Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução Olá, estudante! Neste estudo, falaremos sobre o texto literário ‘crônica’. Para isso, é necessário apresentar, primeiramente, o que entendemos como gênero textual e texto literário; depois, você conhecerá as características de uma crônica e estudará dois pontos gramaticais em língua inglesa: orações coordenadas; e orações subordinadas. Toda essa leitura ajudará a compreender mais sobre esse gênero textual bastante relevante no nosso cotidiano e a ler melhor os textos em língua inglesa, aumentando, com isso, seu domínio da língua. Vamos começar? Um abraço e bons estudos! ESTUDOS AVANÇADOS EMESTUDOS AVANÇADOS EM LÍNGUA INGLESALÍNGUA INGLESA TEXTOS LITERÁRIOSTEXTOS LITERÁRIOS Au to r ( a ) : B r u n a S o a re s Pa re c e r i s t a : M aya ra C a r ro b re z Tempo de leitura do conteúdo estimado em 1 hora e 16 minutos. Antes de iniciarmos o tema principal da aula, que é o estudo do texto literário na aula de língua inglesa, mais especi�camente, do gênero crônica, entenderemos o que é gênero textual segundo autores que mais têm propriedade para de�nir esse conceito. Bakhtin (1992) explica que os gêneros textuais são enunciados relativamente estáveis elaborados pelas diferentes esferas de utilização da língua. Há neles um conteúdo temático, um estilo e uma forma composicional. Quando se trata de gêneros, entende-se que as intenções comunicativas e as necessidades sociointerativas dos sujeitos entram em cena na produção dos enunciados. Além disso, o papel do indivíduo se determina socialmente. Para Bakhtin (1992), o sujeito ativa seu conhecimento prévio com relação aos gêneros a que ele teve acesso nas suas relações com a linguagem ao falar ou escrever. Dessa forma, é necessário que o professor forneça aos alunos leituras de diversos gêneros para que possam ter condições de realizar uma boa produção escrita e, ao mesmo tempo, sanar suas de�ciências linguísticas. Koch (2003), por sua vez, conceitua o gênero textual como um tipo de texto que se articula entre práticas sociais e objetos de ensino. Todavia, o que se percebe é que o seu aprendizado na escola é limitado ao uso de livros didáticos que enfocam, muitas das vezes, o ensino de aspectos gramaticais. Koch e Elias (2010) explicam que as nossas produções, sejam escritas ou orais, estão sempre estruturadas em normas-padrão, chamadas de gêneros. Tais práticas se (re)moldam em processos de interação dos quais participam os sujeitos de uma comunidade especí�ca. Por isso, podemos falar em heterogeneidade no uso linguístico. Somos capazes de reconhecer um gênero porque identi�camos sua forma de estruturação, seu estilo e sua função. Os poemas, por exemplo, têm características que lhes são próprias, diferentemente de uma crônica ou um conto. No cotidiano, aprendemos a padronizar a nossa fala e a nossa escrita de acordo com as necessidades discursivas (KOCH; ELIAS, 2010). O ensino da linguagem sob a perspectiva de gêneros textuais se difere do ensino dos tipos de texto. Portanto, o trabalho com a linguagem demanda o enfoque na interação entre os usuários de uma língua, considerando que o texto tem aspectos históricos, sociais e culturalmente produzidos por seus falantes no ato da comunicação. Essa prática envolve, ainda, o entendimento de que há uma intenção para suprir as necessidades comunicativas dos falantes. Gênero Textual: Um Breve Conceito A interação com um texto nos permite explorar algumas práticas discursivas, como a oralidade, a leitura, a escrita e o entendimento auditivo, tendo em vista que, no contexto comunicativo, tais ações não ocorrem separadamente, mas conversam e interferem umas nas outras. Por isso, é importante trabalhar, na Educação Básica, com alunos dos anos iniciais e �nais, textos de diversos gêneros em sala de aula, não apenas jornalísticos e publicitários, a �m de que os alunos possam identi�car o estilo de cada um no que se refere às semelhanças e diferenças em sua estrutura e os sujeitos neles envolvidos, tais como os autores e seus supostos leitores. Ler permite o confronto com experiências de leitura que o educando vivencia em língua materna, de modo que ele se sinta preparado não somente para a aquisição de uma língua estrangeira, mas, também, para atuar criticamente na sociedade. Segundo Marcuschi (2008, p. 207), muitas vezes, os gêneros que aparecem nas seções centrais e básicas não são diversi�cados, uma vez que privilegiam, em sua maioria, as reportagens e as notícias. As crônicas e os contos, por exemplo, funcionam, muitas vezes, apenas como entretenimento aos alunos; no contexto de sala de aula, os textos literários, por exemplo, as mencionadas crônicas, têm sido raramente abordados. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dispõe para o ensino de inglês que a língua deve ser tratada de forma discursiva, abordando-se habilidades não apenas de leitura e escrita, mas, também, de fala e compreensão auditiva, desenvolvendo-se a competência linguístico-discursiva dos aprendizes. Dessa forma, o estudante não se limita a ler e interpretar, mas vai além, lidando com práticas de linguagem decorrentes da interação do leitor com a escrita e da prática de produção de textos (BRASIL, 2017). Nesse sentido, os conhecimentos linguísticos estão relacionados à re�exão e à investigação da língua de forma contextualizada e articulada. De acordo com a BNCC, em sala de aula, os alunos devem ser motivados a interagir e construir signi�cados na sociedade atual para que possam entender diferentes culturas. O trabalho com gêneros se faz importante, nesse aspecto, pois o aprendiz aprende na prática comunicativa e em contato com a língua real. Se o professor entender que o ensino deve ir além dos elementos linguísticos e do estudo da língua em si, considerando o falante, o ouvinte e os contextos reais de uso, o ensino será signi�cativo. Com relação ao Eixo da Leitura, a BNCC aborda práticas diversas a serem trabalhadas com os estudantes. Há uma preocupação com a construção de signi�cados, a partir de compreensão e interpretação dos variados gêneros escritos em língua inglesa, que circulam nos diferentes meios e esferas sociais. Daí a importância de expor o aluno a gêneros textuais diversos. Cabe ressaltar que a literatura, além de contribuir para a aquisição da língua, permite introduzir e