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Capítulo-3-Assistência-ao-Parto-Vaginal

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513
Unidade 6 - Obstetrícia Assistência ao Parto Vaginal
1. OBJETIvO
Oferecer subsídios para a correta avaliação da gestante de baixo risco no 
diagnóstico e acompanhamento do trabalho de parto, seguindo as diretrizes do 
parto humanizado.
2. DEfINIçãO DE TRABALHO DE pARTO (Tpa)
Processo através do qual um útero gravídico, por meio de atividade 
contrátil, expulsa um feto com idade gestacional igual ou superior a 20 semanas e/
ou peso igual ou superior a 500g e/ou tamanho igual ou superior a 25 cm.
Pode ser:
 » Pré-termo – 20 a 36 semanas e seis dias
 » Termo – 37 a 41 semanas e seis dias
 » Pós-termo > 42 semanas
3. COMO DIAGNOSTICAR O TRABALHO DE pARTO
É necessária a presença de três critérios, a saber:
 » Presença de pelo menos três contrações uterinas em intervalos de 
10min, com intensidade suicientemente forte para causar dilatação do 
colo uterino, regulares, rítmicas e com duração de pelo menos 30s cada
 » Colo uterino com dilatação igual ou superior a 3 cm 
 » Grau mínimo de apagamento do colo uterino
Outros sinais, como perda de tampão mucoso, discreto sangramento 
transvaginal (trabalho de colo) ou formação da bolsa das águas podem acompanhar o 
TPa, porém, são sinais variáveis e não devem ser usados como critérios diagnósticos.
Vale salientar que, em nulíparas, deve-se dar mais atenção à cérvico-
CAPÍTULO 3
ASSISTÊnCIA AO PARTO VAGInAL
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Maternidade Escola Assis Chateaubriand 
514
dilatação em detrimento da atividade uterina, acontecendo exatamente o inverso 
nas multíparas, que podem apresentar-se com dilatação cervical de até 4 cm sem, 
no entanto, estarem em trabalho de parto (ausência de atividade uterina).
É importante ter em mente todos estes critérios para saber diferenciar o 
verdadeiro do falso trabalho de parto (contrações de Braxton Hicks) ou mesmo da 
fase latente do trabalho de parto (pródromos) evitando-se, assim, internamentos 
desnecessários e/ou precoces.
Pacientes com falso trabalho de parto ou no período prodrômico devem 
ser orientadas quanto ao seu quadro e enviadas de volta à sua residência, tomando-
se o cuidado, nestes casos, de orientá-las para retornar ao serviço médico quando 
as contrações estiverem mais intensas, frequentes e regulares. Pode-se, também, 
optar por manter essas pacientes em observação e reavaliá-las dentro de 1-2h. 
A admissão tardia no centro obstétrico, na fase ativa do Trabalho de 
Parto evita internamentos precoces e intervenções desnecessárias, notadamente 
em pacientes com fase latente prolongada do TPa; sem, no entanto, afetar 
desfavoravelmente o prognóstico perinatal (nível A de evidência).
4. CONDUTA NA ADMISSãO DA pACIENTE EM TRABALHO DE pARTO
Diagnosticado o trabalho de parto em sua fase ativa, o médico assistente 
deve proceder à propedêutica de internamento na sala de parto.
a. Anamnese:
Deve-se fazer um interrogatório completo sobre as queixas da paciente, 
história da gestação, passado obstétrico, patologias associadas, uso de medicamentos, 
grupo sanguíneo, movimentação fetal, data da última menstruação, etc. Muitas dessas 
informações podem ser obtidas e/ou complementadas através do cartão da gestante.
b. Exame clínico:
Deve incluir:
 » Ausculta cárdio-pulmonar
 » Medida dos sinais vitais (pressão arterial, pulso arterial e temperatura)
 » Pesquisa de palidez cutâneo-mucosa e edema subcutâneo. 
c. Exame obstétrico:
Deve incluir:
 » Manobras de Leopold, evidenciando-se fundo uterino, situação, posição 
e apresentação fetais, e presença de insinuação do polo fetal.
515
Unidade 6 - Obstetrícia Assistência ao Parto Vaginal
 » Mensuração da altura do fundo uterino
 » Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF)
 » Toque vaginal (já realizado no momento do diagnóstico) evidenciando-
se grau de dilatação, apagamento e posição do colo uterino, formação 
da bolsa das águas, tipo de apresentação, variedade de posição fetal e 
grau de delexão do polo cefálico (caso haja).
