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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – CAMPUS VI DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – DCH DISCIPLINA: PROCESSAMENTO DE MINERAIS II DISCENTES: LUANA MONTEIRO, NATHAN GREGÓRIO, PALOMA SILVA E SAMUEL HUALLACY DOCENTE: HELOÍSA NEVES DE SOUZA CONCENTRADOR MINERALDENSITÁRIO –PESQUISA INICIAL Após análises acerca dos equipamentos concentradores de minério, o grupo optou pelo concentrador espiral. Tal escolha se deve pelo fato deste equipamento possuir um funcionamento simples, mas com grande eficácia no quesito de separação mineral gravítica, com estudos comprovados da sua excelência para concentração de minério de ferro. Criado por Ira Boyd Humphreys em 1941 nos EUA, modificado ao longo dos anos, possui capacidade de processar diferentes tipos de minerais, além disso, pode ser manuseado por qualquer operador, uma vez que é formado por uma estrutura simples. Entretanto, para a utilização do equipamento, deve-se ponderar algumas das propriedades físicas dos minerais, principalmente a densidade, granulometria e geometria dos grãos. O equipamento se destaca devido sua construção acessível, com baixos custos operacionais, bons rendimentos e com boa durabilidade. Apesar de não possuir partes móveis, é constituído de materiais leves e resistentes, exigindo pequenos espaços para sua instalação, destacando-se em empresas de pequeno e grande porte. Ademais, seu gasto energético é baixo, já que seu consumo é limitado ao bombeamento da água para a alimentação da máquina. Sendo assim, em razão da sua simplicidade, pessoas com limitado conhecimento nas áreas de beneficiamento e mecânica conseguem operar este maquinário, alcançando bons resultados. O princípio de funcionamento do espiral se baseia na polpa fluindo pelo espiral, fazendo com que as partículas do mineral sejam submetidas a uma força que as leva em direção à calha. Essa força é chamada de força centrífuga, e ela faz com que os minerais que possuam partículas leves se acumulem na borda externa da calha, chegando um ponto em que a corrente irá atingir o equilíbrio entre as forças existentes: centrífuga e gravitacional. Para auxiliar nesse processo, usa-se água, que tem como função realizar a lavagem da polpa. A água é adicionada no topo do espiral, por um canal diferente do qual a polpa é adicionada. Esse canal possui vazões que desviam a água para o interior da calha. Para que o material colocado no espiral seja coletado, mangueiras de conexão dos produtos são colocadas na parte inferior do espiral. Com essa técnica é possível obter o concentrado, que é desviado da tubulação central em direção ao tanque de alimentação, o rejeito, material que fica na calha, e não foi desviado para o tanque de alimentação, e por fim, os mistos, parte do fluxo da calha que é recolhido separado em alguns modelos de espiral. Ao realizar os testes no concentrador espiral algumas variáveis devem ser levadas em consideração, bem como alguns procedimentos devem ser adotados. As variáveis operacionais que mais se destacam no processo são: ● Taxa de Alimentação: O controle e otimização dessa taxa influenciam significativamente no desempenho do equipamento, afetando a produção e a eficiência. Cada tipo de minério tem uma taxa ótima de alimentação específica, e quando a taxa de alimentação ultrapassa esse valor ideal, há um aumento na velocidade do fluxo na calha da espiral, o que pode separar inadequadamente os minerais pesados e leves. Isso pode resultar em turbulência no leito de escoamento, a recomendação é de que as vazões de polpa sejam na faixa de 50 a 100 L/min e para a água de lavagem, de 15 a 50 L/min; ● Percentagem de Sólidos na Polpa de Alimentação: Tipicamente, os sólidos variam de 20% a 30%, mas podem chegar a 50% para minérios de granulometria grossa. Minerais pesados de granulometria fina geralmente requerem polpas mais diluídas; ● Granulometria e Forma dos Grãos do Minério: O controle da percentagem de sólidos na polpa é essencial, variando tipicamente de 20% a 30%, podendo chegar a 50% para minérios de granulometria grossa. Minerais de granulometria fina geralmente requerem polpas mais diluídas. A operação em duas faixas granulométricas, uma grossa e outra fina, é recomendada para uma faixa ampla, sendo o processo de definição dessas faixas um objeto de estudo. Em unidades piloto de circuito fechado, é aconselhável usar amostras com granulometria abaixo de 3,0 mm para facilitar o bombeamento da polpa. Além das variáveis operacionais, existem as variáveis geométricas, as quais as principais são: ● Passo: O tamanho do passo em uma espiral tem um impacto significativo na velocidade do fluxo primário. Passos maiores possibilitam capacidades maiores devido à maior velocidade do fluxo. De acordo com Wills, o tamanho do passo afeta a massa específica de separação da espiral, mas não a recuperação e o teor dos minerais. Passos menores são necessários para separar minerais com massa específica de separação menor, enquanto minerais densos exigem passos maiores; ● Diâmetro da Hélice: Esse