reforçar temas sociais, políticos, econômicos e emocionais que contribuem para a construção de uma consciência crítica, preparando o educando para perceber-se como sujeito histórico e socialmente constituído (BOZZA; CALIXTO, 2013, p. 3). Na visão de Marcuschi (2008), a escola deve propiciar aos envolvidos, isto é, alunos e professores, a oportunidade de se expressarem por si mesmos. Sendo assim, a aprendizagem, por meio de gêneros textuais, possibilita a utilização de um novo espaço de comunicação que liberta a criatividade e a inovação do pensamento humano de forma mais democrática e igualitária. A comunidade escolar precisa fornecer subsídios aos alunos para que construam sentido, signi�cado e consciência crítica sobre os conteúdos apresentados e compartilhados em sala de aula (MARCUSCHI, 2008 apud DEUSCHILE, 2009). O uso do texto literário nas aulas de Língua Inglesa Na escola, o aluno é apresentado bem cedo à Literatura nas aulas de Língua Portuguesa. Você já deve ter estudado muitos textos literários e analisado as diferentes linguagens, conotativa e denotativa, que neles estão contidas. Por vezes, o professor explica também as escolas literárias e discute a importância da Literatura para a formação integral do ser humano. O mesmo trabalho pode ser feito com os textos em língua inglesa. Para Bozza e Calixto (2013, p. 3), nas aulas de Língua Inglesa, pode-se aproveitar toda a “descoberta da literatura” aprendida nas aulas de Português, pois ela pode auxiliar na exploração dos conhecimentos linguísticos, discursivos, sócio-pragmáticos e culturais dos alunos. Dessa forma, os estudantes terão a oportunidade de conhecer as diferentes manifestações culturais e desenvolver a criticidade por meio da relação com obrasde autores nacionais e estrangeiros, a �m de perceber in�uências e processos intertextuais. As aulas de Literatura em Língua Inglesa devem auxiliar o aluno a identi�car e entender os diferentes discursos presentes nos textos literários, de modo que compreendam as variedades linguísticas e as diversidades culturais existentes. Dessa forma, poderão pensar e agir criticamente, construindo signi�cados em relação ao mundo onde vivem. Segundo Bozza e Calixto (2013), o texto literário pode auxiliar o estudante ao promover re�exões sociais referentes a jogos de poder e ideologias, o que contribui para o desenvolvimento e a formação do sujeito crítico, que pensa, constrói, respeita e reconhece culturas distintas. Nesse sentido, os autores mencionados defendem que não deve haver a exclusão do texto literário nas aulas do Ensino Médio, como é visto comumente. Muitos professores justi�cam a carência do trabalho com Literatura na sala de aula, devido a número de alunos na turma, pouca carga horária da disciplina, falta de interesse dos alunos pela matéria (não apenas em Língua Estrangeira, mas em Língua Portuguesa), e carência de materiais, bem como di�culdades em relação a conhecimentos linguísticos dos alunos. A investigação da pesquisa dos autores mostrou que há limitações não apenas no que se refere ao ensino de um determinado gênero textual, mas a todos. Podemos pensar, assim, que a Literatura nas aulas do Ensino Médio, por exemplo, pode auxiliar na aprendizagem da língua estrangeira, possibilitar a aplicação de conhecimentos linguísticos já adquiridos e contribuir para o debate sobre assuntos do cotidiano, contribuindo para a formação do sujeito enquanto cidadão. Conforme Lazar (2005), os professores devem encorajar os alunos a entenderem as várias ambiguidades do texto literário, desenvolvendo a capacidade de inferir sentido. Ao adquirirem essa capacidade, eles poderão transferir tal habilidade para interpretar outras questões. Vamos ao próximo passo? Leia o texto literário a seguir com muita atenção, não se preocupe em entender todas as palavras do texto e não recorra ao tradutor a cada vez que desconhecer uma expressão. Vamos tentar? Após uma primeira leitura desse fragmento da obra literária “Alice’s Adventures in Wonderland”, você pode ter �cado com algumas dúvidas. Como já mencionamos, para saná-las, antes de pesquisar termos e estruturas em dicionário ou tradutores on-line , você pode usar a estratégia da inferência . Vamos relembrar essa técnica de leitura? Mas, dessa vez, vamos observá-la em textos literários. No primeiro parágrafo, por exemplo, se você não souber o signi�cado dos verbos “ grinned ” ou “ saw ”, não precisa �car a�ito. Isso não afetará o entendimento da ideia geral do texto, pois há outras palavras parecidas com as de nossa língua materna que poderão auxiliá-lo, como o reconhecimento de palavras cognatas. Por meio das palavras semelhantes às do português, será possível ter uma noção do que é abordado no contexto. Nesse caso, o que você terá de fazer é usar a inferência. Além disso, a imagem apresentada fornece pistas sobre o assunto principal. Se você já leu as histórias de Lewis Carroll, deve ter se deparado com a obra clássica “Alice no País das Maravilhas”. Na foto, vemos que Alice está próximo a um gato, o que nos leva a crer que pode haver ali alguma interação comunicativa entre eles. Ao ler os próximos trechos, ainda no primeiro parágrafo, você notará partes que parecem mais familiares, como “ It looked good-natured ”. Se você já estudou a língua inglesa, ainda que seja apenas o nível básico, deverá saber que o pronome “ it ” se refere a animais e coisas. Da mesma maneira, as palavras que compõem a expressão “ good-natured ” podem nos ajudar, tendo em vista que “ good ” é um adjetivo bastante frequente, que signi�ca “bom”, e “ natured ” nos dá a ideia de algo ligado à natureza. Assim, conseguimos inferir que o gato aparenta ser de boa natureza. Você poderá usar estratégias de leitura, por exemplo, a inferência, em qualquer gênero textual. Logo, não é diferente quando se trata dos gêneros que compõem os textos literários. A seguir, vamos realizar as atividades para recapitulação da estratégia inferência ? Alice’s Adventures in Wonderland – Lewis Carroll. The Cat only grinned when it saw Alice. It looked goodnatured, she thought: still it had very long claws and a great many teeth, so she felt that it ought to be treated with respect. “Cheshire Puss”, she began, rather timidly, as she did not at all know whether it would like the name: however, it only grinned a little wider. “Come, it’s pleased so far”, thought Alice, and she went on. “Would you tell me, please, which way I ought to go from here?” “That depends a good deal on where you want to get to”, said the Cat. “I don’t much care where” — said Alice. “Then it doesn’t matter which way you go”, said the Cat. “— so long as I get somewhere”, Alice added as an explanation. “Oh, you’re sure to do that”, said the Cat, “if you only walk long enough.”