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FISIOTERAPIA AQUATICA

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Fisioterapia aquática
Profª. Natália Ferraz Mello
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Natália Ferraz Mello
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M527f
 Mello, Natália Ferraz
 Fisioterapia aquática. / Natália Ferraz Mello. – Indaial: UNIASSELVI, 
2021.
 170 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-380-0
 ISBN Digital 978-65-5663-381-7
 1.Hidroterapia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da 
Vinci.
CDD 615.853
Fisioterapia Aquática.indb 2Fisioterapia Aquática.indb 2 12/03/2021 16:30:2412/03/2021 16:30:24
apresentação
Caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Fisioterapia Aquática! 
Nesta disciplina, você entenderá como a imersão em meio líquido pode ser 
uma ferramenta valiosa para o tratamento de diversas condições de saúde na 
prática clínica do fisioterapeuta. 
Na Unidade 1 deste livro didático, você conhecerá a história deste 
recurso e a evolução do uso da hidrocinesioterapia na prática fisioterapêutica. 
Além disso, conhecerá as principais propriedades físicas da água e seus 
efeitos fisiológicos no corpo humano. Destacaremos também os benefícios e 
indicações da hidroterapia. 
Na Unidade 2 você conhecerá os métodos, técnicas e manuseios 
que podem ser utilizados na fisioterapia aquática. Nesta mesma unidade, 
você também aprenderá como planejar e aplicar os protocolos de exercí-
cios em imersão.
 Já na Unidade 3 falaremos sobre os equipamentos, acessórios e 
recursos necessários para a hidrocinesioterapia. Você conhecerá as diretrizes 
que norteiam a elaboração de projetos das piscinas e os cuidados necessários 
para sua manutenção.
Preparamos também, ao final de cada tópico, um resumo com as 
principais evidências científicas destas técnicas na prática clínica. Isso per-
mitirá um uso mais eficiente e seguro das técnicas no seu dia a dia. Espera-
mos que este livro didático contribua na construção do seu conhecimento e 
na sua evolução profissional. Uma ótima leitura e bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os 
seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que 
possuem o código QR Code, que é um código que 
permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA .................................................... 1
TÓPICO 1 — BREVE HISTÓRICO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA ....................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA ........................................................................... 3
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 9
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 10
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM
 A FISIOTERAPIA AQUÁTICA................................................................................. 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11
2 CONCEITOS BÁSICOS DA HIDROSTÁTICA .......................................................................... 12
2.1 DENSIDADE RELATIVA ............................................................................................................. 13
2.2 EMPUXO ........................................................................................................................................ 14
2.3 PRESSÃO HIDROSTÁTICA ....................................................................................................... 16
2.4 VISCOSIDADE .............................................................................................................................. 16
2.5 TENSÃO SUPERFICIAL ............................................................................................................. 17
3 CONCEITOS BÁSICOS DA HIDRODINÂMICA...................................................................... 17
3.1 MOVIMENTO DE FLUXO .......................................................................................................... 18
3.2 FORÇA DE ARRASTO ................................................................................................................. 19
4 CONCEITOS BÁSICOS DA TERMODINÂMICA ..................................................................... 19
5 CONCEITOS BÁSICOS ÓTICOS ................................................................................................. 21
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 24
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 25
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO......................... 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO ......................................................................................... 28
3 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO ..........................................................................................29
4 SISTEMA RENAL .............................................................................................................................. 30
5 SISTEMA NEUROLÓGICO ............................................................................................................ 31
6 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES ................................................................................... 31
7 BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA ........................................................................ 33
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 40
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 48
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 50
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS E MÉTODOS DE FISIOTERAPIA 
 AQUÁTICA ............................................................................................................... 53
TÓPICO 1 — PRÁTICA DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA ......................................................... 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 55
2 AVALIAÇÃO DO PACIENTE ......................................................................................................... 55
3 TÉCNICAS E MANUSEIOS GERAIS ........................................................................................... 60
3.1 POSICIONAMENTOS NA PISCINA ....................................................................................... 61
4 PROGRAMAÇÃO DO TRATAMENTO AQUÁTICO .............................................................. 64
5 EXERCÍCIOS E CARGA .................................................................................................................. 65
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 67
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 68
TÓPICO 2 — FISIOTERAPIA AQUÁTICA NAS DIFERENTES ÁREAS ................................. 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69
2 DISFUNÇÕES NEUROFUNCIONAIS.......................................................................................... 69
3 DOENÇAS TRAUMATO-ORTOPÉDICAS E REUMATOLÓGICAS .................................... 71
4 DISFUNÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS ............................................................................. 73
5 IDOSOS ............................................................................................................................................... 74
6 CRIANÇAS ......................................................................................................................................... 77
7 GESTANTES ...................................................................................................................................... 78
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 81
TÓPICO 3 — MÉTODOS DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA ....................................................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 83
2 MÉTODO BAD RAGAZ ................................................................................................................. 83
2.1 EXERCÍCIOS BAD RAGAZ ....................................................................................................... 86
3 MÉTODO HALLIWICK .................................................................................................................. 88
3.1 EXERCÍCIOS HALLIWICK ........................................................................................................ 91
4 MÉTODO WATSU ............................................................................................................................ 92
4.1 EXERCÍCIOS WATSU................................................................................................................... 93
5 MÉTODO AI CHI ............................................................................................................................. 94
5.1 EXERCÍCIOS AI CHI .................................................................................................................... 95
6 MÉTODO AQUASTRETCHING ................................................................................................... 96
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 98
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 102
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 103
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 105
UNIDADE 3 — INSTALAÇÕES DA PISCINA TERAPÊUTICA E EQUIPAMENTOS .......... 109
TÓPICO 1 — INSTALAÇÕES .......................................................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 111
2 INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................................. 112
2.1 LEGISLAÇÕES E DIRETRIZES ................................................................................................ 117
2.2 DESIGN E DIMENSÕES ............................................................................................................ 118
2.3 SISTEMA DE VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO ................................................................... 120
2.4 SISTEMA DE AQUECIMENTO ................................................................................................ 121
2.5 VESTIÁRIOS ................................................................................................................................ 122
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
TÓPICO 2 — ACESSÓRIOS E MANUTENÇÃO ......................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127
2 EQUIPAMENTOS ........................................................................................................................... 128
3 SISTEMA DE SEGURANÇA ........................................................................................................ 135
4 QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................................................................... 138
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................140
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 141
TÓPICO 3 — EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ................................................................................ 143
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 143
2 PROTOCOLOS E PROGRAMAS DE TREINAMENTO/ TRATAMENTO ......................... 143
3 ENTIDADES E SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA ............................................... 148
4 CURSO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO ................................................................ 150
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 157
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 158
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 159
1
UNIDADE 1 — 
PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 conhecer	a	história	da	fisioterapia	aquática	e	sua	evolução;
•	 aprender	 as	 propriedades	 físicas	 da	 água	 utilizadas	 para	 prática	
terapêutica;
•	 compreender	os	efeitos	fisiológicos	da	imersão;
•	 conhecer	indicações	e	contraindicações	da	Fisioterapia	Aquática.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	BREVE	HISTÓRICO	DA	FISIOTERAPIA	AQUÁTICA
TÓPICO	2	–	PRINCÍPIOS	FÍSICOS	DA	ÁGUA	QUE	FUNDAMENTAM	A		
	 								FISIOTERAPIA	AQUÁTICA
TÓPICO	3	–	RESPOSTAS	E	EFEITOS	FISIOLÓGICOS	DOS	EXERCÍCIOS		
	 								EM	IMERSÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
BREVE HISTÓRICO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
1 INTRODUÇÃO
A	Fisioterapia	Aquática,	também	conhecida	como	Hidroterapia	ou	Hi-
drocinesioterapia,	 é	 uma	 intervenção	 que	 utiliza	 exercícios	 terapêuticos	 em	
imersão	no	meio	líquido	através	dos	princípios	físicos	da	água	e	efeitos	fisio-
lógicos	no	organismo	humano.	Ela	visa	prevenir	 e	 tratar	patologias,	 além	de	
promover	a	saúde.
Trata-se	de	um	recurso	utilizado	há	muitos	séculos,	no	entanto,	somente	
em	meados	de	1900	foi	consolidada	como	terapia	de	reabilitação	e	teve	sua	eficácia	
científica	comprovada.
O	profissional	fisioterapeuta	devidamente	regulamentado	pelo	CREFITO	
está	habilitado	a	usar	para	tratamento	ou	terapia	pela	água	sob	a	forma	sólida,	
líquida	 e	 gasosa,	 utilizando	 como	 fins	 terapêuticos	 suas	 propriedades	 físicas.	
Interessante,	não	é	mesmo?
Como	em	todos	os	recursos	utilizados	pelo	fisioterapeuta,	realizamos	uma	
avaliação	cinético	funcional	antes	da	sessão	de	Fisioterapia	Aquática.	Geralmente,	
engloba	várias	 fases	de	 tratamento,	 envolvendo,	principalmente,	 aquecimento,	
alongamento,	exercícios	específicos	e	relaxamento.
Nesta	unidade,	entenderemos	como	surgiu	esse	recurso,	os	seus	princípios	
físicos	e	quais	são	os	seus	principais	benefícios	para	os	praticantes.	Vamos	lá?
2 A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
O	uso	da	água	como	um	recurso	terapêutico	tem	registros	muito	antigos,	
porém,	 o	 seu	 verdadeiro	 início	 é	 desconhecido.	Há	 registros	 no	Antigo	 Egito,	
perpassando	 a	 Grécia,	 Japão,	 Índia	 e	 tendo	 seu	 auge	 no	 Império	 Romano,	
chegando	até	os	dias	atuais.	
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
4
FIGURA 1 – ESCRAVOS DO ANTIGO EGITO DANDO BANHO EM SEU SENHOR
FONTE: <https://bit.ly/39JBdLV>. Acesso em: 22 jan. 2021.
Inicialmente,	a	utilização	da	água	era	atrelada	ao	misticismo	e	religiosidade,	
de	forma	empírica.	Só	no	final	do	século	XV	que	as	primeiras	evidências	científicas	
sobre	os	benefícios	da	imersão	começaram	a	ser	produzidas	(CUNHA	et al.,	1998).
Vamos conhecer melhor a relação entre a humanidade e água?
Assista ao documentário Marcas da Água, que retrata a interação entre os seres humanos 
e a água.
FONTE: <https://amzn.to/2LgjToj>. Acesso em: 2 fev. 2020.
DICAS
TÓPICO 1 — BREVE HISTÓRICO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
5
FIGURA 2 – JAPONESAS ADORAÇÃO A ÁGUA
FONTE: <https://creabain-energies.fr/wp-content/uploads/2017/05/bains-japonais.jpg>. Acesso 
em: 15 jun. 2020.
Existem	documentos	 sobre	 instalações	higiênicas	 na	 cultura	hindu	que	
datam	de	antes	de	2400	a.C.	Na	Grécia,	por	volta	de	334	a.C.,	foram	desenvolvidos	
centros	de	banhos	que	tinham	como	objetivo	higiene	e	recreação	(CUNHA	et al.,	
1998;	BRANCO	et al.,	2006).