 » Avaliar atividade uterina descrevendo-se sua intensidade, frequência, 
duração e regularidade.
Obs: nos casos em que houver suspeita de amniorrexe prematura ou placentação 
anômala o toque vaginal deve ser postergado; realizando-se, de imediato, o exame especular. 
Evita-se, dessa forma, o risco de infecção ascendente na primeira suspeita, descartando-se 
ainda o prolapso de cordão umbilical, e STV e/ou hemorragia no segundo caso.
d. Medidas gerais:
 » Abertura do partograma
Nas pacientes em trabalho de parto na fase ativa, deve-se proceder à 
abertura do partograma (já citado em capítulo anterior) descrevendo-se, nos 
devidos espaços, uma gama de informações úteis no acompanhamento do TPa, já 
obtidas durante a propedêutica de admissão. (nível A de evidência).
 » Tricotomia pubiana
Não há evidências cientíicas que recomendem sua utilização de rotina 
em mulheres em trabalho de parto, não sendo observado, diminuição no risco de 
infecção com seu uso rotineiro (nível A de evidência).
 » Clister evacuativo
Assim como na tricotomia pubiana, trabalhos recentes demonstraram não 
haver evidências que recomendem sua utilização de rotina, não se observando 
diminuição nas taxas de infecção puerperal (nível A de evidência).
 » Higienização da paciente
Deve ser realizada na forma de banho geral, desde que não se encontre em 
estágio avançado de dilatação cervical.
 » Utilização de vestes apropriadas
Troca das roupas da paciente pela bata do serviço, ainda na admissão.
 » Restrição alimentar
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Maternidade Escola Assis Chateaubriand 
516
Grávidas encaminhadas de volta à sua residência, na fase latente do TPa, 
com baixo risco para parto abdominal, devem ser orientadas a ingerir apenas 
alimentos leves.
As internadas no início da fase ativa, com baixo risco para parto cesariano, 
podem ingerir líquidos claros (água, chá, sucos), suspendendo-se a dieta na 
presença de intercorrências. O uso de alimentação sólida ou à base de laticínios 
está sempre proscrito.
Nas gestantes de risco elevado e/ou com possibilidade de parto cesariano, 
é contra-indicado qualquer tipo de alimentação, mantendo-se o estado de jejum.
Vale salientar que em todos os casos, prevalece o bom senso do obstetra 
e do anestesista, na hora de manter ou não o jejum. O jejum de rotina não é 
recomendado em pacientes de baixo risco (nível A de evidência).
5. ADMISSãO DA pACIENTE NO CENTRO OBSTéTRICO
Ao chegar ao centro obstétrico, a paciente será recebida pela equipe 
multidisciplinar, encaminhada ao leito, avaliada novamente pelos médicos 
plantonistas, sendo deinida uma conduta expectante ou intervencionista, 
dependendo de cada caso.
6. MEDIDAS GERAIS DE CONDUTA NA SALA DE pARTO
a. As pacientes devem ser encorajadas a não permanecerem restritas ao 
leito durante a fase ativa do TPa. Cabe à equipe multidisciplinar (médicos 
obstetras, médicos residentes, enfermeiras, técnicas de enfermagem, internos 
e doulas) estimulá-las quanto ao uso da bola e do cavalinho, em relação à 
possibilidade da deambulação e adoção de posição verticalizada ou semi-
sentada, podendo adotar uma destas práticas ou todas de forma intermitente 
(nível A de evidência). Caso preira a posição horizontal (supina), deve-se 
orientar o decúbito lateral esquerdo (DLE), por proporcionar melhor luxo 
útero-placentar e diminuição dos níveis pressóricos.(nível A de evidência).
b. Durante o TPa ocorre aumento da secreção vaginal e sudorese intensa. É 
importante estimular o banho como forma de higienização, conforto e bem 
estar. Se possível, realizar a troca da roupa de cama e da bata da grávida.
c. Apoio psicológico por parte da equipe multiproissional.
d. Pode ser ofertada à parturiente massagem no dorso.
e. O suporte contínuo materno por uma pessoa que não seja da área de saúde 
(doula) tem-se mostrado benéico para a paciente, associando-se com 
maiores chances de evolução para parto vaginal (nível A de evidência).
517
Unidade 6- Obstetrícia Assistência ao Parto Vaginal
f. Não há evidência cientíica que apóie a punção venosa e a infusão de 
líquidos durante o TPa, de forma rotineira, sem que haja uma indicação 
especíica (nível A de evidência).