[...] Fonte: Carroll (1866, p. 192). Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) No diálogo adiante, há uma crítica social com relação ao uso de diferentes variedades da língua inglesa. Perceba a ironia presente no discurso do interlocutor e pense nas estratégias que poderiam ter sido usadas para o entendimento do enunciado. — Please, mate, bung us some dosh for the dog and bone! — I don’t understand. I only speak English! Fonte: Adaptado de Enade (2017). Considerando o diálogo apresentado e seu conhecimento sobre as estratégias no processo de leitura de um texto, assinale a alternativa correta: a) O interlocutor não compreendeu o enunciado do locutor, porque este não falou na língua inglesa. b) O locutor usou uma variedade da língua inglesa diferente da do interlocutor, o que leva ao não entendimento de qualquer palavra proferida por ele. c) O interlocutor alegou não entender o que o locutor proferiu, porque apenas consegue compreender a norma culta da língua inglesa. d) O locutor utilizou uma variedade linguística que pode ser compreendida devido ao reconhecimento de algumas palavras e pela inferência do contexto. e) O interlocutor não teve paciência e tolerância ao ouvir o locutor, porque percebeu que ele era um estrangeiro. No início deste material, você leu um clássico fragmento da obra literária de Lewis Carroll “Alice’s Adventures in Wonderland”. A partir de agora, conheceremos um pouco mais sobre a estrutura do Lendo Uma Crônica texto literário, especi�camente sobre o gênero ‘crônica’. Para isso, analisaremos dois exemplos de crônicas: a primeira, de Rubem Braga, intitulada “Aula de inglês”, publicada em 1945; e a segunda, de Luis Fernando Veríssimo, chamada “Aprendendo inglês e francês”, de 1982. Bom, já estudamos um pouco sobre os gêneros textuais e vimos a importância do trabalho com textos literários nas aulas de Língua Inglesa. A seguir, entenderemos a estrutura de uma crônica? Let’s go! A estrutura de uma crônica Vamos conhecer a estrutura típica de uma crônica? Muitos são os assuntos relacionados ao nosso dia a dia: uma festa à qual fomos convidados, um encontro no cinema e um incidente na rua, entre outros. Todos esses temas do cotidiano podem aparecer num texto em forma de narrativa, e a este chamamos de crônica. S A I B A M A I S Você pode acessar um acervo de artigos e planos de ensino relacionados a obras literárias em língua inglesa de diversos autores. Para abordar crônicas, veja Dylan Thomas na página on-line “UK history and literature” do British Council. Disponível em: https://www.teachingenglish.org.uk/resources/secondary/uk-culture A principal característica de uma crônica está ligada à sua temática, que é a vida cotidiana. Esse gênero textual é bastante conhecido, tendo espaço numa seção dos jornais e em textos de exames de concursos. Nos jornais, é comum os cronistas tratarem de assuntos relevantes e inusitados ocorridos recentemente. https://www.teachingenglish.org.uk/resources/secondary/uk-cultureA depender do propósito comunicativo, o cronista pode escrever crônicas do tipo textual narrativo e jornalístico. Caso queira atender ao tipo narrativo, o texto terá um enredo com personagens, tempo e espaço, não havendo longos trechos de re�exão ou argumentação. Por outro lado, uma crônica que atende ao tipo jornalístico poderia conter trechos re�exivos e, em alguns casos, até argumentativos. Muitas das vezes, a crônica é um gênero humorístico. Os cronistas trabalham com um humor que pode ser tanto sutil quanto ríspido. Podem recorrer à ironia e à comédia, levando o leitor até ao riso. Mas esses textos, por sua vez, podem ser carregados, inclusive, de críticas mais duras. Analisando uma crônica Conforme vimos na seção destinada aos gêneros textuais, neste estudo, as práticas pedagógicas no Ensino Básico não estão voltadas ao estudo dos gêneros na sala de aula. Quando estão, carecem ainda de trabalhar com sua diversidade nas aulas de língua estrangeira. A prioridade das aulas de Língua Inglesa está no ensino de língua, porém, de modo isolado dos gêneros textuais. Não é à toa que as críticas no que diz respeito às aulas de língua começaram no passado e continuam até hoje. SAIBA MAIS Quanto à produção de uma boa crônica, você sabe como fazer? É necessário estar atento ao cotidiano; e buscar assuntos que, potencialmente, podem tornar-se motivo de escrita é o primeiro passo para escrever. Ao escrever sua crônica, priorize uma linguagem simples, com marcas de coloquialidade, e, se for o caso, construa discursos humorísticos para ajudar na leveza do seu texto. Assista ao vídeo do “Caminhos da Linguagem”, no link a seguir, para entender o passo a passo sobre como fazer uma crônica. A S S I S T I R Em geral, a variedade linguística das crônicas é a coloquial, tendo em vista suas características, que são linguagem breve e marcas de subjetividade. Por isso, o linguajar coloquial é muito frequente em textos que trazem a opinião do autor. Veja trechos de duas crônicas. A primeira é de Rubem Braga, intitulada “Aula de inglês”, de 1945. — Is this an elephant? Minha tendência imediata foi responder que não; mas a gente não deve se deixar levar pelo primeiro impulso. Um rápido olhar que lancei à professora bastou para ver que ela falava com seriedade, e tinha o ar de quem propõe um grave problema. Em vista disso, examinei com a maior atenção o objeto que ela me apresentava. [...] Terminadas as minhas observações, voltei-me para a professora e disse convincentemente: — No, it’s not! [...] Retirei-me imensamente satisfeito daquela primeira aula; andei na rua com passo firme e ao ver, na vitrine de uma loja, alguns belos cachimbos ingleses, tive mesmo a tentação de comprar um. Certamente teria entabulado uma longa conversação com o embaixador britânico, se o encontrasse naquele momento. Eu tiraria o cachimbo da boca e lhe diria: — It’s not an ash-tray! E ele na certa ficaria muito