferência de imunidade passiva). 60d-30d; 40d-20d antes do parto. ● Transferência das matrizes para instalações-maternidade Essas instalações se caracterizam por não haver excesso de animais, nem elevada umidade. Isso facilita o monitoramento da cria, para observar seu desenvolvimento com o passar dos dias (geralmente são locais mais próximos a sede da fazenda, mas também não podem ser locais muito barulhentos para evitar o estresse nos animais). ● Ingestão precoce de colostro de boa qualidade Até 2h após o parto, o animal deve ingerir o colostro. ● Corte e desinfecção do umbigo Quando ocorre o parto, há uma ruptura do cordão umbilical, ‘‘sobrando’’ 20 cm do cordão. Todavia esse restante de tecido deve ser re�rado, deixando apenas 2cm a par�r da pele, e deve ser feita a desinfecção (cura) do umbigo com soluções sani�zantes a base de iodo. Sinais da proximidade do parto em bovinos ● Aumento do volume do úbere Após a secagem, o úbere diminui em volume acentuadamente, mas com a aproximação do parto ocorre um aumento do volume decorrente da produção de colostro. Não é indica�vo muito fiel, pois animais primíparas apresentam esse aumento no volume do úbere bem antes do parto (6-5 meses antes), já vacas idosas sofrem esse aumento da noite para o dia. ● Dissolução do tampão vaginal A progesterona durante o parto fomenta a formação do tampão vaginal para evitar infecções. Todavia nas proximidades do parto, o aumento do estradiol e relaxina juntamente com a queda de progesterona fazem com que o tampão seja dissolvido progressivamente, sendo expulso pela genitália externa. Esse fenômeno já é um pouco mais fiel, ocorrendo por volta de duas semanas antes do parto. (‘‘Vaca está limpando o bezerro’’). ● Relaxamento de ligamentos sacro-isquiá�cos Causado pelo efeito da relaxina, é detectado pela cova aparente entre o sacro e o ísquio (‘’ Vaca está afundando as covas’’). Mais fiel, de 1 a 2 dias antes do parto ela começa a apresenta esse sinal. ● Ingurgitamento de tetas Tetas estão es�cadas, repletas, ocorrendo até extravasamento de leite. Esse evento sinaliza que o parto está iminente. Ocorre devido a ação da oxitocina, ou seja, provavelmente o bezerro já está se movimentando dentro do canal de parto. Eventos que ocorrem no parto da fêmea bovina ● Posicionamento do feto para o nascimento ● Exposição dos anexos fetais ● Passagem no canal de parto e execução dos primeiros movimentos respiratórios ● Expulsão do feto e ruptura do cordão umbilical Posição de mergulho, no qual o bezerro está com a cabeça entre os membros anteriores. Essa posição é a ideal, pois o canal de parto é muito apertado para o bezerro, no momento que o abdômen dele passar entre o sacro e o púbis, o cordão umbilical vai ser esmagado, portanto sua fonte de oxigênio vai ser interrompida. Por isso, a cabeça do bezerro já deve estar do lado de fora, pois nesse momento ele realizará esforço para respirar. Caso a cabeça ainda esteja para dentro, ele pode aspirar líquido amnió�co e acabar vindo a óbito. O primeiro anexo fetal que aparece é o alantoide, o qual rompe com facilidade, liberando um liquido fluido semelhante a urina. Após isso, aparece o saco amnió�co, nesse momento é possível ver as narinas e as patas anteriores do bezerro. Logo depois o saco amnió�co também se rompe liberando o líquido amnió�co, de consistência viscosa. Com o auxílio da lubrificação feita pelo líquido amnió�co, agora a musculatura uterina e abdominal conseguem expulsar o feto completamente. O bezerro cai e há a ruptura do cordão umbilical. Posteriormente, a vaca se aproxima da cria e começa a limpar o líquido amnió�co presente na cria. Assistência aos partos distócicos: quando interferir? O parto de uma vaca dura em média de 2 a 3h. De 30 em 30 min deve-se avaliar a decorrência dos eventos do parto, caso não haja evolução no processo, uma interferência se jus�fica. Assistência neonatal:desobstrução nasal, ajuste de posicionamento, re�rada de líquido dos pulmões (quando necessário) Pouco frequente, geralmente os animais nascem sem ajuda. Esse �po de assistência ocorre mais quando os partos são laboriosos. Peso médio ao nascer de bovinos ● Valores 20-40 Kg (NE), bem