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Moeda e sistema financeiro Nacional Apresentação Todos sabem que a civilização moderna é fortemente baseada na especialização e nas trocas e que a moeda, indispensável como medida de valor e de meio de pagamento, é o instrumento que viabiliza a ordem econômica e social. Mas a moeda é muito mais que um meio passivo que facilita o sistema de comparação de valores e o sistema de trocas. Muito mais que um simples "lubrificante" da máquina econômica, ela tem grande importância na regulação da atividade econômica e na ordem social. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender um pouco mais sobre a moeda e o sistema financeiro nacional. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o papel da moeda no sistema financeiro.• Identificar o movimento expansionista e contracionista da moeda.• Demonstrar os motivos da demanda e da oferta de moeda.• Desafio Suponha que o candidato do partido político com o qual você é afiliado seja eleito, pelo voto democrático, presidente de um pequeno país. A plataforma política é populista, ou seja, o país apoiou sua candidatura em razão de suas promessas de ampliação ao acesso à saúde, à educação e à segurança. Você entende a solicitação do governante de seu país, mas agenda uma reunião antes de qualquer decisão. Diante deste caso, você deve apresentar um parecer quanto aos efeitos macroeconômicos desta conduta. Infográfico Se antigamente o escambo dominava a intermediação de mercadorias entre as pessoas, posteriormente, a moeda assumiu o papel de intermediar esse processo. Na sociedade moderna, o uso do dinheiro tem se modificado, em tempos do maciço uso do cartão de crédito e, mais recentemente, das criptomoedas, cada vez mais refletir sobre o papel do dinheiro tem sido necessário. Independentemente do formato do dinheiro que uma economia decida utilizar, uma verdade absoluta é que a moeda tem como função promover e facilitar o intercâmbio de mercadorias, bens e serviços entre pessoas e empresas. Veja, no Infográfico a seguir, os conceitos e as funções da moeda. Conteúdo do livro Uma economia poderia funcionar sem moeda? Sabemos que a resposta é "sim" porque há muitos exemplos históricos de economias nas quais as pessoas trocavam bens por outros bens em vez de usar moeda. Por exemplo, um agricultor na fronteira norte-americana, durante o período colonial, podia trocar uma vaca por um arado. Entretanto, a maioria das economias usa moeda. A definição econômica de moeda é qualquer ativo que as pessoas estão geralmente dispostas a aceitar em troca de bens e serviços ou pelo pagamento de dívidas. Lembremos que um ativo é qualquer coisa de valor possuída por uma pessoa ou uma empresa. Acompanhe o trecho do livro Introdução à Economia dos autores Hubbard e O'Brien, que trata sobre a moeda e sua importância na sociedade. Inicie sua leitura pelo título O que é moeda e por que precisamos dela? até o final da página 920. H876i Hubbard, R. Glenn. Introdução à economia [recurso eletrônico] / R. Glenn Hubbard, Anthony Patrick O’Brien ; tradução: Christiane de Brito Andrei, Cristina Bazán, Rodrigo Sardenberg. – 2. ed. atual. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2010. Editado também como livro impresso em 2010. ISBN 978-85-7780-623-2 1. Economia. I. O’Brien, Patrick. CDU 330 Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/1922 908 PARTE X | Políticas Monetária e Fiscal Neste capítulo, exploraremos o papel da moeda na economia. Veremos como o sistema bancá-rio cria moeda e que ferramentas de atuação o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, usa para gerenciar a quantidade de moeda. No final do capítulo, exploraremos a ligação entre variações na quantidade de moeda e variações no nível de preços. O que você aprender neste capítulo servirá como uma importante base para compreender política monetária e política fiscal, que estudaremos nos três próximos capítulos. 25.1 | Definir moeda e discutir suas quatro funções. O que é moeda e por que precisamos dela? Uma economia poderia funcionar sem moeda? Sabemos que a resposta é “sim” porque há mui- tos exemplos históricos de economias nas quais as pessoas trocavam bens por outros bens em vez de usar moeda. Por exemplo, um agricultor na fronteira norte-americana durante o pe- ríodo colonial podia trocar uma vaca por um arado. Entretanto, a maioria das economias usa moeda. O que é moeda? A definição econômica de moeda é qualquer ativo que as pessoas estão geralmente dispostas a aceitar em troca de bens e serviços ou pelo pagamento de dívidas. Lem- bremos, como vimos no Capítulo 7, que um ativo é qualquer coisa de valor possuída por uma pessoa ou uma empresa. Há muitos tipos possíveis de moeda: na África Ocidental, antigamen- te, conchas de cauri, uma espécie de molusco, serviam como moeda. Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros de guerra usavam cigarros como moeda. O escambo e a invenção da moeda Para compreender a importância da moeda, consideremos a situação em economias que não usam moeda. Essas economias, nas quais bens e serviços são trocados diretamente por outros bens e serviços, são chamadas economias de escambo ou permuta. As economias de escambo têm uma grande desvantagem. Para ilustrar essa desvantagem, considere um agricultor na fronteira norte- americana no período colonial. Suponha que o agricultor precisasse de uma outra vaca e propu- sesse a um vizinho trocar um arado sobressalente seu por uma das vacas do vizinho. Se o vizinho não quisesse o arado, a troca não aconteceria. Para que ocorra uma troca por escambo entre duas pessoas, cada pessoa tem que desejar o que a outra possui. Os economistas chamam essa exigência de mútua coincidência de desejos. O agricultor que deseja a vaca pode acabar conseguindo uma se ele primeiro fizer um escambo com algum outro vizinho por algo que o vizinho que possui a vaca deseja. Entretanto, podem ser necessários vários escambos antes de o agricultor finalmente con- seguir aquilo que o vizinho que possui a vaca deseja. Localizar vários parceiros de escambo e fazer vários escambos intermediários pode consumir tempo e energia consideráveis. Os problemas com o escambo fornecem um incentivo para identificar um produto que a maioria das pessoas aceita em troca daquilo que elas têm para oferecer. Por exemplo, no período colonial, peles de animal eram muito úteis para fabricar roupas. O primeiro governador do Tennes- see recebia, de fato, um salário de 1.000 peles de cervo por ano, e o secretário do tesouro recebia 450 peles de lontra por ano. Um bem usado como moeda que também possui valor independente de seu valor como moeda é chamado de commodity. Historicamente, uma vez que um bem se torne amplamente aceito como moeda, as pessoas que não tinham um uso imediato para ele estarão dispostas a aceitá-lo. Um agricultor colonial – ou o governador do Tennessee – podia não querer uma pele de cervo, mas se soubesse que poderia usar a pele de cervo para comprar outros bens e serviços, estaria disposto a aceitá-la em troca do que ele tinha para vender. Trocar bens e serviços é muito mais fácil quando há moeda disponível. As pessoas só pre- cisam vender o que elas têm por moeda e então usar a moeda para comprar