satisfeito por ver que eu sabia falar inglês, pois deve ser sempre agradável a um embaixador ver que sua língua natal começa a ser versada pelas pessoas de boa-fé do país junto a cujo governo é acreditado. Maio, 1945. Fonte: Braga ([1964], on-line ). Como você viu, pela data dessa crônica e o tipo de aula dada, o cronista Rubem Braga fez uma crítica a um método de aula de língua inglesa do passado, o Método Direto. Braga usou o humor em sua crônica para mostrar que referido método, cujo enfoque era exclusivamente na forma, não levava os alunos à aprendizagem efetiva, tendo em vista a necessidade de se prestigiar também o signi�cado. É pelo estudo da forma e do signi�cado, ao mesmo tempo, que construímos sentido no contexto real de comunicação. O humor é alcançado quando o cronista levanta a hipótese de uma conversa com o embaixador, pelo enunciado “ – It’s not an ash-tray! ”, tendo em vista que é uma fala completamente irreal, que escapa do gênero diálogo e carece de força ilocucionária. Segundo Paiva (2006, p. 6), alguns gêneros são comumente utilizados como pretextos para o ensino de gramática, tendo em vista que ignoram suas condições de produção e seus propósitos comunicativos. Como exemplo, a autora cita a utilização inadequada dos diálogos pelos livros didáticos e entende que as estruturas da língua não podem ser estudadas independentemente, isto é, separadas das situações de uso. Isso levaria à negação de interações sociais reais e signi�cativas, ferindo o contexto autêntico de uso linguístico (PAIVA, 2006). Da mesma forma, na crônica de Luis Fernando Veríssimo (1982), o autor faz uma crítica ao ensino de línguas de forma independente de práticas sociais ao apresentar uma simulação bem-humorada de uma interação conversacional entre aprendizes de francês e de inglês. [...] Vamos a primeira lição. Chama-se Mr. Brown e os mistérios de Paris. Cena: Um bar sombrio. Homens mal-encarados, prostitutas, etc. Pela porta entra um homem vestindo um impermeável. Ele olha para todos os lados antes de dirigir-se para o balcão. Fala ao Barman com o canto da boca. Homem – Je suis Monsieur Dupont. Barman – Bonjour, Monsieur Dupont. Comment allez vous? Monsieur Dupont – Bien, merci. (Puxa o Barman para si pela frente da camisa e pergunta): Ou est la plume de ma tante? Barman (confidencialmente) – La plume de votre tante est sur la table. Música de suspense. [...] Barman – Hello, Mr. Brown. How are you? Mr. Brown – Fine, thank you. This is Mrs. Brown. Barman – Hello, Mrs. Brown. Mrs. Brown (piscando um olho sugestivamente para o Barman) – Hello! Mr. Brown (mostrando o garoto) – And this is our little boy, John. Barman – Hello, John. John – Where is the pencil? Barman (indeciso) – The pencil is on the table… Fonte: Veríssimo (1982, p. 29-31). Você pode notar que, nesses diálogos, temos frases utilizadas, inclusive, em livros didáticos de ensino de francês e de inglês, mas que não se enquadram em situações de comunicação semelhantes às da vida real, ou seja, inseridas em gêneros. Muitas falas são pensadas para atender aos propósitos das gramáticas e/ou materiais didáticos, pois se preocupam com explicações sobre as normas e regras para o ensino da língua. Por isso, há uma carência de dados coletados em fontes reais do cotidiano, por exemplo, em entrevistas orais realizadas em determinados ambientes, dentre outros gêneros orais ou escritos. REFLITA Devemos sempre re�etir se as frases que utilizamos para exempli�car algo foram realmente usadas em contextos reais de interação. Pense na probabilidade de ocorrência de frases como “ La plume de votre tante est sur la table ”, no francês, ou “ This is a Ao re�etirmos sobre as situações autênticas de uso da língua, temos de pensar que grupos e comunidades discursivas poderiam usar determinados enunciados. Além disso, que propósito os levaria a assim fazê-lo? Paiva (2006) explica que materiais didáticos costumam utilizar muitos diálogos com preferência a estruturas inventadas. Muitas das vezes, ignoram o real sentido do trabalho com gêneros textuais, que é o de considerar práticas discursivas envolvidas. O diálogo, nesse caso, se constrói num determinado contexto de interação e apresenta características que lhe são próprias, mais especi�camente do discurso oral. Nesse sentido, ao analisarem alguns dos livros didáticos brasileiros, Chiaretti e Paiva (1998) concluíram que os materiais didáticos não apresentam corretamente o papel de modelo conversacional, haja vista a pouca informação sobre as reais condições de produção e interpretação da fala. Apontam que, em diálogo espontâneo, há trocas entre os participantes envolvidos na comunicação, pois “se interrompem, fazem digressões e nem todos os tópicos são aceitos ou bem desenvolvidos” (CHIARETTI; PAIVA, 1998, p. 32-33). Tradicionalmente, predominava, no ensino, uma visão tecnicista de aprendizagem de inglês, pois se acreditava que deveriam ser ensinadas as regras gramaticais da língua. Com a BNCC (BRASIL, 2017), houve uma ampliação na abordagem do ensino de língua a �m de levar o alunoa uma exposição mais real ao idioma por meio de textos variados e autênticos. Nesse sentido, o trabalho com gêneros diversos foi enfatizado, tendo em vista que traz à sala de aula práticas reais do uso da língua, conforme as necessidades dos usuários. A BNCC dispõe que, ao estudarem o léxico e a gramática, os alunos são capazes de descobrir o funcionamento da língua inglesa. Porém, para isso acontecer de forma efetiva, o professor precisa trabalhar com variadas metodologias em sala, e não mais com o ensino exclusivo de regras, na abordagem tecnicista. Nesse viés, a BNCC expõe que o uso discursivo da língua, por meio de materiais diversi�cados, deve ser levado em conta em sala de aula para abarcar as necessidades da comunidade escolar e social. Cabe, portanto, o trabalho com gêneros verbais e híbridos, que podem ser apresentados pelos meios digitais, a �m de permitir que o aprendiz vivencie signi�cativamente diferentes formas de aprender a língua inglesa. Nesse viés, a fala, no diálogo, apresenta como característica uma certa competição não encontrada nos materiais didáticos. As falas arti�ciais, isto é, inventadas, cumprem o objetivo de atender a um conteúdo gramatical dos currículos, mas não o de mostrar uma realidade linguística, que leva em conta aspectos pragmáticos e discursivos. O que se tem é a presença de frases completas e turnos bem estruturados que não condizem com a espontaneidade de um diálogo. Daí a necessidade de privilegiarmos o uso de estruturas reais a �m de entendermos realmente o funcionamento linguístico. Além disso, devemos sempre re�etir sobre os gêneros e seus elementos. Você deve estar ansioso(a) para realizar a atividade deste tópico, a qual tem a ver com estruturas arti�ciais, não correspondentes à realidade linguística que discutimos agora pouco. pencil! ”, em inglês, e re�ita: em que gêneros essas frases apareceriam? Você já utilizou ou utilizaria exatamente essas frases numa situação comunicativa como a descrita? Como seria o seu discurso? Vamos lá! Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) O uso de diálogos não deve servir somente para o ensino de estruturas gramaticais da língua. Se for assim, não cumprirá com o objetivo de ensinar os gêneros e suas condições de produção. Os humoristas, cronistas e até compositores de música popular brincam com frases comumente encontradas nas “aulas de inglês”, como na canção a seguir, gravada pela banda Mastruz com Leite. The book is on the table, table, table The dog is on the table, table, table The cat is on the table, table, table The chicken is on the table, table, table And everybody is on the table, table, table Table, table, table, table!!! And everybody is on the table, table, table!! […] PAIVA, V. L. M. O.; FIGUEIREDO, F. Q. O ensino signi�cativo de gramática em aulas de língua inglesa. In: PAIVA, V. L. M. O. (org.). Práticas de ensino e aprendizagem de inglês com foco na autonomia . Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2005. p. 173-188. Disponível em: http://www.veramenezes.com/gramatica.htm. Acesso em: 28 maio 2021. Considerando as ideias do trecho apresentado, é correto o que se pode a�rmar em: a) Alguns livros didáticos apresentam diálogos que poderiam ter sido usados pelos autores da música aludida, pois têm o propósito de “ilustrar” um ponto gramatical ou produzir um diálogo arti�cial. b) Os livros didáticos utilizam como exemplos os trechos de letra de música apenas para despertar o interesse dos alunos, estimulando-os a realizar as atividades propostas. c) As frases inventadas ou em letras de música demonstram que o ensino de língua deve servir exclusivamente para praticar o conjunto de regras da língua inglesa. d) O uso de trechos de música, como a aludida, aciona na mente dos aprendizes uma construção signi�cativa de sentido, pois tem a ver com a forma que eles têm de falar. e) Todas as letras de música, mesmo as descontextualizadas, levam em consideração as experiências dos alunos, fazendo com que produzam a língua, em vez de somente reproduzi-la. O trabalho com gêneros textuais diversi�cados em sala de aula é fundamental para suprir a carência de uma comunidade de prática discursiva e da produção de sentido. Os alunos, muitas vezes, recorrem aos gêneros da comunicação de massa, como os �lmes e as redes sociais, pois, além de despertarem maior interesse, trazem assuntos que condizem mais com a sua realidade. Segundo Paiva (2006), essa veri�cação nos leva a crer que, intuitivamente, o aluno sabe que são os gêneros, e não as frases isoladas, que lhes dão suporte no processo de leitura e, consequentemente, na aquisição de uma segunda língua, como o inglês. A autora cita, dentre outros exemplos demonstrados nesse material, um texto literário de Sérgio Sant’Anna (1989, p. 112-113), denominado “Senhorita Simpson”. Leia: – Attention please, Mr. Paiva and Mr. Silva, Mr. Jones has a dog. Rex, Mr. Jones’ dog… – Miss Simpson, por que a gente não usa de vez em quando uns comics? – interrompeu o Gontijo, numa frase que ele deveria ter decorado em inglês e eu não consigo reproduzir aqui na mesma língua. – O visual pode ajudar – foi mais ou menos isso o que ele acrescentou. [...] – Eu preferia uns textos teatrais. Esses do livrinho são muito cretinos. Fonte: Paiva (2006, on-line ). Como você pode observar, o escritor quis criticar o uso de frases arti�ciais, mostrando que ter a linguagem como gênero seria a melhor forma de se adquirir uma língua estrangeira. O que será, então, que os estudantes pensam sobre a aprendizagem de língua inglesa? Qual seria a melhor forma de aquisição de uma língua estrangeira? Gêneros Textuais: O Que Os Estudantes Pensam? Assim sendo, Paiva (2006) conclui que as evidências demonstraram que o estudo da linguagem por meio de gênero no ensino de línguas estrangeiras seria o caminho adequado para a aquisição. Quando se trata de diálogos na interação comunicativa, as narrativas analisadas por Paiva (2006) demonstraram que os estudantes não costumam ser expostos a gêneros orais com prioridade ao ensino de suas características; ao contrário, professores optam por trabalhar com pseudotextos para explicar as estruturas sintáticas da língua. Como explica McCarthy (1993, p. 128), “o problema consiste em assegurar que as atividades irão gerar tipos de turnos naturais que ocorrem na língua alvo e não inibir tomadas de turno típicas”. Finalizamos o tópico sobre o que pensam os aprendizes com relação às aulas de língua inglesa. Cabe-nos, portanto, praticar o que aprendemos. REFLITA Qual é a sua opinião sobre o ensino de língua inglesa? Como deve ser o trabalho com os gêneros em sala de aula? Para Paiva (2006), o diálogo deve ser trabalhado em atividades do tipo “ cued dialogue ”, ou seja, diálogo orientado. Nesse contexto, os aprendizes recebem as indicações das funções que devem utilizar, como: convidar, recusar polidamente, e aceitar com pouco entusiasmo, mas sem imposição de uma forma previamente selecionada. Outra possibilidade seria a edição dos diálogos arti�ciais, incluindo características do gênero: aberturas, fechamentos, marcadores, hesitações, sobreposições e sequências inseridas, sem perder de vista as condições de produção. Fonte: Paiva (2006). Paiva (2006) analisou trechos de narrativas de aprendizes de língua portuguesa como língua estrangeira, aprendizes de inglês no Brasil e aprendizes de inglês no Japão e constatou que alguns alunos de português como língua estrangeira assistiam a �lmes e novelas, ouviam músicas etc., enquanto alguns aprendizes de inglês no Brasil não viam propósitos nas aulas de língua estrangeira, pois o foco era apenas nas estruturas linguísticas (verbo to be , presente, passado e futuro dos verbos, formas interrogativa e negativa). Com os aprendizes de inglês no Japão, os relatos foram bem semelhantes. Por vezes, eram expostos a gêneros, mas, na maior parte do tempo, o foco era dado à explicação de regras gramaticais. No próximo tópico, veremos, nos pontosgramaticais, as orações coordenadas e subordinadas, que são importantes para elaborarmos nossos enunciados. Mas, claro, não podemos perder de vista que elas devem agir junto com o contexto de interação. Vamos lá! praticar Vamos Praticar Agora, chegou a hora de praticar. Leia o texto a seguir, antes de responder à questão. Segundo Bakhtin (1992), a riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são in�nitas, pois a variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e �ca mais complexa. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal . São Paulo: Martins Fontes, 1992. Considerando o texto apresentado e entendendo a concepção de língua como prática social, responda: a) Como o professor deve conduzir as aulas de língua inglesa no que diz respeito ao trabalho com gêneros textuais? b) Cite exemplos de gêneros textuais que podem ser contemplados no ensino da língua inglesa. Segundo Hogan (2012), as conjunções são palavras que unem duas ou mais palavras, sintagmas ou orações. Mas, antes de tudo, você se lembra do conceito de “oração”? Conjunções em Orações Uma oração é de�nida como um conjunto de palavras que contêm sujeito e verbo, podendo ser independente ou dependente (também chamada de subordinada). A oração principal, por sua vez, é aquela com sujeito e verbo, que apresenta uma ideia completa, constituindo, assim, uma sentença. Observe estas estruturas: The young woman walked happily down the grocery aisle. A puppy and a kitten chased each other around the couch. Ambas as sentenças possuem sujeito ( The woman / A puppy and a kitten ) e verbo ( walked / chased ), formando orações. As informações seguintes são apenas com o intuito de informar algo a mais sobre os sujeitos e o verbo. Agora, vamos aprender sobre as relações de coordenação e subordinação das orações? Coordenação e elementos coordenados Você deve saber que as orações podem apresentar conjunções, sendo coordenativas ou subordinativas. Então, começaremos pelas coordenadas! As conjunções coordenativas estabelecem uma ligação entre as orações coordenadas. Todavia, essas orações apresentam duas características importantes: não dependem sintaticamente das outras e ligam termos que têm a mesma função gramatical. Veja algumas conjunções em inglês: As conjunções coordenativas são fáceis de lembrar, especialmente se pegarmos a inicial de cada uma delas e depois juntarmos. Veja, a seguir, que formamos a palavra FANBOYS. Quadro 2.1 – Conjunções coordenativas (ou FANBOYS) Fonte: Adaptado de Gunner (2021). #PraCegoVer : o quadro apresenta o título “Conjunções coordenativas (ou FANBOYS)” na primeira linha. Na primeira coluna da segunda linha, há “F”; e, na segunda coluna, há “ For ”. Na primeira coluna da terceira linha, há “A”; e, na segunda coluna, há “ And ”. Na primeira coluna da quarta linha, há “N”; e, na segunda coluna, há “ Nor ”. Na primeira coluna da quinta linha, há “B”; e, na segunda coluna, há “ But ”. Na primeira coluna da sexta linha, há “O”; e, na segunda coluna, há “ Or ”. Na primeira coluna da sétima linha, há “Y”; e, na segunda coluna, há “ Yet ”. Na primeira coluna da última linha, há “S”; e, na segunda coluna, há “ So ”. Você se lembra do fragmento de “Alice’s in the Wonderland”, de Lewis Carroll, visto no início deste material? Vamos analisar algumas orações com conjunções coordenativas usadas nesse texto? “it had very long claws and a great many teeth, so she felt that it ought to be treated with respect”. Nesse excerto, temos duas conjunções coordenativas: “ and ” e “ so ”; ambas ligam orações, e estas são independentes. “ And ” tem a função de estabelecer uma relação de adição; no contexto, liga a ideia de que o gato tinha garras muito compridas e muitos dentes. Já a conjunção “ so ” demonstra o valor de causa, tendo em vista que introduz uma oração que apresenta o motivo pelo qual a menina deveria tratar o gato com respeito – o fato de ele ter garras muito compridas e muitos dentes. Agora, observe este exemplo: Conjunções coordenativas (ou FANBOYS) F For A And N Nor B But O Or Y Yet S So “‘Cheshire Puss’, she began, rather timidly, as she did not at all know whether it would like the name: however , it only grinned a little wider”. No trecho apresentado, está em destaque a conjunção “ however ”. Veja que ela assume valor adversativo ao introduzir uma oração independente, “ it only grinned a little wider ”, que traz uma ideia oposta em relação à oração anterior. Nesse caso, Alice não sabia se o gato gostaria do nome que ela lhe daria. O uso do “entretanto” serviu para mostrar que, ao contrário do que a menina imaginou, o gato lhe sorriu, mostrando satisfação pelo nome. Subordinação e elementos subordinadores Vamos iniciar nosso estudo de subordinação e elementos subordinadores? Em inglês, chamamos esses elementos de subordinating conjunctions (conjunções subordinativas). Para entender esse nome, você precisa se apropriar de dois conceitos: conjunctions (conjunções); e subordination (subordinação). As conjunções subordinativas juntam orações dependentes e independentes, podendo ter diferentes funções. São estas as mais comuns, conforme o quadro: Quadro 2.2 – Conjunções subordinativas (ou WASBIT) Fonte: Adaptado de Hogan (2012). #PraCegoVer : o quadro apresenta o título “Conjunções subordinativas (ou WASBIT)” na primeira linha. Da segunda até a sétima linha, o quadro está dividido em duas colunas. Na primeira coluna da segunda linha, há “W”; e, na segunda coluna, há “ When, where, wherever, whenever, whereas, whether, while ”. Na primeira coluna da terceira linha, há “A”; e, na segunda coluna, há “ As, as if, as long as, as though, although ”. Na primeira coluna da quarta linha, há “S”; e, na segunda coluna, há “ Since, so that ”. Na primeira coluna da quinta linha, há “B”; e, na segunda coluna, há “ Before, because ”. Na primeira coluna da sexta linha, há “I”; e, na segunda coluna, há “ If ”. Na primeira coluna da sétima linha, há “T”; e, na segunda coluna, há “ Though ”. Na linha debaixo, há