mais frequente entre 25-35 Kg. Balanças são a forma mais comum de aferir peso, mas se não houver uma disponível pode-se usar uma fita envolta da caixa torácica para fazer uma es�ma�va do peso desse bezerro, baseado no perímetro torácico. Apesar de ter uma margem de erro grande, ainda é u�lizada. ● Fatores capazes de causar variação no peso ao nascer Raça Raças grandes tendem a gerar bezerros grandes Estado nutricional da matriz Interferência mediana, bom estado nutricional da matriz gera bezerros mais pesados Sexo Geralmente os machos nascem um pouco mais pesados Reprodutor (pai) Compa�bilidade com a matriz Caracterís�cas do colostro bovino ● Definição de colostro É definido como a primeira secreção da glândula mamária no início de cada lactação, sendo produzido nos dias que antecedem o parto, não após. Ele é mais amarelo que o leite. ● Composição química comparada ao leite normal (valores aproximados - %) Água Sólidos totais Gordura Proteína Lactose M. Mineral Outros Colostro 76,1 23,9 5,7 14,0 2,7 1,1 0,4 Leite 87,1 12,9 3,7 3,1 5,0 0,7 0,4 Teor de sólidos é maior no colostro e vai caindo conforme o tempo de lactação. Proteína também é maior no colostro, já a gordura tem certa divergência entre os autores, mas a gordura é maior sim. A lactose por sua vez é maior no leite comercializável do que no colostro, contribuindo para maior viscosidade do colostro, já que a lactose é um agente osmó�co do leite (mais lactose, mais água sai dos alvéolos para o leite). ● Relação entre os �pos de proteína presentes no leite: caseínas, albuminas e globulinas No leite comercializável, cerca de 80% das proteínas são as caseínas, os outros 20% são as albuminas e globulinas. Já no colostro as albuminas e globulinas (50 a 75%) são muito mais presentes do que as caseínas Comportamento do colostro frente ao aquecimento direto Ele vai coagular pelo calor devido a maior presença de albuminas e de globulinas, diferente do leite comercializável que possui mais caseínas, sendo que essas não são desnaturadas pelo calor. Leite de transição O leite comercializável é tratado como o leite produzido apenas depois de 5-6 dias do parto, a secreção produzida entre o parto (colostro) e esses dias recebe o nome de leite de transição. ● Ingestão precoce de colostro Importância Imunológica: Transferência de imunidade passiva para o bezerro, as imunoglobulinas produzidas pela vaca vão ser transmi�das ao bezerro intactas por meio do colostro, e eles vão absorver inteiras também (micropinocitose). Nutricional: Colostro é rico em proteínas, tem lactose (pouca mas tem) e gordura que vão atuar como nutrientes para a construção dos tecidos do bezerro, desenvolvimento, anabolismo. Laxa�va: Es�mula a liberação do mecônio, originado pela ingestão de líquido amnió�co, pela descamação do epitélio ou pela secreção dos órgãos do sistema digestório. O colostro fomenta o peristal�smo e portanto a expulsão do mecônio. Somatogênica: Já foram iden�ficados alguns fatores de crescimento no colostro, como o PGF, os quais es�mulam a divisão mitó�ca das céls do bezerro, promovendo seu crescimento somá�co. Tempo após o nascimento O percentual de imunoglobulinas cai consideravelmente com o passar do tempo devido a reabsorção celular (micropinocitose), que cai com o tempo, ou até digestão pelo bezerro, pois a enzimas vão começar a atuar de forma mais eficaz (pespina, etc). 2h é o ideal para ele ter acesso ao colostro. Quan�dade de colostro a ser ingerida Qualidade do colostro Descobriu-se uma relação entre a concentração de imunoglobulinas e a densidade do colostro, dessa forma quanto mais denso maior a concentração. Um densímetro (colostrômetro) é u�lizado para aferir essa densidade e es�mar a concentração de Ig. Verde = 50 a 140 mg de Ig/mL; Amarelo = 20 a 50 mg de Ig/mL; Vermelho = <20 mg de Ig/mL. Também pode ser u�lizado um refratômetro, acima de 20° ideal, entre 20° e 18° intermediário e abaixo de 18° não deve ser u�lizado. O melhor colostro é da própria fazenda, pois já vai conter as Ig especificas para os patógenos presentes naquela região. ● Formação e u�lização de bancos de colostro Agrupamento de colostro de diferentes matrizes Armazenamento