o que desejam. Se a família colonial conseguisse encontrar alguém para comprar seu arado, poderia usar a mo- eda para comprar a vaca que desejava. A família que possuía a vaca aceitaria a moeda porque sabia que poderia usá-la para comprar o que desejava. Quando há moeda disponível, é menos provável que as famílias produzam, elas mesmas, tudo ou quase tudo de que precisam e mais provável que elas se especializem. A maioria das pessoas em economias modernas são altamente especializadas. Elas fazem uma coisa apenas – trabalham como enfermeiras, contadoras ou engenheiras – e usam a moeda OBJETIVO DE APRENDIZAGEM 25.1 Moeda Ativos que as pessoas estão geralmente dispostas a aceitar em troca debens e serviços ou pelo pagamento de dívidas. Ativo Qualquer coisa de valor possuída por uma pessoa ou uma empresa. Commodity Um bem usado como moeda, mas que também tem valor independentemente do seu uso como moeda. CAPÍTULO 25 | Moeda, Bancos e o Federal Reserve System 909 que ganham para comprar todo o resto de que precisam. Como discutimos no Capítulo 2, as pessoas se tornam muito mais produtivas ao se especializar por poderem buscar sua vantagem comparativa. Os altos níveis de renda nas economias modernas baseiam-se na especialização que a moeda possibilita. Agora podemos responder a pergunta, “por que precisamos de moe- da?” Ao facilitar as trocas, a moeda permite a especialização e maior produtividade. As funções da moeda Qualquer coisa usada como moeda – seja uma pele de cervo, uma concha de cauri, cigarros ou uma nota de dólar – deve assumir as quatro funções a seguir: • Meio de troca comercial • Unidade de conta • Estoque de valor • Padrão de pagamento diferido Meio de troca comercial A moeda serve como um meio de troca comercial quando os ven- dedores estão dispostos a aceitá-la em troca de bens ou serviços. Quando o supermercado local aceita sua nota de US$5 em troca de pão e leite, a nota de US$5 está servindo como um meio de troca comercial. Voltando ao nosso exemplo anterior, com um meio de troca comercial, o agricultor que possui um arado extra não tem que desejar uma vaca, e o agricultor que possui a vaca extra não tem que desejar um arado. Ambos podem trocar seus produtos por moeda e usá-la para comprar o que desejam. Uma economia é mais eficiente quando um único bem é reconhecido como um meio de troca comercial. Unidade de conta Em um sistema de escambo, cada bem possui muitos preços. Uma vaca pode valer dois arados, 20 bushels de trigo, ou seis machados. Usar um bem como meio de troca comercial confere ainda outro benefício: reduz a necessidade de cotar muitos preços diferentes no comércio. Em vez de ter que cotar o preço de um único bem em termos de muitos outros bens, cada bem possui um único preço cotado em termos do meio de troca comercial. Essa fun- ção da moeda fornece aos compradores e vendedores uma unidade de conta, uma maneira de medir valor em uma economia em termos de moeda. Como a economia norte-americana usa dólares como moeda, cada bem possui um preço em termos de dólares. Estoque de valor A moeda permite que valores sejam estocados facilmente: se você não usar todos os seus dólares acumulados para comprar bens e serviços hoje, poderá guardar o resto para usar no futuro. Na verdade, um pescador e um agricultor ganhariam mais com a possibi- lidade de guardar dinheiro do que estoques de seus bens perecíveis. A aceitabilidade da moeda em transações futuras depende de ela não perder valor ao longo do tempo. A moeda não é o único meio de estoque de valor. Qualquer ativo – ações da Google, títulos de dívida do Tesouro, imóveis ou pinturas de Renoir, por exemplo – representa um estoque de valor. De fato, os ativos financeiros oferecem um importante benefício em relação a guardar moeda, pois geralmente pagam uma taxa de juros mais alta ou oferecem a possibilidade de ganhos em valor. Outros ativos também apresentam vantagens em relação à moeda por oferecerem serviço. Uma casa, por exemplo, lhe oferece um lugar para dormir. Por que, então, você se incomodaria em guardar qualquer estque de moedas? A resposta tem a ver com liquidez, ou a facilidade com que determinado ativo pode ser convertido no meio de troca comercial. Quando a moeda é o meio de troca comercial, ela é o ativo mais líquido. Você arca com custos quando troca outros ativos por moeda. Quando você vende títulos de dívida ou ações para comprar um automóvel, por exemplo, você paga uma comissão ao seu corretor. Se você tiver que vender sua casa de uma hora para outra para financiar uma grande despesa médica inesperada, você pagará uma comissão ao corretor imobiliário e provavelmente terá que aceitar um preço mais baixo para trocar a casa por moeda rapidamente. A fim de evitar tais custos, as pessoas estão dispostas a guardar parte de sua riqueza na forma de moeda, apesar de outros ativos oferecerem um retorno maior como estoque de valor. Padrão de pagamento diferido A moeda é útil porque pode servir como um padrão de pa- gamento diferido ao tomar ou conceder empréstimos. Ela pode facilitar trocas em determina- do momento no tempo fornecendo um meio de troca comercial e unidade de conta. Ela pode 910 PARTE X | Políticas Monetária e Fiscal facilitar trocas ao longo do tempo fornecendo um estoque de valor e um padrão de pagamento diferido. Por exemplo, um fabricante de móveis pode estar disposto a lhe vender uma cadeira hoje em troca de moeda no futuro. Qual é a importância de que a moeda seja um estoque de valor e um padrão de pagamento diferido confiáveis? As pessoas se importam com a quantidade de comida, roupas e outros bens e serviços que seus dólares poderá comprar. O valor da moeda depende de seu poder aquisitivo, o que se refere à sua capacidade de comprar bens e serviços. A inflação causa um declínio no poder aquisitivo porque o aumento nos preços faz determinada quantia de moeda comprar menos bens e serviços. Com a deflação, o valor da moeda aumenta porque os preços estão caindo. Você provavelmente já ouviu parentes ou amigos exclamarem, “um dólar não compra mais o que comprava antes!” O que eles realmente querem dizer é que o poder aquisitivo de um dólar caiu, que determinada quantia de moeda compra uma quantidade menor dos mesmos bens e serviços do que comprava antes. O que pode servir como moeda? Ter um meio de troca comercial ajuda a facilitar as transações, permitindo que a economia fun- cione mais equilibradamente. A próxima pergunta lógica é a seguinte: o que pode servir como moeda? Isto é, que ativos devem ser usados como o meio de troca comercial? Vimos anterior- mente que um ativo tem que, no mínimo, ser aceito como pagamento de maneira geral para servir como moeda. Em termos práticos, porém, ele tem que ser ainda mais. Cinco critérios tornam um bem adequado para ser usado como um meio de troca comercial: 1. O bem tem que ser aceitável (isto é, usável) para maioria das pessoas. 2. Deve ser de qualidade padronizada, de modo que quaisquer duas unidades sejam idênticas. 3. Deve ser durável, de modo que o valor não seja perdido por deterioração. 4. Deve ser valioso em relação a seu peso, de modo que quantias grandes o suficiente para serem úteis no comércio possam ser transportadas com facilidade. 