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Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-236

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O choque é uma condição de emergência definida como a redução genera-
lizada da perfusão tecidual efetiva, levando à disfunção celular e à falha orgâni-
ca. As manifestações mais comuns são hipotensão e má perfusão tecidual. 
As alterações do sistema circulatório que levam ao choque inicialmente 
desencadeiam a ativação de mecanismos compensatórios, como taquicardia 
e vasoconstrição periférica. Se as alterações persistem, ocorre falha desses 
mecanismos compensatórios, o que leva à hipoperfusão tecidual. A redução 
da oferta de oxigênio e de outros nutrientes aos tecidos leva à acidose lática, 
à redução da saturação venosa e à disfunção orgânica múltipla. O choque per-
sistente leva à disfunção celular irreversível e ao óbito. 
O choque pode ser dividido essencialmente em quatro categorias: 
• hipovolêmico 
• cardiogênico 
• obstrutivo 
• distributivo 
Essa classificação é útil para a identificação da etiologia e a orientação do 
tratamento (Tab. 17.1). O choque hipovolêmico é consequência de depleção do 
volume intravascular, em pelo menos 20o/o, o que resulta em retomo venoso di-
minuído e comprometimento direto da pré-carga. Com isso, ocorre diminuição 
do débito cardíaco e aumento da frequência cardíaca e da resistência vascular 
sistêmica como tentativa de compensação. 
O choque cardiogênico decorre da perda da eficiência da bomba cardíaca 
(redução do débito cardíaco) e do consequente aumento da pré-carga e resis-
tência vascular periférica. 
No choque distributivo, como na sepse, ocorre vasodilatação venosa, au-
mento da permeabilidade capilar e diminuição da pré-carga associada à hipo-
tensão e à diminuição ou à elevação do débito cardíaco. 
O choque com múltipla fisiopatologia pode ser melhor entendido com 
o exemplo do choque séptico, principal causa de mortalidade em centros de 
terapia intensiva. Ele é classificado como distributivo, tendo um componente 
relativo de hipovolemia e vasodilatação generalizada e um componente car-
diogênico de depressão miocárdica, em função das toxinas bacterianas e do 
processo intenso de inflamação. 
Em todas as formas de choque, o tratamento tem como principal obje-
tivo o restabelecimento da perfusão tecidual. O uso de líquidos, drogas vaso-

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