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Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades Apresentação Pensar em formas de gestão de resíduos e em maneiras de diminuir o impacto do lixo produzido, por meio da aplicação de pesquisas e metodologias é atribuição do Engenheiro Ambiental. Do mesmo modo, esse profissional deve conhecer os aspectos específicos que caracterizam o lixo e os resíduos, além de ter domínio da legislação e de sua aplicabilidade. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá que o Engenheiro Ambiental deve saber detectar situações de má gestão do Resíduo Sólido Urbano (RSU) e os consequentes impactos — ambientais e sociais — manifestados na existência ou persistência dos lixões; ele também deve ser capaz de pensar maneiras de resolver esse problema. Você conhecerá as boas práticas na gestão e gerenciamento de resíduos nas cidades, bem como identificará e aplicará as novas tecnologias. Serão trabalhados, ainda, os principais conceitos envolvendo as definições de lixo, seus tipos e origens, e os conceitos estabelecidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) . Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever como ocorre a gestão dos resíduos nas grandes cidades.• Reconhecer os impactos ambientais e sociais dos lixões.• Identificar boas práticas na gestão de resíduos nas cidades.• Desafio É sabido que o Engenheiro Ambiental deve conhecer não só o que caracteriza o lixo, mas também toda a legislação que envolve a destinação correta dos resíduos, buscando menor impacto social e ambiental. A gestão correta do lixo auxilia na diminuição desses impactos, assim como o uso de tecnologias e iniciativas que busquem melhorar o destino do lixo. Sabendo das habilidades e competências de um Engenheiro Ambiental, determinada empresa, que faz recolhimento e descarte de lixo, procura uma firma de engenharia, buscando assessoria. Com base nas expectativas do contratante e nos aspectos da personalidade profissional do Engenheiro Ambiental, elabore um plano de ação que relacione as ações a serem tomadas. Infográfico O modelo de gestão de resíduos sólidos, adaptado às novas prioridades da política ambiental, mostra que o fluxo de material não é mais linear: entre a extração dos recursos naturais e a disposição final há uma reação de redução e estabilização entre esses dois pontos, bem como em relação ao consumo, pela adoção do consumo inteligente. Todas as etapas são reativas, com seu fluxo regulado pela demanda da etapa seguinte, evitando acúmulo e desperdício. A reciclagem de embalagens e componentes oriundos da distribuição e consumo, seja pelo uso ou pela devolução, reflete diretamente na utilização de matéria-prima, da mesma forma que a reutilização. Além disso, o impacto ambiental e socioeconômico é reduzido, pois a organização para a coleta seletiva nas cadeias de retorno cria condições para a sustentabilidade. Neste Infográfico, veja como funciona esse modelo de gestão e suas etapas, assim como os componentes que o formam. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/86a10ab4-1af4-4416-b57d-73be24bd4587/7db28b08-b9e4-4e53-945e-159312f01014.jpg Conteúdo do livro Conhecer as características do que é considerado lixo, assim como os modelos de gestão de resíduos passíveis de serem aplicados e o impacto que os lixões causam ao meio ambiente e aos seres humanos, é parte essencial do trabalho do Engenheiro Ambiental. No capítulo Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades, da obra Meio ambiente, você verá os tipos existentes de lixo e suas origens, e como deveria ser a sua gestão nas grandes cidades. Serão analisadas as definições dadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e suas aplicações práticas. Partindo de uma reflexão sobre a má gestão do lixo, serão caracterizados os possíveis impactos ambientais e sociais dos lixões, verificando de que maneira esses impactos podem ser mitigados. O capítulo também foca em identificar boas práticas na gestão de resíduos nas cidades, examinando tecnologias e iniciativas nesse sentido. MEIO AMBIENTE Anderson Pires Revisão técnica: Vanessa de Souza Machado Mestre e Doutora em Ciências Graduada em Ciências Biológicas Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147 M499 Meio ambiente [recurso eletrônico] / Ronei Tiago Stein ... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018. ISBN 978-85-9502-573-8 Engenharia de produção. 2. Meio ambiente. I. Stein, Ronei Tiago. CDU 502 Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever como ocorre a gestão dos resíduos nas grandes cidades. � Reconhecer os impactos ambientais e sociais dos lixões. � Identificar boas práticas na gestão de resíduos nas cidades. Introdução O engenheiro ambiental, por formação, deve ter conhecimentos pro- fundos sobre o que chamamos de “lixo”: tipos, origens, tratamentos e destinação. Da mesma forma, esse profissional deve estar apto a desen- volver pesquisas e experimentar novas metodologias, exercitando sua capacidade em gestão de projetos. Na primeira sessão deste capítulo, definiremos “lixo”, caracterizando os tipos existentes e suas origens. Trataremos, igualmente, de como deve ser sua gestão nas grandes cidades; para tanto, analisaremos a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Na segunda parte, partindo de uma reflexão sobre a má gestão do lixo, vamos caracterizar os impactos ambientais e sociais dos lixões, discutindo as maneiras pelas quais podem ser mitigados. Finalmente, vamos identificar boas práticas na gestão de resíduos nas cidades, examinando diferentes tecnologias e iniciativas. Gestão do lixo nas grandes cidades Progressivamente, na medida em que a humanidade se tornou urbana, mais bens de consumo passaram a ser produzidos. Em consequência, aumentou também a produção de lixo. Mas, afinal, como poderíamos definir lixo? O artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, afirma que todo brasileiro tem direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado (BRASIL, 1988); a existência de lixo fora do local correto fere esse direito. Há uma confusão “semântica” entre resíduo e rejeito: muitas vezes o termo resíduo é utilizado como uma forma polida de chamar o lixo. Resíduo, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS — Lei nº 12.305/ 2010) é toda substância resultante fora do contexto ecológico, ou que não seja consumido, ou que crie uma desarmonia entre o fluxo dos elementos nos sistemas ecológicos (BRASIL, 2010a). Em outas palavras, é o “resto”, a “sobra”. Entretanto, ainda pode ser reaproveitado ou reciclado. Se resíduo possui sentido técnico, lixo tem um sentido comercial, e rejeito é o que não pode ser reciclado ou reaproveitado, seja por carência tecnológica ou custo. De qualquer maneira, o rejeito necessita de uma “disposição final ambientalmente adequada” (BRASIL, 2010a, documento on-line). Outra confusão ocorre entre gestão e gerenciamento de resíduos entre os setores público e privado: gestão é integrada, um conjunto de ações e planeja- mentos políticos, socioeconômicos, culturais e ambientais, de responsabilidade do município (conforme a PNRS); gerenciamento, por sua vez, é o conjunto de ações feitas pelo setor