7. ACOMpANHAMENTO OBSTéTRICO NA fASE ATIvA DO 
TRABALHO DE pARTO (1° pERÍODO)
a. Deve-se proceder a avaliação da gestante no máximo a cada duas 
horas. Devem ser aferidos sinais vitais, auscultados os batimentos 
cárdio-fetais e realizado o toque vaginal, analisando-se a dilatação, 
apagamento e posição do colo uterino, integridade da bolsa amniótica, 
variedade de posição do polo fetal, altura da apresentação e presença de 
bossa serossanguinolenta. Além destes parâmetros, é de fundamental 
importância avaliar a contratilidade uterina, descrevendo-se, mais 
uma vez, sua frequência, intensidade, duração e regularidade. É 
imprescindível o correto registro dos dados obtidos no partograma.
Obs 1: Em casos de amniorrexe prematura o toque vaginal deve ser 
realizado a cada três horas.
Obs 2: Os batimentos cardíacos fetais devem ser auscultados, na fase 
ativa do TPa, a cada 15min (Alto-risco) ou 30min (baixo-risco), sempre antes, 
durante e após as contrações uterinas (ausculta fetal intermitente). 
Obs 3: O uso rotineiro de cardiotocograia (CTG) intraparto deve ser 
desestimulado, uma vez que não apresentou melhoria dos resultados perinatais, 
quando comparado à ausculta fetal intermitente. Além disso, está associada a 
aumento dos índices de partos abdominais (nível A de evidência).
b. Achados na fase ativa de um trabalho de parto eutócico:
 » Evolução da dilatação do colo uterino em cerca de 1,2 cm/h, em 
nulíparas, e 1,5 cm/h, em multíparas, em média.
 » Os BCFs devem manter-se entre 110bpm e 160bpm, salvo durante 
acelerações transitórias.
 » Discreta elevação da PA pode ser justiicada pelo próprio TPa, porém 
picos hipertensivos são inaceitáveis.
 » A contratilidade uterina deve ser de 3-4 contrações em 10 minutos, com 
duração entre 45-60s.
 » A descida da apresentação deve ocorrer concomitantemente à evolução 
da dilatação cervical.
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Maternidade Escola Assis Chateaubriand 
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 » No caso de bolsa rota, o líquido amniótico deve ter aspecto claro.
c. Utilizando-se o Partograma deve-se atentar para evolução insatisfatória 
do TPa ao partograma, observando-se as linhas de alerta e ação do 
gráico. Uma vez encontrados parâmetros anormais, a equipe obstétrica 
deve tomar conduta no sentido de tentar reverter a situação exposta 
ou mesmo, se isso não for possível, promover a resolução imediata da 
gestação visando preservar o bem estar materno-fetal.
d. Pode-se lançar mão da amniotomia, ruptura da bolsa amniótica realizada 
propositalmente pelo obstetra, com uso de material apropriado e durante 
a contração uterina. Apesar de comprovadamente reduzir o tempo do TPa 
em cerca de 60-120 minutos, não deve ser usada como procedimento 
de rotina, uma vez que pode propiciar o incremento de desacelerações 
da frequência cardíaca fetal, alterações plásticas sobre o polo cefálico, 
prolapso de cordão umbilical e/ou membros e, ainda, infecção ovular e 
puerperal. No entanto, pode ser aplicada para avaliar o LA perante suspeita 
de sofrimento fetal ou mesmo auxiliar na descida da apresentação quando 
suspeitada distócia de acomodação. Uma vez indicada, não há grau de 
dilatação cervical especíico para que se faça o procedimento.
Ao realizá-la, deve-se manter o dedo dentro da cérvice até o 
completo esvaziamento do LA com perfeito encaixe do polo fetal no 
colo uterino; evitando-se, assim, o prolapso de cordão umbilical. Tal 
procedimento é desaconselhável em casos de polidramnia, pelo risco de 
descolamento prematuro de placenta e/ou prolapso de cordão.
e. Quando evidenciada hipocontratilidade uterina e descartada 
desproporção céfalo-pélvica, pode-se usar ocitocina (conforme esquema 
descrito no capítulo de Distocia), com o objetivo de incrementar a 
atividade uterina e evitar resolução da gestação por via alta.
Obs: o manejo ativo do trabalho de parto eutócico, com uso de ocitócitos, 
deve ser evitado, uma vez que não afeta taxa de cesariana, satisfação materna 
e outros indicadores de morbidade materna e neonatal, sendo desnecessário e 
podendo ser prejudicial (nível A de evidência).
