Buscar

Aula 1 2 3 Direito Civ - Pessoas naturais e juridicas


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Direito Civil­ Parte Geral
Professor Jamil Rangel
professorjamilrangel@gmail.com
 PESSOAS NATURAIS E JURÍDICAS
AS PESSOAS NATURAIS E OS DIREITOS INERENTES À SUA PERSONALIDADE
1
Personalidade Natural
“Artigo 2º CC A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”
“O conceito de personalidade está umbilicalmente ligado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. Pode ser definida como aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem civil. É pressuposto para a inserção e atuação da pessoa na ordem jurídica”.
(Gonçalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro - Volume 1 . Disponível em: Minha Biblioteca, (20ª edição). Editora Saraiva, 2021).
NASCITURO: é o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno. A discussão de sua condição jurídica dá-se justamente em razão do momento em que se inicia a existência humana. A questão polêmica é que CC afirma que os direitos do nascituro estão a salvo desde a concepção. Ou seja, não são pessoas, mas têm proteção jurídica, ensejando dúvidas sobre o início da personalidade. Três teorias tentam harmonizar essas regras: 
NATALISTA (Caio Mário, Serpa Lopes, – despreza a existência da personalidade antes do nascimento com vida (esta, por sua vez, é considerada independentemente de viabilidade ou de forma humana). Assim, o nascituro tem mera expectativa de direito; 
TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL (Arnold Wald)– a personalidade existe desde a concepção, sob a condição de nascer com vida (condição suspensiva); 
CONCEPCIONISTA (Bevilaqua, Teixeria de Freitas, Francisco Amaral) – o nascituro tem personalidade jurídica, ele é a pessoa que está por nascer; os direitos que teria, porém, seriam somente os personalíssimos e os da personalidade. 
Posição do STF ??????????????? RE 99.038/MG Relatoria Min. Francisco julgado 18/10/1983 Publicado 05/10/1984.
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=191555
CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO: é a aptidão – em estado potencial – de ser titular de direitos patrimoniais e obrigações, tendo por termo inicial o nascimento e perdurando até a morte. Prevista no art. 1º do CC, atribui-se capacidade de direito também à PJ. O conceito de capacidade de direito se confunde com o de personalidade. 
A personalidade jurídica é uma aptidão genérica. Toda pessoa tem personalidade, e por consequência toda pessoa tem capacidade, seja um adulto, seja uma criança. Capacidade neste sentido se relacionaria com a personalidade como faces da mesma moeda. 
CAPACIDADE DE EXERCÍCIO OU DE FATO: é a aptidão para exercer PESSOALMENTE os direitos, de agir juridicamente, por atos próprios ou mediante representante voluntário, praticando atos da vida civil. Diferentemente da capacidade de direito, nem todas as pessoas a possuem. É o caso dos incapazes, cujos atos jurídicos são praticados por meio de representantes ou assistentes. A capacidade de fato é medida de proteção ao incapaz, que, destituído da plenitude de discernimento, necessita de auxílio para a prática dos atos da vida civil (representação ou assistência).
	
A primeira é estática, a segunda, dinâmica. Reunidas as duas, fala-se em CAPACIDADE CIVIL PLENA. 
Direitos da Personalidade
Nome
Honra 
Imagem
Privacidade
Características:
Caráter absoluto: são oponíveis erga omnes. A pretensão é que será dirigida a certa(s) pessoa(s). Não quer dizer que são ilimitáveis. Nesse aspecto, eles são relativos, incidindo a razoabilidade, em caso de colisão.
Generalidade (caráter necessário dos dir. da personalidade): são outorgados a todas as pessoas, nunca podem faltar-lhes.
Extrapatrimonialidade: ausência de conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente, ainda que sua lesão gere efeitos econômicos (dano moral)
Indisponibilidade: decorre de seu caráter essencial. Abrange tanto a INTRANSMISSIBILIDADE (não se admite a cessão do direito de um sujeito para outro) como a IRRENUNCIABILIDADE (ninguém pode dispor de sua vida, sua intimidade, sua imagem). No entanto esta indisponibilidade é relativa, já que o artigo 11 admite restrição voluntaria, desde que atendidas os seguintes requisitos: 1) não pode ser permanente; 2) não pode ser genérico; 3) não pode violar a dignidade do titular Enunciado da jornada de direito civil(dez/2004),: “Art. 11 - Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes.”