5. O meio de troca comercial deve ser divisível, porque diferentes bens são avaliados diferen- temente. Notas de dólar atendem a todos esses critérios. O que determina a aceitabilidade das notas de dólar como um meio de troca comercial? Basicamente, é através de expectativas autorreali- záveis: você valoriza algo como moeda somente se acreditar que os outros o aceitarão de você como pagamento. A disposição de uma sociedade em usar dólares em papel verde como moeda torna estes um meio de troca comercial aceitável. Essa propriedade da aceitabilidade não é exclusividade da moeda. Seu computador pessoal possui a mesma organização de letras no te- clado que qualquer outro teclado de computador porque os fabricantes concordaram em fazer um layout padrão.Você aprendeu a falar a sua língua porque provavelmente é a língua falada pela maioria das pessoas ao seu redor. Commodity As commodities atendem aos critérios para serem um meio de troca comercial. O ouro, por exemplo, era uma forma comum de moeda no século XIX, pois era um meio de troca comercial, uma unidade de conta, um estoque de valor e um padrão de pagamento diferido. Mas as commodities apresentam um problema significativo: seu valor depende de sua pureza. Portanto, alguém que quisesse “passar a perna” nos outros podia misturar metais impuros com um metal precioso. A menos que os comerciantes confiassem totalmente uns nos outros, pre- cisavam verificaro peso e a pureza do metal em cada troca. Na Idade Média, mercadores res- peitados, que eram os predecessores dos banqueiros modernos, resolviam esse problema aqui- latando os metais e carimbando-os com uma marca certificando o peso e a pureza e ganhavam uma comissão no processo. Commodities não carimbadas (sem certificação) só eram aceitáveis mediante um desconto. Um outro problema com o uso do ouro como moeda era a dificuldade de controlar a oferta de moeda, porque ela dependia, em parte, de descobertas imprevisíveis de novas minas de ouro. Moeda fiduciária Pode ser ineficiente para uma economia depender do ouro ou de outros metais preciosos para ter sua oferta de moeda. E se você tivesse que transportar barras de ouro para fechar suas transações? Fazer isso não somente seria difícil e caro, mas você tam- CAPÍTULO 25 | Moeda, Bancos e o Federal Reserve System 911 bém correria o risco de ser roubado. Para contornar esse problema, as instituições privadas ou os governos começaram a armazenar ouro e emitir certificados em papel que poderiam ser resgatados em ouro. Nas economias modernas, o papel-moeda geralmente é emitido por um banco central, que é uma agência do governo que regula a oferta de moeda. O Federal Reserve System é o banco central dos Estados Unidos. Hoje, nenhum governo no mundo emite papel-moeda que possa ser resgatado em ouro. O papel-moeda não possui valor al- gum a menos que seja usado como moeda e, portanto, não é uma commodity. Em vez disso, o papel-moeda é uma moeda fiduciária, que não possui nenhum valor exceto como moeda. Se o papel-moeda não possui nenhum valor exceto como moeda, por que os consumidores e empresas o usam? Se você olhar para a parte superior de uma nota de dólar americano, verá que ela é, na verdade, uma Nota do Federal Reserve, emitida pelo Federal Reserve. Como os dólares americanos são moeda fiduciária, o Federal Reserve não é obrigado a lhe dar ouro ou prata em troca de suas notas de dólar. A moeda do Federal Reserve é moeda legal nos Estados Unidos, o que significa que o governo fede- ral exige que ela seja aceita no pagamento de dívidas e exige que moeda ou cheques denominados em dólares sejam usados no pagamento de impostos. Apesar de ser moeda legal, sem a aceitação de todos, as notas de dólar não seriam um bom meio de troca comercial e não poderiam servir como moeda. Na prática, você, juntamente com todo mundo, concorda em aceitar a moeda do Federal Reserve como dinheiro. A chave para esta aceitação é que as famílias e empresas têm confiança de que se aceitarem o papel-moeda em dólares em troca de bens e serviços, os dólares não perderão muito de seu valor durante o tempo em que eles os mantiverem. Sem esta confiança, as notas de dólar não serviriam como um meio de troca comercial. Moeda sem um governo? O estranho caso do dinar iraquiano O valor do dinar iraquiano estava aumentando em relação ao dólar americano. Este resultado pode não parecer surpreendente. Vimos no capítulo 24 que a taxa de câmbio, ou o valor de uma moeda na troca por outra, flutua – mas isto foi em maio de 2003. O governo iraquiano de Saddam Hussein tinha caído no mês anterior, após uma invasão de for- ças norte-americanas e britânicas. Nenhum novo governo iraquiano tinha sido formado ain- da, mas as pessoas continuavam a usar papel-moeda iraquiano com imagens de Saddam para comprarem e venderem. Oficiais norte-americanos no Iraque tinham suposto que assim que a guerra terminasse e que Saddam tivesse sido obri- gado a deixar o poder, a moeda com sua foto perderia todo seu valor. Este resultado tinha parecido inevitável uma vez que os Estados Unidos tinham começado a pagar os oficiais iraquia- nos em dólares. No entanto, muitos iraquianos continuaram a usar o dinar porque conheciam aquela moeda. De acordo com um iraquiano, “as pessoas confiam mais no dinar do que no dólar. É iraquiano”. Com efeito, durante algumas semanas após a invasão, o aumento da demanda pelo dinar fez com que seu valor aumentasse em relação ao dólar. No começo de abril, quando as tropas norte-americanas entraram pela primeira vez em Bagdá, era preciso cerca de 4.000 dinares para comprar 1 dólar. Seis semanas depois, na metade de maio, era preciso apenas 1.500 dinares. Um novo governo iraquiano acabou sendo formado e obrigou a substituição dos dinares com a imagem de Saddam por um novo dinar. O novo dinar foi impresso em fábricas no mundo todo e 27 Boeings 747 cheios de cédulas de dinar voaram para Bagdá. Em janeiro de 2004, 2 bilhões de dinares em cédulas de diversos valores tinham sido distribuídos para ban- cos em todo o Iraque e os antigos dinares com a imagem de Saddam desapareceram de circu- lação. O fato de os dinares emitidos pelo governo de Saddam efetivamente terem aumentado de valor durante um período após seu governo ter caído ilustra um fato importante sobre a moeda: qualquer coisa pode ser usada como moeda, desde que as pessoas estejam dispostas a Federal Reserve Sys- tem O banco central dos Estados Unidos. Moeda fiduciária Di- nheiro, como papel-mo- eda, autorizado por um banco central ou órgão governamental e que não tenha que ser trocado, pelo banco central por ouro ou por alguma outra (commodity). Conexão com o mundo real Muitos iraquianos continuaram a usar a moeda com a imagem de Saddam estampada, mesmo após ele ter sido obrigado a deixar o poder. 912 PARTE X | Políticas Monetária e Fiscal aceitarem-na em troca de bens e serviços, inclusive papel-moeda emitido por um governo que não existe mais. Fontes: Edmund L. Andrews, “His Face Still Gives Fits as Saddam Dinar Soars”, New York Times, May 18, 2003; Yaroslav Tro- fimov, “Saddam Hussein Is Scarce, but Not the Saddam Dinar”, Wall Street Journal, April 24, 2003; e “A Tricky Operation”, Economist, June 24, 2004. AGORA É A SUA VEZ: Teste sua compreensão solucionando o problema relacionado 1.8, na página 937, no final deste capítulo. 