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2.5- Habeas Corpus 2015 1 (1)

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PRÁTICA JURÍDICA II
HABEAS CORPUS
1- NOÇÕES GERAIS: É uma ação de impugnação, que se sobressai não apenas por propiciar o reexame de qualquer tipo de provimento, mas pela sua celeridade e simplicidade. 
	É uma ação penal não condenatória.
	O HC é destinado a remediar e prevenir toda e qualquer restrição ilegal ou abusiva da liberdade de ir, vir e ficar. Não visa apenas atacar medidas e decisões juízes criminais, mas quaisquer atos judiciais, administrativos e até mesmo particulares. 
2- PREVISÃO LEGAL: Artigo 647 e seguintes do CPP e artigo 5º, LXVIII CRFB.
ART. 5º, LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas-corpus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
ART. 142, § 2º. Não caberá habeas-corpus em relação a punições disciplinares militares.
3- ESPÉCIES DE HABEAS CORPUS:
1- LIBERATÓRIO: se pretende a restituição da liberdade de alguém que está preso. 
2- PREVENTIVO: é uma tutela antecipada, para evitar que a ameaça de prisão se efetive. 
4- PARTES:
	LEGITIMIDADE ATIVA: Qualquer pessoa está legitimada para impetrar HC, independentemente de outra qualificação especial.
	O IMPETRANTE é quem pede a concessão da ordem, e o PACIENTE é quem sofre ou está ameaçado de sofrer constrangimento na sua liberdade de locomoção.
	SEM ADVOGADO: A impetração do HC pela própria parte, a seu favor ou de terceiro, conforme possibilita o art.554 do Código de Processo Penal, não fere o disposto no artigo 133 da CRFB.
	HC DE OFÍCIO PELO MAGISTRADO: O magistrado pode conceder o HC de ofício artigo 654, § 1º, do CPP, mas não pode jamais impetrar HC.
LEGITIMIDADE PASSIVA: É o coator, a pessoa responsável pelo ato de restrição ou ameaça ao direito de liberdade de locomoção, cuja ilegalidade é apontada pelo impetrante. Não é igual ao Mandado de segurança, porque aqui se admite HC contra ato de particular. 
	
5- CABIMENTO DO HC:
( ENUNCIADOS DA SÚMULA DO STF:
693 - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
694 - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.
695 - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
6- COMPETÊNCIA:
	Dois critérios básicos orientam a determinação da competência para o processo de HC: TERRITORIALIDADE e HIERARQUIA.
6.1- SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: ART. 102, I, d e i, II, a.
6.2- SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ART. 105, I, c, 105, II, a. 
6.3- TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL: ART. 108, I, d.
6.4- JUIZ FEDERAL: ART. 109, VII.
6.5- COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE 2O GRAU: Art. 125, § 1º. CRFB.
( CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ART. 161, IV, “f”.
6.6- COMPETÊNCIA DO JUIZ DE 1O GRAU:
	Finalmente, tratando-se de coação atribuída a ato particular, ou de funcionário ou autoridade não compreendida nas hipóteses anteriormente referidas, a competência para o processo e o julgamento do pedido de HC será do juiz da comarca ou circunscrição judiciária em cujos limites estiver ocorrendo a restrição ou ameaça ao direito de liberdade; havendo mais de um juiz, a competência será determinada pela distribuição(art.75).
6.7- HC CONTRA ATO DE PROMOTOR DE JUSTIÇA:
6.8- HC CONTRA ATO DE TURMA RECURSAL:
HC 86834 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Julgamento: 23/08/2006 Órgão Julgador: Tribunal Pleno COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - DEFINIÇÃO. A competência para o julgamento do habeas corpus é definida pelos envolvidos - paciente e impetrante. COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - ATO DE TURMA RECURSAL. Estando os integrantes das turmas recursais dos juizados especiais submetidos, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, à jurisdição do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal, incumbe a cada qual, conforme o caso, julgar os habeas impetrados contra ato que tenham praticado. COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - LIMINAR. Uma vez ocorrida a declinação da competência, cumpre preservar o quadro decisório decorrente do deferimento de medida acauteladora, ficando a manutenção, ou não, a critério do órgão competente. 
CANCELADO - ENUNCIADO 690 DA SÚMULA DO STF - Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais.
