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SUMÁRIO 1. Introdução e Definição ............................................ 3 2. Identificação ................................................................. 4 3. Queixa Principal .......................................................... 6 4. História da Doença Atual (HDA) .......................... 7 5. Interrogatório Sistemático (IS) ............................... 9 6. Antecedentes ............................................................19 7. Hábitos de Vida ........................................................22 8. História Psicossocial ...............................................24 Referências Bibliográficas ........................................26 3ANAMNESE 1. INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO Anamnese (aná = trazer de novo e mnesis = memória) significa trazer de volta à mente todos os fatos re- lacionados com a doença e a pes- soa doente. Deve-se ressaltar que a anamnese é a parte mais importante da medicina. Se bem feita, acompa- nha-se de decisões diagnósticas e terapêuticas corretas; se mal feita, em contrapartida, desencadeia uma série de consequências negativas, as quais não podem ser compensadas com a realização de exames complementa- res, por mais sofisticados que sejam. A anamnese é um documento médi- co e um importante instrumento para a avaliação de sintomas, problemas de saúde e preocupações, e registra as maneiras como a pessoa respon- de a essas situações, abrindo espaço para a promoção da saúde. Qualquer que seja a técnica empre- gada, os dados coletados devem ser elaborados. Isso significa que uma boa anamnese é o que fica do rela- to feito pelo paciente depois de ter passado por uma análise crítica com o intuito de estabelecer o significado exato das expressões usadas e a coe- rência das correlações estabelecidas. A história clínica não é, portanto, o simples registro de uma conversa. É mais do que isso: é o resultado de uma conversação com um objetivo explícito, conduzida pelo examinador e cujo conteúdo foi elaborado critica- mente por ele. A anamnese é classicamente com- posta pelos seguintes tópicos: iden- tificação, queixa principal, história da doença atual (HDA), interrogatório sistemático ou sintomatológico (IS), antecedentes (pessoais e familiares), hábitos de vida e história psicosso- cial (condições socioeconômicas e culturais). Estes tópicos serão abordados deta- lhadamente a seguir. 4ANAMNESE 2. IDENTIFICAÇÃO A identificação é o perfil sociodemo- gráfico do paciente que permite a in- terpretação de dados individuais e outros aspectos relacionados a ele. São elementos obrigatórios da iden- tificação do paciente: nome, idade, sexo, cor/etnia, estado civil, ocupação, escolaridade, religião, naturalidade e procedência e grau de confiabilidade. O registro do nome do paciente deve ser completo, sem abreviações. A ida- de é quantificada em dias ou meses, no caso de crianças abaixo de 1 ano de idade, e em anos, no caso de indi- víduos acima de 1 ano de vida. O re- gistro do sexo biológico é feito como masculino ou feminino. No entanto, o gênero pode diferer do sexo biológi- co e também deve constar na identifi- cação. Há pessoas que se identificam com o gênero correspondente ao seu sexo biológico, sendo estas cisgêne- ro, porém, também existem pessoas que não se identificam, logo, são não cisgênero ou transgênero. SE LIGA! É garantido pela Portaria nº 1.820/2009 o uso e respeito ao nome social das travestis e dos(as) transexu- ais, ou seja, o nome pelo qual estes pre- ferem ser chamados(as), em contrapo- sição ao nome do registro civil, que não corresponde ao gênero com o qual se identificam. MAPA MENTAL: TÓPICOS DA ANAMNESE Hábitos de vida Antecedentes História psicossocial História da doença atual Interrogatório sistemático Queixa principal Identificação 5ANAMNESE O registro da cor/etnia deve base- ar-se na autodeclaração do paciente e recomenda-se usar a seguinte no- menclatura: cor branca, cor parda, cor preta, etnia indígena, etnia asiática, entre outras. Em relação ao estado civil, registram-se as opções casado (a), solteiro (a), divorciado (a) ou sepa- rado (a), viúvo (a), em união estável, entre outros. A ocupação refere-se à atividade produtiva que o paciente exerce no dia a dia. Nesse item também pode- -se registrar situações especiais, em que o paciente não está exercendo suas atividades profissionais, devido a licença trabalhista ou aposentado- ria. É importante também referir o lo- cal e as condições de trabalho. A escolaridade e a religião são infor- mações importantes da identificação, uma vez que interferem diretamente na vida do paciente e na sua relação com determinadas situações e do- enças. Além disso, o conhecimento da escolaridade