sob refrigeração (até 4 dias) 4°C Congelamento (agrupar o colostro coletado a cada 2 dias) -15 a -20°C. Deve ser usado banho maria (50°C) para evitar a coagulação. Fermentação Lava-se uma garrafa pet e completa toda a garrafa com colostro, sem deixar bolsas de ar, e vedar completamente. A garrafa é armazenada a sombra e não precisa ser refrigerado. Os microorganismo vão provocas uma fermentação anaeróbica u�lizando a lactose e produzindo ácidos que vão matar eles próprios. Também é chamado de silagem de colostro. Uso de colostro em pó (comercial) Desidratado por liofilização ● Colostro não u�lizável Com mas�te Com sangue Colostro com presença de grumos, de pus ou mesmo sangue não deve ser ofertado aos animais. Corte e desinfecção do resquício de cordão umbilical Fluxo do sangue: Placenta -> Veia umbilical -> Fígado (parte do sangue pula ele) -> Ducto venoso -> Veia cava caudal -> átrio direito -> forame oval -> átrio esquerdo -> ventrículo esquerdo -> cabeça e membros anteriores -> veia cava cranial -> átrio direito > ventrículo direito -> Tronco pulmonar -> pulmões -> Ducto arterioso -> aorta -> artérias umbilicais. Corte O corte deve ser feito com cerca de 2cm de distância do anel Solução a ser usada Iodo a 5% (com água ou álcool) preferencialmente, por meio de imersão. Período ideal 3x nas primeiras 24h, 1ª 2h após o parto, 2ª 6-8h depois e 3ª antes de fechar as 24h. Perigos representados pelas infecções umbilicais Como ocorre a permanência de uma conexão entre o cordão umbilical e o �gado pela veia umbilical, patógenos podem usar essa via para chegar ao �gado e disseminar pelo organismo (coração, meninges, ar�culações, entre outros). Alimentação de bezerros Aspectos fisiológicos da ingestão e digestão do leite O leite não deve ser subme�do a ação microbiana nos compar�mentos aglandulares do estômago, ele deve ir diretamente para o abomaso (glandular). Caso sofra ação microbiana, resultaria em uma grande produção de gases. Para isso é necessário o fechamento do sulco re�cular ou goteira esofágica. Fechamento do sulco re�cular ou goteira esofágica Para que ocorra de forma é preciso um ângulo adequado da cabeça do bezerro com a glândula mamária, uma temperatura do leite de 37,5 a 39,5°C e um estado �sico adequado, ou seja, líquido. Coagulação do leite pela quimosina (renina) Se a goteira esofágica estava fechada adequadamente, o leite vai chegar no abomaso e se dará início a digestão, começando com a coagulação do leite quimosina (renina), tornando o leite semissólido e deixando seu transito mais lento no TGI, sendo que ele é liberado de forma fracionada para seguir para o ID,facilitando sua digestão. Caso ofertado em demasia, o leite não vai ser completamente coagulado pela quimosina (renina) e parte dele con�nuará liquido, resultando em uma diarreia dieté�ca. U�lização de leite de descarte Leite de transição é um �po de leite de descarte que pode ser ofertado aos bezerros caso não haja interesse em armazenar. Uso de sucedâneos o Lácteos são leites descartados de países com exigências elevadas de leite e podem ser usadas para alimentação do animal. Alguns funcionam como subs�tuição e outros como um adi�vo para assegurar o crescimento dos bezerros. o Não lácteos as que são de origem vegetal, a quimosina não vai conseguir atuar sob, pois essa enzima atua apenas sob a caseína do leite. Logo, por não haver uma digestão adequada, uma coagulação adequada, pode gerar uma diarreia dieté�ca. Ingestão de quan�dades excessivas (ou variáveis) de leite e diarreias dieté�cas Ocorre quando a oferta é tanta que a enzima quimosina não consegue coagular completamente o leite ou quando as moléculas presentes são de uma origem diferente (não láctea) ou quando o volume varia muito, ocorrendo uma má absorção em consequência, pois ele possui um trânsito muito rápido no TGI. Essas diarreias dieté�cas podem provocar um desequilíbrio de microbiota e dar origem a uma diarreia infecciosa, a qual pode provocar lesões no epitélio, prejudicando a absorção, e até mesmo a presença de sangue na fezes. U�lização de probió�cos e hidratação parenteral são usados para recons�tuir a microbiota. Tipos de aleitamento