6.9- HC SUBSTITUIÇÃO DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PREVISTA PARA DENEGAÇÃO DA ORDEM :
6.10 – HC CONTRA ATO DE JUIZ DO JECRIM:
	A competência é da Turma Recursal, segundo Ada Pellegrini e a jurisprudência do TJRJ e STJ.
1999.700.007449-9 Juiz(a) - Julgamento: 03/04/2001 HABEAS CORPUS - JUIZADO ESPECIAL: PRISÃO DE DEPOSITÁRIO INFIEL. COMPETÊNCIA DA TURMA RECURSAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. PROVA DA INEXISTÊNCIA DO BEM PENHORADO. ORDEM CONCEDIDA. 1. É possível em tese a prisão do depositário infiel, ordenado por juizado especial cível. 2. O sistema recursal dos Juizados, aí compreendidas as ações autônomas de impugnação, constitui uma Justiça a parte. 3. Assim, compete à Turma Recursal Criminal, por analogia ao art. 8º, I, "a", do Regimento Interno do TJRJ, conhecer e julgar os pedidos de Habeas Corpus, quando o coator for Juiz de Juizado Especial, inclusive no caso de prisão civil. 4. Comprovado que a quantia alegada penhorada não existia, estando flagrantemente irregular, porque incompleto, o auto de penhora, descabe a prisão civil do depositário. 5. Ordem Concedida.
6.11- HC CONTRA INDEFERIMENTO DE LIMINAR: 691 - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
PETIÇÃO DE HABEAS CORPUS
PROCEDIMENTO
1- PETIÇÃO INICIAL:
- Cabeçalho
- Qualificação – impetrante e paciente
- Artigos de lei que embasam o pedido CRFB e CPP
- INDICAÇÃO SE HÁ PEDIDO DE LIMINAR
- Indicação da autoridade coatora
- Indicação do processo em que a coação está sendo praticada, se existir
- PEDIDO DE LIMINAR – OBS DA POSIÇÃO NA PETIÇÃO
- FATOS
- TÓPICOS
- PEDIDO – seja concedida a ordem
2- LIMINAR: Apesar de não haver previsão legal, a jurisprudência admite a concessão, quando presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora.
	O primeiro precedente nesse sentido foi no STF de 1964 que fixou “se no mandado de segurança pode o relator conceder a liminar até em casos de interesses patrimoniais, não se compreenderia que, em casos em que está em jogo a liberdade individual ou as liberdades públicas, a liminar, no HC preventivo, não pudesse ser concedido”.
- Poder Geral de Cautela do juiz
Art. 798. Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
Art. 804. É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 01.10.1973).
- Possibilidade de revogação da medida
- A medida tem que ser confirmada pelo órgão colegiado
3- APRESENTAÇÃO DO PRESO – ART. 656 CPP:
	Essa providência esta em desuso é facultativa e substituída pelo pedido de informações por escrito a autoridade coatora. 
	AS INFORMAÇÕES REPRESENTAM UMA VERDADEIRA CONTESTAÇÃO DO COATOR.
4- PEDIDO DE INFORMAÇÕES – ART. 662 CPP: Nas informações,a autoridade coatora faz a defesa da legalidade.
	A apresentação das informações é um dever da autoridade coatora. 
 	AS INFORMAÇÕES PRESTADAS TEM PRESUNÇÃO DE VERACIDADE – HC 69.372-5 STF.
	Nas informações é recomendável que o juiz apresente documentos que demonstrem a veracidade das alegações. 
	A falta ou atraso injustificado na apresentação das informações, cria a presunção de que são verdadeiros os fatos imputados ao coator. 
OBS: o STF já entendeu que a consulta do acórdão na internet supre a necessidade das informações. 
5- PRODUÇÃO DE PROVAS: Em face das suas características fundamentais SIMPLICIDADE e SUMARIEDADE, o Habeas Corpus não possui uma fase de instrução probatória. Mas isso não afasta a possibilidade de produção de provas, quando o juiz achar necessário. 
	DE REGRA A INICIAL DEVE VIR ACOMPANHADA DE PROVA DOCUMENTAL PRÉ-CONSTITUÍDA.
	Tanto o impetrante como o coator podem juntar documentos para servir de prova. 
	É possível que o juiz de ofício solicite outras provas, cabendo a conversão do julgamento em diligência. 
	É melhor atrasar o julgamento, do que denegar a ordem por falta de prova. 
6- SENTENÇA, RECURSOS E COISA JULGADA
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