privado e pelas instituições com os resíduos gerados. O artigo 3 da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA, Lei nº 6.938/81) traz o conceito de poluente, que é uma forma de matéria ou energia que conta- mine o meio ambiente com algo que não lhe seja próprio (BRASIL, 1981); da forma em que se apresenta, é prejudicial. Esse conceito refere-se a substâncias sólidas, líquidas, gasosas, e o lixo está no meio disso. Popularmente, nos re- ferimosao lixo como resíduo sólido, ou quase, pois definimos resíduo sólido como lixo, refugo, lodo, lamas e borras resultantes de atividades humanas de origem doméstica, profissional, agrícola, industrial, nuclear ou de serviço, ou seja, naturalmente já separamos lixo em uma categoria de resíduo sólido. Esse conceito, sendo analisado em conjunto com a NBR n. 10.004/2004 (AS- SOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004) nos informa que resíduos sólidos e semissólidos são originados das atividades industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Conforme o artigo 13 da PNRS, os resíduos sólidos podem ser classificados quanto ao tipo, à origem e à periculosidade (BRASIL, 2010a). Os resíduos sólidos urbanos (RSU) podem ser orgânicos, como restos de alimentos, de podas de jardim, papel e madeira, ou inorgânicos, como plástico, vidro, me- tal, borracha e outros. Os RSU, quanto à origem, englobam os domiciliares, originários de atividades domésticas em residências urbanas e os de limpeza urbana, da varrição, limpeza das vias públicas e outros serviços. Os resíduos Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades2 de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços englobam também os de limpeza urbana, dos serviços públicos de saneamento básico, de serviços de saúde, da construção civil e de serviços de transportes. Há ainda os resíduos industriais, resíduos agrossilvopastoris e os resíduos de mineração, gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios. O foco deste capítulo são os RSU, os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços e os resíduos industriais, que são os mais impactantes nas cidades. Quanto à periculosidade, temos, ainda, os resíduos perigosos, que de alguma forma apresentam risco significativo à saúde pública ou à qualidade ambiental, e os não perigosos. Após a publicação da PNRS, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) publicou a Lista Brasileira de Resíduos Sólidos (Instrução Normativa IBAMA 13/2012), elencando os resíduos sólidos no Brasil (INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS, 2012). A Lei do Saneamento Básico (11.445/2007) definiu melhor RSU (BRASIL, 2007a), adicionando aos atuais resíduos domiciliares e resíduos de limpeza urbana, o lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços que o gerador não é capaz de manejar — um conceito mais amplo. Analisando os RSU sob o ponto de vista da periculosidade, importantes aspectos da vida na cidade chamam nossa atenção: colocamos no lixo me- dicamentos vencidos, pilhas, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, restos de tintas, solventes, aerossóis, e outros materiais que contêm substâncias químicas nocivas ao meio ambiente. Esses resíduos têm normas específicas de descarte, desconhecidas da grande maioria da população. Outro ponto é interessante diz respeito ao lixo eletrônico. Apesar de o lixo urbano ainda ser, em maior proporção, composto por materiais orgânicos, a quantidade de papel e material de embalagem (metais, plásticos e papelão), pilhas, óleo lubrificante usado (OLU), restos de tinta e outros aumentou bastante, e tende a aumentar cada vez mais. A isso soma-se o que foi denominado o lixo eletrônico, composto por computadores, telefones celulares, televisores e monitores de computador que tomam um destino errado, ocupando espaço e contaminando o meio ambiente com metais pesados presentes nas peças e componentes desses produtos. Mercúrio, chumbo, cádmio e níquel são cumulativos nos tecidos vivos, e seus efeitos a longo prazo são desconhecidos, pois ainda não há “um longo prazo”. Os fatos já conhecidos nos mostram que devemos tomar medidas urgentes a respeito dessa realidade. 3Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades Embora os pneus usados sejam classificados como inertes, são resíduos indesejáveis, ambientalmente falando, devido a sua grande quantidade: cerca de 21 milhões de pneus de todos os tipos são descartados anualmente no Brasil, segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. Mecanicamente, nos lixões e pátios, os pneus acumulam água e funcionam como uma incubadora de mosquitos vetores da malária, da dengue, das febres amarela e chikungunya e da zyka. Acumulam-se também no fundo de rios e lagos, contribuindo para enchentes. Quando queimados, produzem fumaça muito tóxica por causa da presença de dioxinas e furanos. Pelo que vimos, o problema maior diz respeito à gestão inadequada dos RSU, já que esta é a mais visível e volumosa. Se considerarmos o lixo com respeito ao estado físico, as emissões líquidas (inclusive as “pastosas”) e gasosas são de mais difícil detecção. Entretanto, há, para estas, medidas específicas a se tomar. Em se tratando de RSU, a PNRS (BRASIL, 2010a) propôs instrumentos de gestão significativos para o combate de problemas ambientais importantes, bem como seus reflexos sociais e econômicos. A PNRS inseriu hábitos de consumo sustentável e ressignificou o termo “lixo”, com implementação da reciclagem e reuso dos RSU, subtraindo desse conceito negativo materiais que são matéria prima em potencial, além de pressionar para a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, come- çando pela separação do lixo. Instituiu o que se chamou de “responsabilidade compartilhada” (BRASIL, 2010a, documento on-line) do gerador de RSU com a comunidade e o prestador de serviço de Logística Reversa dos resíduos e embalagens. Também criou metas para a eliminação dos lixões, problema que estudaremos na sessão seguinte, fornecendo instrumentos de planejamento e gestão para diversas esferas de governo. Por fim, tornou obrigatória para a iniciativa privada a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). A Lei modernizou os saberes da gestão de resíduos sólidos e trouxe novas ferramentas de gestão para a legislação ambiental. A gestão integrada dos resíduos sólidos de serviços de saúde, da construção civil, de mineração, de portos, aeroportos e fronteiras, industriais e agros- silvopastoris, reúne as ações voltadas a encontrar soluções para os resíduos sólidos, com planos nacional, estaduais, microrregionais, intermunicipais, municipais e de gerenciamento. Os planos de gestão dos governos federal, estaduais e municipais passaram a tratar de assuntos relativos à coleta seletiva, Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades4 reciclagem, inclusão social e participação da sociedade civil. A PNRS (BRA- SIL, 2010a) instituiu a responsabilidade compartilhada de toda a sociedade na gestão de RSU, com o objetivo de reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais, e incentivar o desenvolvimento de mercados e a produção e consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis. Ademais, a