fator em uma espiral tem um impacto direto na capacidade de alimentação e na faixa de tamanho de partículas que podem ser processadas. Hélices com diâmetros maiores são mais adequadas para separar materiais com ampla faixa de tamanhos. No entanto, no beneficiamento de minério de ferro, geralmente são utilizadas espirais com diâmetros intermediários para otimizar o processo; ● Número de Voltas: As etapas cleaner são executadas com menos voltas porque as partículas densas sedimentam mais rapidamente. Nas etapas Rougher, são necessárias mais voltas para que as partículas atinjam o equilíbrio, resultando em uma maior recuperação de partículas leves. Além das variáveis citadas, em polpas com teores de ferro na alimentação, estudos mostram que polpas com 20% e 32% de sólidos, o teor no concentrado aumenta significativamente nessas condições. Nas curvas de recuperação, a polpa a 20% de sólidos apresenta resultados crescentes com o teor de ferro na alimentação. Já na polpa a 32% de sólidos apresenta uma recuperação máxima para alimentação com cerca de 40% de ferro, com uma queda para alimentação com alto teor. Isso pode ser atribuído à sobrecarga da banda contendo densos, levando estes a serem perdidos no produto leve. Vale ressaltar que existem algumas práticas que se pode fazer para obter uma boa operação do espiral. > quando há a formação de um “banco e areia” na calha: - Verificar se há aberturas obstruídas e prontificar a limpeza do canal da espiral; - Ajustar o desviador de fluxo para em cima da área congestionada; - Aumentar a diluição da polpa na alimentação. Porém, deve-se cuidar para não ultrapassar 130 L/min por espiral; Após reuniões e estudos em equipe, o grupo visualizou possíveis adaptações para a construção do equipamento amador, que poderão se assemelhar a um espiral original. Para realizar o projeto, entendemos que os possíveis materiais a serem utilizados devem ser acessíveis. Por isso, sugerimos que os seguintes materiais para a confecção substituam os originais (lembrando que a intenção é reproduzir um espiral simples): 1 - Cano PVC 100mm; 2 - Abraçadeiras de Nylon; 3 - Mangueira; 4 - Cola Durepox; 5 - Eletroduto PVC Corrugado; 6 - Baldes; 7 - Garrafas pets; 8 - Funil. Modelo Espiral de Humphrey Materiais: ● Cano PVC 100mm; ● Abraçadeiras de Nylon; ● Mangueira Nível 5/16×1; ● Cola Durepox; ● Eletroduto PVC Corrugado; ● Garrafa pet; ● Baldes; Passo a Passo da Montagem: 1. Prender o eletroduto na base de cano PVC utilizando as abraçadeiras de nylon; 2. Fazer furos no cano e no eletroduto para o encaixe da mangueira de nível. O furo no eletroduto, deve estar em uma altura maior do que seu furo correspondente, ligada pela mangueira no cano PVC; 3. Usar a cola durepox nos encaixes da mangueira de nívelpara a prevenção de vazamentos; 4. Materiais auxiliares: Utilizar os baldes para introdução da polpa e coleta do material separado; construir um funil com a garrafa pet para facilitar a alimentação da maquete; Teste da Maquete: Inicia-se o processo alimentando a maquete através com uma polpa composta por areia e água contida em um balde, essa mistura será colocada através de um funil feito de garrafa pet colocado na extremidade superior do eletroduto, a mistura se desloca ao longo do espiral feito com o eletroduto. Durante o procedimento, cada partícula de areia é sujeita a uma força centrífuga que a impulsiona em direção à borda da calha, levando-a a atingir altitudes superiores. Essa força centrífuga resulta na acumulação da polpa juntamente com as partículas menos pesadas na margem externa da calha. Esse processo continua até que a corrente atinja um estado de equilíbrio entre a força centrífuga e a força gravitacional. Esta última atua sobre as partículas mais compactas, conduzindo-as em direção à área interna da calha, mais próxima do eixo central fazendo com que as partículas de areia sejam direcionadas para dentro da base de cano PVC pelas mangueiras de nível, que também retém um pouco do sólido, obtendo uma polpa mais concentrada em um recipiente(balde). Será armazenado em outro local o que sair da extremidade inferior do eletroduto, composta na sua maioria por água. Estudos mostram que a aplicação de espirais na concentração de minério de ferro está em expansão na indústria mineral, e mais especificamente no Brasil. Esse equipamento vem apresentando grande eficiência no processamento da fração fina do sinter feed (–1+0,15 mm) para produção do sinter feed ou apenas remover ferro desta fração na produção do pellet feed, economizando assim energia na etapa de moagem. Apesar de ser um equipamento de fácil manuseio, a operação nele precisa ser cautelosa, evitando a alimentação de material grosseiro, o que resulta em entupimento dos desviadores e perda de material grosseiro no rejeito. Além disso, a premissa de que esse tipo de equipamento não necessita de manutenção e cuidados é errônea, tendo em vista que a vida útil e sua eficiência irá decair, acarretando grandes prejuízos no empreendimento. Imagens do concentrador espiral REFERÊNCIAS
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