8. ACOMpANHAMENTO OBSTéTRICO NO pERÍODO 
ExpULSIvO (2°pERÍODO)
a. O período expulsivo inicia-se quando se atinge o grau máximo de 
dilatação cervical. A gestante começa a apresentar movimentos 
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Unidade 6 - Obstetrícia Assistência ao Parto Vaginal
expulsivos involuntários e reentrantes (puxos). Observa-se o 
abaulamento da rima vulvar pelo polo fetal e a paciente, muitas vezes, 
encontra-se impaciente e ansiosa. É observado, ainda, desejo de evacuar 
devido à compressão da ampola retal. Caso ainda não tenha havido 
ruptura espontânea das membranas, ela deverá ser efetuada.
Obs: pode haver desencontro entre o início dos puxos maternos 
e a dilatação cervical completa, podendo esta última ocorrer antes dos 
puxos e vice-versa.
b. É neste período que ocorre a maioria dos fenômenos mecânicos do 
parto, a saber: 
 » Descida da apresentação
 » Flexão
 » Rotação interna
 » Extensão 
 » Desprendimento do polo fetal
 » Restituição do polo fetal
 » Rotação externa
 » Liberação do ombro anterior
 » Liberação do ombro posterior
 » Expulsão fetal completa
Obs: nas nulíparas, geralmente, a insinuação ocorre antes do 
TPa. Já nas multíparas, isso pode ocorrer até no princípio do 2° período.
c. Ao identiicar-se o início do período expulsivo, deve-se preparar a 
paciente para o parto. Atualmente, muitos serviços de obstetrícia já 
adotam a sala “PPP” (pré-parto, parto e puerpério) aonde o parto ocorre 
no mesmo leito em que a gestante icou durante o pré-parto, modiicando-
se apenas sua posição. Tal método é mais cômodo e apropriado, tanto 
para a equipe multiproissional, quanto para a parturiente. Na mesa de 
parto, deve-se colocá-la em posição adequada, dando-se preferência às 
posições verticalizadas (sentada, semi-sentada, de cócoras ou ajoelhada), 
assim como a posição lateralizada (Sims). Estudos mostram que estas 
posições devem ser utilizadas em detrimento da posição supina, uma vez 
que as mesmas apresentam as seguintes vantagens (nível A de evidência):
 » Favorecimento da respiração adequada
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Maternidade Escola Assis Chateaubriand 
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 » Atuação da força gravitacional
 » Melhor luxo útero-placentário
 » Melhoria da atividade uterina
d. Lembrar sempre de preservar a privacidade e o pudor da gestante, 
mantendo-se na sala somente o pessoal necessário. Deve-se ser cuidadoso 
com a conduta dentro da sala, utlizando-se um linguajar apropriado, 
respeitando-se a paciente e seu acompanhante. É importante ainda, respeitar 
o princípio da autonomia da paciente, deixando que a mesma possa opinar 
e decidir sobre alguns aspectos, tais como: deambulação e posição durante 
o período expulsivo. E por im, deve-se abolir completamente quaisquer 
tipos de atitudes ameaçadoras e/ou constrangedoras, a im de conseguir a 
cooperação de pacientes pouco ou não cooperativas. 
e. Realizar assepsia da região perineal e face interna dos MMII, até o meio 
das coxas.
f. A equipe assistencial deve estar completamente paramentada, incluindo 
material de proteção.
g. No período expulsivo, deve-se realizar ausculta dos BCFs a cada 5 
ou 15 minutos, dependendo, respectivamente, se há ou não fator de 
risco; sempre antes, durante e após as contrações uterinas (ausculta 
fetal intermitente). No momento da contração pode-se encontrar 
uma frequência cardíaca de até 100 bpm, sem que isso represente, 
necessariamente, um quadro patológico. 
Obs: não há evidência cientíica que justiique a utilização da 
CTG durante o período expulsivo do TPa.
h. É primordial preocupar-se com a proteção ao períneo quando do 
desprendimento do polo fetal, porém, estudos modernos não recomendama realização de episiotomia de rotina (nível A de evidência), salvo 
quando houver necessidade de evitar lacerações maternas extensas ou 
facilitar partos difíceis.
i. Uma vez necessária a realização de episiotomia, deve-se iniciá-la após 
anestesia local ou bloqueio de pudendo. Preferimos a incisão médio-
lateral direita, com tesoura de Mayo reta, em detrimento da incisão 
mediana, que, apesar de mais isiológica, aumenta o risco de lesão perineal 
de 3o grau (comprometimento de esfíncter anal e/ou mucosa retal), cuja 
correção pode ser extremamente complexa e suas consequências bastante 
desagradáveis como, por exemplo, incontinência fecal. 