logística reversa mobiliza a sociedade na responsabilização da destinação ambientalmente adequada dos RSU, estimulando o recolhimento de produtos e embalagens após seu consumo e o reaproveitamento, no mesmo ciclo produtivo ou em outros. Com base nesses preceitos, o Ministério do Meio Ambiente criou a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), um programa para estimular os órgãos públicos à sustentabilidade. A A3P visa à eficiência na atividade pública e à preservação do meio ambiente (MINISTÉRIO DO MEIO AM- BIENTE, 2009). Estrutura-se segundo seis eixos: uso dos recursos naturais; qualidade de vida no ambiente de trabalho; sensibilização dos servidores para a sustentabilidade; compras sustentáveis; construções sustentáveis; e gestão de resíduos sólidos. Para auxiliar os órgãos a atingirem esses objetivos, conta com capacitações mais aprofundadas, mobilizações para apresentar os conceitos da A3P e exposições instrutivas. A PNRS proibiu o descarte de rejeito em “lixões” e limitou a ação de catadores. Este movimento visoua preservação do meio ambiente e a inserção dos catadores na cadeia da reciclagem, para promover a cidadania e inclusão social com geração de emprego e renda. Engenheiro ambiental usa entulho como base em obras civis A iniciativa de um engenheiro ambiental em Ribeirão Preto (SP) criou uma maneira vantajosa de usar o material reciclado proveniente da construção civil. Ele utilizou material proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil, livre de impurezas, no lugar da brita, com dimensão máxima recomendada para esse tipo de aplicação, dentro das normas da ABNT vigentes. O investimento foi feito em parceria com o proprietário de um aterro e um empresário. Já existem outros projetos com a utilização de material reciclado destinado a calçadas e estradas rurais (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS AMBIENTAIS, 2015). Leia mais sobre a experiência acessando o link a seguir. https://goo.gl/Fq8F8Z 5Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades O impacto dos lixões “Lixão” é um local legalizado, usado pelo poder público, geralmente Muni- cipal, para depositar o RSU gerado pela comunidade. Entretanto, o descarte de materiais nesse local é feito de maneira não normatizada, sem condições sanitárias adequadas. Essa é uma definição pragmática, pois define o “depósito de lixo” para onde vai todo o RSU coletados pelo serviço de coleta pública sob responsabilidade do poder público. Salienta-se, contudo, que tanto o serviço de depósito e suas implicações, quanto os serviços de coleta podem ser concedidos à iniciativa privada. O poder público parece ignorar a relevância do impacto causado pelos lixões, pois muitos municípios ainda mantêm esses espaços para disposição dos resíduos produzidos nas cidades. Esse fato motiva forte discussão nas esferas ambientais, sociais e econômicas. Muitos “lixões” são irregulares, pois não possuem licença ambiental nem acompanhamento ou gestão do que está sendo depositado em seu interior. Misturam resíduos domiciliares orgânicos e inorgânicos, resíduos de varrição de praças e logradouros, resíduos perigosos, resíduos hospitalares e resíduos da construção civil, entre outros. Oficialmente, não existem desde 2014, quando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) determinou seu fechamento (BRASIL, 2010a). Porém, muitos municípios brasileiros ainda contam com lixões ativos. Para entender o impacto dos lixões, é necessário estudar as mudanças ecológi- cas, sociais, culturais e estéticas que ocorrem no local e em seu entorno, que são a área diretamente afetada (ADA), onde está implantado o empreendimento, a área de influência direta (AID), que é o entorno imediato, a vizinhança e a área de influência indireta (AII), que é a área que é afetada em menor grau. O impacto ambiental deve ser caracterizado, identificando o dano causado e seu autor, bem como a extensão e a efetividade. O maior prejuízo se dá em relação às características ambiental, social, sanitária e econômica. Ambiental- mente, os lixões impactam descaracterizando totalmente a paisagem natural, contaminando as águas e o solo. Quanto a este, diminuem a qualidade, seja da impermeabilização ou da ação de microrganismos. Outro fator a ser con- siderado é a supressão da vegetação e a atração de espécies exóticas. Lixões são locais insalubres cuja farta oferta de matéria orgânica atrai todo o tipo de vetor, como ratos, baratas, mosquitos, bactérias e vírus, que são responsáveis pela transmissão de várias doenças como leptospirose, dengue, cólera, diarreia, febre tifoide e verminoses. Esse panorama agrava-se pela falta de renda e posses dos catadores, que vivem à margem da sociedade e Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades6 dos serviços de saúde. O problema social se amplia pela própria exclusão, pois catadores são rotulados como pessoas sem posses e que se alimentam do próprio lixo, o que, em muitas situações, é verdade. Pela imensa quantidade de material descartado sem qualquer critério ou triagem, os lixões também caracterizam um sumidouro de materiais poten- cialmente reutilizáveis, que gerariam uma economia de recursos ambientais, por assim dizer, e uma grande economia social, ou seja, uma possibilidade de renda para os desfavorecidos do local. Relativamente ao porte dos lixões, as áreas de influência podem se tornar imensas, atingindo municípios vizinhos com maus odores, fumaças resultantes da queima de resíduos, e lixiviados (chorumes). O impacto econômico de um lixão é complexo, composto por ocorrências diretas e indiretas impossíveis de rastrear, como o gasto com consultas e internações de cidadãos (custo direto) e a improdutividade nestes dias (custo indireto). O Brasil tem cerca de 3 mil lixões ou aterros irregulares. Mesmo após a lei que visou a acabar com a prática de lixões, eles operam fortemente. Alguns funcionam, inclusive, com aval do serviço público, impactando a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros. As perguntas que devemos nos fazer são: Quando os lixões forem eliminados, como prevê o PNRS, todas as cidades vão apresentar planos de gestão integrada de resíduos? A taxa de reciclagem vai aumentar? Os catadores estarão incluídos no processo? A PNRS (BRASIL, 2010a) pune quem deposita produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente ou os usa, manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final de forma diversa da normatizada. A consequência da incerteza quanto ao que pode ser encontrado em um lixão é clara: o Brasil gasta cerca de R$ 800 milhões por ano em doenças relacionadas ao lixo. Obviamente, as principais vítimas são os catadores de materiais recicláveis e as populações vizinhas desses locais — principalmente as crianças. A sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. As prefeituras recla- mam que não possuem recursos para se adequar à lei, acabar com os lixões e implantar a coleta seletiva e as usinas de reciclagem e compostagem do material orgânico. O valor necessário é o mesmo que os municípios arrecadam. Entretanto, muitos não se organizam para usar os recursos destinados a isso pelo BNDES ou convênios internacionais. Pesquisas recentes indicam que pouco mais da metade dos municípios trata o lixo de alguma forma, mesmo que inadequada. 7Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades Como vimos, os resíduos são encaminhados para o lixão, que é um local a céu aberto, com materiais descartados de qualquer maneira e sem tratamento. Isso causa problemas ambientais como a poluição das águas subterrâneas e cursos d’água vizinhos, proliferação de animais parasitas e odores de fer- mentação, que são a origem do chorume, concentrado em metais, bactérias e matéria orgânica. O chorume contamina o solo e a água subterrânea e super- ficial. Necessita de grande volume de oxigênio para a decomposição, o que sequestra da fauna aquática, causando sua morte. Quando presente no lençol freático, o chorume causa forte impacto na saúde pública. Em suma, é muito mais danoso que o esgoto urbano, além de ser de mais difícil tratamento. Se fossem seguidas as normas específicas de disposição ambientalmente correta do lixo, teríamos aterros sanitários, onde se depositam RSU com controle da poluição e proteção ao meio ambiente. Aterros são equipados com tratores compactadores. Após a compactação, o lixo é coberto com areia, para diminuir odores, evitar incêndios e reduzir a população de insetos e roedores. Mesmo com a coleta e o tratamento do chorume, é importante que uma distância mínima de 400m de qualquer curso d’água seja mantida. Uma questão relevante quanto ao lixo diz respeito ao desperdício que a má gestão acarreta. Se analisarmos cuidadosamente, nosso lixo doméstico é 2/3 biodegradável, sendo o restante papel, plástico, vidro e metal. Deste modo, o que não pode ser compostado, pode reentrar no ciclo produtivo. No cenário atual, principalmenteno Brasil, é muito difícil garantir destinação adequada para os resíduos. Isso tem duas razões principais: a geração do lixo, que é incorreta, sem separação; a falta de locais adequados à sua des- tinação, dada a situação dos lixões. Outra questão relevante é que esse 1/3 de material não-biodegradável ocupa um grande espaço, sendo causador do problema “visível” do lixão: o tamanho, que se expande em grande velocidade. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) de 2008 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2008), foram coletadas quase 260 mil toneladas de RSU por dia. Esses rejeitos, ademais, atraem populações em situação socialmente vulnerável, que acabam estabelecendo comunidades de catadores no entorno dos lixões, com as mazelas que discutimos anteriormente. O problema “invisível” é causado, em parte, pelos 2/3 de material com- postável: por ser contaminado, esse material causa doenças debilitantes e até fatais, com impacto na saúde pública. Por se tratar de alimento, atrai animais conurbados — aqueles que vivem conosco, beneficiando-se do que lhes for- necemos. Esses animais transmitem doenças e, novamente, geram impacto na Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades8 saúde pública. Ademais, eles acabam entrando em decomposição descontrolada ali mesmo, gerando o chorume que contamina águas subterrâneas e causa impacto na saúde pública. Misturados a esses componentes, temos no lixão materiais que não deve- riam estar ali — pilhas, termômetros, eletrônicos, medicamentos, etc. Eles contaminam o solo pelo contato ou pela lixiviação, usando o chorume como veículo. Essa geração deste tipo de lixo é proporcional ao desenvolvimento e ao crescimento do poder aquisitivo. Também é resultado da falta de educação, que ocasiona o descarte irregular e não separado de eletrônicos! A falta de educação causa cada vez mais distanciamento social e impactos socioeconô- micos, pois se reflete na destinação social do solo, causadora da especulação imobiliária. Portanto, quanto menor for a educação, haverá menos separação e mais lixo, catadores, segregação social, gastos com saúde pública, crimina- lidade e degradação ambiental. Sabemos que há uma tendência de crescimento populacional e de aumento da industrialização e produção. Haverá, portanto, aumento da geração de resíduos, com seu impacto ambiental concomitante. Sem uma atitude, poderemos colaborar com a inesgotabilidade do resíduo. Além disso, a degradação ambiental será irreversível se não houver uma conscientização. O engenheiro ambiental, por vocação, deve se colocar como um agente dessa transformação. A disposição inadequada dos RSU (Figura 1), pelo ponto de vista sanitário, é responsável pela proliferação de vetores e pela incubação das doenças nas comunidades vivas. Pelo ponto de vista ambiental, essa disposição é altamente impactante e causadora de degradação. Além do que já foi exposto, devemos destacar as emissões atmosféricas de gases do efeito estufa, causados pela incineração espontânea e pelo metano gerado da decomposição não monitorada, vilão da degradação da camada de ozônio. Pelo ponto de vista social, os lixões são igualmente graves, pela segre- gação causada, pelo impacto na saúde pública e pelas condições desumanas de vida. 9Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades Figura 1. Caminhões descartando RSU em um “lixão”. Solução de grave impacto ambiental e socioeconômico. Fonte: Gorlov-KV/Shutterstock.com. Você ouviu falar sobre o acidente nuclear de Goiânia (GO)? Em setembro de 1987, um equipamento de radioterapia abandonado foi levado a um ferro-velho. Ao ser aberto, as pessoas foram expostas a um material brilhante e bonito! Só que esse material era Césio radioativo, o isótopo Ce137. Além das quatro pessoas que morreram por síndrome de radiação aguda, entre elas a menina Leide, sobrinha do dono do ferro-velho, mais de 40 famílias foram atingidas. Hoje, vizinhos e trabalhadores que atuaram no acidente também se tornaram vítimas, sendo que 1.100 pessoas foram atendidas no Centro de Assistência aos radioacidentados (CARA). Foram concedidas pelo governo 751 pensões, até agora. Foram 93 g de cloreto de césio que geraram 3.500 m³ de resíduos, levados para uma unidade do CNEN em Abadia de Goiás (GO). Essa tragédia poderia ter sido evitada por uma gestão de resíduos bem feita. Na situação atual do País, um acidente semelhante pode ocorrer a qualquer momento. Leia mais sobre essa notícia acessando o link a seguir (GUIMARÃES; BONALUME NETO, 2017). https://goo.gl/48k7d2 No link a seguir, veja o acompanhamento dado pelo Governo do Estado de Goiás (GOVERNO DE GOIÁS, [201?]): https://goo.gl/HjpGh5 Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades10 Há gestão de resíduos acontecendo de maneira correta nas cidades? Atualmente, estamos em desvantagem. Quando se fala no quadro institucional, observamos que muitas prefeituras municipais não agiram, alegando falta de recursos financeiros e técnicos. Existem várias causas para essa imobilidade, que não discutiremos. Entretanto, se considerarmos as Leis do Saneamento Básico (11.445/2007) (BRASIL, 2007a) e de Consórcios Públicos (11.107/2005) (BRASIL, 2005) e seus decretos de regulamentação (7217/2010 e 6.017/2007) (BRASIL, 2010b; 2007b), constatamos que há jurisprudência para achar solu- ções, e que projetos existem. Portanto, estabelecer parcerias com segmentos interessados é possível e viável. Ainda assim, há a possibilidade de