25.2 | Discutir as definições da oferta de moeda usadas atualmente nos Estados Unidos. Como a moeda é medida atualmente nos Estados Unidos? A definição de moeda como um meio de troca comercial depende da crença de que os outros utilizarão este meio no comércio agora e no futuro. Essa definição oferece uma orientação para medir a moeda em uma economia. Interpretada literalmente, essa definição diz que a moeda deve incluir apenas aqueles ativos que obviamente funcionam como um meio de troca comer- cial: a moeda, depósitos em conta corrente e traveler’s checks. Esses ativos podem facilmente ser utilizados para comprar bens e serviços e, assim, agem como um meio de troca comercial. Essa interpretação rígida é restrita demais, no entanto, como uma medida da oferta de mo- eda no mundo real. Muitos outros ativos podem ser usados como um meio de troca comercial, mas eles não são tão líquidos quanto um depósito em conta-corrente ou moeda em espécie. Por exemplo, você pode converter sua conta poupança de um banco em moeda em espécie. Da mesma maneira, se você possui uma conta em uma empresa de corretagem, poderá passar cheques no valor das ações e títulos de dívida que a empresa detém para você. Apesar de esses ativos terem restrições de uso e de poder haver custos para convertê-los em espécie, eles podem ser considerados parte do meio de troca comercial. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve realizou vários estudos sobre a definição adequa- da de moeda. O trabalho de definir a oferta de moeda se tornou mais difícil durante as duas últimas décadas, uma vez que a inovação nos mercados e instituições financeiras criou novos substitutos para as medidas tradicionais do meio de troca comercial. Durante a década de 80, o Fed mudou suas definições de moeda em resposta às inovações financeiras. Fora dos Estados Unidos, outros bancos centrais usam medidas similares. A seguir, veremos mais detalhadamen- te as definições do Fed de oferta de moeda. M1: a definição mais restrita da oferta de moeda A Figura 25-1 ilustra as definiçõesda oferta de moeda. A definição mais restrita da oferta de moeda chama-se M1. Ela inclui: 1. Moeda, que é todo o papel-moeda e moedas em circulação, onde “em circulação” significa não retidos pelos bancos ou pelo governo 2. O valor de todos os depósitos em conta-corrente nos bancos 3. O valor dos traveler’s checks (apesar de esta última categoria ser tão pequena – menos de US$7 bilhões em maio de 2008 – ignoraremo-la em nossa discussão sobre a oferta de moeda) Apesar de a moeda ter um valor maior do que os depósitos em conta-corrente, os depósitos em conta-corrente são usados com muito mais frequência do que a moeda para fazer pagamen- tos. Mais de 80% de todas as despesas com bens e serviços são feitas com cheques em vez de com moeda. Na verdade, a quantia total de moeda em circulação – US$763 bilhões em maio 2008 – é um número enganoso. Essa soma representa mais de US$2.500 para cada homem, mulher e criança nos Estados Unidos. Se isso soa uma soma irrealisticamente grande de moeda a ser possuída por pessoa, é porque ela o é. Os economistas estimam que aproximadamente 60% da moeda norte-americana esteja, na verdade, fora das fronteiras dos Estados Unidos. Quem possui esses dólares fora dos Estados Unidos? Os bancos estrangeiros e os governos es- trangeiros possuem alguns dólares, mas a maior parte deles é possuída por famílias e empresas em OBJETIVO DE APRENDIZAGEM 25.2 M1 A definição mais es- treita da oferta de moeda: a soma do dinheiro em circulação, dos depósitos em conta corrente nos bancos e dos traveler’s checks não resgatados. CAPÍTULO 25 | Moeda, Bancos e o Federal Reserve System 913 países em que não há muita confiança na moeda local. Quando as taxas de inflação são muito altas, muitas famílias e empresas não querem deter sua moeda doméstica por ela estar perdendo seu va- lor muito rapidamente. O valor do dólar americano será muito mais estável. Se pessoas suficientes estiverem dispostas a aceitar dólares além da – ou em vez da – moeda doméstica, então os dólares passam a ser uma segunda moeda para o país. Em alguns países, como a Rússia e muitos países da América Latina, há uma grande soma de dólares americanos em circulação. Será que ainda precisamos da moeda de um centavo? Já vimos que moeda fiduciária não tem nenhum valor a não ser como dinheiro. Os governos efetivamente lucram emitindo moeda fiduciária por- que ela costuma ser produzida usando papel ou metais baratos que custam bem menos do que o valor nominal do dinheiro. Por exemplo, custa apenas quatro centavos para o Bureau of Engraving and Printing federal produzir uma nota de US$20. O lucro do governo ao produzir moeda fiduciária – que é igual à diferença entre o valor nominal do dinheiro e seu custo de produção – é chamado de seigniorage. Com moedas de baixo valor – como as de um centavo ou de cinco centavos – é sempre possível que elas custem mais para serem produzidas do que seu valor no- minal. Isto ocorria no começo da década de 80, quando o preço cada vez maior do cobre significou que o governo federal estava gastando mais do que um centavo para produzir aquele valor. Isso levou o governo a trocar o cobre pelo zinco na fabricação das moedas de um centavo. Infelizmente, em 2007, o aumento do preço do zinco sig- nificou que novamente aquela moeda passou a custar mais do que um centavo para ser produzida. Muitos economistas começaram a perguntar se a moeda de um centavo não deveria ser simplesmente abolida. Não apenas ela é mais cara para ser produzida do que o seu valor, mas a inflação também erodiu tanto seu poder de compra que al- gumas pessoas simplesmente acham a moeda de um centavo um estorvo. Vendo uma moeda de um centavo na calçada, muitas pessoas continuarão andando sem se pre- ocuparem em pegá-la. De fato, vários outros países, inclusive Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e os países europeus que usam o euro eliminaram suas moedas de menor valor. No entanto, alguns economistas argumentaram que eliminar a moeda de um centavo sujeita- ria os consumidores a um “imposto de arredondamento”. Por exemplo, um bem que custe US$2,99 custará US$3,00 se a moeda de um centavo for eliminada. Algumas estimativas concluíram que o custo para os consumidores do imposto de arredondamento poderá chegar a US$600 milhões. Mas Robert Whaples, economista da Wake Forest University, após analisar quase 200.000 transa- Conexão com o mundo real Moeda, US$755 bilhões Traveler’s checks, US$6,2 bilhões Depósitos em conta-corrente, US$594,9 bilhões Ações de fundos mútuos do mercado monetário, US$1.064,4 bilhões Depósitos a prazo de baixa denominação, US$1.174,8 bilhões Depósitos de poupança, US$4.051,2 bilhões M1, US$1.363,6 bilhões (a) M1 = US$1.363,6 bilhões (b) M2 = US$7.684,2 bilhões Figura 25-1 | Medindo a oferta de moeda, maio de 2008. O Federal Reserve usa duas medidas diferentes para a oferta de moeda: M1 e M2. M2 inclui todos os ativos incluídos em M1, além de ativos adicionais. Fonte: Board of Governors of the Federal Reserve System, Federal Reserve Statistical Release, H6, June 19, 2008. Infelizmente, estas custam ao governo mais do que um centavo para serem produzidas. 