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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA RANNY BARBOSA VAZ DA SILVA 20212303131 - POLO BARRA DA TIJUCA CURRÍCULO E CULTURA EDUCACIONAL: Uma visão crítica sobre o “O NOVO ENSINO MÉDIO” PROFESSORA: ROSELI GABRIEL Rio de Janeiro/2023 “Uma visão crítica sobre o novo “Ensino Médio” Introdução Muito tem se debatido sobre as propostas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mesmo depois de algumas versões, a BNCC ainda gera dúvidas e preocupações para a comunidade escolar. Segundo Pedro Annunciato, do site Nova Escola (2017), os desafios de implementação são imensos: construção de currículos municipais e estaduais, formação de professores e reformulação de materiais didáticos. Além desses, há outros pontos que também geram discussão como é o caso do “Novo Ensino Médio” e é sobre esse ponto que trataremos. Desenvolvimento O processo de educação vem passando por várias modificações ao longo dos anos e a ideia principal de todo esse processo era, e ainda é, igualar o nível de ensino no Brasil, uma vez que o aluno do ensino privado tenha maiores privilégios comparados aos do ensino público. A partir dessa percepção iniciaram-se tentativas, durante a história da educação brasileira, com foco em viabilizar metas e objetivos comuns para a educação em todo território nacional. A BNCC, com foco na etapa do Ensino Médio, de acordo com o site da mesma, saiu em 2018, porém ela percorreu um longo caminho, até que sua versão final fosse concluída. Caminho esse iniciado em 1988, quando foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil que já previa, em seu Artigo 210, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tendo como objetivo fixar conteúdos mínimos de forma que a formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais, alcancem a todos. Embora o documento da BNCC, para a etapa do Ensino Médio, já tenha sido homologado, segundo o site Portal da Indústria, esse novo modelo começará a ser implementado gradativamente a partir de 2022. Ele é descrito como um modelo de aprendizagem com foco na formação do cidadão e no desenvolvimento de competências e habilidades. Nesse novo modelo serão trabalhadas disciplinas obrigatórias, como português e matemática por exemplo, e 5 itinerários formativos (não sendo obrigatório que a escola tenha todos), sendo eles: Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias ciências; humanas e sociais aplicadas; Formação técnica e profissional. Essa mudança também afetará a carga horária total, que vai passar de 2400 horas para 3 mil horas, sendo 1800 horas destinadas para as disciplinas obrigatórias e 1200 horas para os itinerários formativos. Em setembro de 2016, foi aprovada a MP 746, conhecida como “MP do Novo Ensino Médio”, e segundo o site Brasil Escola, várias discussões tomaram conta das redes sociais e escolas, uma delas se referindo ao suposto fim da obrigatoriedade do diploma de licenciatura para dar aula. Essa MP também da autonomia aos sistemas de ensino para definir a organização das áreas de conhecimento, as competências, habilidades e expectativas de aprendizagem definidas na BNCC. Nesse novo Ensino Médio, a escola precisará promover um ensino que esteja alinhado com a realidade atual e necessidades dos alunos, e prepará-los como cidadãos e futuros profissionais que, possivelmente, enfrentarão os desafios de um mercado de trabalho dinâmico. Conclusão Comparando o novo modelo de Ensino Médio ao antigo, visto como ensino arcaico, “de baixa qualidade, generalista, com número excessivo de disciplinas, alto índice de evasão e de reprovação e distante das necessidades dos estudantes e dos problemas do mundo contemporâneo” (PORTAL DA INDUSTRIA), entende-se que esse novo modelo trará maiores benefícios, toda via, existem pontos de atenção que não podem ser ignorados. Alunos do ensino privado, por exemplo, certamente terão muitos benefícios com as mudanças, porém os do ensino público continuarão em desvantagem. Embora a implantação da BNCC tenha sido para garantir uma melhoria na educação, uma educação inclusiva, com equidade, a mesma não garante que todas as escolas terão o mesmo nível de ensino, começando pela falta de recursos para a capacitação e motivação dos professores e garantia de acesso, dos alunos, às novas tecnologias, principalmente os da rede pública, além da não obrigatoriedade de ter todos os itinerários formativos, que a BNCC dá as escolas, e, como consequência, essa desigualdade continuará interferindo, de forma negativa, na formação crítica dos sujeitos. Por fim, conclui-se que muitas mudanças ainda precisam acontecer para que o ensino de qualidade, de fato, esteja ao alcance de todos. Referências bibliográficas BRANCO, Emerson Pereira.; et al. Uma visão crítica sobre a implantação da Base Nacional Comum Curricular em consonância com a reforma do Ensino Médio. Universidade Federal de Alagoas, 2018. Disponível em: Acessado em: 07 de março de 2023. PORTAL DA INDÚSTRIA. Novo Ensino Médio 2022: entenda tudo que muda. Disponível em: acessado em: 07 de março de 2023. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular, 2017. Disponível em: Acesso em: 7 março de 2023. ANUNCIATTO, Pedro. Falta de recursos, pouca formação e apreensão com a diminuição da idade de alfabetização são os aspectos que mais preocupam os docentes. Nova Escola, 2017. Disponível em: Acessado em: 07 de março de 2023.
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