intercâmbio com outros estados e municípios, possibilidade pouco explorada. E muito se faz, por vontade política, sem planejamento; sem a ação de um profissional apto, como um engenheiro ambiental. A PNRS (BRASIL, 2010a) define gerenciamento de resíduos sólidos como o conjunto de ações exercidas em todas as etapas desde a coleta até a disposi- ção final ambientalmente adequada que sigam um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou, pelo menos, um plano de gerenciamento de resíduos sólidos. Da mesma forma, define gestão integrada de resíduos sólidos como o conjunto de ações voltadas para resolver a situação dos RSU, considerando “as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social” (BRASIL, 2010a, documento on-line) e buscando o desenvolvimento susten- tável. Além disso, o gerenciamento de resíduos sólidos tem forte componente na inovação tecnológica e na operacionalidade das etapas envolvidas. Deve se voltar a criação de condições de trabalho para os catadores dos “lixões”, em conjunto com municípios. Devemos buscar um modelo de gestão dos resíduos urbanos socialmente integrada, fundamentado também em alternativas de tratamento e valorização dos resíduos voltados a redução dos impactos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Essas estratégias aplicadas ao desenvolvi- mento de modelos de gestão de RSU devem estar fundamentadas na redução do consumo, no reuso e/ou na reciclagem, na compostagem e na disposição final ambientalmente adequada. Alternativamente, se pode discutir a incineração como alternativa à disposição de boa parte dos resíduos, antes de dispô-los em aterros sanitários, com o benefício da geração de energia. Um exemplo aplicável é dado pelos órgãos públicos que adotaram a A3P (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009) e o Decreto nº 5.940/2006 (BRASIL, 2006), que permite formar “Comissões para a Coleta Seletiva” nos órgãos. Essas comissões possuem o objetivo de coordenar a separação e a 11Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades destinação dos resíduos para catadores organizados em associações e coopera- tivas. Esses órgãos públicos contribuem diretamente para a redução do envio de resíduos sólidos para o “lixo” e para a inclusão social dessas comunidades socialmente vulneráveis. Apresentam ao Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo (Decreto nº 7.405/2010) (BRASIL, 2010c) rela- tórios semestrais de processo. Esse decreto,em particular, embasa a inclusão produtiva das pessoas por meio do projeto Coleta Seletiva Solidária (BRASIL, 2010c), criando uma cultura institucional de gestão dos resíduos, parte da A3P. Outro ganho importante dessa iniciativa são as ações de capacitação, formação técnica e assessoria, incubação de cooperativas e de empreendimentos sociais, e incentivo a pesquisas voltados ao desenvolvimento de tecnologias de reci- clagem (Figura 2). O motivo é claro: os catadores de materiais recicláveis só são um problema social e ambiental se desvalorizados e desprezados, pois, na realidade, são agentes de transformação ambiental cuja atuação tem impacto direto no volume de lixo coletado e destinado incorretamente, trazendo fôlego aterros sanitários. Da mesma forma, são parte importante da cadeia produtiva, pois geram bens e serviços. A atividade de reciclagem, quando organizada, é uma alternativa de inclusão social para os catadores, pois configura uma oportunidade de ingressar em um mercado formal de trabalho, até mesmo dentro dos moldes do empreendedorismo. Garantem, assim, a subsistência de profissionais, com a revenda e processamento do material reciclável. Em suma, o gerenciamento integrado do “lixo” significa uma abordagem social, técnica e operacional do sistema de limpeza urbana. A população atua fortemente como agente transformador quando se fala na sanidade ambiental. No gerenciamento de resíduos sólidos, deve-se considerar não gerar lixo, ou pelo menos reduzir o lixo gerado. Isso implica na otimização dos processos produtivos, visando a levar às pessoas bens de consumo com o mínimo de oportunidades de gerar resíduos, ou seja, “buscar a meta de resíduo zero na produção”, como o faz a Alemanha, por exemplo. Isso significa, para o consumidor, a educação para o consumo consciente, com o objetivo de não gerar excedentes; para o governo, significa estimular a produção de bens com desmonte facilitado e dar incentivos fiscais a empresas recicladoras. O governo deve, ainda, agir nas escolas, nos níveis fundamental e médio, por meio de educação ambiental, buscando criar uma cultura do consumo consciente, da resis- tência às técnicas de marketing que induzem ao consumo e do conhecimento sobre formação de preço e valor agregado; além, é claro, da propagação do conhecimento sobre redução de “lixo”, disposição correta e reciclagem/reuso. Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades12 Figura 2. Paiol de reciclagem organizado em Piracicaba (SP): organização da produtividade e resgate da dignidade do catador. Fonte: Alf Ribeiro/Shutterstock.com. Um conceito pronto para esse fim, que traz a vantagem da aceitação cole- tiva e normalização das culturas, é a política dos cinco “R”, que educa para a redução do consumo, o reuso e a reciclagem: reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar e recusar-se a consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos. Cada termo se autoexplica de forma inteligente. O objetivo explícito é induzir no cidadão a reflexão que leve à redução do consumo exagerado e do desperdício. Destaca-se que a reciclagem já é praticada por indústrias de papel, vidro, plástico ou metal de reuso, entre outros, em suas linhas de produção. Tais empresas ganham no marketing associado ao quinto “R”, pois podem usar símbolos padronizados para a rotulagem ambiental, que facilitem a identificação e a separação dos materiais, induzindo a preferência do consumidor. Com a política dos cinco “R”, ganha-se com a redução na extração de recursos naturais, dos resíduos nos aterros (aumentando da sua vida útil) e do custo de tratamento. Reduz-se, também, o uso de energia, e ainda se ganha com a intensificação da economia local de reciclagem. 13Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades Podemos identificar uma evolução no gerenciamento integrado de resíduos sólidos, em três etapas, que começaram nos países desenvolvidos e hoje se expandem para o resto do planeta. Até o final da década de 1960 e início da década seguinte, os RSU eram compostos majoritariamente por lixo orgânico, que era coletado e transportado até lixões, obedecendo a critérios pragmáticos como a localização — estar longe da cidade ou local de fácil aterramento. Não havia preocupação ambiental de qualquer tipo, como o esgotamento de recursos, do espaço nos lixões, do impacto ambiental — infelizmente, muitos municípios ainda seguem este modelo. A segunda etapa da evolução dos modelos de gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos começa com a Conferência das Nações Unidas de Estocolmo Sobre Meio Ambiente Humano, em 1972. Algumas nações se deram conta das ameaças do progresso descuidado, como a desertificação, a destruição da camada de ozônio, o efeito estufa e a redução da agua po- tável. Além da água, veio a consciência de que outros recursos naturais são limitados. Concomitantemente, houve o despertar para um mundo empático, onde se valoriza a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento equitativo (oportunidades iguais para todos). Na metade da década de 1970, uma reunião da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) falou pela primeira vez em gerenciamento de resíduos sólidos com redução da geração de resíduos, reciclagem, incineração para geração de energia e, por último, disposição dos resíduos em aterros sanitários. No final da década de 1980, entramos na terceira e atual etapa do processo evolutivo, quando a preocupação com a redução do volume de resíduos se torna constante, permeando todo o processo produtivo. Atualmente, podemos ver dois modelos de gestão/gerenciamento de resíduos sólidos: o convencional e o participativo, mais moderno. O modelo de gestão convencional é o adotado pela maioria dos municípios onde os serviços de limpeza urbana têm seu próprio modelo de gestão, com ou sem terceirização. O modelo de gestão participativa é caracterizado pela participação da comu- nidade, organizada em conselhos, para a elaboração do orçamento anual ou plurianual, junto ao poder público. Esse modelo leva as sugestões em consi- deração e as aplicam nos serviços de limpeza urbana, buscando solucionar os problemas apontados. Comumente, encontra-se nestes dois modelos um compartilhamento entre os municípios de etapa final da Gestão de Resíduos Sólidos, que se denomina Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades14 Compartilhada, onde, independente do modelo de gestão adotado, o envio ocorre para um local comum. Temos esse modelo no Rio Grande do Sul, onde o RSU é enviado pelos municípios para os aterros sanitários da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), nas cidades de Giruá, Minas do Leão (o maior), Santa Maria, São Leopoldo e Victor Graeff. A CRVR foca na destinação final e geração de valor do RSU, oferecendo soluções integradas de tratamento por meio de práticas inovadoras, sustentáveis e ambientalmente seguras. Esses aterros sanitários possuem unidades de triagem que separam os resíduos recicláveis, para reaproveitamento e retorno ao ciclo produtivo. O efeito é a diminuição do volume destinado e aumento da vida útil. Cada aterro sanitário tem uma estação de tratamento de efluentes pelo método biológico, com filtros biológicos, lagoa aerada, lagoas facultativas e banhados construídos ou pelo método físico-químico com nanofiltração, osmose reserva e tratamento externo. O exemplo de que a inovação pode ser feita está na implantação de sistema de captura e oxidação térmica do biogás gerado na unidade de Minas do Leão/RS, tecnologia aprovada pela ONU, incluída no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto. Lá, 98% do metano do biogás é destruído, o que corresponde a 400 mil toneladas equivalentes de gás carbônico (CO2) por ano. O metano é 25 vezes danoso à camada de ozônio que o CO2. A queima do biogás ocorre em uma unidade de geração de energia com potência de 8,5 MW, atendendo uma população de aproximadamente100 mil habitantes. Atualmente, mais sistemas estão em desenvolvimento para a implantação de mais duas Unidades de Valorização Energética, nas Centrais de São Leopoldo e Santa Maria. Cidade lixo zero! Em 2017, em relatório publicado pelo Serviço de Estatística da União Europeia (Eu- rostat), constava a seguinte notícia: a Itália obteve a maior porcentagem de reciclagem da União Europeia. A marca alcançada foi 76,9%, o que demonstra que, com vontade pública, é possível atingir metas de reciclagem. 50% dos RSU do país são reciclados. A Itália adota um sistema porta a porta de coleta, usando saquinhos recicláveis que atraem a população para a prática. As multas também colaboram com essa adesão. Em Milão, que é uma metrópole, até o lixo de cozinha é reciclado. Isso é tão exemplar que outras cidades estão buscando esse modelo para aplicação, como Paris, Barcelona e Nova Iorque. 15Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades 1. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Política Nacional do Meio Ambiente e a Lei do Saneamento Básico (junto com instruções normativas e decretos) definem lixo, resíduo, rejeito e resíduo sólido urbano (RSU). Analise as afirmações e assinale a alternativa correta. a) Os resíduos sólidos, quando classificados como orgânicos, incluem material de origem biológica (p. ex., restos de alimentos, papel e madeira) ou de origem orgânica (p. ex., plástico e borracha). b) Resíduo é o que não pode ser reciclado ou reaproveitado, seja por carência tecnológica ou custo, mas, de qualquer forma, necessita de uma “disposição final ambientalmente adequada”. c) O lixo eletrônico se tornou um problema por conta do grande volume representado pelos equipamentos descartados ao serem substituídos por novas tecnologias. Porém, a grande velocidade com que são feitos (sendo, basicamente, de plástico e metal) não apresenta riscos à saúde humana. d) A Lei do Saneamento Básico definiu RSU como o conjunto de resíduos domiciliares, resíduos de limpeza urbana, lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços que o gerador não possa manejar. e) Os pneus devem ter disposição adequada, pois podem causar graves incêndios; porém, por serem inertes, não interagem com os seres vivos. 2. Analise as afirmações e assinale a que condiz com a matéria da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e suas definições. a) A PNRS define o termo “lixo” e dá força de lei à reciclagem e ao reuso dos RSU, como fonte de matérias-primas, mas não versa sobre a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, uma vez que já era cumprida pela Lei do Saneamento Básico (nº 11.445/2007). b) Os planos de gestão dos governos federal, estaduais e municipais passaram a tratar de assuntos relativos à coleta seletiva, reciclagem, inclusão social e participação da sociedade civil. c) O gerador é responsável pelo RSU originado por seus produtos até que estes repassem para o consumidor, sendo o serviço de logística reversa de resíduos e embalagens uma fonte estimulada de lucro. d) Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) são ferramentas de gestão muito eficientes, principalmente como captadores de recursos financeiros, sendo facultativos para a iniciativa privada. e) A logística reversa mobiliza a sociedade na responsabilização do consumo inteligente através da devolução do Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades16 produto excedente adquirido, sendo o fabricante obrigado a aceitar esse excedente. 3. Oficialmente, os lixões não deveriam existir, pois a PNRS determinou o fechamento até 2014. No entanto, muitos municípios brasileiros ainda têm lixões ativos. Sobre esse tema, suas definições e particularidades, escolha a alternativa correta. a) Para entender o impacto dos lixões, é necessário estudar as mudanças ecológicas, sociais, culturais e estéticas que estejam ocorrendo na área diretamente afetada (ADA) onde está implantado o empreendimento, pois não há dispersão de efeitos. b) A área de influência direta (AID), que é a borda da pilha, é a área de maior impacto, pois recebe todo o chorume. c) A presença do lixo orgânico agrava o impacto socioeconômico do lixão pela falta de renda e posses dos catadores, os quais vivem à margem da sociedade e dos serviços de saúde. d) Área de influência indireta (AII) é a área afetada pelo impacto ambiental causado pelas comunidades em condições socioeconômicas precárias. e) Os lixões são um benefício para as comunidades do entorno, pois lhes dão condições de subsistência. 