914 PARTE X | Políticas Monetária e Fiscal ções de uma cadeia de lojas de conveniência, concluiu que “o ‘imposto de arredondamento’ é um mito. Na realidade, o número de vezes que as contas dos consumidores seriam arredondadas para cima é quase exatamente igual ao número de vezes que elas seriam arredondadas para baixo”. François Velde, economista do Federal Reserve Bank de Chicago, concebeu o que talvez tenha sido a solução mais engenhosa para o problema da moeda de um centavo: o governo fe- deral simplesmente declararia que moedas de um centavo com a efígie de Lincoln agora valem cinco centavos. Então haveria duas moedas de cinco centavos em circulação – as moedas de cinco centavos atuais com a efígie de Jefferson e as moedas de um centavo atuais com a efígie de Lincoln – e nenhuma moeda de um centavo. No futuro, apenas as moedas com a efígie de Lincoln – agora valendo cinco centavos – seriam cunhadas. Isto resolveria o problema de consumidores e lojas de varejo terem que lidar com moedas de um centavo, tornaria o valor nominal da moeda de cinco centavos com a efígie de Lincoln maior do que seu custo de produ- ção e também lidaria com o problema de que as moedas de cinco centavos atuais com a efígie de Jefferson custam mais de cinco centavos para serem produzidas. Mas será que as moedas de um centavo com a efígie de Lincoln efetivamente seriam aceitas como valendo cinco centa- vos simplesmente porque o governo diz que vale isso? A resposta é “sim”, porque enquanto o governo estivesse disposto a trocar 20 moedas com a efígie de Lincoln por uma cédula de um dólar, todas as outras pessoas também estariam dispostas a fazer isso. É claro que se este plano fosse adotado, qualquer pessoa com um monte de moedas de um centavo descobriria que seu dinheiro valeria cinco vezes mais da noite para o dia! Independentemente da transformação de moedas de um centavo em moedas de cinco cen- tavos acabar acontecendo ou não, parece muito provável que, de uma forma ou de outra, a moeda de um centavo acabará desaparecendo da oferta de moeda dos Estados Unidos. Fontes: Robert Whaples, “Why Keeping the Penny No Longer Makes Sense”, USA Today, July 12, 2006; Austan Goolsbee, “Now That a Penny Isn’t Worth Much, It’s Time to Make It Worth 5 Cents,”New York Times, February 1, 2007; and François Velde, “What’s a Penny (or a Nickel) Really Worth?” Federal Reserve Bank of Chicago, Chicago Fed Letter, Número 235a, February 2007. AGORA É A SUA VEZ: Teste sua compreensão solucionando o problema relacionado 2.8, na página 938, no final deste capítulo. M2: Uma definição mais ampla da oferta de moeda Antes de 1980, a lei norte-americana proibia os bancos de pagar juros sobre depósitos em con- ta-corrente. As famílias e empresas mantinham depósitos em conta corrente primordialmente para comprar bens eserviços. M1 era, portanto, muito próximo à função da moeda como um meio de troca comercial. Quase toda a moeda, depósitos em conta-corrente e traveler’s checks eram mantidos com a intenção de comprar e vender, e não para estocar valor. As pessoas pode- riam estocar valor e receber juros colocando fundos em contas poupança em bancos ou com- prando outros ativos financeiros, como ações e títulos de dívida. Em 1980, a lei foi modificada, passando a permitir que os bancos pagassem juros sobre certos tipos de contas-correntes. Essa mudança reduziu a diferença entre contas-correntes e contas poupança, apesar de as pessoas ainda não poderem passar cheques no valor do saldo de suas contas poupança. Depois de 1980, os economistas começaram a prestar mais atenção a uma definição mais ampla da oferta de dinheiro, M2. M2 inclui tudo o que é incluído em M1, além de depósitos em contas poupança, depósitos de baixa denominação, como certificados de depósito (CDs), saldos em contas de depósito do mercado monetário em bancos e ações de fundos do mercado monetário não institucional. Depósitos a prazo de baixa denominação são similares a contas poupança, mas os depósitos são feitos por um período fixo de tempo – normalmente de seis meses a vários anos – e resgates antes do término desse período estão sujeitos a uma penalida- de. Empresas de fundos mútuos vendem ações a investidores e usam os fundos levantados para comprar ativos financeiros como ações e títulos de dívida. Alguns desses fundos mútuos, como o Vanguard’s Treasury Money Market Fund ou o Fidelity’s Cash Reserves Fund, são chamados de fundos mútuos do mercado monetário, porque investem em títulos de dívida de muito curto prazo, como Letras do Tesouro. Os saldos que se encontram nesses fundos são incluídos em M2. Toda semana, o Federal Reserve publica estatísticas sobre M1 e M2. Na discussão a seguir, usaremos a definição M1 da oferta de moeda porque ela corresponde de modo mais restrito à moeda como um meio de troca comercial. M2 Uma definição mais ampla da oferta de mo- eda: M1 mais os saldos de contas de poupança, os depósitos a prazo em pequenas denominações, os saldos em contas de depósitos no mercado monetário nos bancos e participações em fundos não institucionais do mercado monetário. CAPÍTULO 25 | Moeda, Bancos e o Federal Reserve System 915 Há dois pontos-chave sobre a oferta de moeda que devemos ter em mente: 1. A oferta de moeda consiste tanto em moeda quanto em depósitos em conta-corrente. 2. Como os saldos de depósitos em conta-corrente são incluídos na oferta de moeda, os ban- cos desempenham um importante papel no processo através do qual a oferta de moeda aumenta e diminui. Discutiremos este segundo ponto mais detalhadamente na próxima seção. Problema solucionado 25-2 As definições de M1 e M2 Não confunda dinheiro com renda ou riqueza Segundo a revista Forbes, a riqueza de mais de US$55 bilhões de Bill Gates o torna a pessoa mais rica do mundo. Ele também possui uma renda muito alta, mas que quantidade de dinheiro ele possui? A riqueza de uma pessoa é igual ao valor de seus ativos menos o valor de alguma dívida que ela possua. A renda de uma pessoa é igual aos seus rendimentos ao longo do ano. Os rendimentos de Bill Gates como presidente da Microsoft e provenientes de seus investimentos são muito grandes. Mas o seu dinheiro é apenas igual ao que ele possui em moeda e em conta-corrente. É provável que apenas uma pequena porção dos mais de US$50 bilhões em riqueza esteja em moeda ou em conta-corrente. A maior parte de sua riqueza está investida em ações e títulos, assim como outros ativos financeiros que não estão incluídos na definição de moeda. Em nossas conversas do dia-a-dia, muitas vezes descre- vemos uma pessoa rica ou que possui uma alta renda como “tendo muito dinheiro”. Mas quando os economistas utilizam a palavra dinheiro, eles geralmente estão se referindo à moeda somada aos depósitos em conta-corrente. É importante deixar claras as diferenças entre riqueza, renda e dinheiro. Assim como dinheiro e renda não são iguais para uma mesma pessoa, eles não são iguais para a economia como um todo. A renda nacional nos Estados Unidos foi igual a US$12,2 trilhões em 2007. A oferta de moeda em 2007 foi de US$1,4 trilhão (utilizando a medida M1). Não existe nenhuma razão para que a renda nacional de um país seja igual à sua oferta de moeda, nem que um aumento na oferta de moeda em um país aumente necessariamente a sua renda nacional. AGORA É A SUA VEZ: Teste a sua compreensão solucio- nando o problema relacionado 2.6, na página 937, no final deste capítulo. Não permita que isso lhe aconteça! Suponha que você decida sacar US$2.000 de sua conta- corrente e utilizar o dinheiro para comprar um certifica- do de depósito bancário (CD). Explique resumidamente como isso afetará M1 e M2. SOLUCIONANDO O PROBLEMA: 1° Passo: Reveja o conteúdo do capítulo. Este problema envolve as definições da oferta de dinheiro, de modo que talvez você queira rever a seção “Como a moeda é medida atualmente nos Estados Unidos?”, que começa na página 912. 