Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PERGUNTA 1 Leia o excerto de Anne Marie Chartier sobre as práticas sociais de leitura e escrita nos séculos XVI e XVII, que diz respeito ao letramento restrito, conforme vimos nesta unidade: “Na verdade, as tradições orais e práticas sobreviviam mesmo nas sociedades amplamente marcadas pela cultura escrita. A questão era saber como ouvir essas vozes então silenciadas, já que as fontes escritas permaneciam como privilégio dos letrados, dos juristas e dos comerciantes. De fato, os analfabetos viviam então em um mundo de alfabetização restrita, mas isso não os impedia de recorrer, quando tinham necessidade, a escritas delegadas (graças aos padres, tabeliães, escrivães públicos, pessoas alfabetizadas da família, etc.), de se manifestar nos processos e de conhecer o valor dos “papéis e documentos” para fazer valer seus direitos (títulos de propriedade, contratos). (CHARTIER, 2016, p.284) Fundamentando-se no excerto, analise as seguintes assertivas que tratam sobre a relação da sociedade com a leitura e a escrita, quanto à veracidade – ¬ – V para VERDADEIRO ou F para FALSO: I. A relação leitor-texto da maior parte da população é muito circunscrita a eventos e rituais religiosos, assim, as pessoas recorrem a especialistas quando necessitam da escrita. II. Apesar do aumento da circulação de textos escritos, a ampla maioria da população realizava leituras restritas a textos religiosos. III. A ampliação de textos e de leitores não significou um apagamento da cultura oral, ainda muito mais representativa nas práticas sociais da maior parte da população. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: a. V, F, F b. V, V, F c. V, F, V d. F, V, V e. V, V, V PERGUNTA 2 Em relação ao processo de Transposição Didática, leia a afirmação a seguir e complete, escolhendo a alternativa correta, as lacunas, com os termos omitidos: “Chevallard (2001), para analisar as transformações adaptativas do saber, propõe um modelo teórico capaz de entender a dinâmica dos sistemas de ensino, chamado “Transposição Didática”. Conforme aponta Marandino (2004), o saber científico ganha os espaços sociais com os quais dialoga, provocando mudanças e, ao mesmo tempo, sofrendo-as. Partindo desse pressuposto, entendemos a Transposição Didática como a passagem do saber ___________ ao saber _________, isto é, a transformação em um objeto de ensino.” (NASCIMENTO, ARAUJO, 2019, p. 386) NASCIMENTO, A. N.; ARAÚJO, D. L. Rev. Espaço do Currículo (on-line), João Pessoa, v.12, n.2, p. 380-396, maio/ago. 2019. a. real, escolar b. real, científico c. curricular, escolar d. científico, escolar e. real, curricular PERGUNTA 3 Abordando as discussões teóricas entre especialistas no ensino de língua portuguesa, realizadas nos anos 1980, antes da elaboração dos PCN, Nonato aponta: “O ponto nevrálgico dos movimentos de crítica e proposição de alternativas encontra-se no diagnóstico de que a prática de produção escrita na tradição escolar, por um lado, teria sido neutralizada pelo foco em atividades de análise gramatical e, por outro lado, havia-se tornado um exercício ou uma prática “artificial”, no sentido em que pouco contemplaria o processo de produção dos sentidos e as condições de produção do texto (ROJO, 2003); em outros termos, pouco reencontraria a ação do sujeito autor, seus repertórios culturais e suas experiências extraescolares (BUNZEN, 2006, p. 147; MARCUSCHI, 2010). Prática definida muito mais como reprodução do que como produção textual, conforme a conhecida sugestão de João Wanderley Geraldi (GERALDI, 1984; 1986; 1991; 2008), o que se questiona é o grau de autenticidade dessas práticas com relação às situações de uso da linguagem em outras instâncias sociais nas quais o aluno é suscetível de se inserir. Pelo menos três sintomas de artificialismo são tornados alvos da crítica e da proposição de alternativas elaboradas na instância do discurso acadêmico e mais ou menos incorporadas pelo discurso oficial: o artificialismo temático, o artificialismo das formas composicionais e o artificialismo das estratégias e dos recursos de formulação textual.” (NONATO, 2019, p.1292) Fundamentando-se no excerto, analise as seguintes assertivas sobre a relação da sociedade com a leitura e a escrita quanto à veracidade – V para VERDADEIRO ou F para FALSO: I. Tanto o discurso acadêmico quanto o discurso oficial (documentos que norteiam o ensino) enfatizam a prática de produção de textos de gêneros tipicamente escolares, como a redação e a dissertação. II. O artificialismo nas atividades de produção textual é resultado de propostas dissociadas das suas práticas sociais. III. Podemos resumir as críticas da seguinte maneira: ou utilizava-se o texto como pretexto para o ensino da gramática ou se propunha produções escritas fora de situações comunicativas concretas. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: a. F, F, V b. V, V, F c. F, V, V d. V, V, V e. V, F, F PERGUNTA 4 Sobre o processo de criação da disciplina Língua Portuguesa, leia o relato de Nonato (2019): “Em estudo sobre os currículos e programas que deram corpo à então criada disciplina Português, no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, a partir de meados do século XIX, Razzini (2000) assinala, entre outros fenômenos, a incorporação da prática de redação e de composição de textos, em diferentes gêneros e de tipos diversos, em momento posterior (1870) àquela da leitura literária e da recitação (1855) e, sobretudo, àquela da gramática, matriz ideal que pilota e se mantém como o ponto para o qual convergem as duas outras práticas. Integrando o repertório de conhecimentos dessa disciplina ao longo de mais de cem anos, a produção escrita vai adquirindo um estatuto curricular inicialmente no interior do modelo clássico e da vocação beletrista que marcam o ensino de língua portuguesa em todo o período compreendido entre sua gênese até aproximadamente os anos 1960. Ao longo desse período, exercícios de composição e redação são instrumentos didáticos centrais do professor de língua portuguesa para tornar presente e fazer circular na sala de aula um saber sobre a escrita, sobre o texto escrito, um saber de natureza procedimental consubstanciado em um discurso expositivo sobre a técnica ou a arte de escrever (BUENO, 1931). Razzini identifica, “nos programas dos anos 1880 do Colégio, por exemplo, essa função instrumental da produção escrita para a transmissão de um saber sobre a língua codificada nos textos do cânon (literário) escolar.” (NONATO, 2019, p. 1286). A partir da leitura do excerto, analise as assertivas a seguir, classificando-as em verdadeira – V e falsa – F: I. Até os anos 1960, o ensino da produção de textos – composições e redações – atuava de maneira instrumental para o ensino dos clássicos literários prestigiados pela escola. II. De acordo com os estudos, inicialmente eram privilegiadas tarefas que envolviam a recitação de textos literários e do estudo da gramática. III. As práticas de produção de textos – composições e redações – ganharam espaço na disciplina Língua Portuguesa, após o período beletrista. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: a. F, V, V b. V, F, F c. F, F, V d. V, V, F e. V, V, V
Compartilhar