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O choque é uma condição de emergência definida como a redução genera- lizada da perfusão tecidual efetiva, levando à disfunção celular e à falha orgâni- ca. As manifestações mais comuns são hipotensão e má perfusão tecidual. As alterações do sistema circulatório que levam ao choque inicialmente desencadeiam a ativação de mecanismos compensatórios, como taquicardia e vasoconstrição periférica. Se as alterações persistem, ocorre falha desses mecanismos compensatórios, o que leva à hipoperfusão tecidual. A redução da oferta de oxigênio e de outros nutrientes aos tecidos leva à acidose lática, à redução da saturação venosa e à disfunção orgânica múltipla. O choque per- sistente leva à disfunção celular irreversível e ao óbito. O choque pode ser dividido essencialmente em quatro categorias: • hipovolêmico • cardiogênico • obstrutivo • distributivo Essa classificação é útil para a identificação da etiologia e a orientação do tratamento (Tab. 17.1). O choque hipovolêmico é consequência de depleção do volume intravascular, em pelo menos 20o/o, o que resulta em retomo venoso di- minuído e comprometimento direto da pré-carga. Com isso, ocorre diminuição do débito cardíaco e aumento da frequência cardíaca e da resistência vascular sistêmica como tentativa de compensação. O choque cardiogênico decorre da perda da eficiência da bomba cardíaca (redução do débito cardíaco) e do consequente aumento da pré-carga e resis- tência vascular periférica. No choque distributivo, como na sepse, ocorre vasodilatação venosa, au- mento da permeabilidade capilar e diminuição da pré-carga associada à hipo- tensão e à diminuição ou à elevação do débito cardíaco. O choque com múltipla fisiopatologia pode ser melhor entendido com o exemplo do choque séptico, principal causa de mortalidade em centros de terapia intensiva. Ele é classificado como distributivo, tendo um componente relativo de hipovolemia e vasodilatação generalizada e um componente car- diogênico de depressão miocárdica, em função das toxinas bacterianas e do processo intenso de inflamação. Em todas as formas de choque, o tratamento tem como principal obje- tivo o restabelecimento da perfusão tecidual. O uso de líquidos, drogas vaso-
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