Somente	em	meados	de	500	a.C.,	os	gregos	começaram	explorar	a	água	
de	 outra	 forma,	 procurando	 estudar	 as	 suas	 propriedades,	 deixando	 de	 ter	
um	caráter	místico,	passou	a	 ser	utilizada	para	 tratamentos	 físicos	 específicos.	
Hipócrates	foi	o	primeiro	a	relatar	os	benefícios	da	imersão	para	reumatismos,	
icterícia,	paralisias,	espasmos	musculares	e	doenças	articulares	(CUNHA	et al.,	
1998;	BRANCO	et al.,	2006).
Durante	 o	 império	 romano,	 o	 sistema	 de	 banhos	 desenvolvido	 pelos	
gregos	 foi	 ampliado.	 Os	 Romanos	 se	 destacaram	 por	 sua	 habilidade	 na	
arquitetura	 e	 construção.	 Foram	 construídos	 centros	 de	 banho	 para	 saúde,	
repouso,	 atividades	 intelectuais,	 recreação	e	 exercícios	 físicos.	Além	disso,	por	
volta	de	330	d.C.	criaram-se	as	modalidades	de	banho,	com	utilização	de	águas	
frias	(“frigidarium”),	tépidas	(“tepidarium”)	e	quentes	(“caldarium”).	Os	banhos	
do	 Imperador	 Caracalla	 cobriam	 uma	 milha	 quadrada	 com	 uma	 piscina	 que	
media	1390	pés	(CUNHA	et al.,	1998;	BRANCO	et al.,	2006).
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
6
FIGURA 3 – BANHO ROMANO
FONTE: <https://bit.ly/2Lg0TpX>. Acesso em: 15 jun. 2020.
FIGURA 4 – THERMAS ROMANAS
FONTE: <https://bit.ly/39LPVSB>. Acesso em: 15 jun. 2020.
Entretanto,	com	o	declínio	do	Império	Romano	e	a	influência	religiosa	na	
Idade	Média,	os	elaborados	sistemas	de	banhos	romanos	foram	extintos.	Somente	
no	início	dos	anos	1700,	Sigmund	Hahn,	um	médico	alemão,	junto	aos	seus	filhos,	
propôs	a	ideia	do	uso	da	água	com	fins	terapêuticos	(BRANCO	et al.,	2006).	
Foi	quando	surgiu	a	hidroterapia,	assim	definida	por	Wyman	e	Glazer,	
que	consistia	na	utilização	da	água	em	todos	seus	estados	físicos	para	tratamento	
de	doenças	(CUNHA	et al.,	1998).	
Em	1697,	na	Grã	Bretanha,	 Sir	 John	Floyer,	 após	 anos	de	dedicação	ao	
estudo	da	hidroterapia,	publicou	o	tratado	intitulado	An inquiry into the right use 
and abuse of hot, cold and temperature baths	(uma	investigação	sobre	o	uso	correto	e	
o	abuso	de	banhos	quentes,	frios	e	temperados).	
TÓPICO 1 — BREVE HISTÓRICO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
7
Esse	fato	é	apontado	por	Baruch	(apud	CUNHA	et al.,	1998)	como	o	início	
da	hidroterapia	 científica,	visto	que	os	 achados	de	Floyer	 foram	 incluídos	nos	
ensinamentos	 do	 professor	 Friedrich	 Hoffmann	 na	 Heidelberg	 University	 e	
ensinados	na	França.
	 Na	 Inglaterra,	 o	 Dr.	 Currie	 aprofundou	 seus	 estudos	 por	 meio	 de	
pesquisas,	publicando-os	em	várias	línguas,	teve	boa	aceitação	na	Alemanha.	Em	
1747,	 John	Wesley	publicou	um	 livro	enfocando	o	uso	da	água	 como	meio	de	
cura	para	doenças,	passando	a	ser	considerado	como	o	fundador	do	metodismo	
(CUNHA	et al.,	1998).
	Nesse	mesmo	contexto,	banhos	frios	seguidos	de	banhos	de	vapor	quente	
foram	popularizados	pelos	russos	e	escandinavos,	enquanto	os	banhos	quentes	
após	 frios	 tornaram-se	 tradição	 e	 assim	 permaneceram	 por	 várias	 gerações	
(BRANCO	et al.,	2006).	
Em	meados	 do	 século	 XIX,	 a	 hidroterapia	 era	 uma	 técnicade	 caráter	
passivo	e	incluía	banhos	de	lençol,	compressas	úmidas,	banhos	frios	de	fricção	
e	 banhos	 de	 dióxido	 de	 carbono.	A	 técnica	 era	 usada	 para	 fins	 sociais	 e	 não	
terapêutico,	para	as	classes	mais	abastadas,	até	que	médicos	treinados	na	Europa	
iniciaram	a	introdução	da	cura	pela	água	(CUNHA	et al.,	1998).
	Durante	o	Século	XX,	o	uso	da	hidroterapia	em	spas	foi	diminuindo	nos	
Estados	Unidos,	até	que,	Baruch	conquistou	seu	espaço	de	hidroterapia	em	1907	
e,	na	década	de	1930,	produziu	um	livro	sobre	o	assunto,	evidenciando	para	a	
população	o	uso	terapêutico	do	meio	aquoso	(CUNHA	et al.,	1998).
	Nesta	mesma	época,	na	Europa,	os	spas	prosperavam	e	os	pacientes	eram	
exercitados	na	água	através	da	flutuabilidade,	surgindo,	em	meados	de	1900,	o	
médico	Walter	 Blount	 descreveu	 um	 tanque	 que	 incluía	 turbilhão	 (Tanque	 de	
Hubbard)	(CUNHA	et al.,	1998).
FIGURA 5 – TANQUE DE HUBBARD
FONTE: <https://bit.ly/2MyV3jU>. Acesso em: 23 jan. 2021.
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
8
Alguns	 anos	 depois,	 surgiram	 dois	 dos	 métodos	 atualmente	 mais	
utilizados:	 Bad	Ragaz	 e	Halliwick.	Com	 a	 epidemia	 de	 poliomielite,	 em	 1916,	
a	hidroterapia	começava	a	ganhar	popularidade	na	Geórgia,	devido	a	um	fato	
imprevisto:	 um	 jovem,	 portador	 de	 sequelas	 da	 doença,	 caiu	 em	uma	 piscina	
e	 conseguiu	movimentar	 suas	 pernas,	 o	 que	 lhe	 era	 impossível	 em	 solo.	 Esse	
jovem	permaneceu	em	tratamento	com	exercícios	terapêuticos	na	água	e	passou	
da	condição	de	cadeirante	para	a	deambulação	independente	com	apenas	uma	
bengala	(CUNHA	et al.,	1998;	BRANCO	et al.,	2006).
Após	as	duas	grandes	guerras,	a	hidroterapia	passou	a	ser	mais	empregada	
em	programas	de	reabilitação	nos	Estados	Unidos,	mas	não	somente	em	spas,	
como	também	em	clínicas,	 tornando-se	uma	modalidade	 terapêutica	 térmica	e	
química.	Em	meados	do	século	XX	começaram	a	surgir	na	Europa	novas	ideias	
e	 técnicas	 de	 reabilitação	 aquática,	muitas	 das	 quais	 ainda	hoje	 são	utilizadas	
(CUNHA	et al.,	1998).	
FIGURA 6 – LINHA DO TEMPO DA EVOLUÇÃO DO USO DA ÁGUA
´
´
FONTE: A autora
No	Brasil,	a	Fisioterapia	Aquática	teve	início	em	1922,	na	Santa	Casa	do	
Rio	de	 Janeiro,	 com	o	Dr.	Artur	Silva,	 eram	utilizados	banhos	de	água	doce	e	
salgada	de	origem	marítima	(CUNHA	et al.,	1998).
Atualmente,	 a	hidrocinesioterapia	 é	 consolidada	 como	uma	 importante	
técnica	de	 reabilitação,	 sua	evolução	 foi	 considerável	 e	 consta	 como	disciplina	
na	 matriz	 curricular	 de	 vários	 cursos	 de	 graduação	 em	 Fisioterapia.	 Muitas	
patologias	 são	 tratadas	 em	ambiente	 aquático	paralelamente	 a	 outros	 serviços	
de	 reabilitação,	 embora	 as	 pesquisas	 científicas	 na	 área	 sejam	 escassas,	 o	 que	
prejudica	o	desenvolvimento	de	protocolos	de	tratamento.
9
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 Inicialmente,	o	uso	da	água	era	atrelado	ao	misticismo	e	a	religiosidade.
•	 Civilizações	japonesas,	hindus	e	chinesas	faziam	menção	honrosa	e	de	adoração	
à	água	corrente.
•	 Em	meados	de	500	a.C.,	os	gregos	começaram	explorar	a	água	de	outra	forma,	
procurando	estudar	as	suas	propriedades,	deixando	de	ter	um	caráter	místico,	
passou	a	ser	utilizada	para	tratamentos	físicos	específicos.
•	 Na	Roma	Antiga,	as	termas	passaram	a	ser	um	costume	romano,	um	ato	tão	
importante	na	vida	social	de	Roma	como	as	artes.
•	 Os	romanos	utilizavam	os	banhos	para	atletas,	para	higiene	e	prevenção	de	
doenças.	Os	romanos	frequentavam	diariamente	as	termas	e	permaneciam	nas	
suas	dependências	por	várias	horas.	
•	 Piscinas	 imensas	 foram	 criadas	 no	 Império	 Romano,	 suas	 atividades	 eram	
voltadas	 para	 aspectos	 intelectuais	 além	 de	 tornarem-se	 centros	 de	 saúde,	
higiene,	 repouso,	 atividades	 recreativas	 e	de	 exercícios	 onde	os	 banhos	não	
eram	só	para	atletas,	mas	também	para	a	nobreza.
•	 Em	1697,	na	Grã	Bretanha,	Sir	John	Floyer,	publicou	o	tratado	intitulado	An 
inquiry into the right use and abuse of hot, cold and temperature baths	 o	 qual	 é	
considerado	o	início	da	hidroterapia	científica.
•	 Em	1700,	o	médico	alemão	Sigmund	Hahn	e	seus	filhos	defenderam	a	utilização	
da	água	para	tratamento	de	úlceras	nas	pernas.
•	 O	“Tanque	de	Hubbard”	foi	descrito	pelo	médico	Walter	Blount.	Ele	descreveu	
o	uso	de	um	tanque	com	turbilhão	ativado	por	motor.
•	 No	Brasil,	a	hidroterapia	científica	teve	início	na	Santa	Casa	do	Rio	de	Janeiro,	
com	banhos	de	água	doce	e	 salgada.	Naquela	época,	a	entrada	principal	da	
Santa	Casa	era	banhada	pelo	mar	(em	meados	de	1922).
10
1	 A	 hidroterapia	 passou	 por	 várias	 evoluções	 e	 eventos	 históricos	 que	
marcaram	o	 surgimento	da	 hidroterapia	 no	Brasil	 e	 no	Mundo.	 Sobre	 o	
exposto,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 Arquivos	 históricos	 constam	 que	 civilizações	 japonesas	 e	 chinesas	
antigas	faziam	menções	de	culto	(adoração)	para	a	água	corrente.
(			)	 No	 Brasil,	 a	 hidroterapia	 científica,	 teve	 início	 na	 Santa	 Casa	 de	 São	
Paulo,	com	banhos	de	água	doce	e	salgada.