4. Pesquisas recentes indicam que pouco mais da metade dos municípios trata o lixo de alguma forma, mesmo que inadequada, propiciando a formação clandestina de lixões, que aumentam sem controle e causam graves consequências. Sobre esses impactos, marque a opção correta. a) Na água superficial, é necessário grande volume de oxigênio para a decomposição, que é sequestrado da fauna aquática, causando a morte. b) O chorume é gerado pela lavagem do lixo pela chuva e é um agente poluidor silencioso, inodoro, que turva o abastecimento de água. c) No lençol freático, causa forte impacto na saúde pública, mas não se compara ao impacto que o esgoto urbano causa. d) O principal prejuízo econômico do lixão está no desperdício de material potencialmente reutilizável. e) Devido ao forte sistema imunológico, os catadores e familiares sofrem menos com as doenças relacionadas à atividade do que o cidadão comum. 5. O problema do lixo urbano passa pela gestão correta e pelo gerenciamento eficiente, com metodologias que envolvem tecnologias clássicas e novos processos, bem como a inclusão socioeconômica das pessoas envolvidas. De acordo com as definições envolvidas nesse processo, assinale a alternativa correta. a) Gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações voltadas para resolver a situação dos RSU pelo poder público. b) A gestão integrada de resíduos sólidos é a gestão feita pelo poder público com a 17Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades participação da comunidade em assembleias organizadas pelos líderes comunitários. c) A incineração de resíduos é uma prática nefasta, pois, quando descontrolada, causa incêndios e, sob controle, causa grave impacto com suas emissões. d) “Comissões para a Coleta Seletiva” são organizações civis criadas para a divulgação da prática, estimulada pela PNMA. e) A atividade dos catadores é muito vantajosa e deve ser organizada, pois traz fôlego aos aterros sanitários e permite a recirculação do material reciclável. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos - classificação. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://www.vigilanciasanitaria. sc.gov.br/index.php/download/category/64-legislacao?download=433:nbr-10004>. Acesso em: 11 jul. 2018. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS AMBIENTAIS. Iniciativa de engenheiro ambiental dá destinação sustentável para resíduos da construção civil. Brasília, DF, 19 jun. 2015. Disponível em: <http://www.aneam.org.br/index.php/noticias/assuntos- técnicos/item/3953- iniciativa-de-engenheiro-ambiental-dá-destinação-sustentável- para-resíduos-da-construção>. Acesso em: 11 jul. 2018. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao. htm>. Acesso em: 11 jul. 2018. . Decreto n. 5.940, de 25 de outubro de 2006. Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos... Brasília, DF, 25 out. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5940. htm>. Acesso em: 12 jul. 2018. . Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007. Regulamenta a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Brasília, DF, 17 jan.2007b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6017.htm>. Acesso em: 12 jul. 2018. . Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências. Brasília, DF, 21 jun. 2010b. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7217.htm>. Acesso em: 12 jul. 2018. Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades18 . Decreto nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010. Institui o Programa Pró- -Catador... Brasília, DF, 23 dez. 2010c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7405.htm>. Acesso em: 12 jul. 2018. . Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF, 31 ago. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L6938compilada.htm>. Acesso em: 11 jul. 2018. . Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de con- tratação de consórcios públicos e dá outras providências. Brasília, DF, 06 abr. 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107. htm>. Acesso em: 12 jul. 2018. . Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico... Brasília, DF, 5 jan. 2007a. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 11 jul. 2018. . Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras pro- vidências. Brasília, DF, 2 ago. 2010a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 11 jul. 2018. GOVERNO DE GOIÁS. Sistema Único de Saúde. Secretaria de Estado da Saúde. CÉSIO 137 Goiania. Goiania, [201?]. Disponível em: <http://www.cesio137goiania.go.gov. br/>. Acesso em: 12 jul. 2018. GUIMARÃES, C; BONALUME NETO, R. Trinta anos depois do acidente em Goiânia, vítimas do césio ainda sofrem. Folha de São Paulo, São Paulo, 11 set. 2017. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2017/09/1917163-trinta-anos-depois-do- acidente-em-goiania-vitimas-do-cesio-ainda-sofrem.shtml>. Acesso em: 11 jul. 2018. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa nacional de saneamento básico 2008. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/presi- dencia/noticias/imprensa/ppts/0000000105.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2018. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁ- VEIS. Instrução normativa nº 13, de 18 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 245, seção 1, 20 dez. 2012. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/ phocadownload/emissoeseresiduos/residuos/ibama-lista-brasileira-de-residuos- solidos.xls>. Acesso em: 11 jul. 2018. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental. Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental. Agenda ambiental na administração pública. 5. ed. rev. e atual. Brasília, DF, 2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/cartilha_a3p_36.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2018. 19Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Ter um modelo de gestão dos resíduos que seja integrado e que esteja baseado em alternativas de tratamento e valorização dos resíduos é essencial para reduzir impactos para as pessoas e para o meio ambiente. As estratégias aplicadas devem ter como foco a redução do consumo, o reuso ou reciclagem, a compostagem e a disposição final ambientalmente adequada. Na Dica do Professor, você estudará a respeito da cadeia de reciclagem e as regras de separação correta, além de ter um apanhado geral sobre como ocorre a separação do lixo seco e a política dos 5 Rs do Ministério do Meio Ambiente. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6e9e98aa6353b8c5bbc5e62fc661f024 Exercícios 1) A Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Política Nacional do Meio Ambiente e a Lei do Saneamento Básico, juntamente com instruções normativas e decretos, definem lixo, resíduo, rejeito e Resíduo Sólido Urbano (RSU). Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta sobre o assunto. A) Os resíduos sólidos, quando classificados como orgânicos, incluem material de origem biológica (como restos de alimentos, papel e madeira) ou de origem orgânica (como plástico e borracha). B) Resíduo é o que não pode ser reciclado ou reaproveitado, seja por carência tecnológica ou custo, mas de qualquer forma, necessita de uma “disposição final ambientalmente adequada”. C) O lixo eletrônico se tornou um problema pelo excessivo volume, representado pelos equipamentos descartados ao serem substituídos por novas tecnologias a uma grande velocidade. Entretanto, como são feitos basicamente de plástico e metal, não apresentam riscos à saúde humana. D) A Lei do Saneamento Básico definiu RSU como o conjunto de resíduos domiciliares e resíduos de limpeza urbana, o lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços que o gerador não possa manejar. E) Os pneus devem ter disposição adequada, pois podem causar graves incêndios; porém, por serem inertes, não interagem com os seres vivos. 2) Analise as afirmações a seguir e assinale a que condiz com a matéria da Política Nacional de Resíduos Sólidos e suas definições. A) A PNRS define lixo e dá força de lei à reciclagem e reuso dos RSU, como fonte de matérias- primas, mas não versa sobre a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, uma vez que já era cumprida pela Lei do Saneamento Básico (Lei n.o11.445/2007). B) Os planos de gestão dos Governos Federal, Estaduais e Municipais passam a tratar de assuntos relativos à coleta seletiva, reciclagem, inclusão social e participação da sociedade civil. O gerador é responsável pelo RSU originado por seus produtos até que estes sejam repassados para o consumidor, sendo o serviço de logística reversa dos resíduos e C) embalagens uma fonte estimulada de lucro. D) Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) são ferramentas de gestão muito eficientes, principalmente como captadores de recursos financeiros, sendo facultativos para a iniciativa privada. E) A logística reversa mobiliza a sociedade na responsabilização do consumo inteligente, por meio da devolução do produto excedente adquirido, sendo o fabricante obrigado a aceitar esse excedente. 3) Oficialmente, os lixões não deveriam existir, pois a Política Nacional de Resíduos Sólidos determinou o seu fechamento até 2014. Porém, muitos municípios brasileiros ainda têm lixões ativos. Sobre esse tema, suas definições e particularidades, escolha a alternativa correta: A) Para entender o impacto dos lixões, é necessário estudar as mudanças ecológicas, sociais, culturais e estéticas que estejam ocorrendo na Área Diretamente Afetada (ADA), onde está implantado o empreendimento, pois não há dispersão de efeitos. B) A Área de Influência Direta (AID), que é a borda da pilha, é a área de maior impacto, pois recebe todo o chorume. C) A presença do lixo orgânico agrava o impacto socioeconômico do lixão, pela falta de renda e posses dos catadores, que vivem à margem da sociedade e dos serviços de saúde. D) Área de Influência Indireta (AII) é a área afetada pelo impacto ambiental causado pelas comunidades em condições socioeconômicas precárias. E) Os lixões são um benefício para as comunidades do entorno, pois lhes dão condiçõesde subsistência. 4) Pesquisas recentes indicam que pouco mais da metade dos municípios trata o lixo de alguma forma, mesmo que inadequada, propiciando a formação clandestina de lixões, que aumentam sem controle, trazendo graves consequências. Sobre esses impactos, é correto afirmar: A) Na água superficial, necessita de grande volume de oxigênio para a decomposição, que sequestra da fauna aquática, causando sua morte. B) O chorume é gerado pela lavagem do lixo pela chuva, sendo um agente poluidor silencioso, inodoro, que turva o abastecimento de água. C) No lençol freático, causa forte impacto na saúde pública, mas não se compara ao impacto que o esgoto urbano causa. D) O principal prejuízo econômico do lixão está no desperdício de material potencialmente reutilizável. E) Devido ao forte sistema imunológico, os catadores e familiares sofrem menos com as doenças relacionadas à atividade do que o cidadão comum. 5) O problema do lixo urbano passa pela gestão correta e pelo gerenciamento eficiente, com metodologias que envolvem tecnologias clássicas e novos processos, bem como a inclusão socioeconômica das pessoas envolvidas. De acordo com as definições envolvidas nesse processo, assinale a alternativa correta: A) Gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações voltadas para resolver a situação dos RSU pelo poder público. B) A gestão integrada de resíduos sólidos é a gestão feita pelo Poder Público com a participação da comunidade em assembleias organizadas pelos líderes comunitários. C) A incineração de resíduos é uma prática nefasta, pois, descontrolada, causa incêndios e sob controle, grave impacto com suas emissões. D) Comissões para a Coleta Seletiva são organizações civis criadas para a divulgação da prática, estimulada pela PNMA. E) A atividade dos catadores é muito vantajosa e deve ser organizada, pois traz fôlego aos aterros sanitários e permite a recirculação do material reciclável. Na prática Sabe-se que uma das competências necessárias para o desempenho da função do Engenheiro Ambiental é conhecer a legislação e como ela se aplica. Um dos exemplos é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O profissional que detém esse conhecimento e também domina aspectos relacionados à gestão de projetos pode, ainda, desenvolver pesquisas buscando soluções para questões ambientais. Veja como as habilidades e competências do Engenheiro Paulo são fundamentais para o desenvolvimento de ações na reorganização da comunidade de catadores, e a transformam em uma coopertaiva de catadores embrionária, para a satisfação da Prefeitura e benefício do Município. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O problema do lixo começa a chegar em nossa praia Muitos animais morrem sufocados ou estrangulados por sacolas e outros artefatos feitos de plástico. A quantidade desses itens abandonados nas praias, e dispostos irregularmente, aumenta ano a ano. Leia, neste artigo, a respeito das campanhas e atitudes em prol da substituição do plástico por outros materiais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O problema invisível do lixo eletrônico Computadores e eletroeletrônicos não duram para sempre: tornam-se obsoletos ou desinteressantes. Por trás disso, percebemos que há um problema de desinformação e outro cultural causando o acúmulo do que se chama lixo eletrônico. Saiba mais sobre o assunto neste artigo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: conceituação e discussão da relação com a sustentabilidade http://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-problema-do-lixo-pl%C3%A1stico-depende-de-voc%C3%AA/a-44087181 https://jornal.usp.br/atualidades/o-problema-invisivel-do-lixo-eletronico/ Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/20668/1/TCC%20-%20CORRIGIDO%20Jo%C3%A3o%20Ribeiro.pdf
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