é fundamental para a correta adequação dos termos e orientações que serão dadas ao pa- ciente. O médico deve sempre se es- forçar para que o entendimento do paciente seja completo e total. A naturalidade é o local onde o pa- ciente nasceu e a procedência refe- re-se ao local de residência atual do paciente. O grau de confiabilidade reflete a qualidade das informações forneci- das pelo paciente e costuma ser feita ao final da entrevista. É importante registrar data e hora em que a anamnese foi realizada, princi- palmente em situações de urgência, emergência ou internação hospitalar. SE LIGA! algumas informações adicio- nais são úteis em determinadas situ- ações e podem ser solicitadas, como nome da mãe (comum em hospitais; útil para diferenciar pacientes homônimos), nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante (necessário em atendi- mentos de crianças, adolescentes, ido- sos, tutelados ou incapazes), filiação a órgãos previdenciários e/ou planos de saúde (facilita o encaminhamento para exames complementares, especialistas e internamento hospitalar). NA PRÁTICA: Mariana Figueireido dos Santos, 26 anos, sexo feminino (cisgê- nero), negra, solteira, estudante, ensino superior incompleto (cursando), católica, natural de São Paulo – SP e procedente de Salvador – BA. Grau de confiabilida- de: bom. Data e hora: 27/12/2019, às 11:15. 6ANAMNESE 3. QUEIXA PRINCIPAL Neste item, registra-se a queixa prin- cipal ou o motivo que levou o pacien- te a procurar o médico, repetindo, se possível, as expressões por ele utili- zadas. Pode-se também assinalar há quanto tempo apresenta aquele de- terminado sintoma. É uma afirmação breve e espontânea, geralmente um sinal ou um sintoma, nas próprias palavras da pessoa, que é o motivo da consulta. Geralmente, é uma anotação entre aspas para in- dicar que se trata das palavras exa- tas do paciente. Às vezes, uma pes- soa pode enumerar “vários motivos” para procurar assistência médica. O motivo mais importante pode não ser o que a pessoa enunciou primeiro. Para se obter a queixa principal, nes- se caso, deve-se perguntar o que a levou a procurar atendimento médi- co ou o que mais a incomoda no mo- mento. Em algumas situações, pode- -se registrar o motivo da consulta no lugar de queixa principal. Um exem- plo ocorre quando o paciente chega ao médico encaminhado por outro colega ou instituição médica. Sugestões para obter a “queixa prin- cipal”: “qual o motivo da consulta?”, “por que o(a) senhor(a) me procurou?”, “o que o(a) senhor(a) está sentindo?”, “o que o(a) está incomodando?”... FLUXOGRAMA IDENTIFICAÇÃO Grau de confiabilidade Religião Naturalidade e Procedência Escolaridade Sexo/Gênero Idade Cor/Etnia Ocupação Estado Civil Nome IDENTIFICAÇÃO Data e Hora 7ANAMNESE SE LIGA!: Os pacientes, algumas vezes, usam termos médicos. O entrevistador deve pedir ao paciente para definir es- ses termos a fim de certificar-se de que ele sabe o que significam. NA PRÁTICA! “Paciente refere dor no peito há 3 dias”. 4. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) A história da doença atual (HDA), também chamada de história da mo- léstia atual (HMA) é um registro cro- nológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar assistên- cia médica,desde o seu início até a momento atual. O sintoma-guia é o sintoma ou si- nal que permite recompor a história da doença atual com mais facilidade e precisão. Temos como exemplos a febre na malária, a dor epigástrica na úlcera péptica, as convulsões na epilepsia, o edema na síndrome ne- frótica, a diarreia na colite ulcerativa. Contudo, isso não significa que haja sempre um único e constante sinto- ma-guia para cada enfermidade. Não existe uma regra fixa para deter- minar o sintoma-guia, sendo uma das muitas dificuldades existentes na re- alização da anamnese. Como orienta- ção geral, o entrevistador deve esco- lher como sintoma-guia a queixa de mais longa duração, o sintoma mais salientado pelo paciente ou simples- mente começar pelo relato da “queixa principal”. Cada sintoma principal deve ser bem caracterizado e deve incluir os 7 atri- butos de um sintoma: (1) localização; (2) características; (3) quantidade ou intensidade; (4) cronologia, in- clusive início, duração e frequên- cia; (5) a situação em que ocorre; (6) os fatores que agravam ou aliviam o sintoma; e (7) as manifestações associadas. Também é importante questionar os dados “pertinentes po- sitivos” e “pertinentes negativos” tra- çados a partir da revisão dos sistemas que são relevantes para a queixa ou queixas principais. Na HDA também devem ser incluídas as reações do paciente aos sintomas e aos efeitos que a doença exerce sobre sua vida. 8ANAMNESE ESQUEMA PARA ANÁLISE DE UM SINTOMA COMO AVALIAR O SINTOMA EXEMPLO: DOR Início Deve ser