(			)	 Os	gregos	criaram	dois	tipos	de	banhos:	Caldarium,	e	Frigidarium	
(			)	 A	 civilização	 grega	 foi	 a	 primeira	 a	 reconhecer	 a	 relação	 entre	 os	
benefícios	para	o	corpo	e	a	mente	através	dos	banhos	e	recreação.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	F	–	F	–	V.
b)	(			)	 F	–	F	–	V	–	F.
c)	(			)	 F	–	V	–	F	–	V.
d)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F.
2	 O	uso	terapêutico	da	água	começou	a	ressurgir	gradualmente	e,	só	a	partir	
de	 1.800	 surgiram	as	 primeiras	 evidências	 de	métodos	 e	 tratamentos	de	
hidroterapia.	Com	base	nesta	afirmação,	analise	as	sentenças	a	seguir:
I-	 O	“Tanque	de	Hubbard”	foi	descrito	pelo	médico	Walter	Blount	em	1900.	
Ele	descreveu	o	uso	de	um	tanque	com	turbilhão	ativado	por	motor.
II-	 Durante	a	primeira	metade	do	século	na	Europa,	os	 tratamentos	 foram	
baseados	em	duas	técnicas:	Bad	Ragaz	e	Halliwick.
III-	Baruch	foi	considerado	o	melhor	especialista	em	hidroterapia	na	América.	
Em	 1907,	 ele	 ocupou	 a	 primeira	 cadeira	 de	 hidroterapia	 na	 Columbia	
University.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
b)	(			)	 Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	(			)	 Somente	a	sentença	I	está	correta.	
d)	(			)	 As	sentenças	I,	II	e	III	estão	corretas.
AUTOATIVIDADE
11
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM 
A FISIOTERAPIA AQUÁTICA
1 INTRODUÇÃO
A	fisioterapia	aquática	é	embasada	pelas	propriedades	físicas	da	água	
e	pelos	efeitos	fisiológicos	da	imersão.	Estes	conhecimentos	são	fundamentais	
para	 compreender	 as	 vantagens,	 limitações,	 indicações	 e	 contraindicações	
da	 água	 como	meio	 de	 reabilitação,	 bem	 como	 os	 fundamentos	 das	 técnicas	
terapêuticas	utilizadas.	
Por	 isso,	 é	 muito	 importante	 que	 você,	 acadêmico,	 entenda-os,	 pois,	
essa	compreensão	associada	ao	uso	de	movimentos	e	exercícios	pode	favorecer	
a	 atuação	 da	 fisioterapia	 aquática	 e	 potencializar	 o	 processo	 de	 intervenção	
fisioterapêutica.	Vamos	lá?
A hidrostática, a hidrodinâmica e a termodinâmica são as bases do emprego 
da fisioterapia aquática. Por isso, relembraremos os seguintes conceitos:
• Hidrostática é quando os fluídos estão em equilíbrio estático, ou seja, em repouso. 
• Hidrodinâmica é quando os fluídos estão sujeitos a forças externas diferentes de zero, 
em movimento. 
• Termodinâmica é quando ocorre troca entre o corpo e o meio líquido. 
Interessante, não é mesmo? 
FONTE: <http://bit.ly/2YDTunv>. Acesso em: 23 jan. 2021.
INTERESSA
NTE
12
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
2 CONCEITOS BÁSICOS DA HIDROSTÁTICA
As	principais	propriedades	físicas	da	água	da	Hidrostática	sobre	o	corpo	
imerso	são:
QUADRO 1 – PROPRIEDADES HIDROSTÁTICAS DA ÁGUA
Propriedade Conceito Efeito
Densidade þ = m / V
Corpo	humano	tem	densidade	
aproximada	de	0,97,	
determinando	a	característica	de	
flutuação	do	corpo.
Empuxo
Todo	corpo	que	esteja	
submersoem	um	fluido	
em	repouso	experimenta	
um	empuxo	vertical,	e	
para	cima,	igual	ao	peso	
de	fluido	deslocado.
Determina	a	porcentagem	de	
descarga	de	peso	corporal,	que	
varia	conforme	a	profundidade	
na	qual	o	indivíduo	se	encontra.
Pressão	
hidrostática P=	F	/	A
Age	nos	tecidos	e	exerce	
uma	compressão	de	vasos	
sanguíneos,	podendo	auxiliar	no	
retorno	venoso	e	na	redução	de	
edemas.
Viscosidade Resistência	de	um	fluido	em	deslocar-se.
Promove	resistência	
tridimensional	com	movimentos	
lentos,	favorece	a	propriocepção,	
a	cocontração	e	uma	maior	
estabilização	postural	e	dos	
movimentos	de	segmentos	
corporais.
Tensão	
superficial
Camada	superficial	de	
um	líquido	venha	a	se	
comportar	como	uma	
membrana	elástica,	
devido	à	força	de	coesão	
das	moléculas
A	coesão	cria	uma	resistência	ao	
movimento,	isto	é,	uma	tensão	
superficial.
Legenda: densidade (ρ); pode definir-se como a massa (m); por unidade de volume (V); pressão 
(P) pode entender-se como uma força (F); atuando perpendicularmente sobre uma área (A).
FONTE: A autora
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM A FISIOTERAPIA AQUÁTICA
13
2.1 DENSIDADE RELATIVA
A	 água,	 assim	 como	 todos	 os	 compostos	 orgânicos,	 apresenta	 uma	
determinada	densidade,	a	qual	é	definida	pela	relação	entre	a	sua	massa	e	seu	
volume	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
A	densidade	é	a	resultante	da	divisão	da	massa	pela	unidade	de	volume,	
em	que:
D = M/V
 
É	mensurada	pelo	sistema	internacional	(S.I.)	como	quilograma	por	metro	
cúbico	(kg/m3)	ou	grama	por	centímetro	cúbico	(gr/cm3).
QUADRO 2 – DENSIDADES DE DIFERENTES MATERIAIS
Material Densidade (Gr/cm³
Água Pura (4°C) 1,00
Água Pura (0°C) 0,92
Água do Mar (10°C e salinidade de 3,3%) 1,03
Ar 0,001
Corpo Humano (média) 0,97
Massa Magra ( ossos e músculos) 1,10
Tecido Adiposo 0,90
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3rfOCRJ>. Acesso em: 23 jan. 2021.
Já	a	gravidade	específica	é	a	relação	entre	a	densidade	de	uma	substância	
com	a	densidade	da	água.	Deste	modo,	 a	gravidade	 específica	da	 água	 sendo	
igual	a	1,	todo	corpo	que	for	colocado	no	ambiente	aquático,	e	apresentar	uma	
densidade	menor	do	que	a	da	água,	flutuará.	Caso	a	sua	densidade	seja	maior	o	
corpo	afundará	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008;	RUOTI;	MORRIS;	COLE,	2000).	
O	corpo	humano,	conforme	a	figura	6,	tem	densidade	aproximada	de	0,97	
e,	por	esse	motivo	tende	a	flutuar	na	água.	A	densidade	pode	variar	conforme	a	
temperatura	e	de	substância	para	substância.	Sendo	assim,	normalmente	idosos	
apresentam	 menor	 densidade	 que	 adultos	 (em	 torno	 de	 0,86),	 em	 função	 da	
sua	 composição	 corporal,	que	em	decorrência	do	processo	de	envelhecimento,	
tende	a	acumular	mais	tecido	adiposo	e	menos	massa	muscular	(CARREGARO;	
TOLEDO,	2008;	IDE	et al.,	2004;	RUOTI;	MORRIS;	COLE,	2000).	
14
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
Cada	 segmento	 corporal,	 devido	 à	 composição	 de	 tecidos,	 apresenta	
variações	na	sua	densidade.	Você	já	percebeu	ao	entrar	em	uma	piscina	que	seus	
membros	superiores	flutuam	mais	facilmente	que	os	inferiores?	Isso	ocorre	em	
função	deles	possuírem	menor	densidade	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
Você sabia que os pulmões também podem influenciar nessa variação? 
Uma respiração calma provoca pouca variação na densidade relativa do corpo e menor 
desequilíbrio durante a flutuação!
INTERESSA
NTE
No	 uso	 da	 fisioterapia	 aquática	 é	 importante	 também	 consideramos	 a	
massa	 muscular	 do	 paciente	 quando	 analisamos	 sua	 densidade.	 Quando	 um	
músculo	 se	 encontra	 hipotônico	 ou	 sofre	 atrofia,	 ocorre	 diminuição	 da	 sua	
densidade	e,	portanto,	tenderá	a	flutuar	mais.	Ao	contrário,	quando	há	hipertonia	
ou	 hipertrofia,	 a	 densidade	 do	 segmento	 aumenta	 e	 ele	 tende	 a	 afundar	
(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).	
Isso	 é	 uma	 questão	 importante,	 pois	 a	 interação	 entre	 os	 conceitos	 de	
densidade	e	flutuação,	determina	a	necessidade	de	equipamentos	de	assistência,	
como	flutuadores,	durante	a	terapia	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).
2.2 EMPUXO
O	Empuxo,	ou	também	chamada	Força	de	flutuação,	pode	ser	definido	
como	uma	 força	que	age	contra	a	gravidade,	 e	 está	 relacionado	ao	volume	de	
água	deslocado	pelo	corpo	submerso	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
É	em	decorrência	dessa	propriedade	que	na	água,	a	gravidade	pode	ser	
relativamente	 anulada	 e	 ocasionar	 uma	 menor	 descarga	 de	 peso	 corporal.	 É	
originada	pelo	fato	de	que	a	pressão	de	um	líquido	aumenta	com	a	profundidade.	
 
Para	compreender	como	isso	ocorre,	precisamos	entender	a	relação	entre	
o	centro	de	gravidade	(CG)	e	o	centro	de	flutuação	(CF).	
O	CG	é	o	ponto	em	torno	do	qual	a	massa	corporal	é	distribuída	igual-
mente	em	todas	as	direções	e,	em	pé,	 localiza-se	próximo	ao	nível	da	segunda	
vértebra	lombar.	Já	o	CF	é	o	ponto	ao	redor	do	qual	a	flutuação	está	distribuída	de	
maneira	uniforme,	e	normalmente	localiza-se	no	meio	do	tórax	(CARREGARO;	
TOLEDO,	2008).	
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM A FISIOTERAPIA AQUÁTICA
15
FIGURA 7 – INTERAÇÃO ENTRE A FORÇA DE GRAVIDADE E FLUTUAÇÃO
FONTE: Caromano e Nowotny (2002, p. 3) 
Além	 disso,	 conforme	 a	 profundidade,	 a	 flutuação	 determina	 a	
porcentagem	de	descarga	de	peso	corporal.	Observe	na	figura	8:
FIGURA 8 – INFLUÊNCIA DA FLUTUAÇÃO NA ELIMINAÇÃO DE PESO CORPORAL COM BASE 
EM DIFERENTES GRAUS DE IMERSÃO
FONTE: Carregaro e Toledo (2008, p. 24)
Devemos	 levar	 em	 consideração	 este	 fato	 durante	 a	 reabilitação,	 pois	
podemos	utilizar	de	como	evolução	gradativa	para	o	aumento	da	descarga	de	
peso	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
16
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
2.3 PRESSÃO HIDROSTÁTICA
O	meio	aquoso	exerce	uma	pressão	em	todas	as	direções	em	um	corpo	
submerso,	e	este	então	está	exposto	a	um	determinado	grau	de	pressão,	que	é	
determinada	 pela	 força	 por	 unidade	 de	 área	 (CARREGARO;	 TOLEDO,	 2008).	