Natural Bezerro mama diretamente no teto da mãe Procedimento Um quarto em cada ordenha (Rodízio) O bezerro mama uma teta e as outras quatro são des�nadas a ordenha, variando a cada ordenha esse teto. Repasse pós-ordenha A vaca é ordenhada mas é deixado leite para que o bezerro mame após a ordenha. Ar�ficial Bezerro mama por meio de utensílios (mamadeiras, baldes) Tipos de equipamentos u�lizados Mamadeiras Baldes Quan�dade de leite a ser oferecida diariamente 10-15% PV do bezerro ou 4-8L, 6L são dados com mais frequência. Horários de aleitamento 3L de manhã e 3L de tarde. Após o segundo mês, o ideal seria ofertar essa quan�dade apenas de manhã para fomentar o consumo de alimentos sólidos pelo bezerro. Higienização de utensílios Devem ser bem lavados e deixados de molho com água e um pouco de hipoclorito de sódio, para depois serem secados. Escolha entre os �pos de aleitamento Critérios Aleitamento natural Aleitamento ar�ficial Recursos humanos (execução/higiene) X Incidência de diarreias neonatais e mas�tes X Es�mulo à produção de leite X Controle da produção e consumo X Interferência sobre a a�vidade reprodu�va X Condução do tratamento de diarreias X Higiene de ordenha X Uso de leite não comercializável e sucedâneos X Interação homem x animal X Síntese: Aleitamento natural ⋅ aleitamento ar�ficial Aspectos operacionais A execução de oferta do leite e da higienização de utensílios. Aspectos nutricionais Qualidade do leite ofertado ao bezerro: leite ou leite + sucedâneo Aspectos econômicos Quan�dade de dinheiro gasta para executar os diferentes aleitamentos. Aspectos sanitários ● Rela�vos à ordenha (higiene da glândula mamária) ● Incidência de mas�tes ● Rela�vos ao controle de diarréias neonatais Ocorrência Tratamento Eficiência do sistema de produção e criação Alimentação não láctea Aspectos fisiológicos associados ao desenvolvimento do estômago aglandular Os animais não devem ficar ingerindo leite indefinidamente, eles devem ter acesso a alimentação não láctea, sólida, o quanto possível para que haja um desenvolvimento das porções aglandulares do estômago, es�mulado pela ingestão desses alimentos. Dimensão rela�va do abomaso ao nascimento 49% -> 11% em um animal maduro Desenvolvimento da porção aglandular Aumento da capacidade volumétrica da porção aglandular; desenvolvimento das papilas ruminais e capacidade absor�vas; quera�nização do epitélio de reves�mento; MS do leite e MS de alimentos sólidos . Importância da alimentação não láctea Volumosos Importância do consumo de forragens ⮚ Mais baratos, podem ser produzidos na fazenda; ⮚ Condicionam mais a mucosa ruminal (quera�nização) por serem mais grosseiros; ⮚ Es�mulam o crescimento da capacidade volumétrica das porções aglandulares por serem ingeridos em grandes quan�dades e es�mularem a mo�lidade ruminal. Forragens verdes ⋅ feno ⮚ Feno possui uma maior disponibilidade de MS por peso em comparação a forragem verde, logo para um bezerro que ingere por curiosidade é mais vantajoso; ⮚ Feno tem menos riscos de conter ovos de parasitas e oocistos de protozoários como Eimeria sp. por terem sido desidratados ao Sol; ⮚ Os alimentos secos são estáveis, eles não se deterioram com facilidade no ambiente. Concentrados Importância do consumo de concentrados ⮚ Mais caros, são comprados geralmente; ⮚ Tem maior densidade nutricional; ⮚ Fomentam o desenvolvimento das papilas e capacidade absor�va por darem origem a uma maior produção de AGV; ⮚ Es�mulam mais o ganho de peso. Concentrados farelados ⋅ pele�zados ⮚ Não há grandes diferenças no desempenho dos animais entre um concentrado farelado e um pele�zado, todavia o mais u�lizado são os farelados devido ao preço menor. Mineralização Pode ser adicionada diretamente na ração ou ofertada o componente mineral ad libitum . Reduz o risco de geofagia. Água Ad libitum . A prá�ca do desmame precoce Período de realização ⮚ Precoce: Superprecoce: 30 dias; Precoce: 60-90 dias. ⮚ Tardia: Realizados no final da lactação, geralmente u�lizado quando se trabalha com aleitamento natural. Procedimento ⮚ Gradual: Desaleitamento Step-down ou Step-up/Step-down. Baseia-se na diminuição progressiva do leite nas úl�mas semanas