caracterizado com relação à época de aparecimento. Se foi de início súbito ou gradativo, se teve fator desencadeante ou não Médico: “Quando a dor surgiu?” Paciente: “Há 3 dias.” Características do sintoma Definir localização, duração, intensi- dade (quantificar), frequência, tipo, ou seja, características próprias a depender do sintoma Médico: “Onde dói?” Paciente: “A dor é no peito, do lado direito, na frente.” Médico: “A dor irradia? Ela ‘anda’?” Paciente: “A dor vai para as costas.” Médico: “Quanto tempo dura?” Paciente: “O tempo todo, não para.” Médico: “Como é essa dor?” Paciente: “É uma dor forte (8/10), em pontada.” Fatores de me- lhora ou piora Definir quais fatores melhoram e pioram o sintoma, como, por exem- plo, fatores ambientais, posição, ati- vidade física ou repouso, alimentos ou uso de medicamentos Médico: “O que melhora a dor?” Paciente: “Melhora quando eu deito do lado direito.” Médico: “O que piora a dor?” Paciente: “A dor piora quando faço esforço físico e à noite quando esfria o tempo.” Relação com outras queixas Registrar se existe alguma manifes- tação ou queixa que acompanhe o sintoma, geralmente relacionado com o segmento ana- tômico ou funcional acometido pelo sintoma Médico: “Você está tossindo?” Paciente: “Não.” Médico: “Você tem falta de ar?” Paciente: “Eu sinto um pouco de falta de ar sim.” Evolução Registrar o comportamento do sin- toma ao longo do tempo, relatando modificações das características e infuência de tratamentos efetuados Médico: “Essa dor se modificou nestes 3 dias?” Paciente: “Ontem eu tomei uma analgésico e a dor melhorou, mas é só o efeito do remédio acabar que a dor volta.” Situação atual Registrar como o sintoma está no momento da anamnese também é importante Médico: “Como está a dor agora?” Paciente: “Agora a dor está muito forte e está difi- cultando minha respiração. Nada mais melhora. Pre- ciso de ajuda.” Tabela 1. Esquema para análise de um sintoma. Fonte: Porto, Celmo Celeno. Exame Clínico. Ed. Guanabara, 2017. NA PRÁTICA! Paciente refere que há 3 dias iniciou quadro de dor forte (8/10), em pontada, no lado direito do peito, que se irradia para as costas. Refere que a dor é constante, porém, relata melhora ao deitar-se para o lado direitoe após uso de analgésico (Dipirona) e piora durante atividade física. Nega tosse e refere dispneia ao moderados esforços, com início há 7 dias. Relata que a dor piorou no último dia, retornando em um período mais curto após uso de analgé- sico. No momento, afirma que a dor está muito forte e dificultando a respiração. 9ANAMNESE 5. INTERROGATÓRIO SISTEMÁTICO (IS) O Interrogatório Sistemático (ou in- terrogatório sistêmico ou revisão dos sistemas) documenta a presença ou ausência de sintomas comuns rela- cionados com cada um dos princi- pais sistemas corporais. A principal utilidade prática do IS reside no fato de permitir ao médico levantar pos- sibilidades e reconhecer enfermida- des que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na HDA. Em outras ocasiões, é no IS que se ori- gina a suspeita diagnóstica mais im- portante. Essa possibilidade pode ser ilustrada com o caso de um paciente que procurou o médico concentrando a sua preocupação em uma impotên- cia sexual. Ao ser feita a revisão dos sistemas, vieram à tona os sintomas polidipsia, poliúria e emagrecimento, queixas às quais o paciente não havia dado a menor importância. No entan- to, a partir delas o médico levantou a suspeita da enfermidade principal da- quele paciente – o diabetes mellitus. Além disso, é comum o paciente não relatar um ou outro sintoma durante a elaboração da HDA. Para facilitar a investigação desses sintomas, usa-se uma sistematiza- ção craniocraudal, exposta no roteiro a seguir: FLUXOGRAMA HDA E ATRIBUTOS DE UM SINTOMA HDA Registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar atendimento Localização Características Quantidade ou intensidade Cronologia Fatores de melhora ou piora Manifestações associadas Sintoma Início Duração Frequência 10ANAMNESE Sintomas gerais • Febre: Sensação de aumento da temperatura corporal • Astenia: Sensação de fraqueza. • Alterações do peso: Especificar perda ou ganho de peso, quantos quilos, intervalo de tempo e motivo (dieta, estresse, outros fatores). • Sudorese: Eliminação abundan- te de suor. Pode ser generalizada ou predominante em alguns locais (ex: nas mãos e pés). • Calafrios: Sensação momentânea de frio com ereção de pelos e ar- repiamento da pele. Relação com febre. • Cãibras: Contrações involuntárias de um músculo ou grupo muscular. Pele e fâneros • Alterações da pele: Cor, textura, umidade, temperatura, sensibilida- de, prurido, lesões. • Alterações dos fâneros: Queda de cabelos, pelos faciais em mulheres, alterações nas unhas. Cabeça e pescoço Crânio, face