Conforme	a	equação	matemática:
P=	F	/	A
Caromano	e	Nowotny	(2002,	p.	4)	discorrem	que	segundo	a	Lei	de	Pascal:	
“(...)	a	pressão	hidrostática	P	é	definida	como	a	força	(F)	exercida	por	unidade	
de	área	 (A),	 em	que	a	 força	por	 convenção	é	 suposta,	 e	 é	 exercida	 igualmente	
sobre	 toda	 área	 da	 superfície	 de	 um	 corpo	 imerso	 em	 repouso,	 a	 uma	 dada	
profundidade”.	
A	pressão	é	influenciada	pela	densidade	do	líquido	e	pela	profundidade,	
quanto	maior	a	profundidade,	maior	a	pressão	exercida.	Essa	propriedade	age	
nos	tecidos	e	exerce	uma	compressão	de	vasos	sanguíneos,	podendo	auxiliar	no	
retorno	venoso	e	na	redução	de	edemas.	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
Além	disso,	auxilia	no	desenvolvimento	da	coordenação	motora	e	melhora	
o	suporte	e	a	sustentação	do	corpo	em	situações	que	requerem	mais	equilíbrio.	
Também	promove	uma	maior	resistência	à	musculatura	inspiratória	e	favorece	a	
expiratória	(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).
2.4 VISCOSIDADE
Representa	 uma	 medida	 importante	 no	 que	 refere	 à	 resistência	 ao	
movimento,	pois	refere-se	ao	atrito	que	o	líquido	exerce	em	um	corpo,	quando	
ele	se	movimenta	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
	O	coeficiente	de	viscosidade	mostra	que,	quanto	mais	viscoso	um	líquido,	
maior	a	força	requerida	para	se	criar	um	movimento,	quando	imerso	neste	líquido	
(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
Para	 compreendermos	 melhor	 é	 importante	 destacar	 que	 resistência	
na	 água	 é	 até	 800	 vezes	 maior	 que	 no	 ar	 e	 é	 inversamente	 proporcional	 à	
temperatura,	 isto	 é,	 a	 viscosidade	diminui	 conforme	 a	 água	 é	 aquecida.	Além	
disso,	é	proporcional	a	velocidade	do	movimento	e	com	a	área	de	atrito	do	corpo.	
Assim,	quanto	mais	rápido	o	movimento	ou	maior	a	área	de	atrito,	maior	será	a	
resistência.	Essa	propriedade	auxilia	na	propriocepção,	cocontração	e	uma	maior	
estabilização	postural	e	dos	movimentos	de	segmentos	corporais	(CARREGARO;	
TOLEDO,	2008).	
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM A FISIOTERAPIA AQUÁTICA
17
2.5 TENSÃO SUPERFICIAL 
Esta	propriedade	deve-se	à	coesão	de	atração	entre	moléculas	vizinhas,	
a	 qual	 provocaresistência	 pequena,	 quando	 um	 segmento	 está	 parcialmente	
submerso,	 além	de	 ser	 proporcional	 ao	 tamanho	do	 corpo	 a	 sua	distância	 em	
relação	à	superfície	da	água.	
Esse	 princípio	 não	 tem	 muita	 interferência	 na	 Hidroterapia,	 mas	 é	
fundamental	em	caso	de	saltos	ornamentais,	onde	é	necessário	romper	a	tensão	
superficial	quando	o	 indivíduo	atinge	a	superfície	da	água.	Além	disso,	é	essa	
propriedade	 que	 permite	 que	 um	 inseto	 caminhe	 sobre	 água	 sem	 afundar	
(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).	
FIGURA 9 – INSETO SOBRE A ÁGUA
FONTE: <https://bit.ly/3tjPHdb>. Acesso em: 23 jan. 2021.
3 CONCEITOS BÁSICOS DA HIDRODINÂMICA
Na	 Fisioterapia	 Aquática,	 o	 conceito	 de	 Hidrodinâmica	 relacionada	
ao	 movimento	 é	 importante,	 visto	 que	 a	 cinesioterapia	 é	 uma	 das	 principais	
condutas	do	fisioterapeuta.	São	propriedades	de	hidrodinâmica:	movimento	de	
fluxo	e	fluxo	de	arrasto.
QUADRO 3 – PROPRIEDADES DA HIDRODINÂMICA
Propriedade Conceito Efeito
Movimento de Fluxo
É	 determinado	 pela	 veloci-
dade,	oscilação	e	 formato	do	
corpo,	 podendo	 ser	 laminar	
ou	turbulento.
Aumenta	 a	 Resistência	
ao	movimento.
18
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
Fluxo de Arrasto
Diferença	na	pressão	à	fren-
te	e	na	traseira	do	objeto	em	
deslocamento,	 sendo	 que	
a	 pressão	 traseira	 se	 torna	
menor	que	a	dianteira.
Facilita	 ou	 dificulta	 a	
marcha.
FONTE: A autora
3.1 MOVIMENTO DE FLUXO
Durante	 a	 imersão,	 quando	 um	 corpo	 se	 movimenta,	 estará	 exposto	
a	 peculiaridades	 de	 fluxo	 do	 líquido,	 que	 são	 determinadas	 pela	 velocidade,	
oscilação	e	formato	do	corpo	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
Assim,	durante	a	movimentação	suave	e	lenta,	o	fluxo	da	água	ao	redor	do	
objeto	é	chamado	de	fluxo	laminar.	As	moléculas	se	movimentam	paralelamente	
e	não	 se	 cruzam.	 Já	quando	o	movimento	é	 rápido,	 formam-se	 cruzamentos	e	
oscilações,	formando	um	fluxo	turbulento	(CARREGARO;	TOLEDO,	2008).	
FIGURA 10 – FLUXO TURBULENTO E LAMINAR
FONTE: <https://docplayer.com.br/docs-images/95/123536684/images/29-0.jpg>. Acesso em: 
25 jan. 2021.
Durante	o	movimento,	a	resistência	friccional	é	maior	no	fluxo	turbulento.	
No	fluxo	 laminar,	a	 resistência	é	diretamente	proporcional	à	velocidade	–	 isso	
devido	ao	atrito	entre	as	camadas	de	moléculas	do	 líquido;	enquanto	no	fluxo	
turbulento	 é	 proporcional	 ao	 quadrado	 da	 velocidade,	 em	 decorrência	 do	
atrito	entre	as	moléculas	individuais	do	líquido	e	entre	o	líquido	e	a	superfície	
do	 continente.	Assim,	 é	mais	 difícil	 equilibrar-se	 ou	 deslocar-se	 em	 um	 fluxo	
turbulento	do	que	em	um	fluxo	contínuo.
https://docplayer.com.br/docs-images/95/123536684/images/29-0.jpg
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM A FISIOTERAPIA AQUÁTICA
19
3.2 FORÇA DE ARRASTO
Durante	 o	movimento,	 cria-se	 uma	 diferença	 na	 pressão	 à	 frente	 e	 na	
traseira	do	objeto,	sendo	que	a	pressão	traseira	torna-se	menor	que	a	dianteira.	
Nesse	sentido,	ocorre	o	que	chamamos	de	esteira,	um	deslocamento	do	fluxo	de	
água	para	dentro	da	área	de	pressão	reduzida	(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).
Na	região	da	esteira	forma-se	redemoinhos,	que	tendem	a	arrastar	para	
trás	o	objeto.	Quanto	mais	rápido	o	movimento,	maior	o	arrasto.
FIGURA 11 – FORÇA DE ARRASTO
FONTE: Shirabe (2017, p. 21)
O	 coeficiente	 de	 arrasto	 está	 relacionado	 com	 a	 forma	 como	 o	 corpo	
está	alinhado	com	a	correnteza.	Assim,	a	resistência	ao	movimento	depende	da	
velocidade	e	da	forma	do	objeto	(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).
Este	 princípio	 não	 afeta	 diretamente	 a	 imersão	 ou	 movimento	 de	 um	
corpo	 na	 água,	 mas	 é	 importante	 para	 lembrar	 de	 alguns	 cuidados	 a	 serem	
prestados	aos	pacientes	durante	e	após	a	sessão	de	hidroterapia	(CAROMANO;	
NOWOTNY,	2002).
4 CONCEITOS BÁSICOS DA TERMODINÂMICA
Quando	trabalhamos	com	imersão,	impomos	ao	corpo	uma	temperatura	
diferente	da	sua,	ocasionando	uma	troca	energética	entre	o	meio	e	o	corpo.	Vamos	
entender	como	isso	acontece?
Segundo	Branco	et al.	(2006),	os	benefícios	da	água	também	se	devem	a	
sua	capacidade	de	conservar	e	transferir	calor.	Os	autores	postulam	que:
ESTEIRA
REDEMOINHO
20
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
Como	todas	as	substâncias,	a	água	possui	energia	armazenada	sobre	a	
forma	de	calor.	Esta	energia,	expressa	em	calorias,	pode	ser	libertada	
(arrefecimento)	 ou	 captada	 (aquecimento),	 segundo	 a	 expressão:	 Q	
=	mc	ΔT°	Na	qual	“m”	equivale	à	massa	da	água,	“c”	à	capacidade	
térmica	 específica	 do	 fluido	 e	 “ΔT°”	 à	 variação	 de	 temperatura	
(BRANCO	et al.,	p.	28).
 
Assim,	um	corpo	imerso	no	meio	líquido	forma	um	sistema	dinâmico.	Se	
a	temperatura	da	água	exceder	a	do	corpo	imerso,	o	sistema	reequilibra-se	atra-
vés	do	aquecimento	do	corpo	e	do	arrefecimento	da	água	(BRANCO	et al.,	2006).	
É	importante	destacar	que	a	água	é	um	excelente	condutor,	transferindo	
calor	 25	vezes	mais	depressa	do	que	o	ar.	Branco	 et al.	 (2006)	 afirmam	que	os	
efeitos	térmicos	da	água	permitem	a	troca	de	calor	com	o	corpo	imerso	por	duas	
vias:	condução	e	convecção.	
A	 primeira	 ocorre	 pelo	 movimento	 normal	 de	 energia	 do	 corpo	 mais	
quente	em	direção	ao	mais	frio,	enquanto	a	segunda	consiste	na	perda	que	ocorre	
pelo	movimento	da	água	contra	o	corpo,	mesmo	em	temperaturas	idênticas.
FIGURA 12 – CONDUÇÃO DE CALOR
FONTE: <https://bit.ly/3oGMYGV>. Acesso em: 1º out. 2020.
Os	 efeitos	 variam	 com	 a	 duração	 do	 exercício,	 seu	 tipo,	 progressão	 e	
intensidade,	temperatura	da	água,	postura	adotada	e	patologia	do	paciente.
Segundo	Caromano	e	Nowotny	(2002),	a	temperatura	do	nosso	corpo	varia	
por	 região,	 em	 torno	de	0,6°.	Nesse	 sentido,	podemos	dividir	 em	 temperatura	
central	 e	 temperatura	 superficial.	A	 temperatura	 normal	média	 é	 considerada	
como	sendo	de	37°C,	quando	medida	oralmente.