antes do dia (6L-> 4L -> 2L -> 0L), já o outro ocorre um aumento antes de diminuir (6L -> 8L -> 6L -> 4L -> 2L -> 0L). ⮚ Abrupto: Alimenta-se o bezerro duas ou uma vez por dia e no dia do desmame re�ra o leite completamente, es�mulando-o a procurar o alimento sólido. Condições essenciais: Status sanitário Não se deve desmamar um bezerro doente, ajusta-se a data para adequar com sua higidez Consumo regular de concentrado O animal deve pelo menos estar consumindo 600g de concentrado no momento do desmame, como uma forma de aferir que ele realmente está apto a aderir essa mudança na alimentação sem prejudicar seu desenvolvimento. Peso aos 56 dias (em relação ao peso ao nascer) O bezerro deve ter um peso dobrado nesse período em relação ao peso ao nascer. Significa que ele cumpriu a primeira etapa do seu desenvolvimento adequadamente. Desafios rela�vos a outras prá�cas de manejo Deve-se evitar outros desafios ao animal no mesmo período que outras prá�cas, como a descorna, a vacinação, a vermifugação, a re�rada de teta supranumerária, entre outros. Sanidade: distribuição dos principais patógenos causadores de diarreia neonatal por faixa etária: Faixa etária E.coli Salmonella Rotavírus Coronavírus Criptosporidium Eimeria Helmintos Primeira semana X Segunda semana X X X X X Terceira semana X X X X X Quarta semana X X X X Quinta semana X X X X Sexta semana X X X Fase crí�ca da criação de bezerros: Quatro primeiras semanasde vida (maior sensibilidade a diarreias e infecções pulmonares) Alojamento de bezerros ● Bezerreiros cole�vos ⋅ bezerreiros individuais Nos cole�vos eles ficam em contato direto uns com os outros, já no individual eles só tem contato visual. ● Aspectos técnicos Controle consumo é presente no bezerreiros individuais, é possível quan�ficar quanto cada um deles consumiu. Já em relação ao manejo sanitário, como os bezerros ficam sem contato �sico, eles não transmitem doenças entre o rebanho com facilidade e como eles mudam de local constantemente, o risco de reinfecção também reduz. ● Aspectos econômicos As instalações individuais são mais caras que as cole�vas, apesar de serem um inves�mento, nem todo produtor tem como arcar com as despesas provenientes dessa benfeitoria. Além disso, também requer uma maior mão de obra com o manejo e desinfecção dos bezerreiros individuais. ● Relação animal-operador Os bezerreiros individuais fornecem um ambiente mais propicio para o estreitamento de laços com o operador, pois o contato um a um vai acostumar o animal a não reconhecer o ser humano como uma ameaça. ● Bem-estar animal Não há prejuízos ao bem estar animal nos bezerreiros individuais, afinal, eles não vão passar o resto da vida dessa forma, é só enquanto eles se desenvolvem, ganham peso e imunidade principalmente, para conviver em conjunto sem prejuízos ao produtor. ● Agrupamento, hierarquia e suprimento alimentar Após uns 90 dias no máximo, os bezerros são transferidos para um bezerreiro cole�vo pós-desmame. Inicialmente, deve-se juntar grupos pequenos para facilitar a homogeneização do grupo. Além disso, há brigas entre os bezerros para determinação da hierarquia, por isso juntar animais de tamanhos diferentes pode provocar um prejuízo na alimentação do animal menor. O suprimento alimentar deve ser assegurado de forma que seja suficiente para todos os bezerros, para evitar disputas com os outros por comida. O ‘’ vício de chupar’’ aparece quando o animal não tem um suprimento adequado de alimento ou por simples mania mesmo, pode causar lesões nos outros animais e até mas�te nas fêmeas. Outro vício é a geofagia, comer terra, é decorrente da deficiência mineral, o animal procura no solo para suprir suas necessidades. Se não tratada logo pode se tornar uma mania e perdurar mesmo que o animal não esteja com deficiência mineral. Pode provocar sérios problemas diges�vos devido ao seu poder abrasivo e se acumular. Outras prá�cas: ● Descorna Queima dos botões de cifre. Nos 20-30 dias os botões começam a nascer e são poucos quera�nizados, sendo facilmente removidos. Faz-se um corte nos botões com uma faca limpa e depois uma cauterização com um ferro bem quente no local. Passando desse período