um subtítulo “Outras conjunções subordinativas”; a seguir, há uma linha dividida em três colunas: na primeira, há “ even though, provided that ”; na segunda há, “ rather than, once ”; e, na terceira, há “ until, unless ”. Observe, no material a seguir, adaptado de Campos (2010), as principais subordinating conjunctions da língua inglesa. É muito importante, estudante, que você entenda que esta lista não apresenta todas as conjunções existentes, pois seriam muitas para você aprender de uma vez só. Além disso, saiba que uma conjunção pode ser utilizada em mais de um sentido, ou seja, pode aparecer em mais de uma categoria de subordinating conjunction ou mesmo funcionar como outro tipo de conjunção. Ainda assim, o estudo do material será muito útil para seu estudo e trabalho com a língua inglesa. Conjunções subordinativas (ou WASBIT) W When, where, wherever, whenever, whereas, whether, while. A As, as if, as long as, as though, although. S Since, so that. B Before, because. I If. T Though. Outras conjunções subordinativas Even though, provided that, rather than, once, until, unless. #PraCegoVer : o infográ�co é estático e possui a forma de um quadrado grande dividido em quatro quadrados menores, dois na parte superior e dois na parte inferior. O primeiro quadrado, no canto superior esquerdo, possui o fundo em degradê com tons de laranja e vermelho. Nele, há o título “Time (tempo)” e o texto: “after (depois); before (antes); when (quando); while (enquanto); since (desde); until (até).” No canto superior esquerdo desse quadrado, há a ilustração de um relógio de ponteiros. O segundo quadrado, no canto superior direito, possui o fundo em degradê roxo. Nele, há o título: “Cause + effect (causa + efeito)” e o texto: “because (porque); since (desde); now that (agora que); as (como); in order that (para que); so (então).” No cantosuperior direito desse quadrado, há a ilustração de cinco dominós en�leirados, em que o primeiro dominó está levemente tombado encostando no segundo dominó. O terceiro quadrado, no canto inferior esquerdo, possui o fundo em degradê verde e apresenta seguinte título “Opposition (oposição)” e o texto: “although (embora); though (embora); even thought (embora); whereas (enquanto); while (enquanto).” No canto inferior esquerdo desse quadrado, há a ilustração de duas setas, uma direcionada para cima e outra para baixo. O quarto quadrado, no canto inferior direito, possui o fundo em degradê de tons de azul e o seguinte título “Condition (condição)” e o texto: “ if (se); unless (a não ser que); only if (só se); whether or not (independente de); even if (mesmo se); in case (caso).” No canto inferior direito desse quadrado, há a ilustração de um balão de diálogo e um ponto de exclamação em seu interior. Vamos voltar ao texto de “Alice’s in the Wonderland”? Vejamos dois exemplos de conjunções subordinativas usados no texto literário de Lewis Carroll: “The Cat only grinned when it saw Alice”. Nesse trecho, “ when ” é uma conjunção subordinativa que mostra a relação entre duas orações que envolvem uma transição de tempo. “ When ” dá a ideia de “quando”, tendo em vista que o gato apenas sorriu no momento em que viu Alice. Agora, veja outro exemplo: “‘Would you tell me, please, which way I ought to go from here?’ ‘That depends a good deal on where you want to get to’, said the Cat. ‘I don’t much care where’ — said Alice. ‘Then it doesn’t matter which way you go’, said the Cat. ‘— so long as I get somewhere’, Alice added as an explanation”. No excerto apresentado, a conjunção usada “ so long as ” dá a ideia de condição (conquanto que); por isso, é uma conjunção subordinativa condicional. No contexto, Alice pergunta ao gato aonde ela deve ir. Após dizer que essa é uma decisão que lhe cabe a ela, Alice continua indecisa e rea�rma não saber seu destino (quer ir a qualquer lugar, conquanto que seja algum). Você percebeu a diferença entre as orações coordenadas e subordinadas? Agora que você já compreendeu que as orações coordenadas são independentes umas das outras, pois não exercem funções sintáticas entre elas, e as subordinadas exercem função sintática sobre a oração principal, ao completarem seu sentido, sendo dependentes dela, está na hora de praticar. Vimos, ao longo deste estudo, que é preciso trabalharmos com gêneros e situações comunicativas autênticas em sala de aula, para que o ensino seja produtivo e e�caz. Mais que isso, devemos ver propósito e sentido em tudo aquilo que nos propomos a fazer – com o processo de ensino e aprendizagem não é diferente. Marques (2012) aponta que a motivação é uma grande propulsora nesse sentido, pois ela nos mantém e nos deixa ligados no processo de ensino e aprendizagem. Ela nos desperta a curiosidade, a busca pela novidade e pelo aprimoramento, nos impulsionando a agir. Por isso, nas palavras da autora mencionada, se o estudante for exposto a diferentes ambientes que o motivem, estará mais aberto a receber novos conceitos e, consequentemente, a aprender. A motivação está relacionada ao interesse; para isso, Marques (2012) explica que é o interesse pela aprendizagem que nos ajuda a permanecer focados no objeto de estudo. Assim, convido você a deixar sempre vivo o interesse e a motivação pelo “saber um pouco mais”. praticar Vamos Praticar Na escola, ao estudar sintaxe, você aprende que faz parte do estudo gramatical lidar com estruturas linguísticas; e são elas desde as palavras até as orações mais complexas. A sintaxe, portanto, quer entender o funcionamento das palavras nas orações. Assim sendo, encontre uma crônica em inglês – você pode procurar em livros, jornais ou revistas estrangeiros –, escolha um texto interessante e leia-o atentamente para depreender a ideia geral. Em seguida, identi�que as conjunções e diferencie as orações coordenadas das subordinadas contidas nele. Material Complementar W E B Inglês com as Crônicas de Nárnia. Ano: 2019. Comentário: nesse vídeo, você verá que o professor Murilo utiliza trechos do �lme “The Chronicles of Narnia” para trabalhar como explicar usos e pronúncia de palavras e trechos do �lme em inglês (há legendas em português e inglês). Por �m, o professor passa o fragmento do �lme sem legendas para testar a compreensão auditiva. Para conhecer mais sobre o vídeo, acesse o trailer , disponível em: ACESSAR W E B Trabalho com gêneros