Os	mesmos	autores	destacam	que	a	realização	de	exercícios	vigorosos	em	
água	aquecida	(35°C),	resulta	em	aumento	da	temperatura	central	para	39°C	e	
fadiga	prematura.	
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM A FISIOTERAPIA AQUÁTICA
21
Já	 o	 exercício	 vigoroso	 em	 água	 fria	 (18°C)	 resulta	 em	 diminuição	 da	
temperatura	 corporal	 central	 para	 aproximadamente	 36°C,	 associada	 com	 a	
inabilidade	de	realizar	contração	muscular	(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).
Você sabia que a água retém 1.000 vezes mais calor que um volume equivalente de ar? O 
corpo humano, por sua vez, tem capacidade calórica específica igual a 0,83. 
A capacidade do ar de reter água é conhecida como umidade. Umidade relativa é a relação 
entre a quantidade que estaria presente se o ar estivesse saturado na mesma temperatura. 
Se a umidade e a temperatura estiverem elevadas, o corpo terá muita dificuldade em perder 
calor e o ambiente torna-se desconfortável. 
Por esse motivo, aconselha-se temperatura ambiente entre 20 e 21°C e umidade de 55% 
em piscinas terapêuticas (CAROMANO; NOWOTNY, 2002).
INTERESSA
NTE
Quando	 consideramos	 o	 resfriamento,	 a	 lei	 de	 Newton,	 afirma	 que	 a	
velocidade	de	 resfriamento	de	um	 corpo,	 em	um	dado	 tempo,	 é	proporcional	
à	 diferença	 de	 temperatura	 entre	 o	 corpo	 e	 sua	 vizinhança.	 Quanto	 maior	 a	
diferença,	maior	a	velocidade	de	resfriamento	(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).	
5 CONCEITOS BÁSICOS ÓTICOS 
A	 Ótica	 é	 o	 ramo	 da	 Física	 que	 se	 dedica	 ao	 estudo	 de	 fenômenos	
relacionados	à	luz.	Um	dos	conceitos	dessa	área	discorre	sobre	a	refração	uma	
propriedade	que	deve	ser	considerada	na	atuação	do	fisioterapeuta.
Ela	consiste	em	uma	deflexão	de	um	raio,	quando	ele	passa	de	um	meio	
mais	denso	para	um	menos	denso	ou	vice-versa.	Quando	um	raio	de	luz	é	refletido	
no	fundo	da	piscina,	será	refratado	afastando-se	do	normal,	ao	passar	da	água	
para	o	ar,	portanto,	o	ponto	A	parece	ocorrer	no	ponto	B,	porque	o	observador	
imagina	que	a	luz	viaja	em	linha	reta	(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).
22
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
FIGURA 13 – REFRAÇÃO
FONTE: <https://bit.ly/3jeFHNo>. Acessoem: 25 jan. 2021.
A	piscina	parece	ser	mais	rasa	do	que	realmente	é,	e	os	membros	inferiores	
de	um	paciente,	quando	imersos,	parecem	deformados,	e	quando	parcialmente	
imersos	parecem	quebrados.	Isto	dificulta	a	observação	do	paciente,	a	partir	da	
superfície	da	piscina	(CAROMANO;	NOWOTNY,	2002).
FIGURA 14 – REFRAÇÃO
FONTE: Caromano e Nowotny (2002, p. 6)
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA QUE FUNDAMENTAM A FISIOTERAPIA AQUÁTICA
23
Você percebeu como as propriedades físicas da água são importantes para a fisioterapia 
Aquática?
Todos os princípios são uteis e cabe a você, futuro fisioterapeuta, analisar as situações 
clínicas, adicionando ou retirando equipamentos da sua intervenção. Segundo Caromano 
e Nowotny (2002), vale ressaltar que:
• De forma geral, a densidade pode ser alterada para facilitar ou resistir movimentos e 
auxiliar na sustentação e flutuação do corpo.
• A força de flutuação poder auxiliar em técnicas de mudança de decúbito e facilitar o 
deslocamento de todo corpo, como por exemplo, durante a marcha.
• A pressão hidrostática auxilia na diminuição da descarga de peso sobre os membros 
inferiores, na resolução de edemas e pode servir como exercício respiratório em algumas 
doenças respiratórias.
• A viscosidade provoca resistência ao deslocamento.
• Variações no ambiente aquático, como a produção de turbulência, criam um meio 
interessante para o trabalho do equilíbrio estático e dinâmico.
• O fluxo também pode ser modificado por equipamentos como palmares, que, 
dependendo de como são utilizados, podem dificultar ou facilitar um determinado 
movimento.
• O movimento em meio aquoso, sendo dependente da forma do corpo, ao se deslocar 
na água e da velocidade pode ser modificado de inúmeras maneiras, criando as mais 
diversas situações terapêuticas.
• A força de arrasto pode ser utilizada para facilitar os movimentos, tanto do paciente 
quando do terapeuta. Uma vez o paciente posicionado atrás do terapeuta, o movimento 
de resistência é vencido pelo terapeuta e facilitado para o paciente. 
• A utilidade da temperatura tépida da água depende de sua grande capacidade de reter 
e transferir calor.
IMPORTANT
E
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	fisioterapia	aquática	é	embasada	pelas	propriedades	físicas	da	água	e	pelos	
efeitos	fisiológicos	da	imersão.
•	 As	principais	propriedades	físicas	da	água	da	Hidrostática	sobre	o	corpo	imerso	
são:	densidade,	empuxo,	pressão	hidrostática,	viscosidade	e	tensão	superficial.
•	 As	principais	propriedades	físicas	da	água	da	Hidrodinâmica	são:	movimento	
de	fluxo	e	arrasto.
•	 A	refração	é	uma	propriedade	ótica,	que	consiste	em	uma	deflexão	de	um	raio,	
quando	ele	passa	de	um	meio	mais	denso	para	um	menos	denso	ou	vice-versa.
•	 Os	 benefícios	 da	 água	 também	 se	 devem	 a	 sua	 capacidade	 de	 conservar	 e	
transferir	calor.
•	 A	densidade	pode	ser	alterada	para	facilitar	ou	resistir	movimentos	e	auxiliar	
na	sustentação	e	flutuação	do	corpo.
•	 No	uso	da	fisioterapia	aquática	é	importante	também	consideramos	a	massa	
muscular	do	paciente	quando	analisamos	sua	densidade.
•	 A	 pressão	 hidrostática	 auxilia	 na	 diminuição	 da	 descarga	 de	 peso	 sobre	 os	
membros	inferiores.
•	 A	viscosidade	provoca	resistência	ao	deslocamento.
25
1	 Para	 compreender	 as	 adaptações	 fisiológicas	 de	 um	 corpo	 em	 imersão	
é	 necessário	 o	 entendimento	 sobre	 os	 princípios	 da	 hidrostática,	 da	
hidrodinâmica	 e	 da	 termodinâmica.	 Nesse	 sentido,	 sobre	 os	 princípios	
físicos	da	água,	associe	os	itens,	utilizando	o	código	a	seguir:	
I-	 Pressão	hidrostática.
II-	 Turbulência.
III-	 Flutuação.
(			)	 Cria	um	meio	interessante	para	o	trabalho	do	equilíbrio	estático	e	dinâmico
(			)	 É	a	força	experimentada	como	empuxo	para	cima,	atuando	em	sentido	
contrário	ao	da	ação	da	gravidade,	aparentando	que	todo	corpo	submerso	
possui	menor	peso	do	que	em	terra.
(			)	 É	proporcional	a	sua	profundidade	e	densidade,	portanto,	quanto	mais	
profunda,	maior	a	pressão.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 I	–	III	–	II.
b)	(			)	 II	–	III	–	I.
c)	(			)	 I	–	II	–	III.
d)	(			)	 III	–	II	–	I.
2	 O	 reconhecimento	dos	benefícios	da	hidroterapia	 sobre	as	mais	diversas	
patologias	 leva	 a	 sua	 incorporação	 nos	 programas	 de	 reabilitação	 da	
fisioterapia,	devido	às	propriedades	físicas	da	água	e	os	ganhos	fisiológicos	
dos	 exercícios	 aquáticos.	 Nesse	 sentido,	 classifique	 V	 para	 as	 sentenças	
verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 A	viscosidade	facilita	os	movimentos	e	auxilia	na	sustentação	e	flutuação	
do	corpo.
(			)	 A	turbulência,	pode	ser	utilizada	para	o	trabalho	do	equilíbrio	estático	e	
dinâmico.
(			)	 O	 fluxo	 pode	 ser	 modificado	 por	 equipamentos	 como	 palmares,	 que	
dependendo	de	 como	são	utilizados,	podem	dificultar	ou	 facilitar	um	
determinado	movimento.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	V	–	F.
b)	(			)	 V	–	F	–	V.
c)	(			)	 F	–	V	–	V.
d)	(			)	 F	–	F	–	V.
AUTOATIVIDADE
26
3	 As	forças	físicas	da	água	que	agem	sobre	um	organismo	imerso,	provocam	
alterações	 fisiológicas	 extensas,	 atuando	 em	 quase	 todos	 os	 sistemas	 do	
organismo.	Com	base	no	exposto,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 A	hidrostática,	hidrodinâmica	e	a	turbulência	são	áreas	da	física	que	
fundamentam	a	hidroterapia.
b)	(			)	 A	hidrostática	estuda	o	comportamento	do	dos	líquidos	em	movimento.
c)	(			)	 A	hidrodinâmica	estuda	o	comportamento	dos	líquidos	em	repouso.
d)	(			)	 As	principais	propriedades	 físicas	da	água	de	maior	alcance	 clínico	
sobre	o	 corpo	 imerso	 são:	densidade,	 empuxo,	pressão	hidrostática,	
turbulência,	viscosidade,	tensão	superficial	e	refração.	
4	 A	 Fisioterapia	 Aquática,	 também	 conhecida	 como	 Hidroterapia	 ou	
Hidrocinesioterapia,	é	o	emprego	de	exercícios	terapêuticos	utilizando	os	
princípios	físicos	da	água	e	seus	efeitos	fisiológicos,	visando	proporcionar	a	
cura	e	a	prevenção	de	doenças,	além	da	promoção	da	saúde.	Nesse	sentido,	
classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 A	 flutuação	 permite	 que	 o	 paciente	 realize	movimentos	 em	 diversos	
planos,	 proporcionando	 atividades	 que	 até	 então	 poderiam	 ser	
impossíveis	de	serem	realizadas	em	solo.
(			)	 A	água	aumenta	o	impacto	de	movimento	das	articulações,	aumentando	
o	 risco	 de	 causar	 lesões	 em	 pacientes	 com	 doenças	 articulares	 ou	
degenerativas.
(			)	 A	fisioterapia	aquática	traz	benefícios	exclusivamente	psicológicos	para	
a	saúde	do	paciente.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	F	–	F.
b)	(			)	 V	–	F	–	V.
c)	(			)	 F	–	V	–	F.
d)	(			)	 F	–	F	–	V.