e pescoço • Dor: Localizar o mais corretamen- te possível a sensação dolorosa. A partir daí, indaga-se sobre as outras características semiológicas da dor. • Alterações no pescoço: Dor, tumo- rações, alterações dos movimen- tos, pulsações anormais. Olhos • Diminuição ou perda da visão: Uni ou bilateral, súbita ou gradual, rela- ção com a intensidade da ilumina- ção, visão noturna, correção (par- cial ou total) com óculos ou lentes de contato. • Dor ocular e cefaleia: Bem localiza- da pelo paciente ou de localização imprecisa no globo ocular. • Sensação de corpo estranho • Prurido: Sensação de coceira. • Queimação ou ardência: Acom- panhando ou não a sensação dolorosa. • Lacrimejamento: Eliminação de lágrimas, independentemente do choro. • Sensação de olho seco: Sensação de secura, como se o olho não ti- vesse lubrificação. • Xantopsia, iantopsia e cloropsia: Visão amarelada, violeta e verde, respectivamente. • Diplopia: Visão dupla, constante ou intermitente. 11ANAMNESE • Fotofobia: Hipersensibilidade à luz. • Nistagmo: Movimentos repetitivos rítmicos dos olhos, caracterizar o tipo. • Escotomas: Manchas ou pontos escuros no campo visual. • Secreção: Líquido que recobre as estruturas externas do olho. • Vermelhidão: Presença de conges- tão de vasos na esclerótica. • Alucinações visuais: Sensação de luz, cores ou reproduções de objetos. Ouvidos • Dor: Localizada ou irradiada de ou- tra região. • Otorreia: Saída de líquido pelo ouvido. • Otorragia: Perda de sangue pelo canal auditivo, relação com traumatismo.• Distúrbios da acuidade auditiva: Perda parcial ou total da audição, uni ou bilateral; início súbito ou progressivo. • Vertigem e tontura: Sensação de estar girando em torno dos objetos (vertigem subjetiva) ou os objetos girando em torno de si (vertigem objetiva). Nariz e cavidades paranasais • Prurido: Pode resultar de doença local ou sistêmica. • Dor: Localizada no nariz ou na face. Verificar todas as características semiológicas da dor. • Espirros: Isolados ou em crises. Inda- gar em que condições ocorrem, pro- curando detectar locais ou substân- cias relacionados com os espirros. • Obstrução nasal • Corrimento nasal: Aspecto do corrimento (aquoso, purulento, sanguinolento). • Epistaxe: Hemorragia nasal. • Diminuição do olfato: Diminuição (hiposmia) ou abolição (anosmia). • Aumento do olfato: Transitório ou permanente. • Alterações do olfato: Percepção anormal de cheiros. • Cacosmia: Consiste em sentir mau cheiro, sem razão para tal. • Parosmia: Perversão do olfato. • Alterações da fonação: Voz anasa- lada (rinolalia). Cavidade bucal e anexos • Alterações do apetite: Polifagia ou hiperorexia; inapetência ou 12ANAMNESE anorexia; perversão do apetite (ge- ofagia ou outros tipos). • Sialorreia: Excessiva produção de secreção salivar. • Halitose: Mau hálito. • Dor: Dor de dente, nas glândulas salivares, na língua (glossalgia), na articulação temporomandibular. Trismo. • Ulcerações/Sangramento: Cau- sa local ou doença do sistema hemopoético. Faringe • Dor de garganta: Espontânea ou provocada pela deglutição. Verifi- car todas as características semio- lógicas da dor. • Tosse: Seca ou produtiva. • Pigarro: Ato de raspar a garganta. • Ronco: Pode estar associado à ap- neia do sono. Laringe • Dor: Espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características semiológicas da dor. • Alterações da voz: Disfonia; afonia; voz lenta e monótona; voz fanhosa ou anasalada. • Tosse: Seca ou produtiva; tosse rouca; tosse bitonal. • Pigarro: Ato de raspar a garganta. Tireoide e paratireoides • Dor: Espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características semiológicas. • Outras alterações: Nódulo, bócio, rouquidão, disfagia. Vasos e linfonodos • Dor: Localização e outras caracte- rísticas semiológicas. • Adenomegalias: Localização e ou- tras características semiológicas. • Pulsações e turgência jugular. Tórax Parede torácica • Dor: Localização e demais caracte- rísticas semiológicas, em particular a relação da dor com os movimen- tos do tórax. • Alterações da forma do tórax. • Dispneia: Relacionada com dor ou alterações da configuração do tórax. Mamas • Dor: Relação com a menstruação e outras características semiológicas. 