2° Passo: Utilize as definições de M1 e M2 para responder o problema. Fundos em conta- corrente estão incluídos tanto em M1 quanto em M2. Fundos em certificados de depósitos es- tão incluídos apenas em M2. É tentador responder este problema dizendo que passar US$2.000 de uma conta-corrente para um certificado de depósito reduz M1 em US$2.000 e aumenta M2 em US$2.000, mas os US$2.000 na sua conta-corrente já tinham sido contabilizados em M2. Assim, a resposta correta é que a sua ação reduziu M1 em US$2.000, mas não alterou M2. AGORA É A SUA VEZ: Para praticar mais, solucione o problema relacionado 2.4 e 2.5, na página 937, no final deste capítulo. >> Fim do problema solucionado 25-2 916 PARTE X | Políticas Monetária e Fiscal E quanto aos cartões de crédito e de débito? Muitas pessoas compram bens e serviços com cartões de crédito; contudo, os cartões de crédito não estão incluídos nas definições da oferta de moeda. O motivo é que quando você compra alguma coisa com um cartão de crédito, você está, na verdade tomando um empréstimo junto ao banco que emitiu o cartão de crédito. Somente quando você paga a fatura de seu cartão de crédito no final do mês – geralmente com um cheque ou com uma transferência eletrônica de sua conta-corrente – é que a transação está concluída. Por outro lado, com um cartão de débito, os fundos para realizar a compra são retirados diretamente de sua conta-corrente. Em qualquer dos dois casos, os cartões propriamente ditos não representam moeda. 25.3 | Explicar como os bancos criam moeda. Como os bancos criam moeda? Vimos que as contas-correntes em bancos são componente mais importante da oferta de mo- eda. Para compreender o papel que a moeda desempenha em uma economia, precisamos ana- lisar mais detalhadamente como os bancos operam. Os bancos são empresas privadas com fins lucrativos, exatamente como livrarias e supermercados. Alguns bancos são bem pequenos, com apenas algumas agências, e fazem negócios em uma área limitada. Outros estão entre as maiores corporações dos Estados Unidos, com centenas de agências em muitos estados. O papel-chave que os bancos desempenham em uma economia é aceitar depósitos e conceder empréstimos. Ao fazê-lo, eles criam depósitos em conta-corrente. Balanços patrimoniais bancários Para compreender como os bancos criam moeda, precisamos examinar brevemente o típico ba- lanço patrimonial de um banco. Lembre-se, como vimos no Capítulo 7, de que em um balanço patrimonial, os ativos de uma empresa são listados no lado esquerdo e os passivos e o patri- mônio dos acionistas são listados no lado direito. Ativos são o valor de qualquer coisa possuída pela empresa, passivos são o valor de qualquer coisa que a empresa deva, e o patrimônio dos acionistas é a diferença entre o valor total dos ativos e o valor total dos passivos. O patrimônio dos acionistas representao valor da empresa se ela tivesse que ser fechada, e todos os seus ativos vendidos e todos os seus passivos quitados. O patrimônio dos acionistas de uma corporação também é chamada de seu valor líquido. OBJETIVO DE APRENDIZAGEM 25.3 ATIVOS (EM MILHÕES) PASSIVOS E PATRIMÔNIO DOS ACIONISTAS (EM MILHÕES) Reservas US$30.573 Empréstimos 457.447 Depósitos junto a outros bancos 3.057 Títulos 115.037 Edifícios e equipamentos 6.605 Outros ativos 170.177 Total de ativos US$782.896 Depósitos US$449.129 Empréstimos de curto prazo 51.817 Dívidas de longo prazo 161.007 Outros passivos 44.071 Total de passivos US$706.024 Patrimônio dos acionistas 76.872 Total de passivos e patrimônio dos acionistas US$782.896 Figura 25-2 | Balanço patrimonial do Wachovia Bank, 31 de dezembro de 2007. Os itens que se encontram no balanço patrimonial de um banco de maior importância econômica são suas reservas, empréstimos e depósitos. Observe que a diferença entre o valor do total de ativos do Wachovia e seu total de passivos é igual ao seu patrimônio dos acionistas. Consequentemente, o lado esquerdo do balanço patrimonial é sempre igual ao seu lado direito. Nota: Alguns itens foram juntados para simplificar o balanço patrimonial. Fonte: Wachovia Corporation and Subsidiaries Consolidated Balance Sheets from Wachovia Corporation, Annual Report, 2007. CAPÍTULO 25 | Moeda, Bancos e o Federal Reserve System 917 A Figura 25-2 mostra o balanço patrimonial do Wachovia Bank, sediado em Charlotte, Carolina do Norte, e que em 2008 tinha agências em 21 estados. Os principais ativos no ba- lanço patrimonial de um banco são suas reservas, empréstimos e posses de títulos, como Le- tras do Tesouro dos EUA. Reservas são depósitos que um banco retém, em vez de emprestar ou investir, por exemplo, comprando Letras do Tesouro norte-americano. Os bancos mantêm reservas ou fisicamente no interior do próprio banco, como dinheiro em cofre, ou em depósito junto ao Federal Reserve (banco central dos EUA). Os bancos são obrigados por lei a manter como reservas 10% de seus depósitos em conta-corrente acima de um nível limite, que em 2008 era de US$43,9 milhões. (Em 2008, o coeficiente exigido de reserva era de zero sobre os primeiros US$8,5 milhões em depósitos em conta corrente de um banco, 3% sobre depósitos entre US$9,3 milhões e US$43,9 milhões, e 10% sobre depósitos acima de US$43,9 milhões. Para simplificar, suporemos que os bancos tenham que manter 10% de todas as reservas.) Essas reservas são chamadas reservas compulsórias. A fração mínima dos depósitos que os bancos têm que manter como reservas é chamada de coeficiente de reservas compulsórias. Podemos abreviar o coeficiente de reservas compulsórias como RR. Quaisquer reservas que os bancos detenham acima da exigência legal são chamadas de reservas excedentes. O balan- ço patrimonial na Figura 25-2 mostra que os empréstimos são o maior ativo do Wachovia, o que é verdadeiro para a maioria dos bancos. Os bancos concedem empréstimos a consumidores para famílias e empréstimos comerciais para empresas. Um empréstimo é um ativo para um banco, pois representa uma promessa pela pessoa que tomou o empréstimo de realizar certos pagamentos especificados ao banco. As reservas de um banco e suas posses de títulos também são ativos, pois são coisas de valor possuídas pelo banco. Assim como com a maioria dos bancos, os depósitos são o maior passivo do Wachovia. Depósitos incluem contas-correntes, contas poupança e certificados de depósito. Depósitos são passivos para os bancos, pois são devidos às famílias ou empresas que depositaram os fundos. Se você deposita US$100 em sua conta-corrente, o banco lhe deve os US$100, e você pode pedi- los de volta a qualquer momento. Usando contas “T” para mostrar como um banco pode criar dinheiro É mais fácil mostrar como os bancos criam dinheiro usando uma conta “T” em vez de um balanço patrimonial. A conta “T” é uma versão decomposta de um balanço patrimonial que mostra apenas como uma transação altera o balanço patrimonial de um banco. Por exemplo, suponha que você deposite US$1.000 em dinheiro em uma conta no Wachovia Bank. Essa tran- sação aumenta o total de depósitos no Wachovia em US$1.000 e também aumenta as reservas do Wachovia em US$1.000. Podemos mostrar isso na conta “T” a seguir: Reservas Dinheiro que um banco mantém em seus cofres ou depositado no Banco Central. Reservas compulsó- rias Reservas que um banco é legalmente obri- gado a manter, com base nos seus depósitos à vista. Coeficiente de reservas compulsórias A fração mínima de depósitos que os bancos são obrigados por lei a manter como reservas. Reservas excedentes Re- servas que os bancos detêm bem acima das exigências legais. Saiba quando uma conta-corrente é um ativo e quando ela é um passivo Considere o seguinte raciocínio: “Como os depósitos em conta- corrente podem ser um passivo para um banco? Afinal de contas, eles são algo de valor que estão dentro do banco. Desta manei- ra, os depósitos em conta-corrente deveriam ser contabilizados com um ativo bancário em vez de um passivo bancário”. Esta afirmativa está incorreta. O saldo em uma conta- corrente representa algo que o banco deve ao proprietário de uma conta. Desta maneira, trata-se de um passivo para o ban- co, apesar de ser um ativo para o proprietário da conta. De modo similar, o empréstimo que você toma para comprar um carro é um passivo para você – porque é uma dívida que você deve ao banco – mas é um ativo para o banco. AGORA É A SUA VEZ: Teste a sua compreensão solucio- nando o problema relacionado 3.11, na página 939, no final deste capítulo. Não permita que isso lhe aconteça! 918 PARTE X | Políticas Monetária e Fiscal Lembre-se de que como o valor total de todos os itens no lado direito de um balanço patrimonial tem sempre que ser igual ao valor total de todos os itens no lado esquerdo de um balanço patrimonial, qualquer transação que seja somada (ou subtraída) a um lado do balanço patrimonial também tem que ser somada (ou subtraída) ao outro lado do balanço patrimonial. Neste caso, a conta “T” mostra que somamos US$1.000 a ambos os lados do balanço patrimonial. Inicialmente, esta transação não aumenta a oferta de moeda. O dinheiro componente da oferta de moeda cai em US$1.000, porque os US$1.000 que você depositou não estão mais em circulação e, portanto, não são mais contados na oferta de moeda. Mas a queda em moeda é contra balançada por um aumento de US$1.000 no componente do depósito em conta-corren- te da oferta de moeda. No entanto, esta mudança inicial não é o fim da história. Os bancos são obrigados a manter 10% dos depósitos como reservas. Como os bancos não ganham juros sobre as reservas, eles têm um incentivo a conceder empréstimos ou a comprar títulos com os outros 90%. Neste caso, o Wachovia pode manter US$100 como reservas compulsórias e emprestar os outros US$900, que representam reservas excedentes. Suponha que o Wachovia empreste os US$900 a alguém para comprar um carro usado muito barato. O Wachovia poderia dar os US$900 ao mutuário em dinheiro, mas normalmente os bancos concedem empréstimos aumentando a conta-cor- rente do mutuário. Podemos mostrar isso com uma outra conta “T”: 1. Ao conceder empréstimos de US$900 das reservas excedentes. . . 2. . . . o Wachovia aumentou a oferta de moeda em US$900. Ativos Passivos Reservas +US$1.000 Empréstimos +US$900 Depósitos +US$1.000 Depósitos +US$900 Um ponto-chave a ser reconhecido é que ao conceder este empréstimo de US$900, o Wacho- via aumenta a oferta de moeda em US$900. Os US$1.000 iniciais em dinheiro que você deposi- tou em sua conta-corrente foram transformados em US$1.900 em depósitos em conta-corrente – um aumento líquido de US$900 na oferta de moeda. Mas a história não acaba aqui. A pessoa que tomou o empréstimo de US$900 o fez para comprar um automóvel usado. Para simplificar, suponhamos que ela compre o automóvel por exatamente US$900 e paguepassando um cheque de sua conta do Wachovia. A proprietária do automóvel usado agora irá depositar o cheque no banco dela. Esse banco também poderia ser uma agência do Wachovia, mas na maioria das cidades, há muitos bancos, então suponhamos que a vendedora do automóvel tenha uma conta em uma agência do PNC Bank. Uma vez ten- do depositado o cheque, o PNC Bank o enviará ao Wachovia Bank para compensar o cheque e receber os US$900. Podemos mostrar o resultado usando contas “T”: Seu depósito de US$1.000 em sua conta-corrente aumenta os ativos e os passivos do Wachovia no mesmo valor. Ativos Passivos Reservas +US$1.000 Depósitos +US$1.000 CAPÍTULO 25 | Moeda, Bancos e o Federal Reserve System 919 Quando o cheque do comprador do automóvel tiver sido compensado, o Wachovia terá perdido US$900 em depósitos – a quantia emprestada ao comprador do automóvel – e US$900 em reservas —a quantia que o banco teve que pagar ao PNC quando o PNC enviou ao Wacho- via o cheque do comprador do automóvel. O PNC possui um aumento de US$900 nos depósi- tos em conta-corrente – o depósito do vendedor do automóvel – e um aumento de US$900 nas reservas – a quantia que recebeu do Wachovia. O PNC possui 100% das reservas deste novo depósito de US$900, quando só precisa ter 10% das reservas. O banco possui um incentivo a manter US$90 como reservas e a emprestar os outros US$810, que são as reservas excedentes. Se o PNC fizer isso, podemos mostra a alteração em seu balanço patrimonial usando uma outra conta “T”: Ao conceder um empréstimo de US$810, o PNC aumenta tanto seus empréstimos quanto seus depósitos em US$810. Ativos Passivos Reservas +US$900 Empréstimos +US$810 Depósitos +US$900 Depósitos +US$810 PNC Bank Ao emprestar os US$810 em reservas excedentes, o PNC cria um novo depósito em conta- corrente no valor de US$810. O depósito inicial de US$1.000 em moeda no Wachovia Bank agora resultou na criação de US$1.000 + US$900 + US$810 = US$2.710 em depósitos em con- ta-corrente. A oferta de moeda aumentou em US$2.710 − US$1.000 = US$1.710. 1. Quando o cheque de US$900 que foi depositado em uma conta do PNC chega para ser compensado, o aumento nas reservas do Wachovia (mostrado na conta “T” anterior) cai de US$900 para US$100 . . . 