27
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
1 INTRODUÇÃO
Agora	 que	 já	 compreendemos	 as	 propriedades	 físicas	 da	 água,	
entenderemos	 quais	 são	 os	 resultados	 dela	 no	 nosso	 organismo:	 os	 efeitos	
fisiológicos.	Estes	dependem	de	fatores	como	temperatura	da	água,	profundidade	
da	 piscina,	 tipo	 e	 intensidade	 da	 atividade	 realizada,	 duração	 da	 fisioterapia	
aquática,	postura	do	paciente	e	sua	condição	clínica.	A	imersão	pode	provocar	
respostas	cardíacas,	respiratórias,	renais,	musculoesqueléticas,	entre	outras.
FIGURA 15 – SISTEMAS ALTERADOS NA IMERSÃO
FONTE: A autora
28
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
Os	mecanismos	de	adaptação	ao	exercício	são	semelhantes	dentro	e	fora	
de	 água,	 porém	 podem	 existir	 grandes	 diferenças	 quantitativas.	 O	 consumo	
energético	durante	o	exercício	aeróbico	submáximo	em	imersão	pode	ser	superior,	
idêntico	ou	inferior	ao	verificado,	para	o	mesmo	tipo	de	exercício	fora	de	água	
(BRANCO	et al.,	2006).	
Como	 a	 relação	 entre	 o	 consumo	 de	 oxigênio	 e	 a	 frequência	 cardíaca	
varia	com	as	características	do	exercício	e	do	próprio	meio	aquático,	o	uso	deste	
parâmetro	para	monitorizar	a	intensidade	do	exercício	exige	precauções	especiais	
(BRANCO	et al.,	2006).Branco et al.	(2006)	discorrem	que	apesar	dos	volumes	pulmonares	serem	
influenciados	 pela	 imersão,	 a	 resposta	 ventilatória	 ao	 exercício	 é	 semelhante	
à	 verificada	 fora	 de	 água.	 As	 adaptações	 induzidas	 pelo	 exercício	 aquático	
submáximo	são	parecidas	com	as	realizadas	fora	de	água.	Isso	ocorre	pelo	fato	
que	a	água	impede	a	evaporação	do	suor,	a	dissipação	eficaz	do	calor	depende	
essencialmente	da	temperatura	da	água,	da	intensidade	do	exercício	e	da	massa	
gorda	do	indivíduo.
2 SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
Um	 dos	 principais	 efeitos	 no	 sistema	 cardiorrespiratório	 é	 provocado	
pela	pressão	hidrostática,	conforme	a	diminuição	da	profundidade	proporciona	
o	deslocamento	do	sangue	em	uma	via	de	mão	única,	que	aumenta	o	fluxo	nos	
maiores	vasos	da	cavidade	abdominal	e	para	o	coração	(CAROMANO;	FILHO;	
CANDELORO,	2003).
Além	disso,	o	fluxo	sanguíneo	no	pulmão	também	aumenta,	devido	ao	au-
mento	da	pressão	sanguínea.	Esta	resposta	favorece	uma	maior	troca	gasosa,	devido	
ao	aumento	de	sangue	na	circulação	pulmonar	(CARREGARO,	TOLEDO,	2008).	
Ocorre	também	um	aumento	no	consumo	energético,	pois	o	coração	deve	
aumentar	 a	 força	 de	 contração	 e	 aumentar	 o	 débito	 cardíaco,	 em	 resposta	 ao	
aumento	de	volume	de	sangue	(CAROMANO;	FILHO;	CANDELORO,	2003).	
Aumentos	do	débito	cardíaco	parecem	estar	relacionados	a	variações	da	
temperatura	da	água,	podendo	atingir	aumentos	de	30%	a	uma	temperatura	de	
aproximadamente	33°C	(CARREGARO,	TOLEDO,	2008).	
Ainda,	 a	 imersão	 na	 altura	 do	 tórax	 afeta	 significativamente	 o	 ritmo	
respiratório	e	ocasiona	aumento	do	trabalho	respiratório,	devido	à	compressão	
da	 caixa	 torácica	 e	 deslocamento	 do	 centro	 diafragmático	 cranialmente.	 A	
capacidade	vital	sofre	uma	redução	de	6,0%	e	o	volume	de	reserva	expiratória	
fica	reduzido	de	66,0%	(CAROMANO;	FILHO;	CANDELORO,	2003).
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
29
FIGURA 16 – ALTERAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIA 
FONTE: Arca et al. (2012, p. 428)
3 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
Na	imersão	em	temperaturas	acima	de	37°C	ocorre	vasodilatação	e	au-
mento	o	fluxo	sanguíneo	muscular.	Além	disso,	o	auxílio	da	flutuação	diminui	
a	 sobrecarga	 articular	 e	 favorece	uma	 atuação	 equilibrada	dos	músculos,	 pro-
porcionando	um	meio	de	fácil	movimentação	e	potencializando	a	realização	de	
exercícios	que	não	seriam	possíveis	em	solo,	principalmente	em	indivíduos	com	
limitações	de	força	e	movimento	(CAROMANO;	FILHO;	CANDELORO,	2003).
Como	 já	 visto	 anteriormente,	 a	 viscosidade	 provoca	 uma	 resistência	
tridimensional,	fazendo	com	que	as	contrações	musculares	sejam	sincrônicas.
Nesta	perspectiva,	 com	menor	descarga	de	peso,	 o	fisioterapeuta	pode	
usar	equipamentos	específicos	e	aumentar	a	resistência	durante	os	movimentos	
na	água.	
FIGURA 17 – USO DE EQUIPAMENTOS PARA POTENCIALIZAR AÇÃO MUSCULAR
FONTE: <https://bit.ly/3pMdVdO>. Acesso em: 25 jan. 2021.
30
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
4 SISTEMA RENAL
No	 sistema	 renal	 ocorre	 um	 aumento	 do	 fluxo	 sanguíneo	 renal,	
ocasionando	aumento	da	liberação	de	creatinina.	Não	obstante,	a	distensão	atrial	
esquerda	 diminui	 a	 atuação	 simpática	 e	 ocasiona	 maior	 transporte	 de	 sódio	
tubular,	com	diminuição	de	aproximadamente	um	terço	da	resistência	vascular	
renal	(CAROMANO;	FILHO;	CANDELORO,	2003).	
A	 excreção	de	 sódio	 aumentada	gera	uma	parte	do	 efeito	diurético	da	
imersão.	Outro	fator	é	que	a	função	renal	é	largamente	controlada	pelos	hormônios	
renina,	aldosterona	e	hormônio	antidiurético	(CARREGARO,	TOLEDO,	2008).	
A	 aldosterona	 controla	 a	 reabsorção	 de	 sódio	 nos	 túbulos	 distais,	
atingindo	 um	 máximo	 após	 três	 horas	 de	 imersão.	 A	 regulação	 do	 peptídeo	
atrial	natriurético	 é	 suprimida	em	50%	de	 sua	 função	no	 solo,	 após	a	 imersão	
(CAROMANO;	FILHO;	CANDELORO,	2003).	
Acompanhando	 as	 alterações	 no	 controle	 renal	 ocorrem	 alterações	 em	
alguns	 neurotransmissores	 do	 sistema	 nervoso	 autônomo.	 As	 catecolaminas	
agem	 regulando	 a	 resistência	 vascular,	 a	 frequência	 cardíaca	 e	 a	 força	 de	
contração	cardíaca	e	 são	ativadas	 logo	após	a	 imersão	 (CAROMANO;	FILHO;	
CANDELORO,	2003).
Os	efeitos	combinados	no	sistema	renal	e	cardiovascular,	em	temperaturas	
neutras,	contribuem	para	a	diminuição	da	pressão	em	longas	imersões,	gerando	
diminuições	da	pressão	sanguínea	que	duram	até	horas,	pós-imersão.	
FIGURA 18 – ALTERAÇÕES RENAIS
FONTE: Arca et al. (2012, p. 428)
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
31
5 SISTEMA NEUROLÓGICO
No	 sistema	 nervoso,	 a	 imersão	 influencia	 na	 percepção	 dos	 níveis	 de	
dor,	por	um	mecanismo	de	redução	de	sensibilidade	das	terminações	nervosas	
livres,	causado	por	um	extravasamento	sensorial,	dado	pela	temperatura,	atrito	e	
pressão,	o	qual	pode	aumentar	o	limiar	da	dor	(CARREGARO,	TOLEDO,	2008).	
Não	obstante,	ocorre	o	relaxamento	do	tônus	muscular,	que	pode	ser	de-
vido	à	vasodilatação	e	diminuição	da	sobrecarga	corporal,	benéfico	nos	casos	de	
espasticidade	ou	tensão	muscular	exacerbada	(CARREGARO,	TOLEDO,	2008).
Durante	os	exercícios	aquáticos,	o	sistema	vestibular	é	bastante	requisitado	
pela	 instabilidade	 provocada	 pela	 água,	 o	 que	 possibilita	 o	 tratamento	 de	
pacientes	portadores	de	distúrbios	do	equilíbrio.
6 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
A	 fisioterapia	 aquática	 tem	 inúmeros	 indicações,	 principalmente	 em	
condições	 que	 necessitam	 a	 redução	 ou	 a	 eliminação	 total	 da	 sustentação	 do	
peso	corporal,	em	processos	inflamatórios,	quadros	álgicos,	retração	e	espasmo	
musculares,	amplitudes	de	movimentos	reduzidas,	promovendo	uma	restauração	
funcional	eficaz.
Assim,	 podemos	 destacar	 como	 indicações	 terapêuticas	 gerais	 as	
disfunções	 neurológicas	 em	 casos	 de	 espasmos	 ou	 dificuldade	 de	 equilíbrio/	
deambulação,	 disfunções	 reumáticas,	 traumato-ortopédicas,	 e	 em	 populações	
como	gestantes,	crianças	e	idosos,	dentre	outros.
Quer conhecer um pouco mais sobre a área de atuação do fisioterapeuta na 
Fisioterapia Aquática? Acesse o Site da Associação Brasileira de Fisioterapia Aquática, em: 
https://abfaquatica.com.br/.
DICAS
32
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
FONTE: <https://abfaquatica.com.br/>. Acesso em: 26 jan. 2021.
O	fisioterapeuta	deve	analisar	na	avaliação	os	principais	objetivos	de	suas	
condutas	associando	aos	efeitos	terapêuticos	esperados	na	imersão.	
FIGURA 19 – EFEITOS TERAPÊUTICOS ESPERADOS COM A IMERSÃO
FONTE: A autora
As	 intervenções	 utilizadas	 vão	 depender	 da	 disfunção	 e	 do	 quadro	
clínico	de	cada	paciente,	bem	como	dos	objetivos	traçados	para	cada	tratamento.	
Os	 manuseios	 e	 métodos	 empregados	 na	 reabilitação	 aquática	 diferem	 em	
conformidade	com	as	necessidades	individuais	e	a	área	da	fisioterapia,	mas	todas	
se	utilizam	das	propriedades	físicas	da	água	e	seus	efeitos	no	corpo	humano.
https://abfaquatica.com.br/
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
33
Os	 autores	 sustentam	 ainda	 que	 a	 imersão	 na	 água	 provoca	 redução	
do	tônus	muscular,	enquanto	a	dor	pode	ser	reduzida	por	ambos	os	estímulos	
térmicos.	 Além	 disso,	 a	 imersão	 na	 água	 facilita	 a	 amplitude	 de	 movimento	
articular	e	força,	demonstrando	a	eficácia	do	programa,	e	destacam	o	importante	
benefício	da	 facilitação	dos	exercícios	de	amplitude	em	um	ambiente	aquático	
(CARREGARO,	TOLEDO,	2008).	