13ANAMNESE • Nódulos: Localização e evolu- ção; modificações durante o ciclo menstrual. • Secreção mamilar: Uni ou bilateral, espontânea ou provocada; aspec- to da secreção. Traqueia, brônquios, pulmões e pleuras • Dor: Localização e outras caracte- rísticas semiológicas. • Tosse: Seca ou com expectoração. Frequência, intensidade, tonalida- de, relação com o decúbito, perío- do em que predomina. • Expectoração: Volume, cor, odor, aspecto e consistência. Tipos de expectoração: mucoide, se- rosa, purulenta, mucopurulenta, hemoptoica. • Hemoptise: Eliminação de sangue pela boca, através da glote, prove- niente dos brônquios ou pulmões. Obter os dados para diferenciar a hemoptise da epistaxe e da hematêmese. • Vômica: Eliminação súbita, através da glote, de quantidade abundan- te de pus ou líquido de aspecto mucoide ou seroso. • Dispneia: Relação com esforço ou decúbito; instalação súbita ou gra- dativa; relação com tosse ou chiei- ra; tipo de dispneia. • Chieira: Ruído sibilante percebido pelo paciente durante a respira- ção; relação com tosse e dispneia; uni ou bilateral; horário em que predomina. • Estridor: Respiração ruidosa. • Tiragem: Aumento da retração dos espaços intercostais. Diafragma e mediastino • Dor: Localização e demais caracte- rísticas semiológicas. • Soluço: Contrações espasmódicas do diafragma, concomitantes com o fechamento da glote, acompa- nhadas de um ruído rouco. Isola- dos ou em crises. • Sintomas de compressão: Relacio- nados com o comprometimento do simpático, do nervo recorrente, do frênico, das veias cavas, das vias respiratórias e do esôfago. Coração e grandes vasos • Dor: Localização e outras caracte- rísticas semiológicas; dor isquêmi- ca; dor da pericardite; dor de origem aórtica; dor de origem psicogênica. • Palpitações: Percepção incômoda dos batimentos cardíacos; tipo de sensação, horário de aparecimen- to, modo de instalação e desapa- recimento; relação com esforço ou outros fatores desencadeantes. 14ANAMNESE • Intolerância aos esforços: Sensa- ção desagradável ao fazer esforço físico. • Desmaio e síncope:Perda súbi- ta e transitória, parcial ou total, da consciência; situação em que ocorreu; duração; manifestações que antecederam o desmaio e que vieram depois. • Cianose: Coloração azulada da pele; época do aparecimento (des- de o nascimento ou surgiu tempos depois); intensidade; relação com choro e esforço. • Edema: Época em que apare- ceu; como evoluiu, região em que predomina. • Astenia: Sensação de fraqueza. • Posição de cócoras: O paciente fica agachado, apoiando as náde- gas nos calcanhares. Esôfago • Disfagia: Dificuldade à deglutição; disfagia alta (bucofaríngea); disfa- gia baixa (esofágica). • Odinofagia: Dor retroesternal du- rante a deglutição. • Dor: Independente da deglutição. • Pirose: Sensação de queimação retroesternal; relação com a inges- tão de alimentos ou medicamen- tos; horário em que aparece. • Regurgitação: Volta à cavidade bucal de alimento ou de secre- ções contidas no esôfago ou no estômago. • Eructação: Relação com a ingestão de alimentos ou com alterações emocionais. • Soluço: Horário em que aparece; isolado ou em crise; duração. • Hematêmese: Vômito de sangue; características do sangue elimi- nado; diferenciar de epistaxe e de hemoptise. Abdome Parede abdominal • Dor: Localização e outras caracte- rísticas semiológicas. • Alterações da forma e do volume: Crescimento do abdome; hérnias; tumorações. Estômago • Dor: Localização na região epi- gástrica; outras características semiológicas. • Náuseas e vômitos: Horário em que aparecem; relação com a in- gestão de alimentos; aspecto dos vômitos. • Dispepsia: Conjunto de sintomas constituído de desconforto epigás- trico, empachamento, sensação de 15ANAMNESE distensão por gases, náuseas, into- lerância a determinados alimentos. • Pirose: Sensação de queimação retroesternal. Intestino delgado • Diarreia: Duração; volume; consis- tência, aspecto e cheiro das fezes. • Esteatorreia: Aumento da quanti- dade de gorduras excretadas nas fezes. • Dor: Localização, contínua ou em cólicas. • Distensão abdominal, flatulência e dispepsia: Relação com ingestão de alimentos. • Hemorragia digestiva: Aspecto “em borra de café” (melena) ou sangue vivo nas fezes (enterorragia). Cólon, reto, ânus • Dor: Localização abdominal ou perianal; outras características se- miológicas; tenesmo. • Diarreia: Diarreia baixa; aguda ou crônica; disenteria. • Obstipação intestinal: Duração; aspecto das fezes. • Sangramento anal: Relação com a defecação. • Prurido: Intensidade; horário em que predomina. • Distensão abdominal: Sensação de gases no abdome. • Náuseas e vômitos: Aspecto do vômito; vômitos fecaloides. Fígado e vias biliares • Dor: Dor contínua ou em cólica; localização no hipocôndrio direito; outras características semiológicas. • Icterícia: Intensidade; duração e evolução; cor da urina e das fezes; prurido. Sistema genitourinário Rins e vias urinárias • Dor: Localização e demais caracte- rísticas semiológicas. • Alterações miccionais: Incontinên- cia; hesitação; modificações do jato urinário; retenção urinária. • Alterações do volume e do rit- mo urinário: Oligúria; anúria;po- liúria; disúria; noctúria; urgência; polaciúria. • Alterações da cor da urina: Urina turva; hematúria; hemoglobinúria; mioglobinúria; porfirinúria. • Alterações do cheiro da urina • Dor: Dor lombar e no flanco e de- mais características semiológi- cas; dor vesical; estrangúria; dor perineal. 