não é vantajoso devido a quera�nização dos botões e antes disso eles sequer se desenvolveram ainda. ● Remoção de tetas supranumerárias Bezerras nascidas com mais de 4 tetos tem esses tetos supranumerários removidos com tesoura e posteriormente ocorre a cicatrização do teto. O teto pode ser cego ou realmente ter um canal ligando a cisterna, logicamente nesses casos preconiza-se o teto maior. ● Aplicação de ferro Via parenteral ● Vermifugação Doenças parasitárias ● Vacinações Doenças infecciosas RECRIA DAS FÊMEAS DE REPOSIÇÃO Entrada em a�vidade reprodu�va O período de recria começa ao fim do aleitamento, ou seja, após o desmame e vai até a entrada em a�vidade reprodu�va ou envio para engorda e abate. Ritmo de desenvolvimento GPD = 500 a 800 g, geralmente trabalha-se mais com 600 a 700 g; Condições ideais para a primeira inseminação: 55 a 60% do peso adulto (<55%? >60%?); É possível inseminar uma vaca com menos que o 55% de peso esperado na fase adulta, mas a alimentação dela deve ainda ser tão boa que seu desenvolvimento não seja prejudicado com a inseminação. Por outro lado, se o produtor não �ver como ofertar uma alimentação de excelente qualidade, então seria melhor que a inseminação só ocorre com um peso acima dos 60% esperados. Cuidados especiais (Calving easy) Inseminar com reprodutor que gere bezerros de dimensões compa�veis para facilitar o parto e melhorar a viabilidade da cria. Manejo pós-inseminação Após a inseminação deve-se ofertar uma nutrição adequada para con�nuar seu ritmo de desenvolvimento. PARTICULARIDADES DA CRIAÇÃO E RECRIA DE BOVINOS DE CORTE ● Facilidade de parto e primeira mamada São caracterís�cas importantes pois como esses animais são criados extensivamente, eles não vão ter auxílio da intervenção humana no parto e para fornecer o colostro ao bezerro. Sendo assim, animais como o Nelore já são mais ‘‘espertos’’ ao nascer e deve sempre preconizar na escolha de reprodutores adequados para facilitar o parto nesses animais. ● Cura de umbigo Campeiros são u�lizados para observar o desenvolvimento dos animais que pariram, bem como sua cria e também para realizar manejos como a cura de umbigo a campo, evitando a ocorrência de patologia nos bezerros. ● Aleitamento interrompido (método Shang) e sua importância no manejo reprodu�vo das fêmeas lactantes No início da estação de monta se separa os bezerros por 48-72h, diminuindo a secreção de beta-endorfinas e retornando a a�vidade cíclica ovariana das vacas. Depois os bezerros voltam junto as mães. Esse método é apenas para elas entrarem em cio e conseguirem ser fecundadas mesmo amamentando. ● “Creep Feeding” Uma técnica de suplementação, ofertando um concentrado adicionado de sais e de vitaminas, u�lizando um local que apenas os bezerros conseguem passar. Isso melhora o desenvolvimento do bezerro, pois eles se ingerem um alimento de alta qualidade, e até a a�vidade reprodu�va da vaca, pois eles mamam com menos frequência. O animal pode ficar meio viciado em concentrado, caso mude para um pasto sem concentrado algum, ele pode perder peso acentuadamente. ● “Creep grazing” É semelhante ao Creep feeding , mas é voltado para o consumo de volumoso, pasto, mas de al�ssima qualidade, superior ao do resto do pasto. ● Controle de desenvolvimento ponderal A massa óssea cresce pouco e logo segue constante. Já a massa muscular começa discreta, mas cresce rapidamente, chegando na puberdade desacelera um pouco e entra em constância na maturidade. A massa de gordura é semelhante a massa muscular, só que o crescimento cresce após a puberdade. É bem explorado esse controle de desenvolvimento ponderal no manejo nutricional, pois foca-se inicialmente na u�lização de recursos para as massas ósseas e musculares e depois da puberdade esses recursos já não são mais necessários na mesma quan�dade elevada (Proteína elevada -> Proteína mais baixa). O importante é manter um ganho de peso regular e evitar o ‘efeito sanfona’, pois isso prejudica o desenvolvimento dos animais. ● Vacinações, vermifugações, combate a ectoparasitas, etc. Outras cadeiras... ● Desmame 6 a 7 meses; 205 dias mais ou menos.
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