As	 contraindicações	 podem	 ser	 divididas	 em	 relativas,	 absolutas	 e	
relacionadas	 com	 o	 estado	 clínico	 do	 paciente.	 As	 relativas	 dizem	 respeito	 a	
cuidados	especiais	com	relação	a:	período	menstrual,	tímpano	perfurado,	uso	de	
bolsa	de	colostomia,	epilepsia,	disfagia	e	medo	de	água.	Processos	infecciosos	e	
inflamatórios	agudos	da	região	da	face	e	pescoço,	tais	como	inflamações	dentárias,	
amigdalites,	faringites,	otites,	sinusites	e	rinites	costumam	apresentar	piora	com	
a	imersão,	por	isso	deve	ser	avaliadas	caso	a	caso	(BIASOLI;	MACHADO,	2006).
Há	algumascontraindicações	absolutas,	como	feridas	infectadas,	infecções	
de	pele	e	gastrointestinais,	sintomas	agudos	de	trombose	venosa	profunda,	doença	
sistêmica,	tratamento	radioterápico	em	andamento	e	incontinência	urinaria	e/ou	
fecal	(BIASOLI;	MACHADO,	2006).	
Micoses	e	infecções	por	fungos	graves	também	requerem	afastamento	do	
paciente	de	ambientes	úmidos	(BIASOLI;	MACHADO,	2006).
Deve-se	ter	atenção	especial	aos	portadores	de	problemas	cardíacos	graves,	
além	de	hipo/hipertensão	descontrolada,	bem	como	insuficiências	respiratórias	e	
epilepsia	ou	uso	de	válvulas	intracranianas	(BIASOLI;	MACHADO,	2006).	
Pacientes	 com	 fobia	 à	 água	devem	 ter	um	acompanhamento	 criterioso,	
enquanto	 pacientes	 com	 aparelhos	 de	 surdez	 não	 devem	 utilizá-lo	 na	 piscina	
(BIASOLI;	MACHADO,	2006).
7 BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA 
Os	 benefícios	 terapêuticos	 do	 meio	 líquido	 são	 promovidos	 pelas	
modificações	fisiológicas	durante	a	 realização	de	exercícios	em	água	aquecida,	
pelo	desvio	de	calor	somado	aos	princípios	físicos	da	água,	como	já	destacamos	
anteriormente.
Podemos	elencar	muitos	benefícios,	e	cabe	ao	profissional	fisioterapeuta	
avaliar	a	relação	custo/benefício	do	uso	da	Fisioterapia	Aquática	no	tratamento	de	
cada	paciente.	Na	figura	a	seguir	destacaremos	os	principais	benefícios	descritos	
na	literatura	atual.	
34
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
FIGURA 20 – PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
FONTE: A autora
Lima	e	Cordeiro	(2020)	destacam	que	a	experiência	prévia	com	a	imersão	
deve	 ser	 considerada	 para	 o	 uso	 do	 recurso	 da	 fisioterapia	 aquática,	 pois	
indivíduos	 que	 são	 familiarizados	 e	 se	 sentem	 confortáveis	 no	meio	 aquático	
participam	 com	 mais	 intensidade	 das	 atividades	 propostas	 em	 comparação	
àqueles	menos	adaptados.
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
35
FIGURA 21 – PACIENTE SENDO FAMILIARIZADO COM O MEIO LÍQUIDO
FONTE: <https://interfisio.com.br/fisioterapia-aquatica-no-tratamento-da-paralisia-cerebral-em-
adultos-revisao-da-literatura-e-relato-de-caso-2/>. Acesso em: 27 jan. 2021.
Castro,	 Barbosa	 e	 Braga	 (2018)	 após	 analisarem	 a	 intervenção	 com	
fisioterapia	aquática	em	crianças	com	paralisia	cerebral,	afirmam	que	os	benefícios	
com	 esta	 população	 são	 inúmeros.	 Os	 autores	 discorrem	 que	 a	 turbulência	 é	
uma	grande	aliada	ao	tratamento	da	dor,	pois	fornece	estímulos	sensoriais	que	
podem	ser	intensificadas	com	manuseios	realizados	pelo	terapeuta,	diminuindo	
a	desconforto	articular.
Os	 mesmos	 autores	 destacam	 que	 durante	 a	 imersão,	 o	 fisioterapeuta	
consegue	 realizar	 uma	 estabilização	 articular	mais	 eficaz	 do	 que	 no	 solo,	 em	
função	da	pressão	em	todas	as	direções.	Essa	estabilidade	favorece	a	permanência	
desses	pacientes	em	pé,	situação	realizada	com	dificuldades	fora	deste	ambiente.
Assim,	utiliza-se	da	força	vertical	oposta	à	gravidade	dada	pelo	empuxo,	
auxiliando	as	musculaturas	enfraquecidas	que	não	são	capazes	de	vencer	a	força	
da	gravidade.
Esse	 fato	 é	 particularmente	 importante	 quando	 pensamos	 na	 inserção	
social	 e	 fator	 psicológico	 desses	 indivíduos,	 a	 maioria	 destes	 pacientes	 passa	
muito	 tempo	 da	 sua	 vida	 sentado	 em	 uma	 cadeira	 de	 rodas	 ou	 utilizando	
um	 dispositivo	 auxiliar	 de	marcha,	 e	 a	 fisioterapia	 aquática	 permite	 que	 eles	
experenciem	a	posição	em	pé	e	a	deambulação	com	auxílio	contribuindo	muito	
para	o	fator	motivacional	de	seu	tratamento.
https://interfisio.com.br/fisioterapia-aquatica-no-tratamento-da-paralisia-cerebral-em-adultos-revisao-da-literatura-e-relato-de-caso-2/
https://interfisio.com.br/fisioterapia-aquatica-no-tratamento-da-paralisia-cerebral-em-adultos-revisao-da-literatura-e-relato-de-caso-2/
36
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
FIGURA 22 – FISIOTERAPIA AQUÁTICA NA PARALISIA CEREBRAL
FONTE: <https://fisioteraloucos.com.br/conheca-os-beneficios-da-fisioterapia-aquatica-para-
tratar-criancas/>. Acesso em: 27 jan. 2021.
Ide et al.	 (2009)	destacam	em	seu	estudo	que	o	meio	 líquido	possibilita	
a	 aquisição	 e	 vivências	 de	 diversas	 posturas	 para	 populações	 especiais,	 como	
idosos	e	crianças.	
As	 brincadeiras	 e	 os	 equipamentos	 utilizados	 propiciam	 a	 terapia	 um	
meio	lúdico,	fator	importante	na	adesão	ao	tratamento.	
FIGURA 23 – USO DO LÚDICO COM CRIANÇAS NA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
FONTE: <https://www.amaralnatacao.com.br/brincar-ajuda-desenvolvimento-dos-bebes-e-
criancas/>. Acesso em: 27 jan. 2021.
Além	 disso,	 observa-se	 melhora	 das	 condições	 cardiorrespiratórias,	
através	da	influência	direta	da	atividade	na	água	na	capacidade	aeróbica,	trocas	
gasosas	e	condição	respiratória	geral.	
https://fisioteraloucos.com.br/conheca-os-beneficios-da-fisioterapia-aquatica-para-tratar-criancas/
https://fisioteraloucos.com.br/conheca-os-beneficios-da-fisioterapia-aquatica-para-tratar-criancas/
https://www.amaralnatacao.com.br/brincar-ajuda-desenvolvimento-dos-bebes-e-criancas/
https://www.amaralnatacao.com.br/brincar-ajuda-desenvolvimento-dos-bebes-e-criancas/
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
37
Não	obstante,	há	melhora	psicológica,	provavelmente	pelo	relaxamento	
físico,	descontração,	prazer,	 integração	e	 socialização	que	a	 atividade	aquática	
proporciona.	
Segundo	 Ide	 et al.	 (2009),	 pode-se	 observar	 benefícios	 psicológicos	 em	
mulheres	que	adotam	a	atividade	aquática	 como	 forma	de	atividade	 saudável	
durante	o	período	gestacional.
FIGURA 24 – FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM GESTANTES
FONTE: <https://bit.ly/3pOvERZ>. Acesso em: 27 jan. 2021.
A	 imersão	 exerce	 efeitos	 particulares	 em	 pacientes	 com	 disfunções	 de	
locomoção,	segundo	Ide	et al.	(2009)	isso	deve-se	ao	efeito	térmico	da	água,	que	
diretamente	diminui	a	dor	e	o	espasmo	muscular,	e	da	flutuabilidade	da	água,	
que	alivia	o	estresse	mecânico	nas	articulações.
	 Os	 mesmos	 autores	 discorrem	 que	 indica-se	 fisioterapia	 aquática	
para	pacientes	 com	quadros	 subagudos	 e	 crônicos	de	dor,	 espasmo	muscular,	
edema,	 diminuição	 da	 amplitude	 de	 movimento	 e	 força	 muscular,	 déficit	 de	
equilíbrio	 e	 propriocepção,	 alterações	 posturais	 ou	 no	 retorno	 às	 condições	
cardiorrespiratórias	 prévias	 a	 algum	 problema,	 como	 em	 pós-operatórios	 ou	
pós-imobilizações	prolongadas,	especialmente	quando	não	se	permite	a	descarga	
total	de	peso	por	um	motivo	ou	outro.
A	Fisioterapia	Aquática	pode	ser	usada	como	recreação	e	manutenção	da	
saúde	geral,	 promovendo	 saúde	 e	 auxiliando	portadores	de	 alguma	patologia	
crônica	ou	grupos	especiais,	como	idosos	e	gestantes.
38
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
Além	de	todos	os	benefícios	fisiológicos	do	meio	aquático,	as	atividades	
realizadas	neste	ambiente	por	si	só,	oferecem	um	momento	de	lazer	e	descontração,	
que	promove	a	interação	social	e	o	bem	estar	psíquico	aos	seus	adeptos	(BIASOLI;	
MACHADO,	2006).
FIGURA 25 – INTERAÇÃO SOCIAL NA HIDROTERAPIA
FONTE: <http://bit.ly/36IJJIT>. Acesso em: 27 jan. 2021.
Segundo	Revisão	Integrativa	realizada	por	Abreu	et al.	(2020)	a	fisioterapia	
aquática	 possui	 benefícios	 significativos,	 em	 especial	 aos	 idosos,	 incluindo	
melhora	 da	 funcionalidade,	 independência,	 controle	 da	 coordenação	 corporal,	
melhora	 da	 aptidão	 física,	 diminuição	 de	 dores,	 musculares	 e	 articulares,	 e	
diminuindo	comorbidades.
Silva	 et al.	 (2013)	 destaca	 que	 o	 meio	 líquido	 permite	 o	 atendimento	
individual	e	em	grupo,	e	diminui	a	ação	da	gravidade.	Traz	possiblidades	para	
realização	de	exercícios	 tridimensionais,	sem	risco	de	quedas,	e	com	ambos	os	
membros,	superiores	e	inferiores	ao	mesmo	tempo.	