521
Unidade 6 - Obstetrícia Assistência ao Parto Vaginal
j. Após realização ou não da episiotomia, segue-se o desprendimento 
do polo cefálico (parto eutócico). O obstetra deve, então, pesquisar a 
existência de circular de cordão, reduzindo-a por sobre o polo cefálico 
ou clampeando-a e seccionando-a, caso haja diiculdade em realizar tal 
manobra. Nos casos de rápida expulsão fetal, aonde não haja tempo 
hábil para se desfazer a circular de cordão, pode-se passar a mesma por 
sobre os ombros fetais, enquanto segura-se o feto.
k. Desfeita a circular de cordão, caso haja, o obstetra deve segurar o polo fetal 
com suas mãos espalmadas sobre os parietais, enquanto ocorre a rotação 
externa, e pressioná-lo para baixo (posição semi-sentada), liberando o 
ombro anterior e, em seguida, para cima, sendo agora liberado o ombro 
posterior. Seguindo-se, então, a expulsão completa fetal.
l. Após o nascimento, é primordial entregar o RN imediatamente à mãe, 
promovendo o contato pele a pele, secando-o e aquecendo-o, para que 
se possa, logo em seguida, dar início ao aleitamento materno (neonato 
com Apgar >6 e sem presença de mecônio espesso).
m. Estudos atualizados nos mostram que retardar o momento do 
clampeamento do cordão umbilical, em pelo menos 2 min, está 
relacionado com melhores resultados neonatais, que se estendem pela 
infância, tais como: melhora do hematócrito e redução do risco de 
anemia (nível A de evidência).
n. O contato pele a pele precoce melhora os resultados neonatais em termo 
de menor choro e maior estabilidade cardiorespiratória e aumenta o 
sucesso da amamentação, devendo o RN permanecer no minimo 30 
120 minutos sobre a sua mãe se suas condições de nacimento assim o 
permitir. (nível A de evidência)
o. Caso o RN apresente Apgar < 7 e/ou presença de mecônio espesso, 
deve-se entregá-lo imediatamente aos cuidados do neonatologista.
9. ACOMpANHAMENTO OBSTéTRICO à DEQUITAçãO (3°/4° pERÍODO)
Período de extrema importância devido à gravidade e complexidade de 
suas complicações, cujas principais são:
 » Sangramento transvaginal profuso (uma das principais causas de 
mortalidade materna)
 » Retenção de restos placentares provocando sangramento e/ou infecção 
puerperal
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas Maternidade Escola Assis Chateaubriand 
522
 » Inversão uterina
Atualmente, a conduta ativa é recomendada no terceiro período. Após 
desprendimento do ombro fetal anterior se infunde ocitocina 10UI por via 
intramuscular, traciona-se delicadamente o cordão com uma das mãos e com a 
outra posicionada sobre o abdomem materno e eleva-se o corpo uterinoevitando-
se assim a invensão uterino (manobra de Brandt, segurando a placenta, ainda no 
momento em que a mesma transpõe a vulva, impedindo-se que, por gravidade, 
caia, propiciando a permanência de restos placentares dentro do útero.
Estas medidas são responsáveis por redução da frequência de sangramento 
pós-parto e da necessidade de extração manual da placenta.
Quando se evidenciar STV importante, acompanhado de atonia uterina, com 
ausência de formação do globo de segurança, deve-se utilizar novamente ocitócitos. 
Havendo suspeita de retenção de material intra-útero, a curagem deverá ser efetuada.
Depois de retirada a placenta é mandatório realizar sua revisão, 
evidenciando-se ausência ou não de cotilédones, assim como a integridade 
das membranas e cordão umbilical. Realizar, ainda, revisão do canal de parto, 
procedendo-se à sutura da episiotomia, caso realizada, ou de lacerações decorrentes 
do parto. Ambas com sutura contínua (nível A de evidência). Orienta-se utilização 
de io Vycril 2-0 ou Catgut 2-0.
Caso haja retenção placentar com STV importante, deve-se realizar a 
extração manual da placenta, seguida de curagem, realizando reposição volêmica 
e/ou uso de ocitocina, se necessários, previamente ao procedimento.
Na hora que se segue após a dequitação, o chamado 4o período (período 
de Greenberg), deve-se ainda, manter controle rigoroso dos sinais vitais, assim 
como observação do STV. Nas horas seguintes, observar a loquiação, alimentar a 
paciente, promover seu asseio e estimular a deambulação e amamentação.

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