16ANAMNESE • Edema: Localização; intensidade; duração. Órgãos genitais masculinos • Lesões penianas: Úlceras, vesícu- las (herpes, sífilis, cancro mole). • Nódulos nos testículos: Tumor, varicocele. • Dor: Testicular; perineal; lombos- sacra; características semiológicas. • Priapismo: Ereção persistente, do- lorosa, sem desejo sexual. • Hemospermia: Presença de san- gue no esperma. • Corrimento uretral: Aspecto da secreção. • Disfunções sexuais: Disfunção erétil; ejaculação precoce; ausên- cia de ejaculação, anorgasmia, di- minuição da libido. Órgãos genitais femininos • Distúrbios menstruais: Polimenor- reia; oligomenorreia; amenorreia; hipermenorreia; hipomenorreia; menorragia; dismenorreia. • Tensão pré-menstrual. • Cólicas; outros sintomas. • Hemorragias: Relação com o ciclo menstrual. • Corrimento: Quantidade; aspecto; relação com as diferentes fases do ciclo menstrual. • Prurido: Localizado na vulva. • Disfunções sexuais: Dispareu- nia; frigidez; diminuição da libido; anorgasmia. Sistema endócrino Tireoide • Alterações locais: Dor; nódulo; bó- cio; rouquidão; dispneia; disfagia. • Manifestações de hiperfunção: Hi- persensibilidade ao calor; aumento da sudorese; perda de peso; taqui- cardia; tremor; irritabilidade; insô- nia; astenia; diarreia; exoftalmia. • Manifestações de hipofunção: Hi- persensibilidade ao frio; diminuição da sudorese; aumento do peso; obstipação intestinal; cansaço fa- cial; apatia; sonolência; alterações menstruais; ginecomastia; unhas quebradiças; pele seca; rouquidão; macroglossia; bradicardia. Sistema Musculoesquelético Coluna vertebral • Dor: Localização cervical, dorsal, lombossacra; relação com os mo- vimentos; demais características semiológicas. 17ANAMNESE • Rigidez pós-repouso: Tempo de duração após iniciar as atividades. Ossos • Dor: Localização e demais caracte- rísticas semiológicas. • Deformidades ósseas: Caroços; arqueamento do osso; rosário raquítico. Articulações • Dor: Localização e demais caracte- rísticas semiológicas. • Rigidez pós-repouso: Pela manhã. • Sinais inflamatórios: Edema, calor, rubor e dor. • Limitação de movimento: Localiza- ção; grau de limitação. • Crepitação articular: Localização. Músculos • Fraqueza muscular: Segmentar; generalizada; evolução no decorrer do dia. • Dificuldade para andar ou para su- bir escadas. • Atrofia muscular: Localização. • Dor: Localização e demais caracte- rísticas semiológicas; cãibras. • Cãimbras: Dor acompanhada de contração muscular. • Espasmos musculares: Miotonia; tétano. Sistema nervoso • Distúrbios da consciência: Obnu- bilação; estado de coma. • Dor de cabeça e na face: Loca- lização e outras características semiológicas. • Tontura e vertigem: Sensação de rotação (vertigem); sensação de iminente desmaio; sensação de desequilíbrio; sensação desagra- dável na cabeça. • Convulsões: Localizadas ou gene- ralizadas, tônicas ou clônicas; ma- nifestações ocorridas antes (pró- dromos) e depois das convulsões. • Ausências: Breves períodos de perda da consciência. • Automatismos: Tipos. • Amnésia: Perda da memória, tran- sitória ou permanente; relação com traumatismo craniano e com in- gestão de bebidas alcoólicas. • Distúrbios visuais: Ambliopia; amaurose; hemianopsia; diplopia. • Distúrbios auditivos: Hipocusia; acusia; zumbidos. • Distúrbios da marcha: Disbasia. 18ANAMNESE • Distúrbios da motricidade volun- tária e da sensibilidade: Paresias, paralisias, parestesias, anestesias. • Distúrbios esfincterianos: Bexiga neurogênica; incontinência fecal. • Distúrbios do sono: Insônia; sono- lência; sonilóquio; pesadelos; terror noturno; sonambulismo; briquismo; movimentos rítmicos da cabeça; enurese noturna. • Distúrbios das funções cerebrais superiores: Disfonia; disartria; dis- lalia; disritmolalia; dislexia; disgra- fia; afasia; distúrbios das gnosias; distúrbios das praxias. MAPA MENTAL: INTERROGATÓRIO SISTEMÁTICO AbdomeTórax Sintomas gerais Pele e fâneros Cabeça e pescoço Sistema musculoesquelético Sistema endócrino Sistema genitourinário Sistema nervoso 19ANAMNESE 6. ANTECEDENTES Os antecedentes avaliam a condição de saúde passada e presente do pa- ciente, conhecendo fatores pessoais (fisiológicos), patológicos e fami- liares que influenciam seu processo saúde-doença. Nos antecedentes pessoais é feito o registro dos principais acontecimen- tos considerados fisiológicos daquele indivíduo, como gestação e nascimen- to, desenvolvimento neuropsicomotor e desenvolvimento sexual. Na parte de gestação e nascimento investiga-se como decorreu a gravi- dez, uso de medicamentos ou radia- ções sofridas pela genitora, viroses contraídas durante a