Não	obstante,	este	tipo	de	recurso	está	associado	à	atividade	prazerosa	de	
relaxamento,	num	ambiente	agradável	e	de	fácil	socialização.	Todos	esses	fatores	
em	conjunto	contribuem	para	a	melhora	da	confiança	e	autoestima	dos	pacientes
A	 fisioterapia	 aquática	 tem	 como	 finalidade	 o	 bem-estar	 social	 do	
indivíduo,e	proporciona	uma	integração	do	corpo	e	da	mente	para	a	obtenção	
de	resultados	ideais,	levando	a	uma	perfeita	condição	de	exercício	da	cidadania.
Segundo	Motta	et al.	 (2015),	as	atividades	em	grupo	realizadas	no	meio	
líquido,	 proporcionam	 benefício	 psicológico	 que	 encorajam	 a	 interação	 social	
e	 troca	 de	 experiências,	 proporcionando	 apoio,	 motivação	 aos	 participantes,	
restituição	da	autoestima,	alívio	das	tensões	e	aprendizado	de	novas	habilidades.
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
39
FIGURA 26 – ATIVIDADES EM GRUPO E INTERAÇÃO SOCIAL
FONTE: A autora
40
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
EFEITOS DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA NA DOR E NO ESTADO DE 
SONO E VIGÍLIA DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO ESTÁVEIS 
INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Carine	Vignochi
Patrícia	P.	Teixeira
Silvana	S.	Nader	
Resumo
Objetivos:	avaliar	os	efeitos	da	fisioterapia	aquática	na	dor	e	no	ciclo	de	
sono	e	vigília	de	bebês	prematuros	estáveis	hospitalizados.	Métodos:	a	pesquisa	
caracterizou-se	 como	 ensaio	 clínico	 não	 controlado	 de	 séries	 temporais.	 Foram	
incluídos	12	recém-nascidos	clinicamente	estáveis	com	idade	gestacional	inferior	
a	36	semanas	 internados	em	unidade	de	 terapia	 intensiva	neonatal.	Após	serem	
selecionados,	os	recém-nascidos	foram	colocados	no	meio	líquido,	onde	foi	iniciada	
a	 fisioterapia	 aquática,	 com	 duração	 de	 10	 minutos,	 na	 qual	 foram	 realizados	
movimentos	que	estimulam	as	posturas	flexoras	e	a	organização	postural.	Foram	
avaliados	os	ciclos	sono	e	vigília	por	meio	da	escala	de	avaliação	do	ciclo	de	sono	
e	vigília	adaptada	de	Brazelton	 (1973),	a	presença	de	sinais	de	dor	por	meio	da	
escala	 Sistema	 de	 Codificação	 da	 Atividade	 Facial	 Neonatal	 (NFCS),	 além	 de	
parâmetros	fisiológicos.	Resultados:	com	relação	aos	estados	de	sono	e	vigília,	antes	
da	 fisioterapia,	 os	 recém-nascidos	 apresentaram	 comportamentos	 que	 variaram	
entre	totalmente	acordados,	com	movimentos	corporais	vigorosos	e	choro.	Após	
a	fisioterapia,	os	estados	de	sono	variaram	entre	sono	leve	com	olhos	fechados	e	
algum	movimento	corporal.	Esses	valores	apresentaram	diferenças	estatisticamente	
significativas	(p<0,001).	O	escore	da	escala	de	avaliação	de	dor	também	diminuiu	
de	 5,38±0,91	 para	 0,25±0,46	 com	 p<0,001	 após	 a	 intervenção.	 Os	 sinais	 vitais	
mantiveram-se	estáveis.	Conclusões:	sugere-se	que	a	fisioterapia	aquática	pode	ser	
um	método	simples	e	efetivo	na	redução	da	dor	e	na	melhora	da	qualidade	do	sono	
de	bebês	prematuros	em	UTI	Neonatal.	Tornam-se	necessários	estudos	controlados	
e	com	maior	número	de	indivíduos	para	a	generalização	dos	resultados.	
Introdução
Segundo	Gaspardo,	Linhares	e	Martinez,	há	evidências	de	que	os	recém-
nascidos	possuem	capacidade	neurológica	para	perceber	a	dor,	mesmo	os	pré-
termos.	A	redução	da	dor,	além	de	evitar	riscos	potenciais,	evita	que	os	recém-
nascidos,	em	uma	fase	difícil	de	adaptação	à	vida	extrauterina,	gastem	energia	para	
compensar	essa	adaptação.	Anand,	ao	estudar	a	dor	em	crianças	recém-nascidas,	
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 3 — EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS EXERCÍCIOS EM IMERSÃO
41
explica	que	 ela	 é	um	dos	 fatores	mais	prejudiciais	do	ambiente	 extrauterino	 e	
que,	quando	não	tratada,	provoca	 inúmeros	efeitos	deletérios,	como	alterações	
metabólicas,	 elevação	 nos	 níveis	 de	 hormônios	 circulantes,	 suscetibilidade	 às	
infecções,	alterações	do	fluxo	sanguíneo	cerebral,	hipoxia,	alteração	dos	padrões	
de	sono	e	vigília,	além	de	alterações	comportamentais.
Procedimentos	de	alívio	da	dor	melhoram	a	homeostase	e	estabilidade	dos	
recém-nascidos	e	são	essenciais	para	o	cuidado	e	suporte	aos	neonatos	imaturos.	
Assim,	como	os	procedimentos	de	alívio	da	dor,	os	ciclos	do	sono	são	essenciais	
para	 o	 neurodesenvolvimento,	 o	 aprendizado,	 a	memória	 e	 a	 preservação	 da	
plasticidade	cerebral	para	a	vida	do	indivíduo.	Pesquisas	indicam	que	técnicas	de	
banho	podem	promover	tanto	a	redução	do	choro	e	da	angústia	como	a	melhora	
do	comportamento	e	qualidade	do	sono.	A	estimulação	tátil	e	cinestésica,	por	sua	
vez,	tem	mostrado	efeitos	benéficos	na	redução	da	dor.
Em	decorrência	do	grau	de	complexidade	do	ambiente	de	UTI	Neonatal,	
faz-se	necessária	a	utilização	de	medidas	terapêuticas	multidisciplinares	associa-
das	ao	conforto	do	recém-nascido,	além	de	procedimentos	de	alívio	da	dor.
Esta	 pesquisa,	 portanto,	 tem	 como	 objetivo	 avaliar	 os	 efeitos	 da	
fisioterapia	aquática	na	melhora	da	qualidade	do	sono	e	na	redução	da	dor	em	
bebês	prematuros	estáveis	hospitalizados	em	UTI	Neonatal.
 
Materiais e métodos
O	 delineamento	 do	 estudo	 foi	 um	 ensaio	 clínico	 não	 controlado	 de	
séries	 temporais,	 sendo	 o	 paciente	 seu	 próprio	 controle	 antes	 da	 intervenção	
fisioterapêutica.	A	amostra	foi	selecionada	por	conveniência	por	meio	de	seleção	
consecutiva	de	indivíduos	que	preencheram	os	critérios	de	inclusão.
A	pesquisa	foi	realizada	na	UTI	Neonatal	do	Hospital	Luterano	de	Porto	
Alegre	(RS),	Brasil,	no	período	de	 julho	de	2005	a	 junho	de	2007.	Foi	estimado	
um	número	de	12	 indivíduos	baseados	no	desvio-padrão	de	0,313,	 referente	à	
média	da	diferença	da	avaliação	antes	e	após	os	60	minutos	do	procedimento	na	
escala	do	Sistema	de	Codificação	da	Atividade	Facial	Neonatal	(NFCS)	em	estudo	
piloto	realizado	previamente,	com	alfa	de	0,05	e	poder	estimado	em	80%.
Os	 critérios	 de	 inclusão	 foram:	 recém-nascidos	 prematuros	 com	 idade	
gestacional	 inferior	 a	 36	 semanas,	 clinicamente	 estáveis,	 que	 já	 haviam	 tido	
liberação	do	pediatra	 para	 banho	 e	 que	 estavam	apresentando	 anormalidades	
comportamentais,	 como	 intolerância	 ao	 toque,	 choro	 excessivo,	 sinais	 de	 dor	
de	acordo	com	a	escala	NFCS	e	dificuldade	de	sair	da	fase	de	choro	e	agitação	
para	 uma	 fase	 de	 sono	 profundo	 durante	 um	 período	 igual	 ou	 superior	 a	 60	
minutos.	Esses	critérios	são	acompanhados	na	rotina	da	unidade	pelos	pediatras	
e	fisioterapeutas.
42
UNIDADE 1 — PRINCÍPIOS DA HIDROCINESIOTERAPIA
Os	critérios	de	exclusão	foram:	bebês	prematuros	clinicamente	instáveis,	
com	alterações	de	temperatura,	contraindicações	ao	banho	de	imersão,	problemas	
neurológicos,	 necessidade	 de	 suporte	 ventilatório,	 apresentação	 de	 processo	
infeccioso	 e	 crianças	 com	malformações	 congênitas	 faciais	 que	 inviabilizam	 a	
aplicação	da	escala	de	avaliação	NFCS.
Neste	estudo,	 foram	avaliados	parâmetros	fisiológicos	como	 frequência	
cardíaca	 (FC),	 frequência	 respiratória	 (FR),	 pressão	 arterial	 média	 (PAM),	
saturação	de	oxigênio	(SaO2)	e	temperatura	corporal	(TAX).	Foi	adotado	o	NFCS,	
desenvolvido	 por	 Grunau	 e	 Craig,	 que	 foi	 utilizado	 para	 o	 estudo	 da	 dor.	A	
escala	NFCS	é	definida	pela	presença	ou	ausência	de	oito	movimentos	 faciais:	
testa	franzida,	fenda	palpebral	comprimida,	sulco	nasolabial	aprofundado,	lábios	
entreabertos,	boca	esticada	vertical	ou	horizontal,	língua	tensa	e	tremor	do	queixo.	
Para	cada	movimento	facial	presente,	atribui-se	um	ponto,	considerando-se	que	
existe	dor	quando	a	pontuação	é	superior	a	três.
A	Escala	de	Avaliação	do	Estado	de	Sono	e	Vigília,	adaptada	de	Brazelton,	
foi	utilizada	para	análise	do	comportamento	dos	prematuros	em	relação	às	fases	
do	sono	e	vigília.	Essa	escala	fornece	uma	pontuação	para	cada	estado	de	sono	ou	
vigília	da	criança.
Para	 realizar	 a	 fisioterapia	 aquática,	 utilizou-se	 um	 berço	 de	 plástico	
padrão,	 posicionado	 ao	 lado	 da	 incubadora	 após	 assepsia	 com	 solução	 de	
clorexidina	e	álcool	70%.	A	temperatura	da	água	foi	mantida	em	37	°C,	utilizando	
um	termômetro	aquático	modelo	zls-1270.
Para	 verificação	 das	 variáveis	 fisiológicas	 (PAM,	 FR,	 FC	 e	 SaO2 e 
temperatura),	foi	utilizado	um	monitor	da	marca	Dixtal	com	adaptador	pediátrico.	
As	pesquisadoras	responsáveis	pela	aplicação	da	técnica,	ambas	especialistas	em	
neonatologia,	 realizaram	 30	 dias	 de	 treinamento	 do	 protocolo	 de	 fisioterapia	
aquática	e	escalas	de

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