2. . . . e o aumento nos depósitos do Wachovia Bank cai em US$900, passando a ser igual a US$1.000. Ativos Passivos Reservas +US$100 Empréstimos +US$900 Depósitos +US$1.000 Wachovia 1. Depois de o cheque a ser retirado da conta do Wachovia for compensado, as reservas e os depósitos do PNC aumentaram ambos em US$900. Ativos Passivos Reservas +US$900 Depósitos +US$900 PNC Bank 920 PARTE X | Políticas Monetária e Fiscal O processo ainda não terminou. A pessoa que tomou os US$810 emprestados os gastará passando um cheque de sua conta. Quem receber os US$810, os depositará no seu banco, que poderia ser uma agência do Wachovia ou do PNC ou uma agência de qualquer outro banco. Esse novo banco – se não for o PNC – enviará o cheque ao PNC e receberá US$810 em novas reservas. Esse novo banco terá um incentivo a emprestar 90% dessas reservas – mantendo 10% para atender à exigência legal – e o processo continuará. Em cada etapa, os empréstimos adi- cionais que são concedidos e os depósitos adicionais que são criados vão diminuindo em 10%, já que cada banco tem que reter essa quantia como suas reservas compulsórias. Podemos usar uma tabela para mostrar o aumento total em depósitos em conta-corrente disparado pelo seu depósito inicial de US$1.000. Os pontos na tabela representam rodadas adicionais no processo de criação de moeda: BANCO AUMENTO NOS DEPÓSITOS EM CONTA-CORRENTE Wachovia US$1.000 PNC + 900 (= 0,9 x US$1.000) Terceiro Banco + 810 (= 0,9 x US$900) Quarto Banco + 729 (= 0,9 x US$810) • + • • + • • + • Alteração total nos depósitos em conta corrente = US$10.000 O multiplicador de depósitos simples Seu depósito inicial de US$1.000 aumentou as reservas do sistema bancário em US$1.000 e levou a um aumento total de US$10.000 em depósitos em conta-corrente. O coeficiente da quantia dos depósitos criados pelos bancos sobre a quantia de novas reservas é chamado de multiplicador de depósitos simples. Neste caso, o multiplicador de depósitos simples é igual a US$10.000/US$1.000 = 10. Por que 10? Como sabemos que seu depósito inicial de US$1.000 acabou levando a um aumento total de US$10.000 em depósitos? Há duas maneiras de responder essa pergunta. A primeira é que cada banco envolvido no processo está mantendo reservas iguais a 10% de seus depósitos. Para o sistema bancário como um todo, o aumento total nas reservas é de US$1.000 – a quantia de seu depósito original em dinheiro. Portanto, o sistema como um todo acabará com US$10.000 em depósitos, porque US$1.000 é 10% de US$10.000. Uma segunda maneira de responder a pergunta é deduzindo uma expressão para o multi- plicador de depósitos simples. O aumento total em depósitos é igual a: US$1.000 + [0,9 US$1.000] + [(0,9 0,9) US$1.000] + [(0,9 0,9 0,9) US$1.000] +... Ou: US$1.000 + [0,9 US$1.000] + [0,92 US$1.000] + [0,93 US$1.000] +... Ou: US$1.000 (1 + 0,9 + 0,92 + 0,93 +... ). As regras da álgebra nos dizem que a soma de uma expressão como a que temos entre parên- teses é igual a: Multiplicador de depósi- tos simples Coeficiente da quantia de depósitos criados pelos bancos sobre a quantia de novas reservas. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Veja, de forma sintética, a interação entre oferta e demanda de moeda na economia e como essa relação afeta a produção e o emprego. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/ffec5b801a6cb85a12c532b08ea7d73e Exercícios 1) As instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional exercem suas atividades de modo que todo sistema funcione adequadamente. O principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional é: A) A Superintendência Nacional de Seguros Privados - SUSEP. B) O Banco Central do Brasil. C) A Bolsa de Valores. D) O Conselho Nacional de Seguros Privados. E) A Caixa Econômica. 2) O SFN é composto por um conjunto de órgãos e instituições que regulamenta, supervisiona e realiza operações necessárias à circulação de moeda e de crédito na economia. Assinale a alternativa que contém os órgãos normativos e supervisores do Sistema Financeiro Nacional: A) Bancos e Instituições Financeiras, Bolsa de Valores B) Conselho Nacional de Seguros Privados, Administradoras de Consórcios C) Banco Central do Brasil, Corretoras e Distribuidoras D) Banco Central do Brasil, Conselho Nacional de Seguros Privados E) Cooperativas de Crédito, Conselho Monetário Nacional 3) A moeda possui liquidez por excelência. O Banco Central do Brasil utiliza quatro conceitos de oferta monetária diferenciados pela notação M1, M2, M3 e M4. O ativo financeiro que está conceituado de forma correta: A) M1 - É o ativo mais líquido e concentra-se em papel-moeda em poder do público. B) M2 - É o ativo mais líquido concentrando-se em depósitos de poupança e aplicações em títulos privados. C) M3 - É o ativo mais líquido concentrando-se em fundos de renda fixa e operações com títulos federais. D) M4 - É o ativo mais líquido concentrando-se em aplicações, em títulos federais, estaduais e municipais. E) M1 - Abrange todos os ativos financeiros monetários e quase monetários totalizando a quantidade de papel-moeda circulante no país. 4) Na notícia "Base monetária cresce 0,2% em agosto, informou o BC", o seguinte trecho é destacado: "A base monetária encerrou o mês de agosto com expansão de 0,2% na comparação com julho,pelo conceito da média diária de dias úteis. Segundo informações do Banco Central, a base alcançou R$ 226,343 bilhões na média diária do mês passado". Uma possibilidade de a base monetária ter se expandido decorre, sem ambiguidade: A) Da ampliação dos meios de pagamento e dos depósitos à vista. B) Do aumento das reservas mantidas pelos bancos comerciais e do encaixe monetário mantido pelo Banco Central. C) O aumento dos depósitos de poupança e das operações compromissadas. D) Da redução do papel-moeda em circulação e do encaixe monetário mantido pelos bancos comerciais. E) Do aumento da moeda manual e das reservas mantidas pelos bancos comerciais. 5) A moeda possui as funções básicas de ser, ao mesmo tempo, um intermediário de trocas; um denominador comum de preços (unidade de medida) e reserva de valor. Sua oferta é dada pela disponibilidade de ativos financeiros de liquidez imediata, os chamados meios de pagamento. Considerando a demanda por moeda, podemos afirmar: A) O principal motivo para a demanda por moeda é a baixa taxa de conversibilidade para ativos líquidos. B) A demanda por moeda possui uma relação simétrica com taxa real de juros. C) Quanto mais altos forem os estoques monetários, melhores serão os custos de oportunidades para o investidor. D) A procura por moeda é definida pelos motivos de transação, de precaução e de especulação. E) Os efeitos dos juros não se propagam para o lado financeiro da economia atuando apenas no lado real da economia. Na prática Acompanhe como ocorre a ligação entre o setor real e o setor financeiro na economia. Em uma economia aberta as exportações e as importações também influenciam no volume de moeda em razão das constantes entradas e saídas de recursos financeiros. A ligação do setor real com o setor financeiro ocorre com as captações passivas e ativas realizadas pelo sistema financeiro que oferecem recursos financeiros de famílias superavitárias para empresas e famílias que necessitam de moeda. Assim existe uma relação causal entre a intermediação financeira e o setor real que impulsiona a economia como um todo. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Introdução à economia do meio ambiente Para se aprofundar mais em macroeconomia, leia este livro, que apresenta o conteúdo pertinente ao que foi estudado nesta Unidade de Aprendizagem. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Princípios de Economia FRANK, ROBERT; BERNANKE, BEN - .Porto Alegre: AMGH EDITORA LTDA, 2012. Capítulo 21. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Macroeconomia DORNBUSCH, RUDIGER; FISCHER, STANLEY; STARTZ, RICHARD ; 11. ed. Porto Alegre: AMGH EDITORA LTDA, 2013. Capítulo 16. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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