gestação, con- dições de parto (normal, fórceps, ce- sariana), estado da criança ao nascer, ordem do nascimento (se é primogê- nito, segundo filho etc.) e número de irmãos. Em relação ao desenvolvimento neu- ropsicomotor, observa-se como se deu o processo de dentição, engati- nhar e andar, fala, desenvolvimen- to físico (peso e tamanho ao nascer e posteriores medidas), controle dos esfíncteres e rendimento escolar. Por fim, no desenvolvimento sexual são registrados dados sobre a puber- dade, menarca (mulheres), sexarca, menopausa (mulheres) e orientação sexual. SE LIGA!: Atualmente, usam-se siglas para o registro da orientação sexual, como HSM; HSH; HSMH; MSH; MSM; MSHM, em que: H – homem; M – mulher e S – faz sexo com. Nos antecedentes patológicos, in- vestiga-se as doenças sofridas pelo paciente: começando-se pelas mais comuns na infância (sarampo, vari- cela, coqueluche, caxumba, moléstia reumática, amigdalites) e passando às da vida adulta (pneumonia, hepa- tite, malária, pleurite, tuberculose, hi- pertensão arterial, diabetes, artrose, osteoporose, litíase renal, gota, entre outras). Além disso, são investigadas alergias, cirurgias prévias (registrar a data, o tipo de cirurgia, o diagnóstico que a justificou e o nome do hospital onde foi realizada), histórico de traumatis- mo (indagar sobre o acidente em si e sobre as consequências deste) e transfusões sanguíneas (anotar nú- mero de transfusões, quando ocor- reu, onde e por quê). Para pacientes do sexo feminino, re- gistra-se a história obstétrica da mes- ma: número de gestações (G); núme- ro de partos (P); número de abortos (A); número de prematuros e número de cesarianas (C). Para pacientes do sexo masculino, questiona-se o nú- mero de filhos. Encerra-se a investigação dos ante- cedentes patológicos questionando 20ANAMNESE sobre as imunizações do pacien- te (qual vacina; época da aplicação/ doses) e os medicamentos em uso (nome, posologia, motivo, quem prescreveu). Os antecedentes familiares come- çam com a menção ao estado de saú- de (quando vivos) dos pais, irmãos, cônjuge e filhos. Não esquecer dos avós, tios e primos do paciente. Se tiver algum doente na família, escla- recer a natureza da enfermidade. Em caso de falecimento, indagar a causa do óbito e a idade em que ocorreu. Pergunta-se sistematicamente sobre a existência de enxaqueca, diabetes, tuberculose, hipertensão arterial, câncer, doenças alérgicas, doença ar- terial coronariana, acidente vascular cerebral, dislipidemias, úlcera péptica, colelitíase e varizes, que são as do- enças com caráter familiar mais co- muns. Quando o paciente é portador de uma doença de caráter hereditá- rio (hemofilia, anemia falciforme, rins policísticos, erros metabólicos), torna- -se imprescindível um levantamento genealógico mais rigoroso e, nesse caso, recorre-se às técnicas de inves- tigação genética. 21ANAMNESE FLUXOGRAMA ANTECEDENTES Antecedentes Gestação e Nascimento Desenvolvimento NeuropsicomotorDesenvolvimento Sexual Doenças prévias Cirurgias e traumas prévios Alergias Histórico de transfusões sanguíneas História Obstétrica (para mulheres) Imunizações Medicações em usoFamiliares Pessoais (ou fisiológicos) Patológicos 22ANAMNESE 7. HÁBITOS DE VIDA Este item documenta o estilo de vida do paciente e suas hábitos de vida e é importante para abordagens te- rapêuticas não-farmacológicas. Os principais tópicos abordados são: • Alimentação: discriminar sua ali- mentação habitual, especifican- do, tanto quanto possível, o tipo e a quantidade dos alimentos ingeridos. • Ocupações anteriores: questionar e obter informações tanto da ocu- pação atual quanto das ocupações anteriores exercidas pelo paciente. • Atividades físicas: questionar qual tipo de exercício físico realiza; frequência; duração; e tempo que pratica. • Tabagismo: tipo, quantidade (car- ga tabágica), frequência, duração do vício; abstinência (se já tentou parar de fumar). NA PRÁTICA! O cálculo da carga ta- bágica é realizado pela multiplicação do número de maços fumados por dia pelo número de anos de tabagismo. Por exemplo, um indivíduo que fumou 20 cigarros por dia (1 maço), durante 20 anos, possui uma carga tabágica de 20 maços/ano (1x20). SE LIGA!: A medida quantitativa mais utilizada para avaliar o grau de depen- dência de nicotina do paciente é o Teste de Fagerström. Quanto maior o escore obtivo, maior o grau de dependência. Quanto tempo depois de acordar você fuma seu primeiro cigarro? Primeiros 5 minutos: 3 Após 6-30 minutos: 2 Após 31-60 minutos: 1 Após 60 minutos: 0 É díficil para você não fumar em áreas onde é proibido? Sim: 1 // Não: 0 Qual o cigarro que teria mais dificuldade para abandonar? 