em língua estrangeira. Ano: 2020. Comentário: nesse vídeo, você terá acesso a uma entrevista da Revista Nova Escola com a professora e linguista Vera Cristóvão, que atua na área de Linguística Aplicada da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A pesquisadora explica a importância do trabalho com gêneros literários e aborda como ele pode ser desenvolvido nas aulas de língua estrangeira. Para conhecer mais sobre o vídeo, acesse o trailer , disponível em: ACESSAR https://youtu.be/b92CA882sTo https://www.youtube.com/watch?v=Pdl5xjE15hc L I V R O The grammar book: an ESL/Efl teacher’s course. Marianne Celse-Murcia; Diane Larsen-Freeman. Ano: 1999. Editora: Heinle Cengage Learning. ISBN 13: 978-0-8384-4725-3. Comentário: para entender melhor sobre o funcionamento da língua inglesa no âmbito estrutural, é importante que você adquira uma boa gramática. Esse é um material de consulta que pode ajudá-lo a aprofundar seus estudos sobre as orações, tais como as coordenadas e subordinadas, trabalhadas neste material. Conclusão Com este estudo, podemos concluir que o trabalho com gêneros textuais é uma tarefa árdua. Os professores de língua estrangeira devem estar atentos aos materiais didáticos que serão usados em sala de aula com o intuito de melhorá-los ainda mais, para atender às necessidades dos alunos. É preciso trabalhar os conteúdos gramaticais de forma contextualizada e com signi�cado para os aprendizes, aplicando um elemento facilitador, que é a contextualização da gramática. As orações coordenadas e subordinadas, por exemplo, devem ser ensinadas dentro de um gênero textual real e que tenha, preferencialmente, relação com a vida dos alunos. Podem ser usados textos jornalísticos, como vimos, mas, também, os literários, como as crônicas. O professor deve levar em consideração as experiências dos educandos, ressalte-se, levando-os a produzir a língua, em vez de somente reproduzi-la. Até breve! Referências BAKHTIN, M. Estética da criação verbal . São Paulo: Martins Fontes, 1992. BOZZA, M. C.; CALIXTO, B. A importância do texto literário nas aulas de língua inglesa no Ensino Médio . 2013. Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo . Acesso em: 28 maio 2021. BRAGA, R. Aula de inglês. Rubem , [1964]. Disponível em: https://rubem.wordpress.com/grandes-cronicas- brasileiras/rubem-braga/ . Acesso em: 28 maio 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versao�nal_site.pdf . Acesso em: 7 jun. 2021. BRITISH COUNCIL. UK history and literature. Teaching English , [2021]. Disponível em: https://www.teachingenglish.org.uk/resources/secondary/uk-culture . Acesso em: 29 maio 2021. CAMPOS, G. T. Manual compacto de gramática da língua inglesa . São Paulo, Rideel, 2010. CARROLL, L. Alice’s Adventures in Wonderland . New York: D. Appleton & Company, 1866. CELSE-MURCIA, M.; LARSEN-FREEMAN, D. The Grammar Book: An ESL/E� Teacher’s Course. Boston: Heinle Cengage Learning, 1999. CHIARETTI, A.; PAIVA, V. Texto ou pretexto: uma análise discursiva de materiais didáticos de inglês. In: MACHADO, I. L. et al . Teorias e práticas discursivas . Belo Horizonte: Carol Borges, 1998. p. 25-42. http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_morgana_cristina_bozza.pdf https://rubem.wordpress.com/grandes-cronicas-brasileiras/rubem-braga/ http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdfhttps://www.teachingenglish.org.uk/resources/secondary/uk-culture COMO fazer uma crônica. [ S. l.: s. n. ], 2019. 1 vídeo (14 min 35 s). Publicado pelo canal Caminhos da Linguagem. Disponível em: https://youtu.be/xNDn2p-3EO4 . Acesso em: 29 maio 2021. DEUSCHILE, M. S. C. O uso dos gêneros textuais no ensino de língua inglesa . 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2009. GUNNER, J. Coordinating conjunctions: essential joining words. Your Dictionary , [2021]. Disponível em: https://grammar.yourdictionary.com/parts-of-speech/conjunctions/coordinating-conjunctions.html . Acesso em: 29 maio 2021. HOGAN, G. Building Better Grammar . Wadsworth: Cengage Learning US, 2012. (Biblioteca Ânima). Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9781133709794/ . Acesso em: 10 jun. 2021. INGLÊS com As Crônicas de Nárnia. [ S. l.: s. n. ], 2018. 1 vídeo (8 min 29 s). Publicado pelo canal Teacher Murilo. Disponível em: https://youtu.be/b92CA882sTo . Acesso em: 29 maio 2021. KOCH, I. V. A interação pela linguagem . São Paulo: Contexto, 2003. KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2010. (Biblioteca Ânima). LAZAR, G. Literature and Language Teaching: a guide for teachers and trainers. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão . São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MARQUES, F. S. Ensinar e aprender inglês: o processo comunicativo em sala de aula. Curitiba: Editora Intersaberes, 2012. (Biblioteca Ânima). McCARTHY, M. D iscourse analysis for language teachers . Cambridge: Cambridge University Press, 1993. PAIVA, V. L. M. O (org.). Narrativas de aprendizagem. [201-?]. Disponível em: http://www.veramenezes.com/narrativas.htm . Acesso em: 29 maio 2021. PAIVA, V. L. M. O. A Linguagem como gênero e a aprendizagem de língua inglesa. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DE GÊNEROS TEXTUAIS, 3., 2005, Santa Maria. Anais [...]. Santa Maria: UFSM, 2006. 1 CD-ROM. PAIVA, V. L. M. O.; FIGUEIREDO, F. Q. O ensino signi�cativo de gramática em aulas de língua inglesa. In: PAIVA, V. L. M. O. (org.). Práticas de ensino e aprendizagem de inglês com foco na autonomia. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2005. p. 173-188. Disponível em: http://www.veramenezes.com/gramatica.htm . Acesso em: 28 maio 2021. POLIDORIO, V. The use of Literature in the English teaching . Cascavel: Coluna do Saber, 2004. TRABALHO com gêneros em língua estrangeira. [ S. l.: s. n. ], 2010. 1 vídeo (9 min 4 s). Publicado pelo canal NOVA ESCOLA. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Pdl5xjE15hc . Acesso em: 29 maio 2021. VERÍSSIMO, L. F. Outras do analista de Bagé . 13. ed. Porto Alegre: L&PM, 1982. https://youtu.be/xNDn2p-3EO4 https://grammar.yourdictionary.com/parts-of-speech/conjunctions/coordinating-conjunctions.html https://youtu.be/b92CA882sTo http://www.veramenezes.com/narrativas.htm http://www.veramenezes.com/gramatica.htm https://www.youtube.com/watch?v=Pdl5xjE15hc
Compartilhar