Impenhorabilidade: A ausência de conteúdo econômico impede a penhora. Estes não podem ser penhorados, mas o crédito deles decorrentes sim. Da mesma forma, deve-se admitir a penhora dos créditos da cessão de uso do direito à imagem.
Vitaliciedade: os direito da personalidade se extinguem com a morte . O art. 12, parágrafo único, do NCC prevê o dano reflexo aos direitos da personalidade dos membros da família, em caso de lesão ao que seriam os direitos da personalidade da pessoa morta. A verdade é que não se trata de sucessão, em exceção ao princípio da indisponibilidade, mas de proteção aos direitos da personalidade dos parentes, que são lesados indiretamente. Os legitimados para requerer o dano são, subsidiariamente: cônjuges e descendentes; ascendentes; colaterais.
Imprescritibilidade: não existe prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo não-uso.
 
6
Quanto ao fim da personalidade, este se dá na morte: com a morte se extingue a personalidade. Juridicamente falando, há dois tipos de morte: a natural, ou real, e a presumida.
1 Morte Real
A morte real ocorre quando a pessoa tem a parada das atividades tronco-encefálicas, e que, enquanto não ocorrida, permite que a pessoa pratique, por intermédio de representante, atos da vida civil (pois ainda há personalidade jurídica). É por conta do conceito científico do momento da morte – fim da atividade cerebral – que discussões são travadas em outras searas do direito, como a experimentação genética das células-tronco embrionárias, ou a eutanásia, ou ainda o aborto de anencéfalo: em todos estes casos, se não há atividade cerebral, não haveria vida, e por isso não haveria violação qualquer a bens juridicamente tutelados nas atividades envolvendo tais objetos materiais.
Há uma espécie de morte real cuja confirmação depende de prova, não sendo aferida diretamente no corpo da pessoa: o artigo 88 da Lei 6.015/63, Lei de Registros Públicos, assim dispõe:
“Artigo 88. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame.
Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito. “
Assim, na ausência do cadáver em situações de catástrofe, há a morte real se comprovada a presença do indivíduo no local do evento, sendo probabilíssimo seu óbito. A prova pode se dar por qualquer meio possível em direito. Este é o procedimento de justificação, e a morte, se comprovada, repita-se, é real, e não presumida.
 Morte Presumida
A morte presumida, por sua vez, é trazida no artigo 7° do CC:
“Artigo 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.”
Vejaque não se confunde com a ausência, de forma alguma. O procedimento da ausência, que será estudado adiante, é uma solução para aqueles desaparecidos sem probabilidade imediata da morte, e na morte presumida, a grande probabilidade da morte é um elemento fundamental. Os incisos são bem explícitos.
A sentença de morte presumida é declaratória: ela se destina a declarar a data do óbito, para que o fim da personalidade opere seus efeitos.
3. Comoriência
A comoriência não é uma espécie de morte, e sim um critério de identificação do exato momento de uma morte. O artigo 8°do CC dela trata. Veja:
“Artigo 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.”
Este artigo traz uma presunção absoluta, com o fito de resolver problemas sucessórios. Em ordenamentos alienígenas, a solução é outra: a presunção leva em conta a condição etária das pessoas, como por exemplo, no sistema argentino, que presume que o mais velho morreu antes do mais novo, ou o pai antes do filho. No Brasil, a comoriência se instala, inafastável, quando não se pode provar, de forma alguma, que a morte foi diferida; havendo prova da morte prévia de um dos indivíduos, não há comoriência.
PESSOAS JURÍDICAS
CONCEITO: Pessoa jurídica é o grupo humano criado na forma da lei e dotado de personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns. É entidade a que a lei empresta personalidade, capacitando-a a ser sujeito de direitos e obrigações. A sua principal característica é a de que atuam na vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem.
O artigo 44 do CC define quem são as possíveis pessoas jurídicas de direito privado no ordenamento jurídico brasileiro:
“Artigo 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
(...)”