1º da manhã: 1 // Outros: 0 Quantos cigarros fuma habitualmente por dia? ≤ 10: 0 11 – 20: 1 21-30: 2 > 31: 3 Você fuma mais frequentemente pela manhã? Sim: 1 // Não: 0 Você fuma doente quando precisa ficar na cama a maior parte do tempo? Sim: 1 // Não: 0 23ANAMNESE • Álcool: tipo de bebida e a quantida- de habitualmente ingerida, frequ- ência, duração do vício; abstinência (se já tentou parar de beber). Para reconhecimento dos pacientes que abusam de bebidas alcoólicas, vem sendo bastante difundido o questionário CAGE, composto de 4 pontos a serem investigados: ne- cessidade de diminuir (Cut down) o consumo de bebidas alcoólicas; sentir-se incomodado (Annoyed) por críticas à bebida; sensação de culpa (Guilty) ao beber; necessi- dade de beber no início da manhã para “abrir os olhos” (Eyeopener), ou seja, para sentir-se em condi- ções de trabalhar. NA PRÁTICA! Questionário CAGE: • Você já sentiu a necessidade de di- minuir a quantidade de bebida ou de parar de beber? • Você já se sentiu aborrecido ao ser criticado por beber? • Você já se sentiu culpado em relação a beber? • Alguma vez já bebeu logo ao acor- dar pela manhã para diminuir o ner- vosismo ou a ressaca? • Duas respostas positivas identificam 75% dos dependentes de álcool com uma especificidade de 95%. SE LIGA! Além do CAGE, outro ques- tionário muito utilizado para investigar possível abuso de álcool é o AUDIT (Al- cohol Use Disorders Identification Test). Este instrumento tem como característi- ca avaliar o padrão do uso de álcool e costuma ser um pouco mais abrangente que o CAGE. FLUXOGRAMA IDENTIFICAÇÃO HÁBITOS DE VIDA Alimentação Tabagismo Atividades Físicas Ocupações AnterioresÁlcool 24ANAMNESE 8. HISTÓRIA PSICOSSOCIAL Este item aborda as condições socio- econômicas e culturais do indíviduo e tem como objetivo principal, conhecer melhor o paciente fora do contexto da doença. As principais áreas aborda- das são: habitação, família e relações pessoais, condição socioeconômica, lazer, entre outros. É comum iniciar essa parte da anam- nese com questionamentos sobre as condições de moradia: se mora em casa ou apartamento, se a casa é feita de alvenaria ou não, qual a quantida- de de cômodos, se conta com sane- amento básico (água tratada e rede de esgoto), com coleta regular de lixo, se abriga animais domésticos, entre outros. Em seguida, aborda-se a questão familiar: relacionamento entre pais e filhos, entre irmãos e entre cônjuges. Neste momento, pode-se perguntar também sobre outras redes de apoios que o paciente possa vir a ter. Por fim, costuma-se indagar sobre o trabalho do paciente: situação pro- fissional, rendimento mensal, se há dependência econômica de paren- tes ou instituição. Além disso, pode- -se perguntrar sobre o grau de es- colaridade, religiosidade, tradições e crenças, comportamentos e hábitos alimentares. 25ANAMNESE MAPA MENTAL: COMPONENTES DA ANAMNESE Nome, Idade, Sexo/gênero, Cor/etnia, Estado civil, Ocupação, Escolaridade, Religião, Naturalidade e Procedência. Grau de Confiabilidade, Data e Hora. IdentificaçãoHistória Psicossocial Hábitos de vida Queixa principal História da doença atual Antecedentes Interrogatório Sistemático Habitação, Família e relações pessoais, Condição socioeconômica, Lazer... Alimentação, Ocupações anteriores, Atividades físicas, Álcool, Tabagismo Motivo que levou à procurar assistência médica Início, sequência temporal ou cronologia, qualidade do(s) sintoma(s), quantificação do(s) sintoma (s), fatores agravantes, fatores atenuantes, sintomas associados, problemas médicos associados Fisiológicos (gestação e nascimento, DNPM, desenvolvimento sexual), Patológicos (doenças prévias, alergias, cirurgias, traumas, transfusões sanguíneas, história obstétrica, imunizações, medicamentos em uso). Familiares: Estado de saúde dos familiares, doenças presentes na família • Sintomas gerais • Pele e fâneros • Cabeça e pescoço • Tórax • Abdome • Sistema geniturinário • Sistema endócrino • Sistema musculoesquelético • Sistema nervoso 26ANAMNESE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Porto, Celmo Celeno. Porto, Arnaldo Lemos. Exame clínico. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Bickley, Lynn S. Szilagyi, Peter G. Hoffman, Richard M. Bates, propedêutica médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Rocco, José Rodolfo. Semiologia médica. Rio de Janeiro : Elsevier, 2010. Swartz, Mark H. Tratado de semiologia médica: história e exame clínico. 7. ed. Rio de Janeiro : Elsevier, 2015. Silvia, Lívia Karoline Morais da. Silva, Ana Luzia Medeiros Araújo da. Coelho, Ardigleusa Al- ves. Martiniano, Claudia Santos. Uso do nome social no Sistema Único de Saúde: ele- mentos para o debate sobre a assistência prestada a travestis e transexuais. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 27 [ 3 ]: 835-846, 2017 27ANAMNESE
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