Constituição e Extinção da Pessoa Jurídica
É claro que o “nascimento” da pessoa jurídica difere do da pessoa natural. O que empresta personalidade jurídica à pessoa jurídica é o seu ato constitutivo, o contrato social (para sociedades civis) ou estatuto (para fundações e associações).
Este ato constitutivo é o regulamento da pessoa jurídica, continente das regras pelas quais esta vai funcionar. A pessoa natural, quando nasce, é capaz para quaisquer direitos, e quando se torna capaz de fato, para quaisquer atos lícitos. A pessoa jurídica não: esta só pode praticar os atos que estiverem determinados em seu ato constitutivo. Esta é uma diferença fundamentalíssima entre as pessoas naturais e as pessoas jurídicas: estas têm restrição a sua finalidade, enquanto aquelas são irrestritas (somente sob o óbice da licitude).
Assim, no ato constitutivo, a pessoa jurídica deve consignar seu objeto, seus gestores, e sua dotação orçamentária para funcionamento. A partir da formulação do ato constitutivo, já existe uma pessoa jurídica informal. A pessoa jurídica se torna formalmente existente quando este ato for levado a registro.
CARACTERÍSTICAS
1. PERSONALIDADE PRÓPRIA, que não se confunde com a de seus criadores.
2. PATRIMÔNIO PRÓPRIO e independente;
3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL PRÓPRIA
4. OBJETIVOS COMUNS DE SEUS MEMBROS
5. PUBLICIDADE DE SUA CONSTITUIÇÃO
Requisitos para a constituição da PJ: São três: vontade humana criadora (não pode surgir de imposição do Estado; intenção de criar uma entidade distinta da de seus membros), observância das condições legais e liceidade dos seus objetivos (a autonomia da vontade é limitada pela lei).
A vontade humana materializa-se no ato de constituição, que se denomina estatuto, em se tratando de associações (sem fins lucrativos); contrato social, em se tratando de sociedades simples ou empresárias (anteriormente denominadas civis e comerciais); e escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações (CC, art. 62).
REGISTRO: O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de direito privado (NCC, art. 45). 
Algumas pessoas jurídicas precisam, ainda, de autorização ou aprovação do Poder Executivo (CC, art. 45), como as seguradoras, as instituições financeiras, as administradoras de consórcio etc. Os partidos políticos, além do registro civil, devem registrar-se no TSE (obs.: com o registro civil, já adquirem personalidade). Os sindicatos, por sua vez, para adquirirem personalidade, além do registro civil, devem registrar-se no Ministério do Trabalho (Súmula nº 677/STF).
No que diz respeito à anulação do ato constitutivo por defeito no próprio ato, a Lei Civil estabelece prazo decadencial de 3 anos contados da publicação de sua inscrição no registro (NCC, art. 45, parágrafo único). O cancelamento do registro da pessoa jurídica, nos casos de dissolução ou cassação da autorização para seu funcionamento, não se promove, mediante averbação, no instante em que é dissolvida, mas depois de encerrada sua liquidação (NCC, art. 51).
A extinção da pessoa jurídica também conta com duas etapas. O artigo 51 do CC assim preceitua:
“Artigo 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.”
A extinção então passa pelo encerramento das atividades, sendo o primeiro passo, e a liquidação para quitação de dívidas, segundo e final passo. Liquidada, está extinta a pessoa jurídica, qualquer que seja sua forma.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Prescreve, com efeito, o art. 50 do CC: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.”
O STJ subdivide a teoria nas vertentes FORTE (MAIOR) ou FRACA (MENOR), sendo a primeira adotada pelo Código Civil, a exigir prova do abuso (seja por desvio de finalidade ou confusão patrimonial), não se contentando com a mera insolvência da pessoa jurídica. Para a segunda teoria (fraca), a simples insolvência é suficiente para autorizar a desconsideração (Adotada pelo CDC).
Há, também, a DESCONSIDERAÇÃO INVERSA, que vem sendo reconhecida pelo STJ principalmente em casos de direito de família, a autorizar o juiz desconsiderar a pessoa natural para atingir o patrimônio da pessoa jurídica da qual ele seja sócio (provado o abuso, por óbvio).
OI! 
GOSTARAM 
DA 
AULA?